Buscar

Conteúdo de todas as disciplinas do 5º semestre Direito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
Direito Eleitoral 
 
1. Introdução ao Estudo do Direito Eleitoral 
 
 Conceito de Direito Eleitoral - Ramo do Direito 
Público dedica-se ao estudo das normas e 
procedimentos que organiza e disciplinam o 
funcionamento do poder de sufrágio popular, de modo a 
que se estabeleça a precisa adequação entre a vontade 
do povo e a atitude governamental. 
 
 Objeto – Incumbe ao Direito Eleitoral disciplinar: 
A organização da Justiça e do Ministério Público Eleitoral. 
As diversas fases do processo eleitoral. 
a) o alistamento eleitoral: inscrição, transferência, 
cancelamento e exclusão de eleitores; 
b) o registro de candidatos. 
c) os atos preparatórios à votação: distribuição das seções 
eleitorais e sua composição, material para votação, 
organização das mesas receptoras e respectiva fiscalização; 
d) a votação: a forma do voto e do sufrágio, os lugares de 
votação, a policia dos trabalhos o horário de inicio e de 
encerramento da votação; 
e) a apuração. 
f) a diplomação dos eleitos. 
 
 A estruturação das regras de competência e 
procedimentos em matéria eleitoral; 
 O estabelecimento da punição administrativa e criminal 
no âmbito eleitoral. 
 
 Taxonomia e autonomia – O Direito Eleitoral na 
atualidade é, indubitavelmente, ramo do Direito 
Público. Não menos indiscutível é asseverar que o 
Direito Eleitoral adquiriu autonomia cientifica, didática 
e normativa. A autonomia didática calca-se na presença 
de disciplinas especificas de Direito Eleitoral nos cursos 
de graduação em direito. No que concerne à normativa, 
encontramos no ordenamento jurídico brasileiro uma 
grande quantidade de normas jurídicas autônomas e 
especificas de Direito Eleitoral. 
 
 Fontes – As fonte do Direito Eleitoral estão 
classificadas em dois grandes grupos: fontes diretas ou 
primárias e indiretas ou secundárias. 
 
 Fontes diretas (primárias) 
a) A Constituição Federal – é a fonte suprema, portanto tira 
seu fundamento de validade na carta constitucional, sendo 
que deferiu à União a competência privativa. 
b) O Código Eleitoral Lei nº 4.737/65 – embora 
promulgada à época de sua edição com lei ordinária, porem 
foi recepcionada como lei complementar pela Constituição 
Federal. Dispõe acerca da organização e do exercício de 
direitos políticos, estabelece a composição e competência 
da Justiça Eleitoral, fixa regras ao alistamento eleitoral 
sistemas eleitorais, registro de candidatura, atos 
preparatórios e à votação, à apuração e à diplomação dos 
eleitos. 
 
 A Lei Orgânica dos Partidos Políticos (nº 9.096/65) – 
Dispõe sobre a organização e o funcionamento dos 
partidos políticos brasileiros. 
 A Lei das Inelegibilidades – Elencam hipóteses de 
inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras 
providências. 
 A Lei das eleições – Estabelece normas gerais para as 
eleições brasileiras. 
 
 Fontes indiretas (secundárias) 
a) Código Penal – Fixa regras gerais sobre concursos de 
agentes, tipicidade penal, antijuricidade, tempo e lugar do 
crime, etc.. 
b) Código de Processo Penal – Volta-se ao disciplinamento 
ao devido processo legal, à apuração das infrações penais, a 
fixação da competência entre os diversos juízos criminais. 
c) Código Civil – Destina-se ao domicilio, elencando a 
incapacidade civil, fixa os graus de parentesco. 
d) Código de Processo Civil – Orienta como deve proceder 
na contagem dos prazos processuais e estabelece diretrizes 
recursais. 
e) Resoluções do TSE – Relaciona-se ao poder normativo 
da Justiça Eleitoral. 
 
2. Órgãos da Justiça Eleitoral 
 
Os órgãos da Justiça Eleitoral estão previstos no art. 118 da 
Constituição Federal, são eles: (a) Tribunal Superior 
Eleitoral (TSE); (b) Tribunais Regionais Eleitorais (TRE's); 
(c) Juízes Eleitorais; e (d) Juntas Eleitorais. 
A Justiça Eleitoral não possui quadro próprio de 
magistrados, valendo-se de juízes de outros tribunais, de 
membros da advocacia e mesmo de cidadãos idôneos para a 
composição dos seus órgãos. 
Os juízes eleitorais são titulares de zonas eleitorais. Atuam 
essas, na primeira instância, como órgão judiciário singular. 
As zonas eleitorais são unidades de jurisdição eleitoral. Um 
município pode concentrar diversas zonas eleitorais, 
conforme demarcação feita pelo respectivo TRE, ao qual 
couber a divisão da respectiva circunscrição, que, 
entretanto, deve ser aprovada pelo TSE. Paralelamente, 
uma única zona eleitoral pode abranger diversos 
municípios. 
 
 Composição do TSE 
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem sede na Capital 
Federal, Brasília, sendo composto de, no mínimo, sete 
membros, sendo escolhidos (art. 119, da CF): 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) três juízes dentre os ministros do Supremo Tribunal 
Federal (STF); 
b) dois juízes dentre os ministros do Superior Tribunal de 
Justiça (STJ); 
 II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes 
dentre seis advogados de notável saber jurídico e 
idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal 
(STF). 
 
O presidente e o vice-presidente do TSE serão escolhidos 
dentre os ministros do STF, e o corregedor-geral será 
escolhido dentre os ministros do STJ (art. 119, parágrafo 
único, da CF). O TSE coordena toda a justiça eleitoral 
brasileiro sendo o órgão responsável pelas eleições 
presidenciais, que envolve os cargos de presidente e vice-
presidente da república. 
 
 Composição do TRE 
Conforme previsão do art. 120, da CF, haverá um Tribunal 
Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito 
Federal. 
O mesmo artigo, em seu §1º, prevê a composição dos TREs 
da seguinte forma: 
 
2 
 
I - Mediante voto secreto: 
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de 
Justiça; 
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo 
Tribunal de Justiça; 
II - De um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na 
Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, 
de Juiz Federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal 
Regional federal respectivo; 
III - Por nomeação, pelo Presidente da República, de dois 
juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e 
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. 
 
Prevê ainda o mencionado dispositivo constitucional, que o 
presidente e o vice-presidente do TRE serão eleitos, pelos 
seus pares, dentre os desembargadores do Tribunal de 
Justiça. Os TREs são responsáveis pela coordenação das 
atividades da justiça eleitoral no estado ou distrito federal, e 
respondem pelas eleições para os cargos eletivos que 
abranjam a circunscrição estadual, ou regional (no caso do 
DF), envolvendo os cargos de governador e vice-
governador, senador, deputado federal e deputado estadual 
ou distrital. 
 
 Competência da Justiça Eleitoral 
Abrange a realização do alistamento eleitoral o registro de 
candidaturas para disputa de mandado eletivo, o controle da 
propaganda eleitoral, organização e realização dos pleitos 
eleitorais, disponibilidade de transporte e alimentação aos 
eleitores das áreas rurais proclamação dos resultados, 
diplomação dos eleitos, julgamento dos crimes eleitorais, 
das ações impugnatórias e da investigação para apuração da 
pratica de abuso de poder no curso da campanha eleitoral. 
Compete, privativamente, à Justiça Eleitoral o julgamento 
da impugnação ao registro da candidatura, o exame dos 
pedidos de direito de resposta por ofensa nos programas do 
horário eleitoral gratuito a apreciação do recurso contra a 
diplomação, investigação judicial e impugnação do 
mandato. 
 
3. Codificações Eleitorais 
 
Uma das primeiras formasde legislação eleitoral foi 
redigida por Rui Barbosa no que se chamou Lei Saraiva, 
que garantia o voto direto e secreto para todos os cargos 
efetivos do Império, permitiu que os não católicos 
pudessem se eleger e alistar, desde que possuísse renda não 
inferior a duzentos mil-réis, proibiu o voto aos analfabetos 
e incluiu ex-escravos e imigrantes de outras nações. 
A Revolução de 1930, com suas bandeiras de combate à 
fraude e à corrupção eleitorais, foi responsável pela 
codificação eleitoral no país. 
 
