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12/10/2013 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS APLICADAS A FARMÁCIA MAGISTRAL DISCIPLINA: FARMACOTÉCNICA Profª. Leônia Maria Batista Profº. Pablo Queiroz Lopes Operações Farmacêuticas Conceito: são técnicas utilizadas na transformação da matéria-prima em medicamentos. Operações Farmacêuticas Operação Farmacêutica Operação Farmacêutica de Uso Geral Operação Farmacêutica Propriamente Dita Pesagem Medição de Volume Operações Farmacêuticas Operações Mecânica e Operações Física 1- Operações Farmacêuticas de Uso Geral Conceito: são as operações utilizadas em qualquer laboratório, não sendo de uso exclusivo do âmbito farmacêutico. Compreende: pesagem e medição de volumes, filtração, determinação de densidade. A- Pesagem: é a operação mais usada na preparação de formas farmacêuticas => balanças do tipo Ordinária ou de Roberval e a de precisão. Operações Farmacêuticas Tipos de Balanças - Balança de Precisão: destinam-se à pesagem rigorosa de substâncias prescritas em pequenas quantidades e podem ser dos mais variados modelos e sensibilidades. Atualmente utiliza-se as balanças monoprato sensíveis a 0,1 mg. A - Pesagem Operações Farmacêuticas de Uso Geral - Balança Ordinária: muitas delas sucessoras da clássica balança de Roberval. Destinam-se à pesagem de quantidades de substâncias que podem oscilar entre algumas frações do grama a vários quilogramas. A sua sensibilidade é, na maioria das vezes, da ordem de 0,1 a 0,2 g. Tipos de Balanças A - Pesagem Operações Farmacêuticas de Uso Geral 12/10/2013 2 Erros ou acidentes mais comuns no processo de pesagem: Falha na interpretação ou conversão das unidades; Descuido na observância de fatores de correção (Fc), fator de equivalência A - Pesagem Operações Farmacêuticas de Uso Geral Cuidados na pesagem 1. Nivelar a balança 2. Uso de recipientes leves ou compatíveis 3. Tara da balança 4. Tempo de estabilização ( 15 min) A - Pesagem Operações Farmacêuticas de Uso Geral Ao executar uma prescrição médica é necessário levar em consideração as densidades dos líquidos e a temperatura ambiente. Nunca se deve medir um determinado volume quando o indicado é em peso, ou o inverso. Por exemplo, se um médico prescrever 10 g de uma tintura e quisermos executar a prescrição medindo o volume do líquido correspondente àquele peso, teremos que medir 10,75; 11 ou 11,23 conforme a densidade da tintura. A - Pesagem Operações Farmacêuticas de Uso Geral Na receita médica quando se indica a quantidade da substância ativa em porcentagem, esta deve ser pesada, mesmo que o produto final seja em volume, pois se assume que mesmo sem escrever é % em p/v, na prática o veículo normalmente é medido em volume. Por exemplo: Extrato glicólico de hamamelis...................... 2 % Xampu base q.s.p........................................... 100 mL Deve-se pesar 2 g do extrato e completar o volume para 100 mL com xampu. A - Pesagem Operações Farmacêuticas de Uso Geral B- Medição de Volume: é outra operação usada nos laboratórios em geral: instrumentos de vidro ou plástico => buretas, pipetas, provetas, balões volumétricos, cálices graduados => escala (unidade em mL). Operações Farmacêuticas de Uso Geral Conta-Gotas: utilizado para certos medicamentos líquidos muito ativos que são prescritos em gotas e não em peso ou em volume. -Forma: pequena pipeta de vidro, parte inferior é um tubo capilar por onde escorre o líquido em queda livre. -Diâmetro externo: 3mm -Diâmetro interno: 0,6mm -20 gotas de água destilada a uma temperatura de 25 C equivale a 1 cm3 ou a 1 mL. Operações Farmacêuticas de Uso Geral C-Medição de Volume 12/10/2013 3 Medição de Doses de Medicamentos Medida Volume (mL) Água Xarope (g) Óleo (g) Colher de café 5 5 6,5 4,5-4,75 Colher de sobremesa 10 10 13 9-9,5 Colher de sopa 15 15 20 13,5-13,75 Cálice de licor 30 30 39 27 Cálice de vinho licoroso 50 50 65 45 Copo de vinho 70 70 91 63 Copo de água 150 150 195 135 Chávena de café 45 45 Chávena de chá 60 60 Fonte: Prista, 2005 (Vol. I) Operações