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DIREITO PROCESSUAL PENAL

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL: É o conjunto de princípios e regras que viabilizam a aplicação do direito material ao caso concreto
SISTEMAS PROCESSUAIS:
Sistema Inquisitivo: Existe a confusão de figuras do acusador e do julgador, pois somente o Juiz (inquisidor) que investiga e julga. Neste sistema existe a concentração de poder, onde o mesmo órgão coleta a prova, acusa, exerce o contraditório e ao final julga.
Sistema Acusatório: Neste modelo, existe uma distribuição de poder, possuindo uma estrutura do Estado que investiga, e acusa, e defende e outra que julga. Este sistema é p adotado pelo Brasil.
Sistema Misto: 1 - O mesmo órgão que irá julgar, irá coletar a prova, entretanto, entre a coleta de prova e o julgamento, um terceiro, estranho a esta estrutura de poder, exerce o contraditório. 2 - Inaugurado com o CPP francês, em 1.808, constitui-se pela junção do sistema inquisitivo e acusatório, tornando-se assim bifásico. Compõe-se da primeira fase inquisitiva ( instrução ou investigação preliminar sigilosa), escrita e não contraditória, e uma segunda fase acusatória, informada pelos princípios do devido processo legal. 
Obs.: Indicativo no CPP que o Brasil não adota o sistema acusatório e sim o inquisitivo:
Art. 156 do CPP: A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao Juiz de ofício:
I - ordenar, mesmo antes da iniciativa da ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida. 
CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA PROCESSUAL BRASILEIRO
Não existe unanimidade na doutrina brasileira acerca do sistema adotado no Brasil. Para alguns doutrinadores (Hélio Tornaghi), o sistema penal é misto, pois se compõe de duas fases: 1 - Inquérito policial, o qual é sigiloso e inquisitivo, não possuindo o contraditório, sendo o acusado mero objeto de investigação; 2 - após encerramento do inquérito, com o oferecimento da denúncia ou queixa, onde passariam a vigorar as garantias constitucionais.
Outros autores classificam o sistema brasileiro como acusatório (Mirabete, Tourinho), pois, a fase investigatória, inquisitiva, não é propriamente processual, pois tem caráter administrativo. O processo desenvolve-se inteiramente em respeito aos princípios do contraditório e ampla defesa. No livro Direito Processual Penal de Sílvia Saraiva, assevera que o inquérito não é considerado processo, apesar de interferir significativamente no mesmo. 
SÚMULA VINCULANTE 11 - Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou perigo a integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificados a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
Ex.: Em uma sessão do Júri no estado de SP, o acusado ficou algemado durante todo o Júri. No final do Júri, o advogado pediu que constasse na ata que o réu permaneceu algemado todo o Júri. O advogado recorreu, dizendo que os Juízes (jurados) estavam infectados com a cena. O advogado conseguiu anular o Júri. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ( RESUMO DA 2ª SEMANA DE AULAS)
PRINCÍPIOS PROCSSUAIS PENAIS
A) PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESO LEGAL: Reza tal princípio que os atos processuais possuem formas próprias e específicas a serem praticadas, sob pena de se declarar a nulidade do ato processual praticado. Ex.: Juiz determina que o réu permaneça algemado durante a Sessão do Júri, sem demonstrar necessidade da medida (Art.5°, LIV, CF/88). 
B) PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: Também chamado de bilateralidade da audiência. Assegura igualdade de direitos e obrigações de ordem processual. Tal princípio assevera que os elementos de convicção após serem submetidos ao crivo do contraditório, sob ótica processual penal, são materializados como provas. Trata-se de direito fundamental conferido àquele que se depara com uma imputação penal conta si. A violação de tal premissa constitucional pode gerar a nulidade do feito.
Art. 261 do CPP: Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.
Art. 263 do CPP: Se o acusado não tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo Juiz, ressalvado o seu direito de, a qualquer tempo, nomear outro de sua confiança ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
C) PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA: Sob a ótica jurídica, admite tal princípio que a defesa pode se valer de todos os meios de provas lícitas na defesa do acusado, inclusive se utilizando do argumento de ordem religiosa, política, filosófica etc.
Ex.: 01 - Goiânia, 10/02/76 - Réu confessa ter matado a vítima em brincadeira de roleta russa, em lugar que haviam mulheres e álcool. O réu fala que não teve intenção de matar, era apenas para assustar. A discussão era se o crime era doloso ou culposo. A mãe da vítima recebe visita do médium Chico Xavier, com carta do suposto filho morto, dizendo que o processo impedia o crescimento espiritual do filho.
