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Controle e Informação da Qualidade Orgânica no Brasil

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ISSN 1415-3033
66
Legislação e os Mecanismos 
de Controle e Informação da 
Qualidade Orgânica no Brasil
C
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ca
Brasília, DF
Julho, 2008
Autores
Tereza Cristina O.Saminêz
Eng. Agr., MSc em 
Agronomia
Embrapa Hortaliças/MAPA
Brasília, DF
tereza.cristina@agricultura.
gov.br
Rogério Pereira Dias
Eng. Agr., Fiscal Fed. 
Agropecuário - MAPA
Brasília, DF
rogerio.dias@agricultura.
gov.br
Fabiana Góes A. Nobre
Zootecnista, Fiscal Fed. 
Agropecuário - MAPA
Rio de Janeiro, RJ
fabiana.nobre@agricultura.
gov.br
Roberto Guimarães H. Mattar
Eng. Agr., Fiscal Fed. 
Agropecuário - MAPA
Brasília, DF
roberto.mattar@agricultura.
gov.br
Jorge Ricardo A.Gonçalves
Eng. Agr., MSc., Fiscal Fed. 
Agropecuário - MAPA
Brasília, DF
jorge.ricardo@agricultura.
gov.br
Legislação
A legislação estabelece um conjunto de normas e procedimentos a serem 
cumpridos e observados por todos que integram a rede de produção 
orgânica. Além disso, estabelece conceitos, definições e princípios 
relacionados à agricultura orgânica. 
“Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele 
em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do 
uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito 
à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a 
sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios 
sociais, a minimização da dependência de energia não-renovável, 
empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos 
e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a 
eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações 
ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, 
armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio 
ambiente” (BRASIL, 2003).
Até o momento, a legislação brasileira vigente sobre agricultura orgânica 
é a seguinte:
Rosane
Imagem colocada
Rosane
Imagem colocada
2 Legislação e os Mecanismos de Controle e Informação da Qualidade Orgânica no Brasil
• Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003 
(BRASIL, 2003);
• Decreto nº 6.323, de 27 de dezembro de 
2007 (BRASIL, 2007);
• Instrução Normativa nº 16 do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de 
11 de junho de 2004 (BRASIL, 2004a);
• Instrução Normativa nº 54 do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de 
22 de outubro de 2008 (BRASIL, 2008a); e
• Instrução Normativa nº 64 do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de 
18 de dezembro de 2008 (BRASIL, 2008b).
A regulamentação de uma lei ocorre com 
a publicação de Decreto e atos normativos 
complementares. Para finalizar o processo 
de regulamentação da Lei 10.831 falta 
a publicação de três atos normativos 
complementares: Mecanismos de Controle 
e Informação da Qualidade Orgânica, 
Extrativismo Sustentável Orgânico e 
Processamento de Produtos Orgânicos. Com 
a publicação da Instrução Normativa de 
Processamento a IN 16 (BRASIL, 2004a) será 
revogada. Segundo o Decreto 6.323 (BRASIL, 
2007), todos os seguimentos envolvidos na 
rede de produção orgânica terão até 28 de 
dezembro de 2009 para se adequarem às 
novas regras estabelecidas. O acesso a esta 
legislação está disponível no sítio <www.
agricultura.gov.br> no link do Sistema de 
Legislação Agrícola Federal (SISLEGIS) ou 
no link Agricultura Orgânica na parte de 
legislação.
A Instrução Normativa 7 (BRASIL, 1999) foi 
o primeiro regulamento técnico brasileiro e 
estabelecia as normas de produção, tipificação, 
processamento, embalagem, distribuição, 
identificação e de certificação da qualidade 
para os produtos orgânicos de origem vegetal 
e animal. Ficou em vigor até a publicação da IN 
64 (BRASIL, 2008b), que estabelece os novos 
procedimentos técnicos a serem adotados 
pelos sistemas orgânicos de produção animal e 
vegetal. 
