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DPC_D_PROC_PENAL_Roteiro_Competencia_FederaL(1)

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Delegado de Polícia Civil 2015 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
1 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL OU DA JUSTIÇA ESTADUAL? 
 
EMENTAS (STJ e STF) 
 
 
 
Crime contra a Caixa Econômica : JUSTIÇA FEDERAL 
 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PROCESSUAL PENAL. ART. 155, § 4º, I e II, DO CÓDIGO 
PENAL, CONTRA A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. RESSARCIMENTO POSTERIOR POR EMPRESA 
DE SEGURANÇA. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONDIÇÃO INSUSCEPTÍVEL DE ALTERAÇÃO DO 
SUJEITO PASSIVO DA INFRAÇÃO PENAL. CONFLITO CONHECIDO PARA DECLARAR 
COMPETENTE O JUÍZO SUSCITADO. 1. O ressarcimento posterior pela empresa de segurança, já que 
imputado crime praticado por seu empregado, não retira a propriedade do numerário da Caixa Econômica 
Federal. 2. Fatos supervenientes à consumação do crime são insusceptíveis de alterar-lhe a configuração 
subjetiva - estranhos que são ao crime já consumado -, mantendo-se a competência da jurisdição federal 
para o furto de seus bens. 3. Conflito conhecido para declarar competente o juízo suscitado. (STJ. CC 
118.619/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Terceira Seção, j. 13/08/2014, DJe 21/08/2014) 
 
HABEAS CORPUS. CONCUSSÃO. CRIME PRATICADO CONTRA SUPOSTOS AUTORES DE FURTO 
DE QUE FOI VÍTIMA A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. ALEGADA INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
FEDERAL. APONTADA AUSÊNCIA DE OFENSA A BENS, SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO, 
SUAS AUTARQUIAS OU EMPRESAS PÚBLICAS. CONEXÃO PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA 
SÚMULA 122 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 
COAÇÃO ILEGAL NÃO DEMONSTRADA. 1. Nos termos do inciso III do artigo 76 do Código de Processo 
Penal, a competência será determinada pela conexão "quando a prova de uma infração ou de qualquer de 
suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração". 2. Na hipótese de conexão probatória 
ou instrumental entre delitos estaduais e federais, todos devem ser processados e julgados perante a 
Justiça Federal, nos termos da Súmula 122 deste Sodalício. 3. Constatado que o paciente foi acusado de 
integrar quadrilha voltada à prática de fraudes via internet, cuja principal vítima seria a Caixa Econômica 
Federal, sendo que, nos termos da denúncia, sua atuação se daria "à margem da 'organização', 
extorquindo os crackers e cartãozeiros para tomar-lhes o dinheiro obtido licitamente", evidente a conexão 
probatória ou instrumental entre os delitos da competência estadual e federal. 5. Ainda que não houvesse 
conexão probatória entre o crime de concussão atribuído ao paciente e o furto supostamente cometido 
pelos demais corréus contra a autarquia federal, a sua absolvição pelo delito de quadrilha não seria 
suficiente para se afastar a competência da Justiça Federal, diante do princípio da perpetuatio 
jurisdictionis, previsto no caput do artigo 81 do Código de Processo Penal. Precedentes. PRISÃO 
PREVENTIVA. REVOGAÇÃO. INDEFERIMENTO. JUSTA CAUSA PARA A SEGREGAÇÃO CAUTELAR. 
ALEGADA AUSÊNCIA. SUPERVENIÊNCIA DE SENTENÇA CONDENATÓRIA. MANUTENÇÃO DA 
CUSTÓDIA. NOVOS FUNDAMENTOS. PERDA DO OBJETO. MANDAMUS JULGADO PREJUDICADO 
NESSE PONTO. 1. Tendo o remédio constitucional sido dirigido contra a decisão que indeferiu pedido de 
revogação de prisão preventiva e, verificando-se a superveniente prolação de sentença condenatória, na 
qual a custódia foi mantida por outros motivos, esvazia-se o objeto da impetração nesse ponto, uma vez 
que o encarceramento é agora decorrente de novo título judicial e tem novos fundamentos. 2. Ademais, 
não tendo os argumentos deste novo título embasador da prisão sido objeto de apreciação pela Corte 
impetrada, torna-se impossível conhecer do writ, sob pena de indevida supressão de instância. 3. Writ 
julgado parcialmente prejudicado e, no restante, denegada a ordem. (STJ. HC 132135. Rel. Min. Jorge 
Mussi, Quinta Turma, DJ 03/05/2011, DJe 17/05/2011) 
 
 
Crime contra o Banco do Brasil (empresa de economia mista) : JUSTIÇA ESTADUAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Delegado de Polícia Civil 2015 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
2 
 
PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. EMISSÃO DE DUPLICATAS SIMULADAS. CONDUTA 
PRATICADA EM DETRIMENTO DE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SÚMULA 42/STJ. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. O art. 6º da Lei n. 7.492/1986 tutela, especificamente, a 
inviolabilidade e a credibilidade do mercado de capitais, protegendo o Sistema Financeiro Nacional da 
disseminação de informações fraudulentas, potencialmente lesivas a sua estabilidade. 2. Na espécie, a 
eventual conduta do empresário que emite e desconta títulos fraudulentos não o qualifica como sujeito 
ativo do tipo, já que se trata de crime próprio, que só poderia ser cometido, via de regra, por aqueles que, 
detendo informação relevante, administram ou controlam instituição financeira. 3. Excluída a hipótese de 
crime contra o sistema financeiro, afasta-se a competência da Justiça Federal, sobretudo porque a 
suposta fraude foi praticada em detrimento do Banco do Brasil (sociedade de economia mista), sem que 
ocorresse lesão a bens, serviços ou interesses da União. Inteligência da Súmula 42/STJ. 4. Conflito 
conhecido para declarar a competência da Justiça estadual. (STJ. CC 111.961/SP, Rel. Min. Sebastião 
Reis Júnior, Terceira Seção, j. 26/10/2011, DJe 09/11/2011) 
 
 
Crime contra casa lotérica: JUSTIÇA ESTADUAL 
 
Atenção! Casa lotérica é apenas permissionária de serviço público, e crimes contra ela praticados 
não são de competência da Justiça Federal, salvo se os valores forem comprovadamente 
relacionados à CEF, ou se a lotérica for uma das dez únicas existentes que são devidamente 
controladas pela CEF. 
 
PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. FURTO QUALIFICADO DE CASA LOTÉRICA. REGIME DE 
PERMISSÃO. INTERESSE GENÉRICO E REFLEXO DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
ESTADUAL. 1. Nos serviços prestados pelas casas lotéricas, apesar de serem realizados sob o regime de 
permissão, ainda que tenha a União o interesse na punição do eventual criminoso, tal seria genérico e 
reflexo, pois não há ofensa a seus bens, serviços ou interesses. 2. Conflito conhecido para declarar a 
competência do Juízo de Direito da Vara Criminal de Joaquim Távora/PR, ora suscitado. (STJ. CC 
98.192/PR, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Terceira Seção, j. 09/09/2009, Dje 08/10/2009) 
 
PROCESSO PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. ROUBO CONTRA CASA LOTÉRICA. 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO PERMISSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. AUSÊNCIA 
DE LESÃO A BENS, SERVIÇOS OU INTERESSE DA UNIÃO OU ENTIDADES FEDERAIS. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL PARA PROCESSAR E JULGAR A AÇÃO PENAL. 1. O delito 
de roubo cometido contra casa lotérica, pessoa jurídica de direito privado permissionária de serviço 
público, atingido apenas o seu patrimônio, não tem o condão de atrair a competência da Justiça Federal 
para o processo e julgamento da respectiva ação penal, por não lesar bens, serviços ou interesse da 
União. 2. Conflito conhecido para declarar a competência da Justiça Estadual (STJ. CC 40771 SP 
2003/0204765-5, Rel. Min. PAULO GALLOTTI, j. 26/04/2005, Terceira Seção, DJ 09.05.2005 p. 293) 
 
 
Crime contra a loteria esportiva: JUSTIÇA FEDERAL 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. INQUÉRITO POLICIAL. DIVULGAÇÃO DE LOTERIA NÃO 
AUTORIZADA NO BRASIL. DELITO PREVISTO NO ART. 17, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 
5.250/67. SERVIÇO PÚBLICO DA UNIÃO EXECUTADO PELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. ART. 
109, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 
PRESCRIÇÃO DA AÇÃO PENAL. CONFLITO PREJUDICADO. 1. Em tese, quem divulga loteria 
estrangeira em território nacional comete o crime previsto no artigo 17, parágrafo único, da Lei nº 5.250, de 
1967. 2. Sendo a exploração de loterias serviço público federal executado pela Caixa Econômica Federal, 
na letra dos artigos 1º e 2º do Decreto-lei nº 204/67, é da competência da Justiça Federal, a teor dowww.cers.com.br 
 
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Direito Processual Penal 
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3 
contido no artigo 109, inciso IV, da Constituição Federal, processar e julgar o crime de divulgação de 
loteria não autorizada. 3. Nos termos do artigo 41 da Lei de Imprensa, a prescrição da ação penal dos 
crimes por ela definidos ocorre em dois anos após a data da publicação. 4. No caso, sendo a publicação 
que contém o anúncio de loteria estrangeira datada de dezembro de 2001, e inexistindo qualquer causa 
interruptiva, pois em trâmite ainda o inquérito policial, é de se declarar a extinção da punibilidade pela 
prescrição. 5. Conflito de competência prejudicado. (STJ. CC 38647/SP. Rel. Min. Paulo Gallotti, Terceira 
Seção, DJ 23/06/2004, Publicação 06/09/2004) 
 
 
Crime contra o SUS: JUSTIÇA FEDERAL 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIME DE ESTELIONATO PRATICADO CONTRA O SISTEMA ÚNICO 
DE SAÚDE - SUS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. É competente a Justiça Federal para 
processar e julgar crime cometido em detrimento do Sistema Único de Saúde - SUS, a teor do disposto no 
artigo 109, inciso IV, da Constituição Federal. 2. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo 
Federal da 2ª Vara de Uberlândia/MG, o suscitado. (STJ. CC 95.134 /MG , Rel. Min. Haroldo Rodrigues, 
Terceira Seção, STJ, DJ: 14/03/2011, DJe: 01/04/2011) 
 
 
Crime de concussão. Médico credenciado pelo SUS. Crime contra o particular: JUSTIÇA 
ESTADUAL 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIME DE CONCUSSÃO. COBRANÇA 
INDEVIDA A PARTICULAR DE SERVIÇOS MÉDICO/HOSPITARES ATENDIDOS PELO SUS. OFENSA 
A BENS, SERVIÇOS OU INTERESSE DA UNIÃO. INOCORRÊNCIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
ESTADUAL. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. A cobrança indevida 
de serviços médico/hospitares acobertados pelo SUS, embora possa caracterizar o crime de concussão, 
não implica prejuízo direito à União ou mesmo indireto via violação da "Política Nacional". 2. "Compete à 
Justiça Estadual processar e julgar o feito destinado a apurar crime de concussão consistente na cobrança 
de honorários médicos ou despesas hospitalares a paciente do SUS por se tratar de delito que acarreta 
prejuízo apenas ao particular, sem ofensa a bens, serviços ou interesse da União" (CC 36.081/RS, Rel. 
Min. Arnaldo Esteves Lima, Terceira Seção, DJ. 01/02/2005 p. 403) 3. Agravo regimental não provido. 
(STJ. AgRg no CC 115.582/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Terceira Seção, j. 27/06/2012, DJe 01/08/2012) 
 
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MATÉRIA CRIMINAL. CRIME DE CONCUSSÃO. ART. 316 
DO CÓDIGO PENAL. ACUSADOS: DIRETOR E MÉDICO DE HOSPITAL CREDENCIADO AO SISTEMA 
ÚNICO DE SAÚDE - SUS. DELITO PRATICADO, EM TESE, CONTRA PARTICULAR. COMPETÊNCIA 
DA JUSTIÇA ESTADUAL. O recurso extraordinário, interposto com base na alínea "a" do inciso III do art. 
102 da Magna Carta, apontou violação aos arts. 5º, inciso LIII, e 109, inciso IV, da Lei das Leis. No 
entanto, não houve manifestação do Tribunal a quo quanto aos dispositivos constitucionais tidos por 
violados, limitando-se o acórdão recorrido a consignar a competência da Justiça Federal para o julgamento 
do caso, em razão da existência de decisão transitada em julgado nesse sentido. Patente, no caso, a 
ausência do requisito do prequestionamento. Todavia, em se tratando de competência absoluta, mostra-se 
equivocado o entendimento segundo o qual decisão judicial com trânsito em julgado não pode ser 
reapreciada, especialmente quando caracterizar nulidade absoluta. Com efeito, os recorrentes, 
administrador e médico de estabelecimentos hospitalar privado, ambos credenciados para o atendimento 
aos usuários do SUS, foram denunciados pela prática, em princípio, do crime definido pelo art. 316, 
combinado com o art. 327, na forma dos arts. 29 e 71, todos do Código Penal. A conduta ter-se-ia 
caracterizado pela exigência a paciente beneficiária do SUS de vantagem indevida em favor dos 
acusados. Esta colenda Corte, por diversas oportunidades, consignou o juízo de que o delito de 
concussão, quando praticado nessas condições, deve ser julgado pela Justiça Comum estadual. 
Precedentes: HC 81.912, Rel. Min. Carlos Velloso; HC 56.444, Rel. Min. Cunha Peixoto; HC 71.849, Rel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ana Cristina Mendonça 
 