Ex.: 02 - Goiânia de Campina, maio de 1976 - O réu diz que acidentalmente disparou a arma, quando sintonizava o rádio com uma mão e segurava o revólver com a outra mão. A carta psicografada no Júri é atribuía à vítima que inocenta o réu. Médium: Chico Xavier
Ex.: 03 - Viamã, Porto Alegre, 2006 - Carta psicografada de autoria não expressa, mas supostamente do espírito da vítima, diz não ser a ré culpada de sua morte. A ré foi absolvida pelos jurados.
Ex.: 04 - Mandaguari, Paraná, 21/10/82 - Deputado morto por tiro acidental. Carta psicografada do espírito do deputado busca livrar o réu da prisão, dizendo que o disparo foi acidental. A prova foi admitida, mas o réu foi condenado. 
D) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA: (ou não culpabilidade). Preconiza tal princípio que todos serão considerados inocentes, até o trânsito em julgado de sentença peal condenatória. Artigo 5°, LVII CF/88
E) PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE: O princípio da imparcialidade homenageia o sistema acusatório, vez que, expressa a todo o tempo que o Juiz na relação processual, deve permanecer inerte, aguardando a provocação das partes. 
Princípio da inércia/demanda: Têm-se como desdobramento do princípio da imparcialidade.
F) PRINCÍPIO DA IIGUALDADE DAS PARTES: Indica que não existe hierarquia ou subordinação entre as partes, Juiz, Defesa e Acusação.
PRINCÍPIO DA VERDADE REAL: Trata-se de relativização da verdade processual penal, onde uma doutrina mais moderna trabalha a prova sob a ótica de uma verdade possível levada aos autos. Ex.: Caso do goleiro Bruno, caso dos Nardoni.
H) PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO: Nasceu em nosso ordenamento jurídico de modo expresso, com a emenda constitucional 45/04, visando dar maior celeridade ao sistema de prestação jurisdicional. Foram criados filtros para tornar o processo judicial mais celere, instituindo-se por exemplo, as Súmulas Vinculantes, e requisitos para manejo de recursos extraordinários. 
Art. 5°, LXXVIII - A todos no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
I) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE: Tal postulado do processo penal possui ampla aplicação jurídica, desde o momento da lavratura do APFD até o momento do magistrado sentenciar ou deliberar sobre medidas cautelares. (art. 319 CPP). Ex.: Ré primária presa por furtar comida em um supermercado para o filho que estava com fome. Ficará presa por cerca de 30 dias.
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
Conceito: Origem das normas penais e de outras formas de interpretação do sistema processual penal.
Classificação:
A - Fontes de produção/material: Enquanto fonte material, compete em regra a União legislar sobre a temática Direito Processual, entretanto, poderá ocorrer a delegação aos Estados Membros e ao D.F., através da lei complementar, a possibilidade jurídica de se legislar sobre DireitoProcessual Penal. Obs.: Não confundir PROCESSO com PROCEDIMENTO, pois sobre procedimento pode o Estado legislar independentemente de delegação ou autorização.
B - Fonte formal/cognição: É a fonte que revela o sentido da norma
B1 - Imediata/direta: Leis e tratados (EC 45/04)
B2 - Mediata/indireta/supletiva: Doutrinas, Jurisprudências, princípios e os costumes.
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL
Quanto a origem:
A - Autêntica ou legislativa: A própria norma jurídica explica o conteúdo do Instituto. Ex.: art. 302 do CPP: COnsidera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa em situação que faça presumir ser o autor da infração; 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração.
B - Doutrinário ou Científica: É a interpretação realizada pelos estudiosos do direito, os quais, comentando sobre a lei que se pretende interpretar, emitem opiniões pessoais. É a chamada "communis opinio doctorum".
C - Judicial ou Jurisprudencial: É a interpretação realizada pelos aplicadores do direito (magistrados). Posicionamento dos tribunais sobre determinadas situações jurídicas. Ex.: Art. 103A da CF/88
QUANTO AOS MEIOS EMPREGADOS:
A - Literal: O intérprete se preocupa em saber o real e efetivo significado das palavras. Ex.: Art. 209 do CPP: Se o réu sendo perseguido passar ao território de outro município... (é explicativo)
B - Teleológico: Exige ao intérprete o emprego de juízo de valor. Ex.: art. 312 do CPP, pois não se explica o que é "garantia da ordem pública." 