A Lei 10.831 (BRASIL, 2003), é o principal 
marco legal da agricultura orgânica brasileira, 
estabelecendo critérios para comercialização de 
produtos, definindo quanto à responsabilidade 
pela qualidade orgânica, quanto aos 
procedimentos relativos à fiscalização, 
à aplicação de sanções, ao registro de 
insumos, e a adoção de medidas sanitárias 
e fitossanitárias que não comprometam a 
qualidade orgânica dos produtos.
A Instrução Normativa 16 (BRASIL, 2004a), 
estabelece os procedimentos a serem 
adotados, até que se concluam os trabalhos 
de regulamentação da Lei 10.831, para 
registro e renovação de registro de matérias-
primas e produtos de origem animal e vegetal, 
orgânicos, junto ao Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento – MAPA, 
baseando-se na declaração do fornecedor 
quanto ao cumprimento dos requisitos legais 
estabelecidos para produção orgânica. Os 
registros efetuados pela IN 16 terão validade 
até 28 de dezembro de 2009.
A Portaria 158 (BRASIL, 2004b), determinava 
que o Programa de Desenvolvimento da 
Agricultura Orgânica - PRO-ORGÂNICO, 
nos assuntos relativos à sua execução, 
fosse assessorado pela Comissão Nacional 
da Produção Orgânica - CNPOrg e pelas 
Comissões da Produção Orgânica nas Unidades 
da Federação - CPOrg-UF. Esta portaria 
foi revogada pela IN 54 (BRASIL, 2008a), 
que redefine a estrutura, composição e 
competências dessas comissões.
A lei brasileira sobre a produção orgânica 
(BRASIL, 2003) e sua regulamentação 
são parecidas com as de outros países. 
Como vários países do mundo começaram 
a criar legislações especificas para os 
produtos orgânicos e isto poderia implicar 
em barreiras para o comércio internacional, 
foram estabelecidos normas e regulamentos 
3Legislação e os Mecanismos de Controle e Informação da Qualidade Orgânica no Brasil
básicos voltados a orientar os países nos 
seus processos de regulamentação, como 
os padrões da Federação Internacional 
dos Movimentos de Agricultura Orgânica 
(IFOAM) e as diretrizes da Comissão do 
Codex Alimentarius. Diante disso, a legislação 
brasileira se parece com a de vários países 
uma vez que foi feita com base nesses 
regulamentos, porém sem deixar de considerar 
nossas particularidades. 
Diferença entre normas e regulamentos 
da produção orgânica
As normas são procedimentos exigidos pelas 
entidades privadas, de livre e voluntária 
adesão por parte do produtor, enquanto os 
regulamentos são próprios dos órgãos públicos 
e devem ser cumpridos obrigatoriamente. 
Ambos definem regras para uso de produtos 
e processos em atividades técnicas, sócio-
econômicas e ambientais ligadas aos sistemas 
orgânicos de produção, previstos pela Lei 
10.831 (BRASIL, 2003). Os procedimentos 
descritos nas normas devem obrigatoriamente 
atender às exigências contidas nos 
regulamentos, podendo ser mais restritivos 
em determinados aspectos que considerarem 
relevantes, ou para atenderem a mercados 
específicos.
Mecanismos de controle e informação 
da qualidade orgânica
A avaliação da conformidade orgânica é o 
procedimento que inspeciona, avalia, garante 
e informa se um produto ou processo está 
adequado às exigências específicas da 
produção orgânica. 
Segundo INMETRO (2007), a atividade de 
avaliação da conformidade pode ser realizada:
• Por primeira parte – pessoa ou empresa que 
fornece o produto ou processo;
• Por segunda parte – interessado no produto 
ou processo, podendo ser usuário (pessoa ou 
empresa), cliente potencial ou organizações 
que representam esses interesses; e
• Por terceira parte – pessoa ou organização 
independente da pessoa ou da organização 
que fornece (primeira parte) e que tem 
interesse (segunda parte) no produto ou 
processo. 
Os mecanismos de avaliação da conformidade 
e garantia da qualidade dos produtos orgânicos 
brasileiros são diferenciados conforme o agente 
responsável e os procedimentos utilizados 
na avaliação.No Brasil, são reconhecidos 
três mecanismos de garantia: a certificação 
por auditoria, os sistemas participativos de 
garantia (SPG), que fazem parte do Sistema 
Brasileiro de Avaliação da Conformidade 
Orgânica (SisOrg), e o controle social para a 
venda direta sem certificação (BRASIL, 2007).