Desde então, foram editados cinco Códigos Eleitorais: 
1°Código Eleitoral - Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro 
de 1932, em relação à Lei Saraiva, criou a Justiça Eleitoral 
no âmbito da magistratura nacional. Este Código adotou o 
voto direto, obrigatório, secreto e o sufrágio universal. 
2°Código Eleitoral - Lei nº 48, de 4 de maio de 1935. O 
alistamento e o voto feminino eram obrigatórios para as 
mulheres que exercessem atividade remunerada. Este 
Código trouxe, pela primeira vez, ampla regulamentação 
das atribuições do Ministério Público no processo eleitoral. 
3°Código Eleitoral - Decreto-Lei nº 7.586, de 28 de maio 
de 1945. Conhecido como Lei Agamenon Magalhães, 
antecedeu a Constituição de 1946. Joel José Cândido não o 
considera um verdadeiro Código Eleitoral, pois “esse 
decreto-lei de código não se tratava, e nem de código foi 
chamado pelo legislador”. 
4°Código Eleitoral - Lei nº 1.164, de 24 de julho de 1950. 
Editado já sob vigor da Constituição de 1946, trouxe, como 
inovação em relação às codificações anteriores, capítulo 
sobre a propaganda partidária, garantindo seu livre 
exercício. Extinguiu o capítulo destinado ao Ministério 
Público Eleitoral, tratado de forma ocasional e 
assistemática. 
5°Código Eleitoral - Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965. 
Concebido durante o regime militar, o quinto Código 
Eleitoral brasileiro ainda vigora em alguns de seus 
institutos. Foi, talvez, a nossa melhor lei eleitoral, do ponto 
de vista técnico-legislativo. Sofreu, todavia, várias 
modificações e, hoje, difere bastante de sua forma inicial. 
 
4. Direitos Políticos 
 
 Surgimento – Os direitos políticos surgiram no 
momento em que a monarquia absolutista cedeu lugar à 
soberania popular, quando o povo efetivamente tomou 
consciência de sua força e passou a assumir a 
titularidade de seu próprio destino, exercendo o poder 
como único soberano. É possível a visualização com 
mais nitidez desse fenômeno na democracia direta de 
Atenas e, posteriormente, após a Revolução Francesa. 
 Conceito – Direito Político é o conjunto de normas que 
disciplinam os meios necessários ao exercício da 
soberania popular, sendo esses direitos que credenciam 
o cidadão para a escolha dos responsáveis pelo comando 
do Estado. 
 Alistamento – O alistamento é obrigatório para os 
brasileiros de ambos os sexos maiores de dezoito anos. 
É facultativo para os analfabetos, para os maiores de 
setenta anos e para os maiores de dezesseis e menores 
de dezoito anos. 
 Soberania Popular – Significa que a titularidade do 
poder pertence aos cidadãos. Resume a constatação de 
que o povo é o único titular do poder. Até 1789, 
prevalecia, no mundo o governo chefiado por monarcas. 
No caso do Brasil, a soberania popular está 
expressamente consagrada no §1º do art. 1º da 
Constituição, que dispõe: “todo poder emana do povo, 
que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta Constituição”. 
 Povo – É o conjunto de cidadãos habitantes de 
determinado território. O povo, na condição de titular da 
soberania popular, compreende apenas as pessoas aptas 
ao exercício do direito de voto. Nessa concepção, 
abrange um universo menor de indivíduos do que a 
expressão população. O povo porem, se mantém como 
que uma verdadeira instituição, uma viga fundamental 
da democracia, renovada e revitalizada pelo ciclo das 
gerações. 
 População – É o elemento humano do Estado. 
Compreendem todos os indivíduos residentes no seu 
território, inclusive os estrangeiros. Não traduz um 
conceito jurídico, mas demográfico. 
 Nação – É um grupo de indivíduos que se sentem 
unidos pela origem comum, pelos interesses comuns e, 
principalmente, por ideais e aspirações comuns. Nação 
é uma entidade moral no sentido rigoroso da palavra, 
nação é uma coisa mais do que povo, é uma 
comunidade de consciências, unidas por um sentimento 
 
3 
 
complexo, indefinível e poderosíssimo: o patriotismo. 
(Conforme Darcy Azambuja) 
 Perda dos direitos políticos – Significa impedimento 
para seu exercício. Os casos de perda ou suspenção dos 
direitos políticos estão relacionados no art. 15 da CF, a 
saber: 
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada 
em julgado; 
II – incapacidade civil absoluta; 
III – condenação criminal transitada em julgado enquanto 
durarem seus efeitos; 
IV – recusa de cumprir a obrigação a todos imposta ou 
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII – 
“ninguém será privado de direitos por motivo de crença 
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as 
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta 
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em 
lei”. 
V – improbidade administrativa nos termos do art. 37, §4º - 
“Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, 
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, 
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação 
penal cabível”. 
 
Uma vez configurada qualquer dessas hipóteses, o 
individuo deixa de ter a qualificação jurídica de cidadão 
(art. 71, II, CE). 
Art. 71. São causas de cancelamento: 
II - a suspensão ou perda dos direitos políticos. 
 
A perda dos direitos políticos importa na exclusão da 
cidadania. Implica a própria retirada do nome do eleitor do 
rol dos integrantes do corpo eleitoral, ou seja, o 
cancelamento da inscrição (art. 71, parágrafo único, CE). 
Daí por que o atingido por tão rigorosa sanção não pode 
integrar partido político, muito menos fundar ou comandar 
tais agremiações. 
________________________________________________ 
 
Direito Constitucional III 
 
 O liberalismo econômico foi sem dúvida, fator 
determinante na formação dos Estados Modernos. 
Sendo que necessitava de um órgão soberano, com força 
para organizar e padronizar as relações produtivas e de 
comércio, dando impulso à formação dos Estados 
Modernos. 
 A proposta liberal – Pretendia que o estado passasse a 
servir aos interesses liberais, se tornando um estado 
liberal, e não mais que os burgueses sirvam ao estado. 
Pois com o advento do Liberalismo, veio a caracterizar 
pela ideia de que o individuo possui direitos naturais e 
inalienáveis, tais como o direito a se expressar 
publicamente. Podendo ser definido como um conjunto 
de princípios e teorias políticas, como ponto principal a 
liberdade política e econômica. Neste sentido, os 
liberais são contrários ao forte controle do Estado na 
economia e na vida das pessoas. 
 Sendo correto associar os elementos de identidade 
capitalista a formação do Estado, por que diante de tais 
elementos que constituem o capitalismo, é que será 
possível identificar a forma de atuação econômica do 
Estado, sendo esses elementos como acumulação de 
capital, geração de riquezas, concorrência etc.. 
 Podendo dizer que os ideais iluministas, interviram 
combatendo o mercantilismo que, venha a ser a vertente 
econômica do antigo regime, e defendiam a liberdade 
econômica, e assim consideram a regulamentação 
exagerada da parte do Estado, sendo essaintervenção 
apenas para garantir à propriedade privada, e o livre 
curso das atividades produtivas, destarte, a economia 
deveria fluir livremente, guiado apenas pela “mão 
invisível”, no que seria a relação natural existente entre 
as forças econômica (Adam Smith). 
 Constitucionalismo social - Fenômeno que ocorreu 
porque, após a 1ª guerra mundial, tivemos um resultado 
devastador para o mundo, ficando algumas sociedades 
inclusive nações europeias em grandes ruínas e com 
multidões de desvalidos, pessoas sem condições básicas 
de sobrevivência. Tudo isso levou a necessidade de 
garantir nas constituições a proteção dos chamados 
direitos sociais, diante disso, o Estado não podia ficar 
inerte, contudo, era preciso assegurar direitos mínimos 
sociais. Sendo que não era tradição dentro do 
constitucionalismo os direitos sociais, pois passaram a 
ser integrados a partir da constituição Mexicana e 
Weimar, de forma sistemática. 
 Constituição Programática – Se caracteriza por conter 
normas definidoras e tarefas e programas de ações a 
serem concretizados pelo poder público. Pois contém 
um conjunto de normas-princípios, ou seja, normas 
constitucionais de princípio programático, com 
esquemas genéricos, programas a serem desenvolvidos 
ulteriormente pela atividade dos legisladores ordinários. 
É um fenômeno típico de todos os países. 
 Constituição Compromissória: é a Constituição que 
acolhe ideologias diferentes, mas sem a intenção de 
conciliá-las, sendo esta a única forma encontrada para 
que a Constituição pudesse ser promulgada. Na 
constituição compromissória sintetizando é aquela que 
não exprime uma ideologia unida. Ela é o resultado de 
um consenso possível entre forças políticas muito 
divergentes presentes em um determinado momento do 
constituinte. A Constituição brasileira é profundamente 
compromissória, é estatutária, outorgante. 
 Perfil da CF/88 – Possui abordagem o tanto quanto 
democrática em relação as demais constituições 
(Constituição Cidadã). É evidenciada, pois teve a 
participação do povo. Definiu novos direitos como: 
a) Direito de voto para os analfabetos; 
b) Voto facultativo para jovens entre 16 e 18 anos; 
c) Redução do mandato do presidente de 5 para 4 anos; 
d) Eleições em dois turnos (para os cargos de presidente, 
governadores e prefeitos de cidades com mais de 200 
mil habitantes); 
e) Os direitos trabalhistas passaram a ser aplicados, além 
de aos trabalhadores urbanos e rurais, também aos 
domésticos; 
f) Direito a greve; 
g) Liberdade sindical; 
h) Diminuição da jornada de trabalho de 48 para 44 horas 
semanais; 
i) Licença maternidade de 120 dias (sendo atualmente 
discutida a ampliação). 
j) Licença paternidade de 5 dias; 
k) Abono de férias; 
l) Décimo terceiro salário para os aposentados; 
m) Seguro desemprego; 
n) Férias remuneradas com acréscimo de 1/3 do salário. 
______________________________________________ 
 
