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Aula 03 - COISA JULGADA

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PROCESSO DE CONHECIMENTO II – Prof. Francis Vanine de Andrade Reis
AULA 3
COISA JULGADA
CONCEITO: definição legal – art. 467 do CPC c/c art. 6º, caput, e §3º, da LINDB. Esgotamento dos recursos e prazos (efeito preclusivo= trânsito em julgado). LIEBMAN: imutabilidade do comando emergente da sentença (qualidade = atinge os efeitos, gerando exigibilidade, ou seja, executividade). CÂMARA: imutabilidade da sentença (coisa julgada formal) e de seu conteúdo (coisa julgada material), quando não mais cabível qualquer recurso; ELPÍDIO: criação de norma individual para o caso concreto (“lei entre as partes”).
OBS: coisa julgada e decisão interlocutória: Como os arts. 471 e 473 falam em questões já decididas, há coisa julgada sobre elas. Exemplo: afastamento de preliminares – em sentido contrário, Elpídio Donizetti defende a possibilidade de revisão de ofício por parte do tribunal de questões decididas em decisões interlocutórias� (267, §3º, CPC).
Coisa julgada parcial: capítulo de sentença – não admitida (S. 401, STJ) – em sentido contrário, HTJ defende a possibilidade, desde que os capítulos sejam independentes.
FUNDAMENTOS DO INSTITUTO: segurança jurídica e harmonização dos julgados.
ESPÉCIES: 
Coisa Julgada Formal: imutabilidade do comando judicial pelo esgotamento dos recursos; alcance limitado ao processo na qual ocorreu (é questão meramente processual, não impede a discussão em novo processo – endoprocessual - preclusão). Sentenças terminativas (sem julgamento do mérito – 267, CPC); pressuposto lógico da CJM. Opera, assim, em todas as sentenças e decisões – não há modificação qualitativa na relação processual discutida no processo (Elpídio Donizetti).
Coisa Julgada Material: imutabilidade do conteúdo da decisão, para aquela situação específica (sentenças/decisões que envolvam o mérito, em cognição exauriente – 269, CPC), que fixa o conteúdo de uma relação jurídica. Logo, torna imutável o que foi determinado (comando declaratório, constitutivo, condenatório etc). Não atinge os efeitos (o que o conteúdo provoca no mundo fático), porque a situação para qual foi proferida a decisão pode mudar, ou pode ser modificada por acordo entre as partes. Ex: divórcio (pode ocorrer novo casamento); alimentos (pode a situação das partes mudar); guarda etc. Produz efeitos fora do processo – modifica qualitativamente a relação processual decidida (Elpídio Donizetti) – pressupõe a existência de coisa julgada formal.
Coisa Soberanamente Julgada ou Coisa Julgada Plena: após o prazo de 02 (dois) anos do trânsito em julgado da sentença (prazo da ação rescisória – 485, CPC) ou após o julgamento de improcedência na ação rescisória. CRÍTICA: art. 169 do NCCB. O direito de usar o procedimento especial de “ação rescisória” caduca em dois anos, mas a parte sempre poderá ajuizar pedido de declaração de nulidade.
NATUREZA JURÍDICA: situação jurídica. Passa a sentença transitada em julgado a criar uma nova situação para a relação jurídica decidida: não cabe mais discussão sobre ela (indiscutibilidade), de forma que não poderá receber nova tutela jurisdicional (imutabilidade). Não é efeito da sentença (como quer CHIOVENDA), nem qualidade dessa (como quer LIEBMAN) – sua proteção é direito fundamental do cidadão (5º, XXXVI, CF)�.
EFEITOS: 
a) impedimento de novo julgamento de mérito (exige-se que haja absoluta identidade de causas) – para Elpídio Donizetti, envolve impedimento de discussão sobre a questão decidida, mesmo que o pedido seja diferente – teoria da identidade da relação jurídica – não se aplica, aqui, portanto, a tríplice identidade (partes, pedido e causa de pedir) – efeito negativo� (267, V e §3º, CPC) - imutabilidade; 
b) exigibilidade do julgado (possibilidade de execução definitiva do julgado) – efeito positivo - vinculação das partes e do magistrado - indiscutibilidade.
