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EIA RIMA Aguás Lindas

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PETCON – Planejamento em Transporte e Consultoria Ltda. 
70.070-904 • SBS Qd. 02 Ed. Empire Center, Sala 1.303 (Cobertura)• Brasília-DF 
Fone: (61) 3212-2713/3212-2700 • Fax: (61) 3212-2727 
www.petcon.com.br petcon@petcon.com.br 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................5 
2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO.................................................9 
2.1 Identificação do Empreendedor.............................................................................. 9 
2.2 Localização do Empreendimento ............................................................................ 9 
2.3 Histórico do Empreendimento ................................................................................ 9 
2.4 Objetivos e Justificativas ....................................................................................... 10 
3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL...............................................................................12 
3.1 Áreas de Influência................................................................................................. 12 
3.2 Meio Físico .............................................................................................................. 13 
3.3 Meio Biótico ............................................................................................................ 36 
3.4 Meio Socioeconômico ............................................................................................. 52 
4. PROGNÓSTICO DOS IMPACTOS E MEDIDAS MITIGADORAS .................80 
4.1 Avaliação dos Principais Impactos e Recomendações....................................... 100 
5. DIRETRIZES AMBIENTAIS................................................................................121 
5.1 Diretrizes de Caráter Administrativo................................................................. 121 
5.2 Diretrizes para Projeto......................................................................................... 122 
5.3 Diretrizes para Construção ................................................................................. 123 
5.4. Diretrizes para Monitoramento e Proteção Ambiental.................................... 125 
6. ALTERNATIVA DE NÃO IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO......126 
7. PLANO BÁSICO AMBIENTAL ...........................................................................127 
7.1 Programa de Controle de Erosão........................................................................ 127 
7.2 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas / paisagismo ....................... 128 
7.3 Programa de Monitoramento e Fiscalização...................................................... 128 
7.4 Programa de Conservação da Biodiversidade ................................................... 128 
7.5 Programa de Compensação para Unidades de Conservação ........................... 129 
7.6 Programa de Educação Ambiental para o Trânsito ......................................... 129 
7.7 Programa de Articulação Interinstitucional ...................................................... 129 
7.8 Programa de Prospecção Arqueológica.............................................................. 129 
 
7.9 Programa de Ordenamento Territorial.............................................................. 130 
7.10 Programa de Transporte de Cargas Perigosas ................................................ 130 
7.11 Programa de Recuperação de Passivos Ambientais........................................ 130 
7.12 Programa de Melhoria das Travessias Urbanas.............................................. 130 
7.13 Programa de Controle de Gases, Ruídos e Material Particulado .................. 131 
7.14 Programa de Redução do Desconforto e de Acidentes.................................... 131 
7.15 Programa de Segurança e Saúde da Mão-de-Obra......................................... 131 
7.16 Programa de Comunicação Social .................................................................... 131 
7.17 Programa de Gestão e Supervisão Ambiental ................................................. 132 
8. CONCLUSÃO..........................................................................................................133 
9. BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................135 
 
 
 
 
 
 
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 PETCON - Planejamento em Transporte e Consultoria Ltda. foi contratada pelo 
Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes-DNIT, em 11/10/05, 
para elaborar o Estudo de Impacto Ambiental–EIA, o respectivo Relatório de 
Impacto Ambiental–RIMA e o Plano Básico Ambiental–PBA, além do fornecimento de 
Assessoria Técnica para a obtenção das Licenças Prévia (LP) e de Instalação (LI) das obras de 
adequação (duplicação e ruas laterais) da BR-070, Perímetro Urbano de Águas Lindas - GO, 
Trecho Divisa DF/GO – Divisa GO/MT, sub-trecho Perímetro Urbano de Águas Lindas, 
segmento compreendido entre o km 0,0 e o km 16,2, perfazendo uma extensão total de 16,2 
km. 
 
Este Relatório de Impacto Ambiental – RIMA reflete de forma objetiva e adequada à 
compreensão das pessoas interessadas, as informações mais relevantes e as principais 
conclusões do Estudo de Impacto Ambiental – EIA, destacando-se: 
• A caracterização do empreendedor e do empreendimento; 
• A síntese dos resultados dos estudos referentes ao diagnóstico ambiental das áreas de 
influência direta e indireta deste trecho da rodovia BR-070; 
• A identificação dos impactos positivos e negativos possíveis de ocorrerem, principalmente 
em relação às populações envolvidas e às unidades de proteção ambiental situadas dentro 
das áreas de influência direta e indireta do empreendimento; 
• A relação de medidas propostas para a mitigação dos impactos negativos; 
• As conseqüências advindas na hipótese do empreendimento não ser realização; 
• O Plano de Controle Ambiental objetivando a estabilização da área, durante e após o 
término das obras; 
• O Plano Básico Ambiental pormenorizando os diversos Programas Ambientais que 
deverão ser implementados; 
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• As principais conclusões baseadas no EIA e. finalmente; 
• A relação das obras e fontes de informações consultadas, com a indicação das suas 
autorias. 
 
De início, faz-se necessário informar que o licenciamento ambiental das obras de adequação 
da BR-070refere-se ao processo no 02001.007216/2001-19, protocolado no IBAMA. 
 
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Razão Social: PETCON – Planejamento em Transporte e Consultoria Ltda. 
CNPJ: 26.478.016/0001-06. 
Endereço: Setor Bancário Sul – SBS, Quadra 02, Bloco S, Edifício Empire Center, salas 
705/1.303 – 70.070-904 - Brasília–DF 
Telefone: (61) 3212-2713 - fax: (61) 3212-2727 
Cadastro Técnico Federal: 289339 
 
Representante Legal: Juliana Doyle Lontra – Sócia-gerente 
CPF: 703.760.691-04 
E-mail: juliana@petcon.com.br 
Cadastro Técnico Federal: 630027 
 
Contato: Leonam Furtado Pereira de Souza – Gerente de Meio Ambiente 
CPF: 006.181.282-04 
E-mail: leonam@petcon.com.br 
Cadastro Técnico Federal: 526325 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juliana Doyle Lontra 
Sócia-gerente 
 
 Leonam Furtado Pereira de Souza 
Gerente de Meio Ambiente 
 
 
 
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− Coordenação Geral: 
 
 
Geólogo Antonio Valério 
CREA-SP 20288/D / CTF 287174 
 Econ. Gustavo Henrique Lontra Neto 
CORECON 882/DF / CTF 314012 
 
 
 
 
Engo Agrônomo Leonam F.P.de Souza 
CREA-PA 1792/D / CTF 526325 
 
 
− Meio Físico 
Coordenação: 
 
 
Geólogo Antonio Valério 
CREA-SP 20288/D / CTF 287174 
 
Equipe: 
 
 
Engo Civil Petrônio Sá Benevides Magalhães 
CREA-CE 748/D / CTF 289431 
 
 
 
 
 
 Geólogo Raimundo Marcondes de Carvalho 
CREA-SP 41220/D / CTF 1740835 
 
Engo Civil Luis Cláudio Batista Valério 
CREA-DF 8917/D / CTF 893576 
 
 
 
 Engo Ambietal José Quadrelli Neto 
CREA-DF 14628/D / CTF 1996509 
 
 
Engo Ambiental José Augusto de A. Lopes 
CREA-DF 14627/D / CTF 1996510 
 
 
− Meio Biótico 
Coordenação: 
 
 
Engo Agrônomo Túlio Leão Alvarenga 
CREA 9.736/D / CTF 293698 
 
 
 
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Equipe: 
 
Bióloga Cleidemar Batista Valério 
CFB 04576/87 / CTF 287125 
 
 
 
 
 
 Bióloga Raquel Ribeiro da Silva 
CRBIO 44079/04D / CTF 732937 
 
Biólogo José Braz Damas Padilha 
CRBIO 25508/04D / CTF 1003244 
 
 
 
 Engo Amb. Rodrigo Mello de Vasconcelos 
 CREA-DF 13008/D / CTF 683631 
 
 
 
 
Oceanóloga Juliana Doyle Lontra 
CTF 630027 
 
 Oceanólogo Luciano de Siqueira Freitas 
 CTF 1631919 
 
 
− Meio Socioeconômico 
Coordenação: 
 
 
 
 
Econ. Gustavo Henrique Lontra Neto 
CORECON 882-DF / CTF 314012 
 
Equipe: 
 
 
 
 
Econ. Roberta Zanenga de Godoy Marchesi 
CORECON 5444-5 / CTF 640298 
 
 
 
 
 
 
Engo Agrônomo Túlio Leão Alvarenga 
CREA 9.736/D / CTF 293698 
 
Gestor Ambiental Antonio João de Oliveira 
CREA 9.736/D / CTF 293674 
 
 
 
 
 
Socióloga e antropóloga Heloisa Prates Doyle 
CTF 1703190 
 
Arqueólogo Leandro Augusto Franco Xavier 
CTF 621473 
 
 
 
 
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Razão Social: Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes - DNIT. 
CGC: 04892707/0001-00 
Endereço: Setor de Autarquias Norte – SAN, Quadra 03, Lote A, Edifício Núcleo dos 
Transportes – 70.040-902 - Brasília–DF 
Telefone: (61) 3315-4000 
Responsável: Mauro Barbosa da Silva; Diretor Geral 
CPF: 370.290.291-00 
 
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A rodovia BR-070 tem origem na DF-095 (EPCL - Estrada Parque Ceilândia ou Via 
Estrutural), com função de via arterial, que liga Brasília – Plano Piloto a Taguatinga Norte e 
Ceilândia e, através da DF-180, à cidade de Brazlândia. 
 
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A implantação da BR-070 no trecho Águas Lindas coincide com surgimento de uma nova 
fronteira agrícola nos estados de Goiás e Mato Grosso na década de 70, caracterizada pela 
migração de agricultores, provenientes em sua maioria da região Sul, em busca de terras para 
cultivo, principalmente da soja. 
 
Com a sua pavimentação entre as décadas de 70 e 80, a rodovia se consolidou como rota de 
integração entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste, apesar da progressiva deterioração do seu 
pavimento verificada ao longo das ultimas décadas, situação comum à maior parte das 
rodovias brasileiras. 
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10 
 
Dentro deste contexto, ressalta-se a criação da Região Integrada de Desenvolvimento do 
Distrito Federal e Entorno – RIDE, composta por vinte e duas cidades de Goiás e de Minas 
Gerais, entre as quais se encontra Águas Lindas de Goiás, ligada ao DF justamente pela BR-
070. 
 
