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Fisiopatologia da asma ASMA Doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade das vias aéreas e por limitação variável ao fluxo aéreo, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar. (Diretriz da Sociedade Brasileira de Pneumologia para Manejo da Asma, 2012 ) Hiper-reatividade: resposta exagerada a doses normais a elevadas de um estímulo Hipersensibilidade: resposta normal a doses anormalmente baixas de um estímulo EPIDEMIOLOGIA 3-7% da população geral; Se 1 dos pais: 25% (Incidência filho) Se ambos pais: 50% (Incidência filho) 50% <10 anos Predominância 3:2 em homens (Crianças) 1:1 em jovens > Mulheres na fase adulta Prepoderância da infância Diminui na fase adulta Aumenta >60 anos EPIDEMIOLOGIA 350.000 internações/ano no Brasil Brasil – 8º lugar em prevalência entre 56 países 4ª causa de hospitalização pelo SUS 3ª causa entre crianças e jovens 1996 – 76 milhões de reais 2,8% do gasto total anual 3º maior gasto com uma doença mortalidade baixa, porém apresenta uma magnitude crescente em diversos países e regiões PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA MEIO AMBIENTE INFLAMAÇÃO BRONCOCONSTRICÇÃO DOENÇA MULTIFATORIAL Asma Brônquica Atópica (extrínsica) ocorre em indivíduos com histórico familiar e é desencadeada por fatores ambientais (Mediado por IgE). Asma Brônquica Não Atópica (intrínsica) etiologia complexa sem relação com patógeno e IgE. Teste positivos para eusinófilos. Tipos de asma Sinais e sintomas: dispnéia súbita, sibilos tosse e expectoração taquipnéia pulso rápido transpiração profusa Fatores desencadeadores: alérgenos extrínsecos irritantes químicos fatores físicos (umidade, temperatura) infecções gravidez fatores genéticos CRISES COM INTERVALOS ASSINTOMÁTICOS Os sibilos é indicativa de obstrução ao fluxo aéreo; contudo, pode não ocorrer em todos os pacientes. Transtorno inflamatório crônico – caracterizado por broncoespasmo, edema da mucosa e produção aumentada de muco. luz brônquica estreitada contração muscular inflamação e espessamento da membrana basal descamação das células epiteliais produção de muco espesso vias aéreas desobstruídas tônus muscular normal membrana basal normal paredes das vias aéreas intactas ASMÁTICO NORMAL PATOLOGIA 10-15 min 4-6 horas Tosse Sibilos Opressão Torácica Falta de ar Inflamação Aguda Inflamação Crônica CRISES AGUDAS REMODELAMENTO Dano Epitelial Modificações Estruturais Processo Inflamatório na Asma ECP: Proteína catiônica eosinofilica 1 2 3 4 – Resposta aguda 5 6 6 6 7 – Resposta crônica MPB: Proteína básica principal Desequilíbrio entre a resposta Th1 e Th2 na Asma BRONCOESPASMO IgE exposição a alérgenos e fatores causais estimulação de IgE mediadores inflamatórios dos mastócitos e basófilos FISIOPATOLOGIA DA ASMA espasmógenos: histamina PGD2 LTC4 / LTD4 quimiotaxinas: LTB4 quimiocinas INFLAMAÇÃO DAS VIAS AÉREAS broncodilatadores glicocorticóides Basófilos Mastócitos conteúdo dos grânulos histamina mediadores lipídicos derivados da membrana prostaglandinas leucotrienos produção de citocinas interleucinas infiltração de células Th2 que liberam citocinas e ativação das células inflamatórias, particularmente eosinófilos HIPER-REATIVIDADE DAS VIAS AÉREAS LIMITAÇÃO DO FLUXO AÉREO Vasodilatação e congestão dos vasos brônquicos e consequente edema com espessamento da membrana basal (infiltrado celular e ficbrogênese); Hipersecreção mucosa, aumento da secreção intraluminal e obstrução das vias aéreas; Contração e encurtamento da musculatura lisa que envolvea via aérea, com o aumento de massa muscular, hipertrofia muscular. EXAME FÍSICO* RADIOGRAFIA DIAGNÓSTICO ESPIROMETRIA OUTROS Sibilos, dispnéia, tosse *Método Objetivo, sintomas não exclusivos de asma Exclusão de tuberculose, ICC Prova de função pulmonar (Qnt e Velocidade de ar na expiração e inspiração) Teste de broncoprovocação, Medidas de PFE, Saturação O2; PaCO2, pH sanguíneo Capacidade vital forçada (CVF): representa o volume máximo de ar exalado com esforço máximo, a partir do ponto de máxima inspiração. Volume expiratório forçado no tempo (VEF): representa o volume de ar exalado num tempo especificado durante a manobra de CVF; por exemplo VEF1 é o volume de ar exalado no