Buscar

TEORIA DO OREDENAMENTO JURÍDICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO
1 – O QUE VEM A SER O ORDENAMENTO JURÍDICO DO PONTO DE VISTA DO AUTOR?
Resposta: O ordenamento jurídico (como todo sistema normativo) é um conjunto de normas. Essa definição geral de ordenamento pressupõe uma única condição: que na constituição de um ordenamento concorram mais normas (pelos menos duas) e que não haja ordenamento composto de uma norma só.
2 – QUAIS OS PROBLEMAS ENCONTRADOS POR BOBBIO NO ORDENAMENTO JURÍDICO? EXPLIQUE.
Resposta: Os problemas do ordenamento jurídico nascem das diversas relações das normas entre si:
1º) se as normas constituiriam uma mesma unidade e de que modo a constituam.
2º) se o sistema do ordenamento jur. Formariam antinomia entre suas normas.
3º) Há existência de lacunas no ordenamento jur.
4º) relação entre os ordenamentos afirmando que não existe um único ordena entre os homens.
3 – QUAIS OS TIPOS DE FONTES DO ORDENAMENTO JURÍDICO NA VISÃO DO AUTOR. EXPLIQUE
Resposta: O ordenamento jurídico simples: só tem uma fonte. Ordenamento jurídico complexo: mais de uma fonte.
Tipos de fonte:
a) Fonte DIRETA, norma fundamental
b) Fontes INDIRETAS: Distingue-se em:
I) Fontes RECONHECIDAS: recepção de normas já feitas, produzidas por ordenamentos diversos e precedentes, servindo como exemplo o costume;
II) Fontes DELEGADAS: delegação do poder de produzir normas jurídicas a poderes ou órgãos inferiores. O exemplo típico das fontes delegadas é o regulamento, sendo sua construção confiada ao poder executivo.
A fonte das fontes é o poder originário, que dá unidade ao ordenamento.
4 – QUAIS AS FONTES DO DIREITO NA VISÃO DO AUTOR? EXPLIQUE.
 Resposta: Fontes do direito são aqueles fatos e aqueles atos dos quais o ordenamento jurídico faz depender a produção de normas jurídicas.
O ordenamento jurídico moderno, além de regular o comportamento das pessoas, regula também o modo pelo qual se devem produzir as regras, ou seja, regula a própria produção normativa. Isso indica a existência de normas de comportamento ao lado de normas de estrutura, sendo estas, normas para a produção de outras normas.
Com isso, segundo o autor, ao lado imperativos de primeira instância (normas imperativas, proibitivas e permissivas), têm-se os imperativos de segunda instância, entendidos como os comandos de comandar (nove espécies: normas que mandam ordenar, proíbem ordenar, permitem ordenar, mandam proibir, proíbem proibir, permitem proibir, mandam permitir, proíbem permitir, permitem permitir).
5 – EXPLIQUE O QUE VEM A SER A NORMA FUNDAMENTAL NA VISÃO DO AUTOR.
Resposta: Norma fundamental é a norma última, ou seja, acima das normas constitucionais, pressuposta, para o fechamento de um sistema normativo, que atribui ao Poder Constituinte a faculdade de produzir normas jurídicas.
Essa norma é ao mesmo tempo atributiva e imperativa, pois, enquanto, por um lado, atribui aos órgãos constitucionais o poder de editar normas válidas, impõe de outro, a todos aqueles aos quais os órgãos constitucionais se dirigem, o dever de obedecer-lhes. Pode-se dizer ainda, que a norma fundamental é o fundamento de validade e o princípio unificador das normas de um ordenamento.
6 – QUAL A RELAÇÃO QUE O AUTOR TRAZ ENTRE O DIREITO E A FORÇA?
Resposta: Para Bobbio o direito é um conjunto de regras com eficácia reforçada. Assim, o direito é impossível sem o exercício da força (sem um poder), mas ter esse poder como seu fundamento último não significa reduzi-lo à força, mas reconhecê-la como necessária para a realização do direito.
O ordenamento jurídico (com eficácia reforçada) só existe enquanto for eficaz. Mas é importante observar que a norma, considerada individualmente, pode ser válida sem ser eficaz, o que não ocorre com o ordenamento, que somente será válido se eficaz.
