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___________________________________________ Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Matemática Cálculo I – Profª Maria Julieta Ventura Carvalho de Araujo Capítulo 1: Números Reais 1.1- Conjuntos Numéricos Os primeiros números conhecidos pela humanidade são os chamados inteiros positivos ou naturais. Temos então o conjunto { },...4,3,2,1 =N . Os números –1, –2, –3, –4, ... são chamados inteiros negativos. A união do conjunto dos números naturais com os inteiros negativos e o zero define o conjunto dos números inteiros que denotamos por { },...4 ,3 ,2 ,1 ,0 ±±±±=Ζ . Os números da forma q p , onde p e q são inteiros e q ≠ 0 são chamados de frações e formam o conjunto dos números racionais. Denotamos por ≠Ζ∈Ζ∈= 0q , ;Q eqp q p . Cada número racional q p possui, também, uma representação decimal. Para obtê-la, basta efetuar a divisão de p por q. Por exemplo: ,641,0 12 5 e 142857,0 7 1 ,25,0 4 1 === onde a barra acima dos algarismos indica que aquele grupo de algarismos repete-se indefinidamente. Dizemos, nesse caso, que se trata de uma dízima periódica. Observe que, dado o número racional q p , ao dividirmos p por q, temos, em cada passo da divisão, apenas um número finito de possibilidades para o resto, a saber, 0, 1, 2, ... , q – 1. Portanto, após no máximo q passos, chegaremos ao resto zero, que é o que ocorre com 4 1 , e a representação decimal será finita, ou repetiremos algum resto, que é o que ocorre com 12 5 e 7 1 , quando teremos uma representação decimal na forma de dízima periódica. Reciprocamente, se x possuir uma representação decimal finita ou for uma dízima periódica, então x será um número racional. Os exemplos a seguir podem ser generalizados para dízimas quaisquer e permitem entender como obter uma fração a partir de uma representação decimal. Exemplo 1: 4 1 100 2525,0 == . Exemplo 2: Como 142857,0=x possui um período de 6 dígitos, multiplicamos por 106 para obter .142857,142857106 =x Assim, ( ) resulta e 142857110 que modo de ,14285710 66 =−=− xxx 7 1 777 111 10101 1443 111111 15873 999999 142857 110 142857 6 ===== − =x . Regra Geral: 9...999 ......,0 321321 tt aaaaaaaax == , onde o denominador tem tantos dígitos iguais a 9 quantos forem os algarismos do período (t, nesse caso). 1 Exemplo 3: Como os dois primeiros dígitos da parte decimal de 641,0=x não fazem parte do período, multiplicamos x por 102 para obter 3 125 3 23.41 3 241 9 6416,0416,41102 =+=+=+=+==x ; portanto, 12 5 300 125 ==x . Existem números que não podem ser representados na forma q p , onde p e q são inteiros e q ≠ 0, ou seja, números cuja expansão decimal não é finita e nem periódica, tais como 2,101001000100001..., . ...7182818,2 ...,1415927,3 ...,41421,12 === epi Estes números formam o conjunto dos números irracionais que denotaremos por QC. Da união do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais resulta o conjunto dos números reais, que denotaremos por CQQR ∪= . Temos também os números da forma bia + , onde ba e são números reais e 12 −=i , que constituem o conjunto dos números complexos denotado por{ } 1 , ; −=∈∈+= ieRbRabiaC . Observação: As letras N, Q, R e C são as iniciais das palavras número (ou natural), quociente, real e complexo, respectivamente. A letra Z é a inicial da palavra zahl, que significa número em alemão. 1.2- O Corpo dos Números Reais No conjunto dos números reais introduziremos duas operações, chamadas adição e multiplicação, as quais satisfazem os axiomas a seguir. A adição faz corresponder a cada par de elementos a, b ∈ R sua soma a + b ∈ R, enquanto a multiplicação associa a esses elementos o seu produto a . b ∈ R. - Axiomas da adição A1. Associatividade: Quaisquer que sejam a, b, c ∈ R, tem-se (a + b) + c = a + (b + c). A2. Comutatividade: Quaisquer que sejam a, b ∈ R, tem-se a + b = b + a. A3. Elemento neutro: Existe 0 ∈ R tal que a + 0 = 0 + a = a, qualquer que seja a ∈ R. A4. Simétrico: Todo elemento a ∈ R possui um simétrico em R, denotado por –a, tal que a + (–a) = (–a) + a = 0. - Axiomas da multiplicação M1. Associatividade: Quaisquer que sejam a, b, c ∈ R, tem-se (a . b) . c = a . (b . c). M2. Comutatividade: Quaisquer que sejam a, b ∈ R, tem-se a . b = b . a. M3. Elemento neutro: Existe 1 ∈ R tal que 1 ≠ 0 e a . 1 = 1 . a = a, qualquer que seja a ∈ R. M4. Inverso multiplicativo: Todo elemento a ≠ 0 em R possui um inverso multiplicativo em R, denotado por a-1 ou 1/a, tal que a . a-1 = a-1. a = 1. D1. - Axioma da distributividade: Quaisquer que sejam a, b, c ∈ R, tem-se a . (b + c) = a . b + a . c e (a + b) . c = a . c + b . c. 2 Observações: 1. Outros conjuntos numéricos apresentam-se munidos das operações de adição e multiplicação, satisfazendo as nove propriedades anteriormente referidas. Por exemplo, o conjunto Q dos números racionais e o conjunto C dos números complexos. 2. Um conjunto K munido de duas operações satisfazendo aos nove axiomas anteriores é denominado corpo. Portanto, relativamente às operações de adição e multiplicação, R é um corpo. Também Q e C são corpos. 3. Usando os axiomas A.4 e M.4 podemos definir a subtração e a divisão de números reais. - Subtração: Se a e b são números reais, a diferença entre a e b, denotada por a – b, é definida por a – b = a + (– b). A operação que associa a cada par de elementos a, b ∈ R sua diferença a – b ∈ R chama-se subtração. - Divisão: Se a e b são números reais e b ≠ 0, o quociente de a por b, denotado por b a , é definido por b aba b a 1 . . 1 == − . A operação que associa a cada par de elementos a, b ∈ R, com b ≠ 0, o quociente R b a ∈ chama-se divisão. 1.3- Algumas propriedades que se deduzem dos axiomas de corpo P.1. O elemento neutro da adição em R é único. Vamos supor que 0 e 0’ são elementos neutros para a adição em R. Temos: 0 é neutro e 0’∈ R ⇒ 0 + 0’= 0’; 0 ∈ R e 0’é neutro ⇒ 0 + 0’ = 0. Logo, 0’= 0. Portanto o elemento neutro da adição em R é único. P.2. O elemento simétrico em R é único. Vamos supor que –a e a’são simétricos de a ∈ R. Então: a' = a’+ 0 = a’+ [a + (–a)] = (a’+ a) + (–a) = 0 + (–a) = –a. Portanto o elemento simétrico de a ∈ R é único. P.3. O elemento neutro da multiplicação em R é único. Vamos supor que 1 e 1’ são elementos neutros para a multiplicação em R. Temos: 1 é neutro e 1’∈ R ⇒ 1 . 1’= 1’; 1 ∈ R e 1’é neutro ⇒ 1 . 1’ = 1. Logo, 1’= 1. Portanto o elemento neutro da multiplicação em R é único. P.4. O elemento inverso em R é único. Vamos supor que a-1 e a’ são inversos de a ∈ R, a ≠ 0. Então: a' = a’. 1 = a’. (a . a-1) = (a’. a) . a-1 = 1 . a-1 = a-1. Portanto o elemento inverso de a ∈ R, a ≠ 0, é único. P.5. Se a ∈ R então a . 0 = 0. Temos: a.0 = a. (0 + 0) = a.0 + a.0 ⇒ a.0 + [– (a.0)] = a.0 + a.0 + [– (a.0)] ⇒ 0 = a.0. Logo, a.0 = 0. 3 P.6. Se a, b ∈ R tais que a . b = 0 então a = 0 ou b = 0. Se a = 0, não temos nada a mostrar. Vamos supor, então, a ≠ 0. Assim existe a-1 ∈ R e obtemos: a.b = 0 ⇒ a-1 (a.b) = a-1.0 ⇒ (a-1.a).b = 0 ⇒ 1.b = 0 ⇒ b = 0. P.7. Se a, b, c ∈ R então, a – b = c ⇔ a = b + c. Temos: a – b = c ⇒ a + (–b) = c ⇒ [a + (–b)] + b = c + b ⇒ a + [(–b) + b] = b + c ⇒ a + 0 = b + c ⇒ a = b + c. a = b + c ⇒ (–b) + a = (–b) + (b + c) ⇒ a + (–b) = [(–b) + b] + c ⇒ a – b = 0 + c ⇒ a – b = c. P.8. Se a, b, c ∈ R, com b ≠ 0, então, cbac b a .=⇔= . Temos: ( ) ( ) ( ) ( ) ..1........ ...1....... 11111 111 c b acbacbbbacbbabcba cbacbacbbbabcbbacbac b a =⇒=⇒=⇒=⇒= =⇒=⇒=⇒=⇒=⇒= −−−−−−−− P.9. Se a, b, c ∈ R então, a + c = b + c ⇒ a = b. Temos: a + c = b + c ⇒ (a + c) + (–c) = (b + c) + (–c) ⇒ a + [c + (–c)] = b + [c + (–c)] ⇒ a + 0 = b + 0 ⇒ a = b. P.10. Se a, b, c ∈ R, com c ≠ 0, então, a . c = b . c ⇒ a = b. Temos: a.c = b.c ⇒ (a.c).c-1 = (b.c).c-1 ⇒ a.(c.c-1) = b.