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aspectos destacados da LINDB

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LEI DE INTRODUÇÃO 
A LICC, Lei de Introdução ao Código Civil, teve a sua vigência estabelecida no código civil de 1916.
A partir de 2002 tem-se a 2ª ‘LICC’, espelhada no Código de Normas Jurídicas, o DL 4657/42, e q passou a regulamentar a elaboração, aplicação e vigência, não só do Código Civil mas de todas as normas de direito público e privado.
ASSIM, a Lei 12.376/10 mudou o nome da LICC para LINDB, isto é, Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
Agora a L.12376/10 é uma lei sobre as normas brasileiras num sentido de universalidade, de aplicação universal!
O Direito Civil implica a Pessoa nas suas relações privadas, eqto a LINDB implica normas jurídicas como um todo (na generalidade de suas acepções, comandos, delimitação...), tanto no seu aspecto público qto privado. 
A ESTRUTURA DA LEI DE INTRODUÇÃO:
Vigência das normas jurídicas, arts.1º e 2º;
2) Obrigatoriedade da norma, art.3º;
3) Mecanismo de integração (colmatação da norma), art.4º;
4) Interpretação da norma jurídica, art.5º;
5) Vigência e aplicação da norma no tempo, art.6º;
6) Vigência e aplicação da norma no espaço, art.7º a 19.
1) Vigência das normas jurídicas:
Os artigos 1º e 2º estabelecem formalmente o momento existencial da lei através da sua promulgação apesar de carecer da formalidade da sua publicação. 
ASSIM, a lei existe, é valida mas ainda não produz efeitos, o q acontecerá somente com a sua vigência, qdo ganha coercibilidade.
A lei entra em vigor dpois de cumprir o lapso temporal chamado vacatio legis, q é o período de tempo p/q todos tomem conhecimento...p/q todos conheçam a lei e possam cumprí-la!
A LC 95/98, editada p/auxiliar a aplicação da lei de introdução, em seu art.8º determina q toda lei tem q necessariamente cumprir a vacatio legis, isto é, toda lei precisa respeitar um número de dias necessários para q a lei tenha vigência e para q todos dela tenham conhecimento.
Qdo se lê q determinada lei “entra em vigor na data de sua publicação”, é porque se trata de lei de pequena repercussão (parte da redação do mencionado artigo).
OBS: a lei 11.441/07, trata de questões relativas a divórcio e inventário em cartório (q só pode se dar em cartório sempre q for consensual), o legislador estabeleceu q entrasse em vigor na data da sua vigência “como se fosse lei de pequena repercussão”.
ASSIM, entende-se q é o legislador q determina qdo a lei é de pequena repercussão!
Já com relação aos critérios de contagem dos prazos em direito civil (art.132/CC), tem-se a contagem de prazo de mês e ano e em dias:
Prazo em mês e ano – contagem de data a data!
Prazo em dias – contagem dia a dia, excluindo o primeiro e incluindo o último!
Critério de contagem do prazo da vacatio legis, §§1º e 2º do art.8º da LC 95/98:
Prazos em nº de dias – contagem dia a dia, incluindo o 1º, incluindo o último, mas somente entrando em vigor no dia seguinte a consumação integral do prazo.
Art.2.044 do CC – L.10.406/02 – este código entrará em vigor um ano após a sua publicação.
Quando a vacatio legis se dá em mês(es) ou ano(s), daí o critério de contagem será o mesmo do CC, isto é, art.132 do CC, e vigência de data a data nesta eventual hipótese de vacatio q não é de dias mas de mês e ano!
Artigo 1º da Lei de Introdução fala do prazo de 45 dias no que diz respeito a legislação e sua vigência em território nacional e de 3 meses (em território estrangeiro qdo admitida a aplicação da lei).
Assim, o art.1º da lei de introdução é tido como residual!...mas isso só 
ocorre se a lei não entrar em vigor na data de sua publicação ou prazo específico!..cf.caso visto relativo à L.10.406/02!