A rodovia BR- 070, no trecho a ser duplicado, constitui parte de uma importante via de 
ligação entre o Distrito Federal e as regiões Centro-Oeste e Norte do país. Ela se enquadra no 
Grupo 1, de acordo com o Decreto no 15.397/93, possuindo faixa de domínio com largura de 
130 (cento e trinta) metros, divididos simetricamente em relação ao eixo do canteiro central. 
Deve-se ressaltar, no entanto, que esta rodovia é federal que normalmente possuem faixa de 
domínio de 80 (oitenta) metros. 
 
O projeto de duplicação, tanto no nível federal como distrital foi concebido para oferecer 
melhores condições de tráfego e segurança, tendo em vista o alto índice de acidentes no 
trecho não duplicado, decorrente, na maioria das vezes, por ultrapassagens indevidas. Além 
disso, atualmente esta rodovia apresenta um fluxo de veículos instável e com volume além de 
sua capacidade, considerando o seu limite superior, o que induz à diminuição da velocidade 
de projeto e ao retardamento no tráfego de veículos. 
 
Devido ao crescimento da ocupação urbana às margens da rodovia BR-070, torna-se 
necessário o tratamento das interações junto às vias de acesso existentes, que deverão ser 
obrigatoriamente contempladas no projeto, bem como a recuperação dos pavimentos das vias 
existentes e dos seus acostamentos. 
 
O projeto em questão foi elaborado de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo DNIT, a 
fim de assegurar elevados níveis de mobilidade aos fluxos de longo curso e de garantir níveis 
de acessibilidade satisfatórios no atendimento às comunidades servidas ao longo do trecho 
duplicado. Sua aprovação se deu em agosto de 2001. 
 
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O objetivo básico da duplicação da BR-070 é melhorar o nível de mobilidade de trafego de 
longa e curta distância, na ligação entre as regiões Sul e Centro-Oeste ao Norte do país, e 
garantir níveis de acessibilidade satisfatórios no atendimento do trafego regional da área de 
 
 
11 
influência de Brasília. Busca, também, aumentar a capacidade de trafego e aumentar a 
segurança do transito. 
 
Em uma análise prospectiva da evolução do uso e ocupação do solo na região, a duplicação se 
mostra interessante, pois a região oeste do DF dispõe de terras muito adequadas para 
agricultura e ocupação demográfica de média densidade, como é o caso dos núcleos rurais 
existentes na região administrativa de Brazlândia, que encontra na BR-070 um importante 
eixo de ligação. 
 
 
 
 
 
 
 
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s estudos realizados procuraram identificar, delimitar e caracterizar os 
parâmetros das áreas de influência direta e indireta do empreendimento e suas 
interações, de modo a determinar a situação atual da área. 
 
Foram levantados dados atualizados sobre os meios físico, biótico e sócio-econômico, 
privilegiando a participação e a diversidade dos atores envolvidos. 
 
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A Área de Influência Direta – AID definida para a caracterização do meio físico, ou seja, 
com relação aos aspectos geológicos/geotécnicos, pedológicos, geomorfológicos e para os 
recursos hídricos, foi estabelecida como sendo a faixa de domínio da rodovia queserá afetada 
diretamente pelos serviços de desmatamento, abertura de caixas de empréstimo, 
terraplenagem, pavimentação e instalação do sistema de drenagem, enquanto que a Área de 
Influência Indireta - AII foi considerada como a área de contribuição de drenagem para o 
trecho em estudo. 
 
Em termos sócioeconômicos, as áreas de influência da pavimentação da rodovia BR-070 
foram definidas segundo os critérios de População Indiretamente Atingida (PIA) para 
caracterizar os limites da área de influência indireta e, de População Diretamente Atingida 
(PDA), para caracterizar os limites da área de influência direta. 
 
Como PIA considerou-se a Região Administrativa de Ceilândia e Taguatinga e como PDA 
considerou-se os bairros da cidade de Águas Lindas e as ocupações rurais que margeiam a 
rodovia. 
 
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13 
Para a determinação das áreas de influência da BR-070, sob o enfoque do sistema de 
transporte e tráfego, foi considerado o contexto da rodovia tanto no Sistema Rodoviário do 
Distrito Federal, como no Sistema Nacional, uma vez que esta rodovia interliga o Distrito 
Federal às regiões Centro-Oeste e Norte do país. 
 
Considerou-se como área de influência direta, a cidade de Águas Lindas, tendo-se em vista 
que a pavimentação da BR-070 contemplará, também, a pavimentação dos acessos viários ao 
longo de suas vias marginais, influindo no comportamento dos deslocamentos da população 
ali residente. Foi considerada como área de influência indireta do empreendimento a região 
oeste do Distrito Federal que envolve as Regiões Administrativas de Ceilândia, Taguatinga e 
Brazlândia, tendo em vista que a pavimentação da rodovia influirá indiretamente na 
articulação do tráfego local destas regiões. 
 
Para os estudos de fauna e flora foi estabelecida como área de influência indireta, uma faixa 
correspondente a extensão total do trecho do projeto (16,2 km), abrangendo 400 m para cada 
lado da estrada, resultando em uma área de 13,96 km2. Já a área de influência direta está 
compreendida numa largura de 65 m para cada lado do leito da estrada, incluindo a faixa de 
domínio da rodovia onde ocorrerá o desmatamento necessário às obras de duplicação e de 
onde, eventualmente, será retirado material para aterro (caixas de empréstimo) e instaladas as 
obras de contenção de erosão, canteiros, etc. 
 
Uma síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico ambiental das áreas de influência 
direta e indireta desta rodovia é apresentada a seguir. 
 
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3.2.1 Aspectos Climatológicos 
Segundo a classificação de Köppen, o clima do Distrito Federal é tropical, concentrando 
precipitações no verão. O período mais chuvoso corresponde aos meses de novembro a 
janeiro, e o período seco ocorre no inverno, especialmente nos meses de junho a agosto. 
 
No Distrito Federal, pela classificação de Köppen ocorrem os seguintes tipos climáticos: 
 
 
 
14 
• Tropical (Aw) - Temperatura, para o mês mais frio, superior a 18ºC. Situa-se, 
aproximadamente, nas áreas com cotas altimétricas abaixo de 1.000 metros (bacias 
hidrográficas dos rios São Bartolomeu, Preto, Descoberto/Corumbá, São Marcos e 
Maranhão). Apresenta verão quente e úmido e inverno seco. Chuvas ocorrem com maiores 
intensidades nos meses de dezembro a março, sendo os meses de julho a agosto os meses 
mais secos do ano. 
• Tropical de Altitude (Cwa) - Temperatura, para o mês mais frio, inferior a 18ºC, com 
média superior a 22º no mês mais quente. Abrangem, aproximadamente, as áreas com 
cotas altimétricas entre 1.000 e 1.200 metros (unidade geomorfológica - Pediplano de 
Brasília). 
• Tropical de Altitude (Cwb) - Temperatura, para o mês mais frio, inferior a 18ºC, com 
média inferior a 22º no mês mais quente. Correspondem às áreas com cotas altimétricas 
superiores a 1.200 metros (unidade geomorfológica - Pediplano Contagem/Rodeador). 
 
A região de Águas Lindas – GO insere-se no tipo AW. 
 
3.2.2. Qualidade do Ar / Poluição Atmosférica 
 
A Qualidade do Ar no Distrito Federal 
Atualmente, a Gerência de Monitoramento Ambiental (GEMOA), que pertencia a extinta 
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH, conta com uma rede de 
Monitoramento da Qualidade do Ar, composta de cinco estações fixas. Cada estação é dotada 
de dois equipamentos: 
• Amostrador de Grandes Volumes (HI-VOL), utilizado na coleta de PTS; 
• Amostrador de Pequenos Volumes (OPS/OMS) usado na coleta de fumaça e SO2 
 
As estações estão localizadas em pontos considerados críticos no que tange à questão da 
poluição do ar no DF, tais como terminais rodoviários, vias de tráfego intenso e áreas 
industriais. A existência desse tipo de rede possibilita auxilio ao processo de planejamento 
urbano e de implantação de indústrias e outros tipos de serviços tomando como base os dados 
obtidos das análises laboratoriais. Fornece dados para ativar ações de emergência durante 
períodos de estagnação atmosférica, além de acompanhar as tendências e mudanças na 
qualidade do ar, devidas a alterações nas emissões dos poluentes. 
 
 
 
15 
No DF, são monitorados os poluentes: ióxido de enxofre (SO2); partículas totais em suspensão 
(PTS) e fumaça. As análises da amostras coletadas são realizadas no laboratório de 
monitoramento da qualidade do ar, sediado no Centro Universitário de Brasília – UniCEUB: 
 
Principais Resultados 
Os dados da SEMARH, referentes às medições feitas no período do ano de 2000, nos meses 
de julho a dezembro, mostram para a Estação Rodoviária do Plano Piloto e de julho a outubro, 
no Setor Comercial Sul e região da FERCAL (Engenho Velho), em Sobradinho, os seguintes 
resultados: 
 
Tabela 1 
Resultados da Qualidade do Ar 
 
Local Poluente Qualidade do Ar 
SO2 Boa 
Fumaça Má Rodoviária do Plano Piloto 
PTS Inadequada 
SO2 Boa 
Fumaça Má Setor Comercial Sul 
PTS Inadequada 
SO2 Boa 
Fumaça Inadequada Fercal – Engenho Velho 
PTS Crítica 
Fonte: SEMARH - 2000 
 
A Qualidade do Ar na região de Águas Lindas - GO 
Não existem indústrias ou fábricas com emissão de poluentes atmosféricos no entorno e nas 
proximidades do local designado para a pavimentação da segunda pista da BR-070, na região 
de Águas Lindas. 
 
A poluição do ar na região praticamente se restringe às emanações de gases provenientes da 
queima de combustíveis dos veículos que trafegam na rodovia e pela poeira gerada pelo 
tráfego local, em vias não pavimentadas, principalmente em épocas secas do ano (abril a 
setembro). 
 
3.2.3 Poluição Sonora 
Na área de Águas Lindas não existe registro de monitoramento de poluição sonora realizado 
por entidade oficial. 
 
 
16 
Para a obtenção de dados referentes ao assunto, foram efetuadas medições de ruído 
utilizando-se um decibilímetro de precisão, Modelo DEC – 430, devidamente calibrado. 
 
Foi caracterizados 28 pontos ao longo da BR-070, com aproximadamente 500 metros de 
distância entre eles. A aferição iniciou-se às 7:00 horas no sentido rio Descoberto – rio do 
Macaco. As medições foram repetidas no sentido inverso, com início às 9:00 horas. 
 