EFICÁCIA PRECLUSIVA: art. 474 CPC. Preclusão = perda de uma faculdade processual. Ocorre na CJF. Envolve o que a doutrina chama de julgamento implícito (princípio da eventualidade), ou seja, são improcedentes todas as questões não alegadas pelas partes (deduzível�) – a regra só é aplicada se a nova fundamentação puder alterar o dispositivo já transitado em julgado e desde que vinculada à causa de pedir deduzida em juízo (Elpídio Donizetti). Ex: exceção de prescrição. Se não alegada até o trânsito em julgado, não pode ser alegada na execução da sentença (renúncia tácita – art. 191 NCCB – prescrição não superveniente – art. 475-L, VI, CPC).
OBS: nova causa de pedir: pode ser discutida em outra demanda – assim, o efeito preclusivo, para o autor, só aplicável à causa de pedir já alegada na demanda, apenas, porém, quanto ao aspecto fático e, mesmo assim, que por si só possa alterar o resultado da demanda (Marcus Vinícius Rios Gonçalves).
Pedidos: não formulados ou não apreciados – não atingidos pela eficácia preclusiva (HTJ).
LIMITES: art. 472 e 468, CPC – faz lei (obrigatoriedade) entre as partes, nos limites da lide e das questões decididas – não decidas (omitidas), portanto, não fazem coisa julgada, porque não há sentença implícita (Elpídio Donizetti).
Objetivos: o que transitou em julgado? A CJM atinge a causa de pedir remota, ou seja, a relação jurídica entre as partes, cujo conteúdo foi fixado na sentença, a causa de pedir próxima (o ato que é ilícito) e o pedido. Ex: 1) pedido de investigação de paternidade julgado procedente. Em outro processo, agora de alimentos, não pode o demandado, em sua defesa, negar sua condição de pai (causa de pedir remota). 2) pedido de declaração de relação jurídica – locação verbal. Em posterior pedido de despejo por falta de pagamento o locatário não pode alegar inexistência de locação, porque essa questão prejudicial já foi julgada. Só transita em julgado o que está contido no DISPOSTIVO (CONCLUSÃO) da sentença – transitam em julgados todas as questões nele decididas (HTJ)�. Não transita em julgado a motivação (porque nela nada se decide)�. E as questões prejudiciais? Se foram decididas (por exemplo, uma nulidade), não transitam em julgado, salvo se objeto de pretensão declaratória autônoma ou incidental� (outro processo em apenso) – art. 470.
OBS: contradições: como só o dispositivo transita em julgado é possível que haja contradições lógicas na sentença, mas não práticas.
NÃO FAZEM COISA JULGADA: a) motivos; b) verdade dos fatos; c) decisão de questão incidental ou prejudicial� (469, CPC – só fazem coisa julgada material se decididos em ação declaratória incidental) – EXCEÇÕES (atingidos pelos efeitos materiais da sentença, o que não impede sua rediscussão – Elpídio 
Donizetti): controle de constitucionalidade (processo objetivo – princípio da transcendência) e na assistência (55, CPC).
Subjetivos: só atinge as partes� (regra geral – princípios da ampla defesa e contraditório). Exceções: 
a) Substituição processual – legitimação extraordinária – ocorre a CJM tanto para o substituto (parte) quanto para o substituído (terceiro cujo interesse foi levado a juízo). Ex: MP que ajuíza investigação de paternidade; terceiro que adquire bem litigioso (42, §3º, CPC), sendo atingido pela coisa julgada do processo do alienante�. 
b) sucessão – o sucessor assume a posição do sucedido na relação jurídica. Ex: condenação da parte. Esta morre. CJM para os herdeiros ou o Espólio. 
c) questões de estado – fazem coisa julgada para todos – erga omnes – se presentes todos os litisconsortes - 47, caput CPC; 
d) solidariedade (274, CCB) – coisa julgada secundum eventum litis – só há vinculação dos credores que não participaram do processo se o resultado for favorável (matéria comum). 