Farmacêuticas de Uso Geral C-Medição de Volume DENSIDADE - sólidos DENSIDADE - líquidos Picnómetro D = m/v Areómetro Picnómetro Areómetro Operações Farmacêuticas de Uso Geral D-DENSIDADE Operações Farmacêuticas OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS Conceito: são todas aquelas que se praticam com o objetivo de transformar um fármaco numa forma farmacêutica. As operações farmacêuticas propriamente ditas dividem-se em: 1- Operações Mecânicas 2- Operações Físicas Operação Farmacêutica Propriamente dita 1- Operações Mecânicas: CONCEITO: são todas aquelas que apenas modificam o aspecto exterior das drogas, sem alterar o seu estado físico ou constituição química. Podem ser: 1.1- De Separação 1.2- De Divisão Operação Farmacêutica Propriamente dita 1.1- Operação Mecânica de Separação a- Sólidos: triagem ou monda, tamisação, levigação ; b- Sólidos de líquidos ou de líquidos imiscíveis: decantação, expressão, centrifugação, clarificação, filtração. Operação Farmacêutica Propriamente dita 12/10/2013 4 1.1- Operação Mecânica de Separação de Sólidos a -Triagem ou monda: é uma operação mecânica que se pratica para separar partes inertes ou alteradas, que acompanham, por vezes, as drogas, principalmente as de origem vegetal, ou, para eliminar substâncias fraudulentas adicionadas àquelas. - Conforme a natureza da droga a monda faz-se por vários processos: à mão, por crivo, por ventilação, etc. Operação Farmacêutica Propriamente dita Pode ser feita utilizando-se: - Mão: para separar partes das plantas, tegumentos de sementes, etc. Ex: amêndoas; - Crivo (crivo ou tamis): separar partículas de terra que aderem às raízes. Ex: ruibarbo, ipecacuanha, valeriana, salsaparrilha, etc; - Ventilação: separar poeira, restos de pedúnculos; - Lavagem: só em casos que as impurezas que se pretende eliminar estão de tal modo aderentes à droga que só uma lavagem consegue arrastá-las. Triagem ou monda 1.1- Operação Mecânica de Separação de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita MÃO SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS - TRIAGEM VENTILAÇÃO LAVAGEM a-Tamisação: é uma operação destinada a separar mecanicamente, através de malhas de um tecido apropriado, partículas sólidas de diferentes dimensões. Tem a função também de estabelecer a dimensão das partículas que constituem os pós. 1.1- Operação Mecânica de Separação de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita b- Levigação: consiste em suspender um produto sólido num líquido, em geral a água, a fim de separar por sedimentação as partículas leves das mais pesadas. 1.1- Operação Mecânica de Separação de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita c- Filtração: Processo de separação de partículas sólidas em suspensão no líquido, passando este último através de um material permeável (Filtro) por diferença de pressão, ficando o sólido retido (resíduo) e passando o líquido (filtrado) através das aberturas do septo filtrante. 1.2- Operação Mecânica de Separação de Líquidos ou líquidos Imiscíveis Operação Farmacêutica Propriamente dita 12/10/2013 5 SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS DE LÍQUIDOS CLARIFICANTE ESTERILIZANTE Sem microorganismos FINALIDADE DA FILTRAÇÃO Limpidez Operação Farmacêutica Propriamente dita 1.2- Operação Mecânica de Separação de Líquidos ou líquidos Imiscíveis d- Filtração Importância da Filtração De acordo com a Farmacopéia Brasileira todos os líquidos preparados na farmácia por dissolução, devem ser filtrados, retendo as impurezas em suspensão ou alguma substância que não foi totalmente dissolvidas. Deve-se usar papel de filtro ou gaze quando necessário. Operação Farmacêutica Propriamente dita 1.2- Operação Mecânica de Separação de Líquidos ou líquidos Imiscíveis e- Clarificação: tem por finalidade separar dos líquidos partículas sólidas finamente divididas ou substâncias de natureza coloidal que provoquem a sua turvação, sem recorrer ao emprego do filtro. - Métodos: ação do calor, gelatina, coagulação, polpa de papel, sedimentação. Operação