Os resultados podem ser visualisados na Tabela 2, a seguir: 
 
Tabela 2 
Níveis de Ruídos 
 
Ponto de 
Medição 
Horário da 1ª 
medição 
Máxima em decibéis 
(dB) 
(Sentido rio Descoberto – rio 
do Macaco) 
Horário da 2ª 
medição 
Máxima em decibéis 
(dB) 
(Sentido rio do Macaco – rio 
Descoberto) 
1 7:03 82,1 10:00 73,6 
2 7:05 84,7 9:56 72,0 
3 7:08 89,3 9:54 84,0 
4 7:10 86,2 9:52 75,0 
5 7:12 87,3 9:50 80,7 
6 7:15 82,9 9:44 72,0 
7 7:17 86,2 9:42 80,7 
8 7:19 87,1 9:39 76,3 
9 7:20 83,2 9:37 84,7 
10 7:22 89,7 9:35 87 
11 7:25 81,3 9:33 83,1 
12 7:26 68,8 9:31 77,0 
13 7:28 79,1 9:29 73,7 
14 7:30 88,0 9:27 79,2 
15 7:32 88,9 9:25 81,1 
16 7:34 88,6 9:23 44,9 
17 7:36 70,1 9:21 78,1 
187:38 86,4 9:20 56,0 
19 7:40 80,2 9:17 74,0 
20 7:42 76,8 9:16 63,0 
21 7:44 73,2 9:13 82,0 
22 7:46 74,6 9:12 58,4 
23 7:48 70,3 9:10 42,6 
24 7:50 80,1 9:08 60,0 
25 7:54 60,0 9:06 82,3 
26 7:57 45,0 9:04 84,2 
27 7:59 43,8 9:03 84,2 
28 8:06 40,0 9:00 83,2 
Fonte: PETCON - 2006 
 
 
17 
 
 
Constatou-se que, na rodovia BR-070, não existem grandes fontes estacionárias de produção 
de ruídos, sendo o tráfego de veículos a sua maior fonte devido a grande quantidade de 
caminhões, carretas e ônibus, quase sempre com motores desrregulados. 
 
As medições realizadas ao longo da BR-070, no entorno de Águas Lindas, mostraram 
ocorrência de ruídos de fundo em torno de 80-90 dB, devido principalmente ao tráfego 
intenso no sentido rio do Macaco – rio Descoberto, ou seja, de Águas Lindas (GO) para o 
Distrito Federal. 
 
Conclui-se que os ruídos emitidos durante a construção da segunda pista não trarão sérios 
incômodos à população local, pois o tráfego local já vêm produzindo ruídos há algum tempo, 
sem originar maiores reclamações por parte da vizinhança. 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
Croqui - Amostragem de Ruído 
 
 
 
 
 
 
19 
3.2.4 Aspectos Geológico-Geotécnicos 
A síntese da geologia da região onde se insere o trecho de duplicação da BR-070, está 
fundamentada nos trabalhos de mapeamento regional de Faria (1984 e 1995), Campos e 
Freitas-Silva (1988) e no mapeamento semi-regional de Silva (2003), e que serviram de base 
para a elaboração do Mapa Geológico. (Figura 1) 
 
Aspectos Regionais 
A região do Distrito Federal e entorno situa-se geotectonicamente no interior da Faixa de 
Dobramentos Brasília, entre a posição oriental do Maciço Mediano de Goiás e o Craton do 
São Francisco (Almeida, 1976 e 1986), onde são individualizadas quatro seqüências de 
sedimentação, representadas pelos grupos Canastra, Paranoá, Araxá e Bambuí e que foram 
dobradas e metamorfisadas no Proterozóico, com evolução entre 1.000 e 650 Ma, no Ciclo 
Geotectônico Brasiliano. 
 
As seqüências deposicionais Canastra e Araxá são representadas por conjuntos litológicos 
com maior grau metamórfico, da fácies xisto verde. O Grupo Bambuí é representado por um 
pacote de metassiltitos argilosos de muito baixo grau metamórfico, e o Grupo Paranoá é 
caracterizando por uma seqüência de sedimentos detríticos constituídos de metassiltitos, 
quartzitos, ardósias e metarritmitos, sobrepostos por uma fácies carbonatada, que inclui 
metassiltitos argilosos e lentes de calcários. 
 
Aspectos locais 
A área diretamente afetada pela duplicação da BR-070 está quase inteiramente inserida no 
domínio do Grupo Paranoá, constituído por metarritmitos arenosos ou argilosos e quartzitos. 
Na porção oeste do empreendimento, aproximadamente entre o km 13,5 e o rio do Macaco 
(km17), afloram os metapelitos do Grupo Araxá, que se sobrepõem ao Grupo Paranoá por 
meio de uma falha de empurrão de direção NW/SE. 
 
Nos vales dos rios Descoberto e dos Macacos completam a estratigrafia da região do 
empreendimento, os depósitos cenozóicos, representados pela Cobertura Detrito-laterítica e 
por aluviões de pouca expressão. 
 
 
20 
 
 
 
 
 
Inserir 
Figura 1 - Mapa Geológico 
 
 
 
 
 
 
 
21 
Ao longo da BR-070, as rochas encontram-se capeadas por Latossolo Vermelho e Vermelho-
Amarelo, de textura arenosa a areno-argilosa, espessos e de natureza residual, localmente com 
grande quantidade de fragmentos de quartzo. 
 
No km 12,4 o quartzito apresenta-se totalmente decomposto formando solo de constituição 
arenosa e coloração vermelha, com perfil de 5m a 6m, como evidencia a voçoroca instalada 
em uma das cabeceiras do córrego Piador, tributário do rio Camargo, que corre para sudoeste 
em direção ao rio do Macaco. 
 
Em uma área restrita, aproximadamente entre os km 10 e 11,5, ocorrem solos arenosos 
residuais derivados de quartzito, apresentando camada orgânica superficial. 
 
Ao longo da BR-070, na vertente direita do rio do Macaco, os xistos do Grupo Araxá afloram 
em cortes, apresentando-se muito alterados, na cor cinza, amarelo e rosa-esbranquiçado, com 
lentes de quartzo. 
 
Nos cortes existentes na vertente esquerda do rio do Macaco, entre os km 14 e 17, 
predominam solos saprolíticos cinza avermelhados, siltosos, freqüentemente capeados por 
cascalho. 
 
Cobertura Detrito-laterítica 
Capeando as unidades proterozóicas, a Cobertura Detrito-laterítica local está representada por 
Latossolos, que recobrem a superfície da chapada de Águas Lindas, sustentada pelos 
quartzitos e metarritmitos arenosos. 
 
São solos arenosos com elevado teor de areia quartzosa, ou areno-argilosos com pouca 
plasticidade, apresentando, em geral, espessuras da ordem de 4m a 6m, podendo ser residuais 
das rochas subjacentes ou transportados (coluvionares). A principal característica do ponto de 
vista geotécnico é sua alta condutividade hidráulica e, também, quando saturado, a elevada 
colapsividade. 
 
As principais ocorrências de cascalho ao longo da BR-070 localizam-se entre os km 11,5 e 13, 
na borda da chapada de Águas Lindas e sobre os tabuleiros modelados nos xistos do Grupo 
Araxá, onde vários desses locais já são explorados como fonte de cascalho laterítico 
 
 
22 
empregado em obras de infra-estrutura e, em parte, para a própria pavimentação da pista 
existente da BR-070. Essas áreas decapeadas, atualmente com exposição de camadas 
saprolíticas siltosas bastante suscetíveis à erosão, constituem passivos ambientais das obras de 
infra-estrutura empreendidas na região de Águas Lindas. 
 
3.2.5 Aspectos Geomorfológicos 
Com relação ao relevo, a região onde ocorrerá a duplicação da BR-070 pode ser dividida em 
duas porções distintas: Chapada de Águas Lindas e Região Dissecada dos Altos Cursos dos 
rios Descoberto e do Macaco. 
 
A Chapada de Águas Lindas é caracterizada por uma topografia plana a ligeiramente 
ondulada, com inclinação suave para os bordos, não ultrapassando a declividade de 8%, 
estando balizada, de uma forma geral, acima da cota de 1120m, que marca o limite com a 
região de dissecamento. 
 
É constituída por quartzitos e metarritmitos arenosos do Grupo Paranoá, capeados pelos solos 
porosos e permeáveis da Cobertura Detrítica, com as bordas revestidas por crostas lateríticas, 
que contribuem para a resistência desse relevo aos processos erosivos de dissecação atuantes. 
 
A paisagem desta unidade é a mais estável da região, onde o escoamento das águas pluviais 
induz à erosão laminar lenta, tendo em vista a fácil infiltração das águas precipitadas nos 
Latossolos porosos e a suavidade topográfica, que conferem à Cobertura Detrito-laterítica 
boas características como reservatórios de águas subsuperficiais. 
 
A Região Dissecada dos Altos Cursos dos rios Descoberto e do Macaco é caracterizada por 
um relevo de colinas, morros e feições residuais de topo aplainado, com grau de dissecação 
variado e modelado segundo um marcante controle litológico e estrutural. 
 
Abrange colinas e morros de formas convexo-côncavas e topos arredondados ou alinhados, 
com encostas de declividade média a suave e desníveis inferiores a 50m, que se intercalam a 
fragmentos de superfícies tabulares residuais de aplainamento, de rebordos dissecados, 
capeadas por crostas detrito-lateríticas e niveladas em torno das cotas 1040 e 1080m, com 
amplitudes de relevo de até 80m. 
 
 
 
23 
3.2.6 Aspectos Hidrogeológicos 
Os aqüíferos subterrâneos existentes na área em estudo são de dois tipos: o das águas sub-
superficiais rasas, contidas na cobertura cenozóica que funciona como meio poroso, e o das 
águas subterrâneas armazenadas nas descontinuidades do maciço rochoso, em profundidade, 
denominado de aqüífero de domínio fissural. Este aqüífero engloba os Latossolosda 
Cobertura Detrítica, solos residuais das litologias subjacentes e solos hidromórficos, 
funcionando como extensos reservatórios superficiais de água, cuja recarga depende 
diretamente da precipitação pluviométrica. 
 
Quanto à redução da área de recarga do aqüífero pela impermeabilização do solo, esta é 
igualmente insignificante, dada à dimensão linear da rodovia, havendo ainda algum benefício 
à alimentação do aqüífero poroso, pelo incremento da infiltração através de caixas de 
empréstimo e bacias de retenção que deverão necessariamente ser previstas ao longo do 
trecho. 
 
