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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS – UFPel
Curso de Direito
DIREITO ELEITORAL: Financiamento de Campanha Eleitoral
RICARDO DE OLIVEIRA SACCO
Pelotas – RS
2018
RICARDO DE OLIVEIRA SACCO
DIREITO ELEITORAL: Financiamento de Campanha Eleitoral
Monografia apresentada ao curso de graduação em Direito UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS – UFPel, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Direito.
Orientador: : Prof.: Marcelo Nunes Apolinário
	
Pelotas – RS
2018
FINANCIAMENTO DE CAMPANHA ELEITORAL
POR:
RICARDO DE OLIVEIRA SACCO
BANCA EXAMINADORA
______________________________
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______________________________
______________________________
AGRADECIMENTOS
RESUMO:
O presente trabalho tem como principal objetivo, apresentar o funcionamento do financiamento das campanhas eleitorais e seu impacto no processo eletivo. É apresentado um breve histórico sobre financiamento de campanha eleitoral, em seguida como se dá esse financiamento, identificar as formas de doação e seu respectivo amparo legal, falar brevemente sobre o sistema de financiamento em outros países de modo comparativo, analisar a ADIn 4650 e por fim falar um pouco sobre a reforma política.
INTRODUÇÃO
Financiamento de campanha eleitoral é um tema caracterizado pela grande influência do poder econômico (capital) no resultado das eleições. Candidatos que possuem melhores condições (capital) destinado a sua candidatura tem maiores chances de serem eleitos do que os que não tem tanto capital a empregar.
Por guardar estrita relação com corrupção, o financiamento eleitoral é um tema bastante polêmico. Desta forma grandes vultos contributivos vindo de pessoas jurídicas foram questionados no STF, pois além da competitividade, foi violado também o principio da igualdade de oportunidade e da vedação ao abuso do poder econômico que permitem igualdade na competição ao pleito.
Desta forma este trabalho abordará a evolução das contribuições feitas a titulo de financiamento eleitoral ao longo do tempo, e como hoje esta sendo processado este tema.
Como a Adi trouxe significante mudança no paradigma eleitoral traçado desde os tempos do império onde se aceitavam doações de quaisquer forma. A tentativa de moralizar o sistema de financiamento de campanha eleitoral e a exclusão do caixa 2.]
 
1 Partido Político
1.1 Conceito
O partido é um grupo organizado formalmente e baseado em formas voluntárias de participação. Um partido político pode ser definido como uma junção de cidadãos com afinidades ideológicas e mesmos fins políticos. São a unidade básica das estruturas políticas da maior parte das democracias do mundo atual.
É uma organização onde há reunião de pessoas em prol de princípios e ideais políticos em comum. Os ideais políticos do partido formam sua ideologia.
Para Max Weber Partido Político é definido como:
“uma associação... que visa a um fim deliberado, seja ele 'objetivo' como a realização de um plano com intuitos materiais ou ideais, seja 'pessoal', isto é, destinado a obter benefícios, poder e, consequentemente, glória para os chefes e sequazes, ou então voltado para todos esses objetivos conjuntamente”. 
Esta definição mostra que o partido político tem caráter associativo, que fica demostrado quando há sujeitos com objetivos e/ou ideias semelhantes, motivações que levariam à busca pela formação de uma ação política combinada entre sujeitos diferentes.
No contexto de uma democracia representativa, partidos políticos tornam-se figuras de representação de posições ideológicas e de vontades coletivas daqueles que se identificam com uma ou outra posição política.
1.2 Características 
Os partidos políticos podem ser livremente criados, fundidos, incorporados entre si e extintos sempre resguardando a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. Deve ter caráter nacional, há a proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes, deve haver prestação de contas à justiça Eleitoral e funcionar de acordo com a lei.
Dentre outras coisas, a legislação permite que o próprio partido estabeleça regras para a realização de suas convenções, determine prazos superiores àqueles previstos na lei para que o filiado possa concorrer a eleições e ainda permite criar uma estrutura diferente da existente em outros partidos. Conforme parágrafo 1º art. 17 CF/88:
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.      (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.