(c.c-1) ⇒ a.1 = b.1 ⇒ a = b. P.11. Se a, b ∈ R então, – a = (– 1) . a; – ( – a) = a; (– a) b = a (– b) = – (a b); (– a) (– b) = a b. 1) (–1).a + a = (–1).a + 1.a = [(–1) + 1].a = 0.a = 0; logo o simétrico de a é (–1).a, ou seja, –a = (–1).a. 2) a + (–a) = 0; logo o simétrico de (–a) é a, isto é, –(–a) = a. 3) (–a).b + a.b = [(–a) + a].b = 0.b = 0; logo (–a).b é o simétrico de a.b, isto é, (–a).b = –(a.b). a.(–b) + a.b = a.[(–b) + b] = a.0 = 0; logo a.(–b) é o simétrico de a.b, ou seja, a.(–b) = –(a.b). 4) (–a).(–b) = –[a(–b)] = –[ –(a.b)] = a.b. P.12. Se a, b ∈ R então, a2 = b2 se, e somente se, a = ± b. Temos: ( ) ( ) 00.02222 =−⇔=+−⇔=−⇔= bababababa ou baba =⇔=+ 0 ou ba −= . 1.4- Desigualdades e suas propriedades - Axioma de Ordem No conjunto dos números reais, existe um subconjunto denominado de conjunto dos números positivos tal que as seguintes condições são satisfeitas: (i) dado a ∈ R, exatamente uma das três alternativas seguintes ocorre: ou a = 0, ou a é positivo ou – a é positivo; (ii) a soma de dois números positivos é positiva; (iii) o produto de dois números positivos é positivo. 4 - Definições 1. O número real a é negativo se, e somente se, – a é positivo. 2. Os símbolos < (menor que) e > (maior que) são definidos como segue: (i) a < b ⇔ b – a é positivo; (ii) a > b ⇔ a – b é positivo. 3. Os símbolos ≤ (menor que ou igual a) e ≥ (maior que ou igual a) são definidos como segue: (i) a ≤ b ⇔ a < b ou a = b; (ii) a ≥ b ⇔ a > b ou a = b. 4. Expressões envolvendo os símbolos <, >, ≤ ou ≥ são chamadas desigualdades. Expressões do tipo a < b e a > b são desigualdades estritas, enquanto a ≤ b e a ≥ b são desigualdades não estritas. - Propriedades Sejam a, b, c e d números reais. Temos: P.1. a > 0 ⇔ a é positivo a > 0 ⇔ a – 0 é positivo ⇔ a é positivo P.2. a < 0 ⇔ a é negativo a < 0 ⇔ 0 – a é positivo ⇔ – a é positivo ⇔ a é negativo P.3. a > 0 ⇔ – a < 0 a > 0 ⇔ a é positivo ⇔ – a é negativo ⇔ – a < 0 P.4. a < 0 ⇔ – a > 0 a < 0 ⇔ a é negativo ⇔ – a é positivo ⇔ – a > 0 P.5. Se a ∈ R e a ≠ 0 então a2 > 0. Em particular, 1 > 0. Como a ∈ R e a ≠ 0 temos, pelo axioma de ordem, que a > 0 ou – a > 0. Também pelo axioma de ordem obtemos que se a > 0 então a2 = a.a > 0 e se – a > 0 então a2 = a.a = (– a).( – a) > 0. Em particular, 1 ≠ 0 e 1 = 12; logo 1 > 0. P.6. Dados a, b ∈ R, ocorre exatamente uma das alternativas seguintes: ou a = b, ou a < b ou a > b. Sendo a, b ∈ R então b – a ∈ R e, pelo axioma de ordem, temos: ou b – a = 0, ou b – a > 0 ou – (b – a) > 0. Assim, ou a = b, ou a < b ou a > b. P.7. Se a < b e b < c então a < c. Temos: a < b e b < c ⇒ b – a > 0 e c – b > 0 ⇒ (b – a) + (c – b) > 0 ⇒ c – a > 0 ⇒ a < c. P.8. Se a < b então a + c < b + c. Temos: a < b ⇒ b – a > 0 ⇒ b + c – c – a > 0 ⇒ (b + c) – (a + c) > 0 ⇒ a + c < b + c. 5 P.9 Se a < b e c > 0 então a c < b c. Temos: a < b e c > 0 ⇒ b – a > 0 e c > 0 ⇒ c. (b – a) > 0 ⇒ b.c – a.c > 0 ⇒ a.c < b.c P.10. Se a < b e c < 0 então a c > b c. Em particular, a < b é equivalente a – a > – b. Temos: a < b e c < 0 ⇒ b – a > 0 e – c > 0 ⇒ (b – a).( – c) > 0 ⇒ a c – b c > 0 ⇒ a c > b c. P.11. Se a < b e c < d então a + c < b + d. Temos: a < b e c < d ⇒ b – a > 0 e d – c > 0 ⇒ (b – a) + (d – c) > 0 ⇒ (b + d) – (a + c) > 0 ⇒ a + c < b + d. P.12. Se 0 < a < b e 0 < c < d então a c < b d. Temos: a < b e c > 0 ⇒ ac < bc c < d e b > 0 ⇒ bc < bd Logo, ac < bd. P.13. Se a > 0 e b < 0 então a b < 0. Temos: a > 0 e b < 0 ⇒ a > 0 e – b > 0 ⇒ a.( – b) > 0 ⇒ – (ab) > 0 ⇒ ab < 0. P.14. Se a > 0 então a-1 > 0. Segue-se que a > 0 e b > 0 implica 0> b a . Como a > 0 e a.a-1 = 1 > 0 então a-1 > 0, pois se a-1 = 0 então a.a-1 = a.0 = 0 e se a-1 < 0 então a.a-1 < 0. Se a > 0 e b > 0 então a > 0 e b-1 > 0; logo 01 >= −ab b a . P. 15. Se 0 < a < b então b-1 < a-1. Temos: ( ) ( ) ( ) 0111111 111 >−=−= −= −=−=− − −− ababab abb ab a ab abbaab ab ba ba . Logo, b-1 < a-1. - Observações: 1. As propriedades P.7 a P.15 válidas para a relação < também são válidas para as relações >, ≤ e ≥. É evidente que se a ∈ R então a ≤ a, e dados a, b ∈ R, tem-se a = b se, e somente se, a ≤ b e b ≤ a. 2. Um corpo ordenado é um corpo K no qual se destaca um subconjunto P ⊂ K, chamado o conjunto dos elementos positivos de K, tal que as seguintes condições são satisfeitas: P.1. Dado x ∈ K, exatamente uma das três alternativas seguintes ocorre: ou x = 0, ou x ∈ P ou – x ∈ P. P.2. A soma e o produto de elementos positivos são positivos, ou seja, se x, y ∈ P então x + y ∈ P e x.y ∈ P. Os elementos – x de K tais que x ∈ P chamam-se negativos. Portanto, R e Q são corpos ordenados. 3. Num corpo ordenado K, se a ≠ 0 então a2 ∈ P. De fato, sendo a ≠ 0, ou a ∈ P ou – a ∈ P. No primeiro caso, a2 = a.a ∈ P. No segundo caso, a2 = (– a).( – a) ∈ P, pois valem as mesmas regras de sinais vistas para o conjunto R. Em particular, num corpo ordenado 1 = 1. 1 é sempre positivo e, segue que, – 1 é negativo. Portanto, num corpo ordenado, – 1 não é quadrado de elemento algum. Assim, concluímos que C não é ordenado. 6 4. Geometricamente, o conjunto dos números reais pode ser visto como uma reta, através de uma correspondência entre os números reais e os pontos da reta. Para tanto, escolhemos um ponto arbitrário da reta, que denominamos origem, e uma unidade de medida. A origem fica em correspondência com o número 0 (zero). Na semi-reta da direita representamos os números reais positivos e, na semi-reta da esquerda, os números reais negativos. Essa reta, provida da origem e da correspondência com os números reais, costuma ser denominada reta real e denotada, também, por R. Na correspondência com a reta real, ba < significa que a fica à esquerda de b. 1.5- Valor absoluto de um número real Se quisermos obter, para cada número real x, a distância entre x e a origem, devemos considerar os seguintes casos: Nos dois primeiros casos, dizemos que a distância entre x e 0 é o próprio x. No terceiro caso, a distância é –x. - Definição O valor absoluto (ou módulo) de um número real x, denotado por x , é definido por: <− ≥ = .0 , 0 , xsex xsex x De acordo com a definição temos que se x ∈ R então 0≥x , e 0=x se, e somente se, x = 0. Além disso, se x ∈ R, ou x e – x são ambos zero, ou um é positivo e o outro é negativo. Aquele, dentre x e – x, que não for negativo, é x . Logo, x é o maior dos elementos x e – x, ou seja, x = máx { x, – x}. Temos, portanto, xx ≥ e xx −≥ . Esta última desigualdade pode ser escrita xx ≤− e obtemos xxx ≤≤− . Pelo que vimos, geometricamente, o valor absoluto de um número real x é a distância entre x e 0 (zero). Para encontrarmos a distância entre dois números reais a e b quaisquer, devemos analisar três situações possíveis para pontos a e b arbitrários da reta real: No primeirocaso, como 0>− ab , temos abab −=− ; no segundo caso, como 0=− ab , temos abab −==− 0 ; no terceiro caso, como 0<− ab , temos ( ) baabab −=−−=− . Assim, em qualquer caso, temos baab e entre distância =− . 7 - Propriedades P.1. Para todo a ∈ R temos 2 2 aa = . Como a é um dos elementos a ou -a então 2 2 aa = ou ( ) 222 aaa =−= . Logo, 2 2 aa = . P.2. Se a ∈ R então aa =− . Se a = 0 então –a = 0 e aa ==− 0 . Se a > 0 então –a < 0; assim ( ) aaa =−−=− e aa = . Se a < 0 então –a > 0; segue que aa −=− e aa −= . Portanto, aa =− . P.3. Se ax = então x = a ou x = – a, onde 0 e , ≥∈ aRax . Como ax = e x é um dos elementos x ou –x então x = a ou – x = a. Logo, x = a ou x = – a. P.4. Se a, b ∈ R e ba = então a = b ou a = – b. Como a = a ou – a, b = b ou – b e ba = então a = b ou a = – b. P.5. ax < se, e somente se, axa <<− , onde 0 e , >∈ aRax . Temos: { } axaaxaxaxaxaxxx <<−⇔−><⇔<−<⇔<−= e e ,max . P.6. ax ≤ se, e somente se, axa ≤≤− , onde 0 e , >∈ aRax . Demonstração análoga a P.5. P.7. ax > se, e somente se, axax −<> ou , onde 0 e , >∈ aRax . ( ) ( ) a. obtemos como e então Se . temos como e Se .ou logo ;ou então ou e Como >−≥>−−<>≥>⇐ −<>>−>−=>⇒ xxxaxaxaxxxax axaxaxaxxxxax P.8. ax ≥ se, e somente se, axax −≤≥ ou , onde 0 e , >∈ aRax . Demonstração análoga a P.7. P.9. Se a, b ∈ R então baba . . = . Temos: ( ) ( ) bababababababa ....... 