Farmacêutica Propriamente dita 1.2- Operação Mecânica de Separação de Líquidos ou líquidos Imiscíveis 1.2- Operação Mecânica de Divisão 1.2.1- Sólidos: divisão grosseira, pulverização, polpação; 1.2.2- Líquidos: emulsificação. Operação Farmacêutica Propriamente dita 1.2.1- De sólidos - têm por fim reduzir mecanicamente, os corpos, as partículas ou fragmentos de pequenas dimensões, utilizando-se para isso meios adequados à natureza da sustância que se pretende dividir. Vantagens: - Facilidade de mistura - Aumento da superfície de contato (melhor extração) - Dissolução mais fácil - Facilidade de absorção Operação Farmacêutica Propriamente dita 1.2- Operação Mecânica de Divisão PRINCÍPIOS DE DIVISÃO DAS DROGAS: - As drogas que se destinam a ser administradas sob forma de pós, pílulas, cápsulas e suspensão devem ser divididas o mais facilmente possível; - Quanto mais compacta for a estrutura da droga maior deve ser o grau de divisão; - As drogas contendo princípios dificilmente solúveis devem ser mais finamente divididas do que as que não são solúveis; - Quanto menos a droga se deixar embeber pelo solvente, maior deve ser o seu estado de divisão. 1.2- Operação Mecânica de Divisão Operação Farmacêutica Propriamente dita 12/10/2013 6 A-Divisão Grosseira: é um processo de fragmentação das drogas destinadas a torná-las aptas a sofrerem uma divisão perfeita ou poderem ser submetidas a certas técnicas extrativas. A divisão grosseira pode ser por: Secção: consiste em reduzir a droga em pequenos fragmentos através de um instrumento cortante (tesouras, facas, corta-raízes); 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita Por contusão: permite reduzir as substâncias sólidas a fragmentos relativamente pequenos, mas de dimensões desiguais, por meio de choques repetidos. Aplica-se principalmente a substâncias duras e secas como raízes, cascas, sementes e algumas vezes a folhas muito secas quando se destina à ação de um solvente qualquer. Consiste em choques repetidos (almofariz – pancadas verticais); Rasuração: divisão em pequenos fragmentos por atrito contra uma superfície áspera, como uma lima de dentes grossos, raspador. 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos A-Divisão Grosseira Operação Farmacêutica Propriamente dita B- Pulverização: é de todas as operações de divisão, o processo universalmente utilizado nos laboratórios para reduzir a pó pequenas quantidades de material. Origina produtos mais finamente divididos, implicando na obtenção de partículas com dimensões bem determinadas. 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita OBTENÇÃO DE PÓS Fases da pulverização: A- Operações Preliminares: é um conjunto de operações a que é necessário submeter a droga, para torná-la apta a poder ser reduzida a pó sem qualquer dificuldade. Compreende: - Triagem ou monda - Divisão Grosseira - Secagem: exposição ao ar livre, secagem pelo ar seco à temperatura ambiente (excicadores), estufas de ar quente e por radiações infravermelhas. 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita -Amolecimento: Substâncias de excessiva dureza (muito compacta), que não podem ser trituradas através dos processos usuais. Ex. noz-vomica – exposição das sementes ao vapor de água – cortadas e raladas -Estabilização: é uma operação que tem por fim manter inalterada a composição química das drogas vegetais durante a sua armazenagem. Consiste em deixar a droga vegetal sob a temperatura de 100ºC durante 10 min. sob calor seco (estufa), período no qual ocorre a desnaturação das proteínas e conseqüentemente a estabilização enzimática. 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita B- Operação Principal (Pulverização): 1- Pulverização em Almofariz: é o processo universalmente utilizado nos laboratórios e na oficina farmacêutica para reduzir a pó pequenas quantidades de material. Tipos de almofarizes: de ferro, bronze, porcelana, vidro, mármore, ágata e madeira, cabendo a sua escolha a natureza da droga. Ferro ou Bronze (drogas vegetais), Mármore (amido, sabão, açúcar), Sais (porcelana). 