MELHORAMENTO ANIMAL: AVALIAÇÃO GENÉTICA GENÔMICA, ENDOGAMIA E NÚMERO EFETIVO DA POPULAÇÃO E EXOGAMIA

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AVALIAÇÃO GENÉTICA GENÔMICA
Avaliação genética que associa métodos quantitativos tradicionais com informações de milhares de marcadores do tipo SNP.
SNP – Polimorfismo de base única
Trocas de bases que servem de marcadores – seleção de animais de acordo com essas trocas;
Algumas trocas melhoram características e outras pioram;
- Alta frequência no genoma;
- Fácil e relativamente barato genotipar;
- Baixa taxa de mutação.
GENOTIPAGEM
Permite conhecer qual é o genótipo do animal para cada um dos SNP que se testa;
Genótipo do animal em diversas posições do genoma;
Presença de genes bons ou ruins Seleção ou não de animais para serem pais da próxima geração;
*O genoma mais conhecido é o de cachorros Utilizado como modelo para doenças humanas.
Custo de genotipagem
Facilidade dos marcadores diminuiu os custos Processo não é caro em relação ao ganho de apurácia que se ganhou;
*Nada substitui o teste de progênie Mesmo com a genotipagem, precisa-se confirmar os valores fenotípicos do animal.
Importância de se trabalhar com genoma
- Sabe-se exatamente quais as partes do genoma dos pais cada progênie recebeu As chances de escolher animais com médias superiores as dos pais, ou seja, que receberam os melhores alelos para a característica de interesse, aumentam;
- Precisa-se calcular todos os efeitos dos SNP da análise simultaneamente Valor genômico do animal mais acurado quando se sabe quais são os alelos presentes em cada um dos SNP utilizados para a gneotipagem;
- Além de poder testar somente os animais mais positivos, ganha-se também com o encurtamento do intervalo de geração;
- Análise comparativa dos animais Sabe-se quem são os mais positivos comparando com os menos positivos.
VANTAGENS DA INFORMAÇÃO GENÔMICA
- Reduz o intervalo de geração e aumenta a taxa de ganho genético;
- Reduz os custos do teste de progênie em até 90%;
- Aumentou-se a variabilidade genética das raças, devido ao uso de mais touros diferentes (animais que não seriam usados, por não serem considerados bons, passaram a ser utilizados por possuírem alelos para maior produção de leite, por exemplo;
- Aumenta acurácia/confiança das DEPs/PTAs para animais jovens (pouca informação);
- Características difíceis ou caras de medir, como eficiência alimentar;
- Características de baixa herdabilidade;
- Identificação de paternidade – ganho mais importante, pois, usando-se somento o pedigree, haviam erros na relação de parentesco dos animais; 
- Não há formação de pedigree disponível.
CORREÇÃO DE PEDIGREE
Erros de genealogia podem ter significativos impactos negativos sobre a confiabilidade de uma avaliação genética e, consequentemente, comprometer os ganhos genéticos esperados;
Dentro de um programa de melhoramento é fundamental que a paternidade esteja correta.
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ENDOGAMIA E NÚMERO EFETIVO DA POPULAÇÃO
ACASALAMENTO
Responsável pelos genótipos da próxima geração.
Dois tipos:
ENDOGÂMICO
- Endogamia é o acasalamento entre indivíduos mais aparentados entre si, do que o parentesco médio esperado se eles fossem escolhidos ao acaso na população;
- Endogamia utilização para fixar características em uma população;
- Indivíduos que apresentam grau de semelhança genética maior do que aquele da média da população;
- Indivíduos que apresentam genes em comum Consanguíneos;
- Indivíduos nascidos de um acasalamento entre pais endogâmicos são consanguíneos, assim como os pais;
- Irmão completos: mesma mãe.
PARENTESCO GENÉTICO
- Existência de laços genéticos entre indivíduos;
- Indivíduos aparentados têm maiores semelhanças entre si em comparação ao resto da população;
- Além do grau de parensteco, animais da mesma raça também compartilham mais genes semelhantes do que animais de raças distintas.
