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Simulado V - Padrao de Resposta(1)

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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
1 
SIMULADO V – XVI EXAME DE ORDEM 
 
André apresentou queixa-crime contra Marcelo pelo delito de dano 
qualificado pelo fato de ter causado prejuízo considerável para a vítima, nos 
termos do art. 163, parágrafo único, IV, do Código Penal. Informou a inicial 
acusatória que no dia 10 de agosto de 2014, por volta das 11 horas da manhã, 
Marcelo, com a intenção de danificar o patrimônio de André, quebrou todo o carro 
deste, causando-lhe um enorme prejuízo. O Juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca 
de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul recebeu a inicial 
acusatória, vez que, no entendimento do magistrado, esta cumpriu todos os 
requisitos previstos no artigo 41 do Código de Processo Penal. Citado para 
oferecer resposta à acusação, não constituiu advogado, razão pela qual foi 
nomeado o defensor público da vara para realizar a referida resposta. Foi 
designada audiência de instrução e julgamento. Na referida, apesar de 
devidamente intimados, querelante e seu patrono não compareceram, nem 
informaram o motivo da ausência. Assim, diante da situação, presente o 
querelado, o juiz procedeu com o seu interrogatório e, ao término da instrução 
probatória, apesar de não existir prova para a condenação do agente, já que não 
houve prova testemunhal, nem sequer prova da existência do fato, julgou a 
queixa-crime procedente contra Marcelo, condenando-o a uma pena de 01 ano e 
03 meses de detenção, substituindo a pena privativa de liberdade pela restritiva 
de direitos, uma vez que presentes os requisitos constantes no art. 44 do Código 
Penal. Inconformado, Marcelo procura você como advogado no intuito de atuar 
no referido processo. Atento ao caso narrado e levando em conta tão somente as 
informações contidas no texto, elabore o recurso cabível. (Valor: 5,0) 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
Endereçamento correto (Valor: 0,25) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE PORTO ALEGRE CAPITAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
Processo número: 
 
- Endereçamento correto da peça de interposição e indicação do artigo 593, I do 
Código de Processo Penal. (Valor 0,25) 
- Estrutura correta (divisão das partes, indicação de local, data, assinatura) (Valor: 
0,25) 
 
Marcelo, já qualificado nos autos do processo que lhe move o querelante, 
às fls.__, por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável 
sentença condenatória, conforme fls.__, interpor tempestivamente a presente 
APELAÇÃO 
com fundamento no artigo 593, I do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
2 
Requer que, após o recebimento desta, com as razões inclusas, ouvida 
a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão 
processados e provido o presente recurso. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, data. 
Advogado, OAB 
 
 
Endereçamento correto das Razões do Recurso (Valor 0,25) 
 
RAZÕES DA APELAÇÃO 
RECORRENTE: 
RECORRIDO: 
PROCESSO NÚMERO: 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
COLENDA CÂMARA 
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES 
 
Exposição dos Fatos (Valor: 0,25) 
 
1. Dos Fatos 
 
Marcelo está sendo acusado por ter supostamente cometido o crime 
previsto no art. 163, parágrafo único, inciso IV do Código Penal, pois teria depredado o 
carro do querelante, causando-lhe um enorme prejuízo. 
O juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Porto Alegre, Rio Grande do 
Sul, recebeu a queixa-crime e mandou citar o réu para responder por escrito as 
acusações, as quais foram realizadas por defensor público atuante na vara. 
Designada audiência de instrução e julgamento, querelante e advogado 
não compareceram, razão pela qual o juiz procedeu com o seu interrogatório e, ao 
término da instrução probatória, apesar de não existir prova para a condenação do 
agente, já que não houve prova testemunhal, nem sequer prova da existência do fato, 
julgou a queixa-crime procedente contra Marcelo, condenando-o a uma pena de 01 ano 
e 03 meses de detenção, substituindo-a por restritiva de direitos. 
 
Preliminares (Valor: 1,0) 
- Indicação da preliminar de causa extintiva de punibilidade pela perempção com 
fundamento no art. 107, IV do Código Penal em combinação com o art. 60, III do 
Código de Processo Penal. (Valor: 0,7) 
- Indicação da preliminar de ausência de justa causa para o exercício da ação, com 
fundamento no artigo 395, III do Código de Processo Penal. (Valor: 0,3) 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
3 
2. Das Preliminares 
 
Preliminarmente, cumpre destacar a ocorrência manifesta de causa 
extintiva de punibilidade em virtude da perempção, com fundamento no art. 107, IV do 
código Penal em combinação com o art. 60, III do Código de Processo Penal. 
Ainda em sede de preliminar, não há que se falar justa causa para o 
exercício da ação penal, razão pela qual a denúncia sequer deveria ter sido recebida, 
nos termos do artigo 395, III do Código de Processo Penal. 
 
