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APOSTILA - Evolução do Pensamento Administrativo

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Disciplina
Evolução do Pensamento Administrativo
Professor Edson Ricardo Barbero
São Paulo
2004
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB2
Ementário
O pensamento administrativo, as escolas de administração e o 
paradigma desenvolvimentista. Administração como Ciência. O 
Pensamento Administrativo e o Processo de Modernização da 
Sociedade. A escola Clássica de administração. Historia e Modernidade. 
Administração Científica. Escola de Relações Humanas. Teorias sobre 
motivação e liderança: da Administração de Recursos Humanos 
à Gestão de Pessoas. Processos decisórios nas organizações. O 
estruturalismo e a teoria da burocracia. A teoria dos sistemas abertos e 
as organizações. O sistema e a Contingência: Teoria das Organizações 
e Tecnologia.
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB3
Habilidades e Atitudes
1. Adquirir uma visão global da história do pensamento 
administrativo.
2. Reconhecer na história do pensamento administrativo 
processos inerentes às transformações da sociedade.
3. Trabalhar com a perspectiva e o contexto histórico da 
evolução das ciências e técnicas organizacionais. Estabelecer 
relação entre técnicas organizacionais e a evolução das 
ciências na busca da solução de problemas do Homem.
4. Compreender as razões e as causas do nascimento e 
formação da teoria científica da administração, visando 
formular uma postura crítica e analítica diante dos problemas 
apresentados.
5. Distinguir e analisar as principais características das escolas 
de administração, estudando criticamente suas visões e 
analisando os impactos causados na sociedade a partir de 
suas ações. 
6. Desenvolver senso critico, relacionando diferentes variáveis 
em relação às escolas de administração, como subsídio para 
reflexão diante da tomada de decisão.
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB4
Sumário
01. Aula 01 - As Teorias Administrativas enquanto um produto da 
história 
02. Aula 02 -Administração: Ciência ou Arte?
03. Aula 03 - Pré-Requisitos para o surgimento das teorias 
administrativas 
04. Aula 04 - Taylor e a Escola Científica: As empresas vistas como 
máquinas 
05. Aula 05 - Fayol e a Escola Clássica 
06. Aula 06 - Teoria das Relações Humanas: As empresas vistas 
como grupos sociais 
07. Aula 07 - Decorrências da Escola das Relações Humanas 
08. Aula 08 - Weber e a Teoria da Burocracia 
09. Aula 09 - Abordagem Sistêmica: As empresas entendidas 
como sistemas vivos. 
10. Aula 10 - Decorrências da Abordagem Sistêmica 
11 Aula 11 - Abordagem Contingencialista 
12. Aula 12 - A Administração Japonesa: O Sistema de Produção 
Enxuta 
13. Aula 13 - Administração Japonesa: Tudo pela Qualidade 
14. Aula 14 - Abordagens modernas para a Administração 
15. Aula 15 - Desafios para o futuro
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB5
Aula 01 As Teorias 
Administrativas enquanto um 
produto do contexto histórico
Objetivos da Aula
Ao final desta aula, espera-se que o aluno desenvolva habilidades 
e atitudes para:
• Motivar-se ao estudo da Evolução do Pensamento 
Administrativo;
• Desenvolver compreensão geral dos temas a serem debatidos 
na disciplina.
Introdução:
Desde os primórdios da humanidade, a História tem mostrado que o 
ser humano é fortemente impulsionado pelo desejo de incrementar 
o seu padrão de vida, através do controle das forças da Natureza e do 
seu meio-ambiente. Desde as comunidades primitivas, dedicadas a 
atividades extrativas, passando pelo pastoreio e pela a agricultura de 
subsistência, até os dias atuais, é neste sentido que as organizações 
humanas têm se desenvolvido.
As organizações humanas têm evoluído em complexidade, sempre 
no sentido de proporcionar a seus membros melhores condições de 
subsistência e maior conforto material. Em resumo, os seres humanos 
se associam para conseguir, por meio do esforço conjunto, atingir 
determinados objetivos.
A evolução das organizações e dos arranjos 
produtivos
Para compreendermos a evolução das teorias administrativas, é fundamental 
uma referência, ainda que breve, à evolução das organizações humanas.
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB6
Em que pese a enorme complexidade do assunto, é fundamental 
compreender que as organizações evoluem no sentido de lidar com 
grupos humanos cada vez numerosos e com necessidades crescentes 
em volume e complexidade, o que leva, necessariamente, ao 
estabelecimento de arranjos produtivos cada vez mais elaborados. 
À medida que as atividades humanas envolvem mais indivíduos e 
maiores volumes de recursos, a sua organização oferece novos e 
crescentes desafios, seja qual for a atividade ou conjunto de atividades 
em questão: caça, agricultura, comércio, guerra, etc. O processo de 
tentativa-e-erro de fornecer respostas a estes desafios constitui o 
cerne do processo de evolução das organizações.
Podemos citar um exemplo interessante: no Antigo Testamento, o 
livro do Êxodo narra a história de Moisés conduzindo o seu povo 
através do deserto para a Terra Prometida. Moisés mostra temor 
diante da dificuldade da tarefa; Jetro, seu sogro, recomenda a 
Moisés que estabeleça “lideres sobre dez, líderes sobre cem e líderes 
sobre mil”. Em outras palavras, Jetro sugere a criação de uma cadeia 
de comando que permita que ele, Moisés, se ocupe apenas das 
grandes questões, deixando a estes chefes menores a solução das 
questões corriqueiras. Este exemplo mostra como as necessidades 
forçam as inovações que constituem a evolução das organizações; 
provavelmente, Jetro possa ser considerado o primeiro consultor 
organizacional da História.
Os primeiros modelos: o Exército e a Igreja 
Sendo a guerra uma das atividades humanas mais antigas, as 
organizações militares foram das primeiras a adotar sistemas 
sofisticados de planejamento e comando. Os conceitos desenvolvidos 
e testados nas organizações militares constituem uma forte influência 
na construção do pensamento administrativo.
Assim, também a estrutura organizacional da Igreja Católica ( que foi 
por séculos a maior e até a única grande organização do Ocidente) 
serviu como modelo para várias organizações.
Vemos que alguns conceitos básicos foram percebidos e aplicados 
desde muito cedo na História: a hierarquia e a cadeia de comando 
constituem as primeiras bases do pensamento administrativo.
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB7
Um breve passeio pela História
Sem dúvida, espera-se do administrador a capacidade de identificar 
padrões e tendências e compreender as influências mútuas dos 
eventos que o cercam. Distinguir o fundamental do acessório e o 
duradouro do passageiro é o que possibilita lidar com o presente e 
preparar-se para o futuro.
Assim, é nosso objetivo contextualizar a evolução das teorias sobre 
a administração de organizações humanas em relação ao processo 
histórico. Em outras palavras, questionar a Evolução do Pensamento 
Administrativo em relação à filosofia, à ciência, à tecnologia e ao 
pensamento econômico, vistos como os principais formadores da 
evolução das sociedades humanas.
Ë também necessário manter em vista a grande influência dos grandes 
fatos históricos, em especial as guerras que têm exercido papel 
fundamental na História, condicionando fortemente a evolução das 
sociedades.
Ë claro que os processos de evolução não ocorrem de forma isolada; 
ao contrário, cada evento influencia e é influenciado por todos os 
outros, formando uma “teia” intricada e fascinante. A compreensão 
deste processo, ainda que incompleta, é uma tarefa que vale a pena 
ser empreendida.
O papel da Filosofia
Ao longo da História, diversos filósofos se ocuparam das questõesinerentes ao desenvolvimento e da crescente complexidade das 
organizações, trazendo, mais ou menos diretamente, contribuições 
para as teorias administrativas.
 Sócrates, Platão e Aristóteles ocuparam-se com os problemas éticos, 
políticos e sociais na Grécia Antiga, incluindo aí a preocupação com 
os sistemas políticos (Monarquia, Aristocracia, Democracia) que ainda 
hoje formam as bases da vida em sociedade.
Após o longo período da Idade Média (durante o qual a filosofia parece 
ter se dedicado exclusivamente às questões de teologia) os filósofos 
Iluministas do início da Era Moderna (sec. XVI e XVII), retomaram a 
preocupação com a compreensão racional e consequente domínio 
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB8
dos fenômenos e do ambiente físico.
Francis Bacon (1561-1626) e Renè Descartes (1596-1650) foram os 
grandes expoentes do Iluminismo. Suas obras lançaram as bases 
do pensamento analítico (cartesiano) e do método experimental 
e indutivo. Estas são as bases do que conhecemos como método 
científico.
O método científico viria a fornecer a estrutura teórica e conceitual para 
a incrível onda de progresso científico e tecnológico que, começando 
pela obra de Isaac Newton, levaria à impressionante sucessão de 
inovações tecnológicas ocorrida ao longo do século XVIII. 
Estas inovações possibilitaram, em última análise, o advento da 
Revolução Industrial. Trataremos deste assunto em maior profundidade 
nas próximas aulas.
O pensamento econômico; os economistas 
liberais
A maioria dos autores considera que o pensamento administrativo 
moderno tem origem no pensamento econômico clássico. A partir do 
século XVII, o pensamento econômico começou a desenvolver-se de 
forma independente do pensamento filosófico da época.