CARACTERÍSTICAS
Aumenta a homozigose
Vantagens
Maior % de indivíduos homozigotos, ou seja, indivíduos mais semelhantes geneticamente entre si;
Permite apurar geneticamente os animais para aprimorar as raças(*);
(*)Prepotência: indivíduo que passa as características morfológicas para a progênie Muito usado para dar homogeneidade ao rebanho;
Ajuda na definição das características morfológicas da raça.
Desvantagens
Efeitos depressivos.
Formação de linhagens consaguíneas
Muito usado para aves e suínos.
Diminui a heterozigose
Menor % de indivíduos heterozigotos.
Promove diferenciação genética entre linhas e uniformidade genética dentro de linhas
Exemplo: seleção para bovinos de pelagem vermelha e branca: animais vermelho e branco são mais semelhantes entre si e mais diferentes dos preto e branco.
Expressão de genes deletérios/recessivos
Em geral, genes de doenças genéticas são recessivos.
Quando existe?
Quando há mais possibilidade do indivíduo acasalar com seus parentes do que numa população de acasalamento ao acaso.
COEFICIENTE DE ENDOGAMIA
- É a probabilidade de um indivíduo ser autozigoto, ou seja, ter dois alelos idênticos por descendência oriundo de seus ancestrais comuns Quanto maior for o coeficiente de consanguinidade, maior a chance de se ter um indivíduo autozigoto.
- Probabilidade de se ter alelos idênticos em uma população;
- Autozigoto: ancestral comum passa gene, pula uma geração e se encontra na próxima Qualquer indivíduo que possua ancestrais endogâmicos será endogâmico!
De pai para filho: identidade por natureza;
De pai para neto: identidade por descendência vieram da mesma ascedência;
Ex.: Pai com gene c passa para os filhos, que acasalam e geram filhos com cc;
- Probabilidade de que dois alelos, em qualquer loco, num mesmo indivíduo, sejam idênticos por origem;
- Mede a % provável de genes em homozigose que o indivíduo endogâmico tem a mais quando comparado com outro não endogâmico da mesma população.
Como podemos obter o coeficiente de endogamia/consanguinidade?
Acompanhamento do pedigree do indivíduo até o ancestral comum dos pais.
Fx = coeficiente de consanguinidade do indivíduo x;
n1 = número de gerações/caminhos a partir do pai até o ancestral comum;
n2 = número de gerações/caminhos a partir da mãe até o ancestral comum;
Fac = coeficiende de consanguinidade do ancestral comum Quando não se sabe se o indivíduo é endogâmico ou não (exercício com apenas um indivíduo sem ancestral), considera-se 0; Quando se sabe se o indivíduo é endogâmico (exercício com dois indivíduos ancestral endogâmico), consegue-se estipular um valor Soma dos coeficientes de endogamia;
Linha alta: linha do macho;
Linha baixa: linha da fêmea.
*Indivíduo consaguineo possui o mesmo indivíduo nas duas linhas Mesma ascendência*
*ATENÇÃO: O MESMO CRUZAMENTO PODE SER USADO DUAS VEZES! ANIMAL NÃO SERÁ CONSAGUÍNEO*
*ANCESTRAL COMUM = TEM NA LINHA ALTA E NA LINHA BAIXA COMUM AOS DOIS PAIS*
PASSOS:
1)Marcar o indivíduo consaguíneo no pedigree;
2)Calcular o coeficiente de endogamia do indivíduo.
*QUANDO SE TEM 2 OU MAIS PARENTES CONSANGUINEOS, SOMAR O COEFICIENTES DE TODOS PARA OBTER O FA DO INDIVÍDUO*
DEPRESSÃO ENDOGÂMICA
Problemas gerados nos indivíduos devido a utilização exagerada da endogamia, pois, além de fixar as características desejadas, pode fixar também genes de doenças, como:
a) Problemas reprodutivos Diminuição da fertilidade (pula ou repete cio);
b) Sobrevivência Eficiência fisiológica/imunológica;
*MHC fica muito homozigoto;
c) Vigor dos animais Animais mais fracos devido a problemas na síntese metabólica.
*Dependem da intensidade da consanguinidade*
PROBLEMAS EM HUMANOS
Amiotrofia Espinhal Infantil – AMEI.
