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Aula 09 - EMBARGOS INFRINGENTES 2

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PROCESSO DE CONHECIMENTO II – Prof. Francis Vanine de Andrade Reis
AULA 9
RECURSOS EM ESPÉCIE
EMBARGOS INFRINGENTES
Conceito: recurso para impugnar acórdão com voto divergente de um dos membros do órgão colegiado, buscando reverter a situação em favor do voto vencido�. 
Cabimento: requisitos específicos (regularidade formal): 
2.1. Acórdão não unânime: com voto divergente, ou seja, o limite para o recurso é a divergência – esta deve ser dar quanto à conclusão (quantitativa�/qualitativa), ou seja, quanto ao dispositivo do acórdão (princípio da dupla conformidade ou da dupla sucumbência).
2.2. Grau de apelação: reforma da sentença no mérito� – logo, só o apelado tem legitimidade para os EI (HTJ) – podem ser interpostos de julgamento, portanto, também, de agravos regimentais e embargos declaratórios em sede de apelação (Marinoni e Scarpinella).
OBS: Causa madura: sentença terminativa com acórdão que reforma a sentença e analisa o mérito da ação com voto divergente (515, §3º, CPC)� – para HTJ, fundamentado na isonomia (mesmas razões das hipóteses tradicionais).
Capítulo secundário da decisão: e.g. honorários advocatícios = cabimento�.
Julgamento de recurso ordinário constitucional perante o STF e STJ: cabimento por se tratar de hipótese análoga à da apelação (RI-STJ, 260).
Dispersão de votos: necessidade de localização do voto médio (soma das partes unânimes dos votos divergentes) – ESPÉCIES: a) quantitativa (cada um dos votantes define um valor para a obrigação)�; b) qualitativa (cada um dos julgadores define um objeto para a prestação)� – nesses casos cabem embargos infringentes por quaisquer das partes.
2.3. Julgamento de ação rescisória: acórdão de procedência do pedido (neste caso, haverá anulação da sentença de mérito da ação original e, talvez, nova decisão sobre o caso no próprio tribunal� – S. 295, STF) – se houver voto vencido, cabem os infringentes, desde que a matéria dos embargos infringentes tenha sido ventilada (S. 296, STF).
OBS: situações em que não cabem embargos infringentes: 
a) provimento de apelação anulando a sentença�; 
b) decisão tribunalícia terminativa (efeito translativo)�; 
c) reexame necessário (Súmula 390, STJ); 
d) mandado de segurança (25, L. 12.016/2010, S. 169, STJ e Súmulas 294 e 597, STF); 
e) Decisões em controle de constitucionalidade (incidente tribunalício – S. 455, STF); 
f) Ações de competência originária dos tribunais (S. 368, STF – salvo rescisória).
Ação rescisória de competência originária do STJ ou STF: cabimento (333, III, RI-STF e 260, RI-STJ).
2.4. Embargos infringentes atípicos: 
a) julgamento de agravo interno em decisões monocráticas em apelação e ação rescisória; 
b) julgamento de embargos declaratórios em apelação e ação rescisória; 
c) julgamento de agravo que leva à extinção do processo com resolução do mérito (S. 255, STJ), porque podem gerar reforma da sentença de mérito (e.g. matéria de prescrição)�; 
d) julgamento de agravos por instrumento em decisões que encerram fases procedimentais com resolução de mérito (eg. Falência – 100, LF; liquidação de sentença – 475-H, CPC; impugnação ao cumprimento da sentença – 475-M, §3º, CPC) 
Objetivo: reforma do julgado, visando mudar a opinião dos votos vencedores para as teses do voto vencido (“efeitos futebolísticos”) – devolvem-se todos os fundamentos apresentados e discutidos no processo, não apenas aqueles examinados na sentença/acórdão (Marcus Vinícius Rios Gonçalves)� – cabe a aplicação do efeito translativo (neste caso, inclusive, dispensa-se a divergência�) e a possibilidade de saneamento de vícios (515, §4º, CPC – Scarpinella).
OBS: efeito suspensivo: prorrogação das regras do anterior recurso (Scarpinella – raciocínio contrário ao aplicado aos embargos declaratórios)�.
Decisão com parte unânime e parte não unânime: os EI da parte não unânime sobrestam (sequer começa a fluir) o prazo para o RE e REsp da parte unânime – art. 498, caput, do CPC�. 
OBS: ATENÇÃO! Se a parte não interpuser embargos infringentes, há divergência quanto ao início da fluência do prazo para o RE ou REsp – para parte da doutrina, seria de 15 dias contados do esgotamento dos EI (HTJ�), e para outra parte, seriam contados da publicação do acórdão�. É importante lembrar que, em caso de não interposição da EI, só caberão RE e REsp da parte unânime (necessidade de esgotamento de instância) – Marcus Vinícius Rios Gonçalves. 