Controle social
Processo de geração de credibilidade 
organizado a partir da interação de pessoas 
ou organizações, sustentado na participação, 
comprometimento, transparência e confiança 
das pessoas envolvidas no processo de 
geração de credibilidade (BRASIL, 2007).
Os sistemas participativos de garantia 
e o controle social para a venda direta 
sem certificação utilizam mecanismos de 
organização com controle social para a 
avaliação, garantia e informação da qualidade 
orgânica. Esses mecanismos com controle 
social foram reconhecidos e garantidos no 
texto da Lei no 10.831 (BRASIL, 2003) e 
regulamentados pelo Decreto 6.323 (BRASIL, 
2007). 
Venda direta sem certificação
É definida pelos produtores familiares inseridos 
em processo de organização com controle 
4 Legislação e os Mecanismos de Controle e Informação da Qualidade Orgânica no Brasil
Asocial e cadastrados no MAPA ou em órgão 
fiscalizador conveniado, que se comunicam 
e comercializam diretamente ao consumidor, 
sem intermediário (BRASIL, 2003, 2007). 
No momento da comercialização, o agricultor 
familiar pode ser representado por um produtor 
ou membro de sua família inserido no processo 
de produção e que faça parte de sua estrutura 
organizacional.
Na organização de controle social os 
produtores familiares são organizados em 
grupo, associação, cooperativa ou consórcio, 
formalizado ou não, para um fim comum, e 
que possua mecanismos próprios de avaliação 
e controle baseados no controle social. Na 
organização social há co-responsabilidade 
entre os produtores envolvidos no processo, 
um produtor verifica e garante a veracidade 
da qualidade da produção do outro, podendo 
ocorrer ainda, reafirmação da idoneidade, 
quando do envolvimento de empresas de 
assistência técnica de caráter público ou 
privado. A garantia é oriunda da relação 
direta entre o produtor e o consumidor, onde 
os consumidores conhecem e confiam nos 
produtores e nos processos produtivos. 
Para que o agricultor familiar possa 
comercializar diretamente ao consumidor 
seus produtos como orgânicos é necessário 
cumprir os regulamentos técnicos da produção 
orgânica, e sua organização de controle 
social (OCS) deverá se cadastrar em órgão 
fiscalizador (MAPA ou órgão conveniado). 
O cadastro deverá ser realizado até 28 de 
dezembro de 2009 (BRASIL, 2007). Após 
esse cadastramento, o órgão fiscalizador 
emitirá declaração de cadastro para cada 
membro da OCS. Assim o produtor familiar 
poderá se identificar como orgânico através da 
apresentação de seu cadastro, e o rótulo de 
seus produtos e os locais de comercialização 
poderão conter a expressão “Produto orgânico 
para venda direta por agricultores familiares 
organizados não sujeitos à certificação de 
acordo com a Lei 10.831, de 23 de dezembro 
de 2003”. 
Sistema participativo de garantia
Segundo o Decreto 6.323 (BRASIL, 2007), o 
sistema participativo de garantia da qualidade 
orgânica (SPG) é formado por membro e 
por organismo participativo de avaliação 
da conformidade (OPAC). O OPAC possui 
personalidade jurídica, com responsabilidade 
formal pelas atividades desenvolvidas no SPG.
São considerados membros do sistema:
• fornecedores – constituídos pelos 
produtores, comercializadores, 
transportadores e armazenadores; e
Rosane
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Rosane
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5Legislação e os Mecanismos de Controle e Informação da Qualidade Orgânica no Brasil
• colaboradores – constituídos pelos 
consumidores e suas organizações, técnicos, 
organizações públicas e privadas, ONGs e 
organizações de representação de classe que 
atuem na rede de produção orgânica.