Já no século XVIII, o pensamento econômico, dito liberal, passou a ser 
amplamente aceito na Europa. O liberalismo pregava o afastamento 
da economia da influência do Estado, a livre-iniciativa (o chamado 
laissez-faire) e a livre concorrência.
A publicação, em 1776 de “A Riqueza das Nações” de Adam Smith, 
marca para muitos autores o início da Revolução Industrial ; de fato, 
neste livro, surgem pela primeira vez o “princípio da especialização” 
e o “princípio da divisão do trabalho”, que viriam a constituir as bases 
do pensamento administrativo por várias décadas.
Outros economistas liberais influíram fortemente na formação do 
pensamento econômico e administrativo no início da Revolução 
Industrial. James Mill (1773-1826), com o livro “Elementos de Economia 
Política”, publicado em 1826; David Ricardo (1772-1823) e Thomas 
Malthus (1766-1834), que publicaram (respectivamente em 1817 e 
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB9
1820) os seus Princípios da Economia Política.
O liberalismo econômico foi um período de enorme crescimento da 
economia capitalista, baseada na livre concorrência. Esta, porém, 
conduziu a grandes conflitos sociais, causados pela forte acumulação 
de capitais e renda.
A partir de meados do século XIX, a influência do liberalismo econômico 
diminuiu, dando lugar ao então chamado “novo capitalismo” dos 
grandes magnatas (Du Pont, Morgan, Krupp, Rockefeller) e baseado 
na produção em massa em grandes unidades industriais. É neste 
contexto que a Administração começa a tomar a forma e adquirir 
status de ciência.
Invenções, inventores: a “Revolução 
Tecnológica”
Da mesma forma que a maioria dos autores considera a publicação de 
“A riqueza da Nações” como o marco conceitual que inicia a Revolução 
Industrial, a invenção da máquina a vapor por James Watt em 1769 (a 
operação só começaria anos mais tarde, em 1775) foi o grande marco 
tecnológico que abriu caminho para esta mesma Revolução. Alguns 
outros inventos merecem destaque, bem como os seus inventores. 
Salvo raras exceções, todos são britânicos; daremos alguma atenção à 
explicação deste fato em uma próxima discussão.
Em 1698, Thomas Savery colocou em operação uma bomba a vapor 
para drenagem de minas; foi a primeira aplicação comercial de um 
dispositivo a vapor. A partir daí, seguem algumas das principais 
inovações tecnológicas da época:
- 1712 máquina a vapor atmosférica (Thomas Ncomen)
- 1738 lançadeira para manufatura de tecidos (John Kay)
- 1742 máquina de cardar (Lewis Paul)
- 1760 máquina de fiar (James Hargreaves)
- 1769 máquina a vapor com condensador separado ( J a m e s 
Watt)
- 1784 tear mecânico (Edmund Cartwright)
-1799 máquina a vapor de alta pressão
locomotiva a vapor (Richard Trevthick)
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB10
Mais do que a lista de inventos e inventores, é importante lembrar que 
estas ( e centenas de outras) inovações tecnológicas possibilitaram o 
mais espantoso progresso material experimentado pela humanidade 
até então. 
O que entendemos hoje por sociedade industrial se formou a partir 
dos acontecimentos desencadeados por estes inventos, ou melhor, 
pela substituição sistemática e sem precedentes na História do 
trabalho humano e animal pela máquina. A Revolução Industrial foi, 
antes tudo, uma revolução tecnológica.
A organização industrial que se formou a partir dos processos 
brevemente descritos acima é o campo no qual o pensamento e a 
prática administrativa se desenvolveram. Esta é a História que devemos 
compreender. Como as organizações se formam e se modificam para 
atender os anseios das sociedades que lhes dão origem? Qual o papel 
dos seus administradores? 
Compreendendo melhor o passado, lidamos melhor com o presente 
e nos preparamos para o futuro. É a esta tarefa que nos dedicaremos 
durante o nosso curso: Compreender a Evolução do Pensamento 
Administrativo.
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB10
Aula 02
Administração: Ciência ou Arte?
Objetivos da Aula
Nesta aula vamos discutir a necessidade de uma abordagem 
sistemática à teoria administrativa. Pretende-se que ao término 
desta o aluno esteja habilitado para:
- Compreender a inserção do profissional de administração 
nas empresas;
- Estabelecer a importância da compreensão teórica dos modelos 
administrativos.
Conceitos básicos: afinal, o que é administrar?
A administração trata, desde seus primórdios, de organizar o trabalho 
de forma racional. A partir desta premissa, surgem várias definições 
para esta atividade. Maximiano (1997), por exemplo, sugere que “a 
administração é o processo de tomar e colocar em prática decisões 
sobre objetivos e utilização de recursos”. 
Esta e outras definições mostram a administração como uma atividade-
meio; administrar diz respeito ao desempenho de uma organização 
em um certo contexto.
Desempenho, por sua vez, está relacionado aos conceitos de eficácia, 
eficiência e efetividade. Eficácia é a capacidade de realizar objetivos, 
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB11
eficiência é utilizar produtivamente os recursos, efetividade é realizar 
a coisa certa para transformar a situação existente.
Portanto, administração pode ser entendida como o conjunto de 
conceitos e técnicas que permitem que as organizações alcancem 
o desempenho que desejam. Neste contexto, podemos conceituar 
os processos básicos da administração – planejamento, direção, 
organização e controle.
Existem diversos tipos de organizações. Assim, as noções de 
eficiência, eficácia e efetividade - bem como os processos básicos da 
administração - vão assumir características específicas em cada tipo 
de organização. O que devemos ter em mente é que estas funções 
gerais são inerentes a qualquer uma delas.
Tipos de organizações
De forma bastante sintética, podemos classificar as organizações em 
três grandes tipos: governamentais, privadas sem fins lucrativos (o 
chamado3o setor) e privadas com fins de lucro, ou seja, as empresas.
As organizações governamentais têm o objetivo de atender as 
necessidades públicas e de gerir o funcionamento do Estado. As 
necessidades e prioridades são definidas a partir do jogo político 
de forças da sociedade, e decorrem em grande parte do regime 
político (democrático, autoritário, socialista, etc) de cada país. Não nos 
deteremos no estudo destas organizações, deixando também de lado 
as chamadas empresas estatais.
As organizações sem fins lucrativos atuam no âmbito da sociedade civil 
e são pautadas por interesses que podem variar, desde um conjunto 
de membros (um sindicato, por exemplo) até propostas mais amplas 
de transformação social (o caso das ONGs), passando pelas propostas 
de assistência aos carentes (entidades beneficentes). Sua atuação 
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB12
diz respeito a atingir fins públicos, a partir da utilização de recursos 
privados e públicos. 
Já as empresas privadas são caracterizadas por atender as 
necessidades de grupos de consumidores (clientes); são estas o 
foco de nossos estudos, em particular aquelas que atuam em um 
contexto de competição em mercados livres. Para estas organizações, 
desempenho está ligado a conquistar um lugar no mercado em meio 
a outras empresas que oferecem produtos ou serviços semelhantes, 
em regime de livre concorrência.
Administração de empresas
A tarefa de administrar uma empresa - planejar seus objetivos, 
mobilizar os meios necessários para atingi-los e controlar os resultados 
obtidos - tem sido considerada tradicionalmente mais uma arte ou 
uma qualificação adquirida pela experiência, do que um conjunto de 
técnicas baseadas no conhecimento científico. 
Nas fases iniciais de uma empresa, é comum a figura do empreendedor 
solitário, individualista, auto-encarregado de todas as decisões, 
normalmente baseadas mais em suas percepções individuais 
(intuição) do que em análises racionais.
Entretanto, à medida que as empresas crescem, passam a ser compostas 
por um grupo de pessoas, entre as quais, algumas responsáveis pelas 
tomadas de decisões. As contribuições das diversas pessoas que 
compõem a empresa não são iguais, até porque algumas contribuem, 
por exemplo, com capital e outras com trabalho.
Uma empresa é constituída pela associação de elementos 
heterogêneos, cujos interesses podem mostrar-se bastante 
divergentes. No processo de crescimento, a empresa eventualmente 
alcança dimensões tais, que seus dirigentes perdem o controle sobre 
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB13
os seus processos. Em conseqüência disso, surge a figura do diretor 
ou administrador de empresas, que pode ou não ser a pessoa que 
detém a maior parte do capital.
Funções de direção
A direção da empresa tem a função de determinar as políticas 
empresariais de promover a coordenação dos diferentes setores. 
Uma empresa pode ser comparada a uma máquina, cujas peças 
devem se ajustar de modo a atingir o melhor funcionamento geral. 
Para obter este resultado, a direção da empresa dispõe de diferentes 
procedimentos que, conforme já citado, podem ser classificados em:
Planejamento - tomar decisões sobre objetivos, ações futuras e recursos;
Organização - compreende as decisões sobre a divisão de poder; 
autoridade, tarefas e responsabilidades , divisão de recursos;
Coordenação - mobilizar pessoas para atingir os objetivos propostos;
Controle - verificar a compatibilidade entre os objetivos e resultados.