ASSIM, não houve revogação do art.1º da Lei de Introdução, mas o DL 95/98 apenas lhe conferiu caráter residual.
DECRETO 572/1980 – todo ato normativo administrativo tais como decretos, resoluções, portarias etc entram em vigor na data de sua publicação, não se submetendo aos critérios de vacatio legis.
Durante o período de vacatio legis a lei já existe mas ainda não possui vigência, podendo, então, durante esse período ser modificada por nova lei mas a correção de erros materiais (nome, data, valor etc) pode se dar através de simples republicação...
Assim, o prazo de vacatio reinicia mas somente a parte corrigida (§3º do art.1º da lei de introdução) e a parte q não foi modificada tem vigência a partir do prazo inicial/original, normalmente.
NOTE: quando se tratar de correção de lei nova daí tem que ser através de outra lei!
Quando a lei entra em vigor dá-se o princípio da continuidade q diz q a lei somente será revogada a partir de lei nova q com ela seja incompatível expressa ou tacitamente – art.9º da LC 95/98 – ou a revogação deve ser preferencialmente expressa.
Revogação de lei somente se dá através de outra lei!
Portanto, o direito brasileiro não admite desuso através de costumes.
A revogação pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação) e tanto uma forma quanto a outra pode ser expressa ou tácita.
Com relação ao §2º do art.2º da Lei de Introdução, é preciso notar q. ‘a par de’ significa ‘ao lado’, isto é, não colide, não conflita c/a já existente.
INEXISTÊNCIA DE REPRISTINAÇÃO (restabelecimento) no direito brasileiro, isto é, a revogação da lei revogadora não restabelece os efeitos da lei revogada!
Lei A, Lei B (revogou a Lei A), Lei C (revogou a Lei B) – a Lei C, q revogou a Lei B, não restaurou a Lei A, portanto, não repristinou!
O mesmo raciocínio vale para os testamentos (igualzinho).
O direito brasileiro não admite o instituto da repristinação mas tolera os efeitos repristinatórios em dois casos:
Qdo houver expressa disposição de lei, isto é, se no caso acima a Lei C dispusesse expressamente no sentido de restabelecer a Lei A; 2) Se a lei revogadora for considerada inconstitucional – se no caso acima a lei B fosse assim considerada daí é como se nunca tivesse existido caso em q a Lei A repristinaria e, assim, os atos q tivessem sidos praticados de boa-fé seriam válidos. É qdo o STF pode modular os efeitos da lei inconstitucional de modo a ratificar os atos praticados considerando a Lei expressamente revogada a partir da sua inconstitucionalidade
2) Obrigatoriedade das Normas:
O art.3º da Lei de Introdução remete obrigatoriamente à noção da presunção do conhecimento da lei e a proibição de desconhecimento da lei.
NOTE, porém, q essa presunção de conhecimento das leis não é absoluta e o próprio sistema admite hipóteses nas quais se permite essas “exceções”...por ex., o art. 65 do CP q diz q o desconhecimento da lei atenua a pena.
Em direito civil é raro o erro de direito, isto é, a alegação de desconhecimento da lei. Mas há duas hipóteses: a) art. 1561 – casamento putativo – casei c/minha irmã s/saber q.era minha irmã, o que decorre um erro de fato!; mas tb admite erro de direito, por ex., casei com minha irmã mas não sabia que era proibido casar c/irmã...mas isso se dá dsd que se prove a boa-fé! Daí, este casamento produz efeitos mesmo que nulo!
Art.139, III – erro de direito como vício de vontade – por ex., comprar um terreno p/construir mas não saia que existia Lei Municipal proibindo edificação no local. Daí, então, quem comprou pode pedir anulação do contrato pois só comprou porque achou que podia construir!
3) Mecanismos de integração da norma (colmatação da norma):
Art.4º da LINDB, expressa a regra do “non liquet”, que tem duplo significado.