Os SPGs são sistemas sócio-participativos de 
organização com controle social, normalmente 
em forma de rede, de abrangência regional de 
atuação, com o envolvimento e participação 
de todos que formam a rede. O conjunto de 
atividades desenvolvidas no sistema tem como 
base o controle social, a participação e a 
responsabilidade compartilhada com o objetivo 
de criar mecanismos legítimos de credibilidade 
e garantia dos processos desenvolvidos por 
seus membros. O SPG também caracteriza-
se pela descentralização de decisões e 
compartilhamento de conhecimentos e 
informações.
A rede é organizada em núcleos que reúnem 
grupos de produtores, consumidores e 
entidades de uma região com características 
semelhantes, projetos e propostas afins, 
o que facilita a troca de informações e 
a participação. Assim, há a participação 
efetiva de todos os envolvidos no processo, 
incluindo os consumidores que participam 
das visitas de inspeção nas propriedades, 
onde todos assumem a co-responsabilidade 
da qualidade dos produtos da rede, ou seja, 
responsabilidade social. Portanto, é um sistema 
solidário de geração de credibilidade. Como 
exemplos, pode-se citar a pioneira “Rede 
Ecovida de Agroecologia”, com abrangência de 
atuação na região Sul do país; a “Associação 
de Certificação Sócio-Participativa” (ACS) 
na região Norte; a “Certificação Participativa 
da Rede Cerrado” na região Centro-Oeste; 
e a “Rede Xique Xique” de Certificação 
Participativa na região Nordeste.
Certificação por auditoria
É a avaliação da conformidade orgânica pela 
qual a garantia da qualidade orgânica do 
produto, obtida em determinada unidade de 
produção, é dada por uma terceira parte, 
não envolvida no processo produtivo, a 
certificadora, que é uma instituição que 
inspeciona as condições técnicas, sociais e 
ambientais e verifica se estão de acordo com 
as exigências dos regulamentos técnicos 
específicos da produção orgânica (BRASIL, 
2007). 
A certificação é concretizada com a assinatura 
de contrato entre certificadora e representante 
legal da unidade de produção, com 
conseqüente autorização para utilização da 
marca da certificadora. A unidade certificada 
passa a receber inspeções no mínimo uma vez 
ao ano, para verificação da conformidade e o 
inspetor produz um relatório onde os critérios 
de conformidade são listados e avaliados. As 
certificadoras possuem normas próprias, mas 
todas seguem o regulamento oficial. 
A certificadora é o organismo de avaliação da 
conformidade (OAC), possui personalidade 
jurídica, e assume a responsabilidade formal 
de suas atividades. A certificadora não 
pode desenvolver atividades relacionadas à 
assistência técnica nas unidades controladas 
(BRASIL, 2007).
Rosane
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6 Legislação e os Mecanismos de Controle e Informação da Qualidade Orgânica no Brasil
Sistema Brasileiro de Avaliação da 
Conformidade Orgânica (SISOrg)
O Sistema Brasileiro de Avaliação da 
Conformidade Orgânica é integrado por órgãos 
e entidades da administração pública federal 
e pelos sistemas participativos de garantia e 
a certificação por auditoria. Os organismos 
de avaliação da conformidade (certificadora e 
OPAC) deverão se credenciar no Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 
No caso da certificação por auditoria o 
credenciamento será precedido por acreditação 
pelo INMETRO. 
O sistema exige que haja rastreabilidade, 
isto é, o produto orgânico disponibilizado no 
mercado interno deverá ser identificado de 
maneira que se possa chegar à sua origem.
Selo do SISOrg
O SISOrg será identificado por selo único 
em todo o território nacional. O selo do 
SISOrg estará presente em todos os produtos 
orgânicos em que avaliação da conformidade 
tenha sido realizada por OAC (certificadora 
ou OPAC) credenciado no MAPA (BRASIL, 
2007). Agregado ao selo haverá a identificação 
do mecanismode avaliação da conformidade 
utilizado.
Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade 
Orgânica - SISOrg
Procedimentos necessários para operar 
no Sistema Brasileiro de Avaliação da 
Conformidade Orgânica
A adesão ao SISOrg é voluntária, mas para 
que o produto tenha os atributos de qualidade 
orgânica, o cumprimento dos regulamentos 
técnicos de produção é obrigatório. Caso 
o produtor opte por entrar no SISOrg, é 
obrigatória a adesão a um mecanismo de 
avaliação da conformidade orgânica. 