Há a obrigatoriedade do Partido Político adquirir personalidade jurídica registrando-se conforme a lei civil , e após este registro deverá registrar seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
2 Breve histórico sobre financiamento de campanha eleitoral.
Primeiramente precisamos compreender que a regulamentação do poder econômico sobre as eleições no Brasil não é tão antiga quanto o processo eleitoral e o voto. Ao longo de muitos anos as eleições eram feitas sem preocupações relativas a doações para campanhas e partidos, não tinham regras definidas, talvez, pela própria realidade econômica e social do País na época.
No período imperial foi outorgada a Constituição de 1824, que em alguns trechos trazia regras sobre o sistema eleitoral, como por exemplo o fato do voto ser censitário. Considerando as limitações de idade, profissão e renda, permitia-se aos eleitores a escolha de deputados, senadores e membros das Assembleias Legislativas Provinciais e Câmaras Municipais. Contexto este em que foi, nesse momento, editada a Lei Saraiva, que introduziu o voto direto no Brasil, proibiu o voto dos analfabetos e institui o título de eleitor. Nesse período histórico, os candidatos eram responsáveis pelos seus gastos eleitorais, sem que houvesse qualquer limitação para o abuso do poder econômico ou político. Sendo assim, apenas os candidatos que representassem o poder estabelecido ou detivessem poder econômico tinham chances reais de serem eleitos. 
Com o fim da República Velha e a primeira parte da era Vargas, o Brasil avançou bastante na industrialização, deu um grande salto, com isso o poder econômico passou a exercer maior força entre a sociedade. Desta forma foram criadas novas leis para normatizar, fiscalizar e controlar a situação em que o país se encontrava. A partir daí o poder econômico começou a exercer uma maior influência nos setores da vida social brasileira.
Surge então a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934, nela uma seção especial destinada a Justiça Eleitoral. Via-se desde então uma estruturação da Justiça Eleitoral e um tímido inicio de fiscalização em relação as campanhas eleitorais.
Eis que em 24/07/1950 é instituído o Código Eleitoral, lei 1164, pela primeira vez o financiamento de campanhas eleitorais é disciplinado de forma explícita em uma legislação brasileira.
A revolução de 1930 e o primeiro período Getulista (1930-1945, parecem tersido marcos importantíssimos também para a questão do financiamento de campanhas. (...) E os primeiros passos nesse sentido não tardaram. De fato, as transformações pela quais o país passou ao longo do primeiro período getulista acabaram por propiciar o advento de uma legislação que contemplava o problema das finanças partidárias. Com efeito, o Código Eleitoral de 1950 (Lei n. 1.164, de 24 de julho de 1950) estabeleceu a fiscalização das contas dos partidos pela Justiça Eleitoral, a obrigatoriedade do rigoroso registro das receitas e despesas partidárias e a vedação do recebimento de contribuições de entidades estrangeiras, autoridades públicas, sociedades de economia mista ou concessionárias de serviços públicos. (MACHADO, 2008, p. 185-186). 
No começo da década de 1960, o país atravessava uma profunda agitação política. Depois da renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, assumiu seu vice, João Goulart, conhecido como Jango, um homem que defendeu medidas consideradas de esquerda para a então política brasileira.
Faziam parte de seus planos as reformas de base, que pretendiam diminuir a desigualdade social brasileira. Entre elas estava a Eleitoral que ampliava o voto aos analfabetos e aos militares de baixa patente. Com esse perfil, as elites temiam uma alteração social que ameaçasse seu poder econômico.
O estopim para o golpe militar aconteceu em março de 1964, quando Jango, após um discurso inflamado no Rio de Janeiro, determinou a reforma agrária e a nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo. O clero conservador a imprensa, o empresariado e a direita em geral na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que repudiava a tentativa de reforma da Constituição.	
Em 64 ele foi deposto e os militares assumiram o poder. Desde então não haviam mais eleições que retratassem a legítima vontade da maioria, houve grande preocupação com o financiamento de campanhas. 