Os aqüíferos do Domínio Fissural ou das Águas Subterrâneas são constituídos pelos sistemas 
de descontinuidades do maciço rochoso, representados por fraturas, juntas de acamamento 
abertas e falhas. São aqüíferos locais, livres, recarregados através do meio poroso saturado da 
cobertura, ou por meio da própria rocha aflorante nas drenagens, limitando-se a uma 
profundidade da ordem de 150 m, pois a partir daí a ocorrência de fraturas abertas no maciço 
rochoso é bastante reduzida. 
 
Salenta-se que o trecho em estudo tem interferência apenas com os solos superficiais, não 
exercendo qualquer influência no aqüífero das águas subterrâneas, restrito ao maciço rochoso. 
 
3.2.7 Aspectos Pedológicos 
Na denominação e sistematização das diversas classes diagnosticadas na área foi utilizado o 
novo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999), conforme pode ser 
observado no Mapa Pedológico (Figura 2). Na região da duplicação da BR-070 foram 
encontrados: Latossolo Vermelho, Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Gleissolo, 
Neossolo Quartzarênicos e Plintossolo. 
 
 
24 
 
 
 
 
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Figura 2 - Mapa Pedológico 
 
 
 
 
 
 
25 
Latossolo Vermelho 
Os Latossolos localizam-se em áreas de relevo plano a suave ondulado, ocupando uma grande 
extensão (38,67% da área estudada). São solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B 
latossólico, com eventual quantidade de laterita. 
 
Latossolos Vermelho-Amarelo 
Os Latossolos Vermelho-Amarelos ocupam 16,88% da área estudada. São solos minerais, 
com horizonte A moderado e horizonte B latossólico, possuindo textura arenosa ou média. 
São bastante porosos e muito bem drenados, com baixos valores de argila dispersa em água. 
 
Os Latossolos possuem pouca suscetibilidade à erosão. Entretanto, foram constatadas erosões 
de grandes extensões próximas à rodovia, resultante do acúmulo de drenagem da água de 
chuva incidida no asfalto. Ocupam áreas bastante extensas de relevo plano e suave ondulado. 
 
Cambissolos 
Os Cambissolos são solos pouco desenvolvidos que ainda apresentam minerais primários 
facilmente intemperizáveis. Geralmente estão associados aos relevos mais movimentados 
(ondulados e forte-ondulados). 
 
Ocupam 39,24% da área de estudo, constituindo a classe predominante no projeto. Quando 
derivados das litologias do grupo Paranoá, são de textura de arenosa a média,geralmente 
apresentando calhaus, cascalhos, concreções e fragmentos de rochas ao longo do perfil, com 
concentração na superfície do solo ou em camadas entre os horizontes. 
 
Neossolos Quartzênicos (Areias Quartzosas) 
São solos minerais, pouco desenvolvidos, profundos, podendo apresentar camadas de laterita 
em mistura com calhaus de quartzo a partir de 1,5 m. A textura é predominantemente arenosa 
e, por isso, são excessivamente drenados, porosos e muito suscetíveis à erosão. 
 
Ocupam inexpressiva extensão (1,0% da área estudada) e localizam-se em terrenos de relevo 
plano e suave ondulado com declives que variam de 0 a 8%, predominando declives de 4%. 
 
 
 
26 
Solos Hidromórficos 
São solos pouco desenvolvidos que geralmente ocupam as depressões da paisagem sujeitas a 
inundação. Correspondem a cerca de 0,58% da área de estudo. São mal ou muito mal 
drenados e, com freqüência, ocorre uma espessa camada escura de matéria orgânica mal 
decomposta sobre uma camada acinzentada de gleização. 
 
Formaram-se a partir de sedimentos aluviais, com presença de lençol freático próximo à 
superfície na maior parte do ano, caracterizando um ambiente de acúmulos orgânicos. 
 
Plintossolos 
São solos minerais hidromórficos, anteriormente conhecidos como Laterita Hidromórfica, que 
apresentam séria restrição à percolação da água e, por conseqüência, situam-se em áreas de 
alagamento temporário. Representam quase 1,0% da área total do estudo, localizados em 
relevos planos e em áreas deprimidas, no terço inferior de encostas onde há importante 
movimentação lateral de água. Apresentam horizonte A pouco desenvolvido ou ausente, 
cobertos por vegetação de campos limpos. Possuem coloração de fundo amarelada e 
mosqueamentos que variam do marrom ao vermelho. 
 
3.2.8 Aspectos Geotécnicos 
Com o objetivo de subsidiar tomada de decisão por parte dos projetistas e do DNIT quanto à 
utilização dos solos durante a execução das obras de pavimentação da BR-070, indica-se, a 
seguir, alguns resultados de análise geotécnica. 
 
Os ensaios geotécnicos realizados revelam a presença de argila siltosa e/ou arenosa com 
valores de SPT variável entre 0 e 3 golpes, isto é, de consistência muito mole a mole. 
 
Os ensaios de caracterização determinaram para esses solos fração de argila (Ø < 2�) variável, 
em média, entre 70% e 90%, limite de liquidez (WL) de 41% a 62%, índice de plasticidade 
(IP) de 8,5% a 19,7%, umidade natural (W nat) de 28,4% a 46% e densidade natural (�s) 
baixa, variável entre 8,3 kN/m3 e 10,3 kN/m3, sendo a densidade real dos grãos (G) de 2,69 a 
2,86. 
 
Os índices de vazios (e) apresentam altos valores, variando de 1,87 a 2,32, enquanto o grau de 
saturação (S) varia entre 45% e 48%, bem inferior ao necessário para a completa saturação do 
 
 
27 
solo, características que determinam a potencialidade desses solos porosos ao colapso 
estrutural quando saturados, com ou sem carregamento adicional. 
 
A experiência adquirida nesse material mostra que solos com índices de vazios maiores ou 
iguais a 1,7 e graus de saturação menores do que 60% são potencialmente colapsíveis, 
registrando-se índices de colapsividade (i) nos solos argilosos porosos ensaiados entre 0,21% 
e 15% para pressão de inundação entre 50 e 200kPa. É reconhecido que o recalque 
proveniente do colapso estrutural do solo por efeito de saturação é máximo nas pequenas 
pressões aplicadas. 
 
Nos ensaios de adensamento edométrico realizados em amostras coletadas a 5m de 
profundidade, foram determinados coeficientes de adensamento relativamente altos (2 x 10-2 
cm²/s), condizentes com a elevada porosidade (65% a 70%) e permeabilidade desse solo. O 
índice de compressibilidade é também alto (Cc = 0,42) e o coeficiente de pré-adensamento 
baixo (Pa = 35 kPa), indicando um solo normalmente adensado, pela posição das amostras no 
perfil. 
 
São registrados para solos porosos da Cobertura Detrítica permeabilidades variáveis entre 1,0 
x 10-4 cm/s e 1,0 x 10-2 cm/s (Souza, 2001), sendo as mais elevadas correspondentes aos solos 
de granulometria arenosa. Assim, pode-se atribuir aos solos argilosos porosos da região, 
permeabilidade mínima em torno de 1,0 x 10-4 cm/s. 
 
Quanto à resistência ao cisalhamento, os ensaios triaxiais realizados nesses solos porosos 
apresentaram parâmetros de coesão e ângulo de atrito, em termos de tensões efetivas (c’ e Ø’), 
entre 6 kPa e 32 KPa, e entre 23° e 26°, respectivamente. 
 
Quanto às suas características geotécnicas em relação à compactação, verifica-se, como já 
mencionado, que embora tenham elevada fração de argila, esses solos argilo-siltosos 
enquadram-se no grupo ML da classificação unificada – SUCS, com comportamento de solo 
siltoso, de baixa a média compressibilidade. 
 
Os Latossolos ocorrem praticamente ao longo de todoo trecho, apresentando cor vermelho 
amarelo e granulometria areno-argilosa. Geotecnicamente pertencem ao grupo LA’ da 
classificação MCT de solos tropicais, aplicável para rodovias.
 
 
 
28 
 
As suas densidades secas máximas (�s max), segundo o ensaio Proctor normal, situam-se na 
faixa de 13,1 kN/m³ a 14,2 kN/m³ e as umidades ótimas de compactação (Wot) na faixa de 
28% a 34%. Os Índices de Suporte Califórnia (ISC) oscilam em torno de 10% e a expansão 
máxima é de 1,67 %. 
 
Ao longo da área de pavimentação da BR-070, as características dos solos de cobertura 
descritas tanto em relação à granulometria e espessura, quanto aos parâmetros geotécnicos, 
não devem sofrer mudanças significativas. 
 
Erodibilidade e colapsividade na área do empreendimento 
Em relação à erodibilidade, os Latossolos que recobrem a área do empreendimento 
apresentam grande capacidade de infiltração da água do escoamento superficial, graças ao 
elevado volume de poros (em geral, mais de 60%) e à baixa declividade da superfície. 
Portanto, são solos com pouca suscetibilidade natural à erosão. 
 
Seu principal problema geotécnico advém de uso inadequado, que provoca a concentração de 
água em grandes volumes na superfície do solo, pois, atingida a saturação total, é ruída a 
estrutura micro-agregada e por isso sofrem colapso. Se a concentração de água gerar sulcos na 
superfície do solo, esses podem rapidamente evoluir para ravinas que, ao atingirem o lençol 
freático, formam voçorocas, caracterizando um processo erosivo de difícil controle. 
 
Outro aspecto prejudicial à natural estabilidade desses solos argilosos porosos é a facilidade 
da sua compactação superficial sob condições intensas de uso, comprometendo a capacidade 
de infiltração da água e gerando processos de degradação permanentes. 
 
Outro problema geotécnico associado ao colapso estrutural dos solos que ocorrem na área é o 
potencial recalque do terreno nas camadas superficiais, tendo como conseqüências mais 
comuns a danificação dos pavimentos e de obras de infra-estrutura, como dissipadores, 
bueiros, etc. 
 
Cabe ainda mencionar que é comum nesses solos porosos, quando saturados e neles 
estabelecido um gradiente hidráulico elevado, o desenvolvimento concomitante de transporte 
 
 
29 
da fração mais fina do solo, formando “piping” (cavidade alongada), que potencializa o 
recalque da superfície. 
 