4 
Min. Ilmar Galvão; e o HC 77.717, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma, em caso que muito se 
assemelha ao presente. A competência firmada pelo egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, 
considerando que não ficou demonstrado eventual prejuízo a bens ou serviços da União, suas Autarquias 
ou Empresas Públicas, direcionada a conduta delitiva exclusivamente ao patrimônio particular de paciente 
do SUS, diverge da pacífica jurisprudência desta Casa Maior da Justiça brasileira, o que caracteriza 
nulidade absoluta. Recurso extraordinário não conhecido. Concedeu-se, contudo, habeas corpus de ofício, 
para declarar a competência da Justiça Comum estadual, para onde o feito deve ser encaminhado com as 
ressalvas do art. 567 do Código de Processo Penal. (STF. RE 429.171/RS, Rel. Min. Carlos Britto, 
Primeira Turma, j. 14/09/2004, DJ 11-02-2005) 
 
 
Crime a bordo de aeronave e navio: JUSTIÇA FEDERAL 
 
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. COMPETÊNCIA JURISDICIONAL. CRIME DE ROUBO 
"QUALIFICADO" E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. CRIME PRATICADO A BORDO DE AERONAVE. 
ART. 109, IX, DA CF. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. ORDEM DENEGADA. 1. "Aos juízes 
federais compete processar e julgar os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a 
competência da Justiça Militar" (art. 109, IX, da CF). 2. O fato de encontrar-se a aeronave em terra não 
afeta a circunstância de a prática criminosa ter-se verificado no seu interior. 3. É indiferente a qualidade 
das pessoas lesadas, constituindo razão suficiente e autônoma para a fixação da competência federal, a 
implementação da hipótese prevista no inciso IX, do art. 109, do Texto Maior. 4. Ordem denegada. (STJ. 
HC 40913/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, DJ 19/05/2005, Publicação DJ 15/08/2005.) 
 
 
Crime contra direitos indígenas: JUSTIÇA FEDERAL 
 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. DELITO DE HOMICÍDIO PRATICADO CONTRA ÍNDIO. 
MOTIVAÇÃO VINCULADA À DISPUTA POR DIREITOS DE PESCA EM REGIÃO PRÓXIMA À ALDEIA 
INDÍGENA. INTERESSE DE TODA A COMUNIDADE INDÍGENA. ART. 109, XI, E ART. 231 DA CF. NÃO 
INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 140/STJ. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. - O enunciado n. 140 
da Súmula do STJ dispõe que compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o 
indígena figure como autor ou vítima. Entretanto, nos casos em que o crime extrapola o interesse 
individual, ligando-se à disputa sobre direitos indígenas, a competência passa a ser da Justiça Federal, em 
observância ao art. 109, XI, da Constituição Federal. - A denúncia narra que o homicídio foi cometido em 
razão de uma disputa entre os denunciados e os índios ARARAS pelo direito de pesca próximo à aldeia 
indígena, localizada na Reserva Indígena de Cachoeira Seca. Afirma-se que os índios apreenderam 
alguns instrumentos dos denunciados (pescadores) no dia 13/5/2000, pela manhã. No mesmo dia, à tarde, 
a vítima foi pescar sozinha próximo ao local do conflito, ocasião em que teria sido assassinada pelos 
pescadores, como forma de se vingarem dos índios daquela tribo. - O direito de pesca naquela região 
interessa a toda a comunidade indígena, pois diz respeito à própria subsistência do grupo, que vive, 
principalmente, da caça e da pesca. O índio Karajá agiu, juntamente com outros membros da tribo, na 
defesa desse direito e, em contrapartida, foi assassinado pelos pescadores, segundo a denúncia. A 
motivação do delito, portanto, não se restringe ao interesse privado individual, alcançando direitos 
indígenas previstos no art. 231 da ConstituiçãoFederal, o que atrai a competência da Justiça Federal. 
Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Federal da Vara de Santarém-PA. (STJ. CC 
129.704/PA, Rel. Min. Marilza Maynard (Desembargadora Convocada do TJ/SE), Terceira Seção, j. 
26/03/2014, DJe 31/03/2014) 
 
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA INDÍGENA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
FEDERAL. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 140/STJ. PRISÃO PREVENTIVA. MODUS OPERANDI. 
REITERAÇÃO CRIMINOSA. SEGREGAÇÃO CAUTELAR JUSTIFICADA NA GARANTIA DA ORDEM 
PÚBLICA. ART. 312 DO CPP. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. PRECEDENTES DO STJ. ORDEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
5 
DENEGADA. 1. Nos termos do art. 109, XI, da Constituição Federal, a competência para processar e 
julgar a "disputa sobre direitos indígenas" é da Justiça Federal. 2. A referida competência não se deve 
restringir às hipóteses de "disputa de terras". Incide, também, aos direitos previstos no art. 231 da 
Constituição Federal, uma vez que os delitos praticados assumiram proporções de transindividualidade, 
atingindo diretamente a organização social da comunidade indígena Reserva do Guarita/RS, bem como os 
seus costumes e cultura. Inaplicabilidade do verbete sumular 140/STJ. 3. A prisão preventiva é medida 
excepcional e deve ser decretada apenas quando devidamente amparada em fatos concretos que 
demonstrem a presença dos requisitos legais, em observância ao princípio constitucional da presunção de 
inocência, sob pena de antecipar reprimenda a ser cumprida no caso de eventual condenação. 4. Estando 
o decreto preventivo satisfatoriamente justificado, em razão do modus operandi e da reiterada prática 
delituosa dos pacientes, resta evidente a necessidade de proteção da ordem pública, a teor do disposto no 
art. 312 do CPP. Precedentes do STJ. 5. Eventuais condições pessoais favoráveis não garantem o direito 
subjetivo à revogação da custódia cautelar quando a prisão preventiva é decretada com observância do 
disposto no art. 312 do CPP. 6. Ordem denegada. (STJ. HC 77.280/RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 
Quinta Turma, DJ 11/12/2008, DJe 09/03/2009) 
 
 
Crime praticado por índio ou contra índio : JUSTIÇA ESTADUAL 
 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. COMPETÊNCIA. PROCESSUAL PENAL. RÉU 
SILVÍCOLA. FURTO QUALIFICADO. AUSÊNCIA DE INTERESSE DA COMUNIDADE INDÍGENA OU 
DISPUTAS DE TERRAS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. RECURSO ORDINÁRIO 
DESPROVIDO. 1. No caso em tela, o crime de furto cometido por agente considerado indígena não 
evidenciou interesse da comunidade ou vinculação com disputas por terras silvícolas, mas somente 
proveito pessoal, o que atrai a competência da Justiça comum estadual. 2. Recurso ordinário desprovido. 
(STJ. RHC 35227/MS, Rel. Min. Laurita Vaz, Quinta Turma, j. 18/04/2013, DJe 25/04/2013) 
 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PENAL. CRIME PRATICADO POR ÍNDIO. AUSÊNCIA DE 
DISPUTA SOBRE DIREITOS INDÍGENAS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. Em se tratando 
de conduta sem conotação especial, inapta a revelar o interesse da coletividade indígena, não se 
vislumbra ofensa a interesse da União, pelo que aplicável na espécie o Enunciado Sumular 140 desta 
Corte que dispõe, verbis: "Compete a Justiça Comum Estadual processar e Julgar Crime em que o 
indígena figure como autor ou vítima." 2. Conflito conhecido para determinar a competência do suscitado, 
Juízo de Direito da 1ª Vara Criminal de Dourados - MS. (STJ. CC 43328/MS, Rel. Min. OG Fernandes, 
Terceira Seção, STJ, DJ: 08/10/2008, DJe 21/10/2008) 
 
