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Profª Giselle Reis Brandão PUC MINAS Referência Bibliográfica utilizada: ALBUQUERQUE,L. (1988) Tese BARBOSA,A.C. ( ) Recursos Humanos em busca de Identidade BRANDÃO, G.R. (200) FISCHER, A. (1998) Tese Profª Giselle Brandão Enquanto na Inglaterra consolidou-se a Primeira Revolução Industrial (1820 e 1830), no Brasil, começou apenas 50 anos depois. Então, começou por volta de 1870 e 1880 e consolidou-se mais fortemente entre as décadas de 1920 e 1930. Cenário: • elites conservadoras • sociedade rural; base escravista • dificuldades do Estado em integrar-se numa política de industrialização São Paulo antecipou-se em função das elites cafeeiras: promoveram a transição do trabalho escravo para trabalho livre em meados de 1880. Profª Giselle Brandão 1º Período de 1900 a 1930: “Pré- histórica” (Albuquerque, 1988) Expansão da economia agrária, embora com recursos rudimentares e medievais (cafeeira). Expansão da classe média urbana, no Rio de Janeiro e São Paulo, impactando no avanço da indústria e o capitalismo brasileiro. Início dos movimentos sociais e políticos: movimentos operários, surgimento dos partidos políticos de esquerda , Semana de Arte Moderna e o Tenentismo, que levaria à Revolução de 1930. Profª Giselle Brandão Algumas características Ausência de legislação trabalhista. Misto de administração de pessoal (folha de pagamento, registro e controle) com funções de contabilidade, material, etc. Atividades centralizadas no proprietário. Ainda presente em pequenas e até médias empresas; nos interiores do país e setores econômicos menos desenvolvidos (mineração, agricultura, extrativismo, madeireira, etc.) Profª Giselle Brandão 2º Período de 1930 a 1955: “Fase jurídico-trabalhista” (Albuquerque, 1988) Transição para um novo padrão de acumulação, dando início ao processo de industrialização propriamente dito. Até então, a implantação da indústria era subordinada à economia primário-exportadora. Estado assumindo mais o desenvolvimento com um papel mais estruturante, formulando políticas setoriais de industrialização, e como regulador das relações de trabalho. Profª Giselle Brandão Porém, as bases sociais, tributárias, administrativas e financeiras do Estado eram frágeis e ampliou-se o desequilíbrio social no país. As elites eram conservadoras e o processo de modernização ocorreu muito lentamente. Até o fim da década de 40, o Brasil era um país predominantemente agrícola. Apenas Rio e São Paulo destacaram-se no processo de industrialização, ainda assim, em algumas empresas apenas. Entrada do capital internacional, juntamente com o capital estatal: favoreceram à constituição de setores mais pesados com infra-estrutura de energia e comunicação, o crédito de longo prazo, etc. Profª Giselle Brandão Algumas características Criação do Ministério do Trabalho e Departamento Nacional do Trabalho Criação do Banco Nacional de Desenvolvimento (1952) Criação das bases do Sindicalismo brasileiro, vinculado ao Ministério do Trabalho Elaboração e consolidação da CLT Surgimento da seção de Pessoal e do cargo de “Chefe de Pessoal” Médias empresas (familiar); nos setores pouco competitivos ou protegidos pelo Estado. Profª Giselle Brandão 3º Período de 1955 a 1965: “Fase tecnicista” (Albuquerque, 1988) O governo militar que se iniciou em 1964 proporcionou as condições necessárias ao avanço do capitalismo: a reforma tributária, monetária e bancária, estabelecendo novas bases para a relação capital-trabalho. Se por um lado ocorria a modernização, por outro, determinou uma das maiores quedas do salário real. O Milagre Brasileiro, em 1967, (alguns anos após a ditadura) foi um grande impulso do país à Segunda Revolução Industrial. Profª Giselle Brandão Entre 1967 e 1974: formulado o projeto Brasil – Potência que converteria o país numa enorme potência. Não ocorreu e o país caiu num grande endividamento (insuficiência das fontes internas), em função dos desequilíbrios cambiais e financeiros gerados pelo projeto. A crise do petróleo (1973) + a crise da dívida + a retomada da hegemonia norte-americana (a partir de 1978) evidenciaram as grandes dificuldades dos países subdesenvolvidos em avançar na industrialização. Década de 70, grande crise social, política. Econômica, institucional e financeira, mais inflação. No fim da década de 70, a retomada à democracia, longa transição que se arrastou ao longo dos anos 80. Profª Giselle Brandão Algumas características Utilização de técnicas importadas (EUA, Japão) Critério de eficiência, sem nenhuma vinculação explícita ao negócio De Chefe de Pessoal para Administração de Pessoal Novas funções integradas: descrição de cargos, avaliação de desempenho, pesquisa salarial Domínio de áreas como psicologia, sociologia, administração, estatística e pedagogia a serviço da eficiência e da produtividade Grande empresa urbana Profª Giselle Brandão 4º Período de 1970 a ... “Fase administrativa” (Albuquerque, 1988) As dificuldades para um maior e melhor engajamento no processo evolucionário de industrialização e desenvolvimento eram progressivas à complexidade tecnológica, de gestão, controles monopólicos das grandes empresas, dificuldades de nossa economia. Só no início de 80 é que aproximamos um pouco mais da Administração praticada nos países do Primeiro Mundo. Advento da abordagem sistêmica em RH, integrando os enfoques administrativo, estruturalista e comportamental. Profª Giselle Brandão Buscava-se superar a visão técnica e integrar a gestão à estratégia do negócio e, num estágio mais avançado, fazer com que a GRH interfira na definição da estratégia empresarial. Ainda que a inspiração do modelo de gestão de recursos humanos fosse muito colada/copiada das empresas multinacionais. • Horizontalização das estruturas organizacionais. • Atividades da gestão de recursos humanos deixaram de localizar-se num setor e passaram a constituir-se em ações de todas as gerências. Profª Giselle Brandão Algumas características Eclosão de novos movimentos sindicais. Tendência à abordagem participativa em RH. Incipiente na década de 80 e de abrangência restrita. • Extinção dos setores de RH e, de outro lado, ampliaram-se as atividades exercendo controles mais amplos na organização como um todo (DO). • Terceirização de atividades de RH. • Responsabilização pelos enxugamentos de quadros de pessoal, culminando em sua própria extinção. Profª Giselle Brandão Concluindo, em linhas gerais, a evolução da ARH caracterizou-se pelas principais manifestações Em termos de práticas/instrumentos/métodos: Historicamente, um caráter imitativo, pouco inovativo, reproduzindo modismos sem as contextualizações devidas. Em termos de políticas de RH: Historicamente apresentam caráter reativo, isto é, de adequação às forças externas e à dinâmica das relações internas à empresa RH como consequência e não como causa dos processos de mudança. Profª Giselle Brandão Em termos de identidade e posicionamento político da área: Historicamente reconhece-se o esforço de constituir-se intimamente ligado às questões das relações de trabalho. Entretanto, com dificuldades cada vez mais crescentes de um posicionamento mais crítico e firme, também na prática, capaz de garantir sua identidade, também enquanto elo de representação de forças na relação capital-trabalho. Profª Giselle Brandão CRISE DE IDENTIDADE Profª Giselle Brandão Busca por capacidade mais inclusiva, ligada ao core business. A tradição sociológica da área representando os interesses divergentes nos espaços comuns de trabalho
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