Os Cambissolos, que também ocorrem na área, são solos pedogeneticamente pouco evoluídos, 
de granulometria predominantemente siltosa, de espessura submétrica, extremamente 
erodíveis e que, juntamente com os espessos solos saprolíticos silto-arenosos subjacentes, 
apresentam alto potencial ao desenvolvimento de sulcos, ravinas, solapamentos e 
escorregamentos, quando sujeitos a escoamentos superficiais concentrados. 
 
Os Cambissolos apresentam ocorrência restrita às vertentes mais acentuadas da Chapada, 
sendo muito pouco resistentes à erosão. Apesar dessa alta suscetibilidade os cambissolos não 
apresentam erosões significativas graças a vários fatores, entre os quais a preservação da 
vegetação nativa nas encostas, a localização do traçado da rodovia no divisor, funcionando 
assim a estrada como dispersora do escoamento superficial e impedindo a sua concentração, e 
a presença do topo rochoso a baixa profundidade, limitando o aprofundamento de qualquer 
sulco já instalado. 
 
Os Solos Hidromórficos, por sua vez, ocorrem localizadamente no trecho próximo ao km 10, 
encontrando-se saturados, mesmo na atual época de estiagem. São solos constituídos 
basicamente por argilas orgânicas pretas, em camada superficial de até 0,5 m, sobre siltes 
argilosos brancos, homogêneos. 
 
Além da grande voçoroca do km 3, já recuperada, não foram observadas erosões 
significativas, havendo, no entanto, necessidade de se tomar precauções com o sistema de 
drenagem a ser implantado com as obras de pavimentação, especialmente nas saídas de 
bueiros e onde a declividade do terreno é mais acentuada. 
 
3.2.9 Aspectos de Drenagem e Recursos Hídricos 
O trecho da BR-070, objeto deste estudo, acompanha o divisor de águas. A região é 
caracterizada por declividades acentuadas no trecho inicial, nas imediações do rio Descoberto, 
topografia suave com presença de “selas” no trecho médio, entre os quilômetros 2 e 15, e 
novamente declividades acentuadas no trecho final, descendo para o vale do rio do Macaco, 
paralela a um talvegue contribuinte daquele rio. A ocupação típica da área cortada pelas 
estradas é urbana, com a presença de pequenos trechos de pastagens e cerrado alterado. 
 
 
30 
 
 
Figura 3 - Trecho inicial, com topografia mais acentuada. À direita, o lago do rio Descoberto, usado para 
captação de água potável. Fonte: Google Earth. 
 
 
 
Figura 4 - Trecho intermediário. Ocupação urbana em terrenos de relevo suave ondulado com presença de 
selas. Fonte: Google Earth 
 
 
 
31 
 
Figura 5 - Trecho final, onde a topografia é mais acentuada. Notar a existência de talvegue paralelo à pista. 
Fonte: Google Earth 
 
 
Caracterização das Bacias 
 
Rio Descoberto 
O rio Descoberto é o principal curso d’água da região em estudo. A sua bacia hidrográfica 
está localizada entre as latitudes 15°36'00" S e 16°05'00" S e as longitudes 48°18'00" W e 
48°06'00" W, possuindo uma área de 895,9 km², onde o rio percorre toda a porção oeste do 
Distrito Federal. No DF e em Goiás, possui como limite: a leste o Lago de Santa Maria, onde 
está localizado o Parque Nacional de Brasília; a oeste a Bacia do Rio Verde, onde estão os 
municípios goianos de Santo Antônio do Descoberto e Padre Bernardo; ao norte a Bacia do 
Rio Maranhão e ao sul a sub-bacia do Rio Melchior. 
 
Rio do Macaco 
O rio do Macaco é um afluente da margem esquerda do rio Areias, cuja cota mais elevada 
localiza-se na unidade geomorfológica Serra dos Pireneus, em seus prolongamentos a leste, 
denominados de Serra do Arrependido e do Bicame, onde nascem os formadores do rio Ponte 
Alta, afluente do rio Areias pela margem direita. 
 
 
 
32 
Com uma orientação inicialmente W-E a partir da cabeceira, no divisor comum às bacias dos 
rios Corumbá, a oeste, e rio Verde, ao norte, e posteriormente E-SE no trecho em que recebe, 
pela direita, os córregos dos Borges e Saltador, o rio Areias passa a tomar praticamente a 
direção N-S a partir do ponto em que recebe pela margem esquerda o ribeirão Pichua. A partir 
dessa confluência, tem como tributários, pela margem direita o rio Ponte Alta, o córrego do 
Valério/Muquém e o ribeirão Barreiro, e pela margem esquerda, o rio do Macaco e alguns 
cursos d’água de pequena expressão, entre os quais os córregos Mato Grande, Jatobá e dos 
Camelos. Assim como o rio Descoberto, o rio Areias é um afluente do rio Corumbá, na região 
do remanso da UHE Corumbá IV. 
 
Drenagem para o Empreendimento 
A implantação de uma estrada requer estudos cuidadosos da drenagem superficial e 
subterrânea. Esses elementos podem, caso não tenham sido resolvidos adequadamente, 
provocar a interrupção ou obstrução temporária do trânsito, chegando, em casos extremos, ao 
colapso da estrada. 
 
Neste diagnóstico são apresentadas algumas avaliações sobre as estruturas hidráulicas 
dispostas ao longo da estrada em estudo. 
 
Rodovia BR-070 
Pelo projeto em foco, a rodovia BR-070 será duplicada em uma extensão de 16,2 km, sendo 
que, atualmente, a sua recuperação está em andamento com a chamada “operação tapa-
buracos” do DNIT. 
 
O quadro a seguir apresenta os principais aspectos referentes ao escoamento das águas 
superficiais, baseados na análise da topografia e em investigações de campo (com 
documentação fotográfica): 
 
 
33 
 
 
Trecho ou distância 
aproximada a partir 
da divisa GO/DF 
(km) 
Diagnóstico 
0a 1,8 
 
Início do trecho na ponte sobre o rio Descoberto. 
Runoff alto (escoamento), em direção ao rio. 
 
 
 
1,8 a 7,8 
 
Mudança de declividade. A estrada adquire uma declividade menor, mas 
ainda drena em relação rio Descoberto. Inexistência de sistemas de drenagem 
instalados. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Trecho ou distância 
aproximada a partir 
da divisa GO/DF 
(km) 
Diagnóstico 
7,8 a 9,9 
 
Trecho urbano nas imediações da cidade de Águas Lindas. 
 
 
9,9 a 12,0 
 
Área de acumulação da drenagem da estrada. Runoff baixo 
 
 
Bueiro de transposição da estrada (diâmetro 0,90 m) 
 
 
 
 
35 
Trecho ou distância 
aproximada a partir 
da divisa GO/DF 
(km) 
Diagnóstico 
12,0 a 12,5 
 
Aspecto urbano, sem estruturas de drenagem 
 
 
12,5 a 14,8 
 
Processo erosivo nas imediações da pista causado pelo não disciplinamento 
das águas pluviais. Caso o processo de erosão regressiva continue, poderá 
atingir a pista de rolamento 
 
 
Buracos na pista e sua invasão pelo barro. 
 
 
 
 
 
36 
Trecho ou distância 
aproximada a partir 
da divisa GO/DF 
(km) 
Diagnóstico 
14,8 a 17,4 
 
Buracos na pista e falta de obras de drenagem nas proximidades dos 
loteamentos América I e II, município de Águas Lindas. 
 
 
Trecho final, ponte sobre o rio do Macaco 
 
 
 
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3.3.1 Aspectos da flora 
Apresenta-se, a seguir, uma síntese do levantamento da cobertura vegetal realizado ao longo 
da rodovia BR-070, no trecho divisa DF/GO. Os resultados apresentam informações da 
vegetação original da área de estudo, baseados em trabalhos científicos, além de imagens de 
satélite, cartas do IBGE e do Mapa Ambiental do Distrito Federal. Para a descrição da 
 
 
37 
vegetação atual, foram realizadas expedições ao longo do traçado da rodovia para a 
identificação das espécies e amostragens. 
 
3.3.1.1 Caracterização da Área de Estudo 
 
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Após a realização de consultas à bibliografia existente e de estudos de campo, três 
fitofisionomias foram identificadas no local: 
• Cerrado Sentido Restrito: 
- Cerrado Típico; 
- Cerrado Ralo; 
- Cerrado Rupestre. 
• Mata de Galeria; 
• Vereda; 
• Campo Sujo. 
 
Cerrado Típico 
• Caracterização: fitofisionomia mais comum na AID e que se encontra em maior estágio 
de degradação. 
• Estágio Sucessional: apresentam estágios sucessionais bastante diversificados. Quanto 
mais próximo à cidade de Águas Lindas de Goiás, maior o grau de degradação dessa 
formação savânica, variando o estágio de conservação entre pioneiro (pastagens), inicial, 
médio e avançado, sendo este último nos pontos mais distantes da rodovia, porém dentro 
da AID, onde se constatou apenas a invasão incipiente de gramíneas, com destaque para o 
capim braquiária. 
• Principais impactos observados: 
- Supressão de grandes áreas de Cerrado Típico para a implantação da cidade de Águas 
Lindas de Goiás e para a formação de pastagem para a criação de animais e 
desenvolvimento de culturas diversas (atividades agropecuárias); 
- Nas áreas degradadas, como testemunhas da fitofisionomia originalmente existente na 
região, são observados alguns indivíduos arbóreos nativos isolados e distribuídos de forma 
aleatória; 
- Corte seletivo de indivíduos arbóreos; 
 
 
38 
- Invasão de espécies exóticas, levando à degradação do estrato herbáceo nativo. A 
principal espécie invasora observada foi o capim braquiária; 
- Deposição de entulho e lixo nas áreas originalmente ocupadas por vegetação nativa. 
 
Cerrado Ralo 
• Caracterização: fitofisionomia observada em pontos específicos da AID, altamente 
degradada e comumente encontrada contíguo a Cerrado Típico. Por esse fato, a situação 
das áreas de Cerrado Ralo é bastante semelhante às de Cerrado Típico (Foto 22). 
• Estágio Sucessional: apresentam estágios sucessionais bastante diversificados. Quanto 
mais próximo à cidade de Águas Lindas de Goiás, maior o grau de degradação dessa 
formação savânica, variando o estágio de conservação entre pioneiro (pastagens), inicial, 
médio e avançado, sendo este último nos pontos mais distante da rodovia, porém dentro da 
AID, onde se constatou apenas a invasão incipiente de gramíneas, com destaque para o 
capim braquiária. 
• Principais impactos observados: 
- Supressão de grandes áreas de Cerrado Ralo para a implantação da cidade de Águas 
Lindas de Goiás e para a formação de pastagem para a criação de animais e 
desenvolvimento de culturas diversas (atividades agropecuárias); 
- Nas áreas degradadas, como testemunhas da fitofisionomia originalmente existente na 
região, são observados alguns indivíduos arbóreos nativos isolados e distribuídos de forma 
aleatória; 
- Corte seletivo de indivíduos arbóreos; 
- Invasão de espécies exóticas, levando à degradação do estrato herbáceo nativo. A 
principal espécie invasora observada foi o capim braquiária. 
 