PROBLEMAS EM CACHORROS
Basset
Problemas nas vértebras lombares, problemas no parto, problemas de pele.
Boxer
Problemas em regular a temperatura corporal e grande propensão a desenvolver câncer.
Dachshund
Problemas sérios nas vértebras podem resultar em paralisia.
Pastor alemão
Ataxia e displasia coxofemoral.
Pug
Propensos ao desenvolvimento de pressão arterial elevada, problemas cardíacos e respiratórios. O rabo enrolado é um defeito genético.
PROBLEMAS EM GATOS
Siamês
Doenças como asma, displasia nabacia, estrabismo, vesgueira.
SUÍNOS
Redução do tamanho de leitegada;
Diminuição do vigor e da taxa de crescimento;
Retardo na maturidade sexual;
Diferenças na taxa de ovulação e na produção de espermatozóides;
Mortalidade embrionária.
BOVINOS DE CORTES
Redução de peso e altura;
Diminuição da fertilidade;
Menor viabilidade do recém-nascido.
BOVINOS DE LEITE
Menor viabilidade do bezerro;
Menor crescimento;
Menor % de gordura no leite;
Menor produção de leite;
Diminuição de fertilidade.
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NÚMERO EFETIVO/TAMANHO EFETIVO DE POPULAÇÃO (NE)
- Representa o número de indivíduos que dariam origem a taxa de consanguinidade ou incremento da consanguinidade apropriado em uma população, caso os indivíduos acasalassem como na população ideal, ou seja, o número de animais que pode efetivamente contribuir para o incremento na taxa de consanguinidade da população;
- Quanto maior a homozigose, menor será o número efetivo da população, em relação ao número real de indivíduos;
- Taxa de consanguinidade inversamente proporcional ao número efeito da população;
- Quanto menor a população, maiores as chances de ter acasalmentos entre indivíduos aparentados, com isso, maior será o incremento na consanguinidade;
- Determina a taxa de deriva genética e endogamia;
- Indica o número de indivíduos que poderia dar origem à variância de amostagrem ou a taxa de endogamia apropriada para as condições sob consideração;
- Indica a probabilidade de se ter consanguinidade em uma população normal, ou seja, o número real de genótipos distintos de uma população.
Ne = tamanho efetivo ou número efetivo;
Nm = número de machos usados;
Nf = número de fêmeas usadas;
 = taxa de endogamia ou consanguinidade.
- O tamanho efetivo da população e sua taxa de consanguinidade são influenciados pelo número de indivíduos de cada sexo Menor número de machos e maior número de fêmeas = Menor tamanho efetivo da população (menos machos para acasalar mais fêmeas) e maior taxa de acasalamento consaguíneo;
- De maneira geral, os machos contribuem mais para o aumento da taxa de consanguinidade, devido a ser o sexo menos numeroso Quanto mais machos se usa, menor as chances de ter acasalamentos consanguíneos;
- Número mínino de Ne = Maior incremento na taxa de consanguinidade/endomagia em maior velocidade.
EXERCICÍOS TAXA DE CONSANGUINIDADE
Em uma propriedade de criação de bovinos de corte, existem 6 machos para a reprodução. Sabendo que o total do rebanho é de 100 cabeças, qual a taxa (%) de consanguinidade da população?
Total do rebanho = 100 animais
Nm = 6 animais
Nm = 94 animais
Ne = 4 x 6 x 94 / 6 + 94 = 2.256 / 100 = 22,56
 = 1 / 2 x 22,56 = 0,0221 = 2,21%
*ATRAVÉS DA CONTA, SABE-SE QUAL SERÁ O INCREMENTO DE CONSANGUINIDADE NOS INDIVÍDUOS FILHOS DO CRUZAMENTO NESSA POPULAÇÃO, OU SEJA, A % DE GENES A MAIS EM HOMOZIGOSE QUE OS INDIVÍDUOS ENDOGÂMICOS TERÃO EM RELAÇÃO AOS INDIVÍDUOS QUE NÃO SÃO ENDOGÃMICOS*
EFEITO FUNDADOR
Estabelecimento de uma popualçao a partir de um pequeno número de indivíduos Poucos animais na base de formação da raça;
Pequena variabilidade genética.