Planejamento
Pode-se considerar o planejamento como um conjunto de decisões 
antecipadas com o objetivo de conduzir a empresa a atingir seus 
objetivos. O planejamento global da empresa, a curto prazo, 
deve considerar principalmente as limitações impostas pelos seus 
componentes mais fracos. Por exemplo: se a empresa tem diante de 
si um mercado de grandes possibilidades, mas sua capacidade de 
produção é insuficiente, o planejamento a curto prazo deverá tomar 
como referência essa capacidade limitada de produção. A longo 
prazo, ao contrário, o objetivo do planejamento deverá ser a redução 
da distância entre os setores mais fracos e aqueles mais fortes. Neste 
exemplo, seria necessário planejar a compra de novas máquinas, a 
contratação de pessoal , etc, para atingir no prazo previsto a plena 
realização do potencial da empresa.
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB14
Organização
A finalidade da organização é maximizar a eficácia no conjunto de 
atividades da empresa. Para isso, a direção deve definir funções, 
obrigações e responsabilidades.
Além disso, é preciso elaborar um sistema de informações, que 
possibilite que as ordens e diretrizes circulem da maneira mais fluente 
possível. Com a devida organização, as operações de caráter repetitivo 
se mecanizam, de forma que sua execução se faça automaticamente , 
com ganho de tempo e rendimento.
A organização bem planejada e executada permite que a direção da 
empresa se ocupe exclusivamente das questões mais importantes. 
Os problemas menos relevantes se solucionam em níveis inferiores 
da estrutura.
O planejamento e a organização são complementares: sem 
planejamento, uma empresa, mesmo perfeitamente organizada, não 
poderá funcionar adequadamente. Do mesmo modo, a melhor idéia 
permanecerá parada na fase de planejamento se não houver uma 
organização adequada para realizá-la.
A estrutura organizacional geralmente obedece a um dos modelos básicos: 
Na organização linear, rigidamente fundamentada na hierarquia e 
unidade de comando, cada subordinado obedece seu chefe imediato, e 
a coordenação se faz exclusivamente por meio da escala hierárquica. 
A organização funcional se propõe a estabelecer a departamentalização 
por funções em todos os níveis da empresa. 
 A organização matricial surge nos casos em que se combinam, numa 
mesma estrutura, a organização funcional e a organização orientada 
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB15
para a realização de projetos concretos. Ocorre assim uma interação 
dos fluxos de autoridade: um vertical, que corresponde à organização 
funcional, e o horizontal, que emana da autoridade técnica.
Coordenação
Para o bom funcionamento da estrutura organizacional de uma 
empresa, é necessário considerar certos princípios referentes à 
coordenação das atividades de seus colaboradores:
1- Princípio da unidade de objetivos: facilitar a contribuição de cada 
indivíduo, departamento ou órgão para atingir os objetivos; 
2- Princípio da eficiência: conseguir os objetivos com o mínimo de custos; 
3- Amplitude da autoridade: encontrar um ponto de equilíbrio em que a 
amplitude de autoridade seja suficientemente pequena para permitir o 
controle, e aberta o bastante para não bloquear o fluxo de informações;
4- Divisão e especialização do trabalho: centralizar a atenção em um 
número menor de operações ou problemas, trazendo maior rendimento 
com o mesmo esforço. Ainda que se reconheça a conveniência da divisão 
do trabalho e a conseqüente especialização dos membros da empresa, 
deve-se considerar que, levada essa prática além de certo limite, os 
resultados podem ser contraproducentes; 
5- Unidade de comando: a organização deve ser disposta de tal modo que, 
em caso de conflito entre ordens emanadas de autoridades diferentes, a 
precedência seja clara;
6-Autoridade e hierarquia. A autoridade consiste no “direito de 
mandar e no poder de fazer-se obedecer”. A par da autoridade se 
situa a responsabilidade; quem exerce a autoridade deve assumir a 
responsabilidade conseqüente. 
Evolução do Pensamento Administrativo - UVBFaculdade On-line UVB16
Controle
A função de controle busca avaliar em que medida os objetivos da 
empresa são atingidos, localizar possíveis desvios e atuar mecanismos 
de correção. 
Existem muitos tipos de controle nas empresas. Por exemplo, o 
controle de qualidade determina se um produto preenche certos 
requisitos. O controle integrado de gestão consiste no emprego de um 
conjunto de subsistemas de controle, que fiscalizam todos os aspectos 
da atividade empresarial e produzem um conjunto de relatórios que 
refletem o estado da empresa em certo momento.
A principal função dos controles é fornecer subsídios para os processos 
de decisão na empresa. A partir dos dados fornecidos pelos sistemas 
de controle, a empresa: (1) orienta o seu processo de planejamento, 
(2) redimensiona sua organização e (3) redefine a coordenação das 
suas atividades.
Deste modo, a função de direção pode ser vista como um processo em 
contínua renovação em função dos desafios propostos pela própria 
organização, e pelo ambiente em que ela atua em contínua interação.
Muitas atividades, que são hoje objeto de tratamento científico, foram 
tidas como arte ou como conjunto de conhecimentos empíricos 
adquiridos pela experiência.
A atividade empresarial não escapou a essa regra. Até o início do 
século XX essa atividade era vista como uma habilidade especial, 
fruto da intuição e exclusividade de certas pessoas. Ã medida que o 
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB17
conhecimento administrativo evoluiu, multiplicaram-se em todo o 
mundo as instituições de ensino da administração como disciplina de 
caráter científico.
A análise operacional, a psicologia industrial, a mercadologia, a 
estatística, a informática e a organização administrativa, entre outras, 
são disciplinas científicas, cujo domínio é obrigatório para dirigentes 
de empresas.
Entre estas disciplinas fundamentais, destaca-se o estudo da Evolução 
do Pensamento Administrativo. O dirigente empresarial deve tentar 
compreender de que maneira as organizações evoluíram para 
responder às solicitações do ambiente em que atuavam. Estudando 
os casos de sucesso, poderemos tentar repeti-los. E, ao compreender 
as razões que conduziram aos grandes fracassos, teremos melhores 
chances de evitá-los.
Prosseguiremos a nossa discussão, portanto, iniciando o estudo de 
um período fascinante da História empresarial; a chamada Revolução 
Industrial. Começaremos analisando os fatos históricos, econômicos e 
tecnológicos que criaram as condições que nos conduziram ao que, 
provavelmente, tenha sido o período de mudanças mais radicais 
e intensas vividas pela humanidade, desde seus primórdios. Até o 
próximo encontro!
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB18
Aula 03
Métodos de Pesquisa Científica 
1ª parte
Objetivos da aula:
Ao final desta, aula espera-se que o aluno tenha desenvolvido 
habilidades suficientes para:
• Identificar os fatores que conduziram à Revolução 
Industrial;
• Discutir as transformações ocorridas neste período e as 
influências ainda presentes;
• Localizar o surgimento da Teorias Administrativas no 
contexto dos eventos históricos relevantes da época.
Os primórdios da Administração de Empresas
Sempre existiram empresas rudimentares, que remontam à época dos 
assírios, babilônios, fenícios etc. Durante toda a Antiguidade e a Idade 
Média, as pequenas empresas de base familiar constituíram a quase 
totalidade dos empreendimentos comerciais. Mesmo nos nossos dias, 
as empresas familiares de pequeno porte constituem uma grande 
parcela da “população”. De forma geral, estas empresas raramente 
adotaram modelos sofisticados de administração.
Sempre houve, porém, exceções; desde a Antiguidade existiram 
grandes organizações comerciais e bancárias, pertencentes às grandes 
famílias da nobreza européia. O comércio de longa distância sempre 
foi um negócio complexo e arriscado, exigindo organizações bem 
estruturadas e demandando complexas estruturas financeiras para o 
Evolução do Pensamento Administrativo - UVB
Faculdade On-line UVB19
seu financiamento.
A História registra a existência de grandes corporações comerciais 
e bancárias na Europa desde o século XIII. Alternando períodos de 
crescimento e estagnação, o comércio europeu desenvolveu-se 
conjuntamente com a evolução dos meios de pagamento e crédito ( a 
cunhagem de moedas de alto valor, a invenção das cartas de crédito, 
etc), o aperfeiçoamento dos controles contábeis ( a invenção na ália 
da contabilidade por partidas duplas) e as inovações técnicas (como 
a bússola, por exemplo) que tornaram possíveis as viagens marítimas 
de longo curso dos séculos XV e XVI.
A evolução do comércio da Europa com o Oriente e depois com o 
Novo Mundo proporcionou o surgimento das grandes Companhias 
mercantis (a Companhia das Índias Orientais, por exemplo), que 
constituíram um capítulo à parte na História do capitalismo, levando 
a Europa pós-feudal a adotar o sistema mercantilista.
O Mercantilismo Europeu
O Mercantilismo foi a política econômica adotada na Europa nos 
séculos XVI e XVII, baseada no absolutismo estatal e na empresa 
privada. A fase de desenvolvimento do mercantilismo corresponde 
à transição do feudalismo para o capitalismo e à formação das 
monarquias nacionais , apoiadas pela burguesia e desejosas de se 
tornarem potências.