Os organismos de avaliação da conformidade 
orgânica podem exigir particularidades no 
sistema de produção da unidade, em função 
das suas normas específicas. Ao assinar 
um contrato ou termo de compromisso com 
determinada entidade, o produtor deve cumprir 
as exigências previstas, pois as normas 
obrigatoriamente atendem às exigências 
contidas nos regulamentos oficiais. Por 
exemplo: algumas entidades não permitem uso 
de estercos animais na adubação, enquanto 
outras exigem o uso de insumos específicos 
Rosane
Imagem colocada
Rosane
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7Legislação e os Mecanismos de Controle e Informação da Qualidade Orgânica no Brasil
para que o produto receba uma classificação 
diferenciada. As normas podem ser solicitadas 
diretamente para os organismos de avaliação 
da conformidade, ou acessadas pela Internet 
em seus sítios.
O produtor é livre para escolher o mecanismo 
de avaliação mais adequado às suas 
condições, e decidir pela entidade que melhor 
se aplica ao sistema produtivo e ao mercado. 
O produtor interessado deve se inscrever em 
OAC (certificadora ou OPAC) credenciado 
pelo MAPA, sendo que os OACs possuem o 
prazo de até 28 de dezembro de 2009 para se 
credenciarem. Ao se inscrever em OAC, deverá 
ser feita uma visita em sua unidade produtiva, 
quando se definirá o período de conversão, 
com base em um plano de manejo, contendo 
a forma como se dará a implantação das 
exigências específicas da produção orgânica.
Após a adoção dos princípios e das práticas 
de manejo exigidas pelos regulamentos da 
produção orgânica, e cumprido o período de 
conversão1, a unidade de produção estará 
apta a receber o certificado de conformidade 
orgânica, emitido pela OAC. O OAC 
credenciado no MAPA emite o certificado para 
as unidades controladas por ele, o qual permite 
que a unidade opere no SISOrg, estando 
autorizadas a utilizar o selo oficial do sistema. 
O selo da certificadora ou OPAC poderá ser 
utilizado juntamente com o do SISOrg.
A mudança para outro organismo de avaliação 
da conformidade é livre, devendo o produtor 
ficar alerta para os prazos de vigência dos 
contratos e/ou termos de compromisso com as 
entidades. O produtor deve, obrigatoriamente, 
ter cópia atualizada dos documentos referentes 
aos procedimentos de avaliação e controle, 
como relatórios de visita/inspeção/auditoria, 
assim o novo organismo de avaliação e 
controle aceitará sua condição de produtor 
orgânico e poderá exigir ajustes no manejo, 
com base nestes documentos. 
Custo do serviço de avaliação da 
conformidade
Na certificação por auditoria pode ocorrer 
custo diferente entre as entidades que prestam 
esse serviço. O valor é composto pela taxa de 
adesão e pelo custo do serviço de inspeção 
(semestral ou anual), diárias e passagens do 
inspetor e respectivo relatório de visita. Pode 
haver variação de custo entre a certificação 
solicitada individual ou coletivamente. No 
caso da avaliação da conformidade orgânica 
realizada pelo sistema participativo de garantia, 
os custos são assumidos pela comunidade 
de produtores interessada (associação, 
cooperativa, etc). 
Vantagens de operar no sistema
O produtor, ao colocar no mercado um produto 
com selo orgânico, pode obter vantagens em 
relação ao produto convencional, pois cada vez 
mais o consumidor tende a dar preferência a 
um produto cuja qualidade envolva atributos 
relacionados à saúde, justiça social, e 
conservação e preservação ambiental, que é 
o caso do produto orgânico, especialmente 
quando há preços competitivos. Outra 
vantagem para o produtor é o aumento da 
preferência pela aquisição do produto orgânico 
pelos mercados institucionais, como por 
exemplo, as escolas, os hospitais e o Programa 
de Aquisição de Alimentos (PAA - CONAB), 
onde o produto orgânico alcança valorização 
de cerca de 30% em relação ao convencional.