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita 12/10/2013 7 1.1-Por Contusão: dar pancadas na droga até reduzi-las a pó. Em geral utiliza-se o pilão na posição vertical. 1.2-Por Trituração: neste processo a droga é fragmentada imprimindo-se ao pilão um movimento que se inicia do centro do almofariz e vai formando uma espiral que termina contra as paredes deste exercendo o operador uma pressão de acordo com a resistência desta; 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita 1.3-Pulverização por Intermédio: quando a substância não é diretamente pulverizável, sendo necessário adicionar-lhe uma substância estranha para facilitar sua redução a pó. - Intermédios Sólidos: podem ser solúveis e insolúveis. Ex: açúcar, cloreto de sódio e sulfato ferroso. - Intermédios Líquidos: álcool, éter, água e azeite - Intermédio Gasoso: flor do enxofre 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita 1.4-Pulverização por Fricção: aplicada apenas em substâncias friáveis e moles, que se aglomeram sob a ação do pilão. Consiste em friccionar o corpo a pulverizar em tamis invertido. A substância é deste modo, facilmente transformada em pó de tenuidade desejada o qual é recolhido numa folha de papel por baixo do tamis. Ex: pós de magnésia e de carbonato de magnésio. 1.5-Pulverização Química: o nitrato básico ou subnitrito de bismuto obtém-se por reação entre água e o nitrato; óxido amarelo de mercúrio (cloreto de mercúrio e hidróxido de sódio). 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita 1.6-Porfirização: constitui-se um método laboratorial para a obtenção de pós caracterizados pela sua grande tenuidade. Executa-se fricciona-se a substância sobre uma placa de mármore, através de um pilão especial (muleta), fazendo-se movimentos em forma de 8. 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita C-Operação Acessória: Tamisação: tem como finalidade deixar as partículas mais ou menos com dimensões iguais. Obs: Tamis (um aro de diâmetro variável, tendo geralmente 15cm de altura). Os tecidos utilizados na fabricação dos tamises são constituídos por fios da mais variada natureza, como ferro galvanizado, latão, aço inoxidável, seda, crina ou fibra sintética. A abertura da malha dos tecidos define o tamanho das partículas dos pós. 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita Nº Diâmetro Comprimento Capacidade 000 0,93 cm 2,22 cm 1,37ml 00 0,80 cm 2,03 cm 0,95 ml 0 0,73 cm 1,85 cm 0,68 ml 1 0,66 cm 1,67 cm 0,50 ml 2 0,60 cm 1,54 cm 0,37 ml 3 0,56 cm 1,36 cm 0,30 ml 4 0,51 cm 1,25 cm 0,21 ml 5 0,47 cm 0,93 cm 0,13 ml 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita 12/10/2013 8 Micronização É um processo de moagem ultra-fina de produtos através de moinhos com ar comprimido air jet mills). A moagem acontece devido ao choque entre as partículas do próprio produto, que recebendo a energia do ar comprimido ganha velocidades de até 500m/seg. Com o choque as partículas vão diminuindo de tamanho até atingir qualidade desejada. 1.2.1- Operação Mecânica de Divisão de Sólidos Operação Farmacêutica Propriamente dita 1.2.2- Operação Mecânica de Divisão de Líquidos 1- Divisão de líquidos ou emulsificação : Emulsão é um sistema constituído por 2 líquidos imiscíveis um dos quais está disperso no seio do outro sob a forma de gotículas esféricas. - São comumente utilizados a água e um óleo + agente emulsificante (emulsificador ou emulgente), geralmente um tensoativo. Operação Farmacêutica Propriamente dita FERREIRA, A.O. GUIA PRÁTICO DA FARMÁCIA MAGISTRAL. 3 ªED. 2002.RIO DE JANEIRO. ANSEL, H.C. e col. FARMÁCIA. 6 ªED. 2000. SÃO PAULO. LACHMANN, L.; LIEBERMAN, H.A.; KANIG, J.L. TEORIA E PRÁTICA NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA. IIVOL. 2001. LISBOA. LE HIR, A. NOÇÕES DE FARMÁCIA GALÊNICA. 6 ª ED. 1997. PARIS. BIBLIOGRAFIA PRISTA, L. N.; ALVES, A. C.; MORGADO, R. TECNOLOGIA FARMACÊUTICA. 6ª ED. LISBOA. I VOLUME.FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN, 1991.
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