Com o objetivo de não deixar crescerem os partidos de oposição, muitos diplomas legais sobre o tema foram criados nesse período. Mesmo tendo um forte objetivo de impedir a democracia, novas legislações surgiram com o tema financiamento de campanhas eleitorais, inclusive legislações que têm ainda tem sua importância nos dias atuais.
Foi durante a ditadura militar brasileira que foi criado o Código Eleitoral que vigora até os dias de hoje (Lei 4.737, de 15 de julho de 1965). No mesmo dia, foi criada a Lei de Organização dos Partidos Políticos (Lei 4.740/65). Esta foi revogada pela Lei Orgânica dos Partidos Políticos (Lei 5.682, de 21 de julho de 1971).
A grande inovação trazida pela Lei Orgânica dos Partidos Políticos é que, a partir dela, o sistema de financiamento de campanhas eleitorais no Brasil passou a ser misto (público e privado). Tal mudança ocorreu devido à introdução do “Fundo Partidário”. 
Finda a ditadura militar, houve a abertura política no Brasil e a redemocratização. Após o período de promulgação da Constituição Federal de 1988, tivemos a edição de duas leis de extrema importância para a matéria: lei 9.096, de 19 de setembro de 1995 e lei 9.504, de 30 de setembro e recentemente a ADIn 4650.
Com a reforma eleitoral de 2015, lei 13.165 ficou proibido o financiamento privado das campanhas eleitorais, os partidos políticos tiveram que procurar saídas que substituíssem a diminuição de verba nas campanhas. 
3 Como é feito o financiamento eleitoral:
Fazer uma campanha eleitoral é bastante custoso, em 2014, foram 5 bilhões de reais declarados, a maior quantia já gasta na história. Até aquele ano empresas podiam doar dinheiro aos candidatos e respondiam por quase tudo que era arrecadado pelas campanhas. Em 2015 em meio as revelações da Lava Jato (A Operação Lava Jato é um conjunto de investigações em andamento pela Polícia Federal do Brasil, visando apurar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais em propina, e, uma das investigações, diz a respeito de doações realizadas para campanhas eleitorais), os ministros do STF decidiram proibir empresas de doar para campanhas para tentar frear os casos de corrupção.
A partir de então os políticos tiveram que rever os seus gastos e arrumar novas fontes de receita.
Regras que foram implementadas:
3.1 Teto de Gastos: 
 A primeira regra que foi implementada foi o teto de gastos. Isso significa que as campanhas eleitorais não podem ultrapassar os valores definidos pela Justiça Eleitoral. Os limites definidos para esta eleição de 2018 são de: 70 milhões de reais para a campanha para Presidente da República, cerca de 20 milhões para Governadores e cerca de 5 milhões para cargos do Poder Legislativo. 
O artigo 18 da lei 9504 estabelece que os limites de gastos de campanha serão definidos em lei e divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 
Este teto deve ser obedecido pelos candidatos e partidos sob pena de responsabilização para quem o ultrapassar. O artigo 18-B da referida lei estabelece que sendo extrapolado o valor, deverá ser devida multa em valor equivalente a 100% da quantia que ultrapassar, sem prejuízo da apuração nestes casos de ter havido abuso econômico.
O candidato deve ter CNPJ porque o sujeito será, ao mesmo tempo, um eleitor (pessoa física) que poderá votar ''em si mesmo'', e também um candidato, uma figura jurídica que é porta voz de dos interesses e aspirações de uma agremiação política e que, para fins de arrecadação e controle dos gastos de campanha estará inscrito num temporário cadastro de pessoas jurídicas.
Ainda sobre teto de gastos podemos dizer que existe limite para o autofinanciamento, mas as vezes pode não existir Explico melhor. Existe o teto de gastos do cargo para o qual o candidato pretende se eleger. O teto de gastos é um limite de qualquer tipo de financiamento, inclusive das verbas oriundas dos fundos eleitorais, dos partidos, etc. 
É obstáculo que se impõe, inclusive, para o autofinanciamento. Mas, respeitado este teto de gastos, então não há limite para o candidato se autofinanciar. Assim, por exemplo, pode um milionário candidato a Senador tirar do seu próprio bolso os 20 milhões que é o teto de gastos para este cargo e financiar a sua campanha.