PARENTESCO GENÔMICO
- Parentesco médio entre os indivíduos Feito pelo pedrigree;
- Parentesco genômico aumenta a acurácia da % de parentesco, gerando o parentresco real dos indivíduos, devido ao maior grau de informação – sabe-se quais genes foram passados dos pais para os filhos;
- Sempre será maior que o parentesco médio, pois utiliza o número real de alelos compartilhados;
- Marcadores: permitem calcular de forma mais precisa o parentesco entre indivíduos e, consequentemente, o coeficiente de endogamia de um indivíduo;
- Através do cálculo pela média do pedrigree, a taxa de endogamia era crescente e, com o incremento da genômica, ela aumentou.
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EXERCÍCIOS
ENDOGAMIA
TAMANHO EFETIVO
1) População com 19 fêmeas e 8 machos usados na reprodução. Qual é o tamanho efetivo da população?
Ne = 4 x 8 x 19 / 8 + 19 = 22,52
2) Para uma dada população, considerando um total de 20 machos no plantel, a relação entre machos e fêmeas é de 1 para 25. Com base nestas informações, calcule a taxa de consanguinidade (%) da população.
3) Em uma propriedade de bovinos leiteiros, o produtor conta com um plantel de 375 fêmeas e uma proporção de machos para f~emeas de 1 para 15. Calcule a taxa de consanguinidade.
4) Para uma dada população, considerando um total de 8 machos no plantel, a relação entre machos e fêmeas é de 1 para cada 22. Com base nestas informações, calcule a taxa de consanguinidade (%) da população.
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AVALIAÇÃO GENÉTICA
Separar, por procedimentos estatíticos, as contribuições do genótipo e do ambiente para o desempenho dos animais.
MECANISMOS DE AÇÃO GENÉTICA
Aditivo
- Dá o valor aditivo de cada um dos alelos que se tem dentro do genótipo;
- A ação gênica aditiva é aquela em que cada gene provoca um acréscimo no valor fenotípico do indivíduo, independentemente dos outros genes presentes;
- O modo de ação gênica que concerne à seleção aditiva, ou seja, o valor genético aditivo do animal;
- Dominância incompleta: cada alelo expressa seu valor;
- Dominância completa: o valor genético será o do alelo dominante.
EXEMPLO
Espessura de toucinho
T = 0,4
t = 0,2
TT = 0,8
tt = 0,4
Tt = 0,6 (dominância incompleta) ou 0,4 (dominância completa)
Não-aditivo
OBJETIVOS DO MELHORAMENTO
Aumentar a frequência dos alelos desejáveis Mudança das frequências alélicas/gênicas e no mérito fenotípico (valor do fenótipo. ex: produção de leite) dos animais.
Como promover mudanças na constituição genética da população?
Implementar melhores práticas de manejo (ambiente);
Seleção e acasalamento Devido ao limite genético dos animais, chegará a um ponto onde melhorar o ambiente não fará diferença na expressão da característica no animal.
Como identificar os melhores animais?
As características de importâncias econômica geralmente são quantitativas, ou seja:
- Influenciadas por grande número de genes de pequeno efeito;
- Expressão muito influenciada pelo ambiente;
- Variação contínua;
- Maioria das características produtivas;
- Consequências: o valor fenotípico do animal não reflete exatamento o seu valor genético.
*PARA ESCOLHER OS MELHORES ANIMAIS, DEVEMOS PREDIZER O VALOR GENÉTICO*
Predição do mérito genético o indivíduo
Fenótipo + Informação de parentes Metodologia Estatística Predição do mérito
*NO CASO DE CARACTERÍSTICAS QUE NÃO APRESENTAM FENÓTIPO, COMO TOUROS PARA PRODUÇÃO DE LEITE, UTILIZA-SE APENAS A INFORMAÇÃO DE PARENTES*
ETAPAS DA AVALIAÇÃO GENÉTICA
1. Formação dos grupos de contemporâneos (animais nascidos na mesma estação, mês, ano, rebanho, criados no mesmo grupo de manejo Escolher os animais mais semelhantes possíveis para proceder a avaliação);
2. Coleta dos dados fenotípicos e envio desses dados para um centro de avaliação;
3. Formação dos arquivos de dados para análise;
4. Formação das equações para solução simultânea (escolha do modelo, cálculo do parentesco);
5. Produção dos resultados: valores genéticos dos animais (modelo animal).
COMO CALCULAR O VALOR GENÉTICO ADITIVO DOS ANIMAIS?