Mérito (Valor: 1,65) 
- Desenvolvimento fundamentado da inexistência de justa causa para o exercício 
da ação, pois não há prova da existência do fato. (Valor: 0,8) 
- Desenvolvimento fundamento acerca da ocorrência da perempção, instituto que 
extingue a punibilidade do agente. (Valor: 0,6) 
- Desenvolvimento acerca da possibilidade de aplicação de pena mínima e, com 
isso, os demais benefícios possíveis, como a suspensão condicional do 
processo. (Valor: 0,25) 
 
3. Do Mérito 
 
Cumpre esclarecer ao douto julgador a ausência manifesta de justa 
causa para o exercício da ação penal. Conforme ensinamento pela melhor doutrina, 
para a configuração da justa causa são necessários dois requisitos: prova da 
materialidade do fato e indícios suficientes de autoria. 
Prova é a certeza inequívoca da ocorrência do delito. Já os indícios se 
configuram como indicativos de que o acusado tenha efetivamente participado da 
empreitada criminosa, seja como autor ou partícipe. 
No caso concreto, restou claro não existir prova da materialidade do fato 
nem indícios suficientes de autoria. Conforme noticiam os autos, não há qualquer 
depoimento testemunhal ou outro tipo de prova que leve a demonstrar ter o acusado 
praticado a conduta. 
Além disso, é imperioso destacar a ocorrência de causa extintiva de 
punibilidade em face do instituto da perempção, conforme previsão no art. 107, IV do 
Código Penal em combinação com o art. 60 do Código de Processo Penal e ocorre 
quando o querelante, por desídia, não demonstra interesse em dar prosseguimento à 
ação penal. 
Ressalte-se que este instituto só é aplicável apenas às ações penais de 
iniciativa privada, sejam as propriamente ditas, sejam as personalíssimas, não se 
aplicando, todavia, às ações privadas subsidiárias da pública. O juiz, ao considerar as 
hipóteses previstas no art. 60 do Código de Processo Penal, reconhece a perempção 
como forma de sanção, penalidade ao querelante em virtude de sua inércia. 
Analisando o caso concreto, verifica-se que o querelante, apesar de 
devidamente intimado juntamente com o seu patrono, não compareceu à audiência de 
instrução e julgamento, nem justificou o motivo de sua ausência, razão pela qual deveria 
onobre julgador ter julgado extinta a punibilidade do agente, conforme preceitua o art. 
60, III do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
4 
Cumpre esclarecer ainda, por gosto à lide e amor ao debate, que em 
sendo a conduta do agente não amparada pela extinção de punibilidade, que não se 
espera, requer-se, de pronto, a aplicação do instituto da suspensão condicional do 
processo, conforme previsão no art. 89 da lei 9.099/95, uma vez que a pena cominada 
abstratamente prevista ao dano qualificado é de seis meses, sendo possível o 
preenchimento deste requisito. 
Além disso, entendendo o Tribunal pela manutenção da condenação, é 
possível, ainda, douto julgadores, a aplicação da pena mínima cominada ao delito e o 
ajuste da substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. 
 
Pedidos (Valor: 1,0) 
- Pedido de absolvição, com indicação do artigo 386, incisos II, do Código de 
Processo Penal, em virtude de não haver prova da existência do fato. (Valor: 0,5). 
- Pedido de extinção de punibilidade em virtude da ocorrência da perempção. 
(Valor: 0,2) 
- Pedido de suspensão condicional do processo, conforme previsão no art. 89 da 
Lei 9.099/95 (Valor: 0,1) 
- Pedido de aplicação da pena mínima prevista abstratamente ao crime. (Valor: 
0,1) 
- Pedido de que entendendo o Tribunal pela manutenção da condenação, que seja 
mantida a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direito 
originariamente sentenciada. (Valor: 0,1) 
 
4. Dos Pedidos 
 
Diante de todo exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição do 
réu, com fundamento no artigo 386, incisos II do Código de Processo Penal, visto não 
haver prova da existência do fato. 
Apenas por cautela, não sendo acolhido o pedido de absolvição, o que 
não se espera, requer-se ao douto julgador seja decretada a extinção da punibilidade 
do agente em virtude da ocorrência da perempção, conforme previsão no art. 107, IV do 
Código Penal em combinação com o art. 60, III do Código de Processo Penal. 
Requer-se ainda, a título de pedidos residuais, a suspensão condicional 
do processo, com fundamento no art. 89 da Lei 9.099/95, bem como a aplicação da 
pena mínima abstratamente prevista ao delito. 
Por fim, estabelecida a pena mínima, por ser está inferior a 01 ano, a 
substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos realizadas pelo 
douro magistrado deverá ser ajustada, uma vez que a substituição será por uma pena 
restritiva de direitos ou uma pena de multa, conforme previsão no parágrafo 2º do art. 
44 do Código Penal. 
 