4 
 
 
Direito Processual Civil I 
 
 Competência 
 Conceito – Para que possamos expressar de forma clara, 
o que de fato é competência, nada mais é que, a divisão 
das matérias, para órgãos competentes para à sua 
apreciação. Ex: Uma ação contra o Banco do Brasil, 
órgão competente para apreciação desta ação, será a 
Justiça Estadual, por ser uma sociedade de economia 
mista, pois os processos contra o Banco do Brasil 
devem ser impetrados na Justiça Estadual. A 
competência é justamente a limitação do exercício 
legítimo da jurisdição. 
 
 Competência Interna 
 A competência interna divide a função jurisdicional entre 
os vários órgãos da Justiça Nacional, levando em conta os 
seguintes pontos fundamentais de nossa estrutura judiciária: 
1º) existem vários organismos jurisdicionais autônomos 
entre si, que formam as diversas "Justiças" previstas pela 
Constituição Federal; 
2º) existem, em cada "Justiça", órgãos superiores e órgãos 
inferiores, para cumprir o duplo grau de jurisdição; 
3º) o território nacional e os estaduais dividem-se em 
seções judiciárias ou comarcas, cada uma subordinada a 
órgãos jurisdicionais de primeiro grau locais; 
4º) há possibilidade de existir mais de um órgão judiciário 
de igual categoria, na mesma comarca, ou na mesma seção 
judiciária; 
 
A operação tendente a determinar a competência interna, 
diante de cada caso concreto, se faz através de sucessivas 
etapas, cada uma representando um problema a ser 
resolvido, observada a seguinte sequência: 
a) competência de Justiça: qual a Justiça competente? 
b) competência originária: dentro da Justiça competente, o 
conhecimento da causa cabe ao órgão superior ou ao 
inferior? 
c) competência de foro: se a atribuição é do órgão de 
primeiro grau de jurisdição, qual a comarca ou seção 
judiciária competente? 
d) competência de juízo: se há mais de um órgão de 
primeiro grau com as mesmas atribuições jurisdicionais, 
qual a vara competente? 
e) competência interna: quando numa mesma Vara ou 
Tribunal servem vários juízes, qual ou quais deles serão 
competentes? 
f) competência recursal: a competência para conhecer do 
recurso é do próprio órgão que decidiu originariamente ou 
de um superior? 
 
 Competência Externa (Internacional) 
Não cabe ao Estado brasileiro o julgamento de demandas 
que não têm aptidão de gerar efeitos em outro Estado, que 
muito provavelmente não reconhecerá tal decisão. O 
princípio da efetividade determina que a justiça brasileira 
só deva se considerar competente para julgar demandas 
cuja decisão gere efeitos em território nacional ou em 
Estado estrangeiro que reconheça tal decisão, tornando 
assim sua atuação sempre útil e teoricamente eficaz. A 
temática, na verdade, encontra-se com nome inadequado. 
As regras do art. 89 do CPC, em especial, que criam as 
hipóteses de competência exclusiva do juiz brasileiro, não 
retiram propriamente a competência do juiz estrangeiro, 
mas sim sua jurisdição. As limitações impostas pelos arts. 
88 e 89 do CPC traçam objetivamente os limites da 
jurisdição dos tribunais brasileiros, e não tão somente sua 
competência. 
No art. 88 do CPC estão previstas as hipóteses de 
competência internacional concorrente, o que significa 
dizer que tanto o juízo brasileiro como o juízo estrangeiro 
tem competência para o julgamento do processo 
envolvendo as matérias e situações previstas no dispositivo 
legal. Dessa forma, caso a demanda tramite em país 
estrangeiro, a questão da competência não será obstáculo 
para a homologação da sentença estrangeira perante o 
Superior Tribunal de Justiça. 
No art. 89 do CPC encontram-se as hipóteses de 
competência exclusiva do juízo nacional, significando dizer 
que nenhum outro Estado, ainda que contenha norma 
interna apontando para sua competência, poderá proferir 
decisão que seja eficaz em território nacional: ações 
relativas a imóveis situados no Brasil e o inventário e 
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da 
herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território 
nacional. 
Para que a sentença estrangeira possa gerar efeitos em 
território nacional, deverá obrigatoriamente passar por um 
processo de homologação perante o Superior Tribunal de 
Justiça, num procedimento que demonstra ser uma 
verdadeira nacionalização da sentença estrangeira. Uma das 
exigências para que tal homologação ocorra é justamente o 
respeito ao estabelecido no art. 89 do CPC, de forma que o 
impedimento da geração de efeitos de sentença que o 
afronte se dará por meio do julgamento de improcedência 
da homologação. 
 
 Competência Funcional 
Entre elas se classifica: 
a) pelas fases do procedimento 
Na primeiraespécie de competência funcional, a 
competência se fixa por fases do processo, ou seja, o juízo 
que praticou determinado ato processual torna-se 
absolutamente competente para praticar outro ato 
processual previamente estabelecido. Dê-se como exemplo 
a competência absoluta do juízo para liquidar sentença 
genérica por ele proferida, regra somente afastada no caso 
da liquidação individual da sentença coletiva, quando a 
competência para a liquidação individual será do domicílio 
do autor da liquidação. 
 
b) relação entre ação principal e ações acessórias e 
incidentais 
A segunda espécie determina que o juízo da ação principal 
seja absolutamente competente para as ações acessórias e 
incidentais. Por ter exercido a função jurisdicional na ação 
principal, automaticamente receberá a competência para as 
ações acessórias e incidentais. Como exemplo, podem-se 
apontar a reconvenção, ação declaratória incidental, 
oposição (art. 108 do CPC), ação de restauração de autos, 
cautelar, embargos à execução, embargos ao mandado 
monitório, embargos de terceiro. 
 
c) pelo grau de jurisdição 
A terceira espécie de competência funcional configura-se 
na competência por graus de jurisdição, que poderá ser 
recursal ou originária. Na competência funcional recursal, 
em razão da natureza do processo ou de seu procedimento, 
a lei escalona determinados órgãos jurisdicionais em 
diferentes graus de jurisdição para conhecer e julgar a 
demanda. Na competência originária, há indicação expressa 
 
5 
 
da lei de supressão do primeiro grau jurisdicional, sendo o 
Tribunal competente em caráter originário. 
 
d) pelo objeto do juízo 
Finalmente, na quarta hipótese, a competência é 
determinada pelo objeto do juízo, verificada quando numa 
mesma decisão participam dois diferentes órgãos. Pode-se 
indicar tal espécie de competência no procedimento de 
uniformização de jurisprudência (arts. 476 e ss. do CPC) e 
no de declaração incidental de inconstitucionalidade (arts. 
480 e ss. do CPC), nos quais a Câmara ou Turma do 
Tribunal em que são suscitados tais incidentes são 
competentes para decidir o processo em si, aplicando a lei 
ao caso concreto, mas é do Tribunal Pleno a competência 
para fixar a interpretação da lei ou decidir a respeito de sua 
constitucionalidade (art. 97 da CF). 
 