Primeiramente, o Juiz não pode se eximir de julgar alegando o desconhecimento da lei.
Em segundo lugar, o Juiz não pode se eximir de julgar alegando a inexistência da lei. É a chamada lacuna da lei!
Presumidamente, o Juiz conhece as leis mas essa condição comporta exceções:
Art.337 do CPC – quem alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário terá que provar o teor e a vigência se assim o quiser determinar!
Protocolo de Las Leñas – cooperação judiciária entre os países do Mercosul – o juiz não pode determinar a parte que faça prova com relação ao mencionado protocolo pois as leis que tocam
os países do Mercosul presumidamente o Juiz conhece! E também já não se pode mais determinar tradução juramentada de documentos de países do Mercosul pois se deve saber como se fosse em português, até mesmo pq o protocolo trata de cooperação judiciária, assunto diretamente relativo ao ofício dos Magistrados.
O outro significado do “non liquet “, não pode o Juiz deixar de julgar alegando Lacuna da Lei (omissão legal), já que nesse momento julgará o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. NOTE que esse rol é taxativo e preferencial, ou seja, está limitado a estas fontes e é na ordem!
Analogia é preenchimento de lacuna, integração da norma por comparação, podendo ser analogia legis (lei específica) ou analogia juris (sistema jurídico – transjudicialidade, decisões do STF...).
Por ex., a União Homoafetiva não pode deixar de ser julgada por não haver lei mas deve ser tratada pelo Juiz através da União Estável (legis), ou se pode analisar através da perspectiva de direitos e necessariamente se fazer conexão com o art.5º da CRFB/88 (juris).
Art.499/CC, tb é exemplo de analogia legis com conexão à questão homoafetiva!
Em sede de direito penal (réu) e direito tributário (contribuinte), só se admite analogia in bonam partem.
Costumes – preenchimento de lacuna por uma situação usual, corriqueira da sociedade (enraizada socialmente apesar de não estar prevista em Lei) – importante notar que há costumes contra legem (jogo do bicho), que constituem atos ilícitos; há costumes secundum legem (aplicação da própria Lei), qdo a Lei diz, nesse caso, que se julgue cf.os costumes, §2º do art.445 CC.
Por exemplo: se descubro uma grande promessa em termos de...
touro reprodutor porém descubro mais tarde que o touro é estéril, o que caracteriza um vício redibitório, mas que, contudo, não há lei específica determinando como se resolve tal questão ‘contratual’, assim se utiliza do costume local com relação a esse tipo de comércio para se resolver a questão e dar o direito;
há costumes praeter legem – mecanismo de integração da norma – isto é, costumes determinados por lei para suprir lacuna mas nem todo costume serve como integrador da norma como visto!
Princípios gerais de direito (ou princípios informativos) – são três: a) não lesar ninguém; b) dar a cada um aquilo que é seu; c) viver honestamente. 
Nota-se alta carga de subjetividade refletida em valores universais. São regras de desempate, pois primeiro se busca a analogia, depois se busca os costumes e, se não resolver a lide, o Juiz vai nos princípios gerais de direito e colhe o pressuposto derradeiro (e subjetivo) para embasar a sua decisão.
OBS IMPORTANTE:
J.J.Canotilho, destaca que Norma Jurídica é norma princípio e norma regra! Assim, todo princípio tem força normativa, isto é, vincula o Juiz. E estes princípios são normativos/fundamentais!
Princípios fundamentais tem força normativa e Princípios Gerais são informativos, ou seja, regras de desempate/integração da norma!
A equidade não é mecanismo de integração da norma mas apenas aquilo que é bom, justo, virtuoso, e, por isso, diante do próprio subjetivismo não é usada como integração. ASSIM, o Juiz só se vale da equidade em casos que a Lei assim o diga, como por ex., autorização para o uso da equidade: 1) em procedimento de jurisdição voluntária, art.1109 do CPC; 2) em fixação de honorários advocatícios nas causas sem estimativa econômica, art.20 §4º CPC; 3) em redução da cláusula penal, art.413 do CC.