Nessa época, a riqueza de uma nação era determinada pela quantidade 
de metais preciosos (ouro e prata) que possuía. Para isso, os Estados-
Nações da Europa buscaram sua expansão marítima e comercial, 
conquistando e explorando novos territórios, utilizando tanto o 
comércio quanto a força das armas.
Particularmente na Inglaterra, a burguesia mercantil se destacava 
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como força econômica e política. Gozando de ampla liberdade. Foi 
enormemente beneficiada pelo comércio exterior, sustentado pelo 
poderio militar e náutico do Reino. Estima-se que metade do ouro 
extraído de Minas Gerais (além de grande parte dos lucros advindos 
do comércio internacional de escravos) no século XVIII tenha ido parar 
nos cofres do Banco da Inglaterra.
Os recursos advindos do comércio durante este período financiaram 
as obras de infra-estrutura (estradas, canais), o que reduziu os custos 
de transação de mercadorias. Além disso, dada a sua abundância, 
garantiram baixas taxas de juros, estimulando os investimentos em 
produção de bens destinados principalmente à exportação, fechando 
assim o circuito.
Os lucros acumulados nas mãos da burguesia inglesa criaram 
simultâneamente a disponibilidade de capitais e a disposição para 
o investimento; essa foi uma das molas mestras da Revolução 
Industrial.
A influência do Liberalismo
O Liberalismo foi a doutrina política e econômica surgida na Europa, 
no século XVIII, associada ao crescimento da classe média. Desafiando 
o Estado absolutista, aristocrático e religioso, os liberais lutaram para 
implantar governos parlamentares e constitucionais, separados do 
clero e da monarquia.
O Liberalismo político defendia as liberdades individuais frente 
ao poder do Estado, oportunidades iguais para todos e o direito 
do indivíduo de seguir a própria determinação, dentro dos limites 
impostos pelas normas, como fundamento das relações sociais. 
O liberalismo econômico propunha o fim da intervenção do Estado 
na economia por acreditar que a dinâmica de produção, distribuição 
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e consumo de bens seria regida por leis próprias, como a lei da oferta 
e da procura.
Seu principal teóricofoi o economista escocês Adam Smith (1723-
1790), autor do livro “Uma Investigação sobre a Natureza e Causas da 
Riqueza das Nações”. Ele propunha uma economia dirigida pelo jogo 
livre da oferta e da procura, (o chamado laissez-faire, “deixai fazer”), 
em contraposição ao Estado absoluto e intervencionista, que até 
então protagonizara o Mercantilismo europeu.
Para Adam Smith, a verdadeira riqueza das nações estaria no trabalho, 
que deve ser dirigido pela livre iniciativa dos empreendedores. O 
liberalismo econômico recebeu, posteriormente, as contribuições dos 
economistas ingleses Thomas Malthus (1766-1834) e David Ricardo 
(1772-1823).
Na obra de Adam Smith, encontram-se as primeira referências à 
divisão do trabalho e à especialização (no seu clássico estudo da 
produção em uma fábrica de agulhas). Ele preconizou a importância 
do planejamento e do controle, do estudo de tempos e movimentos e 
da adequada remuneração dos trabalhadores, que viriam a constituir 
o cerne das teorias da administração moderna.
Revolução Industrial; afinal, o que aconteceu?
Nenhum período da História foi tão esmiuçado e dabatido pelos 
historiadores quanto a Revolução Industrial. Todos concordam que em 
nenhuma outra fase da História a Humanidade viveu transformações 
tão extraordinárias.
Para a maioria dos autores, a Revolução Industrial teve início com a 
invenção da máquina a vapor, por James Watt, em 1776. O trabalho 
do homem, do animal e da roda d’água foi substituído pela máquina, 
surgindo o sistema fabril. O antigo artesão transformou-se em 
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operário, a oficina em fábrica . 
A aplicação da máquina no processo de produção provocou enormes 
mudanças sociais. As novas oportunidades de trabalho provocaram 
migrações e consequente urbanização ao redor de centros industriais. 
A revolução estendeu-se aos meios de transportes e comunicações, 
com o surgimento da navegação a vapor, da locomotiva a vapor, do 
telégrafo, etc. Entre o fim do século XVIII e meados do século XIX, o 
mundo mudou como nunca antes havia mudado.
Não existe, porém, consenso em torno de duas questões centrais: 
O que, exatamente, provocou as radicais mudanças ocorridas entre 
o final do sec.XVIII e a primeira metade do sec.XIX? E por que elas 
começaram exatamente no Reino Unido?
Revolução Industrial; afinal, o que aconteceu? 
Algumas respostas...
De maneira geral, a maioria dos autores concorda sobre a importância 
da influência conjunta dos seguintes fatores:
• a acumulação de capitais, a partir do comércio marítimo e da 
colonização dos novos territórios (principalmente a América), 
além dos ganhos advindos do comércio de escravos;
• a liberalização da sociedade inglesa, com a adoção do 
parlamentarismo monárquico a partir de 1688 (a chamada 
Revolução Gloriosa, com a coroação de Guilherme de Orange), 
que veio a favorecer a burguesia mercantil e a nobreza rural 
progressista;
• a legislação inglesa da época (Declaração dos Direitos, 
em 1689), que limitou o poder do Estado de estabelecer 
monopólios e criar ou aumentar impostos, aumentando 
assim a atratividade das operações comerciais;
• a abundância de carvão, que proporcionou uma fonte de 
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energia muito mais adequada aos processos industriais do 
que a lenha, conferindo à Inglaterra uma enorme vantagem 
competitiva em relação a outros Estados;
• os ganhos de produtividade na agricultura, somados à 
facilidade de importar grãos do Novo Mundo, liberaram um 
enorme contingente de trabalhadores da agricultura para a 
indústria, sem comprometer a oferta de alimentos;
• a existência na Inglaterra, já desde o início do sec. XVIII, de um 
sistema muito consolidado de produção domiciliar voltado 
à comercialização (o putting-out sistem). Neste sistema, os 
artesão trabalhavam por encomenda dos comerciantes, que 
lhes forneciam as matérias primas. O putting-out sistem 
forneceu as bases para o sugimento do modelo de produção 
fabril;
• a liberdade política e a efervescência cultural e acadêmica 
na sociedade abastada da época levaram a progressos 
científicos sem precedentes, com destaque para a obra de 
Isaac Newton e outros;
• a combinação de disponibilidade de capitais, progresso 
científico e livre iniciativa com mercados em expansão 
conduziu a uma incrível onda de inovações tecnológicas, 
baseadas na tecnologia do vapor.
Revolução Industrial; o “marco zero”:
A história da administração moderna surge com o aparecimento da 
grande empresa industrial. Foi a Revolução Industrial que provocou o 
aparecimento da grande empresa e da moderna administração. 
A Revolução Industrial desenvolveu-se em duas fases distintas: 
A primeira fase, de 1780 a 1860, foi a revolução do carvão (como 
principal fonte de energia) e do ferro (como principal matéria-prima). 
A introdução da máquina de fiar, do tear hidráulico e posteriormente 
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do tear mecânico e do descaroçador de algodão provocaram a 
mecanização das oficinas e da agricultura.
A segunda fase, de 1860 a 1914, foi baseada na adoção da eletricidade 
e derivados do petróleo (como as novas fontes de energia) e do aço 
(como a principal matéria-prima).
Com a introdução definitiva da automação e da especialização, ocorreu 
uma intensa transformação dos meios produção , que se estendeu aos 
transportes e comunicações; vieram a estrada de ferro, o automóvel, o 
avião, o telégrafo sem fio, o rádio. O capitalismo financeiro consolidou-
se com o surgimento das grandes organizações multinacionais 
(Standard Oil, General Electric, Westinghouse, Siemens, Dupont, 
United States Steel etc.)
A moderna administração surgiu em resposta ao crescimento 
acelerado e desorganizado das empresas, que forçou a adoção 
sistemas de administração capazes de substituir o empirismo e 
aumentar produtividade das empresas, para fazer face à intensa 
concorrência e à competição entre países que levaria, finalmente, à 
Primeira Grande Guerra, em 1914.
A Moderna Administração 
A moderna administração surgiu no início do século XX, com a 
publicação dos trabalhos de Taylor e Fayol. Esses precursores da 
administração jamais se comunicaram entre si e seus pontos de vista 
são diferentes, até mesmo opostos. As suas idéias se complementam 
e suas teorias dominaram o panorama da administração das empresas 
até meados do século XX.
O americano Frederick Winslow Taylor (1856- 1915) desenvolveu a 
chamada Escola da Administração Científica, com a preocupação 
de aumentar a eficiência da industria por meio da racionalização do 
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trabalho dos operários.
Henri Fayol, engenheiro de minas francês, (1841- 1925) elaborou a 
Escola Clássica da Administração, com a preocupação de aumentar a 
eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação de 
princípios gerais de administração. 
A partir desses dois pioneiros, a história da administração moderna 
pode ser assim resumida : 
- Teoria da Administração Científica: desenvolvida por engenheiros 
americanos, seguidores de Taylor. Preocupavam-se principalmente 
com a organização das tarefas, isto é, com a racionalização do trabalho 
dos operários. 
- Teoria Clássica da Administração: desenvolvida por seguidores de 
Fayol, enfoca a estrutura organizacional da empresa e o processo 
administrativo. 