C - Lógica: Através de interpretação lógica dos elementos, têm-se uma conclusão do fato. Interpretação na qual o intérprete encontra-se restrito ou limitado conforme a legislação processual. Não existe discricionariedade (escolha).
D - Histórica: Aquela na qual o intérprete parte da premissa acerca da evolução do sistema processual penal para efetiva indicação do sentido jurídico de cada instituto.
E - Sistemática: Forma pelo qual o intérprete subtrai suas compreensões dos institutos processuais penais, após exame multifacetário do direito. Ex. 1: Presente no artigo 5°, LXVII, da CF/88, a prisão do depositário infiel, todavia, existe óbice a tal prisão, baseando-se no Pacto de São José da Costa Rica, em seu artigo 7°, 7, bem como corrobora com a óbice da prisão do depositário infiel a súmula 419 do STJ e a Súmula Vinculante 25 do STF. Ex. 2: O artigo 5°, XXXVIII, alínea "d", dispõe que os crimes dolosos contra a vida serão de responsabilidade do Tribunal do Júri. Suponhamos que alguém, com finalidade de subtrair coisa alheia móvel, causa dolosamente a morte da vítima, caracterizando então o crime de latrocínio. Por mais que tenha ocorrido um crime doloso contra a vida, este não será de competência do Tribunal do Júri, uma vez que a interpretação sistemática do artigo 157, §3°, demonstrará que o referido tipo penal está previsto no capítulo atinente aos crimes contra o patrimônio.
LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO
Artigo 1° do CPP:  O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
        I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
        II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade; ( CF/88 artigos 86, 89 §2 e 100)
        III - os processos da competência da Justiça Militar;
        IV - os processos da competência do tribunal especial; Obs.: não há tribunais especiais. A divisão do poder jurisdicional brasileiro se encontra inteiramente exposta na CF/88. A aludida norma NÃO tem mais qualquer validade. 
        V - os processos por crimes de imprensa.  Obs.: Ver ADPF 130, inconstitucionalidade.  
        Parágrafo único.  Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
LEI PROCESSUAL NO TEMPO
Artigo 2° do CPP: A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. A
A aplicabilidade é imediata, respeitando sempre os efeitos realizados ou em curso.
INQUÉRITO
PERSECUÇÃO PENAL: Dividida em Investigação (inquérito) e Ação penal
POLÍCIA JUDICIÁRIA: Polícia que investiga
POLÍCIA ADMINISTRATIVA:
Não tem relação com a polícia judiciária; esta polícia tem natureza fiscalizatória. Ex.: fiscal da ANVISA
Conceito e finalidade de inquérito policial: Procedimento administrativo presidido por Delegado de Polícia de carreira, que visa a colheita de indícios de autoria e prova da materialidade, com finalidade de contribuir com a opinião delitiva do titular da ação penal.
Natureza Jurídica: Procedimento administrativo
INQUÉRITO NÃO POLICIAL
A - Inquérito parlamentar: Art. 58, §3° CF/88: As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao MP, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Súmula 397 do STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito.
Trata-se de procedimento investigatório produzido no âmbito das CPI's. Após a conclusão das CPI's, deve o seu relator havendo indícios de crime, encaminhar cópia ao MP, para as providências cabíveis. 
Obs.01: A súmula 397 do STF autoriza a realização de prisão em flagrante por parlamentar, em razão de crimes praticados nas casas legislativas.
Obs.02: atenção aos poderes de investigação das CPI's, pois encontram limitações nas cláusulas de reserva jurisdicional. Ex.: CPI não pode determinar escuta telefônica, busca domiciliar, etc. Noutro norte, CPI pode requisitar dados bancários.
Cláusula de reserva jurisdicional: É a competência constitucional exclusiva dos órgãos do Poder Judiciário para a prática de determinados atos. Quando a CPI necessitar da execução de um desses atos, deve solicitar ao órgão jurisdicional competente. 
B - Inquéritos militares: Instaurados para apuração de crime militar. Compete ao organismo militar produzir inquéritos em razão da prática de crimes militares. Ex.: Fuga de preso, abandono de posto.
Paira na doutrina certa discussão de quem seria a atribuição para produzi inquéritos decorrentes de crimes dolosos contra vida praticados por militar contra civil. Uma primeira corrente apoia no artigo 125, §4° da CF/88, defendendo que, se os fatos a serem processados são de atribuição da Justiça Comum, do Tribunal do Júri, a competência então seria da polícia civil. 