 Competência Territorial 
Segundo previsão do Código de Processo Civil, a 
competência territorial é espécie de competência relativa. 
Por meio da competência territorial se determina qual o 
foro competente para a demanda, o que significa dizer qual 
a circunscrição territorial judiciária competente (comarca na 
Justiça Estadual e seção judiciária na Justiça Federal). 
O foro comum previsto pelo ordenamento brasileiro, em 
tradição seguida universalmente, é o do domicílio do réu. 
Segundo o art. 94 do CPC, essa regra somente se aplica aos 
processos fundados em direito pessoal e direito real sobre 
bens móveis. Dessa forma, as demandas fundadas em direto 
pessoal sobre móvel, direito pessoal sobre imóvel e direito 
real sobre móvel tem como regra de foro comum o 
domicílio do réu. 
Já o art. 96, que trata de inventário, partilha arrecadação, 
cumprimento de disposições de última vontade e ações em 
que o espólio for réu, trata-se de regra de foro especial, na 
qual o foro preferencial será o do autor da herança, ainda 
que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro, o que significa 
dizer que se prefere o foro do último domicílio do de cujus 
no Brasil, ainda que este não coincida com seu último 
domicílio em vida (era domiciliado no exterior quando 
faleceu). No caso de o autor da herança não ter domicílio 
certo, o foro competente será o da situação dos bens. 
Finalmente, apenas se o autor da herança não tiver 
domicílio certo e possuir bens em lugares diferentes, o foro 
competente será do local onde ocorreu o óbito. Essa última 
disposição é criticável, porque o local do óbito pode ser 
diverso dos locais em que o de cujus tinha bens; teria sido 
melhor a previsão de foro concorrente entre os lugares onde 
houvesse bens do falecido. 
Há uma hipótese não descrita pelo artigo ora comentada: 
falecimento no exterior de sujeito que não tem domicílio no 
Brasil, mas que aqui deixou bens. Nas lições da melhor 
doutrina, a solução é a aplicação da regra de foro 
concorrente, admitindo-se a competência de qualquer dos 
lugares onde estejam os bens (inteligência com base no art. 
96, parágrafo único, I, do CPC). 
Segundo o art. 97, será competente o foro do último 
domicílio do réu para as ações em que este for ausente, para 
as ações de arrecadação, inventário, partilha e cumprimento 
de disposição de última vontade. Trata-se de falso foro 
especial de competência territorial, considerando-se que o 
domicílio do ausente é justamente o de seu último 
domicílio, de forma que a regra do art. 97 do CPC somente 
especifica a aplicação da regra do art. 94 do CPC para as 
hipóteses em que o réu for ausente. 
 
Atenção! 
É competente o foro: 
a) A residência da mulher para ação de separação; 
b) Do domicilio ou da residência do alimentando, para ação 
de alimentos; 
c) Do domicilio do devedor para ação de cobrança; 
d) Ação fundada em direito pessoal e em ação em direito 
real sobre bens móveis; 
e) Ação fundada em direito real sobre imóveis é competente 
o foro da coisa; 
f) Em ação que o réu for incapaz, se processará no foro do 
domicilio de seu representante. 
 
 Impedimento e suspeição do Juiz 
As hipóteses de impedimento do juiz estão previstas no art. 
134 do CPC, enquanto as de suspeição estão previstas no 
art. 135 do CPC. São causas de parcialidade do juiz, que 
justificam o seu afastamento da condução do processo. Em 
ambos os casos o juiz pode – deve – de ofício se declarar 
parcial para o julgamento da demanda, remetendo o 
processo ao seu substituto legal por meio de decisão 
interlocutória irrecorrível. Caso não o faça, caberá às partes 
a alegação da parcialidade por meio da exceção ritual, que 
terá o mesmo procedimento na hipótese de suspeição ou de 
impedimento. 
O impedimento do juiz é causa absoluta de parcialidade, 
significando dizer que basta a ocorrência de umas das 
causas previstas pelo art. 134 do CPC, para que o juiz seja 
afastado da condução do processo, não sendo necessária a 
pesquisa a respeito da efetiva influência gerada na 
imparcialidade do juiz no caso concreto. Na exceção de 
suspeição não basta à mera alegação de uma das causas 
previstas no art. 135 do CPC, sendo indispensável que se 
demonstre que a ocorrência dessa causa gerou efetivamente 
a parcialidade do juiz no caso concreto. Parcela da doutrina 
se refere à suspeição, sendo definida por elementos 
subjetivos, enquanto o impedimento é definido por 
elementos objetivos. 
 
A alegação de impedimento ou de suspeição por meio de 
exceção ritual tem algumas características: 
a) deve ser formulada por meio de peça autônoma, 
inclusive nos Juizados Especiais (art. 30 da Lei 
9.099/1995); 
b) a peça deve ser devidamente fundamentada com a 
especificação do motivo da parcialidade do juiz (arts. 134 e 
135 do CPC); 
c) deve ser indicado na peça o rol de testemunhas quando o 
excipiente pretender a produção dessa espécie de prova; 
(d) deve a peça ser instruída com documentos, se existirem 
e for esse o desejo do excipiente; 
(e) será endereçada para o próprio juiz que se aponta como 
parcial. 
 
O juiz excepto, diante do oferecimento da exceção de 
suspeição ou impedimento, pode optar por: 
a) concordar com os fundamentos da exceção, declarar-se 
parcial e determinar o envio do processo ao seu substitutolegal, por decisão interlocutória irrecorrível; 
b) discordar da exceção, oferecendo sua resposta em peça 
escrita, no prazo de 10 dias, devidamente instruída com 
documentos e com indicação do rol de testemunhas, quando 
existirem tais espécies de prova no caso concreto. 
 
A doutrina majoritária entende ser vedado ao juiz excepto o 
indeferimento da petição da exceção, porque, sendo parte 
 
6 
 
no incidente processual criado pela exceção, o juiz é 
incompetente para prolatar tal decisão. 
 
 Prazos processuais 
 
Regra Geral para Contagem de Prazo: 
 Exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento. 
 Os prazos começam a correr a partir do primeiro dia útil 
após a citação. 
 Se a intimação ocorrer em véspera de feriado, o 
primeiro dia do prazo será o primeiro dia subsequente a 
este. 
 Se a intimação ocorrer na sexta-feira o primeiro dia do 
prazo será na segunda-feira, observando-se, no caso de 
ser feriado a regra acima. 
 Se o vencimento do prazo cair em feriado, em dia que o 
fórum não funcionar ou em dia que o expediente forense 
for encerrado antes da hora normal, considera-se 
prorrogado o prazo até o primeiro dia útil. 
 
 Dos atos do Juiz 
Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
 
 Sentenças são os atos pelo qual o juiz põe termo ao 
processo, decidindo ou não o mérito da causa. Em 
decidindo o mérito da causa, a sentença será 
denominada de sentença definitiva; mas se extinguir o 
processo sem julgar o mérito da causa será denominado 
de sentença terminativa. 
 Decisões interlocutórias são os atos pelos quais o juiz, 
no curso do processo, resolve questões incidentes. 
 Despachos são todos os demais atos do juiz praticados 
no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo 
respeito a lei não estabeleça outra forma. 
 
Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista 
obrigatória, independem de despacho, devendo ser 
praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz, 
quando necessário. Recebe a denominação de acórdão o 
julgamento proferido pelos Tribunais. 
As sentenças e os acórdãos conterão um relatório, os 
fundamentos e um dispositivo, em consonância com o art. 
458, CPC; as demais decisões serão fundamentadas, ainda 
que de modo conciso. 
 
 Sentença 
Realmente, só ocorre a decisão interlocutória quando a 
solução da questão incidente não leva ao encerramento do 
feito, que sob pena de nulidade, deverá ser adequadamente 
fundamentada (Constituição Federal, art. 93, IX e art. 165 - 
CPC). 
O titular do interesse em conflito (sujeito da lide) tem o 
direito subjetivo (direito de ação) à prestação jurisdicional, 
a que corresponde um dever do Estado-juiz (a declaração da 
vontade concreta da lei, para pôr fim à lide). 
É através da sentença que o Estado satisfaz esse direito e 
cumpre o dever contraído em razão do monopólio oficial da 
justiça. 
A sentença, portanto, é emitida como prestação do Estado, 
em virtude da obrigação assumida na relação jurídica 
processual (processo), quando a parte ou as partes vierem a 
juízo, isto é, exercerem a pretensão à tutela jurídica. 
 
São elas, tradicionalmente, classificadas em: 
a) sentenças terminativas; 
b) sentenças definitivas; 
 
As terminativas põem fim ao processo, sem lhe resolverem, 
entretanto, o mérito (casos de extinção do processo 
previstos no art. 267). Após elas, subsiste ainda o direito de 
ação, isto é, o direito de instaurar outro processo sobre a 
mesma lide, já que esta não chegou a ser apreciada. 
Definitivas são as sentenças que decidem o mérito da causa, 
no todo ou em parte, e, por isso, extinguem o próprio 
direito de ação. Após essa forma de julgado, não é mais 
possível às partes a propositura de nova demanda judicial 
sobre a mesma lide, porque nela se encontrou solução 
definitiva. 
 Conceitua-se sentença definitiva, o ato decisório do 
juiz, que em primeiro grau de jurisdição, conclui a fase 
cognitiva do processo. 
 
 Decisão interlocutória 
Decisão, em sentido lato, é todo e qualquer pronunciamento 
do juiz, resolvendo uma controvérsia, com o que abrange 
em seu significado, as próprias sentenças. 
A decisão interlocutória, porém, tem um conteúdo 
específico, diante do conceito que o Código lhe emprestou 
de maneira expressa. Corresponde, assim, ao ato pelo qual 
o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente (art. 
162, § 2º - CPC). 
 