- Teoria das Relações Humanas: desenvolvida a partir de 1940, nos 
Estados Unidos. Preocupada principalmente com as pessoas, com os 
grupos sociais e com a organização informal.- Teoria da burocracia de Max Weber: desenvolvida a partir de 1950, 
preocupada em integrar todas as teorias das diferentes escolas 
acima.
O conjunto destas escolas forma um corpo teórico conhecido 
como a Perspectiva Clássica da Administração. Vamos estudá-las 
individualmente e em detalhe ao longo das próximas aulas.
Referência Bibliografica
BERNARDES. C. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 1997
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Aula 04
A Administração Científica de 
Taylor a Ford
Objetivos da Aula
Ao final da aula, é esperado que o aluno tenha desenvolvido 
habilidades e competências para compreender:
- Os acontecimentos que, durante o século XIX, culminaram com o 
surgimento das escolas modernas de administração;
- Os aspectos fundamentais da primeira das grandes escolas: a 
Administração Científica;
Também é esperado que o aluno desenvolva habilidades para 
analisar o caso mais clássico de aplicação dos princípios da 
Administração Científica: o fordismo.
O século XIX
No final do século XVIII, a introdução do uso intensivo das máquinas 
a vapor na manufatura, combinada à influência do liberalismo 
econômico, inaugurou um período de profundas mudanças na 
economia e na sociedade: a Revolução Industrial.
Durante a primeira fase da Revolução Industrial (que ficou conhecida como 
a revolução do vapor), começou o desenvolvimento do pensamento 
administrativo, com as obras dos economistas liberais: Adam Smith, Robert 
Malthus, David Ricardo, John Stuart Mill, Samuel P. Newman, entre outros.
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Os economistas liberais abordaram questões que viriam a constituir a 
base teórica do pensamento administrativo. Adam Smith introduziu os 
conceitos da especialização e divisão do trabalho; Malthus e Ricardo 
teorizaram sobre sistemas produtivos; Mill enfatizou as funções de 
controle e Newman abordou as funções do empreendedor. Embora 
genérica e pouco técnica, a contribuição dos economistas liberais 
estabeleceu as bases da teoria administrativa como campo de 
conhecimento independente.
A obra de Charles Babbage (mais conhecido com o precursor do 
computador digital) também influenciou autores posteriores ao 
enfatizar a importância da especialização e divisão do trabalho, 
da padronização dos processos e controles e outros conceitos 
básicos de administração.
A obra do general prussiano Carl Von Clausevitz (1780-1831) também 
merece citação. Em seus tratados “Sobre a Guerra” e ‘Princípios da 
Guerra”, ele estabeleceu alguns princípios fundamentais sobre a 
administração de grandes organizações: o conceito de estratégia, a 
aceitação da incerteza (e a importância do planejamento como forma 
de reduzi-la), o predomínio da razão e do cálculo sobre a intuição no 
processo decisório. 
Os conceitos de Clausevitz foram muito utilizados nas grandes ferrovias 
construídas no início do século XIX. Depois dos exércitos, as ferrovias 
foram as primeiras corporações espalhadas em grandes áreas e que 
exigiam a coordenação precisa de esforços e recursos. Particularmente, 
Henry V. Poor (1812-1905), engenheiro ferroviário admirador e 
estudioso de Clausevitz, empregou e divulgou seus conceitos. Poor é 
considerado o primeiro consultor industrial e precursor do pensamento 
administrativo moderno.
De maneira geral, porém, o século XIX foi caracterizado por um grau 
até então desconhecido de inovação tecnológica e expansão da 
economia mundial. As economias industrializadas (Europa Ocidental, 
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principalmente Inglaterra, os Estados Unidos e posteriormente o Japão) 
experimentaram neste período taxas de expansão sem precedentes. A 
renda nestes países aumentou rapidamente para níveis inimágináveis 
em 1750, e imensamente superiores aos dos países mais “atrasados”, 
como Índia e China.
Este crescimento assombroso foi em grande parte sustentado pela 
adoção quase universal da cartilha liberal; o comércio internacional, 
impulsionado pelos transportes a vapor e pelos avanços nas 
comunicações (o telégrafo e posteriormente o telefone) foi 
tremendamente estimulado por uma política quase uniforme de baixas 
tarifas, pouco protecionismo e até pela aceitação quase universal do 
padrão-ouro, que forneceu uma conveniente base monetária para as 
transações internacionais.
Ao final do século XIX, iniciou-se uma reversão gradual desta tendência 
de liberalização. Gradualmente, os governos passaram a ver o domínio 
de mercados e a acumulação de reservas como de importância bélica. 
O crescimento explosivo e desordenado das grandes corporações 
internacionais européias e americanas levou à intensificação da 
concorrência. O crescente peso político destas corporações fez com 
que os governos adotassem políticas de restrição ao livre comércio, que 
fariam aumentar ainda mais as tensões internacionais, culminando com 
a eclosão da 1a Grande Guerra, em 1914.
A crescente hostilidade dos mercados a partir do final do século XIX 
parece ter sido a causa da preocupação com a eficácia das empresas da 
época. Os conhecidos conceitos assumiram a importância de questões 
vitais para a sobrevivência das empresas e passaram a ser adotados de 
forma ampla. 
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Cronologia das Origens do Pensamento Administrativo:
(extraído de LODI, 2003; origem: Claude S. George Jr.)
Taylor e a Administração Científica
Frederick W. Taylor (1856 - 1915), foi uma das figuras de maior destaque 
na história do pensamento administrativo. Nascido de uma família de 
classe média superior da Nova Inglaterra, teve uma educação primária 
privilegiada, porém, só aos 29 anos concluiu o curso de Engenharia.
Começou a trabalhar como aprendiz e operário de oficina mecânica. 
Em 1878 entrou na Siderúrgica Midvale Steel Co. Em seis anos, foi de 
torneiro a engenheiro-chefe, tendo iniciado seus estudos de tempos e 
processos já em 1881.
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Em 1896, foi para a Bethlehem Steel Works. Seus estudos de 
racionalização do trabalho levaram à redução de uma equipe de 600 
para 140 homens, e diminuição (“de 7/8 para 3/4 de cêntimo”...) nos 
custos de manipulação de materiais.
Taylor publicou diversos trabalhos e registrou várias patentes ao longo de 
sua carreira. A sua principal obra, “Princípios de Administração Científica”, 
é de 1911. Taylor declarou que o principal objetivo da Administração 
Científica consistia em “assegurar a máxima prosperidade para o 
empregador junto com a máxima prosperidade para o empregado”. 
Máxima prosperidade significa para o empregador lucros a curto e a 
longo prazo, e para o empregado, remuneração gradualmente maior e 
pleno desenvolvimento de suas capacidades.
Taylor dizia que a “eficiência administrativa aumenta com a 
especialização do trabalho”. Assim, no início, Taylor preocupou-se 
apenas com processos. Mais tarde, chegaria à caracterização dos seus 
princípios de administração:
 1 - Atribuir a cada operário a tarefa mais elevada possível;
 2 - Solicitar de cada operário o máximo de produção possível;
 3 - Oferecer a cada operário uma remuneração adequada à 
sua produtividade e acima dos padrões normais da época.
A partir de 1911, Taylor passou a ocupar-se, principalmente, da 
identificação dos problemas das empresas, do estudo de suas causas 
e soluções. Ele identificou a “vadiagem” do operário como o grande 
problema da indústria da época, conceituando, assim, as suas causas: 
1 - a idéia dos trabalhadores de que o maior rendimento do homem 
e da máquina terácomo resultado o desemprego de grande número 
de operários;
2 - sistemas defeituosos de gerência, que praticamente obrigavam os 
empregados a “fazer cera” (soldering) no trabalho;
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3 - métodos empíricos antiquados e ineficientes, com os quais o operário 
desperdiçava grande parte de seu esforço.
Em seus estudos, Taylor colocou as seguintes condições para a solução:
1 - Desenvolver novos métodos científicos de trabalho, em lugar dos 
velhos métodos rotineiros;
2 - Selecionar o melhor trabalhador para cada tarefa; em seguida, 
treiná-lo, formá-lo e motivá-lo, criando um “homem de primeira 
classe” (first class man); 
3 - Criar um espírito de cooperação entre a direção e os trabalhadores;
4 - Aperfeiçoar a divisão do trabalho, combinando “seleção científica” e 
a ciência o trabalho.
Taylor também expôs regras e normas para o trabalho de usina ou oficina:
 1 - Para cada indústria e processo, estudar e determinar a técnica mais 
conveniente;
2 - Analisar metodicamente o trabalho do operário, estudar e 
cronometrar os movimentos elementares;
3 - Transmitir instruções técnicas ao operário de forma sistemática;
4 - Selecionar os operários com base em critérios científicos;
5 - Separar as funções de preparação e execução;
6 - Especializar o operário;
7 - Predeterminar tarefas individuais e conceder prêmios pela boa 
execução;
8 - Padronizar ferramentas e utensílios;
9 - Distribuir eqüitativamente, por todo o pessoal, os ganhos decorrentes 
do aumento de produção;
10 - Controlar a execução do trabalho;
11 - Classificar as ferramentas, processos e produtos;
Um dos pontos principais do trabalho de Taylor é a separação 
entre as funções de preparação e as de execução. A finalidade do 
planejamento é estabelecer qual trabalho deve ser feito, como, 
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onde, por quem e, finalmente, quando será executado. Para isso, 
Taylor propunha o emprego de quatro encarregados de preparação 
e quatro encarregados de execução.