Art. 125, §4: Compete a Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvadas a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação dos praças.
Outrossim, em posição diferente, debate a questão sustentando que a produção de inquérito será da estrutura militar, por força do artigo 82, §2° do CPPM, que expressamente assevera que o inquérito produzido será encaminhado a Justiça comum.
Art. 82, §2°CPPM: Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à Justiça Comum.
C - Inquérito Civil: Trata-se de procedimentoque antecede a ação civil pública, onde o MP instaura inquérito de natureza civil, com fundamento no art. 8° da lei 7347/85, visando a colheita de elementos para instruir a ação civil pública. Se no curso da ação civil pública surgir indícios da prática do crime, pode o MP extrair cópia para ofertar denúncia, ou até mesmo encaminhar para autoridade policial competente para instauração de inquérito policial. 
Obs.: São vários os legitimados, mas apenas o MP pode ofertar denúncia. 
Art. 8° da lei 7347/85: Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias, a serem fornecidas o prazo de 15 dias.
§1° - O MP poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 dias úteis.
§2° - Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em que a ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao Juiz requisitá-los. 
D - Inquérito Judicial: Crítica doutrinária; viola o sistema acusatório. Modalidade de inquérito não admitida em nosso ordenamento jurídico, uma vez que viola o sistema acusatório. Caso paradigmático a corroborar tal posicionamento encontra-se na ADI 1570, que declarou inconstitucional a disposição prevista no artigo 2°, do juiz realizar diligências com cunho investigatório. Outro exemplo é a lei de falência. 
E - inquéritos dos crimes praticados por promotores e juízes: LOMAN, lei complementar 35/79: após APFD, encaminha para o presidente do TJ.
LONMP, lei 8.625/93: após APFD, encaminha ao Procurador Geral de Justiça, para que este tome ciência, e logo em seguida, encaminha ao Presidente do TJ.
Obs.: apenas crimes inafiançáveis.
F - Inquéritos contra parlamentares: Art. 53 CF/88: Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
G - Investigações do MP: Até a edição da Súmula 234 do STJ e do julgamento do HC 94173 no STF, questionava-se a legitimidade do MP realizar investigações. Na súmula, entendeu-se que será legítimo a participação do MP nas investigações, não havendo qualquer vício. Só no julgamento do HC, o STF reconheceu a legitimidade do MP investigar em situações excepcionais, em especial, quando houver ofensa ao erário e a interesse público.
Súmula 234: A participação do MP na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
Erário: Cofres públicos
H - Investigações particulares: São válidas as investigações particulares, desde que levadas a análise das autoridades competentes, seja de polícia judiciária ou do MP enquanto titular da ação penal.
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
A- Discricionariedade: Juízo de conveniência e oportunidade, realizado pelo delegado. A autoridade está livre pra escolher as diligências para investigar. Ex.: pedir prisão preventiva, escuta telefônica, etc.
Obs.: Esta discricionariedade é regrada/relativa.
  Art. 6o do CPP: Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
        I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
        II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
        III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
        IV - ouvir o ofendido;
        V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;
        VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
        VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
        VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
        IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
Obs.: A identificação datiloscópica, fotográfica ou genética deve respeitar o Art. 5, LVIII da CF/88: O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
B - Inquisitoriedade: Não existe contraditório e ampla defesa
C - Sigiloso: Em regra o inquérito é sigiloso.
Súmula Vinculante 14 do STF: É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE DO REPRESENTADO, TER ACESSO AMPLO AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE, JÁ DOCUMENTADOS EM PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR ÓRGÃO COM COMPETÊNCIA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA.
Obs.: Esse direito da defesa encontra algumas exceções. Ex.: Delegado requer a prisão preventiva do acusado, o Juiz defere. Se o advogado ter vista deste procedimento, poderá solicitar que o réu se esconda, fique foragido, até o advogado conseguir a revogação da preventiva.
D - Escrito: Art. 9° do CPP: Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 405 do CPP: Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos. 
§ 1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravaçãomagnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações. 
§ 2º No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição.
E - Indisponível: O delegado não pode se dispor do inquérito
Art. 17 do CPP: A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos do inquérito.
F - Dispensável: O titular da ação penal poderá ofertar denúncia ou queixa crime sem a necessidade de se produzir o inquérito policial, por se tratar este de procedimento dispensável.

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