2222222 ±=⇒==== . Como baba . e . são reais não negativos obtemos baba . . = . 8 P.10. Se a, b ∈ R e b ≠ 0 então b a b a = . Inicialmente vamos mostrar que bb 11 = . De fato, 11 . .1 −− == bbbb ; assim 1 −b é o inverso multiplicativo de b , ou seja, 11 −− = bb . Logo, bb 11 = . Portanto, b a b a b a b a b a ==== 1.1.1. . P.11. Se a, b ∈ R então baba +≤+ . (Desigualdade triangular) Se a = b = 0, é claro que baba +≤+ . Se a ≠ 0 ou b ≠ 0, temos: ( ) babababababbbaaa +≤+⇒+≤+≤+−⇒≤≤−≤≤− e . P.12. Se a, b ∈ R então baba +≤− . Temos: ( ) babababa +=−+≤−+=− . P.13. Se a, b ∈ R então bababa −≤−≤− . Se a = b, é claro que bababa −≤−≤− . Se a ≠ b, temos: ( ) bababbabbaa −≤−⇒+−≤+−= ( ) bababaababaabaabb −−≥−⇒−=−≤−⇒+−≤+−= Assim obtemos: bababa −≤−≤−− Logo, baba −≤− e, portanto, bababa −≤−≤− . P.14. Se a, b, c ∈ R então cbbaca −+−≤− . Temos: cbbacbbaca −+−≤−+−=− . P.15. Se a ∈ R então aa =2 . Explicação: Dados um número real a ≥ 0 e um número natural n, demonstra-se que sempre existe um único real positivo ou nulo b tal que bn = a. Ao número b chamamos raiz n-ésima de a e indicamos por n ab = , onde a é chamado radicando, o símbolo é o radical e n é o índice. 9 Por exemplo: 2325 = , pois 25 = 32 007 = , pois 07 = 0 39 = , pois 32 = 9 116 = , pois 16 = 1 Conseqüências: 1. Da definição decorre que ( ) aa nn = . 2. Pela definição temos que 636 = e não 636 ±= . Mas, 39 ,24 ,283 ±=±−=−−=− são sentenças verdadeiras, onde o radical não é o causador do sinal que o antecede. 3. Note que no cálculo da raiz quadrada de um quadrado perfeito temos: aa =2 . De fato, 2a é, por definição, o único número real positivo ou nulo que elevado ao quadrado resulta 2a . Como 22 aa = e 0≥a , segue que aa =2 . Por exemplo, ( ) ( ) 55 não e 555 22 −=−=−=− . 1.6- Intervalos - Definições Sejam a e b números reais, com a ≤ b. Os nove subconjuntos de R definidos a seguir são chamados intervalos: [ ] { } ( ] { } ( ) { } ( ) { } [ ) { } [ ) { } ( ] { } ( ) { } ( ) ., ,;, ,;, ,;, ,;, ,;, ,;, ,;, ,;, R xaRxabxaRxba xaRxabxaRxba bxRxbbxaRxba bxRxbbxaRxba =+ ∞∞− <∈=+ ∞≤<∈= ≤∈=+ ∞<≤∈= <∈=∞−<<∈= ≤∈=∞−≤≤∈= Os quatro intervalos da esquerda são limitados, com extremos a e b: [ ]ba, é um intervalo fechado, ( )ba, é aberto, [ )ba, é fechado à esquerda, ( ]ba, é fechado à direita. Os cinco intervalos da direita são ilimitados: ( ]b,∞− é a semi-reta esquerda, fechada, de origem b; ( )b,∞− é a semi-reta esquerda, aberta, de origem b; [ )+ ∞,a é a semi- reta direita, fechada, de origem a; ( )+ ∞,a é a semi-reta direita, aberta, de origem a; ( )+ ∞∞− , pode ser considerado aberto ou fechado. Quando a = b, o intervalo fechado [ ]ba, reduz-se a um único elemento [ ] { }aaa =, , chama-se um intervalo degenerado, e os outros três intervalos da esquerda, neste caso, são vazios. - Observações: 1. Os símbolos – ∞ (leia-se menos infinito) e +∞ (leia-se mais infinito) não representam números reais. 2. Todo intervalo não-degenerado é um conjunto infinito e contém números racionais e números irracionais. 10 1.7- Exemplos 1. Encontre um número racional c e um número irracional d tais que bdca <<< , para os números reais a e b dados, com a < b. a) 3 1 e 4 1 == ba b) 328994,0 e 327994,0 == ba c) ...8714799,0 e 479871,0 == ba d) 10010002,0 e ...10010001,0 == ba 2. “O resultado da soma de dois números irracionais é um número irracional.” Verifique se é verdadeira ou falsa essa afirmação, justificando sua resposta. 3. Encontre os números reais que satisfaçam as desigualdades abaixo. Fazer a representação gráfica na reta real. a) 2 + 3x < 5x + 8 b) 4 < 3x – 2 ≤ 10 c) 0 , 2 7 ≠> x x d) 3 , 4 3 ≠< − x x x e) (x + 3) (x + 4) > 0 4. Resolva as seguintes equações: a) 523 =+x b) 3412 +=− xx c) 345 −=+x d) xxx 4122 +=−+ 5. Encontre os números reais que satisfaçam as seguintes desigualdades: a) 45 <−x b) 2 ,4 2 23 −≠≤ + − x x x c) 523 >+x 1.8- Exercícios Páginas 10 e 11 do livro texto. 11 ___________________________________________ Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Matemática Cálculo I – Profª Maria Julieta Ventura Carvalho de Araujo Capítulo 2: Funções 2.1- Definições Sejam A e B dois conjuntos não vazios. Uma função f de A em B é uma lei, regra ou correspondência que associa a cada elemento x de A um único elemento y de B. O conjunto A é o domínio de f ou o conjunto onde a função é definida, e é indicado por D(f). O conjunto B é o contradomínio de f ou campo de valores de f. O único elemento y de B associado ao elemento x de A é indicado por f(x) (leia: f de x); diremos que f(x) é o valor que f assume em x ou é a imagem de x pela função f. Quando x percorre o domínio de f, f(x) descreve um conjunto denominado imagem de f, que é o conjunto de todos os valores assumidos pela função f, e indicado por Im(f) ou f(A). Simbolicamente, temos: { }AxxfAff ∈== );()()Im( . Uma função f de domínio A e contradomínio B é usualmente indicada por BAf →: (leia: f de A em B). Duas funções BAf →: e DCg →: são iguais se, e somente se, A = C, B = D e f(x) = g(x), ∀x ∈ A. Ou seja, duas funções são iguais quando têm o mesmo domínio, o mesmo contradomínio e a mesma regra de correspondência. Uma função de uma variável real a valores reais ou função real de uma variável real é uma função BAf →: , onde A e B são subconjuntos de R. Até menção em contrário, só trataremos com funções reais de uma variável real. - Observações: 1. Usa-se a notação )(xfx para indicar que f faz corresponder a x o valor f(x). 2. Não se deve confundir f com f(x): f é a função, enquanto que f(x) é o valor que a função assumenum ponto x do domínio, ou seja, f(x) é a imagem de x por f. 3. Quando uma função é dada pela regra y = f(x) é comum referir-se à variável y como variável dependente e à variável x como variável independente. É usual dizer que y é função de x. 4. A natureza da regra que ensina como obter o valor de f(x) ∈ B quando é dado x ∈ A é inteiramente arbitrária, sendo sujeita apenas a duas condições: 1ª) A fim de que f tenha o conjunto A como domínio, a regra deve fornecer f(x) a todo x ∈ A; 2ª) A cada x ∈ A, a regra deve fazer corresponder um único f(x) em B, ou seja, se x = x’ em A então f(x) = f(x’) em B. 5. Deve-se ainda observar que uma função consta de três ingredientes: domínio, contradomínio e a lei de correspondência )(xfx . Mesmo quando dizemos simplesmente “a função f”, ficam subentendidos 12 seu domínio A e seu contradomínio B. Sem que eles sejam especificados, não existe função. Assim sendo, uma pergunta do tipo “Qual é o domínio da função f(x) = 1/x ?”, estritamente falando, não faz sentido. A pergunta correta seria: “Qual é o maior subconjunto A ⊂ R tal que a fórmula f(x) = 1/x define uma função RAf →: ?” Porém, muitas vezes uma função é dada pela regra )(xfx ou, simplesmente, f(x) sem explicitarmos seu domínio e contradomínio; quando isso ocorrer, fica implícito que o contradomínio é R e que o domínio é o “maior” subconjunto de R para o qual faz sentido a regra em questão, ou seja, f(x) é um número real. - Notações: [ ) ( ) ( ] ( )0 , 0 , ,0 ,0 ** ∞−=∞−=∞+=∞+= −−++ RRRR - Exemplos e Contra-exemplos: 1. A correspondência que associa a cada número natural n seu sucessor n + 1 define uma função NNf →: , sendo f(n) = n + 1. D(f) = N e Im(f) = N – {1}. 2. A regra que associa a cada [ ]2,1∈x o seu dobro define uma função [ ] Rf →2,1: , com f(x) = 2x. D(f) = [1, 2] e Im(f) = [2, 4]. 3. A fórmula A = pir2 da área A de um círculo de raio r associa a cada real positivo r um único valor de A, determinando assim, uma função RRf →+ *: tal que f(r) = pir2. ** )Im( e )( ++ == RfRfD . 