 Despachos 
 Despachos são as ordens judiciais dispondo sobre o 
andamento do processo, também denominadas despachos 
ordinatórios ou de expediente. Com eles não se decide 
incidente algum, tão somente, se impulsiona o processo que 
tanto podem ser proferidos ex officio, como a requerimento 
das partes. 
 Deve-se, a propósito, lembrar que, pela sistemática de 
nosso Código, o processo começa sempre por iniciativa da 
parte. Não há instauração ex officio da relação processual. 
Mas, uma vez provocada a atividade jurisdicional pela parte 
interessada, o processo desenvolve-se por impulso do juiz, 
independentemente de nova provocação do litigante (art. 
262 - CPC). 
São exemplos de despachos ordinatórios: o que recebe a 
contestação, o que abre vista para parte, o que designa data 
para audiência, o que determina intimação dos peritos e 
testemunhas etc. 
É importante distinguir entre despacho e decisão, porque do 
primeiro não cabe recurso algum (art. 504 - CPC), enquanto 
desta cabe sempre agravo de instrumento (art. 522). 
Para tanto, deve-se considerar despachos de mero 
expediente que visem unicamente à realização do impulso 
processual, sem causar nenhum dano ao direito ou interesse 
das partes. 
 Caso, porém, ultrapassem esse limite e acarretem ônus ou 
afetem direitos, causando algum dano (máxime se 
irreparável), deixarão de ser de mero expediente e ensejarão 
recurso. Configurarão, na verdade, não despachos, mas 
verdadeiras decisões interlocutórias. 
Para liberar o juiz do peso inútil de despachos meramente 
ordinatórios e sem qualquer conteúdo valorativo, como os 
relativos à juntada e à vista obrigatória, a Lei n. 8.952/94, 
acrescentou ao art. 162 o § 4º, para permitir que o escrivão 
ou secretário, de oficio, os pratique. 
 
 Citação 
Citação é o ato pelo qual se chama ajuízo o réu ou o 
interessado, a fim de se defender (art. 213). Pode ser feita 
 
7 
 
pessoalmente ao réu, ao procurador legalmente autorizado 
ou ao seu representante legal, se for incapaz. É ato 
indispensável à validade do processo (art. 214), até porque, 
sem ela, não se completa a relação processual que deve ser 
estabelecida entre autor, juiz e réu. 
 
 (art. 215) – A citação terá que ser feita pessoalmente ao 
réu, ou ao seu representante legal ou procurador 
legalmente autorizado. 
 (art. 217) – Diante de alguns requisitos, a citação não 
poderá ser feita, a quem estiver assistindo ato de culto 
religioso; a qualquer parente do morto no dia do 
falecimento e nos 07 dias seguintes; aos noivos nos 03 
primeiros dias de bodas; aos doentes enquanto grave seu 
estado. 
 (art. 218) – Também não se fará citação quando se 
verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de 
recebê-la. 
 (art. 219) – A citação válida torna prevento o juízo, 
induz litispendência e faz litigiosa a coisa. 
 (art. 221) – A citação poderá ser feita também através 
pelos correios; por oficial de justiça; por edital; por 
meio eletrônico, regulado em lei própria. 
________________________________________________ 
 
Direito Civil IV 
 
 Posse 
Segundo Venosa, “A posse continua sendo o instituto mais 
controvertidode todo o direito e não apenas do direito 
Civil”. Tudo que de uma forma ou outra se vincula a posse 
é alvo de divergências doutrinárias. 
Mesmo em Roma, o conceito de posse foi sofrendo diversas 
modificações ao logo do tempo por influência econômica 
como também do direito Canônico. 
Atualmente, a concepção mais aceita acerca da posse 
provem de possidere, onde ao verbo sedere se junta o 
prefixo por. Nesse sentido, a posse é o significado de que 
algo se encontra preso ao poder físico de alguém. 
Rudolf Von Jhering (1976:49), doutrinador referência da 
Teoria da Posse afirmava que se distingue um jurista o 
jurista dos demais membros da sociedade pela diferença 
imediata que ele estabelece entre POSSE e 
PROPRIEDADE. 
 
Então o que é posse? 
Posse é o fato que permite e possibilita o direito de 
propriedade. 
Então que não tem a posse, não pode utilizar-se da coisa. 
E propriedade, o que vem a ser? 
Para Maria Helena Diniz, a propriedade é o direito que a 
pessoa física ou jurídica tem de usar, gozar, dispor e reaver. 
 
Corpus e Animus 
Segundo Venosa, “Corpus é a relação material do homem 
com a coisa...”. 
Savigny por sua vez, afirma que “O corpus é o poder físico 
sobre a coisa...”. 
Animus na visão de Venosa, “é a intenção de proceder com 
a coisa como faz normalmente o proprietário” trata-se de 
um elemento subjetivo. 
Savigny afirma que Animus “é a intenção de ter a coisa 
como sua”. 
 
 
 
Resumindo 
Para Savigny, para haver posse, devem estar presentes dois 
elementos, um de natureza objetiva (o corpus) e outro de 
natureza subjetiva (o animus). O corpus é o poder físico 
sobre a coisa, e o animus é a intenção de ter a coisa como 
sua. 
Se faltar à relação jurídica a presença do animus, não 
haverá posse, mas sim, mera detenção. 
Para Ihering, a posse requer somente a presença do corpus. 
Porém, para a teoria objetiva, o corpus não possui o mesmo 
significado que na teoria subjetiva. Nesta teoria, o corpus é 
a visibilidade de propriedade, ou seja, é possuidor, aquele 
que age como tal. 
A teoria objetiva de Ihering é a teoria adotada no Código 
Civil Brasileiro. Nesta teoria é possível o desdobramento da 
posse em posse indireta e posse direta. 
 
Posse indireta (posse de pessoa que tem a coisa em seu 
poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal ou 
real – Artigo 1197 do Código Civil). 
Posse direta (posse daquele que a exerce diretamente sobre 
a coisa, exercendo os poderes do proprietário), e também 
amplia o conceito de posse. 
 
 Propriedade 
A propriedade é um direito real, ou seja, está elencado no 
artigo 1225 do Código Civil. 
Os direitos reais garantem ao seu titular um poder direto e 
imediato sobre a coisa, sobretudo, o direito de seqüela, que 
é o direito de buscar sua coisa de quem injustamente a 
possua ou a detenha. Os direitos reais possuem efeitos 
“erga omnes”, ou seja, contra todos. 
A propriedade confere ao seu titular o direito de usar, fruir, 
dispor e reaver a coisa. 
É um direito complexo em função de existirem vários 
outros direitos consubstanciados, ou seja, inseridos em si; 
absoluto por garantir ao seu titular o direito de utilizar da 
coisa da forma que quiser. 
A posse não se extingue pelo seu não uso; perpétuo por ser 
característica intrínseca da propriedade; exclusivo devido 
ao fato do proprietário poder proibir que terceiro pratique 
qualquer ato de domínio. 
 
O que pode ser objeto da posse de alguém? 
A princípio, o direito Romano conheceu somente a posse de 
coisas como exteriorização do Direito de Propriedade. 
Nesse período, somente as coisas corpóreas eram 
suscetíveis a posse. 
É aquela que, por sua própria substância, pode ser 
percebida pela vista ou tato; pode ser móvel, imóvel ou que 
anda, isto é, move-se por si. 
Atualmente (mesmo com alguma resistência), predomina a 
ideia de que é suscetível de posse tudo aquilo que puder ser 
apropriado e exteriormente demonstrado. 
 
Da aquisição da Posse CC/2002 
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se 
torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer 
dos poderes inerentes à propriedade. 
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: 
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu 
representante; 
II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários 
do possuidor com os mesmos caracteres. 
 
 
8 
 
Observação 
Autor da herança: É o falecido. De quem a sucessão se 
trata. 
Sucessores: Aqueles que são chamados para continuar as 
relações jurídicas do falecido. Podem ser a título universal 
(herdeiro), que concorrem no todo, ou a título singular 
(legatário), que recebe bem certo e determinado. 
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse 
do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir 
sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão 
ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os 
atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a 
violência ou a clandestinidade. 
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova 
contrária, a das coisas móveis que nele estiverem. 
 
Dos Efeitos da Posse 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse 
em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado 
de violência iminente, se tiver justo receio de ser 
molestado. 
 