Indicação correta da Comarca, Estado, Data (Valor: 0,1). 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
5 
Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, data. 
Advogado, OAB 
 
01. Filipe, residente na Cidade de Alfa, pegou o seu passaporte falsificado e 
resolveu viajar para a Cidade Delta, com o intuito de chegar ao Paraguai. Passou 
pela Cidade Gama e Beta, mas ao chegar na Cidade Ômega foi parado pela Polícia 
Rodoviária Federal. Filipe se identificou ao policial usando o documento 
falsificado, mas a autoridade policial, diante da vasta experiência profissional, 
percebeu a fraude, ainda que a falsificação do documento não fosse grosseira e 
tivesse a possibilidade de iludir o homem médio, capturando em flagrante delito, 
conduzindo-o à Delegacia de Polícia competente. Após todas as formalidades 
legais, o agente pagou fiança e foi posto em liberdade. O representante do 
Ministério Público, de posse de todos os documentos hábeis, denunciou o agente 
pela prática do crime tipificado no art. 304 do Código Penal, qual seja, uso de 
documento falso. Com base apenas nas informações prestadas acima, responda: 
a) Qual a órgão jurisdicional competente para o processamento e julgamento do 
feito, já que é incerto o local da contrafação efetuada em passaporte? (Valor: 0,85). 
b) Qual o momento consumativo do delito em análise? (Valor: 0,4). 
Justifique todas as suas respostas. 
A mera citação do dispositivo legal não confere a pontuação. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
a) O órgão jurisdicional competente para o processamento e julgamento do crime 
cometido por Filipe é a Justiça Federal da Cidade Ômega, nos termos da Súmula 200 
do Superior Tribunal de Justiça. 
Isso porque, o Juízo Federal é o competente para processar e julgar acusado de 
crime de uso de passaporte falso, tendo em vista que este delito é praticado em 
detrimento do controle de fronteiras, serviço este pertencente à União, nos termos do 
artigo 21, XXII da Constituição Federal. 
Ademais, estabelece o artigo 109, IV da Constituição Federal que, compete à 
Justiça Federal processar e julgar infrações penais praticadas em detrimento de 
serviços da União, razão pela qual, o órgão competente para o processamento e 
julgamento do crime de uso de documento falso, sendo este passaporte, é da Justiça 
Federal. 
Ainda nos termos da referida súmula, a cidade competente para a apreciação do 
feito é o local onde o delito de uso de documento falso, sendo este passaporte, se 
consumou, razão pela qual, compete à Cidade de Ômega. 
 
b) O crime de uso de documento falso, previsto no art. 304 do Código Penal, é crime 
formal de mera conduta, que se consuma com o simples uso, classificando-se ainda 
como crime instantâneo. 
Assim, o lugar do crime, elemento fundamental para a fixação do foro 
competente para o seu processo e julgamento, é o local da apresentação do documento 
falsificado onde ele deve produzir os seus efeitos. 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
6 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 1 
QUESITO AVALIADO 
A) Justiça Federal (0,30) / Cidade Ômega (0,30) / Súmula 200 do STJ (0,15) / Art. 
109, IV da CF (0,10) 
B) Crime formal (0,2) / Consumação com o simples uso (0,1) / Crime instantâneo 
(0,1) 
 