Coletar informações:
1. Do próprio indivíduo;
2. Dos ancestrais (pai, mãe, tios, avós) e colaterais (irmãos, primos) do indivíduo;
3. Da progênie/descendentes (Teste de Progênie);
4. Combinação de todas as fontes acima (BLUP Melhor predição linear não viesada/tendenciosa (não inclui viés/tendência na avaliação).
VANTAGENS DE TRABALHAR COM MODELOS MISTOS PARA OBTENÇÃO DO BLUP
- Inclusão da informação completa da família por meio da matriz de parentesco/pedrigree (A);
- Avaliação simultânea de reprodutores, fêmeas e progênies;
- Avaliação de indivíduos sem observações, com informações perdidas e com observações em apenas algumas caracerísticas.
*BLUP Genômico: matriz de parentesco pelo pedrigree (A) alterada para matriz de parentesco genômica (G) Somadas, formam a matriz H.
- Avaliação de medidas repetidas, características múltiplase correlacionadas;
- Realização de avalições genéticas em grande escala;
- Possibilita a comparação de animais de diferentes rebanhos Consegue identificar quais os touros produzem progênies que se adaptam melhor as condições do local.
DEPs e PTAs
Medida da diferença entre o desempenho médio da progênie de um grupo de touros referência em relação a média da população avaliada, quando acasalados com fêmeas aleatórias/não selecionadas;
Média esperada de desempenho da progênie, ou seja, a média dos valores genéticos dos indivíduos.
DEP = PTA
DEP = Diferença esperada na progênie (gado de corte);
PTA = capacidade prevista de transmissão (gado de leite) Ex.: Capacidade que o touro tem de imprimir na progênie em produção de leite;
- Servem para comparar e ranquear os animais;
- Sua utilidade vai depender da base genética em que se trabalha Não se pode comparar DEPs de animais de raças diferentes ou de animais da mesma raça, mas de diferentes programas de avaliação;
- A variabilidade dos valores genéticos observados na progênie do mesmo touro é consequência da amostragem aleatória dos genes do touro no momento da formação se deus gametas e do seu material genético herdado, pela progênie, de suas respectivas mães.
*DEP PODE SER NEGATIVA E BENÉFICA, CASO SE ESTEJA ANALISANDO IPP/DIAS PARA ALGUMA COISA, POR EXEMPLO*
MODELO ANIMAL
- Permite predizer os componentes genéticos direto e materno: obtenção das DEPs para os dois efeitos;
- Efeito direto: efeito dos genes do animal sobre seu desempenho;
- Efeito materno: efeito dos genes da mãe do animal influenciando seu desempenho por meio do ambiente fornecido pela mãe (produção de leite + ambiente materno + instinto materno) Desempenho de bezerros, principalmente até a desmama.
STA
- PTAs padronizadas das características de conformação e manejo;
- Permite que as características sejam comparadas mesmo que tenham sido medidas em unidades diferentes.
ACURÁCIA
- A confiança na estimativa da média do valor genético é dada pelo termo estatístico acurácia, que é uma medida de correlação entre o valor gênico verdadeiro e o estimado.
- “Certeza” da DEP;
- Varia de 0 a 1;
- A acurácia da seleção individual é diretamente proporcional a herdabilidade da característica;
- Acurácia baixa: DEP obtida com base em pequena quantidade de informação e pode sofrer alterações;
- DEP: predição do valor genético do animal;
- Diferença entre VG verdadeiro e predito = erro de predição Deve ser o menor possível;
- Quanto maior a acurácia, maior é a confiança que se deve depositar no valor genético predito do animal;
*Gado de leite: confiabilidade*
- Valores de acurácia de 0,7 a 1,0: DEP não deve variar muito devido às alterações no número de informações relativas a determinado animal em avaliação Baixo risco;
- Uso de reprodutores com acurácia de 0,0 a 0,3 Alto risco.