7 – O QUE O AUTOR QUIS DIZER QUANDO TRATOU O ORDENAMENTO COMO UM SISTEMA?
Resposta: Segundo Bobbio um ordenamento jurídico constitui um sistema porque nele não podem coexistir normas incompatíveis, e caso isso ocorra, uma delas ou ambas devem ser eliminadas.
8 – O QUE SÃO AS ANTINOMIAS? EXPLIQUE OS TIPOS.
Resposta: Bobbio define antinomia jurídica como aquela situação que se verifica entre duas normas incompatíveis, pertencentes ao mesmo ordenamento e com o mesmo âmbito de validade. As antinomias podem ser divididas em três tipos diferentes:
a) Total-total: quando em nenhum caso uma das duas normas pode ser aplicada sem entrar em conflito com a outra;
b) Parcial-parcial: quando cada uma das normas tem um campo de aplicação conflitante com a outra e um campo de aplicação no qual o conflito não existe;
c) Total-parcial: quando a primeira norma não pode ser de forma alguma aplicada sem entrar em conflito com a segunda; a segunda tem uma esfera de aplicação a qual não entra em conflito com a primeira.
9 – QUAIS OS CRITÉRIOS PARA A SOLUÇÃO DAS ANTINOMIAS? EXPLIQUE.
Resposta: As regras fundamentais para a solução das antinomias são três:
a) Critério Cronológico: também chamado de Lex posteriori, é aquele com base no qual, entre duas normas incompatíveis, prevalece a norma posterior: lex posterior derogat priori;
b) Critério Hierárquico: também chamado de Lex superior, é aquele pelo qual, entre duas normas incompatíveis, prevalece a hierarquicamente superior: lex superior derogat inferior;
c) Critério da Especialidade: também denominado Lex specialis, é aquele pelo qual, de duas normas incompatíveis, uma geral e uma especial (ou excepcional), prevalece a segunda: lex specialis derogat generali.
10 – O QUE DEVEMOS FAZER QUANDO EXISTE CONFLITO ENTRE OS CRITÉRIOS DE SOLUÇÃO
Resposta: Nesse caso podem acontecer três situações:
a) Se o conflito ocorrer entre o critério hierárquico e o cronológico, ou seja, entre uma norma anterior-superior e uma norma posterior-inferior, prevalece o critério hierárquico sobre o cronológico;
b) Se o conflito ocorrer entre o critério de especialidade e o cronológico, ou seja, entre uma norma anterior-especial e uma norma posterior-geral, prevalece o critério da especialidade sobre o cronológico. No entanto essa regra deve ser adotada com certa cautela, e tem valor menos decisivo que a da regra anterior;
c) Se o conflito ocorrer entre o critério hierárquico e o de especialidade, ou seja, entre uma norma superior-geral e uma norma inferior-especial, tem-se que a solução dependerá também, como no da falta dos critérios, do intérprete, o qual aplicará ora um, ora outro critério, segundo as circunstâncias.
11 – O QUE SÃO LACUNAS NO ORDENAMENTO JURÍDICO, E QUAIS OS PROBLEMAS TRAZIDOS POR ELAS?
Resposta: Diz-se que um ordenamento jurídico tem uma lacuna quando se pode demonstrar que nem a proibição nem a permissão de um determinado comportamento podem ser deduzidas do sistema, ou seja, quando se diz que o sistema é incompleto.
12 – O QUE VEM A SER A NORMA GERAL EXCLUSIVA?
Resposta: Norma Geral Exclusiva é uma norma que regula todos os comportamentos não compreendidos na norma particular, ou melhor, pela regra que exclui (por isso é exclusiva) todos os comportamentos (por isso é geral) que não fazem parte daquele previsto pela norma particular. (Ex.: Uma norma que proíbe fumar permite todas as outras condutas que não sejam fumar.).
13- EXPLIQUE O QUE VEM A SER HETEROINTEGRAÇÃO E AUTOINTEGRAÇÃO?
Resposta: Para se completar um ordenamento jurídico pode-se recorrer a dois métodos diferentes, 0chamados de heterointegração e de auto-integração. O primeiro consiste na integração operada através de recurso a ordenamentos diversos daquele que é dominante.