4. Sejam A = {3, 4, 5} e B = {1, 2}. As regras estabelecidas nos diagramas abaixo não definem funções de A em B. 5. Seja dada a regra 24)( xxf −= . Neste caso, o maior subconjunto de R para o qual f(x) ∈ R é 4 – x2 ≥ 0, ou seja, - 2 ≤ x ≤ 2. Logo D(f) = [-2, 2] e Im(f) = [0, 2]. 2.2- Gráfico de uma função Seja BAf →: uma função, onde A e B são subconjuntos não vazios de R. O conjunto ( ){ } AxBAxxfxfG ⊂∈= ; )(, )( denomina-se gráfico de f. Assim, o gráfico de f é um subconjunto do conjunto de todos os pares ordenados (x, y) de números reais. Munindo-se o plano de um sistema ortogonal de coordenadas cartesianas, o gráfico de f pode então ser pensado como o lugar geométrico descrito pelo ponto (x, f(x)) quando x percorre o domínio de f. Para determinar o gráfico de uma função, assinalamos uma série de pontos, fazendo uma tabela que nos dá as coordenadas. No ponto em que estamos, não existe outro meio de determinar o gráfico a não ser este método rudimentar. Mais adiante desenvolveremos técnicas mais eficazes para o traçado de gráficos. 13 - Observação: Podemos nos perguntar se, dada uma curva C no plano cartesiano, ela sempre representa o gráfico de uma função. A resposta é não. Sabemos que, se f é uma função, um ponto de seu domínio pode ter somente uma imagem. Assim a curva C só representa o gráfico de uma função quando qualquer reta vertical corta a curva no máximo em um ponto. A curva C1 representa o gráfico de uma função, enquanto a curva C2 não representa. - Exemplos: 1. Considere a função f(x) = x2. Temos: D(f) = R, Im(f) = [0, ∞) e a figura abaixo esboça o gráfico de f. 2. Considere a função f(x) = x. Temos: D(f) = R, Im(f) = R e a figura abaixo mostra o seu gráfico. 3. Seja 2 se ,4 22 se ,2 2 se ,2 )(por definida : > ≤<− −≤− =→ x x x xfRRf . Temos: D(f) = R, Im(f) = {– 2, 2, 4} e o gráfico de f é mostrado pela figura a seguir. 14 4. Seja xxf =)( . Então D(f) = R, Im(f) = [0, ∞) e o gráfico de f pode ser visto na figura abaixo. 5. Seja x xf 1)( = . Então D(f) = R – {0} e Im(f) = R – {0}. A figura abaixo mostra o gráfico de f. 6. Seja [ ]xxf =)( = maior inteiro ≤ x. Temos que D(f) = R e Im(f) = Z. O gráfico de f é dado por: 2.3- Operações Operações aritméticas sobre funções Sejam f e g duas funções, sendo D(f) = A e D(g) = B. Se A ∩ B ≠ ∅, podemos definir: a) Função Soma de f e g: (f + g) (x) = f(x) + g(x), sendo D(f + g) = A ∩ B. b) Função Diferença de f e g: (f – g) (x) = f(x) – g(x), sendo D(f – g) = A ∩ B. c) Função Produto de f e g: (f . g) (x) = f(x) . g(x), sendo D(f . g) = A ∩ B. d) Função Quociente de f por g: ( ) ( )( ) ( ){ } φ≠≠∩∈= = 0 ; sendo , xgBAx g fD xg xfx g f . - Observação: Se f for uma função constante, digamos f(x) = k, k ∈ R, então o produto de f e g será kg. Desta forma, multiplicar uma função por uma constante é um caso particular de multiplicação de duas funções. 15 - Exemplo: Sejam as funções 1)( e 4)( 2 −=−= xxgxxf . Então { } { }1ou 1 ;)( e 4 ;)( ≥−≤∈==≤∈== xxRxBgDxRxAfD . Temos: ( ) ( ) ( ) { }41ou 1 ; ; 14 2 ≤≤−≤∈=∩=+−+−=+ xxRxBAgfDxxxgf ( ) ( ) ( ) { }41ou 1 ; ; 14 2 ≤≤−≤∈=∩=−−−−=− xxRxBAgfDxxxgf ( ) ( ) ( ) { }41ou 1 ;. ; 1.4. 2 ≤≤−≤∈=∩=−−= xxRxBAgfDxxxgf ( ) { } { }41ou 1 ;0)( ; ; 1 4 2 ≤<−<∈=≠∩∈= − − = xxRxxgBAx g fD x xx g f ( ) ( ) { }4 ;5 ; 4 5 )5( ≤∈==∩=−−−=− xRxAARfDxxf Composição de Funções Sejam RBgRAf →→ : e : duas funções tais que Im(f) ⊂ B, ou seja, para todo x ∈ A temos que o valor f(x) ∈ B. A função RAgof →: definida por (gof)(x) = g(f(x)) é denominada função composta de g e f. - Exemplos: 1. Sejam f e g funções dadas por f(x) = 3x – 2 e g(x) = x2 + 4x. Determinar as funções gof e fog. Temos: D(f) = R; Im(f) = R; D(g) = R; Im(g) = [-4, ∞). Im(f) ⊂ D(g) ⇒ gof(x) = g(f(x)) = g(3x – 2) = (3x – 2)2 + 4 (3x – 2) = 9x2 – 4 e D(gof) = D(f) = R. Im(g) ⊂ D(f) ⇒ fog(x) = f(g(x)) = f(x2 + 4x) = 3(x2 + 4x) – 2 = 3x2 + 12x – 2 e D(fog) = D(g) = R. Logo: 2123)(por dada : e 49)(por definida : 22 −+=→−=→ xxxfogRRfogxxgofRRgof . 2. Sejam f e g funções dadas por 2)( e )( xxgxxf == . Determinar as funções gof e fog. Temos: D(f) = R+; Im(f) = R+; D(g) = R; Im(g) = R+. Im(f) ⊂ D(g) ⇒ gof(x) = g(f(x)) = g( x ) = ( x )2 = x = x, pois D(gof) = D(f) = R+. Im(g) ⊂ D(f) ⇒ fog(x) = f(g(x)) = f(x2) = xx =2 , pois D(fog) = D(g) = R. Logo: xxfogRRfogxxgofRRgof =→=→+ )(por dada : e )(por definida : . - Observações: 1. A função h: R → R definida por h(x) = (x2 – 1)10 pode ser considerada como a composta gof das funções f: R → R dada por f(x) = x2 – 1 e g: R → R definida por g(x) = x10 . 2. O livro texto contempla a possibilidade de definir a composta gof, sendo Im(f) ⊄ D(g). Neste caso, { })()();()( gDxffDxgofD ∈∈= . Por exemplo: xxgxxf =−= )( e 32)( . Temos: 16 D(f) = R; Im(f) = R; D(g) = [0, +∞); Im(g) = [0, +∞). Im(f) ⊄ D(g) ⇒ { } { } + ∞=≥−∈=∈∈=−= , 2 3032;)()();()( e 32)( xRxgDxffDxgofDxxgof . Im(g) ⊂ D(f) ⇒ [ )+ ∞==−= ,0)()( e 32)( gDfogDxxfog . 2.4- Exercícios Páginas20, 21, 22, 23 e 24 do livro texto. 2.5- Funções Especiais Função Constante fixo real número um sendo ,)(por definida : kkxfRRf =→ D(f) = R e Im(f) = {k} Exemplo: 3)( ;: −=→ xfRRf Função Identidade )(por definida : xxfRRf =→ (Notação: f = idR) D(f) = R e Im(f) = R Função do 1º Grau 0 a e reais números b e a sendo ,)(por definida : ≠+=→ baxxfRRf D(f) = R e Im(f) = R Os números reais a e b são chamados, respectivamente, de coeficiente angular e de coeficiente linear. Quando a > 0, a função f(x) = ax + b é crescente, isto é, à medida que x cresce, f(x) também cresce. Quando a < 0, a função f(x) = ax + b é decrescente, isto é, à medida que x cresce, f(x) decresce. O gráfico da função f(x) = ax + b é uma reta não paralela aos eixos coordenados. Exemplos: a) f(x) = 2x + 3 é uma função do 1º grau crescente pois a = 2 > 0. b) f(x) = – 3x + 1 é uma função do 1º grau decrescente pois a = – 3 < 0. 17 Função Módulo )(por definida : xxfRRf =→ D(f) = R e Im(f) = [0, +∞) Função Quadrática ou Função do 2º Grau 0 a e reais números c e b a, sendo ,)(por definida : 2 ≠++=→ cbxaxxfRRf D(f) = R O gráfico de uma função quadrática é uma parábola com eixo de simetria paralelo ao eixo vertical (y). Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima. Quando a < 0, a parábola tem concavidade voltada para baixo. A interseção da parábola com o eixo horizontal (x) define os zeros da função. , então )( quadrática função da zeros os são e Se 21 2 21 a bxxScbxaxxfxx −=+=++= ).)(()( )( e . 21 2 21 xxxxaPSxxaxfa cxxP −−=+−=== A interseção do eixo de simetria com a parábola é um ponto chamado vértice, de coordenadas ∆−− aa b 4 , 2 , sendo acb 42 −=∆ . Dada uma função quadrática )( 2 cbxaxxf ++= , usando a técnica de completar os quadrados, podemos escrevê-la na forma ( ) vv yxxaxf +−= 2)( , sendo ( )vv yx , o vértice da parábola. Neste caso, o eixo de simetria é dado por x = xv. 18 Função Polinomial função. dagrau o determina que negativo não inteiro um e 0, es,coeficient chamados reais números , , ... , , , sendo , x ... )(por definida : 121001 2 2 1 1 na aaaaaaxaaxaxaxfRRf n nn n n n n ≠ +++++=→ − − − D(f) = R Exemplos: a) A função constante f(x) = k é uma função polinomial de grau zero. b) A função f(x) = ax + b, a ≠ 0, é uma função polinomial do 1º grau (grau 1). c) A função quadrática f(x) = ax2 + bx + c, a ≠ 0, é uma função polinomial do 2º grau (grau 2). d) A função f(x) = x3 é uma função polinomial de grau 3 chamada função cúbica. e) A função f(x) = x4 – 1 é uma função polinomial de grau 4. Função Racional Uma função racional f é uma função dada por )( )()( xq xpxf = , onde p e q são funções polinomiais. 19 { }0)( ;)( ≠∈= xqRxfD Exemplos: a) A função 1 1)( + − = x xxf é racional de domínio { }1)( −−= RfD . b) A função ( ) ( ) ( ) ( )3.12 9.43)( 2 22 +−+ −−+ = xxx xxxxf é racional de domínio { }3,3,4)( −−−= RfD . 