Acurácia: proximidade da medida em relação ao verdadeiro valor da variável (valor genético real do animal)
X
Precisão: proximidade entre os valoreso btidos pela repetição do processo de mensuração.
DEP/PTA Classificação e seleção dos animais Usada para escolher sêmen;
Acurácia/Confiabilidade Medida de risco, decisões sobre a intensidade de uso do reprodutor.
SUMÁRIOS
São resultados das avaliações genéticas;
Ferramenta que dá suporte ao selecionador nos procedimentos de seleção, descarte e acasalamentos necessários para que se possa alcançar o progresso genético esperado no rebanho.
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EVOLUÇÃO DAS AVALIAÇÕES GENÉTICAS
- A avaliação visual é feita a mais de 200 anos;
- >100 anos: pedigree, medições, pesos;
- >80 anos: medidas padronizadas;
- 60-80 anos: provas de ganhos de peso;
- 30 anos atrás: começou a se trabalhar com as DEPS;
- ~20 anos: DEPS de alta acurácia;
- ~10 anos: seleção assistida por marcadores;
- 2009/2010: seleção auxiliada pela genômica;
- 2009/2010: seleção genômica em gado de leite;
- 2011: seleção auxiliada pela genômica na raça Nelore.
RAÇA NELORE
Redução na IPP, aumento do perímetro escrotal e aumento da stayability (vacas viáveis).
DEP TRADICIONAL
Pedigree + fenótipo + progênies e colaterais = DEPS. 
DEP AUXILADA PELA GENÔMICA
Fenótipo do animal + valor genético dos parentes + valor molecular predito Com a relação genômica não precisa-se do pedigree do animal (futuramente).
Seleção tradicional Seleção genômica
BENEFÍCIOS DA INCLUSÃO DOS MARCADORES DAS DEPS
- Aumento da acurácia para animais jovens;
- Redução do intervalo de gerações;
- DEPs para características com poucas informações fenotípicas ou nunca mensuradas, com importância econômica, como eficiência alimentar.
*Os marcadores são mais interessantes para analisar características de baixa herdabilidade/quantitativas Para características com alta herdabilidade, o impacto da acurácia é menor*
QUANTO A SELEÇÃO GENÔMICA CONSEGUE TRAZER A MAIS DE ACURÁCIA EM STAYABILITY?
CERTEZA DA DEP
A DEP prediz o valor genético aditivo de um animal como pai baseado no número e tipo de informações disponíveis, que variam de um indivíduo para outro. Desta forma, a "certeza" ou "segurança" com que cada DEP é estimada também varia. Para animais com um grande número de informações, significando principalmente uma progênie numerosa, a "certeza" da DEP é elevada. Para animais com poucas informações, a "certeza" da DEP pode ser baixa.
Ou seja:
- Nos animais mais velhos, com mais filhos, quase não há acréscimo de acurácia pela seleção genômica O valor genético calculado para o animal está próximo do valor real, pois a adição da informação dos parentes sempre aumenta a confiança na estimação do valor gênico.
- Nos animais mais jovens, há muito acréscimo de acurácia por meio da seleção genômica.
*O valor gênico de um indivíduo nunca é conhecido e pode ser estimado a partir da performance individual ou de seus parentes*
CONCLUSÕES
- Aumento da acurácia dos animais através dos marcadores;
- Evita a seleção de animais somente pelo pedigree, que não é tão confiável, pois ocorre segregação e os animais podem não ter as características desejadas.
PORQUE A SELEÇÃO GENÔMICA É MAIS ACURADA?
Estabelece com maior segurança a relação de parentesco entre os animais testados.
KINSHIP
Kinship é a probabilidade da progênie de compartilhar um alelo;
Corresponde a metade do grau de parentesco, por isso multiplica-se por 2;
O grau de parentesco entre irmãos completos é 0,5;
Exemplo:
Ka = 0,35 x 2 = 0,70 Ou seja, o indivíduo A tem 20% (0,7-0,5 = 0,2) a mais de grau de parentesco;
Kb = 0,16 x 2 = 0,32 Ou seja, o indivíduo B tem 20% a menos de grau de parentesco.