Turbação 
É a conduta que impede ou atenta contra o exercício da 
posse por seu legítimo possuidor, podendo ser positiva, 
quando o agente de fato invade o imóvel e o ocupa, não 
importando se de forma parcial ou total, ou negativa, 
quando o agente impede que o real possuidor se utilize seu 
bem como, por exemplo, fazendo construções no local. 
Segundo Cesar Fiuza, “Turbação é perturbação” Alias, 
perturbar é o que significa TURBAR. 
Turbar quer dizer incomodar, causar descômodo. 
Exemplo: Fazendeiro que põe seu gado para pastar na 
fazenda do vizinho. É uma verdadeira perturbação. 
O meio para se defender da turbação é a legítima defesa. 
 
Gonçalves afirma que quando o possuidor se acha presente 
e é turbado no exercício de sua posse, pode reagir, fazendo 
uso da defesa direta, agindo, então, em Legítima Defesa. 
Afirma também que a expressão, por sua própria força, quer 
dizer: sem apelar para a autoridade, para a polícia ou para a 
justiça. 
A Legítima Defesa é prevista no art. 23 do Código Penal 
Brasileiro e caracteriza a exclusão de ilicitude ou de 
antijuridicidade, ou seja, quem age em legítima defesa não 
comete crime. 
É a defesa necessária utilizada contra uma agressão injusta, 
atual ou iminente, contra direito próprio ou de terceiro que 
inclui sempre o uso moderado, proporcional e necessário. 
 
O indivíduo, quando repelindo as agressões atuais e injustas 
a direito seu, atua em franca substituição ao Estado, que 
nem sempre pode atuar em todos os lugares e ao mesmo 
tempo, através de seus agentes. E cada vez mais, na pele do 
cidadão comum, arde tal verdade, em face da completa 
falência e ingerência da segurança pública, notadamente nas 
grandes cidades. 
 
Esbulho 
É a retirada forçada do bem de seu legítimo possuidor, que 
pode se dar violenta ou clandestinamente. Neste caso, o 
possuidor esbulhado tem o direito de ter a posse de seu bem 
restituída utilizando-se, para tanto, de sua própria força, 
desde que os atos de defesa não transcendam o 
indispensável à restituição. 
O possuidor também poderá valer-se da ação de 
reintegração de posse para ter seu bem restituído. 
 
Exemplo de Esbulho 
Fazendeiroque arreda sua cerca invadindo o imóvel do 
vizinho subtraindo parte do terreno. 
É também o caso dos posseiros. 
 
E do esbulho, come se defende? 
É através do desforço imediato ou incontinente. 
O desforço imediato ocorre quando o possuidor, já tendo 
perdido a posse (esbulho), consegue reagir em seguida e 
retomar a coisa. 
Art. 1210, § 1º - O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá 
manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que 
o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir 
além do indispensável à manutenção, ou restituição da 
posse. 
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a 
alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. 
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser 
possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, 
se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras 
por modo vicioso. 
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou 
a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa 
esbulhada sabendo que o era. 
 
O que é Ação de Esbulho 
As ações possessórias específicas são três, em capítulo 
especial do CPC, nos artigos 920 a 933. São elas a ação de 
reintegração de posse, a ação de manutenção de posse e a 
ação de interdito proibitório. 
São três as lesões possessórias: esbulho, turbação, e 
ameaça, sendo que para cada tipo de lesão haverá uma 
tutela jurisdicional adequada. 
A legitimidade ativa é daquele que sofreu a lesão 
possessória ou seus sucessores, a título singular ou 
universal. 
A legitimidade passiva é daquele que provocou a lesão 
possessória ou seus sucessores. 
Ação de Reintegração de Posse 
É a ação adequada para proteção da posse quando há 
esbulho, ou seja, a perda total da posse molestada 
injustamente. Assim, é um interdito de recuperação da 
posse perdida e a ação tem cabimento quando o possuidor é 
esbulhado através de violência, clandestinidade ou 
precariedade. 
Está prevista no art. 926 do CPC e no art. 1.210 do CC. 
 
Manutenção de Posse 
É a ação adequada para a tutela da posse contra a turbação. 
É a ação do possuidor direto que há impossibilitado de 
exercer tranquilamente a sua posse por ato de outrem. 
Assim, quando não houver perda da posse, mas apenas uma 
limitação, a ação cabível será de manutenção de posse. 
 
Interdito Proibitório 
Trata-se de tutela inibitória, isto é, de demanda preventiva, 
quando ainda não ocorreu a moléstia à posse do 
demandante, existindo apenas ameaça iminente de esbulho 
ou turbação. 
Diferem das outras duas ações que visam a proteger uma 
posse violada. 
Está prevista no art. 932 do CPC. 
 
 
9 
 
Código de Processo Civil 
Art. 932. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo 
receio de ser molestado na posse, poderá impetrar ao juiz 
que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante 
mandado proibitório, em que se comine ao réu determinada 
pena pecuniária, caso transgrida o preceito. 
Art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em 
caso de turbação e reintegrado no de esbulho. 
 
Código Civil 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse 
em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado 
de violência iminente, se tiver justo receio de ser 
molestado. 
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se 
ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça 
logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além 
do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela 
durar, aos frutos percebidos. 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que 
cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas 
as despesas da produção e custeio; devem ser também 
restituídos os frutos colhidos com antecipação. 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os 
frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por 
culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se 
constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e 
custeio. 
 
Importante 
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda 
ou deterioração da coisa, a que não der causa. 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou 
deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar 
que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do 
reivindicante. 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização 
das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às 
voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando 
o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito 
de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
 
Perda da posse 
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a 
vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se 
refere o art. 1.196. 
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não 
presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém 
de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é 
violentamente repelido. 
 
 Direito de vizinhança 
O direito de vizinhança é o ramo do direito civil que se 
ocupa dos conflitos de interesses causados pelas recíprocas 
interferências entre propriedades imóveis próximas. 
Não há necessidade que as propriedades aqui tratadas sejam 
contíguas, basta que sejam próximas para que se possa ter 
lugar a interferência que será então coibida pelas normas 
protetoras do direito de vizinhança. 
 
O que é esse direito? 
São regras básicas que tendem a satisfazer os conflitos de 
propriedades opostas com objetivo de tentar definir regras 
básicas da situação de vizinhança. 
Resumindo: O direito de vizinhança busca satisfazer os 
interesses de proprietários opostos. 
 
Características do Direito de Vizinhança 
1- Regular situação de conflitos entre proprietários 
estabelecendo limites, restrições ao uso da propriedade. 
Trata-se de deveres criados por lei. 
2- Não visa criar vantagens para os conflitantes, mas tão 
somente evitar a ocorrência de prejuízos. Desse modo, as 
restrições impostas às partes são chamadas de restrições 
defensivas. 
3- Coibir interferência indevida em imóveis vizinhos das 
proximidades. 
 
Observação: Estas interferências devem surgir do ato da 
utilização do imóvel vizinho, ou seja; DEVEM SER 
SEMPRE DE FORMA INDIRETA. 
 
Por que as interferências devem ser sempre indiretas, ou 
seja; por que devem surgir do ato de utilização do imóvel 
vizinho? 
Resposta: se for um ato voltado, consciente para interferir 
no imóvel vizinho, estremos diante de um ato ilícito. 
 
Exemplo 1 
João atira uma pedra no imóvel do vizinho e lhe causa 
prejuízos. 
Esta situação trata-se de ato ilícito e deve ser tratada como 
tal, não cabendo, portanto as regras do direito de 
vizinhança. 
 
Exemplo 2 
Durante a exploração de pedra em uma pedreira voam 
fragmentos para a propriedade próxima causando prejuízo. 
Neste caso não houve a intenção de causar prejuízo e 
devem-se utilizar as regras do direito de vizinhança. 
 
O tema direito de vizinhança liga-se diretamente à função 
social da propriedade e permeia toda sua estrutura. 
 
Nota 
Nos dias atuais, o fenômeno da urbanização em decorrência 
do desenvolvimento das cidades torna mais amplo o campo 
de aplicação do direito de vizinhança, sobretudo nos 
prédios de apartamentos, condomínios regulamentas pela 
lei n.4.591/64, bem como pelo código civil. 
 
Parte Geral do Direito de Vizinhança 
Trata-se de normas que irão definir regulamentar e limitar a 
possibilidade de uso da propriedade, bem como os atos queserão proibidos. 
 
Importante ter em mente 
O direito de vizinhança não admite soluções unilaterais sob 
pena de se estar aniquilando o direito de um das partes. 
Ou se tolhe a atividade danosa e se priva o titular da 
propriedade de seu uso, da sua utilização ou, caso se 
permita o uso, estará se diretamente a propriedade próxima 
que terá por sua vez a utilização comprometida. 
 