OBS: Correção de inexatidões materiais ou de cálculos na sentença: cabimento, mesmo após o trânsito em julgado, por simples petição da parte ou por ato de ofício do juiz (463, I, CPC).
COISA JULGADA NOS PEDIDOS QUE CONTENHAM PRETENSÕES CONTINUATIVAS: art. 471. – prestações continuativas são aquelas que perduram no tempo. Ex: alimentos (15, L. 5.474/1968 e 1.699, CCB; 475-Q, §3º, doCPC – alimentos indenizativos), aluguéis; tributos (S. 239, STJ). Nesses casos, em que pese a CJF (não cabem mais recursos naquele processo) e CJM (imutabilidade do conteúdo fixado para a relação jurídica), se a situação MODIFICAR (fato/direito), cabe novo pedido (revisional�, exoneração). Cláusula rebus sic stantibus (teoria da imprevisão) na chamada sentença determinativa (HTJ) - na verdade, o que ocorre, é a modificação da causa de pedir.
COISA JULGADA NOS PEDIDOS COLETIVOS: criada para minizar o déficit democrático da teoria da legitimação adequada e por razões de economia processual - interesses metaindividuais (difusos e coletivos) e interesses individuais homogêneos. 
Ação Popular: regra geral, CJM erga omnes (18, L. 4.717/1965). Exceção: pedido julgado improcedente por falta de provas – só CJF – qualquer outro cidadão ou o mesmo que havia ajuizado o pedido anteriormente, se juntar novas provas, tem possibilidade de receber tutela jurisdicional. Assim, a CJM vai ocorrer conforme o resultado do processo (secundum eventum litis e secundum eventum probationis�).
OBS: Prova nova: suficiente para a procedência do pedido – não se exige expressa menção de improcedência por falta de provas, podendo tal conclusão ser extraída do contexto da decisão (Elpídio Donizetti).
Ação civil pública: regra geral, CJM erga omnes no limite territorial� do órgão prolator (16, L. 7.347/1985 e 2-A, L. 9.494/1997�). Exceção: pedido julgado improcedente por falta de provas. Assim, não há CJM fora dos limites de competência de onde a causa foi decidida. Para CÂMARA, fere o princípio da razoabilidade entre as leis (devido processo legal substancial).
CDC: estas disposições aplicam-se a todas as demandas coletivas
interesses difusos� – 103, I, CDC - PLANO COLETIVO: (voltada para os legitimados para ajuizar a ação coletiva) CJM erga omnes, regra geral, salvo pedido improcedente por insuficiência de provas; PLANO INDIVIDUAL: beneficia a todos (erga omnes secundum eventum litis in utilibus) e não prejudica as ações individuais.
OBS: Litispendência entre ação individual e coletiva: 104, CDC – ação coletiva não induz litispendência em face à individual, mas a coisa julgada só beneficiará na hipótese de pedido de suspensão do processo individual (prazo de 30 dias da ciência).
interesses coletivos�: 103, II, CDC - PLANO COLETIVO: beneficia todos os integrantes do grupo, categoria ou classe (ultra partes), regra geral, salvo pedido improcedente por insuficiência de provas; PLANO INDIVIDUAL: beneficia todos os integrantes do grupo, não prejudicando as ações individuais;
Individuais homogêneos�: 103, III, CDC - PLANO COLETIVO: beneficia a todos, desde que haja posterior ajuizamento de ação individual de liquidação de sentença, e não prejudica as ações individuais, a não ser que o particular tenha intervido no feito (103, §2º, CDC).
