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2015 APONTAMENTOS DE DIREITO PENAL IV art 157 a 234, 1 semestre

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APONTAMENTOS DE DIREITO PENAL IV
CAP. II – DO ROUBO E DA EXTORSÃO
ARTIGO 157 – Roubo
É A SUBTRAÇAO UTILIZANDO OS SEGUINTES MEIOS DE EXECUÇÃO:
Violência (também vis absoluta) A violência envolve tanto a violência física (lesões corporais) como também as vias de fato (contravenção). A violência tem que ser praticada contra a pessoa. Se a violência for contra a coisa, trata-se de furto simples. A violência contra obstáculo à subtração da coisa configura o furto qualificado pelo rompimento de obstáculo. 
Grave ameaça( também chamada vis relativa)é todo ato que intimida, imobilizando a vítima. 
Reduzir a capacidade de resistência(também chamada violência imprópria). Ocorre quando o agente, utiliza-se de meios que façam com que a vítima reduza sua capacidade de resistência: Ex: utilizar hipnotismo, embriagar, drogar a vítima, etc. 
DIVISAO DO CRIME DE ROUBO
roubo próprio ( caput)
roubo impróprio ( § 1º )
causa de aumento de pena (costumeiramente chamado “roubo qualificado pelas circunstâncias” ( § 2º )
roubo qualificado pelo resultado de lesão corporal grave ( § 3º, 1º parte )
roubo qualificado pelo resultado de morte ( § 3º, 2º parte )
Objeto Jurídico: patrimônio, posse liberdade individual e integridade física.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: o proprietário, possuidor ou mesmo a terceira pessoa que sofra a violência, embora não tenha prejuízo material.
Tipo Objetivo: subtração. É crime complexo (composto por vários crimes), pois roubo, a princípio, é constituído de furto + constrangimento ilegal (art. 146). 
A conduta que se pune é subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.
Diferença entre Roubo Próprio e Roubo Impróprio:
No roubo próprio: ( 157, caput ) a violência ( força física ) e a grave ameaça ( promessa de mal sério ) são cometidas contra a pessoa, ou esta, por qualquer meio é reduzida à impossibilidade de defesa, para subtração da coisa. No roubo próprio os meios de execução são empregados antes ou durante a subtração da coisa.
- No roubo impróprio ( § 1º ) Aqui a violência e a grave ameaça são empregados contra a pessoa logo depois da subtração, para assegurar a impunidade do crime ou detenção da coisa subtraída.
Objeto Material: é duplo ( a pessoa e a coisa alheia móvel ).
Tipo Subjetivo: o dolo. Não há forma culposa.
Consumação do roubo próprio: é semelhante à do furto, ou seja, o roubo próprio consuma-se quando a coisa é retirada da esfera da disponibilidade do ofendido e fica em poder tranqüilo, ainda que passageiro, do agente.
Consumação do roubo impróprio: com a violência ou grave contra a casa, a pessoa, após a subtração.
Tentativa: ocorre quando o agente após empregar a violência ou a grave ameaça, não consegue a subtração, por circunstâncias alheias à sua vontade.
Tipo de Ação: pública incondicionada.
Pena: Do caput e § 1º reclusão de quatro a dez anos
CAUSA DE AUMENTO DE PENA- § 2º:
A pena é aumentada em de 1/3 à ½ (metade) , em tais casos:
I – se a violência é exercida com emprego de arma;
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III- se a vítima está em serviço de transportes de valores e o agente conhece tal circunstância;
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
I – se a violência é exercida com emprego de arma;
Aplica-se tanto para emprego de arma própria ou imprópria. 
Arma própria, que é todo instrumento fabricado com a finalidade de ataque ou defesa. Ex: revólver, pistola, espada, punhal, granada, metralhadora, etc). 
Arma imprópria é o instrumento que não foi criado especificamente com esta finalidade, mas é utilizado para ataque ou defesa. Ex. faca de cozinha, foice, facão, canivete, guarda-chuva, etc. 
Roubo com emprego de Arma de Brinquedo . Discutia-se na doutrina sobre a incidência da qualificadora com a utilização da arma de brinquedo. 
A jurisprudência entendia que incidia o parágrafo, pelo poder da arma de brinquedo de intimidar, causar temor na vítima. Isto desde que esta fosse imitação da verdadeira. A súmula 174 do STJ estipulava que, tanto no caso da arma de brinquedo, como da arma descarregada ou da arma que não funciona, incidia o parágrafo. Todavia esta súmula foi cancelada pela Seção do Superior Tribunal de Justiça em 24 de janeiro de 2001. O Estatuto de Armas (Lei 10.826/03), não mais prevê a utilização de arma de brinquedo. 
Atualmente o crime prevê causa de aumento de pena para a utilização de arma verdadeira, pois esta é capaz de ofender a integridade física da vítima. 
Se a arma for de brinquedo, aplica-se a pena do roubo simples, pois não tem potencial ofensivo. 
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
Para configurar-se esta causa de aumento de pena, não é necessário que no local do roubo estejam presentes duas ou mais pessoas. Admite-se o partícipe. 
Havendo concurso de um maior, um menor ou um doente mental, o maior responderá pela causa de aumento de pena. Se haviam duas pessoas e uma delas fugiu, incide a causa de aumento de pena (não é necessário que se reconheça todas as pessoas. 
III- se a vítima está em serviço de transportes de valores e o agente conhece tal circunstância.A vítima deve estar transportando valores de terceiros e não próprios, pois a leise refere a serviço de transporte. O agente deve saber que a vítima está transportando os valores. Exige dolo direito.Ex: vítima que trabalha com transporte de dinheiro, selos, jóias, etc).
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; Um veículo automotor é todo aquele como motor à explosão ou propulsão, que se destina ao transporte de pessoas ou coisas (carro, ônibus, avião, lancha, etc). O veículo deve ser , efetivamente transportado para outro Estado ou país. 
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. Responde pelo roubo com esta causa de aumento de pena - e afasta-se o sequestro - quando a restrição da liberdade for um meio necessário para a execução do roubo. Ex: agente assalta uma casa, e prende o dono da casa no banheiro, configura-se o roubo mais a causa de aumento de pena. 
Roubo qualificado pelo resultado lesão grave (157 § 3º )
O roubo é qualificado pelo resultado, se da violência empregada resultar lesão corporal grave quer este decorra de dolo ou de culpa do agente ( preterdolo). Esta lesão pode ser ocasionada no titular do direito protegido ou no terceiro que eventualmente venha a sofrer a violência física. Aplica-se o disposto nesse parágrafo ao roubo próprio e impróprio. 
 A comprovação da gravidade da lesão requer exame de corpo de delito, face ser crime que deixa vestígios. 
Se do roubo resulta lesão leve na vítima, o crime será de roubo simples, previsto no art. 157 ( caput ) do Código Penal. 
 As lesões corporais graves estão descritas no art. 129, § 1º, e as gravíssimas, no art. 129, § 2º.
Roubo Qualificado Pelo Resultado Morte( é o chamado latrocínio).
LATROCÍNIO. (157 § 3º ) : 2º parte - Roubo e Morte.
Latrocínio, é roubo seguido de morte, quando da violência empregada para a prática do roubo resultou morte da vítima. 
A qualificadora é aplicável ao roubo próprio ou impróprio. 
Configura latrocínio, com a morte da vítima, que pode ser causada dolosa ou culposamente. 
Nos termos da Lei 8072, de 25 de Julho de 1.990 ( art. 1º ) o latrocínio é considerado crime hediondo em conforme o art. 5º, XLIII. 
Juízo competente: é do juízo singular e não o Tribunal do Júri, pois o objeto jurídico é o patrimônio, conforme a súmula 603do STF. 
Consumação e tentativa: 
a) quando a subtração e morte ficam na esfera da tentativa, há latrocínio tentado. 
b) quando ambas se consumam, há latrocínio consumado.
c) Quando a subtração se consuma e a morte não, há tentativa de latrocínio. 
d) Quando a subtração não se efetiva mas a vítima morre, há latrocínio consumado ( súmula 610 do S.T.F. ). 
É um crime complexo, em que a morte (homicídio) resulta como qualificadora do crime de roubo. Só existe crime de latrocínio quando a idéia principal é praticar uma subtração patrimonial e, no contexto desta subtração patrimonial, vem a ocorrer um resultado morte. 
Portanto:
Latrocínio, quando da violência empregada no roubo, para a sua prática resultou morte.
Juízo competente: é do juízo singular e não o Tribunal do Júri, pois a objetividade jurídica é o patrimônio, conforme a súmula 603 do STF.
Consumação e tentativa:
Quando a subtração e morte ficam na esfera da tentativa, há latrocínio tentado.
Quando ambas se consumam, há latrocínio consumado.
Quando a subtração se consuma e a morte não, há tentativa de latrocínio.
Quando a subtração não se efetiva mas a vítima morre, há latrocínio consumado ( súmula 610 do S.T.F. )
Art. 158 – Extorsão:
Objeto: patrimônio, a liberdade e a incolumidade pessoais
Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: qualquer pessoa, incluindo a que sofre o constrangimento sem lesão patrimonial.
Tipo Objetivo: : Na extorsão há a chantagem. 
Extorsão é o crime de constrangimento ilegal (art. 146), com mais uma elementar: a finalidade de obter indevida vantagem econômica. 
Constranger é obrigar, compelir. O constrangimento é com emprego de violência ou grave ameaça. 
Violência (vis absoluta) é em sentido amplo (engloba lesões corporais e vias de fato). As vias de fato são qualquer comportamento agressivo praticado contra alguém, mas que não causa lesões (empurrão, gravata, safanão, etc). 