Cerrado Rupestre 
• Caracterização: fitofisionomia disposta nas proximidades da ponte sobre o Rio 
Descoberto, em encosta de morro. 
• Estágio Sucessional: as variações nos estágios sucessionais nessa área de Cerrado 
Rupestre ocorrem em relação à rodovia. Quanto mais próximo à rodovia, maior o grau de 
degradação dessa formação campestre, variando o estágio de conservação entre inicial, 
médio e avançado, sendo este último nos pontos mais distante da rodovia e na encosta do 
morro onde se localiza, porém dentro da AID. 
 
 
 
39 
• Principais impactos observados: 
- Supressão de áreas específicas de Cerrado Rupestre para a implantação da BR-070/GO e 
da Barragem do Descoberto; 
- Nas áreas degradadas, como testemunhas da fitofisionomia originalmente existente na 
região, são observados alguns indivíduos arbóreos nativos isolados e distribuídos de forma 
aleatória; 
- Corte seletivo de indivíduos arbóreos; 
- Invasão de espécies exóticas, levando a degradação do estrato herbáceo nativo. A 
principal espécie invasora observada foi o capim braquiária. 
 
Matas de Galeria 
• Caracterização: foram observadas quatro diferentes áreas com mata de galeria, no 
interior da AID do trecho da BR-070/GO em estudo, sendo que três delas são 
interceptadas pela rodovia. Tanto o início do trecho (Rio Descoberto) quanto o final (Rio 
do Macaco) são marcados por essas ocorrências. 
• Estágio Sucessional: as quatro áreas apresentam estágios sucessionais semelhantes. 
Quanto mais próximo à rodovia, maior o grau de degradação dessas formações florestais, 
variando o estágio de conservação entre inicial e avançado, sendo este último nos pontos 
mais distante da rodovia, porém dentro da AID. 
• Principais impactos observados: 
- Corte seletivo de indivíduos arbóreos, formando um grande número de clareiras; 
- Desmatamento das APP para a formação de pastagens (Foto 23); 
- Invasão de espécies exóticas, levando à degradação do estrato herbáceo nativo. A 
principal espécie invasora observada foi o capim braquiária; 
- Assoreamento dos leitos e erosão das margens dos cursos d’água; 
- Degradação das APPs, tendo em vista a implantação de áreas de lazer para a população 
local, caracterizando o uso irregular dessas áreas. Esse tipo de uso foi observado em maior 
escala no Rio Descoberto, sendo a área utilizada como balneário, e em menor escala no 
Rio do Macaco, onde se constatou que a área vinha sendo utilizada como camping (Foto 
24); 
- Implantação de redes de drenagem de águas pluviais nas proximidades das pontes sobre 
o Rio do Macaco e sobre o Rio Descoberto, levando ao desbarrancamento e erosão das 
margens desses rios; 
 
 
40 
- Deposição de restos de materiais de construção nos leitos do Rio do Macaco e sobre o 
Rio Descobertonas proximidades das pontes. 
 
Campo Sujo 
• Caracterização: formação campestre disposta na bacia hidrográfica do Rio do Macaco, 
em regiões de relevo acentuado. Apresenta-se pouco degradada, sendo o principal fator de 
degradação a construção da rodovia e a implantação da cidade de Águas Lindas de Goiás 
(Foto 25). 
• Estágio Sucessional: os estágios sucessionais observados nessa fitofisionomia variam de 
médio a avançado. Está localizado nas áreas mais bem preservadas e distantes da rodovia, 
porém dentro da AID. 
• Principais impactos observados: 
- Supressão de áreas específicas de Campo Sujo para a implantação da BR-070/GO e da 
cidade de Águas Lindas de Goiás; 
- Deposição de entulho e lixo nas proximidades da área urbanizada; 
- Invasão de espécies exóticas, levando à degradação do estrato herbáceo nativo. A 
principal espécie invasora observada foi o capim braquiária. 
 
3.3.1.2 Situação Atual da AII 
Considerando a intensa ocupação urbana do município de Águas Lindas, ocorrida de forma 
desordenada, constatou-se em vistoria a campo que a AII se encontrava nas seguintes 
condições: 
• Em grande parte da área, houve a invasão de gramíneas exóticas, notadamente com 
predominância do capim braquiária (Brachiaria sp) e do capim meloso ou gordura 
(Melinis minutiflora P. Beauv.), em locais restritos, mesmo em áreas onde não ocorreu a 
remoção da vegetação nativa (Foto 18); 
• Quanto à vegetação arbórea, foram observados diferentes graus de conservação, variando 
entre pioneiro, inicial, médio e avançado. O estágio pioneiro foi observado nas áreas de 
pastagem, o inicial foi definido como aquele onde houve a erradicação quase completa dos 
indivíduos arbóreos para a implantação de pastagem para o gado, formando um quadro 
semelhante ao da AID. O estágio médio de conservação foi definido como sendo aquele 
onde também ocorreu o corte de indivíduos arbóreos para a implantação de pastagem, 
porém com menor intensidade e vem ocorrendo uma grande regeneração natural da 
 
 
41 
vegetação nativa. O estágio avançado foi observado nas áreas onde houve apenas a 
invasão do estrato herbáceo por gramíneas exóticas; 
• Parte da AII em estudo se encontra urbanizada, tendo em vista a implantação da cidade de 
Águas Lindas; 
• Deposição irregular de entulho e lixo em pontos isolados. 
 
3.3.1.3 Situação Atual da AID 
As fitofisionomias remanescentes na AID são: Cerrado Típico, Cerrado Ralo, Cerrado 
Rupestre, Mata de Galeria e Campo Sujo. O local se encontra altamente degradado, onde se 
pode constatar: 
• A ocupação urbana de grande parte da AID, dando origem à cidade de Águas Lindas de 
Goiás, vem exercendo uma grande influência sobre a AID, mesmo nas áreas mais bem 
conservadas; 
• Em grande parte da área, houve a invasão de gramíneas exóticas, notadamente com 
predominância do capim braquiária (Brachiaria sp) e do capim meloso ou gordura 
(Melinis minutiflora P. Beauv.), este em locais restritos; 
• A vegetação nativa existente nas áreas urbanizadas se limita à ocorrência de indivíduos 
arbóreos isolados, distribuídos de forma aleatória pela AID; 
• Os menores graus de degradação das fitofisionomias presentes ocorrem tanto na porção 
inicial (Rio Descoberto) quanto na final (Rio do Macaco) do trecho. No entanto, esses 
trechos representam uma pequena parcela do total da área a ser edificada; 
• A utilização de grande parte da faixa de domínio da rodovia como caixa de empréstimo, 
no momento de sua implantação, sem que tenha ocorrido a recuperação de tais áreas, 
levando a formação de grandes áreas com solo exposto altamente compactado; 
• A formação de processos erosivos de pequeno porte nas áreas com solo sem cobertura 
vegetal; 
• Deposição irregular de entulho e lixo em pontos isolados 
 
3.3.1.4 Amostragem da Vegetação 
Seguindo os padrões estabelecidos, identificou-se um total de 273 indivíduos arbóreos, 
divididos em 92 espécies e distribuídos em 49 famílias (Tabelas 3 e 4). 
 
 
 
42 
A espécie mais freqüente observada foi a Qualea grandiflora Mart., com 25 indivíduos, 
seguida pela Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. e Tapirira guianensis 
Aubl., cada uma com 12 indivíduos (Tabela 3). 
 
Tabela 3 
Total de indivíduos arbóreos por espécies inventariados ao longo da AID da BR-070/GO. 
 
Nº Nome Científico Nome Popular Família Nº de indivíduos 
1 Acosmium dasycarpum (Vog.) Yakovl. Amargosinha Papilionoideae 2 
2 Aegiphila sellowiana Cham. Papagaio Verbenaceae 6 
3 Agonandra brasiliensis Miers. Tatu Opiliaceae 1 
4 Alibertia macrophylla K. Schum. Marmelo Rubiaceae 2 
5 Anadenanthera macrocarpa Benth. Angico Mimosaceae 11 
6 Antonia ovata Pohl. Loganiaceae 2 
7 Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. Garapa Caesalpiniaceae 1 
8 Aspidosperma subincanum Mart. Guatambu-Vermelho Apocynaceae 1 
9 Aspidosperma tomentosum Mart. Peroba-do-campo Apocynaceae 1 
10 Bowdichia virgiloides Kunth. Sucupira preta Fabaceae 1 
11 Byrsonima coccolobifolia HB & K. Murici pequeno Malpighiaceae 2 
12 Byrsonima crassiflora (L) Kunth. Murici Malpighiaceae 6 
13 Byrsonima verbascifolia (L.) DC. Murici-verdadeiro Malpighiaceae 1 
14 Callisthene major Mart. Itapiúna Vochysiaceae 6 
15 Campomanesia velutina (Cambess.) O.Berg. Gabiroba Myrtaceae 1 
16 Caryocar brasiliensis Camb. Pequi Caryocaraceae 7 
17 Casearia grandiflora Camb. Caneleira Flacourtiaceae 1 
18 Casearia sylvestris Sw. Guaçatonga Flacourtiaceae 1 
19 Cecropia pachystachya Trec. Embaúba Cecropiaceae 1 
20 Connarus suberosus Planch. Pau-de-Brinco Connaraceae 1 
21 Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba Fabaceae 3 
22 Coussarea hydrangeaefolia Benth. & Hook. Rubiaceae 4 
23 Cupania vernalis Camb. Camboatá Sapindaceae 4 
24 Dalbergia miscolobium Benth. Jacarandá-do-cerrado Papilionoideae 3 
25 Davilla eliptica A. St.-Hil. Lixinha Dilleniaceae 2 
26 Didimopanax morototoni Araliaceae 1 
27 Dimorphandra mollis Benth. Faveiro Caesalpinieae 1 
28 Diospyros burchellii Hiern. Olho de Boi Ebenaceae 2 
29 Emmotum nitens (Benth.) Miers. Sobre Icacinaceae 2 
30 Enterolobium gummiferum (Mart.) Macbr. Tamboril-do-cerrado Mimosaceae 2 
31 Eriotheca gracilipes (K. Schum.) Paina do campo Bombacaceae 1 
32 Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. Paineira-do-cerrado Bombacaceae 12 
33 Erythroxylum deciduum A.St.Hil. Fruta de Pombo Erythroxylaceae 2 
34 Faramea crassifolia Benth. Rubiaceae 2 
35 Guapira graciliflora (Mart.) Lundell. Moço-mole Nyctaginaceae 1 
36 Guapira noxia (Netto) Lundell. Maria-mole Nyctaginaceae 4 
37 Guapira opposita (Vell.) Reitz. Maria-mole Nyctaginaceae 1 
38 Hancornia speciosa Gomes. Mangaba Apocynaceae 3 
39 Hymenaea courbaril L. Jatobá Caesalpinoideae 1 
40 Hymenaea stilbocarpa Mart. Jatobá-da-Mata Caesalpinoideae 2 
41 Ilex affinis Gardner. Aquifoliaceae 1 
42 Inga alba (Sw.) Willd. Ingá Mimosaceae 3 
43 Kielmeyera coriacea Mart. Pau-santo Guttiferae 8 
44 Lafoensia Pacari St. Hil. Pacari Lythraceae 6 
 