2.6- Função Par e Função Ímpar Uma função RAf →: diz-se par quando para todo Ax ∈ tem-se Ax ∈− e )()( xfxf =− . O gráfico de uma função par é simétrico em relação ao eixo y. Exemplo: 2)( ;: xxfRRf =→ Uma função RAf →: diz-se ímpar quando para todo Ax ∈ tem-se Ax ∈− e )()( xfxf −=− . O gráfico de uma função ímpar é simétrico em relação à origem. Exemplo: 53)( ;: xxxfRRf +=→ 2.7- Funções Periódicas Uma função RAf →: é dita periódica quando existe um número real p > 0 tal que para todo Ax ∈ tem-se Apx ∈± e )()( xfpxf =+ . O menor número p com esta propriedade é chamado o período de f. O gráfico de uma função periódica se repete a cada intervalo de comprimento p. Exemplos: xxgsenxxf cos)( e )( == são periódicas de período 2pi. 20 2.8- Funções Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras Dizemos que uma função BAf →: é injetora quando, para quaisquer )()( se- tem, com , 212121 xfxfxxAxx ≠≠∈ . Em outras palavras, dizemos que BAf →: é injetora se 212121 então , em e com , )()( xxAxxxfxf == . Exemplo: injetora. é )(por definida : xxfRRf =→+ Dizemos que uma função BAf →: é sobrejetora quando, para todo y ∈ B, existe x ∈ A tal que y = f(x). Em outros termos, BAf →: é sobrejetora quando Im(f) = B. Exemplo: a.sobrejetor é )(por definida : 2xxfRRf =→ + Dizemos que uma função BAf →: é bijetora quando é injetora e sobrejetora. Exemplo: bijetora. é )(por definida : 3xxfRRf =→ 2.9- Função Inversa de uma Função Bijetora Seja BAf →: uma função bijetora. Sendo f sobrejetora, Im(f) = B, o que significa dizer que para todo y ∈ B existe pelo menos um x ∈ A tal que f(x) = y, e esse x é único porque f é injetora. Podemos, então, definir uma função ABg →: que a y ∈ B associa o único x ∈ A tal que f(x) = y, ou seja, yxfxyg =⇔= )( )( . Se BAf →: é uma função bijetora, a função ABg →: definida por yxfxyg =⇔= )( )( denomina-se função inversa da função f e denotada por 1−f . AxidxyfxffAAidoff AA ∈∀===→= −−− (x),)())(( pois ,: 111 ByyidyxfyffBBidfof BB ∈∀===→= −− ),()())(( pois ,: 11 Graficamente podemos determinar se uma função f admite inversa passando retas paralelas ao eixo x por pontos do contradomínio de f; cada uma dessas retas deve cortar o gráfico de f em apenas um ponto. Os gráficos da função bijetora BAf →: e de sua inversa ABf →− :1 são simétricos em relação à bissetriz y = x do 1º e 3º quadrantes, pois )(),()()()(),( 11 −− ∈⇔=⇔=⇔∈ fGxyyfxxfyfGyx Tendo o gráfico da função bijetora f, para fazermos o gráfico da função inversa de f basta traçarmos a reta y = x e observamos a simetria. 21 Exemplos: a) A função 13)(por dada : +=→ xxfRRf é bijetora. Logo, admite inversa RRf →− :1 . Vamos apresentar dois modos para se obter uma fórmula para 1−f . 1º modo: Sendo y = 3x + 1, basta tirar x em função de y, isto é, 3 1− = yx . Logo, RxxxfRyyyf ∈∀−=∈∀−= −− , 3 1)( seja,ou , , 3 1)( 11 . 2º modo: Sendo seja,ou ,1)(3 que segue , ,))(( 11 yyfRyyyff =+∈∀= −− Ryyyf ∈∀−=− , 3 1)(1 . b) A função x xfRRf 1)(por dada : ** =→ é bijetora. Logo, admite inversa **1 : RRf →− dada por x xf 1)(1 =− . Excepcionalmente temos 1−= ff . c) O gráfico abaixo ilustra a função 2)(por dada : xxfRRf =→ que não possui inversa. Fazendo uma restrição conveniente no domínio, essa mesma função pode admitir inversa. Por exemplo, a função [ ) [ ) 2)(por definida ,0 ,0: xxff =∞+→∞+ tem como inversa a função [ ) [ ) xxff =∞+→∞+ −− )(por dada ,0 ,0: 11 . 22 2.10- Algumas Funções Elementares Função Exponencial de base a A função ,10 real, número um sendo ,)(por definida : ≠<=→ aaaxfRRf x é denominada função exponencial de base a. D(f) = R e Im(f) = *R + = (0, + ∞) O gráfico de xaxf =)( está todo acima do eixo das abscissas (x), pois0>= xay para todo x ∈ R. O gráfico de xaxf =)( corta o eixo das ordenadas (y) no ponto (0, 1), pois a0 = 1. Quando a > 1, xaxf =)( é crescente. Quando 0 < a < 1, xaxf =)( é decrescente. Um caso particular importante é a função exponencial xexf =)( , onde e é o número irracional conhecido por constante de Euler (e ... 597182818284,2≅ ). Propriedades: Se a, x, y são números reais e a > 0, então: ( ) ( ) x x xxx y x yxyxyx x xxyyx aa bbaba a aaaaa a aaa 11 0 para , .. particular em , . 1 particular em , = >= == == −+ − Função Logarítmica de base a A função ,10 real, número um sendo ,log)(por definida : * ≠<=→+ aaxxfRRf a é denominada função logarítmica de base a. D(f) = *R + e Im(f) = R 23 O gráfico de xxf alog)( = está todo à direita do eixo y. O gráfico de xxf alog)( = corta o eixo das abscissas (x) no ponto (1, 0), pois loga1 =0. Quando a > 1, xxf alog)( = é crescente. Quando 0 < a < 1, xxf alog)( = é decrescente. As funções xxfRRf alog)(por definida : * =→+ e xaxgRRg =→ + )(por definida : * , sendo a um número real, 0 < a ≠ 1, são inversas uma da outra, pois ya axxy =⇔= log . Assim, o gráfico de f é simétrico ao gráfico de g em relação à reta y = x. Um caso particular importante é a função logarítmica de base e, chamada função logarítmica natural, que denotamos por xxf ln)( = . Propriedades: Se 0 < a ≠ 1 e x e y números reais positivos, então: ( ) yx y x yxyx dxdx aaa aaa a d a logloglog loglog.log real númeroqualquer para , loglog −= += = Funções Trigonométricas • Medida de ângulo em radiano (rad) É fato que a razão entre o comprimento do arco determinado por um ângulo em um círculo, cujo centro é o vértice do ângulo, e o raio do círculo é um número real que só depende do ângulo, isto é, não depende do raio do círculo. Esta propriedade nos permite definir o seguinte: A medida de um ângulo em radianos é a razão entre o comprimento do arco determinado pelo ângulo em um círculo, cujo centro é o vértice do ângulo, e o comprimento do raio do círculo. 24 Rs R s R sÔBA R sAÔB ÔBAAÔB . radianos ' ''' radianos '' αα α =⇒= = = == A medida de um ângulo de “uma volta”, ou seja, 360o, em radianos é 2pi rad, pois rad 2 2 piααpiα =⇒=⇒= RRRs . Um ângulo mede 1 radiano quando o comprimento do arco determinado por ele em um círculo, cujo centro é o seu vértice, é igual ao raio do círculo. ≅ = o o rad 57 2 3601 pi . Quando o raio R do círculo é igual a 1, a medida do ângulo em radianos coincide com o comprimento do arco determinado pelo ângulo; isto nos permite fazer uma identificação entre ângulos e números reais. • Círculo Trigonométrico • Relações Fundamentais xgx x x tgx senx xgx tgx gx x senxtgx senx xxxsen 22 22 22 cot1seccos cos 1sec x 1sec coscot 1cot cos 1seccos 1cos +== +== == ==+ • Ângulos Notáveis 0 6 pi 4 pi 3 pi 2 pi pi 2 3pi 2pi 0o 30o 45o 60o 90o 180o 270o 360o Seno 0 2 1 2 2 2 3 1 0 -1 0 Cosseno 1 2 3 2 2 2 1 0 -1 0 1 Tangente 0 3 3 1 3 Não existe 0 Não existe 0 25 . eixo u: eixo dos cossenos . eixo v: eixo dos senos . eixo t: eixo das tangentes . eixo c: eixo das cotangentes xOD xOS gxBC tgxAT xOP senxOP OA seccos sec cot cos 1 2 1 = = = = = = = • Fórmulas de Transformação ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) tgbtga tgbtgabatg tgbtga tgbtgabatg senbsenababa senbsenababa asenbbsenabasen asenbbsenabasen .1 .1 .cos.coscos .cos.coscos cos.cos. cos.cos. + − =− − + =+ +=− −=+ −=− +=+ ( ) ( ) ba basentgbtga ba basentgbtga babasensenbsena babasensenbsena basenbasenba bababa cos.cos cos.cos 2 cos. 2 2 2 cos. 2 2 2 . 2 2coscos 2 cos. 2 cos2coscos − =− + =+ +− =− −+ =+ −+ −=− −+ =+ • Função Seno senxOPxfRRf ==→ 1)(por definida : D(f) = R e Im(f) = [-1, 1] A função senxxf =)( é ímpar, pois ( ) senxxsen −=− . A função senxxf =)( é periódica de período 2pi, pois ( ) senxxsen =+ pi2 . A função senxxf =)( é crescente nos intervalos [0, pi/2] e [3pi/2, 2pi] e decrescente no intervalo [pi/2, 3pi/2]. O gráfico da função senxxf =)( é denominado senóide. • Função Cosseno xOPxfRRf cos)(por definida : 2 ==→ D(f) = R e Im(f) = [-1, 1] A função xxf cos)( = é par, pois ( ) xx coscos =− . A função xxf cos)( = é periódica de período 2pi, pois ( ) xx cos2cos =+ pi . A função xxf cos)( = é decrescente no intervalo [0, pi] e crescente no intervalo [pi, 2pi]. O gráfico da função xxf cos)( = é denominado cossenóide. 