 Grave ameaça (vis relativa) é qualquer processo intimidatório que faz com que o indivíduo ceda à vontade do sujeito ativo. Na extorsão não existe violência imprópria do crime de roubo. Apenas violência própria ou grave ameaça. 
O agente visa constranger a vítima a realizar determinada conduta, deixar de fazer, ou tolerar que se faça algo. 
O crime de extorsão é crime formal não exige a produção do resultado (diz o art. 158: "com o intuito de”)
Tipo Subjetivo: o dolo. Não há forma culposa.
Tentativa: Admite-se.
Tipo de Ação: pública incondicionada.
Pena: Na figura simples é de reclusão de quatro a dez anos, e multa
Diferença:
Extorsão e crime de Estelionato
No estelionato a vítima quer entregar o objeto uma vez que foi induzida ou mantida em erro pelo agente através do emprego de uma “fraude”. Na extorsão, a vítima despoja-se de seu patrimônio contra a sua vontade já que o faz em decorrência de Ter sofrido violência ou grave ameaça.
b) Extorsão e crime de Roubo
Na extorsão a vítima deve ter alguma possibilidade de escolha, e , assim sua conduta é imprescindível para que o agente obtenha a vantagem por ele visada.
No roubo, a vantagem é concominante ao emprego da violência ou grave ameaça, enquanto na extorsão o mal prometido e a vantagem visada são futuros.
c) Extorsão e Crime de Concussão
Na concussão ( art. 316 do Código Penal ) o sujeito ativo é sempre funcionário público e a vítima cede as exigências deste por temer eventuais represálias decorrentes do exercício do cargo. A extorsão, que é delito mais grave, pode ser praticada por qualquer pessoa, inclusive, por funcionário público no exercício de suas funções, desde que a vítima ceda à intenção do agente em razão do emprego de violência ou grave ameaça ( e não em virtude da função por ele exercida ).
d) Extorsão e exercício arbitrário das próprias razões ( art. 158, e 345) 
Na extorsão, procura o agente obter vantagem indevida. No entanto, se a vantagem for realmente ou supostamente devida, o constrangimento para recebê-la configurará o delito do art. 345 do Código Penal.
Quando motivada por inconformismo político aplica-se a Lei 7.170/83 art. 20.
Extorsão Qualificada:§ 1º do art. 158
Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas ou 
Cometido por duas ou mais pessoas
A lei diz cometido. Portanto as duas pessoas devem executar o crime. Não se configura se houve participação. Se uma extorsão é praticada por duas pessoas, de modo que uma delas induz, e outra pratica os atos executórios, os dois responderão por extorsão simples. É então indispensável a presença dos autores do crime junto ao ofendido. O estudo deste qualificado é o mesmo daquele contido no roubo qualificado. 
com emprego de arma...”
Por armas se deve entender não só as propriamente tais ou em sentido técnico, como qualquer instrumento apto a lesar a integridade física ( ex.: uma barra de ferro, um furador de gelo, etc... )
Não é preciso que a arma seja efetivamente manejada, bastando que seja portada ostensivamente, como uma ameaça implícita”.
Extorsão qualificada. Art. 158 § 2º -
A extorsão qualificada é aquela em que da violência resulta lesões corporais graves ou morte. Neste caso aplica-se o disposto no art. 157 § 3º. 
Extorsão qualificada pelo Sequestro- Relâmpago:
 Foi acrescentado pela Lei 11.923/09 o § 3o  no artigo 158, o qual prevê que se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. Ex: agente que sequestra a vítima e obriga que esta forneça a senha do cartão para retirada do dinheiro.
Crime hediondo no resultado morte: Por força da Lei 8072/90 o crime de extorsão qualificada pelas morte ( art. 158.§ 2º C.P.) passou a ser considerado crime hediondo. A pena mínima passou a ser de 20 anos. Acrescente-se ainda que pode haver aumento de pena se ocorrerem as hipóteses referidas no art. 224 do C.P. )
Ação penal: O crime de extorsão e ação penal pública incondicionada.
Competência: A competência para o julgamento e o juízo singular por se tratar de crime contra o patrimônio e não contra a vida.
Art. 159 – Extorsão Mediante Seqüestro
Objeto jurídico: o patrimônio. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa, podendo inclusive ser mais de um: a pessoa que sofre a privação da liberdade e a pessoa que sofre o prejuízo patrimonial
Tipo Objetivo: O crime de extorsão mediante seqüestro verifica-se quando o agente arrebata pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem como condição ou preço do resgate. 
É crime hediondo, nos termos da Lei 8072/90, na sua forma simples e qualificada ( art. 159 e §§ 1º,2º e 3º passou a ser considerado crime hediondo, o que determinou aumento do mínimo das penas de reclusão e excluiu as penas de multa. Trata-se de uma extorsão, onde a privação da liberdade é um meio para se obter a indevida vantagem econômica. 
É um crime complexo, pois vários são os bens jurídicos protegidos, ou seja o patrimônio, a integridade física e saúde (violência) e o direito de ir e vir (privação da liberdade) . 
Diverge a doutrina com relação ao termo "qualquer vantagem", no crime de extorsão mediante seqüestro. Mas é majoritário que a vantagem deve ser indevida e econômica, pois trata-se, de um crime patrimonial. 
O preço do resgate é o estabelecimento de um quantum para liberar a vítima
Consumação. Trata-se de crime formal. Não se exige a produção do resultado para que o crime seja consumado. A consumação se dá, portanto, com a privação da liberdade da vítima por um tempo razoável. 
Tentativa. Apesar de ser um crime formal, admite tentativa. Ex:, o agente coloca a vítima seqüestrado no veículo e, ao levar esta para o cativeiro a políciapercebe e o prende.
2.1. SeqüestroQualificado § 1º Ele se dá se: 
a) O seqüestro durar mais de 24 horas (a partir da privação da liberdade). 
b) O seqüestrado for menor de 18 anos ou maior de 60 anos( se a vítima for menor de 14 anos ou maior de 60 anos, no dia do sequestro, aplicar-se-á a Lei de Crimes Hediondos). 
c) Se o seqüestro for praticado por bando ou quadrilha. Para configurar quadrilha ou bando devem estar reunidas mais de 3 pessoas. Assim, pelo menos 4 pessoas. O crime de quadrilha ou bando se consuma independente de ter sido praticado algum outro crime. 
2.2 Seqüestro Qualificado pelo resultado lesão grave§ 2º. Configura se do seqüestro resultar em lesão grave. O resultado deve ser sofrido pelo próprio seqüestrado e não pela pessoa que se exigiu o resgate. 
2.3.Seqüestro qualificado pelo resultado morte § 3º . Para configurar esta qualificadora a morte deve ser do seqüestrado. Assim, se “A” foi seqüestrado, sendo solicitado resgate para “B”. Este ao efetuar o pagamento do resgate, reconhece o seqüestrador, e é morto, não incide a qualificadora, pois não se deu a morte do seqüestrado. No caso em tela, o agente responderá por extorsão mediante seqüestro na forma simples, em concurso material com homicídio. 
2.4. Delação Premiada § 4ºA redação antiga do art. 7º da lê 8072/90, previa que se o crime de extorsão mediante seqüestro, cometido por quadrilha ou bando, um dos componentes delatar seus comparsas procurando uma autoridade espontaneamente entregar os outros, ele tem a sua pena reduzida. Posteriormente a Lei 9269/96, deu ao § 4º do artigo 159 nova redação, concedendo o benefício da redução da pena, se o crime é cometido em concurso. Assim, se o concorrente do crime de extorsão mediante seqüestro delatar a autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, a pena será reduzida de um a dois terços. A delação deve ser eficaz, fazendo com que permita a libertação do seqüestrado. 
Deve haver nexo causal entre a delação e a libertação. Assim, se o agente delata seu concorrente e fornece o local do cativeiro, mas ao chegar lá, o seqüestrado já havia fugido do local, não haverá a redução, pois a libertação se deu por outro motivo e não em razão da delação. 
O “quantum” da redução varia de acordo com maior ou menor contribuição para a libertação do seqüestro. 
Art. 160 – EXTORSÃO INDIRETA
Objeto jurídico: o patrimônio
Sujeito ativo: qualquer pessoa e não apenas o agiota.
Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Tipo objetivo: A conduta que se pune neste crime é “exigir” ou “receber” O agente exige da vítima, como garantia de dívida, documento capaz de dar causa a processo criminal. 
Objeto material é o documento exigido ou recebido. 
O crime de extorsão indireta pressupõe a coexistência de três requisitos:
a) a exigência ou recebimento de documento que possa dar causa a processo penal contra a vítima ou terceiro.
b) Intenção do agente de garantir ameaçadoramente o pagamento da dívida.
c) Abuso da situação de necessidade financeira do sujeito passivo
Tipo subjetivo: dolo
Tentativa: admite-se
Pena: reclusão, de um a três anos, e multa.
Ação penal: pública incondicionada
 Cap. III DA USURPAÇÃO
Art. 161. Alteração de Limites
Objeto Jurídico: A Lei penal protege a posse e a propriedade dos bens imóveis.
É o apoderamento ilícito de coisas, títulos, estado ou autoridade.
Sujeito Ativo: Somente o proprietário do imóvel vizinho
Sujeito Passivo: o proprietário ou possuidor do imóvel
Tipo Objetivo: consiste em “suprimir” ou “deslocar” referindo-se o tipo a tapume, marco ou outro sinal indicativo da linha divisória. Deve o agente fazer desaparecer ou tirar do lugar. 