 
02. Marcelo realizou uma compra no valor de R$ 1.000,00 (mil reais) no 
Supermercado Mais Barato. Ao chegar ao caixa do estabelecimento, entregou à 
atendente um cheque subtraído de seu colega de trabalho, Álvaro, apresentando-
se como titular da conta corrente, preenchendo a cártula e falsificando a 
assinatura de Álvaro. O atendente, seguindo o procedimento de rotina, chamou o 
supervisor para liberação do cheque. Neste momento, Marcelo deixou o 
supermercado correndo, sem levar nada do que havia comprado, pois presumiu 
que a sua ação havia sido descoberta. Ao chegar ao estacionamento do 
estabelecimento, foi pego pelo segurança da localidade, conduzindo-o à 
autoridade policial competente. 
Com base nas informações fornecidas acima, pergunta-se: 
a) Qual(is) crime(s) praticado(s) por Marcelo? (Valor: 0,45). 
b) Marcelo pode ser autuado em flagrante delito? (Valor: 0,40). 
c) Caso Marcelo venha a ser autuado em flagrante delito, na qualidade de 
advogado, qual medida privativa de advogado, pode ser adotada em favor de 
Marcelo? (Valor: 0,40). 
Justifique todas as suas respostas. 
A mera citação do dispositivo legal não confere a pontuação. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
a) Marcelo praticou o crime de estelionato, na modalidade tentada, com base no artigo 
171, caput c/c 14, II, ambos do Código Penal Brasileiro. 
 Isso porque, Marcelo tentou obter vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo 
e mantendo o caixa e o gerenteem erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio 
fraudulento, caracterizando o crime de estelionato, tipificado ao teor do artigo 171 do 
Código Penal. 
 Todavia, não conseguiu concluir sua conduta criminosa, por circunstâncias 
alheias a sua vontade, o que configura a modalidade tentada do delito, nos moldes do 
artigo 14, II do Código Penal, pois presumiu que o caixa e o gerente haviam descoberto 
sua ação criminosa. 
 
b) Marcelo pode sim ser preso em flagrante, tendo em vista que o segurança do 
Supermercado Mais Barato o deteve quando acabara de tentar cometer a infração, nos 
termos do artigo 302, II do Código de Processo Penal. 
O flagrante próprio, previsto nos incisos I e II do art. 302 do Código de Processo 
Penal ocorre quando alguém está cometendo, praticando ou desempenhando o delito e 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
7 
é preso em flagrante ou ocorre quando o sujeito acaba de cometer a conduta delituosa, 
estando no mesmo local, nas mesmas circunstâncias indicativas da prática do delito. 
Assim, está em flagrante próprio ou real quem está cometendo a infração ou 
quem acabou de cometer a infração. 
c) Por ser o flagrante legal e não ser hipótese de decretação de fiança por parte do 
Delegado de Polícia, na qualidade de advogado de Marcelo, a medida a ser adotada 
em seu favor é a liberdade provisória, nos termos do artigo 5º, inciso LXVI da 
Constituição Federal e artigos 310, III e 321, ambos do Código de Processo Penal. 
 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 2 
QUESITO AVALIADO 
A) Tentativa de Estelionato OU Estelionato na modalidade tentada (0,35) / Art. 
171, caput do CP (0,05) / Art. 14, II do CP (0,05) 
B) Sim, Marcelo pode ser preso em flagrante (0,35) / Art. 302, II do CP (0,05) 
C) Liberdade Provisória (0,25) / Legalidade da prisão em flagrante (0,1) / Art. 5º, 
LXVI OU Art. 310, III c/c 321 do CPP (0,05) 
 
03. Lucas, vendedor de roupas e sapatos da Loja Roupas e Confecções LTDA, ao 
passar próximo ao estoque, percebeu que havia ali um incêndio de grandes 
proporções. Nesse momento, correu em direção à porta do estabelecimento que, 
por ser estreita, estava totalmente obstruída por Daniel, cliente que escolhia 
roupas neste setor. Desconhecendo o incêndio e achando que estava sofrendo 
uma agressão, Daniel reagiu empurrando Lucas, que lhe desferiu um soco. Tanto 
os empurrões de Daniel em Lucas, quanto o soco desferido por Lucas em Daniel 
resultaram em lesões corporais de natureza leve. Com base apenas nas 
informações fornecidas acima, responda: 
a) Lucas responderá pela prática de algum crime? Caso positivo, qual(is)? Caso 
negativo, aponte a(s) consequência(s) jurídica(s). (Valor: 0,60). 
b) Daniel incorreu em algum crime? Caso positivo, qual(is)? Caso negativo, 
aponte a(s) consequência(s) jurídica(s). (Valor: 0,65). 
Justifique todas as suas respostas. 
A mera citação do dispositivo legal não confere a pontuação. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
a) Lucas não responderá por crime algum, tendo em vista que sua conduta se amolda 
ao instituto do estado de necessidade, causa de exclusão da ilicitude, e 
consequentemente, produz a exclusão do crime. 
O estado de necessidade é um instituto com previsão legal nos artigos 23, I e 
24, ambos do Código Penal Brasileiro e está caracterizado quando o sujeito pratica o 
fato com o intuito de salvar direito próprio ou alheio, de perigo atual, desde que não 
tenha provocado e nem podia de outro modo evitar o perigo. E mais, tem que ser 
inexigível o sacrifício do interesse ameaçado, bem como inevitável. 
No caso apresentado, ficou claramente demonstrado a existência do perigo 
atual. Isso porque Lucas, ao passar próximo ao setor de estoque, percebeu que ali 
existia um incêndio de grandes proporções. Logo, o perigo era concreto, presente, atual. 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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Destacando-se que, o texto legal não exige a obrigatoriedade do bem jurídico exposto 
a perigo ser atingido. 
A ameaça a direito próprio ou alheio também resta caracterizada, pois Lucas 
agiu para salvar bem jurídico próprio. Ademais, a situação de perigo (incêndio) não foi 
ocasionada voluntariamente por ele, inexistindo, portanto, outro mecanismo para a 
defesa do perigo atual. 
Apenas a título de informação adicional, o Código Penal brasileiro para fins de 
reconhecimento do estado de necessidade segue a Teoria Monista, também chamada 
de teoria Unitária, que estabelece que o estado de necessidade é justificante, ou seja, 
em sendo caracterizado, sempre eliminará a ilicitude. 
 