26 a aatg aa aasen atg tgaatg asenaasenaa asenaasen 2cos1 2cos1 2 2cos1cos 2 2cos1 1 22 211cos2cos2cos cos.22 2 2 2 2 2222 + − = + = − = − = −=−=−= = • Função Tangente x senxtgxATxfRZkkxRxf cos )(por definida , 2 ;: ===→ ∈+≠∈ pi pi ∈+≠∈= ZkkxRxfD , 2 ;)( pipi e Rf =)Im( A função tgxxf =)( é ímpar, pois ( ) tgxxtg −=− . A função tgxxf =)( é periódica de período pi, pois ( ) tgxxtg =+ pi . A função tgxxf =)( é crescente nos intervalos [0, pi/2), (pi/2, 3pi/2) e (3pi/2, 2pi]. O gráfico da função tgxxf =)( é denominado tangentóide. • Função Cotangente { } tgxsenx xgxBCxfRZkkxRxf 1coscot)(por definida , ;: ====→∈≠∈ pi { }ZkkxRxfD ∈≠∈= , ;)( pi e Rf =)Im( A função gxxf cot)( = é ímpar, pois ( ) gxxg cotcot −=− . A função gxxf cot)( = é periódica de período pi, pois ( ) gxxg cotcot =+ pi . A função gxxf cot)( = é decrescente nos intervalos (0, pi) e (pi, 2pi). • Função Secante x xOSxfRZkkxRxf cos 1sec)(por definida , 2 ;: ===→ ∈+≠∈ pi pi ∈+≠∈= ZkkxRxfD , 2 ;)( pipi e ( )1,1)Im( −−= Rf A função xxf sec)( = é par, pois ( ) xx secsec =− . A função xxf sec)( = é periódica de período 2pi, pois ( ) xx sec2sec =+ pi . A função xxf sec)( = é crescente nos intervalos [0, pi/2) e (pi/2, pi] e decrescente nos intervalos [pi, 3pi/2) e (3pi/2, 2pi]. 27 • Função Cossecante { } senx xODxfRZkkxRxf 1seccos)(por definida , ;: ===→∈≠∈ pi { }ZkkxRxfD ∈≠∈= , ;)( pi e ( )1 ,1)Im( −−= Rf A função xxf seccos)( = é ímpar, pois ( ) xx seccosseccos −=− . A função xxf seccos)( = é periódica de período 2pi, pois ( ) xx seccos2seccos =+ pi . A função xxf seccos)( = é crescente nos intervalos [pi/2, pi) e (pi, 3pi/2] e decrescente nos intervalos (0, pi/2] e [3pi/2, 2pi). Funções Trigonométricas Inversas • Função Arco Seno É impossível definir uma função inversa para a função senxxfRRf =→ )(por dada : , pois a função seno não é injetora e não é sobrejetora. Para definirmos a função inversa de senxxf =)( necessitamosrestringir o domínio. Este fato ocorre com todas as funções trigonométricas. Seja [ ] senxxff =−→ − )(por definida função a 1 ,1 2 , 2 : pipi . Esta função é bijetora e, portanto, admite inversa. A função inversa de f(x) será chamada arco seno e denotada por [ ] xsenarcxff )( onde 2 , 2 1 ,1: 11 = −→− −− pipi . Simbolicamente, para : temos, 22 pipi ≤≤− y xsenyxsenarcy =⇔= . senxxf =)( xsenarcxf )(1 =− 28 Observação: Na definição da função arco seno poderíamos ter restringido o domínio de senxxf =)( a qualquer dos seguintes intervalos: [pi/2, 3pi/2], [3pi/2, 5pi/2], [5pi/2, 7pi/2], ... ou [-3pi/2, -pi/2], [-5pi/2, -3pi/2], [-7pi/2, -5pi/2], ... . • Função Arco Cosseno Seja [ ] [ ] xxff cos)(por definida função a 1 ,1 ,0: =−→pi . Esta função é bijetora e, portanto, admite inversa. A função inversa de f(x) será chamada arco cosseno e denotada por [ ] [ ] xarcxff cos )( onde ,01 ,1: 11 =→− −− pi . Simbolicamente, para : temos,0 pi≤≤ y xyxarcy =⇔= cos cos . xxf cos)( = xarcxf cos )(1 =− Observação: A função xarcy cos = pode ser definida também pela equação xsenarcxarc 2 cos −= pi . • Função Arco Tangente Seja tgxxfRf =→ − )(por definida função a 2 , 2 : pipi . Esta função é bijetora e, portanto, admite inversa. A função inversa de f(x) será chamada arco tangente e denotada por xtgarcxfRf )( onde 2 , 2 : 11 = −→ −− pipi . Simbolicamente, para : temos, 22 pipi <<− y xtgyxtgarcy =⇔= . tgxxf =)( xtgarcxf )(1 =− 29 • Função Arco Cotangente, Arco Secante e Arco Cossecante ( ) bijetora é cot)( ; ,0: gxxfRf =→pi . ( ) tgxarcgxarcxfRf 2 cot )( ; ,0: 11 −==→ −− pipi . ( ] [ ) bijetora é sec)( ; ,1 1 , , 2 2 ,0: xxff =∞+−∞−→ pi pipi . ( ] [ ) == →∞+−∞− −− x arcxarcxff 1cos sec )( ; , 2 2 ,0 ,1 1 ,: 11 pipipi . ( ] [ ) bijetora é seccos)( ; ,1 1 , 2 ,0 0 , 2 : xxff =∞+−∞−→ − pipi . ( ] [ ) == −→∞+−∞− −− x senarcxarcxff 1 seccos )( ; 2 ,0 0 , 2 ,1 1 ,: 11 pipi . Funções Hiperbólicas • Função Seno Hiperbólico 2 )(por definida : xx eesenhxxfRRf − − ==→ D(f) = R e Im(f) = R • Função Cosseno Hiperbólico 2 cosh)(por definida : xx eexxfRRf −+ ==→ D(f) = R e Im(f) = [1, +∞) 30 Observação: A figura abaixo representa um fio de telefone ou de luz. Observamos que a curva representada pelo fio aparenta a forma de uma parábola; no entanto, é possível mostrar que a equação correspondente é = a xy cosh , onde a ∈ R e a ≠ 0. Esta curva recebe a denominação de catenária. • Funções Tangente, Cotangente, Secante e Cossecante Hiperbólicas As funções Tangente, Cotangente, Secante e Cossecante Hiperbólicas, denotadas respectivamente por tgh, cotgh, sech e cossech, são definidas por: ( ) ( ) ( )1 ,1Im e ; cosh −== + − == − − tghRtghD ee ee x senhxtghx xx xx ( ) { } ( ) ( ) ( )∞+−∞−=−= − + == − − ,11 ,cotIm e 0cot ; coshcot ghRghD ee ee senhx xghx xx xx ( ) ( ) ( ]1 ,0secIm e sec ; 2 cosh 1sec == + == − hRhD eex hx xx ( ) { } ( ) { }0seccosIm e 0seccos ; 21seccos −=−= − == − RhRhD eesenhx hx xx • Identidades Hiperbólicas xghxh xtghxh ghx tghx xsenhx 22 22 22 cot1seccos 1sec cot 1 1cosh −=− −= = =− 31 Funções Hiperbólicas Inversas • Função Inversa do Seno Hiperbólico Analisando o gráfico da função senhxxf =)( vemos que ela é bijetora; logo admite inversa. A função inversa do seno hiperbólico, chamada argumento do seno hiperbólico e denotada por arg senh, é definida por: senhxxfRRf arg)( ; : 11 =→ −− . RfRfD == −− )Im( e )( 11 senhyxsenhxy =⇔= arg • Função Inversa do Cosseno Hiperbólico Seja [ ) [ )∞+→∞+ ,1 ,0:f a função dada por xxf cosh)( = . Esta função é bijetora. A sua inversa, chamada argumento do cosseno hiperbólico e denotada por arg cosh, é definida por: [ ) [ ) xxff cosharg)( ; ,0 ,1: 11 =∞+→∞+ −− . [ ) [ )∞+=∞+= −− ,0)Im( e ,1)( 11 ffD 0 , cosh cosharg ≥=⇔= yyxxy • Funções Inversas da Tangente, Cotangente, Secante e Cossecante Hiperbólicas ( ) bijetora é )( ; 1 ,1: tghxxfRf =−→ . ( ) tghxxff arg)( ; R1 ,1: 11 =→− −− . { } ( ) ( ) bijetora é cot)( ; 1, 1,0: ghxxfRf =+ ∞−∞−→− . ( ) ( ) { } ghxxfRf cotarg)( ; 01, 1,: 11 =−→+ ∞−∞− −− . [ ) ( ] bijetora é sec)( ; 1 ,0,0: hxxff =→+ ∞ . ( ] [ ) hxxff secarg)( ; ,01 ,0: 11 =+ ∞→ −− . { } { } bijetora é seccos)( ; 00: hxxfRRf =−→− . { } { } hxxfRRf seccosarg)( ; 00: 11 =−→− −− . 32 • Expressões das Funções Hiperbólicas Inversas ( ) ( ) 0 , 11lnseccosarg 10 , 11lnsecarg 1 , 1 1ln 2 1cotarg 11 , 1 1ln 2 1arg 1 , 1lncosharg , 1lnarg 2 2 2 2 ≠ + += ≤< −+ = > − + = <<− − + = ≥−+= ∈++= x x x x hx x x xhx x x xghx x x xtghx xxxx Rxxxsenhx 33 2.11- Aplicações 1. Ao chegar a um aeroporto, um turista informou-se sobre a locação de automóveis e condensou as informações recebidas na tabela seguinte: Opções Diária Preço por km rodado Locadora 1 R$ 50,00 R$ 0,20 Locadora 2 R$ 30,00 R$ 0,40 Locadora 3 R$ 65,00 km livre a) Obtenha uma equação que defina o preço y da locação por dia, em função do número de km rodados, em cada uma das situações apresentadas na tabela. b) Represente, no mesmo plano cartesiano, os gráficos dessas equações. c) A partir de quantos quilômetros o turista deve preferir a Locadora 1 ao invés da Locadora 2? d) A partir de quantos quilômetros o turista deve optar pela Locadora 3? 2. Um avião com 120 lugares é fretado para uma excursão. A companhia exige de cada passageiro R$ 900,00 mais uma taxa de R$ 10,00 para cada lugar vago. Qual o número de passageiros que torna máxima a receita da companhia? 