Com Vf = valor fenotípico do indivíduo (usado para corrigir as relações de parentesco):
VFA x (0,7) + VFB x (0,32)
ACURÁCIA/RELIABILITY NO COMPARTILHAMENTO DE ALELOS
Há grande segurança/acurácia quando se tem grande número de filhos, irmãos completos ou meio irmãos.
A: relação aditiva tradicional
G: relação genômica
QUANTO VALE O GENÓTIPO DE UM SNP? 
A informação do pedigree é equivalente a informação de 7 filhas;
Para características de alta herdabilidade, equivale a 34 bezerras
Para características de baixa herdabilidade, como taxa de prenhez, equivale a 131 bezerras.
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EXOGAMIA
- É o acasalamento entre indivíduos não aparentados;
- Acasalamentos entre diferentes linhagens ou espécies Passam a ser chamados Cruzamentos.
CRUZAMENTO
Objetivo
- Aproveitar as vantagens da heterose;
- Utilizar a complementariedade;
Ex.: rusticidade do Gir com produção de leite do Holandês Permite produção de animais a pasto.
- Base para formação de novas raças, como o Girolando.
HETEROSE
Heterose ou vigor híbrido é a superioridade dos animais, obtida por exogamia, sobre a média de seus pais (raças puras), com relação ao mérito individual, ou seja, é o aumento do vigor dos descendentes em relação aos pais, quando se acasalam indivíduos não aparentados.
VANTAGENS
- Diminui a homozigose;
- Evita a expressão de genes deletérios na população.
DESVANTANGES
- Desuniformidade dos animais.- Não permite a definição de características morfológicas da raça.
Maior em características com baixa h²:
Reprodutivas e de saúde
- Fertildade;
- Tamanho de ninhada;
- Resistência;
- Sobrevivência.
Menor para características com h² média a alta:
- Crescimento pós-desmame;
- Eficiência alimentar;
- Composição de carcaça.
TIPOS DE HETEROSE
Individual
Heterose que o indivíduo carrega devido ao seu genoma;
Sem ligação aos efeitos maternos, paternos ou ligados ao sexo;
Indivíduos cruzados.
Materna
Heterose devido a utilização de fêmeas cruzadas ao invés de puras;
Ex.: em suinocultura, as melhores mães são as F1 Tem benefícios sobre os leitões, mas não sobre o genoma.
Paterna
Utilização de machos cruzados ao invés de puros;
Menos visível e importante em relação aos filhos.
FATORES QUE AFETAM A HETEROSE
TEORIA DA DOMINÂNCIA
Alelos dominantes têm efeitos favoráveis no vigor, sobrevivência e fertilidade;
Genes/alelos dominantes sobrepõe os recessivos;
Cruzar indivíduos de duas raças diferentes:
AabbCC x aaBBcc = AaBbCc
*Combinar em um animal só os genes dominantes para as características pelas quais se tem interesse.
A – gene para produção de leite
B – gene para resistência a carrapato
C – gene para produção de leite
TEORIA DA SOBREDOMINÂNCIA
Indivíduos heterozigotos (Aa) são superiores a qualquer homozigoto (AA ou aa);
Mais adaptação e produção, pois há a soma (complementariedade) das duas características no cruzamento;
TEORIA DA EPISTASIA
Dominância entre locus diferentes influenciando a mesma característica e causando efeito mais favorável;
A_B_ Presença de ambos os alelos, A e B, proporcional virgor superior ao esperado pela presença de apenas um alelo A ou B.
Exemplo
AabbCC x aaBBcc = AaBbCc
CÁLCULO DA HETEROSE
H = grau de heterose (%);
Xf = média dos filhos – F1: AB e BA;
Xp = média dos pais (raças puras – AA e BB).
H = heterose em unidades da característica.