 
Crime contra empresa brasileira de Correio não franqueada (a própria ECT) : JUSTIÇA FEDERAL 
 
PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO PENAL. CRIME DE ROUBO PERPETRADO CONTRA 
AGÊNCIA COMUNITÁRIA DOS CORREIOS, CONSTITUÍDA MEDIANTE CONVÊNIO ENTRE A ECT E O 
MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO BATISTA/SC. INTERESSE RECÍPROCO NO SERVIÇO PRESTADO, 
INCLUSIVE DA EMPRESA PÚBLICA FEDERAL. DANO DE PEQUENO VALOR. IRRELEVÂNCIA. 
PERDA MATERIAL E PREJUÍZO AO SERVIÇO POSTAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. 
Nos crimes praticados em detrimento das agências da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, 
esta Corte Superior já firmou o entendimento de que a fixação da competência depende da natureza 
econômica do serviço prestado. Se explorado diretamente pela empresa pública - na forma de agência 
própria -, o crime é de competência da Justiça Federal. De outro vértice, se a exploração se dá por 
particular, mediante contrato de franquia, a competência para o julgamento da infração é da Justiça 
estadual. 2. A espécie, contudo, guarda peculiaridade, pois a agência alvo do roubo é tida como 
"comunitária". Constituída sob a forma de convênio entre a ECT e a prefeitura municipal, ostenta interesse 
recíproco dos entes contratantes, inclusive da empresa pública federal. 3. Embora noticiado que o ilícito 
 
 
 
 
 
 
 
 
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importou em pequeno prejuízo à empresa pública, o fato é que houve perda material e prejuízo ao serviço 
postal; logo é o caso de firmar a competência da Justiça Federal para conhecer do feito, nos termos do art. 
109, IV, da Constituição Federal. 4. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Federal e 
Juizado Especial de Brusque - SJ/SC, o suscitante. (STJ. CC 122.596/SC, Rel. Min. SEBASTIÃO REIS 
JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, j. 08/08/2012, DJe 22/08/2012) 
 
PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ROUBO PERPETRADO CONTRA AGÊNCIA DA EMPRESA 
BRASILEIRA DE CORREIOS NÃO FRANQUEADA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 
CONEXÃO APENAS COM O DELITO DE FALSA COMUNICAÇÃO DE CRIME. AUSÊNCIA DE 
CONEXÃO QUANTO AOS DEMAIS DELITOS. DESMEMBRAMENTO. COMPETÊNCIA DE AMBOS OS 
JUÍZOS. RATIFICAÇÃO DE ATOS PRATICADOS PELO JUÍZO INCOMPETENTE. POSSIBILIDADE. 
CONFLITO CONHECIDO. I. Hipótese em que o Ministério Público do Estado do Paraná ofereceu 
denúncia em face de 15 pessoas, supostas integrantes de organização criminosa denominada "Quadrilha 
do Xandi", pela prática de diversos delitos, dando azo à instauração de 4 ações penais distintas, que 
restaram distribuídas ao Juízo de Direito da Vara Criminal de Cianorte/PR. II. Ações penais que corriam 
separadamente, tendo sido reunidas na Ação Penal n.º 5000375-55.2010.404.7003, diante do 
reconhecimento da conexão, ocasião em que o Juízo de Direito da Vara Criminal de Cianorte/PR declinou 
de sua competência em favor do Juízo Federal da Vara Criminal e Juizado Especial Criminal de Maringá - 
SJ/PR, tendo em vista o roubo perpetrado contra a Agência dos Correios de Madaguaçu/PR, empresa 
pública federal, que atrairia a competência da Justiça Federal também com relação aos crimes a ele 
conexos, nos termos da Súmula 122/STJ. III. Delito de roubo que foi perpetrado contra agência não 
franqueada da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, mas contra posto de atendimento da própria 
EBCT, que tem natureza jurídica de empresa pública, atraindo a competência da Justiça Federal, nos 
termos do art. 109, IV, da CF. IV. Não verificada a conexão entre o delito de roubo à Agência dos Correios 
de Mandaguaçu/PR com o crime de quadrilha ou com qualquer dos delitos imputados à "Quadrilha do 
Xandi", salvo com o de falsa comunicação de crime ou contravenção (art. 340 do Código Penal), as ações 
penais devem ser desmembradas de forma que seja firmada a competência da Justiça Federal para o 
julgamento do crime de roubo contra a EBCT e o previsto no art. 340 do Código Penal a ele conexo, 
mantendo-se a competência da Justiça Estadual para a apuração dos demais crimes narrados nas 
denúncias. V. Reconhecida a incompetência absoluta da Justiça Estadual para processar e julgar os 
delitos de roubo e de falsa comunicação de crime ou contravenção, cumpre examinar se a ação penal 
deve ser anulada na íntegra,ou se podem ser mantidos os atos decisórios não meritórios praticados. VI. 
Embora o tema seja alvo de controvérsias, prevalece nesta Corte atualmente o entendimento de que, 
constatada a incompetência absoluta, os autos devem ser remetidos ao Juízo competente, que pode 
ratificar ou não os atos já praticados, nos termos do artigo 567 do Código de Processo Penal, e 113, § 2º, 
do Código de Processo Civil. VII. Declarada a competência da Justiça Federal para o julgamento do crime 
de roubo contra a EBCT e o previsto no art. 340 do Código Penal a ele conexo, mantendo-se a 
competência da Justiça Estadual para a apuração dos demais crimes narrados nas denúncias. VIII. 
Conflito de competência conhecido, nos termos do voto do Rel. (STJ. CC 112424, Rel. Min. Gilson Dipp, 
S3, Terceira Seção STJ, DJ, 09/11/2011, DJe 17/11/2011) 
 
 
Crime praticado CONTRA CARTEIRO da Empresa Brasileira de Correio e Telégrafos : JUSTIÇA 
FEDERAL 
 
CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. ROUBO. SUJEITO PASSIVO. CARTEIRO DA EMPRESA 
BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. PROCESSO E JULGAMENTO. JUSTIÇA FEDERAL. 1. 
O crime de roubo praticado contra carteiro da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, no exercício de 
suas funções, atrai, de acordo com o art. 109, IV, da Constituição da República, a competência da Justiça 
Federal para o processo e julgamento da ação penal. 2. Conflito conhecido para declarar a competência 
da Justiça Federal, o suscitante, anulando-se os atos praticados na Justiça Estadual. (STJ. CC 114196, 
Rel. Min. Jorge Mussi, Terceira Seção, DJ 27/04/2011, DJe 06/05/2011) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Crime contra agência franqueada de Correio : JUSTIÇA ESTADUAL 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. FORMAÇÃO DE QUADRILHA E ROUBO COMETIDO CONTRA 
AGÊNCIA FRANQUEADA DA EBCT. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO À EBCT. INEXISTÊNCIA DE 
CONEXÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. I. Compete à Justiça Estadual o processo e 
julgamento de possível roubo de bens de agência franqueada da Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos, tendo em vista que, nos termos do respectivo contrato de franquia, a franqueada 
responsabiliza-se por eventuais perdas, danos, roubos, furtos ou destruição de bens cedidos pela 
franqueadora, não se configurando, portanto, real prejuízo à Empresa Pública. II. Não evidenciado o 
cometimento de crime contra os bens da EBCT, não há que se falar em conexão de crimes de 
competência da Justiça Federal e da Justiça Estadual, a justificar o deslocamento da competência para a 
Justiça Federal. III. Conflito conhecido para declarar competente Juiz de Direito da Vara Criminal de 
Assu/RN, o Suscitante. (STJ. CC 116386/RN, Rel. Min. Gilson Dipp, Terceira Seção, j. 25/05/2011, DJe 
07/06/2011) 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ROUBOS COMETIDOS, INCLUSIVE, CONTRA AGÊNCIA 
FRANQUEADA DA EBCT. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO À EBCT. PREVISÃO EM CLÁUSULA 
CONTRATUAL. INEXISTÊNCIA DE CONEXÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. I. Compete 
à Justiça Estadual o processo e julgamento de possível roubo de bens de agência franqueada da Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos, tendo em vista que, nos termos do respectivo contrato de franquia, a 
franqueada responsabiliza-se por eventuais perdas, danos, roubos, furtos ou destruição de bens cedidos 
pela franqueadora, não se configurando, portanto, real prejuízo à Empresa Pública. II. Não evidenciado o 
cometimento de crime contra os bens da EBCT, não há que se falar em conexão de crimes de 
competência da Justiça Federal e da Justiça Estadual, a justificar o deslocamento da competência para a 
Justiça Federal. III. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 4ª Vara Criminal de 
Maceió/AL, o Suscitante. (STJ - CC 46.791, Rel. Min. Gilson Dipp, Terceira Seção, DJ 24/11/2004, 
publicação DJ 06/12/2004) 
 
 
Crime lavagem de dinheiro : CRIME PRECEDENTE 
 
PENAL. AGRAVOS REGIMENTAIS EM CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO PENAL. CRIME DE 
LAVAGEM E OCULTAÇÃO DE BENS E VALORES. CONTRATO FIRMADO ENTRE PESSOA 
JURÍDICA E ÓRGÃO ESTADUAL. RECURSOS, EM PARTE, PROVENIENTES DO SISTEMA ÚNICO DE 
SAÚDE (SUS). INCORPORAÇÃO DA VERBA AO PATRIMÔNIO ESTADUAL. IRRELEVÂNCIA. 
REPASSE SUJEITO AO CONTROLE INTERNO DO PODER EXECUTIVO FEDERAL E DO TRIBUNAL 
DE CONTAS DA UNIÃO. INTERESSE DA UNIÃO. PRECEDENTES DA TERCEIRA SEÇÃO. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Por estarem sujeitas à fiscalização dos órgãos de controle 
interno do Poder Executivo federal, bem como do Tribunal de Contas da União, as verbas repassadas pelo 
Sistema Único de Saúde - inclusive na modalidade de transferência "fundo a fundo" - ostentam interesse 
da União em sua aplicação e destinação. Eventual desvio atrai a competência da Justiça Federal para 
conhecer da matéria, nos termos do art. 109, IV, da Constituição Federal. 2. Agravos regimentais 
improvidos. (STJ. AgRg no CC 129.386/RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, j. 11/12/2013, 
DJe 19/12/2013) 
 
PROCESSO PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. TRÁFICO DE DROGAS. 
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. RECEPTAÇÃO. LAVAGEM DE CAPITAIS. DELITO 
ANTECEDENTE. COMPETÊNCIA ESTADUAL. IDÊNTICA COMPETÊNCIA PARA O 
BRANQUEAMENTO. 1. A competência para a apreciação das infrações penais de lavagem de capitais 
somente será da Justiça Federal quando praticadas contra o sistema financeiro e a ordem econômico-
 
 
 
 
 
 
 
 
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financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas 
ou empresas públicas; ou quando o crime antecedente for de competência da Justiça Federal. In casu, 
não se apura afetação de qualquer interesse da União e o crime antecedente - tráfico de drogas - no caso 
é da competência estadual. 2. Conflito conhecido para julgar competente o JUÍZO DE DIREITO DA 2ª 
VARA DE INHAPIM - MG, o suscitado. (STJ. CC 96678/MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
Terceira Seção, j. 11/02/2009, DJe 20/02/2009) 
 
 
Crime de tráfico de drogas interestadual : JUSTIÇA ESTADUAL 
 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. AUSÊNCIA DE 
ELEMENTOS PROBATÓRIOS APTOS A INDICAR A INTERNACIONALIDADE DO DELITO. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. 1. A origem estrangeira da droga é apenas uma 
probabilidade, não sendo possível comprovar a transnacionalidade do delito de modo a atrair a 
competência da Justiça Federal. 2. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo de Direito da 
3.ª Vara Criminal de Marília/SP. (STJ. CC 116156, Min. Laurita Vaz, Terceira Seção, DJ, 26/10/2011, DJe 
11/11/2011) 
 
HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. 
TRANSNACIONALIDADE NÃO DEMONSTRADA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. Não 
há provas nos autos de que os entorpecentes tenham sido trazidos do exterior, muito embora haja fortes 
suspeitas de que eram provenientes do Peru e da Bolívia, países tidos por tradicionais "produtores" de tais 
substâncias; tampouco vislumbra-se qualquer elemento apto a confirmar a eventual transnacionalidade da 
organização criminosa. 2 "A mera natureza presumidamente estrangeira da droga apreendida não basta à 
configuração da transnacionalidade" 3. Não havendo qualquer elemento caracterizador da ocorrência de 
tráfico de drogas transnacional, fica afastada a aplicação do artigo 70 da Lei nº 11.343/2006, razão pela 
qual o feito deve tramitar perante a Justiça Estadual. DENÚNCIA. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO 
ILÍCITO DE ENTORPECENTES E LAVAGEM DE BENS E VALORES. AUSÊNCIA DE 
INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS DO ACUSADO. REQUISITOS DO ART. 41 DO CPP 
PREENCHIDOS. ESTABELECIMENTO DE LIAME ENTRE A ATUAÇÃO DO PACIENTE E OS CRIMES 
EM TESE COMETIDOS. POSSIBILIDADE DO EXERCÍCIO DA AMPLA DEFESA. CONSTRANGIMENTONÃO EVIDENCIADO. INÉPCIA NÃO EVIDENCIADA. 1. Não pode ser acoimada de inepta a denúncia 
formulada em obediência aos requisitos traçados no art. 41 do Código de Processo Penal, descrevendo 
perfeitamente os fatos típicos imputados, crimes em tese, com todas as suas circunstâncias, atribuindo-os 
ao paciente, terminando por classificá-los, ao indicar os ilícitos supostamente infringidos. 2. Se a vestibular 
acusatória narra em que consistiu a ação criminosa do réu nos delitos em que lhe incursionou, permitindo 
o exercício da ampla defesa, é inviável acolher-se a pretensão de invalidade da peça vestibular. 3. A 
denúncia, nos crimes de autoria coletiva, embora não possa ser de todo genérica, é válida quando, apesar 
de não descrever, minuciosamente, as atuações individuais dos acusados, demonstra um liame entre o 
agir do paciente e a suposta prática delituosa, estabelecendo a plausibilidade da imputação e 
possibilitando o exercício da ampla defesa, caso em que se entende preenchidos os requisitos do art. 41 
do Código de Processo Penal (Precedentes). TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE JUSTA 
CAUSA. MÍNIMO RESPALDO INDICIÁRIO E PROBATÓRIO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO 
PROBATÓRIA. VIA INADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE COAÇÃO ILEGAL A SER SANADA NA 
OPORTUNIDADE. 1. O exame da alegada ausência de fundamentos mínimos para a deflagração da ação 
penal demanda aprofundada discussão probatória, enquanto que para o trancamento da ação penal é 
necessário que exsurja, à primeira vista, sem exigência de dilação do contexto de provas, a ausência de 
justa causa para a sua deflagração e/ou continuidade. 2. Em sede de habeas corpus, somente deve ser 
obstado o feito se restar demonstrada, de forma indubitável, a ocorrência de circunstância extintiva da 
punibilidade, a ausência de indícios de autoria ou de prova da materialidade do delito, e ainda, a 
atipicidade da conduta, o que não se configura na hipótese. 3. Ordem denegada. (STJ. HC 199190/AC, 
Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, STJ, DJ 16/06/2011, DJe 29/06/2011) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Crime contra o INSS : JUSTIÇA FEDERAL 
 
CONSTITUCIONAL. PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIME DE ESTELIONATO. LESÃO A 
AUTARQUIA FEDERAL. Compete à Justiça Federal processar e julgar infrações penais susceptíveis de 
causar lesão direta a bens, serviços ou interesses da União, suas entidades autárquicas e empresas 
públicas, ex vi, do que dispõe o art. 109, IV da Constituição Federal.- Conflito conhecido. Competência do 
Juízo Federal da 1ª Vara de Niterói - SJ/RJ, o suscitado. (STJ. CC 32676/RJ, Rel. Min. Vicente Leal, 
Terceira Seção, DJ 09/10/2002, Publicação 28/10/2002) 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ESTELIONATO. PREJUÍZO A AUTARQUIA FEDERAL (INSS). 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM FEDERAL. 1. É de se afirmar a competência da Justiça Comum 
Federal para o processo e julgamento de crime de estelionato, em se evidenciando dos autos a existência 
de prejuízo suportado pela autarquia previdenciária, uma vez pago benefício previdenciário indevidamente. 
2. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 8ª Vara Criminal da Seção Judiciária do 
Estado de São Paulo, suscitado. (STJ. CC 55225/SP, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Terceira Seção, DJ 
28/06/2006, Publicação 21/08/2006) 
 
 
Crime ambiental : JUSTIÇA FEDERAL ou ESTADUAL - competência compartilhada 
 
Atenção! A competência no caso de crimes ambientais dependerá da violação à interesse direto da 
União. Se houver interesse direto, a competência será da Justiça Federal. Caso contrário, da 
Justiça Estadual. 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA. INQUÉRITO. CRIME AMBIENTAL. 
AUSÊNCIA DE INTERESSE ESPECÍFICO DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. O 
crime ambiental consistente em transporte irregular de substância tóxica, na forma como operado no caso 
vertente, não atrai a competência da Justiça Federal. 2. Consta dos autos laudo emitido pela ABACC 
(Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares) informando que o 
material poderia ser transportado por qualquer meio de transporte, exceto por via postal, não requerendo 
cuidados adicionais. 3. A mera circunstância de o bem transportado ser de propriedade da Marinha do 
Brasil, por si só, não tem o condão de atrair, no âmbito penal, a competência da Justiça Federal, já que o 
bem jurídico tutelado é o meio-ambiente. Ausente o interesse específico da União, o feito deve prosseguir 
perante a Justiça Estadual. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ. AgRg no 
CC 115.159/SP, Rel. Min. Og Fernandes, Terceira Seção, j. 13/06/2012, DJe 21/06/2012) 
 
PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME PRATICADO EM ACRESCIDOS DE TERRENO DE 
MARINHA. BEM DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. RECEBIMENTO DA 
DENÚNCIA DIRETAMENTE PELO TRIBUNAL A QUO. SÚMULA N.º 709/STF. ANÁLISE. 
IMPOSSIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO PELA ALÍNEA "A" E "C" DO INCISO III DO 
ART. 105 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. INDICAÇÃO ADEQUADA DOS DISPOSITIVOS 
LEGAIS TIDOS POR VIOLADOS E OBJETOS DE DIVERGÊNCIA. AUSÊNCIA. DEFICIÊNCIA NA 
FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA N.º 284/STF. PRECEDENTES. AGRAVOS REGIMENTAIS 
DESPROVIDOS. 1. Os crimes ambientais, em regra, são processados e julgados perante a Justiça 
Estadual, contudo, havendo interesse direto e específico da União, de suas entidades autárquicas e 
empresas públicas, a Justiça Especializada será competente para o processamento e julgamento da 
demanda. 2. In casu, as instâncias ordinárias consignaram que as condutas delitivas ocorrem em 
acrescidos de terreno da Marinha, bem de propriedade da União, sendo que a utilização por particulares 
ou o funcionamento de órgão da administração ambiental estadual, não afasta a titularidade do Ente 
Federal, sendo, pois, competente para o processo e julgamento do feito a Justiça Federal. Precedentes. 3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O recurso especial interposto com espeque na alínea "a" e "c" do inciso III do art. 105 da Carta Magna, 
requer a indicação precisa e correta do dispositivo de lei federal tido por violado e objeto de divergência 
pretoriana que guarde correlação com a matéria objeto de análise no apelo nobre, importando referida 
ausência em deficiência na fundamentação do reclamo nobre. Incidência, mutatis mutandis, da Súmula n.º 
284/STF. 4. Na espécie, os agravantes a despeito da interposição do reclamo especial para 
reconhecimento de supressão de instância ante o recebimento da denúncia diretamente pelo Tribunal 
Regional Federal da 2ª Região a teor do disposto na Súmula n.º 709/STF, trouxeram como supostamente 
violados e objeto de divergência jurisprudencial os artigos 43 -atual artigo 395 -e 516, ambos do Código de 
Processo Penal que, por sua vez, tratam das hipóteses de rejeição da denúncia, não guardando, pois, 
correlação jurídica com o pedido formulado no apelo nobre. 5. A indicação de Súmula como objeto de 
divergência pretoriana não dispensa o Recorrente de apontar, nas razões de seu recurso especial, o 
dispositivo infraconstitucional objeto de interpretação divergente, já que o apelo nobre tem por objetivo a 
pacificação da jurisprudência da legislação federal. 6. Agravos regimentais a que se nega provimento. 
(STJ. AgRg no REsp 942.957/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, j. 19/04/2012, DJe 27/04/2012) 
 
PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CÂMARA 
FORMADA MAJORITARIAMENTE POR JUÍZES DE PRIMEIRO GRAU CONVOCADOS. VIOLAÇÃO AO 
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. INOCORRÊNCIA. REPERCUSSÃO GERAL. RE Nº 597.133/RS. 
CRIME AMBIENTAL PRATICADO EM FOZ DO RIO AMAZONAS. RIO TRANSNACIONAL. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. 
O Supremo Tribunal Federal, nos autos do RE 597.133 /RS, de relatoria do Min. Ricardo Lewandowski, 
Dje de 05/04/2011, julgado sob o regime de repercussão geral, decidiu que não viola o postulado 
constitucional do juiz natural o julgamento de recurso por órgãos fracionários de tribunais compostos 
majoritariamente por juízes convocados. 2. Cabe à Justiça Federal o julgamento de crime ambiental 
praticado no Rio Amazonas, pois se cuida de Rio interestadual e internacional, afetando, assim, os 
interesses da união. 3. Recurso ordinário a que se nega provimento. (STJ. RMS 26.721/DF, Rel. Min. 
Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, j. 12/04/2012, DJe 25/04/2012) 
 
PENAL E PROCESSUAL. CRIME AMBIENTAL. PESCA EM LOCAL PROIBIDO. PROXIMIDADES DE 
ILHA OCEÂNICA. BEM DE PROPRIEDADE DA UNIÃO. RESERVA ECOLÓGICA CRIADA POR 
DECRETO FEDERAL. INTERESSE DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. INÉPCIA DA 
DENÚNCIA. NEGATIVA DE AUTORIA. MATÉRIA DE PROVA. DILAÇÃO. HABEAS CORPUS. 
IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. DESCRIÇÃO SUFICIENTE. DIREITO DE DEFESA ASSEGURADO. 
ORDEM DENEGADA. 1. Segundo o entendimento da Terceira Seção deste Tribunal, os crimes 
ambientais, em regra, são da competência da Justiça Comum Estadual, a não ser que, como na espécie, 
haja interesse da União, pois os fatos se deram nas proximidades de ilha oceânica, bem de sua 
propriedade (art. 20 da Constituição Federal), em Reserva Ecológica Marítima, assim criada por Decreto 
Federal, o que justifica a competência da Justiça Federal. 2. A alegação de que a denúncia é inepta 
porque não é o recorrente autor dos fatos, por não se encontrar no local da pesca proibida, não pode ser 
aferida na via angusta do habeas corpus, pois demanda dilação probatória a ser realizada na instrução, 
sob o crivo do contraditório. 3. Increpação que arrima-se em fiscalização do IBAMA, onde demonstrados 
indícios de autoria. 4. Peça devidamente redigida, nos termos do art. 41 do Código de Processo Penal, 
possibilitando o direito de defesa. Inépcia inexistente. 5. Recurso não provido. (STJ. RHC 24.338/AP, Rel. 
Min. Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, j. 18/10/2011, DJe 03/11/2011) 
 
 
Redução a condição análoga à de escravo: JUSTIÇA FEDERAL 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE REDUÇÃO A CONDIÇÃO 
ANÁLOGA À DE ESCRAVO. ART. 149 DO CÓDIGO PENAL. RESTRIÇÃO À LIBERDADE DO 
TRABALHADOR NÃO É CONDIÇÃO ÚNICA DE SUBSUNÇÃO TÍPICA. TRATAMENTO SUBUMANO 
AO TRABALHADOR. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Para configurar o delito do art. 149 do 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Código Penal não é imprescindível a restrição à liberdade de locomoção dos trabalhadores, a tanto 
também se admitindo a sujeição a condições degradantes, subumanas. 2. Tendo a denúncia imputado a 
submissão dos empregados a condições degradantes de trabalho (falta de garantias mínimas de saúde, 
segurança, higiene e alimentação), tem-se acusação por crime de redução a condição análoga à de 
escravo, de competência da jurisdição federal. (STJ. CC 127.937/GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Terceira 
Seção, j. 28/05/2014, DJe 06/06/2014) 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
FEDERAL. CRIMES DE REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO, DE EXPOSIÇÃO DA 
VIDA E SAÚDE DESTES TRABALHADORES A PERIGO, DE FRUSTRAÇÃO DE DIREITOS 
TRABALHISTAS E OMISSÃO DE DADOS NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL. 
SUPOSTOS CRIMES CONEXOS. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA PARTE, 
PROVIDO. 1. O recurso extraordinário interposto pelo Ministério Público Federal abrange a questão da 
competência da justiça federal para os crimes de redução de trabalhadores à condição análoga à 
de escravo, de exposição da vida e saúde dos referidos trabalhadores a perigo, da frustração de seus 
direitos trabalhistas e de omissão de dados nas suas carteiras de trabalho e previdência social, e outros 
crimes supostamente conexos. 2. Relativamente aos pressupostos de admissibilidade do extraordinário, 
na parte referente à alegada competência da justiça federal para conhecer e julgar os crimes 
supostamente conexos às infrações de interesse da União, bem como o crime contra a Previdência Social 
(CP, art. 337-A), as questões suscitadas pelo recorrente demandariam o exame da normativa 
infraconstitucional (CPP, arts. 76, 78 e 79; CP, art. 337-A). 3. Desse modo, não há possibilidade de 
conhecimento de parte do recurso extraordinário interposto devido à natureza infraconstitucional das 
questões. 4. O acórdão recorrido manteve a decisão do juiz federal que declarou a incompetência da 
justiça federal para processar e julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo, o crime de 
frustração de direito assegurado por lei trabalhista, o crime de omissão de dados da Carteira de Trabalho e 
Previdência Social e o crime de exposição da vida e saúde de trabalhadores a perigo. No caso, entendeu-
se que não se trata de crimes contra a organização do trabalho, mas contra determinados trabalhadores, o 
que não atrai a competência da Justiça federal. 5. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento 
do RE 398.041 (rel. Min. Joaquim Barbosa, sessão de 30.11.2006), fixou a competência da Justiça federal 
para julgar os crimes de redução à condição análoga à de escravo, por entender "que quaisquer condutas 
que violem não só o sistema de órgãos e instituições que preservam, coletivamente, os direitos e deveres 
dos trabalhadores, mas também o homem trabalhador, atingindo-o nas esferas em que a Constituição lhe 
confere proteção máxima, enquadram-se na categoria dos crimes contra a organização do trabalho, se 
praticadas no contexto de relações de trabalho" (Informativo no 450). 6. As condutas atribuídas aos 
recorridos, em tese, violam bens jurídicos que extrapolam os limites da liberdade individual e da saúde dos 
trabalhadores reduzidos à condição análoga à de escravos, malferindo o princípio da dignidade da pessoa 
humana e da liberdade do trabalho. Entre os precedentes nesse sentido, refiro-me ao RE 480.138/RR, rel. 
Min. Gilmar Mendes, DJ 24.04.2008; RE 508.717/PA, rel. Min. Cármen Lúcia, DJ 11.04.2007. 7. Recurso 
extraordinário parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. (STF. RE 541627/PA, Rel. Min. Ellen 
Gracie, Segunda Turma, j. 14/10/2008, public. 21/11/2008) 
 
CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. PENAL. REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE 
ESCRAVO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA E AO SISTEMA PROTETIVO DE 
ORGANIZAÇÃO AO TRABALHO. ART. 109, V-A E VI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA 
DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. O delito de redução a condição análoga à de escravo está inserido nos crimes 
contra a liberdade pessoal. Contudo, o ilícito não suprime somente o bem jurídico numa perspectiva 
individual. 2. A conduta ilícita atinge frontalmente o princípio da dignidade da pessoa humana, violando 
valores basilares ao homem, e ofende todo um sistema de organização do trabalho, bem como as 
instituições e órgãos que lhe asseguram, que buscam estender o alcance do direito ao labor a todos os 
trabalhadores, inexistindo, pois, viés de afetação particularizada, mas sim, verdadeiro empreendimento de 
depauperação humana. Artigo 109, V-A e VI, da Constituição Federal. 3. Conflito conhecido para declarar 
competente o Juízo Federal da 11. ª Vara Criminal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais/MG, 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ora suscitante. (STJ. CC 113428 /MG 2010/0140082-7, Min. Maria Thereza de Assis Moura, Terceira 
Seção, DJe 01/02/2011) 
 
 
Competência para processar e julgar crime envolvendo Junta Comercial: Justiça Estadual 
 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.JUSTIÇA FEDERAL E JUSTIÇA ESTADUAL. CRIME 
FALSIDADE IDEOLÓGICA CONTRA JUNTA COMERCIAL. INEXISTÊNCIA DE LESÃO DIRETA A 
BENS, INTERESSES OU SERVIÇOS DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. As 
juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da unidade federativa de sua jurisdição 
e, tecnicamente, ao Departamento Nacional de Registro do Comércio, conforme termos da Lei n. 
8.934/1994. 2. Para se firmar a competência para processamento de demandas que envolvem a junta 
comercial de um estado é necessário verificar a existência de ofensa direta a bens, serviços ou interesses 
da União, conforme art. 109, IV, da Constituição Federal, o que não ocorreu neste caso. 3. Conflito 
conhecido para declarar competente o JUÍZO DE DIREITO DO DEPARTAMENTO DE INQUÉRITOS 
POLICIAIS E POLÍCIA JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO/DIPO-3, o suscitado. (STJ. CC 130516/SP, Rel. Min. 
Rogerio Schietti Cruz, Terceira Seção, j. 26/02/2014, DJe 05/03/2014) 
 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CRIME DE FALSIDADE IDEOLÓGICA. INSERÇÃO 
INDEVIDA DO NOME DE TERCEIRO NO CONTRATO SOCIAL DE PESSOA JURÍDICA. ATIVIDADE 
FEDERAL DA JUNTA COMERCIAL NÃO AFETADA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. As 
Juntas Comerciais exercem atividades de natureza federal, porquanto, embora sejam administrativamente 
subordinadas ao governo da unidade federativa em que se encontram localizadas, estão tecnicamente 
vinculadas ao Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão federal integrante do Ministério da 
Indústria e do Comércio, conforme preceitua o art. 6º da Lei nº 8.934/1994. 2. Constatada a ausência de 
ofensa direta a bens, serviços ou interesses da União, tendo em vista que o suposto delito de falsidade 
ideológica foi cometido contra particular e com a finalidade de fraudar eventuais credores da sociedade 
empresária, não havendo qualquer relação com a lisura dos serviços prestados pela Junta Comercial do 
Estado da Bahia, a competência para processar e julgar o feito é da Justiça Estadual. 3. Conflito 
conhecido para declarar a competência do Juízo de Direito da 2ª Vara Criminal de Salvador/BA, o 
suscitado. (STJ. CC 119576/BA, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Seção, j. 09/05/2012, DJe 
21/06/2012) 
 
 
 
 
Competência para processar e julgar crime de falsidade ideológica de registro de animais 
domésticos 
 
O serviço de registro genealógico de animais domésticos é atribuição de órgão federal, que exerce 
controle direto sobre a atividade. Por essa razão, ainda que uma fraude tenha ocorrido no âmbito privado, 
o caso deve ser julgado pela Justiça Federal. 
A decisão é da 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, que reconheceu a competência da 4ª Vara 
Especializada em Crimes contra o Sistema Financeiro e Lavagem de Valores, de Minas Gerais, para 
processar e julgar o crime de falsidade ideológica de registros de animais domésticos e outros ilícitos 
conexos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Delegado de Polícia Civil 2015 
Direito Processual Penal 
Ana Cristina Mendonça 
 
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Por maioria, o colegiado concluiu que condutas perpetradas na Associação Brasileira dos Criadores do 
Cavalo Mangalarga Marchador (Abccmm) causaram efetivo dano a serviço da União. 
“O registro genealógico de animais domésticos é regido pela Lei 4.716/65, regulamentada pelo Decreto 
8.236/14. Combinando o disposto no artigo 2º da mencionada lei com o artigo 2º da norma 
regulamentadora, fica patente que é da atribuição do Ministério da Agricultura, órgão da União, o serviço 
de registro, podendo delegá-lo a entidades privadas”, escreveu o ministro Sebastião Reis Junior, relator. 
Segue decisão da egrégia Terceira Seção: 
“A Terceira Seção, por maioria, conheceu do conflito e declarou competente o Suscitante, Juízo Federal 
da 4ª Vara Especialzada em Crimes Contra o Sistema Financeiro e Lavagem de Valores -SJ/MG, nos 
termos do voto do Sr. Ministro Relator. Vencidos Srs. Ministros Nefi Cordeiro, Gurgel de Faria e Maria 
Thereza de Assis Moura, que conheceram do conflito e declaram competente o Suscitado, Juízo de Direto 
da2ª Var Criminal de Belo Horizonte -MG. Votaram vencidos Srs. Ministros Nefi Cordeiro, Gurgel de Faria 
eMaria Thereza de Assis Moura. 
Os Srs. Ministros Rogério Schietti Cruz, Newton Trisotto (Desembargador Convocado TJ/SC), Ericson 
Maranho (Desembargador convocado TJ/SP), Walter de Almeida Guilherme (Desembargador convocado 
TJ/SP) e Felix Fischer votarsm com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento Sr. Ministro Jorge Mussi” 
(STJ. C 12.71 /MG. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR. TERCEIRA SEÇÃO. Julgado: 26.11.2014)

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