Já a auto-integração é um método para completar o ordenamento que consiste na integração cumprida através do mesmo ordenamento, no âmbito da mesma fonte dominante, sem recorrência a outros ordenamentos e com o mínimo recurso a fontes diversas da dominante.
Os métodos de heterointegração consistem no preenchimento através de ordenamentos anteriores ou outros ordenamentos estatais ou através de recurso a fontes diversas daquela que é dominante.
Os métodos de auto-integração consistem em dois procedimentos: a analogiae os princípios gerais do direito.
14 – O QUE VEM A SER ANALOGIA, E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA?
Resposta: Entende-se por analogia o procedimento pelo qual se atribui a um caso não regulado a mesma disciplina de um caso regulado de maneira similar. A fórmula do raciocínio por analogia pode ser expressa assim: M é P, S é semelhante a M, portanto S é P. Destaca-se que a semelhança entre os dois casos suscetíveis a analogia seja uma semelhança relevante.
A sua importância decorre do fato de se constituir naquele procedimento mediante o qual se manifesta a chamada tendência de todo sistema jurídico a expandir-se para além dos casos expressamente regulados.
15 – QUAIS OS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO? EXPLIQUE-OS.
Resposta: Segundo Bobbio os princípios gerais são apenas normas fundamentais ou generalíssimas do sistema, as normas mais gerais.
Ainda acrescenta que ao lado dos princípios gerais expressos há os não-expressos, ou seja, aqueles que se podem tirar por abstração de normas específicas ou pelo menos não muito gerais: são princípios, ou normas generalíssimas, formuladas pelo intérprete, que busca colher, comparando normas aparentemente diversas entre si, aquilo a que comumente se chama o espírito do sistema.
16 – DENTRE AS RELAÇÕES ENTRE OS ORDENAMENTOS JURÍDICOS, FALE SOBRE AS RELAÇÕES TEMPORAIS.
Resposta: Pode ocorrer, na análise de relacionamento entre ordenamentos, a existência de dois âmbitos de validade comum diferente do terceiro, podendo resultar as seguintes situações:
1) dois ordenamento têm em comum o espacial e o material, e não o temporal. Como o de dois ordenamentos estatais que se sucedem no tempo, no mesmo território;
2) dois ordenamentos têm em comum o âmbito temporal e o material, mas não o espacial. Como do relacionamento entre dois Estados contemporâneos que vigem ao mesmo tempo, regulam as mesmas matérias, mas em dois territórios diferentes;
3) dois ordenamentos têm em comum o temporal e o espacial, mas não o material. Como o existente entre um ordenamento Estatal e o da Igreja Católica, uma vez que ambos têm jurisdição no mesmo território e ao mesmo tempo, mas as matérias estabelecidas em cada ordenamento são diferentes.
17 – DENTRE AS RELAÇÕES ENTRE OS ORDENAMENTOS JURÍDICOS, FALE SOBRE AS RELAÇÕES ESPACIAIS.
 Resposta: Quando se estuda o relacionamento entre ordenamentos que têm validade espacial diferente, verificamos que os mesmos são aplicados, respectivamente, em Estados soberanos, cujas normas valem dentro dos seus limites espaciais (território), uma vez que os Estados consideram-se independentes uns dos outros, dotados de poderes próprios que lhes asseguram a não ingerência nos seus domínios por parte do outro Estado. Entretanto há casos em que o Estado recorre às normas de um outro Estado para solucionar algumas controvérsias, as quais são estudados no Direito Internacional Público.
18 - DENTRE AS RELAÇÕES ENTRE OS ORDENAMENTOS JURÍDICOS, FALE SOBRE AS RELAÇÕES MATERIAIS.
Resposta: Nas relações que se desenvolvem entre o ordenamento do Estado e o ordenamento da Igreja Católica, os dois tem a mesma validade temporal, por serem contemporâneos na sua vigência, e a mesma validade espacial, pois são vigentes no mesmo território, porém não se identificam porque se diferenciam um do outro no que diz respeito ao âmbito de validade material, ou seja, regulam matérias diferentes.

Outros materiais