Definiçoes: 
a) Tapume: É cerca ou muro entre outros imóveis, marco (sinais ou qualquer sinal indicativo de linha divisória, valas, cursos d’água, etc...). 
b) Marco Significa toda coisa corpórea, tais como pedras, postes, árvores, colocadas artificial ou naturalmente como linha divisória entre os imóveis. 
c) Sinais ou qualquer sinal indicativo de linha divisória são as valas, cursos d’água, etc, enfim todo sinal que sirva para assinalar os limites entre dois imóveis.
Tipo Subjetivo: dolo específico. Não há forma culposa.
Consumação: com a efetiva supressão ou deslocamento.
Tentativa: admite-se, pois a ação de suprimir ou deslocar pode ser interrompida por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena: nas três figuras do art. 161 ( alteração, usurpação de águas e esbulho) a pena é igual, detenção de um a seis meses e multa. Se o agente usa de violência ( física ) contra pessoa, aplica-se também a pena do crime de violência em concurso material.
Ação penal: se a propriedade é particular e não há emprego de violência contra pessoa ( é indiferente a ameaça ) a ação penal é de iniciativa privada ( queixa crime ). A ação, porém, será pública incondicionada, ocorrendo qualquer das hipóteses contrárias.
Usurpação das águas ( § 1º, I – artigo 161 )
A proteção é dirigida ao patrimônio, com vista especial ao direito sobre o uso das águas.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa
Sujeito Passivo: é quem sofre o dano em virtude do desvio ou represamento, ou seja, quem tem a posse ou o direito de utilização das águas.
Tipo Objetivo: “desviar”, que significa mudar de direção, “represar”, que envolve a idéia de conter.
Consumação: com o desvio ou represamento, sendo responsável, que o agente alcance efetivo proveito, é delito instantâneo de efeitos permanentes ou, às vezes, permanente.
Tentativa: Admite-se ação penal e pena mesmo do caput do art. 1691 do Código Penal.
Esbulho Possessório: ( § 1º, II do art. 161 )
Objeto Jurídico: a posse da propriedade imobiliária.
Sujeito Ativo: é qualquer pessoa, excluindo-se o proprietário ou co-proprietário.
Sujeito Passivo: é possuidor do imóvel, seja ele proprietário, locador ou arrendatário.
Tipo Objetivo: Trata-se de infração penal que pressupõe a invasão de propriedade imóvel alheia, edificada ou não, desde que o fato se dê mediante o emprego de violência ou grave ameaça contra pessoa, ou ainda, mediante a colaboração mútua de pelo menos 4 pessoas ( é o agente e mais no mínimo 3 ).
Para sua caracterização é necessário que a invasão tenha por fim o esbulho, e seja praticada, em terreno ou imóvel alheio, com violência à pessoa ou grave ameaça, ou ainda, em concurso com pessoas.
Objeto material: é o terreno ou edifício alheio.
Tipo Subjetivo: dolo. No entanto, o intuito deve ser o esbulho (desapossamento) e não de mera turbação ( perturbação ). Não há forma culposa.
Consumação: com o ato de invadir.
Tentativa: Admite-se
Confronto: tratando-se de imóvel vinculado ao “Sistema Financeiro da Habitação”, ver Lei 5741/71, art. 9º . Em caso de invasão de terras da União, Estados ou Municípios, ver Lei 4947/66, art. 207.
Pena e Ação penal: mesma do caput do art. 161 do Código Penal. Os crimes do art. 161 e parágrafos passa para a competência do Juizado Especial Criminal, sendo permitida a aplicação das novas condicional do processo ( at. 61 e 89 da Lei 9099/95 )
Art. 162 - Supressão ou alteração de marcas em Animais
Cabe também suspensão Condicional do processo art. 89 da Lei 9099/95.
Objeto jurídico: visa proteger a propriedade e a posse dos animais semoventes ( tem movimento próprio, animais ) 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: o proprietário dos animais
Tipo Objetivo: Pune-se duas condutas, quais sejam: “suprimir ( fazer desaparecer ) ou alterar ( modificar, transformar ). É necessário, que torne irreconhecível a marca ou sinal que estava nos animais. Marca é “assinatura” do proprietário que identifique que o animal é de sua propriedade. É comum marcar o animal com iniciais o proprietário, mas, às vezes é utilizado brasão da família, desenhos etc. Sinal é aquele que é considerado um distintivo artificial”. Ex: argolas nos chifres ou focinho dos animais.O animal deve estar em gado ou rebanho alheio. Não tipifica o delito marcar os animais sem marca, pois a figura só cuida de animais já assinalados.
Objeto Material: é a marca ( assinalamento, ou fogo ou queima ), ou sinal. O animal deve estar em gado ou rebanho alheio. Não é crime marcar os animais sem marca, pois a figura só cuida de animais já assinalados. É indiferente que a marca ou sinal seja registrado.
Tipo Subjetivo: Dolo. Não forma culposa.
Consumação: com a supressão ou alteração, independente de futuros prejuízos.
Tentativa: Admite-se
Ação Penal: pública incondicionada.
Pena: detenção de seis meses a três anos e multa.
CAP IV- Art. 163 - Dano:
Noção: Crime de dano consiste em destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.
Cabe benefício da Lei 9099/95.
Objeto Jurídico: o patrimônio, eventualmente também o possuidor.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa, exceto o proprietário.
Sujeito Passivo: só o proprietário
Tipo Objetivo: Há três núcleos típicos: destruir, inutilizar ou deteriorar. Não há crime se a coisa não ficar prejudicada em seu valor ou utilidade. 
Pune–se três condutas, quais sejam: destruir, inutilizar ou deteriorar.
 a) Destruir, ou seja o objeto deixa de existir. Exemplo: colocar fogo em livros, matar um animal etc. 
 b) Inutilizar, aqui o objeto continua existindo mas não pode ser utilizado para a finalidade a que se destinava. Exemplo: cegar um cão de guarda, efetuar a quebra de um ponteiro de relógio etc. 
c) Deteriorar é genérico, pois abrange qualquer outra forma de dano que não esteja englobado pelas duas hipóteses anteriores. Exemplo: quebrar o vidro de um carro ou de uma casa, amassar a lataria de um veículo, etc. 
Observação: Não configura delito de dano se o agente fazer desaparecer um objeto alheio, sem que se trate de caso de furto, pois esta conduta não está prevista no art. 163 do Código Penal. Exemplo: atirar um anel em um rio, etc. Configura somente ilícito civil. Não há crime se a coisa não ficar prejudicada em seu valor ou utilidade.
Pichar, grafitar – literalmente configura o art. 65, capítulo da Lei 9605/98.
Tipo Subjetivo: Dolo inexiste forma culposa.
Consumação: com o efeito danoso.
Reparação do dano: salvo a hipótese do § único, inciso, poderá ser seguido art. 16 do Código Penal.
Pena e Ação Penal: detenção, de um a seis meses ou multa, ação penal privada.
Art. 163- § único - Dano qualificado (parágrafo único): Se o crime é cometido:
I – com violência a pessoa ou grave ameaça: a violência que qualifica o dano e praticada contra pessoa e não contra coisa. Não é necessária ser a violência contra a vítima, podendo ser contra pessoa outra.
A violência física ou moral contra pessoa deve visar à prática do dano, com meio para sua execução.
II – Com o emprego de substância inflamável ou explosiva. Deve ser meio para cometer o delito de dano.
III – Refere-se as coisas de uso público comum ou especial. Tratando-se de coisa alugada ou usada pelos órgãos públicos, mas não de sua propriedade, não incide este inciso III.
IV – Motivo egoístico é o que visa o futuro proveito econômico ou moral. O prejuízo considerável deve ser auferido em relação as posses do ofendido.
Pena: No dano qualificado ( § único ) detenção de seis meses a três anos e multa, além da pena correspondente à violência contra pessoa.
Ação Penal: é a ação penal privada na hipótese do ( § único, IV ). É pública incondicionada nas demais em ocorrência de concurso de uma forma de dano de ação pública com outra de ação privativa do ofendido, deverá formar-se, litisconsórcio ativo entre o Ministério Público e a vítima, esta oferecendo queixa-crime e aquele formulando denúncia.
Dano simples - pena alternativa 
Danoqualificado: cumulativa.
Art. 164 - Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia.
Objeto jurídico: geralmente a propriedade e a posse.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa, exceto o proprietário
Sujeito Passivo: o proprietário ou o legítimo possuidor
Tipo Objetivo: introduzir e deixar
Tipo Subjetivo: Dolo. Inexiste a modalidade culposa
Consumação: só com o efetivo prejuízo ( é delito material )
Tentativa: inadmissível
Pena: é alternativa, detenção de 15 dias a 6 meses, ou multa.
Ação Penal: é de iniciativa privada ( art. 167 – benefícios da Lei 9099/95 )
Art. 165 : Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico. (REVOGADO pelo art. 62, da Lei 9605/98)
Objeto Jurídico: o patrimônio histórico, arqueológico ou artístico
Sujeito Ativo: qualquer pessoa
Sujeito Passivo: a União, o Estado ou o Município, secundariamente, também o particular se for proprietário de coisa tombada.
Tipo Objetivo: destruir, inutilizar, ou deteriorar, sendo a coisa ( res), tombada pela autoridade competente.
Tipo Subjetivo: Dolo – inexiste modalidade culposa
Tentativa: Admite-se
Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa.
Ação Penal: pública incondicionada.
Art. 166 – Alteração de Local Especialmente protegido. ( REVOGADO pelo art. 63, da Lei 9605/98)
Objeto Jurídico: o patrimônio ideal nacional
Sujeito Ativo: qualquer pessoa, inclusive o proprietário do local.
Sujeito Passivo: O estado e também o particular, quando este for dono do lugar protegido.