1 Período de conversão: tempo decorrido entre o início do 
manejo orgânico de culturas, criações animais e extrativismo 
e seu reconhecimento como sistema orgânico de produção; 
ou período de tempo mínimo necessário para uma unidade de 
produção ser considerada apta a receber a classificação de 
“orgânica”, após ter cumprido todas as exigências específicas 
para a produção orgânica.
8 Legislação e os Mecanismos de Controle e Informação da Qualidade Orgânica no Brasil
 Circular Exemplares desta edição podem ser adquiridos na:
 Técnica, 66 Embrapa Hortaliças
 Endereço: BR 060 km 9 Rod. Brasília-Anápolis
 C. Postal 218, 70.531-970 Brasília-DF
 Fone: (61) 3385-9115
 Fax: (61) 3385-9042
 E-mail: sac@cnph.embrapa.br
 1ª edição
 1ª impressão (2008): 1000 exemplares
 Comitê de Presidente: Gilmar P. Henz
 Publicações Editor Técnico: Flávia A. Alcântara
 Membros: Alice Maria Quezado Duval 
 Edson Guiducci Filho
 Milza M. Lana
Expediente Normalização Bibliográfica: Rosane M. Parmagnani
 
 
 
 Editoração eletrônica: José Miguel dos Santos
Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento. Instrução Normativa nº 7, de 17 
de mai. 1999. Estabelece as normas de produção, 
tipificação, processamento, envase, distribuição, 
identificação e de certificação da qualidade para 
os produtos orgânicos de origem vegetal e animal. 
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 
Brasília, DF, 19 de maio de 1999, Seção 1, p. 11. 
(Revogada pela Instr. Normativa nº 64, 18/12/2008).
BRASIL. Lei nº 10.831, de 23 de dez. 2003. 
Dispõe sobre a agricultura orgânica e dá outras 
providências. Diário Oficial [da] República Federativa 
do Brasil, Brasília, DF, 24 de dez. 2003, Seção 1, p. 8.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento. Instrução Normativa nº 16, de 
11 de jun. 2004. Estabelece os procedimentos a 
serem adotados, até que se concluam os trabalhos 
de regulamentação da Lei 10.831, de 23 de 
dezembro de 2003, para o registro e renovação de 
registro de matérias primas e produtos de origem 
animal e vegetal, orgânicos, junto ao Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. 
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 
Brasília, DF, 14 de jun. 2004a, Seção 1, p. 4.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento. Portaria nº 158, de 8 de jul. 2004. 
Determina que o Programa de Desenvolvimento 
da Agricultura Orgânica – PRO-ORGÂNICO, 
nos assuntos relativos à sua execução, seja 
assessorado pela Comissão Nacional da Produção 
Orgânica – CNPOrg e pelas Comissões da Produção 
Orgânica nas Unidades da Federação – CPOrg-UF. 
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 
Brasília, DF, 9 de jul. 2004b, Seção 1, p. 5. (Revogada 
pela Instrução Normativa nº 54 de 22/10/2008).
BRASIL. Decreto nº 6.323, de 27 de dez. 2007. 
Regulamenta a Lei nº 10.831, de 23 de Dezembro 
de 2003, que dispõe sobre a agricultura orgânica 
e dá outras providências. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28 de dez. 
2007, Seção 1, p. 2.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento. Instrução Normativa nº 54, 
de 22 de out. 2008. Regulamenta a Estrutura, 
Composição e Atribuições das Comissões da 
Produção Orgânica. Diário Oficial [da] República 
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 de out. de 
2008a, Seção 1, p. 36.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento. InstruçãoNormativa nº 64, de 
18 de dez. 2008. Aprova o Regulamento Técnico 
para os Sistemas Orgânicos de Produção Animal e 
Vegetal. Diário Oficial [da] República Federativa do 
Brasil, Brasília, DF, 19 de dez. de 2008b, Seção 1, p. 21.
INMETRO. Avaliação da conformidade: livreto. 5ª 
ed. 2007. 52 p. Disponível em: <http://www.inmetro.
gov.br/infotec/publicacoes/acpq.pdf>. Acesso em: 4 
maio 2009.

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