OBS: Transporte da coisa julgada coletiva: 103, §3º, CDC – procedência da ação coletiva leva à extinção das ações individuais (falta de interesse processual) – neste caso, a parte deverá ajuizar a liquidação de sentença.
Em resumo: a) Coisa julgada desfavorável: erga omnes para os legitimados para a ação coletiva (mesmo para os entes que não participaram do processo original), salvo por insuficiência de provas, e inoponível para lesados individualmente; b) Coisa julgada favorável: erga omnes tanto no plano individual (necessidade, apenas, de liquidação de sentença) e coletivo (HTJ).
EFEITO DA CJM em outro processo: preliminar processual – art. 301, §3º, do CPC. Extinção do processo sem julgamento de mérito – 267, V – a resposta do juiz ao pedido da parte será de que ela já obteve, em outro processo, tutela do que pediu no atual ou resposta negativa à sua pretensão.
OBS: conflito de coisas julgadas: prevalece a primeira enquanto não houver coisa julgada soberana da segunda (485, IV, CPC) – decaída a rescisória, prevalece a segunda, apesar de viciada (HTJ) – mas quem entenda que sempre prevalece a primeira.
DESCONSIDERAÇÃO DA COISA JULGADA: hipóteses:
Coisa julgada inconstitucional: 741, parágrafo único, e 475-L, §1º, CPC – a) defesas executivas = inexigibilidade do título – desconstituição da sentença – para utilização, necessidade de precedente do STF em controle concentrado ou de resolução suspensiva do Senado em controle difuso (52, X, CF); b) ação rescisória; b) ação declaratória autônoma.
Coisa julgada injusta inconstitucional: criação doutrinária/jurisprudencial – sentença que afronta valores constitucionais (princípio da proporcionalidade) – nulidade absoluta (vício transrescisório) – para HTJ, a CJM é voltada apenas ao legislador, gerando, apenas irretroatividade da lei (5º, XXXVI, CF)– em sentido contrário, Elpídio Donizetti defende que “lei” deve ser interpretado de forma ampla, abrangendo a sentença – proteção dos valores segurança e certeza pela coisa julgada, os quais devem prevalecer sobre o valor justiça, por ser este muito fluido – a desconsideração, portanto, só caberia nas hipóteses taxativamente previstas na lei e nos casos excepcionais em que a segurança afrontar a dignidade da pessoa humana (princípio da proporcionalidade).
OBS: investigação de paternidade: no STJ, a superveniência de DNA só é admitida para desconsiderar a coisa julgada, se o pedido transitado em julgado foi julgado improcedente por ausência ou insuficiência de provas – surgimento de documento novo – se cabe o reconhecimento de filho espontaneamente a qualquer tempo, Elpídio Donizetti defende a possibilidade, também, de reconhecimento judicial com base na nova prova� - mas a matéria não está consolidada na jurisprudência�. 
EXEMPLO: Fazenda Pública condenada em indenização em desapropriação superestimada – possibilidade de desconstituição para evitar dano ao Erário (as ações de ressarcimento, neste caso, são imprescritíveis – 37, §5º, CF) – Marcus Vinícius Rios Gonçalves.
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� No mesmo sentido, Marcus Vinícius Rios Gonçalves defende a revisitação das interlocutórias por dois fundamentos: a coisa julgada depende de trânsito em julgado e o texto do art. 467, do CPC fala em sentença. Também Humberto Theodoro Júnior defende a revisitação, porém, limitada às questões de ordem pública (e.g. condições da ação e pressupostos processuais). Questões, portanto, que são disponíveis às partes não podem ser rearguídas por elas após a preclusão, nem mesmo examinadas oficiosamente pelo juiz (preclusão pro iudicato).
� Para Humberto Theodoro Júnior, o preceito constitucional é apenas proibitivo ao legislador, o que permitiria que, no caso concreto, por nova decisão judicial, a coisa julgada fosse desconsiderada.