Os resultados obtidos por Taylor foram consequência de um estudo 
sistemático de fatores que afetam a produção. Sua contribuição para 
a indústria foi o enfoque científico, substituindo processos rotineiros 
por outros deduzidos de análises prévias. Taylor abordou aspectos 
humanos e psicológicos, assim como os materiais e mecânicos, em suas 
investigações sobre produtividade.
Através da análise do trabalho e estudo de tempos e movimentos, ele 
viu a possibilidade de decompor cada tarefa em uma série ordenada de 
movimentos simples. Assim, procurou eliminar os movimentos inúteis, 
visando a economia de tempos e esforços. Determinando o tempo 
médio que um operário médio levaria para executar determinada tarefa 
(cronoanálise), e adicionando a esse tempo os tempos elementares e 
mortos ( espera, necessidades,...), resulta o TEMPO PADRÃO, conceito 
central na teoria de Taylor.
Vantagens da “Administração Científica”
 - otimização dos movimentos, redução dos tempos de produção;
 - racionalização da seleção e do treinamento;
 - melhoria da eficiência do operário, mais rendimento 
da produção;
 - distribuição uniforme do trabalho;
 - estabelecimento de base uniforme para salários e prêmios;
 - definição mais precisa do custo unitário;
Taylor estabeleceu o conceito de que o ser humano agiria de acordo 
com o seu interesse material (“homo economicus”), ignorando outras 
fontes de motivação e simplificando excessivamente os aspectos 
psicológicos do comportamento. 
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Os princípios de Taylor, apesar de criticados, ainda hoje servem como 
“critérios” gerais para o treinamento da supervisão. A obra de Taylor ainda 
constitui um marco e uma contribuição inestimável à Teoria Administrativa.
O fordismo
Para alguns autores, fordismo é sinônimo de taylorismo; produção em 
massa, linha de montagem automatizada. A Ford representou, por 
décadas, um modelo quase perfeito de aplicação sistemática e maciça 
dos conceitos tayloristas de organização da produção.
Mais do que isso, Ford soube compreender as características da 
sociedade americana da época e, desta forma, construiu uma história 
de enorme sucesso empresarial. O modelo fordista reconheceu o modo 
de organização e atuação dos sindicatos dos trabalhadores, utilizando 
políticas salariais ousadas como um elemento da sua estratégia. 
O método administrativo de fordista apresenta os seguintes 
traços fundamentais:
 1 - racionalização taylorista do trabalho, alto grau de 
especialização;
 2 - desenvolvimento da mecanização utilizando equipamentos 
especializados;
 3 - produção em massa com elevado grau de padronização;
 4 - salários elevados e crescentes, incorporando ganhos 
de produtividade.
Ford levou às últimas conseqüências o emprego da racionalização 
taylorista da produção em série, empregando a linha de montagem e 
a padronização das peças num grau inédito. 
A divisão do trabalho em segmentos de tarefas repetitivas 
exigia uma direção bastante autoritária e a imposição de 
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disciplina ao operário e, portanto, requeria uma pesada 
estrutura de controle/supervisão da produção.
Os anos de crescimento
Em 1902, Ford alugou uma oficina e fundou a Ford Motor. As 
pessoas na época tratavam os carros como brinquedos velozes 
e não vislumbravam o futuro como Henry Ford. Seu valor como 
empreendedor revela-se nestas frases: “...a indústria dos automóveis 
não repousava no que chamaríamos uma base honesta...”, numa dura 
crítica aos empresários da época. E “...até ali por 1910 e 1911, o dono 
de um carro passava por um homem rico que devia ser espoliado. 
Desde o primeiro momento enfrentamos com firmeza tal situação. 
Não queríamos que o nosso êxito comercial se entorpecesse graças à 
cupidez estúpida de alguns indivíduos....”. 
Ford sempre acreditou na utilidade do automóvel; ele devia ser robusto, 
simples, confiável. Baseado nestes princípios, criou o Modelo T (que 
venderia um total de 15 milhões de unidades). Em 1911, Ford terminou 
de construir uma fábrica imensa, ocupando um terreno de 32 acres e 
que chegou a empregar dezenas de milhares de pessoas nos ano 20.
O Milagre Americano da década de 20 foi um período de prosperidade. 
De 1919 a 1929, a produção de automóveis cresceu 255% nos EUA. As 
indústrias expandiam-se impulsionadas pela inovação tecnológica. A 
linha de montagem em série revolucionou a produção industrial. A 
produção em massa proporcionou massificação do consumo.
A combinação destes fatores leva à compreensão do modelo fordista:
 1 - Organização do processo de produção com intensa 
divisão/especialização do trabalho, estruturas empresariais 
altamente hierarquizadas, ênfase na mecanização para a 
solução de problemas técnicos;
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 2 - Acentuada estratificação das qualificações;
 3 - Elevada mobilidade dos trabalhadores entre firmas e regiões;
 4 - Indexação parcial dos salários aos preços e total indexação 
dos salários à produtividade (não explícita), influência 
moderada do desemprego em relação ao salário e baixa 
incidência de benefícios previdenciários em relação aos 
salários;
 5 - Estilo de vida dos assalariados caracterizado pelo 
consumo de massa.
A crise do Fordismo
A crise do fordismo foi estrutural. A fadiga do modelo de produção 
em massa levou à queda dos ganhos de produtividade (escala), o que 
representou o esgotamento do fordismo taylorista como modo de 
organização deprodução.
Os principais fatores que levaram à crise fordista foram:
 1 - Aumento do poder dos sindicatos, questionando alguns 
aspectos básicos de organização e gestão de produção, tais 
como o tempo-padrão, os ritmos de linha de montagem, os 
horários de trabalho, etc;
 2- Recusa dos operários de determinadas formas de 
organização do trabalho, especialmente aquelas com forte 
pressão de tempo;
 3 - Elevação do nível de instrução, fazendo com que cada vez 
menos pessoas se sujeitassem ao trabalho desqualificado 
das linhas de montagem;
 4 - Discrepância entre a administração científica e a tendência 
de avaliar a qualidade e a iniciativa no trabalho;
 5 - Excessiva rigidez do sistema baseado na produção maciça, 
face à necessidade de soluções de maior flexibilidade para 
atender a crescente diversificação e sofisticação da demanda.
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Comparado aos sistemas mais antigos, o fordismo mostrou-se 
tremendamente eficiente na tarefa de expandir mercados. O fordismo 
possuía uma estratégia de crescimento muito explícita: “qualquer 
cor, desde que seja preta”. Esta é frase emblemática do sistema de 
produção em massa voltado ao processo que representou a essência 
do industrialismo do início do século XX. A indústria de massa atende às 
demandas de operários e consumidores pouco exigentes. O fordismo 
taylorista foi vítima da prosperidade que ele próprio ajudou a criar.
A evolução, sofisticação e diversificação das demandas do mercado e 
da concorrência viriam a transformar a indústria e, consequentemente, 
o pensamento administrativo contemporâneo. O foco passaria do 
processo para o cliente, das máquinas para as pessoas. Trataremos 
destes assuntos nas próximas aulas.
Referência Bibliográfica:
BERNARDES. C. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 1997.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração: Teoria, Processo e Prática. São 
Paulo: McGraw Hill, 1987.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração : Abordagens 
Prescritivas e Normativas da Administração. São Paulo: Makron 
Books, 1997.
MOTA, Fernando C. Prestes & VASCONCELLOS, Isabella F. Gouveia de. 
Teoria Geral da Administração. São Paulo: Thomson, 2002.
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Aula 05
Fayol e a Escola Clássica 
Objetivos da aula:
A aula de hoje tem como objetivo promover o estudo dos aspectos 
fundamentais da chamada Escola Clássica de Administração.
Introdução:
Enquanto Frederick Taylor e outros engenheiros americanos 
desenvolviam nos Estados Unidos a Administração Científica, por 
volta de 1916, surgia na França o movimento conhecido como a Teoria 
Clássica da Administração, que logo se espalharia pela Europa.
As duas escolas, Cientifica e Clássica, tinham por objetivo maximizar 
a eficiência da organização, que se tornava questão de sobrevivência, 
à medida que as empresas expandiam-se, levando a concorrência a 
níveis desconhecidos até então. A grande diferença entre as duas é 
que, enquanto Taylor e seus seguidores colocavam toda a ênfase nas 
tarefas (ou seja, no trabalho do operário), os devotos da Teoria Clássica 
da Administração, encabeçado por Fayol, enfocaram a estrutura da 
organização.
Na Escola da Administração Científica, desenvolvida por Taylor, a 
preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa 
por meio do aumento de eficiência no nível operacional. Nesse 
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sentido, essa abordagem trata a organização “de baixo para cima” (do 
operário para supervisor e gerente). Essa análise constituiu a chamada 
“Organização Racional do Trabalho”. 