 
43 
Tabela 3 
Total de indivíduos arbóreos por espécies inventariados ao longo da AID da BR-070/GO 
(continuação) 
Nº Nome Científico Nome Popular Família Nº de indivíduos 
45 Lamanonia ternata Vell. Cangalheira Cunoniaceae 3 
46 Luehea divaricata Mart. Açoita cavalo Tiliaceae 2 
47 Machaerium acutifolium Benth. Jacarandá Muchiba Papilionoideae 6 
48 Mangifera indica L. Mangueira Anacardiaceae 2 
49 Maprounea guianensis Aublet. Marmelinho-do-campo Euphorbiaceae 1 
50 Matayba guianensis Aubl. Camboatá Sapindaceae 1 
51 Mauritia flexuosa L. Buriti Palmae 1 
52 Maytenus rigida Mart. Celastraceae 1 
53 Miconia albicans (Sw.) Triana. Quaresminha Melastomataceae 1 
54 Miconia ferruginea DC. Melastomataceae 1 
55 Myrcia rostrata DC. Guamirim Myrtaceae 1 
56 Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. Farinha-seca Ochnaceae 1 
57 Palicourea rigida Kunth. Bate-caixa Rubiaceae 1 
58 Piptadeniagonoacantha Benth. Pau-jacaré Mimoseae 1 
59 Piptocarpha angustifolia Dusén ex Malme Vassourão-branco Asteraceae 1 
60 Piptocarpha macropoda (DC.) Baker. Vassoura-preta Asteraceae 8 
61 Plathymenia reticulata Benth. Vinhático Mimoseae 4 
62 Platypodium elegans Vogel. Jacaranda-cabiúna Papilionoideae 6 
63 Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Curiola Sapotaceae 7 
64 Pouteria torta (Mart.) Radlk. Acá ferro Sapotaceae 1 
65 Pseudobombax tomentosum (Mart. & Zucc.) Imbiruçú Bombacaceae 1 
66 Psidium myrsinoides Berg. Araçá Myrtaceae 5 
67 Pterodon pubescens Benth. Sucupira branca Fabaceae 1 
68 Qualea dichotoma (Mart.) Warm. Pau-terra-mirim Vochysiaceae 1 
69 Qualea grandiflora Mart. Pau-Terra-Grande Vochysiaceae 25 
70 Qualea multiflora Mart. Pau-terra-liso Vochysiaceae 2 
71 Qualea parviflora Mart. Pau-terra-folha-miúda Vochysiaceae 11 
72 Rhamnidium elaeocarpum Reissek. Saguaragi-amarelo Rhamnaceae 1 
73 Roupala montana Aubl. Carne-de-vaca Proteaceae 1 
74 Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. Rubiaceae 1 
75 Salacia crassiflora (Mart.) G. Don. Bacupari Hippocrateaceae 4 
76 Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin. Mandiocão Araliaceae 2 
77 Sclerolobium paniculatum Vogel. Carvoeiro Caesalpiniaceae 8 
78 Simaruba amara L. Pau-paraiba Simarubaceae 1 
79 Stryphnodendron adstringens (Mart.)Coville Barbatimão Mimosoideae 1 
80 Styrax ferrugineus Nees & Mart. Laranjinha- do- campo Styracaceae 6 
81 Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. Ipê amarelo Bignoniaceae 2 
82 Tabebuia ochracea (Cham.)Standl. Ipê amarelo do cerrado Bignoniaceae 2 
83 Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith. Ipê branco Bignoniaceae 2 
84 Tapirira guianensis Aubl. Pau-pombo Anacardiaceae 12 
85 Terminalia brasiliensis Camb. Capitão-do-mato Combretaceae 1 
86 Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Quaresmeira Melastomataceae 1 
87 Virola sebifera Aubl. Pau de sebo Myristicaceae 1 
88 Vismia guianensis (Aubl.) Pers., LACRE. Goma-lacre Clusiaceae 1 
89 Vochysia elliptica Mart. Gomeirinha Vochysiaceae 1 
90 Vochysia tucanorum Mart. Pau-de-tucano Vochysiaceae 1 
91 Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Pimenta de Macaco Annonaceae 1 
92 Xylopia emarginata A.St.-Hil. Embira-preta Annonaceae 1 
TOTAL 273 
 
 
 
44 
Espécies Raras e/ou Protegidas por Lei 
A degradação dos ecossistemas é uma preocupação global, tendo em vista os problemas 
ambientais relacionados, entre eles a perda de funções ambientais com a redução da 
biodiversidade, além de seus valores econômicos, estéticos, científicos, genéticos e 
ecológicos. 
 
Pela Portaria nº 37-N, de 3 de abril de 1992, o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis – IBAMA, tornou pública a lista oficial de espécies da flora brasileira 
ameaçadas de extinção, visando à redução da pressão antrópica sobre determinadas espécies. 
Tomando-se como referência a supracitada Portaria, constatou-se a inexistência de espécies 
ameaçadas de extinção no trecho em estudo. 
 
Espécies de Interesse Econômico 
Ainda há carência de estudos voltados para a identificação de plantas úteis do Cerrado, 
principalmente quando comparada à diversidade e à área ocupada. O desconhecimento de sua 
riqueza e de suas possibilidades se agrava quando Ratter et al. (1997) estimam que cerca de 
40% do bioma já tenha sido devastado, e quando Kaplan et.al. (1994) afirmam que o Cerrado 
possui somente 1,5% de sua extensão protegida por lei, sendo atualmente a vegetação em 
maior risco no país. 
 
Na Tabela 4, são apresentadas as espécies que podem ser consideradas de interesse 
econômico, ocorrentes na área em estudo, cuja grande maioria já vem sendo utilizada pela 
população local. 
 
Tabela 4 
Lista das espécies de interesse econômico 
 
Nome Científico Nome Popular Tipos de Uso 
Alibertia macrophylla K. Schum. Marmelo Alimentício, 
Anadenanthera macrocarpa Benth. Angico Madeireiro, Medicinal, Ornamental e Tanífero. 
Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. Garapa Madeireiro e Ornamental. 
Aspidosperma tomentosum Mart. Peroba-do- campo Madeireiro, Ornamental 
Byrsonima sp. Murici Alimentício, Madeireiro e Tanífero 
Bowdichia virgilioides Kunth. Sucupira-preta Medicinal 
Callisthene minor Mart. Pau-de-pilão Madeireiro 
Caryocar brasiliense Camb. Pequi Alimentício, Medicinal, Oleaginoso e Tanífero. 
 
 
45 
 
Tabela 4 
Lista das espécies de interesse econômico 
(continuação) 
 
Nome Científico Nome Popular Tipos de Uso 
Casearia sylvestris Sw. Guaçatonga Medicinal 
Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba Madeireiro, Medicinal, Melífero, Tintorial, Olleaginoso e Resinífero 
Connarus suberosus Planch. Pau-de-brinco Medicinal 
Dimorphandra mollis Benth. Faveiro Medicinal e Ornamental 
Davilla eliptica A. St.-Hil Lixinha. Medicinal 
Enterolobium gummiferum (Mart.). Tamboril -do cerrado Madeireiro, Ornamental 
Hacornia speciosa Gomes. Mangaba Alimentício, Medicinal e Ornamental 
Hymenaea stilbocarpa Mart. Jatobá-da-mata Madeireiro, Medicinal, Alimentício e Ornamental 
Lafoensia pacari St. Hil. Pacari Madeiereiro, Medicinal e Tintorial 
Luehea sp. Açoita-cavalo Madeireiro, Medicinal, Tanífero, Resinífero e Ornamental 
Machaerium acutifolium Benth. Jacarandá- muchiba Madeireiro, Ornamental 
Mauritia flexuosa Buriti Alimentício, Medicinal, Oleaginoso, Tanífero, Artesanal e Ornamental 
Plathymenia reticulata Benth. Vinhático Madeireiro, Medicinal, Ornamental e Tintorial 
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Curiola Alimentício e Medicinal 
Pseudobombax longiflorum (Mart. & Zucc.) Imbiruçú Ornamental e Artesanal 
Qualea sp. Pau-terra Madeireiro, Medicinal, Artesanal e Ornamental 
Roupala montana Aubl. Carne-de-vaca Ornamental 
Salacia crassiflora (Mart.) G. Don. Bacupari Alimentício e Ornamental 
Tabebuia sp. Ipê Madeireiro, Medicinal e Ornamental 
Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Pimenta-de macaco Madeireiro, Medicinal, Alimentício e Oleaginoso 
 
 
3.3.2 Aspectos da fauna 
A síntese dos resultados do levantamento da fauna realizado ao longo da rodovia BR-070, no 
trecho divisa DF/GO são apresentados a seguir. 
 
Áreas de Amostragem 
As áreas de amostragem da fauna foram definidas de acordo com o grau de preservação do 
local. Foram escolhidos pontos de menor atividade humana e que estejam em melhor estado 
de conservação, pois são os que apresentam maior probabilidade de encontro dos animais. 
Vistorias periódicas foram realizadas ao longo da rodovia à procura de animais atropelados. 
 
 
 
46 
Entrevistas com moradores da região incluem-se como parte da metodologia de amostragem 
de todos os grupos, pois é uma maneira rápida e segura de avaliar a presença de determinadas 
espécies que não são facilmente avistadas e/ou capturadas. 
 