3. A massa de materiais radioativos, como o rádio, o urânio ou o carbono-14, se desintegra com o passar do tempo. Uma maneira usual de expressar a taxa de decaimento da massa é utilizando o conceito de meia-vida desses materiais. A meia-vida de um material radioativo é definida como o tempo necessário para que sua massa seja reduzida à metade. Denotando por M0 a massa inicial (corresponde ao instante t = 0) e por M a massa presente num instante qualquer t, podemos estimar M pela função exponencial dada por kteMM −= 0 , sendo k > 0 uma constante. Essa equação é conhecida como modelo de decaimento exponencial.A constante k depende do material radioativo considerado e está relacionada com a meia-vida dele. Sabendo que a meia-vida do carbono-14 é de aproximadamente 5730 anos, determinar: a) a constante K, do modelo de decaimento exponencial, para esse material; b) a quantidade de massa presente após dois períodos de meia-vida, se no instante t = 0 a massa era M0; c) a idade estimada de um organismo morto, sabendo que a presença do carbono-14 neste é 80% da quantidade original. 4. Uma indústria comercializa um certo produto e tem uma função custo total em mil reais, dada por 47520)( 2 ++= qqqCT , sendo q ≥ 0 a quantidade do produto. A função receita total em mil reais é dada por qqR 120)( = . a) Determinar o lucro para a venda de 80 unidades. b) Em que valor de q acontecerá lucro máximo? 5. Veja outros exemplos no livro texto, páginas 43 a 53. 2.12- Exercícios Páginas 53, 54, 55, 56, 57, 58 e 59 do livro texto. 34 35 ___________________________________________ Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Matemática Cálculo I – Profª Maria Julieta Ventura Carvalho de Araujo Capítulo 3: Limite de uma Função e Continuidade 3.1- Noção de Limite de uma Função (Noção Intuitiva) Exemplo 1: Considere a função x xf 1 1)( definida para todo x real e x ≠ 0. Observe os valores da função f quando x cresce ilimitadamente e quando x decresce ilimitadamente. Observe também o seu gráfico. Esta função se aproxima de 1 quando x cresce ilimitadamente e quando x decresce ilimitadamente. Dizemos que esta função tende a 1 quando x tende a +∞ e quando x tende a – ∞ e denotamos 1)(lim e 1)(lim xfxf xx . Além disso, observando o gráfico da função, podemos dizer que f(x) cresce ilimitadamente quando x se aproxima de 0 por valores menores que 0 e que f(x) decresce ilimitadamente quando x se aproxima de 0 por valores maiores que 0. Neste caso nos referimos aos limites laterais e denotamos, respectivamente, por )(lim e )(lim 00 xfxf xx . Exemplo 2: Considere a função 23)( 2 xxxf definida para todo x real. Intuitivamente, analisando as sucessões nas tabelas seguintes, podemos dizer que f(x) tende para +∞ quando x tende para +∞ ou para –∞ e denotamos por )(lim e )(lim xfxf xx . 36 Exemplo 3: Observando o gráfico da função x xf 1 cos)( e a tabela a seguir podemos afirmar que o gráfico oscila numa vizinhança de zero sem tender para um limite. Exemplo 4: Observando o gráfico da função )1( )1).(12( )( x xx xf definida para todo x real e x ≠ 1 e as tabelas abaixo podemos escrever 3)(lim ainda,ou , )(lim3)(lim 111 xfxfxf xxx . À medida que tomamos valores de x cada vez mais próximos de 1 (x → 1), os valores de f(x) tornam-se cada vez mais próximos de 3 (f(x) → 3), independentemente da sucessão de valores de x usados. Pode-se observar que é possível tomar o valor de f(x) tão próximo de 3 quanto desejamos, desde que tomamos x suficientemente próximo de 1 (x ≠ 1). A idéia “tomar o valor de f(x) tão próximo de 3 quanto desejamos” é traduzido matematicamente pela desigualdade 3)(xf , sendo um número positivo qualquer, tão pequeno quanto se possa imaginar. A idéia “desde que tomamos x suficientemente próximo de 1 (x ≠ 1)” significa que deve existir um intervalo aberto de raio 0 e centro a = 1 tal que se x ≠ 1 variar nesse intervalo, isto é, se 3)( então 10 xfx . 3.2- Definição de Limite de uma Função Intuitivamente dizemos que uma função f(x) tem limite L quando x tende para a, se é possível tomar f(x) arbitrariamente próximo de L, desde que tomamos valores de x, x ≠ a, suficientemente próximos de a. Formalmente, temos: Seja I um intervalo aberto ao qual pertence o número real a. Seja f uma função definida em I, exceto, possivelmente, no próprio a. Dizemos que o limite de f(x), quando x tende a a, é L e escrevemos Lxf ax )(lim , se para todo 0 existir um 0 tal que se Lxfax )( então 0 . Em símbolos, temos: LxfaxLxf ax )( 0 ;0 ,0 )(lim . 37 Observação: Para a definição do limite, quando x tende a a, não é necessário que a função esteja definida em a e pode ocorrer que a função esteja definida em a e )()(lim afxf ax . O que interessa é o comportamento de f(x) quando x se aproxima de a e não o que ocorre com f quando x = a. 3.3- Exemplos 1. Considere a função )1( )1).(12( )( x xx xf definida para todo x real e x ≠ 1. Assim, se x ≠ 1 então f(x) = 2x + 1. Vamos mostrar, usando a definição, que 3)(lim 1 xf x . Devemos mostrar que dado 0 , existe 0 tal que se 3)( então 10 xfx . Dado 0 , tomemos 2 . Logo, obtemos: 2 .212223123)( 2 1010 xxxxfxx . Portanto, 3)(lim 1 xf x . 2. Seja RRf : definida por 1 se ,5 1 se ,12 )( x xx xf . Temos )1(3)12(lim)(lim 11 fxxf xx 3. Demonstre, usando a definição, que 16lim 2 4 x x . Devemos mostrar que dado 0 , existe 0 tal que se 16 então 40 2xx . Notemos que 4.4)4).(4(162 xxxxx . Se 14 x , obtemos: 949499475314114 xxxxxx . Seja 9 ,1min . Assim, :obtemos 40 se e 9 ,1 x 9. 9 4.416 9 4 e 94 9 4 e 1440 2 xxxxxxxx . Portanto, 16lim 2 4 x x . 3.4- Unicidade do Limite Teorema 1 Se 2121 então )(lim e )(lim LLLxfLxf axax . Demonstração: Vamos supor L1 ≠ L2. Seja 021 LL . Como 21 )(lim e )(lim LxfLxf axax então existem 0 , 21 tais que se 2 )( então 0 se e 2 )( então 0 2211 LxfaxLxfax . 38 Seja 21,min . Assim 21 , e se 2 )( e 2 )( então 0 21 LxfLxfax . Mas 22 )()()()( 212121 LxfxfLLxfxfLLL , o que é um absurdo. Portanto 21 LL . 3.5- Propriedades do limite de uma função Seja a elemento do intervalo aberto I e em I – {a} estão definidas as funções envolvidas na propriedade. L1 – Se f é uma função definida por f(x) = c, para todo x real, onde c R, então ccxf axax lim)(lim . L2 – Se c R e Lxf ax )(lim então Lcxfcxfc axax .)(lim.)(.lim . L3 – Se MLxgfMxgLxf axaxax ))((lim então )(lim e )(lim . Obs.: Esta propriedade pode ser estendida para uma soma de um número finito de funções, isto é, se n i i n i i ax ii ax LxfniNiLxf 11 )(lim então ,1 e , )(lim . L4 – Se MLxgfMxgLxf axaxax ))((lim então )(lim e )(lim . L5 – Se MLxgfMxgLxf axaxax .))(.(lim então )(lim e )(lim . Obs.: Esta propriedade pode ser estendida para um produto de um número finito de funções, isto é, se n i i n i i ax ii ax LxfniNiLxf 11)(lim então ,1 e , )(lim . L6 – Se Lxf ax )(lim então ,...3,2,1 para , )(lim nLxf n n ax . L7 – Se M L x g f MxgLxf axaxax ))((lim então 0)(lim e )(lim . L8 – Se ímpar , e 0ou e 0 com ,)(lim então )(lim nNnLNnLLxfLxf nn axax . L9 – Se senLxfsenxfsenLxf axaxax )(lim)(lim então )(lim . L10 – Se cos)(limcos)(coslim então )(lim LxfxfLxf axaxax . Teorema 2 O limite de uma função polinomial Raxaxaxaxaaxf i n i i i n n , ...)( 0 2 210 , para x tendendo para a, é igual ao valor numérico de f(x) para x = a, ou seja, )()(lim afxf ax . 39 Demonstração: É claro que ax ax lim , pois, dado axax então 0 se e tome0 . Assim niaxx ii ax i ax , ... ,3,2,1 para , limlim . Temos, então: )(limlimlim)(lim 000 afaaxaxaxaxf n oi i i n i i ax i n i i i ax n i i i axax . 3.6- Exercícios 1.Calcular os seguintes limites: a) 53lim 2 2 xx x h) xx x x 2 4 lim 2 2 2 b) 7 5 lim 33 x x x i) 1252 3116 lim 2 2 2 3 xx xx x c) 14lim 4 2 xx x j) 1 1 lim 2 3 1 x x x d) 22 1 23 12 lim x xx x k) 353 142 lim 23 23 1 xxx xxx x e) 3 2 23 2 34 232 lim xx xxx x l) 132 243 lim 23 23 1 xx xxx x f) x xx x 3 2 lim 2 2 m) 3 21 lim 3 x x x g) 1 1 lim 2 1 x x x n) 1 12 lim 1 x xx x Respostas: a) 15; b) -1/10; c) 5; d) 4; e) -2; f) 3 122 ; g) 2; h) 2; i) 7/11; j) 3/2; k) 2; l) 5/3; m) ¼; n) 4 2 . 2. Seja a função f definida por 1 se ,3 1 se , 1 23 )( 2 x x x xx xf . Calcular )(lim 1 xf x . (Resp.: -1) 3. Seja a função f definida por 2 se ,3 2 se , 2 232 )( 2 x x x xx xf . Calcular )(lim 2 xf x . (Resp.: 5) 4. Calcular 1 53 2 lim 32 x x x . (Resp.: 1) 5. Calcular 4 8 lim 364 x x x . (Resp.: 3) Livro texto: Páginas 72 a 75, exceto números 16, 35 e 37. 