Tipo Objetivo: O verbo alterar tem a significação de mudar, degenerar, desfigurar e ação pode ser feita por qualquer meio idôneo ( até mesmo colocação de cartazes, construção de prédios, etc..., que prejudiquem o aspecto )
Tipo Subjetivo: é o dolo. Requer-se que o agente tenha consciência de que o local é especialmente protegido.
Não há modalidade culposa.
Consumação: com a efetiva alteração do aspecto do local.
Tentativa: Admite-se
Pena: é alternativa: detenção, de um mês a um ano ou multa.
Ação Penal: pública incondicionada
Art. 167 –AÇÃO PENAL
 Este artigo prevê que nos casos de crime de Dano simples (artigo 163), e ainda no dano qualificado por motivo egoístico ou em prejuízo considerável à vítima (IV, parágrafo único) e ainda no artigo 164,somente se procedem mediante queixa. As demais hipóteses são pública incondicionada. 
CAP V - DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Art. 168 – Apropriação indébita
Objeto jurídico: o patrimônio 
Sujeito ativo: é aquele que possui ou detém a coisa móvel alheia.
Sujeito passivo: é o dono ou possuidor da coisa tendo em conta um direito real.
Tipo objetivo: A apropriação indébita é um crime que se caracteriza por uma situação de que há confiança, pois a vítima espontaneamente entrega um objeto ao agente e, este, depois de já estar na sua posse ou detenção, inverte seu ânimo em relação ao objeto, passando a comportar-se como dono. 
Apropriação indébita é a lesão de um direito patrimonial sobre coisa móvel, mediante abuso da posse ou da detenção não criminosamente conseguida. Para que configure este delito é necessário que inicialmente o agente recebe a posse ou detenção lícita da coisa, sem ter ainda o propósito de cometer um crime. Mas quando está na posse ele inverte o ânimo em relação à coisa e não a restitui, passando a agir como se fosse dono (vendendo, doando, etc). 
 Neste tipo inexiste subtração ou fraude porque o agente já tem anterior posse mansa e pacífica da coisa alheia espontaneamente entregue pelo ofendido, todavia, depois de estar na posse ou detenção do bem móvel, inverte seu ânimo em relação ao objeto, em vez de posseiro ou detentor para dono (animus rem sibihabendi).
Requisitos: 
a) apropriação de coisa móvel; 
b) que a coisa esteja na posse do agente;
c) que ele inverta o animo após estar com o bem
d) que haja dolo. 
Ex"Abelardo" vai a uma locadora e aluga um DVD de vídeo. Passado os dias previstos para devolução este não o faz e passa a agir como se fosse proprietário do DVD.
O art. 168 prevê que a coisa tem que ser alheia e móvel. 
Coisa móvel: Tudo que é passivo de deslocamento sem perda da sua substância. Em princípio, pode ocorrer apropriação indébita de coisa fungível.A coisa fungível é aquela que é passível de se substituir por outra da mesma espécie, qualidade e quantidade (exemplo: dinheiro). "A" contrata um advogado e dá a ele uma procuração com plenos poderes. 
 Se ele recebe o dinheiro de seu cliente e não entrega a este, comete o crime de apropriação indébita. 
 Todavia, se o agente recebeu a coisa, e desde o início tinha a intenção de apropriar-se dela, não se configura a apropriação indébita, e sim o estelionato. Para configurar apropriação indébita o sujeito recebe a coisa e não tem ainda, pré-concebida, a idéia de ficar com a coisa. 
Tipo subjetivo: dolo.
Consumaçao: Consuma-se, na prática, no momento que o agente exterioriza atitudes de dono, dispondo ou negando-se a devolvê-la. Admite-se a tentativa na venda pelo posseiro que não chega a termo.
Tentativa: Admite-se, mas de difícil ocorrência.
Reparação de dano: A jurisprudência é dividida, se até antes da denúncia, existindo devolução ou acordo, não haveria. Mesmo após a reforma de 1984 com o artigo 16 (arrependimento eficaz).
Confronto: Se for previdenciária será de acordo com o artigo 168-A, a seguir. Tratando-se de funcionário público art. 312-CP. Agente responsável por instituição do Sistema Financeiro Nacional – Lei 7.492/86 art. 5º. Sendo de coisa destinada à incorporação imobiliária: Lei 4.591/64. art. 65 § 1º, II. Na falta de recolhimento da contribuição sindical e, devidas ao sindicato descontadas do empregado: art. 545, parágrafo único da CLT. Possíveis 155 ou 171. 
Gonçalves traz o exemplo de quem recebe a posse de um cofre trancado, para transportá-lo de um lugar para outro e no trajeto arromba-o apropriando-se dos valores nele contidos, comete furto qualificado pelo rompimento do obstáculo, pois, segundo Hungria a posse do continente (cofre) entregue cerrado (fechado), não implica em posse do conteúdo e sem esta é impossível apropriação indébita. 
A simples negativa de devolução não tipifica. Não existe apropriação de uso (dinheiro, usa e devolve, não há ilícito penal) e o empréstimo o mutuário recebe como dono, pela entrega ou tradição.
Classificação: Comum (sujeito), doloso, material e instantâneo.
Pena: reclusão de um a quatro anos, e multa.
Ação penal: pública incondicionada.
Observação: Semelhante ao crime de furto, também há figura privilegiada de apropriação indébita (art. 170).
Causa de Aumento de Pena: § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I – em depósito necessário
II– na qualidade de tutor, curador, síndico, liqüidatário, inventariante, testamenteiro ou depósito judicial;
III- em razão do ofício, emprego ou profissão. 
I - em depósito necessário. Há três tipos de depósito necessário: 
Depósito miserável - É o depósito feito por ocasião de uma calamidade pública (tragédia): terremoto, incêndio de grandes proporções, inundação, etc. 
Depósito legal - É feito somente nos casos expressos em lei. Ex: "A" e "B" disputam um bem perante a justiça, o juiz pode determinar que este bem fique com um dos dois, com um terceiro, ou então com um funcionário público que trabalha num depósito judicial. Se o depositário for um particular, incide o inciso II (depósito judicial); se for um funcionário público, configurará crime de peculato (art. 312). 
Depósito por equiparação – Equipara-se à figura do depositário, os donos de hotéis, pensões, pousadas, etc, em relação às bagagens. Veja que mesmo o depósito necessário possuir estas três modalidades, para os doutrinadores só vai incidir no caso do depósito miserável. 
No depósito necessário legal o agente estando exercendo função pública comete o crime de peculato (art.312-CP) e Damásio e Delmanto excluem o por equiparação afirmando ser aplicável no caso o acréscimo do inciso III (recebimento da coisa em razão de ofício, emprego ou profissão), ficando neste inciso só o miserável.
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; Tutor é aquele nomeado para administrar os bens do menor, quando o menor não tem nenhum dos dois pais, ou então quando estes estão em local desconhecido. Curador é pessoa nomeada para assistir um incapaz, uma pessoa interditada.
 O síndico( hoje administrador judicial) é a pessoa nomeada quando uma empresa entra em processo de falência, este representará a massa falida. 
 O liquidatário (hoje administrador judicial)faz o mesmo papel do síndico, porém no caso da liquidação extra-judicial (que ocorre com as instituições do sistema financeiro). 
O inventariante é aquele que representa o espólio. Normalmente é um dos herdeiros. 
O testamenteiro é aquele que dá cumprimento a um testamento. 
 O depositário judicial é aquele que, por determinação do juiz, deve guardar o bem. 
 III - em razão de ofício, emprego ou profissão. Ofício refere-se a trabalhos manuais (carpintaria, pintura, artesanato, etc). Emprego refere-se a trabalho com possível vínculo empregatício (horário e instruções a cumprir, etc). Profissão refere-se a profissional autônomo, trabalho por conta própria, etc. Exemplo: Advogado que se apropria do dinheiro recebido em uma causa e não repassa ao cliente. 
Estatuto do IdosoA conduta de apropriar-se ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhe aplicação diversa da sua finalidade, configura crime previsto na Lei 10.741/03, artigo 102 (Estatuto do Idoso)
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA . Art. 168-A
Foi acrescentado pela Lei 9983/00. Referida Lei revogou expressamente o art 95 da lei 8212/91 e também revogou tacitamente o art 2º, II da Lei 8137/90, em relação às contribuições previdenciárias. 
Objeto jurídico é a subsistência financeira da previdência; 
Sujeito Ativo: é aquele que tem o dever legal de repassar à previdência a contribuição recolhida dos contribuintes; 
Sujeito passivo é a Previdência Social e o empregado que tem descontada no seu pagamento a contribuição para a Previdência Social. 
Tipo objetivo:  O núcleo do tipo é deixar de repassar, à previdência social a contribuição recolhida dos contribuintes, no prazo e forma legal. Normalmente, as contribuições destinadas ao custeio da previdência são recolhidas nas instituições bancárias (Lei 8.212/91, art. 60) que, por força de convênios celebrados com o INSS, dispõem de prazo para repassarem os valores aos cofres da previdência. Trata-se de norma penal em branco, pois depende de definições contidas nas normas da previdência. 
Tipo subjetivo é o dolo consistente na vontade livre e consciente de deixar de repassar as contribuições recolhidas pelos contribuintes. Não existe modalidade culposa.
 2.1. Figuras Equiparadas. Art. 168- A- § 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: 
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiro ou arrecadada do público; O inciso I apenas incorporou ao CP o crime anteriormente previsto no art. 95, d, da Lei 8.212/91, com pequenas alterações. O crime é omissivo puro, autônomo em relação à apropriação indébita, inexigindo o animus de se apropriar dos valores não recolhidos 
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou a prestação de serviços; Este inciso o agente deixa de recolher o valor que tinha integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços, ou seja no preço final do produto ou do serviço está embutido o valor pertencente ao INSS. Assim, são contabilizadas, mas não repassadas aos cofres da previdência. Com isso está configuradoo crime. 