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem 
o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à 
segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, 
provocadas pela utilização de propriedade vizinha. 
Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente 
não prevalece quando as interferências forem justificadas 
 
10 
 
por interesse público, caso em que o proprietário ou o 
possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização 
cabal. 
Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser 
toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua 
redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis. 
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a 
exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a 
reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe 
preste caução pelo dano iminente. 
Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em 
que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de 
dano iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias 
contra o prejuízo eventual. 
 
Na busca por se identificar as interferências que devam ser 
permitidas e toleradas, surgem ao longo do tempo algumas 
teorias acerca do direito de vizinhança. 
 
Teoria de Spangenberg (Imissão material) 
Permitia ao proprietário vizinho qualquer atividade desde 
que o incômodo não fosse casado por algo material e nesse 
grupo de proibições incluía agua, fumaça e poeira, por 
serem imissões corpóreas capazes de causarem danos. 
 
Desvantagens da Teoria de Spangenberg 
Excluía o barulho e o mal cheiro que frequentemente 
interferem nas propriedades vizinhas. 
Este princípio caiu em desuso. 
 
Teoria do uso Normal (Ihering -1862) 
Ihering procurou diferenciar os casos em que a interferência 
deveria ser suportada daquelas nas quais deveriam ser 
repelidas. 
Em sua teoria, Ihering propôs um standard do uso norma da 
propriedade e para aferir esse uso normal era necessário 
perquiri os aspectos ativo e passivo do uso da propriedade. 
 
Do aspecto ativo 
É necessário saber se a utilização da propriedade está 
dentro dos parâmetros já consagrados em determinada 
região. 
Do aspecto passivo 
Deve-se avaliar a receptividade do homem mediano, que 
Ihering denominou de GRAU MÉDIO DE 
TOLERABIIIDADE naquela determinada época e 
localidade, no sentido de que esses standards são relativos e 
flexíveis. 
A Teoria de Ihering está consagrada no Código Civil 
Alemão e vem sendo usada n o Direito Civil Brasileiro 
desde 1916. 
 
Parte Especial do Direito de Vizinhança 
Nesta parte temos: 
A) Árvores Limítrofes, 
B) Passagem Forçada, 
C) Passagem de cabos e tubulações, 
D) Águas comuns, 
E) Linhas divisórias de Direito de tapagem, 
F) Direito de Construir e auxilio mútuo. 
 
Das árvores limítrofes 
Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, 
presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios 
confinantes. 
Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que 
ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, 
até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno 
invadido. 
Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho 
pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de 
propriedade particular. 
 
Da passagem forçada 
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via 
pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de 
indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar 
passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se 
necessário. 
§ 1º Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais 
natural e facilmente se prestar à passagem. 
§ 2º Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que 
uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou 
porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem. 
§ 3º Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda 
quando, antes da alienação, existia passagem através de 
imóvel vizinho, não estando o proprietário deste 
constrangido, depois, a dar uma outra. 
 
Da passagem de cabos e tubulações 
Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que 
atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o 
proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu 
imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos 
subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito 
de proprietários vizinhos, quando de outro modo for 
impossível ou excessivamente onerosa. 
Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que 
a instalação fosse feita de modo menos gravoso ao prédio 
onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, 
para outro local do imóvel. 
Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será 
facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a 
realização de obras de segurança. 
 
Das águas 
Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é 
obrigado a receber as águas que correm naturalmente do 
superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu 
fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio 
inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou 
possuidor do prédio superior. 
Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao 
prédio superior, ou aí colhidas, correrem dele para o 
inferior, poderá o dono de este reclamar que se desviem, ou 
se lhe indenize o prejuízo que sofrer. 
Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do 
benefício obtido. 
Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde 
caem águas pluviais, satisfeitas as necessidades de seu 
consumo, não pode impedir, ou desviar o curso natural das 
águas remanescentes pelos prédios inferiores. 
Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá 
poluir as águas indispensáveis às primeiras necessidades da 
vida dos possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que 
poluir, deverá recuperar, ressarcindo os danos que estes 
sofrerem, se não for possível a recuperação ou o desvio do 
curso artificial das águas. 
Art. 1.292. O proprietário tem direito de construir 
barragens, açudes, ou outras obras para represamento de 
água em seu prédio; se as águas represadas invadirem 
 
11 
 
prédio alheio, será o seu proprietário indenizado pelo dano 
sofrido, deduzido o valor do benefício obtido. 
Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante 
prévia indenização aos proprietários prejudicados, construir 
canais, através de prédios alheios, para receber as águas a 
que tenha direito, indispensáveis às primeiras necessidades 
da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável à 
agricultura e à indústria, bem como para o escoamento de 
águas supérfluas ou acumuladas, ou a drenagem de 
terrenos. 
§ 1º Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também 
assiste direito a ressarcimento pelos danos que de futuro lhe 
advenham da infiltração ou irrupção das águas, bem como 
da deterioração das obras destinadas a canalizá-las. 
§ 2º O proprietário prejudicado poderá exigir que fosse 
subterrânea a canalização que atravessa áreas edificadas, 
pátios, hortas, jardins ou quintais. 
§ 3º O aqueduto será construído de maneira que cause o 
menor prejuízo aos proprietários dos imóveis vizinhos, e a 
expensas do seu dono, a quem incumbem também as 
despesas deconservação. 
 
Dos limites entre prédios e do direito de tapagem 
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar 
ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e 
pode constranger o seu confinante a proceder com ele à 
demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos 
apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, 
repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as 
respectivas despesas. 
§ 1º Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, 
tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas 
ou banquetas, presumem-se, até prova em contrário, 
pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes 
obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, 
a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua 
construção e conservação. 
§ 2º As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que 
servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou 
arrancadas, de comum acordo entre proprietários. 
§ 3º A construção de tapumes especiais para impedir a 
passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, 
pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, 
pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as 
despesas. 
Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro 
meio, se determinarão de conformidade com a posse justa; 
e, não se achando ela provada, o terreno contestado se 
dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo 
possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, 
mediante indenização ao outro. 
 
Do direito de construir 
Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as 
construções que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e 
os regulamentos administrativos. 
Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu 
prédio não despeje águas, diretamente, sobre o prédio 
vizinho. 
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço 
ou varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho. 
§ 1º As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, 
bem como as perpendiculares, não poderão ser abertas a 
menos de setenta e cinco centímetros. 
§ 2º As disposições deste artigo não abrangem as aberturas 
para luz ou ventilação, não maiores de dez centímetros de 
largura sobre vinte de comprimento e construídas a mais de 
dois metros de altura de cada piso. 
Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar 
edificações a menos de três metros do terreno vizinho. 
Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação 
estiver adstrita a alinhamento, o dono de um terreno pode 
nele edificar, madeirando na parede divisória do prédio 
contíguo, se ela suportar a nova construção; mas terá de 
embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do chão 
correspondentes. 
Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisória 
chaminés, fogões, fornos ou quaisquer aparelhos ou 
depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou 
interferências prejudiciais ao vizinho. 
Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as 
chaminés ordinárias e os fogões de cozinha. 
Art. 1.309. São proibidas construções capazes de poluir, ou 
inutilizar, para uso ordinário, a água do poço, ou nascente 
alheia, a elas preexistentes. 
Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer 
obras que tirem ao poço ou à nascente de outrem a água 
indispensável às suas necessidades normais. 
Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou 
serviço suscetível de provocar desmoronamento ou 
deslocação de terra, ou que comprometa a segurança do 
prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obras 
acautelatórias. 
Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem 
direito a ressarcimento pelos prejuízos que sofrer, não 
obstante haverem sido realizadas as obras acautelatórias. 
Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições 
estabelecidas nesta Seção é obrigado a demolir as 
construções feitas, respondendo por perdas e danos. 
Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é 
obrigado a tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante 
prévio aviso, para: 
I - dele temporariamente usar, quando indispensável à 
reparação, construção, reconstrução ou limpeza de sua casa 
ou do muro divisório; 
II - apoderar-se de coisas suas inclusive animais que aí se 
encontrem casualmente. 
 
Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier 
dano, terá o prejudicado direito a ressarcimento. 
________________________________________________ 
 
Direito do Trabalho 
 
 Férias 
 
Conceito 
Por férias entende-se o direito do empregado de paralisar a 
prestação dos serviços, por iniciativa do empregador, 
durante certo número de dias em cada ano, ou seja, é o 
período do contrato de trabalho em que o empregado não 
presta serviços, mas tem direito à remuneração do 
empregador após ter adquirido o direito no decurso de 12 
meses, a fim de lhe proporcionar a recuperação psíquica e 
física, além do convívio social. 
Natureza jurídica 
A natureza jurídica das férias envolve um aspecto negativo, 
que é o período em que o empregado não deve trabalhar e o 
empregador não pode exigir serviços de obreiros, e o 
aspecto positivo, o empregador tem duas obrigações a 
cumprir, ou seja, a obrigação de conceder as férias ao 
trabalhador lhe pagando a remuneração respectiva. É um 
 
12 
 
direito irrenunciável, possui ainda um caráter social, que é a 
oportunidade do trabalhador de ter um tempo maior de 
convívio com sua família e seu circulo social. As férias é 
uma obrigação de fazer e de dar ao mesmo tempo. 
 