Súmula 354, STF: se não couber RE/REsp da parte unânime, esta torna-e definitiva independente dos EI.
Dinâmica:
Interposição: perante o órgão prolator do acórdão no prazo de 15 dias da intimação das partes, através de petição escrita dirigida ao relator.
Contrarrazões: prazo de 15 dias (neste prazo também cabem EI adesivos).
Juízo de prelibação do relator: se positivo, poderá o RI prever a nomeação de outro relator que, preferencialmente, não deve ter participado do julgamento originário (534, CPC) – para Elpídio Donizetti, deve ser realizado pelo redator do acórdão (prolator do primeiro voto vencedor).
OBS: julgamento monocrático meritório: para Scarpinella é possível negar provimento, mas impossível dar provimento (neste caso é necessário o julgamento da câmara/turma “cheia”).
Remessa dos autos ao revisor:
Sessão de julgamento: geralmente por outra Câmara ou Turma ou por mais de uma, de acordo com o regimento interno de cada Tribunal – em regra, pelo pleno da câmara/turma (05 desembargadores) – logo, não cabe julgamento monocrático no mérito� - possibilidade de sustentação oral (554, CPC).
INFORMATIVO 449 STJ
EMBARGOS INFRINGENTES. SENTENÇA TERMINATIVA. MÉRITO. 
A recorrida ajuizou ação declaratória de inexistência de dívida, cancelamento de protesto e indenização por danos morais contra o banco recorrente e uma sociedade empresária. O juiz julgou parcialmente procedente a ação em relação à sociedade empresária, mas, quanto ao recorrente, julgou extinto o processo sem julgamento de mérito, diante da ilegitimidade de parte. O TJ deu provimento ao apelo da recorrida ao reconhecer a legitimidade da recorrente, contudo passou a analisar a existência de sua culpa, concluindo haver sua responsabilidade. Vêm daí os embargos infringentes, rejeitados pelo TJ ao fundamento de que não houve reforma do mérito da sentença proferida. Nesse contexto, vê-se que nem sempre é terminativo o acórdão que julga a apelação contra a sentença terminativa; pois, nos casos de extinção do processo sem julgamento de mérito (art. 267 do CPC), o tribunal pode julgar desde logo a lide se a causa tratar exclusivamente de questão de direito e estiver pronta para julgamento (art. 515, § 3º, do citado codex). Assim, é possível o acórdão referente à apelação de sentença terminativa adentrar o mérito e produzir coisa julgada material, a impedir a repetição em juízo de mesma pretensão. Se o mérito é julgado somente pelo TJ, não há como aplicar o critério da dupla sucumbência (o vencido em julgamento não unânime de apelação não terá direito a embargos infringentes se é vencido também na sentença). Dessa forma, o regramento do art. 530 do referido código deve sofrer interpretação harmoniosa e sistemática com os outros artigos, especialmente com o § 3º do art. 515, a permitir a admissão de embargos infringentes contra acórdão que, por maioria, reforma a sentença terminativa e analisa o mérito da ação. Se o magistrado realizar cognição profunda sobre as alegações apresentadas na petição após esgotados os meios probatórios, é certo que terá, em verdade, proferido juízo sobre o mérito (teoria da asserção). Daí que se mostra sem influência a qualificação ou nomen iuris que se atribui ao julgado, seja na fundamentação seja na parte dispositiva, porque a natureza da sentença (de mérito ou processual) é definida por seu conteúdo. Na hipótese, quanto ao recorrente, entende-se como de mérito a sentença, o que propicia o cabimento dos embargos infringentes. Precedente citado: REsp 832.370-MG, DJ 13/8/2007. REsp 1.194.166-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgadoem 28/9/2010.
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� Para Elpídio Donizetti este não precisa, necessariamente, ser acorde com a sentença.
� Neste caso, concorda-se com a existência da obrigação, mas não com seu valor (pode não haver, sequer, maioria). Nesse sentido: RECURSO ESPECIAL. APELAÇÃO. EMBARGOS INFRINGENTES. CABIMENTO. 1. Depois da Lei 10.352/2001, não cabe, em qualquer hipótese, a interposição simultânea de embargos infringentes e recurso especial. Extingüiu-se esta exceção ao cânone da unirrecorribilidade. 2. Se, diante do acórdão proferido por maioria de votos, a parte interpõe simultaneamente embargos infringentes e recurso especial, este último deve ser considerado incabível. 3. Contudo, mesmo que isso ocorra, não há preclusão consumativa a impedir que, posteriormente, seja interposto recurso especial apenas contra o acórdão dos embargos infringentes. 4. Em tal hipótese, o segundo recurso especial deve-se limitar às questões ventiladas no acórdão dos embargos infringentes. O que não foi objeto deste último julgamento não se expõe a recurso especial. 5. Atendidos os requisitos do Art. 530 do CPC, cabem embargos infringentes, ainda que a divergência entre os votos que decidiram a apelação restrinja-se ao valor da indenização por danos morais. (REsp 978.620/MG, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/09/2007, DJ 22/10/2007, p. 274).