 Já a Teoria Clássica tinha como preocupação básica aumentar a 
eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos 
competentes da organização e das suas inter-relações estruturais. 
Nesse sentido, essa corrente é inversa à abordagem da Administração 
Científica: de cima para baixo (da direção aos departamentos) e a sua 
principal característica é a ênfase na estrutura.
Partindo da análise do todo organizacional, a Escola Clássica busca 
a eficiência, a partir da otimização da estrutura da organização, 
que levaria naturalmente à máxima eficácia de cada uma das suas 
partes. Taylor enfoca o operário e a sua supervisão, Fayol dá mais 
importância à chefia em si, bem como aos cargos mais elevados 
dentro da empresa.
Vida e obra de Fayol
Henri Fayol (1841 - 1925), nasceu em Constantinopla e faleceu em 
Paris. Formou-se em engenharia de minas aos 19 anos, ingressando, 
então, na empresa metalúrgica e carbonífera, na qual desenvolveu 
toda sua carreira. Aos 25 anos, tornou-se gerente de minas e em 1888, 
aos 47 anos, assumiu a gerência geral da Commanbault, que estava 
em grave crise desde 1943. 
Segundo o seu próprio relato: 
”...houve apenas uma mudança na forma de exercer a função 
administrativa...., os negócios voltaram a prosperar...Com as mesmas 
minas,..máquinas... e recursos...idênticos mercados,..a Sociedade 
começa um movimento ascendente.(..) A aplicação do método de 
administração positiva é a única razão da mudança que se operou a 
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partir de 1888 na vida da Sociedade Commanbault.” 
(Fayol apud PARK ,1997).
Durante muitos anos, Fayol não escreveu nem divulgou suas idéias, 
a não ser em sua própria indústria. Seu livro Administração Geral e 
Industrial (1916) só veio a ser publicado quando Fayol já tinha 70 anos; 
o trecho entre aspas acima foi extraído da tradução brasileira.
Como engenheiro, Fayol acostumou-se a trabalhar baseado em 
princípios e técnicas. Ele levou esse hábito de trabalho para o seu 
cargo de gerente e depois para o diretor, formulando um conjunto 
de “princípios de administração geral” que ele considerava úteis para 
toda situação administrativa, qualquer que fosse o tipo ou ramo da 
empresa.
 Fayol sempre afirmou que seu êxito devia-se não só às suas qualidades 
pessoais mas aos métodos que empregava. Fayol empregou seus 
últimos anos de vida à tarefa de demonstrar que, com previsão 
científica e métodos adequados de gerência, resultados satisfatórios, 
eram inevitáveis, deixando uma influência na administração francesa 
conhecida como “fayolismo”.
Princípios da Administração Fayolista
A ciência da administração, como toda ciência deve basear-se em 
leis ou em princípios. Dessa forma, como a função administrativa 
restringe-se somente ao pessoal, isto é, ao corpo social, é necessário 
um certo número de condições e de regras, as quais poderia-se dar o 
nome de princípios, para assegurar o seu bom funcionamento. 
No livro Administração Geral e Industrial, Fayol elaborou os seus 
princípios gerais da administração, alguns dos quais contrastam com 
os de Taylor. Por exemplo, Taylor propunha o emprego de diversos 
supervisores, cada um especializado em um aspecto da tarefa 
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do operário, enquanto Fayol defendia o princípio de unidade de 
comando, segundo o qual uma pessoa deve ter apenas um chefe no 
seu trabalho.
A fim de delinear a capacidade administrativa, Fayol apresenta 14 
princípios:
• Divisão do Trabalho – especialização das tarefas e pessoas 
para a máxima eficiência;
• Autoridade e Responsabilidade - Uma pessoa responsável 
pelo resultado de uma operação deve ter autoridade 
para tomar as medidas necessárias para o sucesso dessa 
operação;
• Disciplina – obediência, respeito aos acordos;
• Unidade de Comando - um empregado deve receber ordens 
de apenas um superior;
• Unidade de Direção - deve haver “uma cabeça e umplano” para um grupo de atividades que cumpre o mesmo 
objetivo;
• Interesses Gerais – sobrepostos aos interesses particulares
• Remuneração do Pessoal – retribuição justa para a organização 
e para seus colaboradores;
• Centralização – concentração da autoridade no topo da 
pirâmide hierárquica;
• Cadeia de Comando – linha única de autoridade, do topo à 
base;
• Ordem – “um lugar para cada coisa, cada coisa (ou pessoa) 
em seu lugar”;
• Eqüidade – amabilidade e justiça para obter lealdade
• Estabilidade – quanto mais tempo em um cargo, melhor;
• Iniciativa – visualizar um plano e garantir seu sucesso;
• Espírito e Equipe – união e harmonia entre as pessoas.
O caráter universal desses princípios os tornava muito vagos e pouco 
indicativos para decisões específicas, ainda mais que eles podem 
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colidir e auto eliminar-se em um dado momento. Os chamados 
“princípios” de Fayol, como os de Taylor, devem ser tomados como 
critérios genéricos.
As funções Básicas da Empresa
Como a Teoria Clássica da Administração de Fayol enfatiza a estrutura 
da organização, fez-se necessário ao teórico distinguir as funções 
essenciais de uma empresaria. São elas:
• Técnicas – relacionadas à produção;
• Comerciais – compra e venda;
• Financeiras – captação e gerenciamento de capitais;
• Segurança – proteção do patrimônio e das pessoas;
• Contábeis – inventários, balanços, etc;
• Administrativas – integram as outras funções.
Partindo dessas funções, Fayol procurou estabelecer a importância 
relativa dessas diversas funções/capacidades em cada nível da 
empresa (diretor, chefe de serviço técnico, chefe de divisão, chefe 
de oficina, contramestre e operário). Ele sugeriu tabelas de avaliação 
que, embora elaboradas sem rigor estatístico, apresentam uma 
proposição muito útil ainda hoje: “A capacidade técnica é a principal 
capacidade dos chefes inferiores da grande empresa e dos chefes da 
pequena empresa industrial; a capacidade administrativa é a principal 
capacidade dos grandes chefes. A capacidade técnica domina a base da 
escala hierárquica, a capacidade administrativa, o topo.”
Quanto à função administrativa: “nenhuma das outras cinco funções 
tem o encargo de formular o programa de ação geral da empresa, 
constituir seu corpo social, coordenar os esforços e harmonizar os atos. 
Essas atribuições constituem uma função designada, habitualmente, 
pelo nome de Administração”.
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Os Elementos da Administração
Como você estudou, a administração é a principal função do gerente, 
pois imagine uma empresa que tecnicamente é excelente, mas que 
não consegue gerenciar a sua produção. Seria uma loucura, não 
é mesmo?!?! Seguindo essa afirmativa, Fayol destacou as funções 
administrativas ou elementos da administração, como sendo as 
seguinte:
• Previsão – avaliação do futuro e aprovisionamento de acordo 
com essa avaliação em plano de ação que deve ter unidade, 
continuidade, flexibilidade e precisão;
• Organização – provisão do necessário ao funcionamento da 
empresa; dividida em organização material e social;
• Comando – obtenção do máximo empenho dos funcionários 
na consecução dos objetivos da empresa;
• Coordenação – harmonização das atividades da empresa;
• Controle – verificação da conformidade do andamento das 
ações com o planejamento, instruções e princípios.
O diretor, o gerente, o chefe, o supervisor, o encarregado - cada 
qual em seu nível – devem assim exercer todas as atividades acima 
para uma boa gestão; essas atividades são chamadas de processo 
administrativo. 
Lembrando que, independente do ponto hierárquico onde o funcionário 
encontra-se, ele sempre fará parte do processo administrativo, 
entretanto, a medida que se desce na escala hierárquica, mais será 
aumentada a proporção das outras funções da empresa e, a medida 
que sobe na escala hierárquica, mais aumenta a extensão e o volume 
das funções administrativas.
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Comando: Autoridade e Responsabilidade
Mesmo não tendo preocupado-se, excessivamente, em estudar a 
previsão, a coordenação e o controle; Fayol foi bastante específico 
quanto à analise da organização e comando. Quanto organização, ele 
preocupou-se em estudar os tipos de funcionários que comporiam 
os quadros da média e baixa administração, além de determinar suas 
características.
E o qual seria o perfil do chefe? No tocante ao comando, Fayol 
enfatizou o conceito da autoridade como sendo inseparável da 
responsabilidade. Assim sendo, o elemento que exerça um cargo de 
chefia deve:
• Ter um conhecimento profundo de seu pessoal;
• Excluir os incapazes;
• Conhecer os contratos de trabalho entre a empresa e seus 
agentes;
• Dar o exemplo;
• Fazer inspeções periódicas;
• Reunir seus principais colaboradores em conferências, para 
obter unidade de direção e convergência de esforços;
• Não se deixar absorver pelos detalhes;
• Incentivar no pessoal a atividade, a iniciativa e o 
devotamento.
Fayol dizia que a “autoridade é o direito de dar ordens e o poder de exigir 
obediência”. Da mesma forma que a autoridade, a responsabilidade é 
um dos termos mais mal compreendidos na literatura administrativa. 