Exemplo
a) Suponha duas raças de suínos (A e B) cruzadas e com os respectivos números de leitões desmamados por leitegada:
 Raça materna
 A B
Raça paterna A 9,1 8,9
 B 9,1 7,5
Cruzamentos puros: AA e BB
Cruzamentos dos filhos: AB e BA
H = (8,9 + 9,1 / 2) – (7,5 + 9,1 / 2) / (7,5 + 9,1 / 2) x 100 = 8,4337%
H = (8,9 + 9,1 / 2) – (9,1 + 7,5 / 2) = 0,7 leitões por leitegada
VANTAGENS DO CRUZAMENTO
- Facilidade ao parto;
- Fetilidade;
- Vitalidade dos filhotes;
- Resistência climática e a ectoparasitas;
- Composição do leite e longevidade;
DESVANTAGENS DO CRUZAMENTO
- Desuniformidade nos produtos do cruzamento – morfologia, desempenho, peso;
- Dificuldade de fazer acasalamentos para a próxima geração – deve-se escolher entre produção e resistência;
- Produtores têm preferido raças puras.
 
COMO REALIZAR OS CRUZAMENTOS?
Primeiro, deve-se escolher qual produto se quer. 
TIPOS DE CRUZAMENTOS
1. Simples ou industrial
Produção de F1 (100% de heterose);
Grande complementariedade.
2. Rotativo ou alternado com duas raças
A cada geração, cruza-se com uma das raças, A ou B;
Reposição de fêmeas do próprio plantel;
Utiliza-se os mesmos animais em vários cruzamentos Heterose diminui metade a cada geração (erosão na heterose) Compromete a habilidade materna das fêmeas.
3. Rotativo ou alternado com três raças
Cruzamento complicado, pois é difícil encontrar três raças que se adaptem bem a esse esquema e a cada geração a progênie é mais diferente Sistema complicado de se manter;
Geralmente utiliza-se holandês, gir e pardo-suíço.
4. Triplo ou “tricross”
Muito utilizado para suínos e gado de corte;
Sistemas vaca de leite x bezerro de corte;
Produção de F1 e acasalamento com macho terminador, que possui características interessantes, como melhor acabamento de carcaça.
5. Contínuo ou absorvente
Absorve-se a raça com a qual se cruza sempre;
Produção de animais puros por cruza.
6. Duplo entre quatro raças
Cruzamento de 2 F1;
Muito usado para suínos e aves, mas está caindo em desuso.
QUAL CRUZAMENTO ADOTAR?
- Condições ambientais;
- Escolha das raças mais adequadas aos objetivos da exploração;
- Definição das características a serem melhoradas;
- Nível de tecnificação.
RAÇAS EUROPEIAS – BRITÂNICAS
Vantagens
- Boa taxa de sobrevivência;
- Bons indíveis reprodutivos e taxa de crescimento satisfat´roio;
- Produção de carcaças de ótima qualidade.
Desvatagens
- Problemas de parto;
- Muita gordura em altos pesos;
- Alto consumo.
*Angus, Hereford
RAÇAS EUROPEIAS – GRANDE PORTE
Vantagens
- Alto potencial de crescimento;
- Boa conversão alimentar;
- Alto peso de abate e carcaça com pouca gordura.
Desvantagens
- Partos distócicos e peso adulto elevado;
- Alta exigência de energia para mantença.
*Simental, Charolês
RAÇAS ZEBUÍNAS
Vantagens
- Excelente taxa de sobrevivência;
- Boa habilidade materna;
- Boa tolerância a parasitas e a altas temperaturas.
Desvantagens
- Baixa taxa de crescimento, animais mais tardios;
- Carne dura com menor aceitabilidade.
*Nelore, Brahman, Indubrasil, Guzerá, Tabapuã e Gir
RAÇAS SINTÉTICAS
Bos taurus taurus (europeu) x Bos taurus indicus (zebuínos)
Heterose alta
- Maior precocidade;
- Maior potencial de crescimento;
- Melhor acabamento de carcaça;
- Maior adaptabilidade;
- Maior resistência a parasitos.
*Simbrasil, Canchim, Bravon, Braford, Brangus
VACAS DE LEITE
ZEBUÍNOS
Gir é a raça de excelência.
EUROPEUS
Holandês e Jersey (produção de queijo).
RAÇAS SINTÉTICAS
Guzolando, Girolando e Jersolando.