primeiro segundo da manobra de CVF (Diretriz da Sociedade Brasileira de Pneumologia para Manejo da Asma, 2012 ) A resposta ao broncodilatador é considerada significativa e indicativa de asma quando o VEF1 aumenta, pelo menos: Usa-se broncodilatadores de curta duração. Teste Hiper-responsividade das vias áreas Medida através da inalação de substâncias broncoconstritoras: •metacolina, •Carbacol, •Histamina Ou testada pelo teste de broncoprovocação por exercício. Teste de broncoprovocação química com resultado negativo, em indivíduos sintomáticos, exclui o diagnóstico de asma como causa desses sintomas. Não exclusivo para diagnóstico da asma. Pico de fluxo expiratório (PFE): Medidas matinais e vespertinas do PFE devem ser obtidas durante duas semanas. A diferença entre os valores matinais e vespertinos é dividida pelo maior valor e expressa em percentual. •Variações Diurna: superiores a 20% são consideradas positivas. O PFE avalia grandes vias aéreas, é esforço- dependente, produz medidas de má qualidade, e seus valores variam entre os diversos aparelhos. CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA ASMA NÍVEIS DE CONTROLE DA ASMA MANEJO DA ASMA BASEADO NO NÍVEL DE CONTROLE DA ASMA CONTROLE ATUAL E PREVENÇÃO DE RISCOS FUTUROS CLASSIFICAÇÃO DA INTENSIDADE DE EXACERBAÇÃO IDENTIFICAÇÃO DO ASMÁTICO DE RISCO 3 ou mais visitas à emergência ou 2 ou mais hospitalizações nos últimos 12 meses uso freqüente de corticosteróide sistêmico uso de 2 ou mais tubos de aerossol dosimentrado de broncodilatador/mês crise grave prévia, necessitando de internação em UTI ou ventilação mecânica idade avançada incapacidade de completar as sentenças Impacto da asma nas crianças 50% 27% 45% 49% 0 10 20 30 40 50 60 Não participa em actividades recreativas C ri a n ça s (% ) Num inquérito a 637 crianças que utilizam medicamento preventivo, muitas reportaram incapacidade de participar de atividades do dia-a-dia The AIR Study. Asthma in Real Life. Taylor Nelson Sofres Healthcare 1997. Inquérito a doentes, distribuído pelas farmácias do RU; recolheu-se um total de 2,232 inquéritos (534 crianças dos 8-14 anos, 732 pais de crianças dos 0-14 anos e 966 adultos com idade 15 anos. Perguntou-se aos doentes o que não podiam fazer num dia “mau” de asma. Não consegue fazer as mesmas coisas que as outras crianças Não consegue conviver com os amigos Não consegue dormir durante a noite Caso Especiais TRATAMENTO DA ASMA Risco B – Não há estudos adequados em mulheres. Em experiência em animaisnão foram encontrados riscos Risco C – Não há estudos adequados em mulheres. Em experiências animais ocorreram alguns efeitos colaterais no feto, mas o benefício do produto pode justificar o risco potencial durante a gravidez. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Broncodilatadores b2-adrenérgicos Antagonistas muscarínicos Metilxantinas Corticosteróides Cromonas Antagonistas de leucotrienos Modificado de ENADE/MEDICINA, 2013. QUESTÃO Apesar de todos os avanços no conhecimento da fisiopatologia da asma brônquica e da disponibilidade de medicamentos eficazes, a asma continua sendo tratada como doença aguda e, consequentemente, configura-se uma das situações mais frequentes no dia a dia das emergências pediátricas, algumas vezes com desfechos fatais. De acordo com o Diretriz Brasileira no Manejo da Asma, a conduta na crise de asma brônquica depende da sua gravidade. Segundo essa Diretriz, a forma de crise muito grave caracteriza-se, entre outros achados, por apresentar: A sibilos ausentes, com murmúrio vesicular diminuído; frequência respiratória aumentada; frequência cardíaca > 140 bpm ou bradicardia. B sibilos ausentes ou localizados, com murmúrio vesicular normal; frequência respiratória normal ou aumentada; frequência cardíaca > 110 bpm. C sibilos ausentes, com murmúrio vesicular aumentado; frequência respiratória diminuída; frequência cardíaca > 140 bpm ou bradicardía. D sibilos localizados ou difusos, com murmúrio vesicular diminuído; frequência respiratória aumentada; frequência cardíaca > 140 bpm. E sibilos localizados ou difusos; frequência respiratória aumentada; frequência cardíaca > 110 bpm. CLASSIFICAÇÃO DA INTENSIDADE DE EXACERBAÇÃO
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