O termo responsabilidade é usado como sentido de dever, de 
atividade, de atribuição. Diz-se que a responsabilidade é delegada a 
subordinados, embora, na realidade, o que se delegue seja autoridade. 
A essência da responsabilidade é a obrigação de utilizar a autoridade 
para exigir que sejam executadas as tarefas.
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Síntese: A Abordagem Clássica
A abordagem Clássica da Administração tem origem no ambiente 
econômico da época da 2ª Revolução Industrial, a partir de meados do 
século XIX. O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, 
característica desse período, veio a exigir abordagens estruturadas 
das questões de administração. 
Tornava-se imperativo aumentar a eficiência e a competência das 
organizações, no sentido de obter-se o melhor rendimento possível 
dos seu recursos e fazer face à concorrência e à competição que se 
avolumavam entre as empresas. 
O panorama industrial, no início deste século, tinha todas as 
características e elementos para poder inspirar uma Ciência da 
Administração: variedade de empresas, tamanhos diferenciados, 
problemas de baixo rendimento da maquinaria utilizadas, etc. As 
soluções basearam-se, normalmente, no princípio de especialização e 
divisão de trabalho, particularmente entre as funções de planejamento 
e as operacionais, com grande valorização daquelas.
As teorias propostas por Taylor e Fayol deram ênfase à organização 
formal e à racionalização dos métodos de trabalho. A organização 
cientifica do trabalho trouxe uma abordagem rígida, que considera o 
homem quase um acessório da máquina. Na organização fayolista, o 
ser humano é um elemento da estrutura.
A aplicação combinada dos conceitos de ambas levou a indústria a 
novos níveis de eficiência, porém viria a mostrar-se incapaz de resolver 
todas as questões organizacionais. Mesmo assim, a contribuição de 
Fayol foi imensa e poderia talvez ser resumida neste parágrafo:
“Até agora, o empirismo tem reinado na administração dos negócios. 
Cada chefe dirigia à sua maneira, sem se preocupar em saber se há leis 
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que regem a matéria. É necessário introduzir o método experimental, 
como Claude Bernard introduziu na Medicina . Isto é, observar,recolher, classificar e interpretar os fatos. Instituir experiências. Impor 
regras”.
Referência Bibliográfica:
BERNARDES. C. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 1997.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração: Teoria, Processo e Prática. São 
Paulo: McGraw Hill, 1987.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: Abordagens 
Prescritivas e Normativas da Administração. São Paulo: Makron Books, 
1997.
MOTA, Fernando C. Prestes & VASCONCELLOS, Isabella F. Gouveia de. 
Teoria Geral da Administração. São Paulo: Thomson, 2002.
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Aula 06
A Teoria das Relações Humanas 
Objetivos da aula:
Nesta aula espera-se que o aluno desenvolva habilidades e 
competências para:
• Estabelecer as condicionantes históricas e sociais do 
surgimento da Teoria das Relações Humanas;
• Descrever a sua evolução;
• Expor seus princípios;
• Discutir a sua atualidade e aplicabilidade.
Introdução: A Escola das Relações Humanas
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos como 
conseqüência imediata das conclusões obtidas na Experiência em 
Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores. Foi 
basicamente um movimento de reação e de oposição à Teoria Clássica 
da Administração.
A Escola das Relações Humanas é o grande contraponto às teorias 
de Taylor e Fayol, por afirmar que o trabalho é uma atividade grupal 
e que os indivíduos têm motivações não econômicas (psicológicas) 
para o trabalho. A teoria das Relações Humanas só ganhou expressão 
após a morte de Taylor, a partir do início da década de 30. 
A partir da Abordagem Humanística, a Teoria Administrativa sofreu 
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uma verdadeira revolução conceitual, transferindo a ênfase do 
pensamento administrativo dos processos (Taylor) e da estrutura 
(Fayol) para as pessoas que trabalhavam na organização.
Seu surgimento deve-se em grande parte ao desenvolvimento da 
Psicologia, bem como às modificações ocorridas no panorama social, 
econômico e político da época, com destaque para o advento da 
Grande Recessão dos anos 30, que forçou as empresas a redefinirem 
seus conceitos de produtividade.
A Teoria das Relações Humanas surge a partir dos seguintes fatores:
• A necessidade de humanizar e democratizar a administração, 
libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria 
Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo 
americano;
• O desenvolvimento da psicologia e da sociologia no início do 
século XX;
• As conclusões da Experiência de Hawthorne, desenvolvida entre 
1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo.
A Transição: Follet e Barnard
Já a partir do início do século, diversos autores questionaram os 
conceitos da abordagem clássica de Taylor e Fayol, sendo que os mais 
expressivos foram Mary Parker Follet e Chester Barnard. Suas obras 
representam a transição entre a escola Clássica e Científica e a escola 
das Relações Humanas. 
Para muitos estudiosos, a visão de Mary Parker Follet (1868-1933) é até 
mais profunda do que a de Mayo e seus colaboradores. O seu trabalho 
baseia-se na sua crença em soluções positivas para os conflitos. Para 
ela, o conflito é algo inerente às relações humanas e representa a 
diferença que habita a individualidade humana. Cada indivíduo tem 
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propósitos, desejos e vontades próprios, que muitas vezes conflitam 
com os de outros. Assim, também, as organizações têm objetivos que 
conflitam com os de outras organizações e/ou dos indivíduos que 
dela fazem parte.
O conflito, portanto, é algo do qual não podemos fugir. Podemos, 
porém, tratá-lo de diversas formas. Podemos buscar soluções de 
dominação, do tipo um “ganha e outro perde” ou ainda encontrar 
uma conciliação que adie o confronto. Nestas duas formas de tratar 
os conflitos, os desejos de pelo menos uma das partes não foram 
satisfeitos, o que fatalmente fará com que o conflito se manifeste 
novamente, potencializado.
Follet propõe uma terceira solução, a integração. Na integração, o 
conflito seria resolvido de forma a atender ambas as partes, buscando-
se uma solução criativa que não estaria em nenhuma das alternativas 
em conflito. A solução integrativa, portanto, exigiria criatividade; a 
busca de uma terceira alternativa que contemplasse o desejo de ambas 
as partes em conflito. É claro que nem sempre é possível uma solução 
integrativa, mas na maioria dos casos que resultam em dominação ou 
conciliação, em tese seria possível uma solução integrativa. 
Mary Parker Follet e Chester Barnard (1886-1961) compartilham a 
visão de que a organização é um sistema social e que a produção é 
um processo cooperativo que depende da participação integrada de 
seus diferentes componentes. Esta visão da organização como um 
sistema cooperativo é a base de todo o trabalho de Barnard sobre 
as funções do executivo. O executivo, para ele, deveria manter o 
sistema de esforços cooperativos, dando propósito organizacional e 
convergindo a atenção aos interesses individuais (eficiência) e aos da 
organização (efetividade).
A Teoria das Relações Humanas surgiu do amadurecimento destes 
questionamentos. Ela foi desenvolvida principalmente por George 
Elton Mayo, considerado o fundador da escola graças às conclusões 
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obtidas na Experiência de Hawthorne.
Hawthorne: os Estudos de Elton George Mayo
A Western Eletric era uma companhia norte-americana que 
fabricava equipamentos para empresas telefônicas. A empresa 
sempre se caracterizara pela preocupação com o bem estar de seus 
funcionários e por cerca 20 anos não se constatara nenhuma greve ou 
manifestação. 
No período entre 1927 e 1932 foram realizadas pesquisas em uma 
das fábricas da Western Electric Company, localizada em Hawthorne, 
distrito de Chicago. A fábrica contava com cerca de 40 mil empregados 
e as experiências realizadas visavam detectar de que modo 
fatores ambientais - como a iluminação do ambiente de trabalho - 
influenciavam a produtividade dos trabalhadores.
Estas experiências foram coordenadas por Elton Mayo e se estenderam 
ao estudo da fadiga, dos acidentes no trabalho, da rotação de pessoal 
e do efeito das condições físicas de trabalho sobre a produtividade 
dos empregados. 
O principal resultado do experimento de Hawthorne foi seu fracasso 
inicial. Os pesquisadores não conseguiram provar a existência de 
qualquer relação simples entre a intensidade de iluminação e o 
ritmo de produção. Reduzia-se e aumentava-se a iluminação na sala 
experimental. Esperava-se queda na produção quando as condições 
eram pioradas; o resultado foi o oposto. A produção na verdade 
aumentou quase sempre, independente das variáveis ambientais.
Os pesquisadores verificaram que os resultados da experiência eram 
“prejudicados” por variáveis de natureza psicológica. Tentaram eliminar 
ou neutralizar o fator psicológico, então estranho e impertinente. A 
experiência prolongou-se até 1932, quando foi suspensa em razão da 
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crise dos anos 30.
Descrição da Experiência de Hawthorne
Os estudos básicos efetuados por Mayo e seu grupo tiveram 
três fases:
- Sala de Provas de Montagem de Relés
Teve inicio em 1927 e a sua finalidade era realizar um estudo da fadiga 
no trabalho e dos efeitos gerados por mudanças de horários ou 
introdução de intervalos de descanso no período de trabalho.
Foram selecionadas para a experiência seis operárias. A ênfase dada 
pelos pesquisadores estava em se

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