III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social.     O agente tem o dever de pagar os benefícios devidos ao segurado, uma vez realizado o reembolsado das respectivascotas ou valores pelo INSS, mas não repassa ao empregado, o valor já reembolsado pelo INSS. Ex: não repassa o salário –família 
Competência: Sendo a Previdência Social uma autarquia federal, a competência para julgar e processar a apropriação indébita previdenciária é da Justiça Federal. 
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuiç6es, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do inicio da ação fiscal.
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que:
I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
II - o valor da contribuição devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
Suspensão da pretensão punitiva, referente aos crimes previstos nos artigos 1º e 2º- L. 8.137/90, e artigos 168-A e 337-A-CP, durante período de parcelamento do débito (art. 9º,L.10684/03).
Extinção da punibilidade (art. 168-A, § 2º). Resolve antes do início da ação fiscal estendendo, segundo Nucci ao início da ação judicial e a Lei 10.684/03 ampliou extinguindo com pagamento
Perdão judicial e privilégio (art. 168-A, § 3º, I e II):
O juiz pode deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a multa (privilégio), se o agente é primário, de bons antecedentes e desde que ocorra uma das duas hipóteses do § 3º. O artigo 1º da Lei 9.441/97 estabelece valor mínimo referido ajuizamento: R$ 1.000,00
Ação penal pública incondicionada. 
ART. 169 – Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
Objeto jurídico: O patrimônio 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa 
Sujeito passivo: O proprietário
Tipo Objetivo: O núcleo é o mesmo do art. 168 do CP (apropriar-se). A conduta que se pune é também apropriar-se. Todavia caracteriza se o agente apropriar de coisa havida por erro, veio ás suas mãos por erro. Este erro pode ser quanto à coisa ou quanto à pessoa. Ex : uma jovem atende um entregador que vai ao seu local de trabalho para entregar uma jóia endereçada a uma pessoa com o nome semelhante ao seu, dizendo ser de seu namorado. Após a entrega percebe que ela não é a pessoa endereçada a receber a jóia, mas mesmo assim não devolve, resolvendo ficar com esta. O erro também pode se dar em relação à coisa. Ex: 
Uma pessoa vai a uma loja e compra uma bijuteria folheada a ouro e, ao chegar em casa, percebe que o vendedor lhe entregou uma jóia verdadeira. A apropriação de coisa por caso fortuito ocorre quando, por exemplo, um sujeito tem uma fazenda sem gado, e o gado do vizinho ultrapassa a cerca e vem para o seu terreno. A coisa, neste caso, vem parar na mão do sujeito por caso fortuito. Ele tem, portanto, que devolvê-la. A apropriação de coisa por força da natureza se dá quando, por exemplo, um vendaval traz roupas da vizinha que estavam em um varal para dentro da casa de uma pessoa e esta não devolve.
Tipo subjetivo: Dolo.
Tentativa, consumação: vide notas ao art. 168 do CP.
Ação penal: pública incondicionada
ART.169 – PARÁGRAFO ÚNICO, I - APROPRIAÇÃO DE TESOURO
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a quem tem direito o proprietário do prédio;
Objeto jurídico e sujeito ativo: vide notas ao caput do artigo.
Sujeito passivo: O proprietário do imóvel onde é encontrado o tesouro.
Tipo objetivo: Tesouro é o depósito antigo de moedas ou coisas preciosas, enterrado ou oculto, de cujo dono não haja memória (CC, art. 607). O que se incrimina não é a apreensão, em si, do tesouro, mas a posterior apropriação da parte pertencente ao proprietário do prédio (conforme art. 607 a 610 do CC). O ato de encontrar um tesouro, é chamado no Código Civil, de invenção. Se alguém encontrar um tesouro em terreno alheio, é obrigado a dividir em 50%. Metade pertence a quem achou o tesouro e a outra metade é do proprietário do terreno. Se um sujeito acha um tesouro em terreno alheio e se apropria dele sozinho, incorre no crime de apropriação de tesouro. 
Tipo subjetivo, consumação, tentativa, classificação, figura privilegiada, pena eação penal : vide notas ao caput do artigo.
ART.169 –§ único -II- Apropriação de coisa achada: 
Objeto jurídico e sujeito ativo: vide notas ao caput do mesmo artigo.
Sujeito passivo: O proprietário da coisa perdida.
Tipo objetivo: o objeto material é a coisa perdida, não a abandonada. O inciso II prevê a apropriação de coisa achada. Encontrar uma coisa, não é crime. Todavia, se ela tiver valor econômico e não for devolvida, caracteriza-se o crime de apropriação de coisa achada. A princípio, a coisa deve ser devolvida ao seu dono. Não sendo possível (ex: por ser desconhecido), deve-se entregar a coisa a uma autoridade no prazo de 15 dias. Comete o crime, quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou ao legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de quinze dias.
Tipo subjetivo, consumação, tentativa, classificação, figura privilegiada, pena e ação penal: vide notas ao caput do artigo.
Erro: Há possibilidade de ocorrer erro de proibição (CP, art. 21), pois, mesmo em meios cultos, há notório desconhecimento do alcance destes dispositivos, que a lei já devia Ter derrogado, deixando-os na órbita civil.
Reparação do dano: vide ( CP, art. 16 )
	
FIGURA PRIVILEGIADA: ART. 170. Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155 § 2º.
Nos crimes de apropriação indébita ou nos assemelhados ( arts. 168 e 169) é aplicável o privilégio do art. 155 § 2º, do CP (vide nota ao art. 155), quando o criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa apropriada. Assim o juiz pode , neste caso, substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
CAPÍTULO VI – 
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
Art. 171 - Estelionato
Introdução: O estelionato é um crime que se caracteriza pelo emprego da fraude, uma vez que o agente, valendo-se de alguma artimanha, consegue enganar a vítima e convencê-la a entregar-lhe algum pertence, e, na seqüência, locupletar-se ilicitamente com tal objeto.
Suspensão condicional do processo: Cabe no caput e no § 2º, incisos I a VI (art 89 da Lei 9099/95).
Objeto jurídico: o patrimônio
Sujeito ativo: qualquer pessoa, mas deve ser determinada, porquanto não há estelionato contra pessoa incerta.
Sujeito passivo: qualquer pessoa, assinalando-se que podem existir dois sujeitos, no caso de a pessoa enganada ser diversa da prejudicada.
Tipo objetivo: Para que configure, é necessário: 
1) o emprego de artifício ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
Artifício: é a utilização de algum aparato ou objeto para enganar a vítima.
Ardil: É a conversa enganosa.
Qualquer outro meio fraudulento: é uma fórmula genérica que tem por finalidade englobar qualquer outra artimanha capaz de enganar a vítima em erro.
2) induzimento ou manutenção da vítima em erro.
Na primeira hipótese, é o agente quem faz a vítima ter uma percepção errônea da realidade e, na segunda, aquela espontaneamente se equivoca em relação a uma determinada situação, e o agente, percebendo tal erro, mantém nesse estado.
3) obtenção de vantagem patrimonial ilícita pelo agente.
A vantagem deve ser ilícita, pois , caso contrário, pois se for lícita o crime será o exercício arbitrário das próprias razões.
4) prejuízo alheio.
O prejuízo pode ser da pessoa enganada ou de terceiro.
No estelionato tem de haver dois resultados: vantagem ilícita e o prejuízo alheio.
Tipo subjetivo: dolo
Consumação: O estelionato é crime material, se consuma no momento e local em que o agente obtém vantagem ilícita, em prejuízo alheio.
Reparação do dano: vide o art. 16 do CP.
Tentativa: admite-se
Pena: reclusão de um a cinco anos, e multa; vide, as penas para figura privilegiada (CP, art. 171, § 1º) e qualificada (CP, art. 171, § 3º).
Ação penal: pública incondicionada (conforme, CP , art. 181 a 183).
Art. 171 - § 1º - Estelionato privilegiado
Alcance: É aplicável tanto à figura fundamental do estelionato (art. 171, caput), como aos subtipos (art. 171, § 2º, I a VI). A disposição é semelhante à do furto privilegiado (CP, art. 155, § 2º), mas aqui se alude ao prejuízo, e não ao valor (como no furto), de modo que será necessário atender ao efetivo montante do dano sofrido pela vítima”.
Art. 171 - § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria.
I- vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou garantia coisa alheia como própria.
Noção : Deve haver fraude, a vantagem e o prejuízo.
Objeto jurídico: o patrimônio
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: é o comprador de boa- fé, enganado pelo vendedor.
Tipo objetivo: vender, permutar, dar em pagamento, locar ou dar em garanti coisa alheia como se fosse própria.
Tipo subjetivo: Igual ao do caput, sendo imprescindível que o agente tenha consciência de que a coisa de que dispõe é alheia.
Consumação: Com a disposição da vantagem ilícita, em prejuízo alheio.
Tentativa: Admite-se.
Pena e ação penal: vide nota ao caput do artigo.
Artigo 171, § 2º , II. Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria.
II - vende, permuta, dá em pagamento, ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações , silenciando sobre qualquer destas circunstâncias;
Objeto jurídico: o patrimônio
Sujeito ativo: só o dono da coisa
Sujeito passivo: é quem sofre a lesão patrimonial, aquele que recebe a coisa inalienável, grava ou litigiosa; ou ainda, na última hipótese do inciso, dependendo de produzir os efeitos reais o compromisso, poderá ser a pessoa que recebe a propriedade anteriormente prometida a terceiro, ou este próprio.