Herpetofauna 
O Cerrado apresenta uma fauna de répteis e anfíbios de grande diversidade, sendo conhecidas 
113 espécies de anfíbios, 107 serpentes, 47 lagartos, 15 anfisbenas, 10 quelônios e cinco 
jacarés, o que representa cerca de 20% das espécies de anfíbios e 50% das espécies de répteis 
do Brasil (Colli et al., 2002). 
 
Com relação à herpetofauna local, nenhum indivíduo foi capturado nas armadilhas de alçapão, 
provavelmente devido à passagem do fogo pela região. Foram avistados alguns lagartos da 
família Tropidurudae (Tropidurus sp.), Geckonidae e Teiidae. Com relação à fauna de 
anfíbios, poucos indivíduos foram registrados vocalizando e ainda menos foram capturados. A 
espécie vista com maior freqüência foi Bufo paracnemis. Foram também registrados 
indivíduos de Scinax fuscovaria, Leptodactylus labirynthicus, Leptodactylus ocellatus, 
Physalaemus curvieri e Hyla minuta. 
 
As entrevistas realizadas com a população local indicaram a presença de répteis na região, 
entre eles, serpentes da família Viperidae, como Bothrops moojeni (jararaca), Crotalus 
durissus (cascavel) e da família Elapidae, como as corais (Micrurus sp.) e Colubridae,como 
as falsas corais (Oxyrhopus sp.). 
 
Na Tabela 5, estão listadas as 16 espécies observadas na região, incluindo aquelas que foram 
registradas de forma indireta (entrevistas, vocalizações). 
 
Todas as espécies registradas na região estão presentes na lista de espécies de Cerrado (Colli 
et al, 2002) e nenhuma delas está na lista de animais ameaçados de extinção. 
 
 
 
47 
Tabela 5 
Espécies de répteis registradas na região de Águas Lindas de Goiás, durante a fase de 
campo entre os meses de Agosto e Setembro de 2006 
En: Entrevista, V: Visualização, Vo: Vocalização. 
 
 
Ictiofauna 
Durante o levantamento de dados, foram relatadas 10 espécies de peixes, pertencentes a 6 
famílias. A predominância é de espécies de pequeno porte, como pequenos piaus (Leporinus 
spp.), da família Anostomidae, e lambaris (Characidae). A pesca não é uma atividade 
intensamente praticada pelos moradores da região, não afetando a riqueza de espécies nos 
trechos dos rios analisados. O fato de o lago do Descoberto ser a principal área de 
abastecimento de água na região do empreendimento também contribui para a preservação da 
ictiofauna, pois há controle sobre os corpos d’água. 
Família Espécie Nome Vulgar Sítio de Amostragem Tipo de Registro 
Colubridae Oxyrhopus sp Falsa-coral 2 En 
 Thamnodynastes pallidus Corre-campo 2,3 En 
 
Elapidae Micrurus sp. Falsa-coral 2 En 
 
Viperidae Crotalus durissus Cascavel 2 En 
 Bothrops moojeni Jararaca 2 En 
Geckonidae Hemidactylus mabouia Lagartixa de parede 2 V 
 
Teiidae Ameiva ameiva Calango verde 2,3 V 
 Cnemidophorus ocellifer Calanguinho 2 V 
 
Tropiduridae Tropidurus sp. Calango 1,2 V 
 Tropidurus torquatus Calango 1,2 V 
 
Bufonidae Bufo paracnemis Sapo-cururu 2 V, Vo 
 
Leptodactylidae Leptodactylus labirynthicus Rã - pimenta 2,3 Vo 
 Leptodactylus ocellatus Rã-manteiga 2,3 V,Vo 
 Physalaemus curvieri Sapo-cachorro 3 Vo 
Hylidae Hyla minuta Pererequinha 2 Vo 
 Scinax fulscovaria Pererequinha 1,2 V 
 
 
 
48 
Na Tabela 6 estão as espécies relatadas nos pontos avaliados na região do empreendimento. 
 
Tabela 6 
Lista de espécies de peixes relatados na região de influência direta do empreendimento. 
 
Família Espécie Nome vulgar 
Anostomidae Leporinus fasciatus Piau flamengo 
Anostomidae Leporinus amae Piau 
Anostomidae Leporinus spp. Piau 
Characidae Astianax altiparanae lambari de rabo amarelo 
Characidade Astianax fasciatus lambari de rabo vermelho 
Cichlidae Aequidens tetrameros Cará ou acará 
Cichlidade Cichla spp Tucunaré 
Erythrinidae Hoplias malabaricus Traíra 
Pimelodidae Pimolodus spp Mandi 
Prochilodontidae Prochilodus spp Corimba 
 
Algumas espécies de peixes, características de ambientes de maior energia de água, terão seu 
ambiente modificado no caso de as obras e o empreendimento alterem o fluxo de água, quer 
diminuindo ou mesmo liberando grande quantidade de sedimentos nos corpos d’água. Essa 
alteração poderá diminuir a ocorrência de peixes, principalmente nos trechos da rodovia onde 
ela é cortada por rios ou riachos. 
 
Com a duplicação da rodovia, outros habitats irão surgir e com isso a ecologia do local 
mudará. A permanência das espécies nesses biótopos, certamente depende da habilidade e da 
exigência biológica de cada uma. Assim, espécies poderão ser eliminadas do local como 
também poderão surgir novas espécies. Peixes como o corimba (Prochilodus spp), que se 
alimenta de matéria orgânica e microorganismos associados à lama do fundo de lagos e 
margens de rios, poderão diminuir seu número drasticamente. Já outras espécies poderão 
aumentar seu número, pois vivem em diferentes habitats, caso do lambari (Astianax sp). 
 
Avifauna 
A avifauna do Cerrado é composta por 837 espécies, das quais aproximadamente 30 são 
endêmicas desse bioma (Macedo, 2002). De acordo com Negret (1983), as espécies mais 
abundantes do Cerrado são: Aratinga áurea, Strepptoprocne zonaris, Colibri serrirostris, 
Colaptes campestris, Elaenia flavogaster, Suiriri suiriri, Campotostoma obsoletum, 
Cyanocorax cristatellus, Neothraupis fasciata e Ammoramus humeralis. Dessas, seis foram 
 
 
49 
registradas na região de estudo. Foram registrados 386 indivíduos de 67 espécies de aves, 
pertencentes a 23 famílias (Tabela 7). 
 
Algumas dessas espécies podem ser encontradas na maioria das fitofisionomias de cerrado e 
não são caracterizadas como raras. Entre as espécies registradas nos sítios de amostragem, 
podemos citar apenas duas como endêmicas do bioma Cerrado, Nothura minor e Cypsnagra 
hirundinacea. Na lista de animais ameaçados de extinção, ambas as espécies são classificadas 
como vulneráveis. Amazona xanthops, que pode ocorrer em regiões de Cerrado e Caatinga, 
foi a única espécie registrada que atualmente encontra-se sob forte ameaça de extinção. 
 
Apenas um atropelamento foi registrado, sendo esse de anu branco (Guira guira), pertencente 
à família Cuculidae. O atropelamento foi registrado às margens da rodovia, próximo ao 
quilômetro 1 (UTM 797138, 8255098). Atropelamentos de animais silvestres são comuns em 
regiões de tráfego intenso e a ocorrência de apenas um registro é caracterizada como acidental 
e não apresenta graves problemas à fauna local. 
 
Tabela 7 
Lista de espécies de aves registradas nos três sítios de amostragem, durante o período de 
estudo – agosto/setembro de 2006. M = migratórias, A = ameaçadas 
 
Família Espécie M A 
Alcedinidae Ceryle torquata 
Bucconidae Nystalus chacuru 
Certhiidae Thryothorus leucotis 
Cerylidae Chlorostilbon aureoventris 
Charadriidae Vannelus chilensis 
Coerebidae Coereba flaveola 
Coccyzidae Piaya cayana 
Collumbidae Columba picazuro 
 Columbina talpacoti 
Cuculidae Guira guira 
Emberizidae Ammodramus humeralis 
 Cypsnagra hirundinacea X 
 Sicalis flaveola 
 Thraupis palmarum 
 Thraupis sayaca 
 Volatinia jacarina X 
 Zonotrichia capensis 
Falconidae Falco femoralis 
 Falco sparverius 
 
 
 
50 
Tabela 7 
Lista de espécies de aves registradas nos três sítios de amostragem, durante o período de 
estudo – agosto/setembro de 2006. M = migratórias, A = ameaçadas 
(continuação) 
 
Família Espécie M A 
 Falco sparverius 
 Polyborus plancus 
Formicariidae Thamnophilus torquatus 
 
Fringilidae Basileuterus culicivorus 
 
 Emberizoides herbicola 
 Sporophila nigricollis 
Furnariidae Furnarius rufus 
 Lepidocolaptes angustirostris 
 Phacellodomus rufifrons 
 Synallaxis albescens 
Galbulidae Galbula ruficauda 
Muscicapidae Turdus amaurochalinus X 
 Turdus rufiventris 
Picidae Campephilus melanoleucos 
 Colaptes campestris 
 Dryocopus lineatus 
 Picoides mixtus 
 Picumnus sp. 
 Veniliornis passerinus 
Psittacidae Amazona aestiva 
 Amazona xanthops X 
 Ara ararauna 
 Aratinga aurea 
 Brotogeris chiriri 
 Orthopsittaca manilata 
Ramphastidae Pteroglossus castanotis 
 Ramphastos toco 
Sturnidae Mimus saturninus 
Tinamidae Nothura minor X 
Trochilidae Colibri serrirostris 
 Amazilia fimbriata 
 Anthracothorax nigricollis 
 Eupetomena macroura 
 Polytmus guainumbi 
 Thalurania furcata 
Troglodytidae Troglodytes aedon 
Tyrannidae Camptostoma obsoletum 
 Elaenia chiriquenis X 
 Elaenia cristata 
 
 
51 
 
Tabela 7 
Lista de espécies de aves registradas nos três sítios de amostragem, durante o período de 
estudo – agosto/setembro de 2006. M = migratórias, A = ameaçadas 
(continuação) 
 
Família Espécie M A 
 Elaenia flavogaster 
 Elaenia flavogaster 
 Megarynchus pitangua 
 Myiarchus swainsoni 
 Pitangus sulphuratus 
 Suiriri affinis 
 Tyrannus melancholicus 
 Tyrannus savana 
 Xolmis cinerea 
Vireonidae Cyclarhis gujanensis

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