� Para Humberto Theodoro Júnior, a regra é da tríplice identidade, mas a coisa julgada pode afetar parcialmente o novo processo se há, também, identidade parcial com o anterior. Só será aplicada, portanto, no limite das questões repetidas. No novo processo, o julgado no anterior é apenas seu pressuposto (ponto de partida).
� Tantum iudicatum disputatum vel quantum disputari debebat.
� Mesmo que, espacialmente, estejam fora da conclusão. Assim, se o juiz decide, na fundamentação, questão controvertida que, se retirada, mudaria a solução do processo, esta também transita em julgado para Humberto Theodoro Júnior.
� Humberto Theodoro Júnior esclarece que a causa de pedir (fatos e fundamentos jurídicos) transitam em julgado no contexto do pedido, ou seja, enquanto elementos para fixação da situação jurídica definida pela sentença. Assim, os mesmos fatos e fundamentos jurídicos podem ser rediscutidos em outro processo, desde que seu resultado não altere a situação jurídica decidida naquele que transitou em julgado. A motivação, portanto, não faz coisa julgada, mas é elemento interpretativo de seu alcance.
� Envolve outra relação jurídica de cuja existência dependa o julgamento da lide – se incontroversa, não faz coisa julgada – se controvertida,cabe ao autor ajuizar a ação declaratória incidental (inserção da prejudicial no pedido), para ampliação objetiva da lide. Tal direito cabe ao réu excepcionalmente.
� Segundo Ada Pellegrini Grinover, questão prejudicial é aquela relativa a outra relação jurídica ou estado que se apresentada como mero antecedente lógico da relação controvertida (a qual não diz diretamente respeito, mas sobre a qual vai influir), mas que poderia, por si só, ser objeto de um processo separado.
� Pelos efeitos da imutabilidade e indiscutibilidade. Isso não quer dizer que não possa o juiz levar em consideração a coisa julgada em ação de terceiro como mais um elemento no processo, em face da chamada eficácia natural da sentença (idéia de solução do conflito – Humberto Theodoro Júnior).
� Para Humberto Theodoro Júnior, esta regra não se aplica, porém, aos terceiros de boa fé, ou seja, os que não tinham consciência da litigiosidade da coisa adquirida. Logo, para garantia da presunção da má fé é necessário o registro público da ação real ou reipersecutória. Defende também a não aplicação da regra nas alienações sucessivas e na usucapião. STJ: PROCESSUAL CIVIL - EFICÁCIA DA COISA JULGADA CONTRA TERCEIRO ADQUIRENTE - ART. 472 DO CPC. I - A coisa julgada torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário e vincula apenas as partes da respectiva relação jurídica. O terceiro adquirente de imóvel, a título oneroso e de boa-fé não é alcançável por decisão em processo de que não fora parte, ineficaz, quanto a este a decisão. II - Recurso Especial conhecido e provido. (REsp 158097/RJ, Rel. MIN. WALDEMAR ZVEITER, TERCEIRA TURMA, julgado em 01/12/1998, DJ 15/03/1999, p. 217, REPDJ 10/05/1999, p. 167).
� Para Humberto Theodoro Júnior, a sentença na ação revisional tem natureza constitutiva, porque modifica a situação jurídica.
� Também prevista para a ação civil pública (16, L. 7.347/1985) e para ação coletiva para proteção de interesses de deficientes (4º, L. 7.853/1989).