� Para Cassio Scarpinella Bueno, cabem mesmo que a divergência seja quanto à admissibilidade do recurso, devendo, porém, os votos vencedores terem enfrentado o mérito reformando a sentença.
� PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS. MULTA AFASTADA. EMBARGOS INFRINGENTES. ACÓRDÃO QUE, POR MAIORIA, REFORMA SENTENÇA TERMINATIVA E ADENTRA O JULGAMENTO DO MÉRITO. CABIMENTO. - Afasta-se a multa do parágrafo único do art. 538 do CPC quando não se caracteriza o intento protelatório na interposição dos embargos de declaração. - O art. 530 deve ser interpretado harmoniosa e sistematicamente com o restante do CPC, em especial o § 3º do art. 515, admitindo-se os embargos infringentes opostos contra acórdão que, por maioria, reforma sentença terminativa e adentra a análise das questões de mérito. - Recurso especial conhecido e provido (REsp 1.296.492).
� RECURSO ESPECIAL – PROCESSUAL CIVIL – CABIMENTO DE EMBARGOS INFRINGENTES – MATÉRIA ACESSÓRIA – HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS – RETORNO DOS AUTOS. 1. Restringe-se a controvérsia acerca do cabimento dos embargos infringentes contra julgamento de apelação que, por maioria, modificou sentença, tão-somente, quanto ao pagamento de honorários. 2. A divergência que deu origem aos embargos infringentes não tratou da questão principal, mas foi relativa à matéria acessória, qual seja, possibilidade de condenação do Estado do Rio Grande do Sul ao pagamento de honorários advocatícios em favor da Defensoria Pública. 3. Os embargos infringentes são cabíveis ante a interpretação de que o artigo 530 do CPC não faz referência expressa em relação ao cabimento destes apenas quanto à matéria principal da lide, sendo, pois, perfeitamente lícito concluir que poderão versar sobre questões acessórias. Recurso especial conhecido e provido, para determinar o retorno dos autos ao Tribunal de origem a fim de que proceda ao julgamento do mérito dos embargos infringentes. (REsp 904.840/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/04/2007, DJ 07/05/2007, p. 310)
� SOLUÇÕES: a) sistema da continência: voto vencedor é o que se encontra entre as extremidades; b) sistema da média aritmética: voto vencedor é a média aritmética dos valores da soma dos votos divergentes dividida pelo número de votantes.
� SOLUÇÕES: a) playoff: novas votações de duas a duas das posições divergentes até restarem apenas duas, quando uma será escolhida (solução do TJMG – art. 80, RI); b) final: nova votação apenas das duas posições mais votadas (sistema do STF, art. 185, §2º, RI); c) ampliação: designação de nova sessão de votação com ampliação do número de julgadores.
� Para Elpídio Donizetti, cabem embargos infringentes mesmo que a decisão não modifique a sentença.
� PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS INFRINGENTES. ART. 530, DO CPC. LEI N.º 10.352/2001. ACÓRDÃO QUE, POR MAIORIA, EM APELAÇÃO CONTRA SENTENÇA DE MÉRITO, JULGA EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. DESCABIMENTO. DOUTRINA E PRECEDENTES. 1. Na sistemática da Lei n.º 10.352/2001, que deu nova redação ao art. 530 do CPC, não cabem embargos infringentes contra acórdão que, por maioria, extingue o processo sem examinar o mérito, ainda que tenha sido de mérito a sentença de primeiro grau. Precedentes: REsp n.º 503.073/MG, 4ª T., Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 06.10.2003; REsp n.º 612.313/SC, 2ª T., Min. João Otávio de Noronha, DJ de 10.05.2004; REsp n.º 627.927/MG, 3ª T., Min. Nancy Andrighi, DJ de 21.06.2004; REsp n.º 860.052/SC, 4ªT., Min. Jorge Scartezzini, DJ de 30.10.2006; REsp n.º 554.170/SE, 5ª T., Min. Arnaldo Esteves Lima, DJ de 27.11.2006. 2. Recurso especial improvido. (REsp 914.896/MG, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/06/2007, DJ 18/02/2008, p. 26).