Art. 5º da LINDB – o Juiz atenderá aos fins sociais a que a Lei se dirige, cumprindo uma finalidade sociológica ou teleológica.
Em toda e qualquer lei que interpretar o Juiz deve atentar ao fim social que a lei implica, buscando o sentido, o alcance da lei (interpretá-la). 
Assim, o Magistrado chega a um resultado ampliativo (direito e garantias fundamentais e sociais), declarativo (direito administrativo, princípio da legalidade), ou restritivo (normas que estabelecem privilégio, sanção, renúncia, fiança e aval). 
Em alguns casos o sistema impõe alguns resultados... direitos fundamentais, ampliar; direito administrativo, declarar; e se houver privilégios etc, restringe!
Art.6º da LINDB - aplicação da lei no tempo – este artigo consagra o princípio da irretroatividade da lei, ou seja, a lei nova se destina a fatos pendentes e futuros mas não a fatos pretéritos.
Há exceção – a lei excepcionalmente retroage quando presentes dois requisitos: 1) quando houver expressa disposição de lei; e 2) desde que a retroação não viole o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido (pois não podem ser alcançadas pela retroação). 
Mas se a lei nova for EC ou CF nova, retroagem para desfazer direito adquirido! Decisão do STF sobre o poder constituinte original e derivado (=EC).
Ultratividade da norma – a lei já revogada continua a ser aplicável mesmo depois da sua revogação. A lei de sucessão é a lei em vigor na data da abertura do inventário! Se em dez/2002 morreu certa pessoa e em 2005 se abre o seu inventário, vale a lei de 1916 (CC anterior) pois em dezembro de 2002 não valia ainda o CC/2002!
Relação jurídica continuativa – casamento, contrato... sua existência e validade ficam submetidas à lei do momento em que o ato foi praticado mas a eficácia é a da lei nova (casamento), art.2035 CC.
Exceção da exceção – casos em que se aplica a lei estrangeira que não se dá pela lei do domicílio: 1) conflitos imobiliários, lei da situação da coisa; 2) obrigações assumidas no exterior, lei do domicílio do proponente (contratos internacionais); 3) sucessão de imóveis pertencentes a estrangeiros e situados no Brasil, lei sucessória mais favorável ao herdeiro!
TAMBÉM se cumpre no Brasil decisão judicial, laudo arbitral e carta rogatória estrangeira! MAS para serem cumpridas no Brasil exigem o exequatur (o cumpra-se) do STJ, que somente o dará quando constar que é compatível com o direito brasileiro, que será de competência para cumprimento, do Juiz de 1º grau da Justiça Federal (por ex., jamais se daria exaquatur para sentença com pena de morte!).

Art 7º da LINDB – aplicação da lei no espaço – este artigo trata do princípio da territorialidade moderada, isto é, que dentro do território brasileiro aplica-se a lei brasileira, respeitado o princípio da soberania (art.1º da CF).
O princípio da territorialidade moderada comporta exceção, ou seja, observa a regra do estatuto pessoal, que é a lei do domicílio do titular. Aplica-se esta outra lei, e não a brasileira quando se tratar de 1.nome, 2.capacidade, 3.personalidade, 4.direito de família, 5.bens móveis que a pessoa traz consigo, 6.penhor e 7.capacidade para suceder.
Por ex., brasileira quer casar com estrangeiro que é casado no estrangeiro...neste caso não pode porque aplica-se a lei do domicílio do estatuto pessoal. MAS se o estrangeiro for árabe...mesmo assim, não poderá aplicar-se o “estatuto pessoal” violando a soberania brasileiro pois o estatuto pessoal ‘do árabe’ não se harmoniza com a lei brasileira!

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