Período aquisitivo / concessivo 
Para o empregado ter direito às férias há necessidade de 
cumprir um período que é denominado “aquisitivo”, ou 
seja, o empregado adquirirá o direito de ter férias após 
trabalhar 12 (doze) meses na mesma empresa, é o que 
determina o art. 130 da CLT. Assim, é pressuposto para que 
alguém tenha direito a férias o preenchimento desse 
requisito. Então, cada 12 meses de vigência do contrato de 
trabalho o empregado adquire o direito ao gozo de férias, 
sem prejuízo da remuneração e valendo, para todos os 
efeitos, como tempo de serviço. Findo o período aquisitivo, 
inicia-se outro, também de 12 meses, dentro do qual o 
empregador deverá conceder as férias, conforme suas 
conveniências. Este é o período “concessivo”. 
 O período aquisitivo é o lapso correspondente a 12 meses 
nos quais o empregado trabalha para adquirir férias. 
Período concessivo é o período de 12 meses subsequentes 
ao lapso aquisitivo em que o empregador deverá conceder 
as férias ao empregado. Sendo assim, o período aquisitivo 
não se confunde com período concessivo. Frisando: 
aquisitivo é aquele em que deve ser trabalhado para a 
aquisição do direito de gozar férias. Concessivo é o prazo 
que a lei concede ao empregador para o empregado sair de 
férias. 
 
Art. 130 - CLT 
Faltas Férias/dias 
05 30 
06 a 14 24 
15 a 23 18 
24 a 32 12 
 
Art. 133 – CLT 
Não terá direito a férias o empregado que, no curso do 
período aquisitivo: 
I- deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 
(sessenta) dias subsequentes à sua saída; 
II- deixar de trabalhar, com percepção de salários, por mais 
de 30 (trinta) dias; 
§1º- a interrupção da prestação de serviços deverá ser 
anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social. 
 
Art. 134 – CLT 
As férias serão concedidas por ato do empregador, em um 
só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em 
que o empregado tiver adquirido o direito. 
§1º- somente em casos excepcionais serão as férias 
concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderáser inferior a 10 (dez) dias corridos; 
§2º- aos menores de 18 (dezoito) anos e as maiores de 50 
(cinquenta) anos de idade, as férias serão sempre 
concedidas de um so vez. 
 
Art. 135 – CLT 
A concessão das férias será participada, por escrito ao 
empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) 
dias. Dessa participação o interessado dará recibo. 
§1º- o empregado não poderá entrar em gozo das férias sem 
que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e 
Previdência Social para que nela seja anotada a respectiva 
concessão. 
 
Art. 136 – CLT 
A época da concessão das férias será a que melhor consulte 
os interesses do empregador. 
§1º- os membros de uma família, que trabalhem no mesmo 
estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no 
mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resulta 
prejuízo para o serviço. 
§2º- o empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, 
terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias 
escolares. 
 
Art. 137 – CLT 
Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que 
trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respetiva 
remuneração. 
§1º vencido o mencionado prazo sem que o empregador 
tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar 
reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de 
gozo das mesmas. 
 
Art. 138 – CLT 
Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços 
a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em 
virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com 
aquele. 
 
Art. 473 – CLT 
O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem 
prejuízo do salário: 
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento 
do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, 
declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, 
viva sob sua dependência econômica; 
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; 
III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer 
da primeira semana; 
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em 
caso de doação voluntária de sangue devidamente 
comprovada; 
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se 
alistar eleitor, nos termos da lei respectiva. 
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as 
exigências do Serviço Militar referidas na letra "c" do art. 
65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço 
Militar). 
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando 
provas de exame vestibular para ingresso em 
estabelecimento de ensino superior. 
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que 
comparecer a juízo. 
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na 
qualidade de representante de entidade sindical, estiver 
participando de reunião oficial de organismo internacional 
do qual o Brasil seja membro. 
Remuneração e abono 
A remuneração correspondente sempre ao último salário do 
empregado, acrescido de 1/3 constitucional. Artigo 7º 
inciso XVII da CF. O terço é devido não só quando as 
férias são gozadas, mas também quando são indenizadas, 
sejam integrais ou proporcionais (enunciado nº 328 do 
TST). Ainda, artigo 142 da CLT e Enunciados nºs. 147, 
149, 151 e 253 do TST. 
O empregado deve receber durante as férias a remuneração 
que lhe for devida na data da concessão, e não a que recebia 
durante o período aquisitivo. Sendo o salário pago por hora, 
 
13 
 
a remuneração das férias será a média do período 
aquisitivo, mas aplicando-se o salário da época da 
concessão. Sendo o trabalho pago por tarefa, ter-se-á a 
média da produção do período aquisitivo, mas aplicando-se 
o valor da remuneração da data da concessão. Sendo o 
salário pago por comissão, percentagem ou viagem, será a 
média dos 12 meses anteriores à concessão das férias. Caso 
o empregado também receba salário in natura (alimentação, 
habitação, vestuário), a remuneração das férias será de 
acordo com a anotação na CTPS. Os adicionais por hora 
extra, trabalho noturno, insalubre ou perigoso serão 
incluídos no salário e servirá de base de cálculo para a 
remuneração das férias. Aos cálculos da remuneração, 
acrescenta-se no mínimo um terço, determinado pela 
Constituição Federal como direito dos trabalhadores 
urbanos e rurais. 
Abono pecuniário, também conhecido simplesmente como 
abono, ou até mesmo erroneamente denominado de „vender 
as férias‟. O abono pecuniário, ao contrário do que se 
pensa, é uma faculdade do empregado, que pode converter 
1/3 (um terço) do período de suas férias, no valor da 
remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. 
Todavia, o abono deverá ser requerido ao empregador até 
15 dias antes do término do período aquisitivo. Em se 
tratando de férias coletivas, a conversão deve ser objeto de 
Acordo Coletivo, independentemente de requerimento 
individual. O abono não pode ser concedido a empregado 
sob o regime de tempo parcial (jornada de trabalho de até 
25 horas semanais). 
 
Art. 142 – CLT 
O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração 
que lhe for devida na data da sua concessão. 
§ 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas 
variáveis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, 
aplicando-se o valor do salário na data da concessão das 
férias. 
§ 2º - Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á por 
base a media da produção no período aquisitivo do direito a 
férias, aplicando-se o valor da remuneração da tarefa na 
data da concessão das férias. 
§ 3º - Quando o salário for pago por percentagem, comissão 
ou viagem, apurar-se-á a média percebida pelo empregado 
nos 12 (doze) meses que precederem à concessão das férias. 
 
Art. 145 – CLT 
O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o 
do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) 
dias antes do início do respectivo período. 
Parágrafo único - O empregado dará quitação do 
pagamento, com indicação do início e do termo das férias. 
 
 Assistência na rescisão de contrato de trabalho 
 
 Princípio da uniformização de procedimentos 
Dentre os princípios da Administração Pública, a 
Constituição Federal inclui o da eficiência, segundo o qual 
a atividade administrativa deve ser realizada com presteza, 
segurança e rendimento funcional (art. 37, caput). 
Afora outros requisitos, a prática eficiente de determinados 
atos requer padronização de procedimentos, uma vez que, 
no âmbito do serviço público, rotinas previamente 
estipuladas e de observância obrigatória pelos agentes 
públicos contribuem para a eliminação do improviso e da 
diversificação de conduta. 
Esse princípio também abrange, para os fins 
administrativos da assistência pública, a fixação de 
interpretações uniformes das alterações legislativas recentes 
e ratificações de convenções internacionais, dentre as quais 
se destaca a Convenção nº 132, da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT), que trata das férias 
individuais, bem como a necessidade de adotar a 
jurisprudência consolidada a respeito de determinados 
temas. 
Além de contribuir para a segurança, a certeza e a validade 
dos atos de assistência e homologação, a Instrução 
Normativa nº 3, ao uniformizar procedimentos e 
entendimentos jurídicos, unificam e sistematizam a matéria, 
estabelece padrões de conduta para empregados e 
empregadores e dá publicidade dos entendimentos 
administrativos aos interessados, para que possam pautar 
sua atuação. 
 
 Princípio da não interferência 
Os atos de assistência e homologação à quitação das verbas 
rescisórias apresentam uma característica bastante peculiar: 
podem ser

Outros materiais