40 3.7- Limites Laterais Ao considerarmos )(lim Lxf ax , estamos interessados no comportamento da função nos valores próximos de a, isto é, nos valores de x pertencentes a um intervalo aberto contendo a, mas diferentes de a, e, portanto, nos valores desse intervalo que são maiores ou menores que a. Entretanto, o comportamento em algumas funções, quando x está próximo de a, mas assume valores menores que a, é diferente do comportamento da mesma função, quando x está próximo de a, mas assume valores maiores que a. Por exemplo, na função 1 se ,2 1 se ,2 1 se ,4 )( xx x xx xf atribuindo a x valores próximos de 1, porém menores que 1 (à esquerda de 1), temos que os valores da função ficam próximos de 3; e atribuindo a x valores próximos de 1, porém maiores que 1(à direita de 1), temos que os valores da função ficam próximos de – 1. Definições: 1) Limite lateral à direita Seja f uma função definida em um intervalo aberto (a, b). O limite de f(x), quando x se aproxima de a pela direita, será L e escrevemos Lxf ax )(lim se, para todo 0 , existir 0 tal que se Lxfaxa )( então . Em símbolos, temos: LxfaxaLxf ax )( ;0 ,0 )(lim . 2) Limite lateral à esquerda Seja f uma função definida em um intervalo aberto (b, a). O limite de f(x), quando x se aproxima de a pela esquerda, será L e escrevemos Lxf ax )(lim se, para todo 0 , existir 0 tal que se Lxfaxa )( então . Em símbolos, temos: LxfaxaLxf ax )( ;0 ,0 )(lim . Observação: As propriedades de limites e o teorema do limite de função polinomial são válidos se substituirmos por ou por axaxax . Teorema 3 Seja I um intervalo aberto contendo a e seja f uma função definida para x I – {a}. Temos Lxf ax )(lim se, e somente se, existirem os limites laterais )(lim xf ax e )(lim xf ax e forem ambos iguais a L. Demonstração: () Dado 0 , como Lxf ax )(lim , então existe 0 tal que se Lxfax )( temos0 . Logo, se Lxfaxaxa )( que, segue e, 0 então , ou seja, Lxf ax )(lim . Também, se Lxfaxaxa )( assim, e, 0 então , ou seja, Lxf ax )(lim . 41 () Dado 0 , como )(lim)(lim xfLxf axax , então existem 0 e 0 21 tais que se Lxfaxa )( temos1 e se Lxfaxa )( temos2 . Assim, se 21,min e se Lxfaxaaxaax )( implica que o ,ou temos0 21. Logo, Lxf ax )(lim . Exemplos: 1. Dada a função 31)( xxf , determinar, se possível, )(lim 3 xf x e )(lim 3 xf x . 2. Seja a função f definida por 1 se ,3 1 se ,1 1 se ,4 )( 2 xx x xx xf . Determinar, se possível, )(lim 1 xf x . 3. Seja a função f definida por xxf )( . Determinar, se possível, )(lim 0 xf x . 4. Seja a função f definida por 2 se ,9 2 se ,2 2 se ,1 )( 2 2 xx x xx xf . Determinar, se possível, )(lim 2 xf x . 42 3.8- Exercícios 1. Calcular os limites indicados, se existirem; se o(s) limite(s) não existir(em), especificar a razão. a) )(lim )(lim )(lim 1 se ,14 1 se ,2 1 se ,23 )( 111 xfxfxf xx x xx xf xxx b) )(lim )(lim )(lim 0 se ,1 0 se , )( 000 xfxfxf x x x x xf xxx c) )(lim )(lim )(lim 2 , 2 253 )( 222 2 xfxfxfx x xx xf xxx Respostas: a) 1; 5; não existe; b) – 1; 1; não existe; c) 7; – 7; não existe. 2. Dada a função f definida por 1 se ,5 1 se ,3 1 se ,23 )( xax x xx xf . Determinar a R para que exista )(lim 1 xf x . Resp.: a = – 10. 3. Seja 3 se ,73 3 se ,1 )( xx xx xf . Calcular: a) )(lim 3 xf x b) )(lim 3 xf x c) )(lim 3 xf x d) )(lim 5 xf x e) )(lim 5 xf x f) )(lim 5 xf x . Esboçar o gráfico de f. Resp.: a) 2; b) 2; c) 2; d) 8; e) 8; f) 8. Livro texto: Páginas 79 e 80. 3.9- Cálculo de Limites – Formas Indeterminadas Dizemos que as expressões 1 , ,0 ,.0 , , , 0 0 00 são formas indeterminadas. Isso significa que nada podemos afirmar, por exemplo, sobre o limite do quociente )( )( xg xf , quando x tende a a, se f e g são funções tais que )(lim0)(lim xgxf axax . Para comprovar isto, vejamos: 1. Sejam f(x) = x 3 e g(x) = x 2 . Temos 0limlim )( )( lim e )(lim0)(lim 02 3 0000 x x x xg xf xgxf xxxxx . 2. Sejam f(x) = x 2 e g(x) = x 4 . Temos 204 2 0000 1 limlim )( )( lim e )(lim0)(lim xx x xg xf xgxf xxxxx (explicação deste último resultado no próximo item). Sobre as outras formas indeterminadas, veremos exemplos mais adiante. 43 Exemplo: Calcular os seguintes limites: a) 4 23 lim 2 3 2 x xx x b) x x x 22 lim 0 c) 1 1 lim 3 1 x x x d) h xhx h 22 0 lim 3.10- Exercícios Páginas 83 e 84 do livro texto. 44 3.11- Limites Infinitos Definições: 1) Seja f uma função definida em um intervalo aberto I contendo a, exceto, possivelmente, em a. Dizemos que, quando x se aproxima de a, f(x) cresce ilimitadamente e escrevemos )(lim xf ax se, para qualquer número M > 0, existir 0 tal que se Mxfax )( então 0 . Em símbolos, temos: MxfaxMxf ax )( 0 ;0 ,0 )(lim . Exemplo: Analisando o comportamento da função f definida por 21 1 )( x xf vemos que os valores da função são cada vez maiores à medida que x se aproxima de 1. Em outras palavras, podemos tornar f(x) tão grande quanto desejarmos, isto é, maior que qualquer número positivo, tomando valores para x bastante próximos de 1 e escrevemos 21 1 1 lim xx . Formalmente, dado M > 0, seja 0 1 M . Se M x 1 10 então MM xx xf 2 22 1 1 1 1 )( . Logo 21 1 1 lim xx . 2) Seja f uma função definida em um intervalo aberto I contendo a, exceto, possivelmente, em a. Dizemos que, quando x se aproxima de a, f(x) decresce ilimitadamente e escrevemos )(lim xf ax se, para qualquer número M < 0, existir 0 tal que se Mxfax )( então 0 . Em símbolos, temos: MxfaxMxf ax )( 0 ;0 ,0 )(lim . Exemplo: Analisando o comportamento da função f definida por 21 1 )( x xf vemos que os valores da função são cada vez menores à medida que x se aproxima de 1. Em outras palavras, podemos tornar os valores de f(x) tanto menores quanto desejarmos, isto é, menores que qualquer número negativo, tomando valores para x bastante próximos de 1 e escrevemos 21 1 1 lim xx . Formalmente, dado M < 0, seja 0 1 M . Se M x 1 10 obtemos: M xx xfM xM x 222 2 1 1 1 1 )( 1 11 1 . Logo, 21 1 1 lim xx . Observação: Os símbolos “+∞” e “–∞” não representam números reais, nos indicam apenas o que ocorre com a função quando x se aproxima de a. 45 3) Limites laterais infinitos MxfaxaMxf ax )( ;0 ,0 )(lim MxfaxaMxf ax )( ;0 ,0 )(lim MxfaxaMxf ax )( ;0 ,0 )(lim MxfaxaMxf ax )( ;0 ,0 )(lim Exemplo: Observando o gráfico da função 1 1 )( x xf podemos afirmar que )(lim 1 xf x e )(lim 1 xf x . Teorema 4 Sejam f e g funções tais que 0)(lim e 0)(lim xgLxf axax . Então: 1) 0 )( )( se , )( )( lim xg xf xg xf ax quando x está próximo de a; 2) 0 )( )( se , )( )( lim xg xf xg xf ax quando x está próximo de a. Observação: Este teorema continua válido se substituirmos por ou por axaxax . Exemplo: Calcular os seguintes limites: a) 21 1 23 lim x x x d) 1 25 lim 1 x x x b) 22 2 1 lim x x x e) 1 12 lim 1 x x x c) 21 1 32 lim x x x f) 1 12 lim 1 x x x 46 3.12- Limites no Infinito Definições: 1) Seja f uma função definida em um intervalo aberto (a, +∞). Dizemos que, quando x cresce ilimitadamente, f(x) se aproxima de L e escrevemos Lxf x )(lim se, para qualquer número > 0, existir N > 0 tal que se LxfNx )( então . Em símbolos, temos: LxfNxNLxf x )( ;0 ,0 )(lim . Exemplo: Observando o comportamento da função f definida por x xf 1 1)( vemos que quando x cresce ilimitadamente, os valores da função f se aproximam cada vez mais de 1, isto é, podemos tornar f(x) tão próximo de 1 quanto desejarmos, se atribuirmos para x valores cada vez maiores e escrevemos 1 1 1lim xx . Formalmente, dado > 0, tome 0 1 N . Se x > N obtemos: xxxxfxx 111111)(1001 . Logo, 1 1 1lim xx . 2) Seja f uma função definida em um intervalo aberto (– ∞, a). Dizemos que, quando x decresce ilimitadamente, f(x) se aproxima de L e escrevemos Lxf x )(lim se, para qualquer número > 0, existir N < 0 tal que se LxfNx )( então . Em símbolos, temos: LxfNxNLxf x )( ;0 ,0
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