Tipo objetivo: O agente deve iludir a vítima sobre a condição da coisa (silenciando sobre sua qualquer dessas circunstâncias.). A inalienabilidade pode ser legal, convencional ou testamentária. O ônus pode legal ou contratual. Para que a coisa seja litigiosa deve ser objeto de demanda judicial.
Tipo subjetivo: Igual ao do caput, sendo imprescindível que o agente tenha consciência de que a coisa de que dispõe é alheia.
Consumação: Com a obtenção da vantagem ilícita, em prejuízo alheio.
Tentativa: Admite-se.
Pena e ação penal: vide nota ao caput do artigo.
Art. 171 - § 2º III. Defraudação de Penhor
III- defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado.
Objeto jurídico: o patrimônio
Sujeito ativo: o devedor que tem a posse do objeto empenhado.
Sujeito passivo: é o credor pignoratício.
Tipo objetivo: O objeto empenhado deve estar na posse do devedor. O tipo objetivo é defraudar. É imprescindível que seja sem o consentimento do credor.
Tipo subjetivo: Igual ao do caput, sendo imprescindível que o agente tenha consciência de que a coisa é objeto de garantia pignoratícia.
Consumação: Com a alienação, não consentida ou com qualquer ato fraudador..
Tentativa: Admite-se.
Pena e ação penal: vide nota ao caput do artigo.
Art. 171, § 2º, IV. Fraude na entrega de coisa
IV- defrauda substância, qualidade, ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Objeto jurídico: o patrimônio
Sujeito ativo: quem tem a obrigação jurídica de entregar a coisa.
Sujeito passivo: quem tem direito a receber a coisa..
Tipo objetivo: É necessário que exista relação jurídica de caráter obrigacional entre o agente e a vítima, pois o subtipo refere-se a coisa que deve ser entregue.
O comportamento incriminado é defraudar ( trocar, alterar, etc), a própria substância da coisa, sua qualidade ou quantidade.
Tipo subjetivo: Igual ao do caput, sendo imprescindível que o agente tenha realmente procurado iludir o destinatário.
Consumação: Com a efetiva entrega da coisa defraudada.
Tentativa: Admite-se.
Pena e ação penal: vide nota ao caput do artigo.
Art. 171, § 2º V. Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro.
V- destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Objeto jurídico: o patrimônio do segurador
Sujeito ativo: o segurado ou outrem a seu mando.
Sujeito passivo: o segurador (pessoa jurídica ou física).
Tipo objetivo: destruir, ou ocultar coisa própria; lesar o próprio corpo ou a saúde; agravar as conseqüências da lesão ou da doença.
Tipo subjetivo: Igual ao do caput.
Consumação: Com a conduta de destruir, ocultar, lesar ou agravar..
Tentativa: Admite-se.
Pena e ação penal: vide nota ao caput do artigo.
Art. 171, § 2º, VI. Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frusta o pagamento.
Objeto jurídico: o patrimônio
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: o tomador( beneficiário do cheque, podendo ser pessoa física ou jurídica..
Tipo objetivo: emitir e frustar.
Tipo subjetivo: Igual ao do caput,
Consumação: Consuma-se no momento e local em que o banco recusa seu pagamento.
Tentativa: Admite-se.
Pena e ação penal: vide nota ao caput do artigo.
SUMULAS RELATIVAS AO CRIME DE ESTEIONATO:
Súmula 246 do STF: “Comprovado não Ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos”.
Súmula 521 do STF: “O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento para o sacado”. 
Súmula 554 do STF: “O pagamento do cheque emitido sem a provisão de fundos após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal”
Art. 171, § 3º : Estelionato qualificado
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
O aumento é aplicado quando a infração penal atinge o patrimônio da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal, bem como as autarquias e entidades paraestatais. A súmula 24 do Superior tribunal de Justiça estabelece, ainda, que “aplica-se o crime de estelionato, em que figure como vítima entidade autárquica da Previdência Social , a qualificadora do § 3º do art. 171 do Código Penal. 
ART 172 – Fatura, duplicata ou Nota de Venda Simulada
Objeto jurídico: o patrimônio.
Sujeito ativo: quem emite fatura, duplicata ou nota de venda. O avalista e o endossatário, entende-se não ser agente de crime.
Sujeito passivo: o recebedor, ou seja, quem desconta a duplicata, e o terceiro de boa-fé contra qual é sacada a duplicata, emitida a fatura ou a nota de venda.
Tipo objetivo:.O crime previsto neste artigo, teve redação dada pela Lei 8137/90, em seu artigo 19. Referida lei então não revogou o artigo 172, mas apenas deu nova redação. 
	A conduta típica é emitir, a qual exige a colocação do título em circulação, não bastando o preenchimento dos requisitos formais do título. 
Tipo subjetivo: O dolo
Consumação: Independe do prejuízo, consumando-se com a colocação em circulação da fatura, duplicata, ou nota de venda.
Reparação do dano: vide, art. 16 do CP.
Tentativa: Não se admite.
Pena: detenção, de dois a quatro anos, e multa.
Ação penal: pública incondicionada. (cf., CP , art. 181 a 183).Art. 172 - § único
As penas e a ação são idênticas. Observe-se que, se após a falsidade na escrituração a duplicata é expedida, a falsidade é absorvida pela expedição; caso a falsidade seja cometida após a expedição, será impunível. A figura restringe-se, assim, à hipótese em que a falsidade é praticada na escrituração, mas a duplicata não chega a ser colocada em circulação.
Art. 173 – Abuso de Incapazes
No delito em tela , o abuso consiste em o agente valer-se da necessidade, paixão ou inexperiência da pessoa menor de dezoito anos ou portadora de doença mental e, assim, convencê-la a praticar um ato jurídico que possa produzir efeito em seu próprio prejuízo ou em prejuízo de terceiro.
Objeto jurídico: o patrimônio.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: o menor, o alienado ou o débil mental.
Tipo objetivo: abusar, tem o sentido de prevalecer-se, usar mal.
Tipo subjetivo: O dolo
Consumação: Independe da obtenção do proveito visado, consumando-se com a prática, pelo incapaz, de ato suscetível de produzir efeitos jurídicos em prejuízo dele ou de outrem.
Tentativa: Admite-se.
Pena: reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Ação penal: pública incondicionada. (cf., CP , art. 181 a 183).
Art. 174 – Induzimento à Especulação.
Há abuso como no artigo 173 do CP, mas aqui o sujeito passivo deve ser inexperiente (com pouca vivência nos negócios), simples (sem malícia), ou com o desenvolvimento mental deficiente (índice de inteligência inferior ao normal).
Objeto jurídico: o patrimônio.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: a pessoa simples, inexperiente ou com mentalidade inferior.
Tipo objetivo: Como a artigo 173 do CP, a conduta incriminada é abusar, induzindo. 
Tipo subjetivo: O dolo. Na modalidade de especulação, o dolo pode ser direito ( “sabendo”) ou eventual (“devendo saber”).
Consumação: Com a efetiva prática do jogo, aposta ou especulação, independentemente da obtenção de real proveito pelo agente ou por terceira pessoa.
Reparação do dano: vide, art. 16 do CP.
Tentativa: Admite-se.
Pena: reclusão de um a três anos, e multa.
Ação penal: pública incondicionada. (cf., CP , art. 181 a 183).
Art. 175 – Fraude no Comércio
Protege não só o patrimônio ,mas também a boa fé que deve existir nas relações comerciais.
Objeto jurídico: o patrimônio.
Sujeito ativo: é crime próprio, podendo só ser praticado por comerciante ou comerciário.
Sujeito passivo: qualquer pessoa, mas deve ser determinada, pois não pode haver crime de fraude no comércio contra vítima incerta.
Tipo objetivo: A conduta incriminada é enganar (iludir) .
Tipo subjetivo: O dolo.
Consumação: Com a entrega pelo agente e a aceitação pela vítima.
Reparação do dano: vide, art. 16 do CP.
Tentativa: Admite-se.
Figura Privilegiada (§ 2º) :vide art. 155 § 2º, do CP)
Pena: No “caput”, é alternativa: detenção de seis meses a dois anos e multa. Das figuras relativas ao comércio de metais ou pedras preciosas (§ 1º): reclusão de um a cinco anos, e multa. Da figura privilegiada (§ 2º), substituição, diminuição ou só multa ( vide art. 155 § 2º, do CP).
Ação penal: pública incondicionada. (cf., CP , art. 181 a 183).
Art. 176 - OUTRAS FRAUDES
A lei descreve três condutas:
A primeira é tomar refeição em restaurante sem dispor de recursos para efetuar o pagamento. 
A segunda conduta é alojar-se em hotel sem dispor de recursos para efetuar o pagamento.
A terceira é utilizar-se de meios de transportes(ônibus, táxi, metrô, barco) sem possuir recursos para efetuar o pagamento.
Conciliação , transação e suspensão do processo: benefício da Lei 9099/95
Objeto jurídico: o patrimônio.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: quem presta serviço.
Tipo objetivo: A lei descreve três condutas:
A primeira é tomar refeição em restaurante sem dispor de recursos para efetuar o pagamento. 
A segunda conduta é alojar-se em hotel sem dispor de recursos para efetuar o pagamento.
A terceira é utilizar-se de meios de transportes(ônibus, táxi, metrô, barco) sem possuir recursos para efetuar o pagamento.
No "dia do pendura", estudantes de Direito que vão a um restaurante e se recusam a pagar, poderá não incidir o art. 176, pois este diz "não dispor de recursos". Os estudantes dispunham de recursos, mas apenas não quiseram pagar, podendo caracterizar apenas um ilícito civil
Tipo subjetivo: O dolo. 