b) Daniel incorreu em legítima defesa putativa que ocorre quando o sujeito, por equívoco 
na interpretação da realidade, imagina erroneamente estar submetido a uma situação 
de perigo, onde seria possível a ele se utilizar do instituto da legítima defesa. 
Trata-se de descriminante putativa baseada em legítima defesa. 
A descriminante putativa, prevista no artigo 20, §1º do Código Penal Brasileiro, 
se dá quando o agente equivoca-se quanto a interpretação da realidade dos fatos e se 
supõe em uma situação que lhe seria plausível atuar, acreditando estar acobertado por 
uma das excludentes de ilicitude previstas no artigo 23 do referido Diploma Legal. 
Como consequência jurídica, caso a descriminante putativa seja inevitável, tem-
se a isenção de pena, excluindo a culpabilidade e, consequentemente o crime. Caso 
seja evitável, elimina o dolo da conduta praticada, mas permite a responsabilização 
culposa do sujeito, desde que haja previsão da modalidade culposa para o crime 
praticado. 
No caso em apreço, demonstrado estar que a conduta praticada por Daniel foi 
inevitável, razão pela qual terá como consequência jurídica, a isenção de pena, e 
consequentemente, a exclusão do crime. 
 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 03 
QUESITO AVALIADO 
A) Lucas não praticou nenhum crime OU Lucas não incorreu em crime OU Lucas 
não pode ser responsabilizado criminalmente (0,15) / Estado de Necessidade 
(0,2) / Art. 23, I do CP OU Art. 24 do CP (0,05) / Excludente de ilicitude (0,2) 
B) Daniel não praticou nenhum crime OU Daniel não incorreu em crime OU 
Daniel não pode ser responsabilizado criminalmente (0,15) / Legitima Defesa 
Putativa OU Descriminante Putativa baseada em Legítima Defesa (0,25) / Art. 20, 
§1º do CP (0,05) / Isenção de Pena (0,2) 
 
 
04. Diego teve denúncia julgada procedente para condená-lo à pena de 09 (nove) 
anos de reclusão pela prática de roubo majorado pelo emprego de arma, nos 
termos do art. 157, §2º, I do CP. Ocorre que, o julgador, ao proferir sentença 
condenatória, não levou em consideração a confissão do agente na audiência de 
instrução e julgamento, não se manifestando acerca da atenuante genérica 
prevista no art. 65 do CP. Diante da situação hipotética apresentada, intimado da 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
9 
sentença condenatória, como advogado de Diego, caberia a alegação de alguma 
medida no intuito de sanar a omissão do magistrado? (Valor: 1,25) 
Justifique a sua resposta. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
Como advogado de Diego, no intuito de sanar omissão do magistrado, da 
decisão é cabível o intento dos Embargos de Declaração, com fundamento no art. 382 
do Código de Processo Penal, com prazo de 02 dias a contar da intimação da sentença. 
Analisando o caso concreto apresentado, como o magistrado, ao proferir 
sentença condenatória, nada informou acercada atenuante genérica de confissão, 
mesmo tendo o agente confessa na audiência de instrução e julgamento, no intuito de 
sanar tal omissão da decisão proferida, caberão Embargos de Declaração interposto ao 
próprio juiz da decisão, no prazo de 02 dias. 
 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 04 
QUESITO AVALIADO 
Cabimento de Embargos de Declaração para sanar a omissão (1,0) / prazo de 02 
dias a contar da intimação da sentença (0,25)

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