� Para Elpídio Donizetti, a regra é inconstitucional por ferir o princípio da isonomia e duração razoável dos processos. Mas, sua posição não tem sido acolhida na jurisprudência: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. LIMITES DA COMPETÊNCIA TERRITORIAL DO ÓRGÃO PROLATOR. I - Com relação aos arts. 6º do CPC e 7º da Lei nº 8.080/90, o recurso especial é inviável, sendo aplicável, à espécie, a Súmula nº 211 do STJ, porquanto, a despeito de a recorrente ter oposto embargos de declaração, as questões insertas em tais dispositivos não foram abordadas pela Corte de origem. II - Esta Corte já se manifestou no sentido de que o Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública, visando ao fornecimento de medicamentos a portadores de doenças. Precedentes: REsp nº 819.010/SP, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, DJ de 02/05/06; REsp nº 716.190/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 24/04/06 e REsp nº 716.512/RS, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 14/11/05. III - Na ação civil pública, a teor do art. 16 da Lei nº 7.347/85, o provimento jurisdicional deve-se limitar à abrangência do órgão prolator. Precedentes: EREsp nº 293.407/SP, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ de 01/08/06 e REsp nº 642.462/PR, Rel. Min. ELIANA, DJ de 18/04/05. IV - Recurso especial improvido. (REsp 838978/MG, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/11/2006, DJ 14/12/2006, p. 296)
� Neste caso, ainda, limitada aos associados listados nominalmente na petição inicial.
� Indivisíveis, indetermináveis e originados de um fato comum (81, I, CDC).
� Indivisíveis, determinados (grupo); originados de relação jurídica base anterior ao fato litigioso (81, II, CDC).
� Divisíveis, determináveis e com origem comum de fato ou de direito (81, III, CDC).
� PROCESSO CIVIL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. REPETIÇÃO DE AÇÃO ANTERIORMENTE AJUIZADA, QUE TEVE SEU PEDIDO JULGADO IMPROCEDENTE POR FALTA DE PROVAS. COISA JULGADA. MITIGAÇÃO. DOUTRINA. PRECEDENTES. DIREITO DE FAMÍLIA. EVOLUÇÃO. RECURSO ACOLHIDO. I – Não excluída expressamente a paternidade do investigado na primitiva ação de investigação de paternidade, diante da precariedade da prova e da ausência de indícios suficientes a caracterizar tanto a paternidade como a sua negativa, e considerando que, quando do ajuizamento da primeira ação, o exame pelo DNA ainda não era disponível e nem havia notoriedade a seu respeito, admite-se o ajuizamento de ação investigatória, ainda que tenha sido aforada uma anterior com sentença julgando improcedente o pedido. II – Nos termos da orientação da Turma, "sempre recomendável a realização de perícia para investigação genética (HLA e DNA), porque permite ao julgador um juízo de fortíssima probabilidade, senão de certeza" na composição do conflito. Ademais, o progresso da ciência jurídica, em matéria de prova, está na substituição da verdade ficta pela verdade real. III – A coisa julgada, em se tratando de ações de estado, como no caso de investigação de paternidade, deve ser interpretada modus in rebus. Nas palavras de respeitável e avançada doutrina, quando estudiosos hoje se aprofundam no reestudo do instituto, na busca sobretudo da realização do processo justo, "a coisa julgada existe como criação necessária à segurança prática das relações jurídicas e as dificuldades que se opõem à sua ruptura se explicam pela mesmíssima razão. Não se pode olvidar, todavia, que numa sociedade de homens livres, a Justiça tem de estar acima da segurança, porque sem Justiça não há liberdade". IV – Este Tribunal tem buscado, em sua jurisprudência, firmar posições que atendam aos fins sociais do processo e às exigências do bem comum. (REsp 226436/PR, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 28/06/2001, DJ 04/02/2002, p. 370)
� PROCESSO CIVIL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. Coisa julgada decorrente de ação anterior, ajuizada mais de trinta anos antes da nova ação, esta reclamando a utilização de meios modernos de prova (exame de DNA) para apurar a paternidade alegada; preservação da coisa julgada. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 706987/SP, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Rel. p/ Acórdão Ministro ARI PARGENDLER, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/05/2008, DJe 10/10/2008). – Neste caso houve embate entre os princípios da segurança jurídica e dignidade da pessoa humana (direito ao reconhecimento de sua identidade).
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