� Tem-se admitido, porém, a interposição de embargos infringentes em acórdão que declara carência de ação após fase instrutória, em aplicação da teoria da asserção, asseverando-se que a preliminar confunde-se com o mérito: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS INFRINGENTES. ACÓRDÃO QUE, POR MAIORIA,ACOLHE PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA. CABIMENTO. 1. Cabem embargos infringentes contra acórdão que, por maioria, acolhe preliminar de ilegitimidade passiva e reforma sentença para extinguir a ação com fulcro no art. 267, VI, do CPC. 2. Em respeito ao devido processo legal, o art. 530 deve ser interpretado harmoniosa e sistematicamente com o restante do CPC, admitindo-se embargos infringentes contra decisão que, a despeito de ser formalmente processual, implicar análise de mérito. 3. De acordo com a teoria da asserção se, na análise das condições da ação, o Juiz realizar cognição profunda sobre as alegações contidas na petição, após esgotados os meios probatórios, terá, na verdade, proferido juízo sobre o mérito da controvérsia. 4. A natureza da sentença, se processual ou de mérito, é definida por seu conteúdo e não pela mera qualificação ou nomen juris atribuído ao julgado, seja na fundamentação ou na parte dispositiva. Entendida como de mérito a decisão proferida, indiscutível o cabimento dos embargos infringentes. 5. Recurso especial a que se dá provimento. (STJ Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 14/08/2012, T3 - TERCEIRA TURMA)
� Em sentido contrário, não admitindo esta hipótese: Elpídio Donizetti.
� Para Cassio Scarpinella Bueno, porém, cabem embargos declaratórios para explicitar as razões da divergência no voto vencido, tudo a permitir uma melhor fundamentação nos infringentes (inclusive quanto ao seu alcance, se total ou parcial). Caso não providos, deve se entender por total divergência. Nesse sentido: EMBARGOS INFRINGENTES. REFORMA. SENTENÇA DE MÉRITO. VOTO VENCIDO. - Acórdão que na apelação reduz o valor da indenização, acarreta reforma da sentença de mérito. - Falta da declaração do voto vencido não impede o conhecimento dos embargos infringentes. (REsp 991.544/PR, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/03/2008, DJe 13/05/2008).
� PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL DA CEF. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO - SFH. MARÇO/1990. REAJUSTE DO SALDO DEVEDOR. IPC. PERCENTUAL DE 84,32%. PRECEDENTES. [...] PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL DA UNIÃO. SFH. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA NÃO ACOBERTADA PELA PRECLUSÃO. EXAME DE OFÍCIO. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 267, § 3° E 535 DO CPC CONFIGURADA. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. ORIENTAÇÃO REITERADA DESTA CORTE. EXCLUSÃO, NESTA INSTÂNCIA, DO ALUDIDO ENTE FEDERADO. 1. Por seremmatérias de ordem pública, as condições da ação podem ser alegadas em qualquer tempo e grau de jurisdição, porque não suscetíveis de preclusão, e devem ser apreciadas ex officio pelo magistrado ou Tribunal. Na locução "em qualquer grau de jurisdição", leia-se primeiro e segundo graus, incluindo os embargos infringentes. Por esse motivo, tendo a recorrente suscitado em sede de embargos declaratórios o exame do tema pertinente à ilegitimidade da União para responder à presente demanda, deveria o Tribunal a quo ter emitido pronunciamento a respeito. Não o fazendo, terminou por infringir os arts. 273, § 3°, e 535 do CPC. 2. Diante da reiterada jurisprudência desta Corte no sentido de que a União é parte ilegítima para figurar no pólo passivo de ações que têm como objeto a revisão de contratos de financiamento habitacional regidos pelas regras do SFH, e em homenagem aos princípios da celeridade e da eficiência processuais, determina-se, nesta instância, a exclusão da União do pólo passivo da lide. 3. Recurso da União provido. (REsp 909.429/PR, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/11/2007, DJ 12/12/2007, p. 398).
� Em sentido contrário, Humberto Theodoro Júnior defende o efeito suspensivo automático.
� Logo, para Cassio Scarpinella Bueno aqui não há exceção ao princípio da singularidade recursal, considerando que os prazos correrão sucessivamente, sendo este o sentido da palavra “sobrestamento”.
� Para Cassio Scarpinella Bueno, do trânsito em julgado da parte não unânime. Ainda, em obediência ao princípio da segurança jurídica, devem as partes serem intimadas quanto à ausência de interposição dos infringentes.
� Para Cassio Scarpinella Bueno, neste caso, se a parte que deseja recorrer da parte unânime optar por interpor RE ou REsp e houverem embargos infringentes da parte não unânime concomitantes, cabe à primeira a possibilidade de reiterar seu recurso anteriormente interposto, ou mesmo completá-lo, em regra semelhante ao que acontece com os embargos declaratórios.
� Para HTJ, não possui efeito devolutivo, porque é julgado pelo próprio tribunal.
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