Exclusão de ilicitude: estado de necessidade (CP, arts23,I e 24)
Consumação: Com a efetiva tomada, alojamento ou utilização
Perdão Judicial( § único): O juiz pode concedê-lo, “conforme as circunstâncias”. Quanto aos efeitos do perdão judicial, que entendemos ser causa de extinção de punibilidade, vide nota ao art. 107, IX , do CP.
Pena: É alternativa: detenção, de quinze dias a dois meses, e multa.
Ação penal: É pública, mas condicionada à representação do ofentido. (cf., CP , art. 181 a 183).
Art. 177 – Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações
Suspensão Condicional do processo: Cabe em todas as figuras.
Objeto jurídico: o patrimônio.
Sujeito ativo: quem promove a fundação
Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Tipo objetivo: o crime é de informação falsa, praticável, alternativamente mediante informação falsa ou ocultação fraudulenta de fato (comissivo ou omissivo).
Tipo subjetivo: O dolo. 
Consumação: Com a afirmação falsa ou a ocultação fraudulenta, independentemente de efetivo prejuízo.
 Tentativa: teoricamente é admissível.
Pena: reclusão de um a quatro anos, e multa.
Ação penal: É pública incondicionada..
Art. 177 § 1º, I – Fraude sobre as condições econômicas de sociedades por ações
Objeto jurídico: o patrimônio.
Sujeito ativo: o diretor, o gerente, o fiscal(crime próprio), não se incluindo o membro do conselho de administração
Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Tipo objetivo: semelhante ao “caput, no entanto a afirmação falsa ou ocultação fraudulenta é relativa as condições econômicas da sociedade (já constituída), e feita em prospecto, relatório, parecer, balanço, comunicação ao público ou a assembléia.
Consumação: Com a afirmação falsa ou a ocultação fraudulenta, independentemente de efetivo prejuízo.
 Tentativa: teoricamente é admissível.
Pena: reclusão de um a quatro anos, e multa.
Ação penal: É pública incondicionada..
Art. 177 § 1º, II – Falsa cotação de ações ou títulos de sociedades
Objeto jurídico: o patrimônio.
Sujeito ativo: o diretor, o gerente, o fiscal(crime próprio), não se incluindo o membro do conselho de administração
Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Tipo objetivo: semelhante ao “caput, no entanto a afirmação falsa ou ocultação fraudulenta é relativa as condições econômicas da sociedade (já constituída), e feita em prospecto, relatório, parecer, balanço, comunicação ao público ou a assembléia.
Tipo Subjetivo: Igual ao “caput”.
Consumação: Com a afirmação falsa ou a ocultação fraudulenta, independentemente de efetivo prejuízo.
Tentativa: teoricamente é admissível.
Pena: Igual ao caput..
Ação penal: Igual ao “caput”.
Art. 177 § 1º, II – Falsa cotação de ações ou títulos de sociedades
Objeto jurídico: o patrimônio.
Sujeito ativo: o diretor, o gerente, o fiscal(crime próprio), não se incluindo o membro do conselho de administração
Tipo objetivo: A conduta é promover falsa cotação, mediante qualquer artifício (fraude). O objeto material são as ações ou títulos de sociedade. Deve tratar-se de empresa cujos títulos tenham cotação regular no mercado. A falsa cotação tanto pode ser para aumentar como para diminuir o valor das ações.
Tipo Subjetivo: Igual ao “caput”.
Consumação: Com a obtenção da falsa cotação, independentemente de efetivo dano.
 Tentativa: Admite-se .
Pena: Igual ao caput..
Ação penal: Igual ao “caput”.
Art. 177 § 1º,III – Empréstimo ou uso indevidode bens ou haveres
Sujeito ativo: o diretor, o gerente da sociedade.
Sujeito passivo: A própria sociedade ou seus acionistas
Tipo objetivo: Duas são as condutas alternativamente incriminadas: tomar por empréstimo ou usar. O objeto material são os bens e os haveres sociais (dinheiro, título, etc). 
Tipo Subjetivo: Igual ao “caput”.
Consumação: Com o uso ou o empréstimo, independentemente da verificação de prejuízo.
Tentativa: Admite-se .
Pena: Igual ao caput..
Ação penal: Igual ao “caput”.
Art. 177 § 1º, IV – Compra e venda de ações da sociedade
Sujeito ativo: o diretor ou gerente.
Tipo objetivo: O que se pune é a compra ou venda, por conta da sociedade. Objeto material são as ações emitidas pela sociedade. 
Tipo Subjetivo: Igual ao “caput”.
Consumação: Com o ato da compra ou venda, independentemente de efetivo prejuízo da empresa.
Tentativa: Admite-se .
Pena: Igual ao caput..
Ação penal: Igual ao “caput”.
Art. 177 § 1º, V – Caução de ações da sociedade
Sujeito ativo: o diretor ou gerente da sociedade
Tipo objetivo: A aceitação deve ser “como garantia de crédito social”, não se confundindo com a caução prestada por diretores como garantia de gestão.
Tipo Subjetivo: Igual ao “caput”.
Consumação: Com a aceitação, sendo desnecessária a ocorrência de efetivo dano.
 Tentativa: Admite-se .
Pena: Igual ao caput..
Ação penal: Igual ao “caput”.
Art. 177 - § 1º, VI – Distribuição de lucros ou dividendos fictícios
Sujeito ativo: o diretor ou gerente 
Tipo objetivo: Pune-se o ato de distribuir (colocar à disposição) lucros ou dividendos fictícios (irreais)., mediante balanço falso, ou em desacordo com ele, ou ainda, na falta de balanço.
Tipo Subjetivo: Igual ao “caput”.
Consumação: Com a distribuição dos lucros, independentemente da obtenção de proveito pelo agente.
Tentativa: Admite-se .
Pena: Igual ao caput..
Ação penal: Igual ao “caput”.
Art. 177 - § 1º, VII – Aprovação fraudulenta de conta ou parecer
Sujeito ativo: o diretor ou gerente ou o fiscal
Tipo objetivo: O inciso contém duas modalidades: a) conseguir a aprovação por interposta pessoa (“testa-de-ferro”, “homem-de-palha”) que comparece para votar; ou b) conseguir a aprovação conluiado com acionista (este verdadeiro) de má-fé, aliciado ou subornado. Conforme “Delmanto, em Código Penal Comentado” entende-se ser necessário que as contas ou pareceres estejam em desacordo com a realidade, pois o crime é de fraude.
Tipo Subjetivo: Igual ao “caput”.
Consumação: Com a efetiva aprovação.
Tentativa: Admite-se .
Pena: Igual ao caput..
Ação penal: Igual ao “caput”.
Art. 177, § 1º, VIII – Crimes do liqüidante
Liqüidantes: Expressamente é estendida aos liqüidantes da sociedade a responsabilidade, pelas fraudes do § 1º, incisos I a V e VII (mas não pela de ítem VI).
Art. 177 - § 1º, IX – Crimes do representante de sociedades estrangeiras
Noção: É estendida ao representante de sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no país, as incriminações do parágrafo primeiro, inciso I e II. Incorre ainda nas mesmas penas, se prestar falsas informações ao Governo. 
Informações falsas :requer que estas tenham potencialidade danosa. São informações mentirosas, inexatas, inverídicas. 
Art. 177, § 2º - Negociação de Voto.
Sujeito ativo: O acionista
Tipo objetivo: Pune-se a negociação (compra ou venda) de voto nas deliberações de assembléia geral. É lícito porém o acordo de acionistas, previsto na lei 6.404/76. “Magalhães Noronha considera derrogado este § 2º do art. 177. Desta forma somente existe infração penal se a negociação envolvendo o voto não estiver revestida das formalidades legais ou contrariar texto expresso de lei.
Tipo Subjetivo: Igual ao “caput”.
Consumação: Com a negociação do voto, independentemente do seu próprio pronunciamento na assembléia..
Pena e Ação penal: Igual ao “caput”.
Art. 178 – Emissão irregular de conhecimento de depósito ou warrant
A matéria tratada nesse dispositivo tem o seu fundamento no Decreto nº 1.102, de 1903, que permite a emissão do conhecimento de depósito e do “warrant” quando mercadorias são depositadas em armazéns gerais. Esses títulos, negociáveis por endosso, são entregues ao depositante, sendo que o primeiro é documento de propriedade da mercadoria e confere ao dono o poder da disponibilidade sobre a coisa, enquanto o segundo confere ao portador direito real de garantia sobre as mercadorias. Assim quem possui ambos tem a plena propriedade das mercadorias.
Objeto jurídico: opatrimônio
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: o portador ou endossatário dos títulos
Tipo objetivo: O decreto 1.102, de 1903, estabelece a forma de emissão dos títulos e os casos em que ela é irregular. Emitir é pôr em circulação, não bastando a simples formação do conhecimento do warrant. Para tipificar o crime é necessário que esteja em “desacordo com a disposição legal”
Tipo Subjetivo: Dolo
Consumação: Com a circulação dos títulos, sem dependência de efetivo prejuízo.
Tentativa: Não se admite
Pena: reclusão de um a quatro anos, e multa.
Ação penal: pública incondicionada
Art. 179 – FRAUDE À EXECUÇÃO
Objeto jurídico: o patrimônio
Sujeito ativo: o devedor demandado judicialmente; se for comerciante o crime poderá ser falimentar.
Sujeito passivo: O credor que está acionando
Tipo objetivo: Pressuposto deste crime é a existência de uma sentença a ser executada ou de uma ação executiva. O agente, então, com o fim de fraudar a execução, desfaz-se de seus bens através de uma das condutas descritas na lei (alienando, desviando, destruindo ou danificando bens ou, simulando dívidas).
É indispensável que o devedor tenha conhecimento da ação judicial proposta e que a diminuição do seu patrimônio torne impossível a execução da dívida. É evidente que se na esfera civil, não foi considerado o ato fraude à execução, não se configurará na esfera penal.
Tipo Subjetivo: dolo
Consumação: No momento que a execução torna-se irrealizável pela alienação, desvio, etc.
Tentativa: Admite-se .
Pena: Detenção de seis meses a dois anos, ou multa.
Ação penal: É privada (queixa- crime)
CAP .VII - DA RECEPTAÇÃO
Art. 180 – Receptação
Alteração: Artigo e §§ com redação determinada pela Lei 9426, de 24. 12. 96, publicada no DOU, de 26.12.96 e retificada no DOU de 15.1.97.
Transação: Cabe no § 3º (art. 76 da Lei 9.099/95)
Suspensão Condicional do Processo: Cabe no “caput” e no § 3º (art. 89 da Lei 9099/95)
Art. 180, caput - Receptação dolosa:
Objeto jurídico: o patrimônio 
Sujeito ativo: qualquer pessoa, exceto o autor ou co-autor do crime original.
Sujeito passivo: É o próprio sujeito passivo do crime que adveio a coisa receptada.
Pressuposto: É indispensável que o objeto material do delito de receptação seja coisa produto de crime, pois sem tal pressuposto, não há receptação. Não basta que seja produto de contravenção. O crime de receptação é autônomo.
Objeto Material: deve ser coisa móvel (ou imóvel mobilizada), sendo imprescindível que se trate de produto de crime. Heleno C. fragoso e Júlio F. Mirabete, entendem que o imóvel pode ser objeto material de receptação, pois a lei não é categórica que seja coisa móvel. É evidente, entretanto, que tais autores somente admitem o imóvel como objeto material nas hipóteses que, em tese, seriam compatíveis com tal situação, excluindo essa possibilidade em relação aos verbos “ocultar” e, mais recentemente, quanto às condutas de “transportar” e “conduzir”, que são totalmente incompatíveis com os bens imóveis.
Damásio E. de Jesus, Nélson Hungria e Magalhães Noronha, por seu turno, entendem que a receptação não pode ter um imóvel como objeto material, pois a própria palavra “ receptação” significa dar abrigo, esconder, implicando sempre movimentação do objeto. É esse o entendimento doSTF.
Tipo Objetivo :Na receptação própria ( 1ª parte do “caput”), a conduta é adquirir (aquisição onerosa ou gratuita), receber (a qualquer título), transportar ( levar, carregar), conduzir ( guiar, dirigir) ou ocultar ( esconder, tornar irreconhecível) coisa que sabe ser produto de crime. Na receptação imprópria (2ª parte do “caput”) o comportamento é influir (sugerir, inspirar) para que terceiro, de boa fé, a adquira, receba ou oculte.
Tipo Subjetivo: dolo
Consumação: Na receptação própria.( 1ª parte do “caput”), o crime é material, consumando-se com a efetiva aquisição, recebimento, transporte, condução, ou ocultação(nesta última modalidade, é crime permanente). Na receptação imprópria (2ª parte, “caput”), o crime é formal, consumando-se com a conduta idônea a influir, na opinião da maioria dos doutrinadores; todavia, para parte da jurisprudência, é necessário que o terceiro de boa- fé, pratique, efetivamente, o ato para o qual foi induzido.
Reparação do dano: art. 16 do CP.
 Tentativa: Na receptação própria admite-se, na receptação imprópria não se admite.
Pena: Reclusão de um a quatro anos, e multa.
Ação penal: pública incondicionada. Cf. CP, art. 181 a 183.
Art. 180, §, 1º - Receptação Qualificada
Trata-se de modalidade qualificada criada pela Lei 9426/96, cuja razão da maior gravidade da pena é o fato de o agente cometer o crime no exercício de atividade comercial ou industrial, situação que demonstra um forte desvalor de conduta, pois o agente acaba utilizando-se de seu meio de trabalho para cometer o delito.
Objeto jurídico, sujeito passivo e pressuposto: vide nota ao “caput”.
Sujeito ativo: Só o comerciante ou o industrial (crime próprio).
Tipo objetivo: as condutas alternativamente previstas são adquirir, receber, transportar , conduzir ou ocultar , bem como Ter em depósito,, desmontar, desmanchar, , montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma fazer uso em proveito próprio ou alheio, no exercício da atividade comercial ou industrial.
Tipo subjetivo: dolo eventual.
Tentativa: Admite-se
Pena: reclusão de três a oito anos, e multa.
Art. 180, § 2º - 
O legislador fez questão de inserir também uma norma no § 2º do art. 180 no sentido de equiparar “à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência”. Trata-se de normal penal explicativa ou complementar, cuja finalidade é não deixar qualquer dúvida sobre a possibilidade de aplicação da qualificadora a camelôs, pessoas que exerçam comércio em suas próprias casas ou a qualquer outro comerciante que não tenha sua situação regularizada junto aos órgãos competentes.
Art. 180, § 3º -RECEPTAÇÃO CULPOSA
Objeto jurídico, sujeito ativo, sujeito passivo e pressuposto: vide nota ao “caput”.
Tipo objetivo: as condutas alternativamente previstas são adquirir e receber. Indicam três indícios objetivos, que vinculam a presunção da culpa: 
anatureza da coisa
desproporção entre o valor e o preço
condição de quem oferece a coisa
Tipo subjetivo: culpa, respondendo o agente pela falta de cuidado.
Tentativa: inadmissível
Pena: detenção de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas; é cabível o perdão judicial
Ação penal: igual ao “caput”
Art. 180, § 4º - Autonomia da receptação
A receptação tanto dolosa, quanto culposa, é punível ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa receptada. 
Art. 180, § 5º , 1ª parte – Perdão Judicial
Cabimento: Na receptação culposa ( § 3º), pode ser concedido o perdão ao agente que for “primário, “tendo em consideração as circunstâncias”.
Natureza e efeitos: É causa excludente da punibilidade ( art. 107 ,IX do CP.)
Art. 180, § 5º , 2ª parte – Receptação Privilegiada
Alcance: À receptação dolosa ( caput e § 1º) aplica-se o § 2º do art. 155 do CP, que autoriza substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um terços, ou aplicar só a multa.
Art. 180, § 6º - Causa especial de aumento de pena
Noção: Quando se tratar de bens e instalações da União, Estado ou Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no “caput” aplica-se em dobro.
Alcance: Somente se aplica à receptação dolosa simples (caput).
CAP VIII – DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 181 – Imunidades Absolutas
As imunidades absolutas, também chamadas de escusas absolutórias, têm como conseqüência a total isenção da pena para o autor da infração penal.. Em razão disso, se a autoria for conhecida, a autoridade policial estará proibida de instaurar inquérito policial.
São aplicáveis apenas para os delitos contra patrimônio.
Referidas escusas absolutórias cabe apenas para:
a)o cônjuge na constância do casamento; 
b) de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182 – Imunidade Penal relativa.
As imunidades relativas também chamadas de processuais, têm como conseqüência a transformação da ação penal pública incondicionada em condicionada à representação. Essas imunidades, portanto, portanto não se aplicam aos crimes contra patrimônio que se apuram mediante queixa ( Ex: dano simples).
O inciso I aplica-se quando o fato ocorre enquanto as partes encontram-se separadas judicialmente ou desquitadas (pela antiga legislação civil. Se o fato ocorre após o divórcio, não há qualquer imunidade.
O inciso II é cabível quando o delito verifica-se entre irmãos. A regra vale tanto para os germanos (filhos do mesmo pai e da mesma mãe), quanto para os unilaterais (filhos apenas do mesmo pai e da mesma mãe).
O inciso III, por sua vez somente tem aplicação quando tio e sobrinho moram, de forma não transitória, na mesma residência. Em tal hipótese, pressupõe que a existência do processo pode acarretar sérios desgastes à convivência, daí a necessidade de representação. É irrelevante que o crime tenha sido praticado no local em que as partes moram ou em outro lugar qualquer.
Art. 183 – EXCEÇÕES
Exceções: Dispõe o art. 183 do CP, que não se aplica a imunidade: I. Se o crime é de roubo ou extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II – ao estranho que participa do crime.
Não há exclusão do crime, mas fica obstada a imposição de sanção penal às pessoas alcançadas pelo dispositivo.
Percebe-se assim, que as imunidades, tanto absolutas, quanto relativas não são aplicáveis a todos delitos contra o patrimônio. O inciso I afasta a aplicação dos institutos para todas as modalidades de roubo e extorsão ( inclusive extorsão indireta), bem como para todos os demais crimes contra patrimônio cometidos com violência ou grave ameaça.
Quanto ao inciso II do art. 183, este deixa claro quanto a participação de terceiros no crime, cometido por agente com imunidade penal. Desta forma, se a subtração de um rádio é feita pelo filho e um amigo seu, aquele é totalmente isento de pena, enquanto este responde pelo crime, aplicando-se inclusive a qualificadora do concurso de agentes.
Também não incide nas imunidades o estranho que participa do crime, conforme o artigo 30 do CP, não constituindo estas elementares no delito de patrimônio.
	
O artigo 110 da Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso), incluiu o inciso III ao artigo 183 do Código Penal, determinando que as imunidades penais não se aplicam quando o delito é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.
TÍTULO III. DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
CAPÍTULO I. DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL.
VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL. art.184. 
Introdução. Este crime foi alterado pela lei 10.695/05 legislação dos direitos autorais. Este artigo é considerado como norma penal em branco, onde a tipicidade é completada pela lei dos direitos autorais. 
Direitos Autorais: é o conjunto de direitos

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