3.2 Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC):
A segunda regra é o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). Mais conhecido como fundo eleitoral, ele distribuirá mais de R$ 1,7 bilhão, provenientes de recursos públicos, para os partidos promoverem suas campanhas nas eleições de 2018. Abastecido com recursos do Tesouro Nacional, o fundo eleitoral integra o Orçamento Geral da União. 
Criado em 2017 pelos parlamentares para compensar a falta de dinheiro doados pelas empresas, o fundo é abastecido de dinheiro publico e é dividido de acordo com o tamanho da bancada eleita na câmara no ano anterior, quanto mais eleitos maior destinação de valores. 
Para receber os recursos, os diretórios nacionais de cada um dos partidos terão de aprovar em votação, por maioria absoluta de seus membros, os critérios para distribuição do dinheiro. Em seguida, as siglas devem enviar um ofício à Presidência do TSE com as informações sobre os critérios fixados. Todos os recursos que não forem utilizados pelos partidos deverão ser devolvidos ao Tesouro Nacional.
Conforme artigo 16-D:
Os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), para o primeiro turno das eleições, serão distribuídos entre os partidos políticos, obedecidos os seguintes critérios: 
I - 2% (dois por cento), divididos igualitariamente entre todos os partidos com estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral; 
II - 35% (trinta e cinco por cento), divididos entre os partidos que tenham pelo menos um representante na Câmara dos Deputados, na proporção do percentual de votos por eles obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados; 
III - 48% (quarenta e oito por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de representantes na Câmara dos Deputados, consideradas as legendas dos titulares; 
IV - 15% (quinze por cento), divididos entre os partidos,na proporção do número de representantes no Senado Federal, consideradas as legendas dos titulares.
3.3 Fundo Partidário:
Há também o fundo partidário eleitoral que existe desde 1965, a rigor serve para custear despesas da agenda como salários de funcionários e contas de agua e luz, mas parte dele também poderá ser usada em campanhas. O fundo partidário tem como função primordial garantir o financiamento dos partidos. O TSE, no entanto, garantiu que seus recursos poderão ser utilizados também para o financiamento de campanhas políticas nas eleições 2018. 
Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, mais conhecido como Fundo Partidário, é uma forma de financiamento público dos partidos, que entre outras atribuições serve para financiamento de campanhas eleitorais. Tem direito a este fundo os partidos políticos que tenham estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que prestem contas regularmente à Justiça Eleitoral.
Ele é constituído por recursos públicos e particulares, dotações orçamentárias da União, multas, penalidades, doações de pessoa física ou jurídica efetuadas por intermédio de depósitos bancários diretamente na conta do Fundo Partidário; dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.
Os valores repassados aos partidos políticos são publicados mensalmente no Diário da Justiça Eletrônico. A consulta pode ser realizada por meio do acesso ao sítio eletrônico do TSE na Internet.
3.3.1 Acesso ao Fundo Partidário: 
Art 17 § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:        (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou     (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.    (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.     (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
3.3.2 Liberação dos Recursos Financeiros do Fundo Partidário aos Partidos Políticos:
A liberação ocorre mensalmente por meio de duodécimo – obtido com a divisão, em 12 partes iguais, da dotação orçamentária destinada ao Fundo Partidário – e de recursos oriundos de multas previstas no Código Eleitoral e em leis conexas, conforme a arrecadação do mês anterior.
Do total do Fundo Partidário, 5% (cinco por cento) são destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que atendam aos requisitos constitucionais de acesso a esses recursos e 95% (noventa e cinco por cento) são distribuídos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
A falta de prestação de contas implicará a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário enquanto perdurar a inadimplência e sujeitará os responsáveis às penas da lei.
A distribuição do Fundo Partidário é divulgada no Diário da Justiça Eletrônico em até 72 horas contadas da efetivação das ordens bancárias.
Os dados mensais são compilados e disponibilizados no portal do TSE, em um quadro que apresenta os valores acumulados no exercício financeiro, com a indicação do total repassado a cada partido, o saldo da dotação orçamentária, o percentual a ser distribuído (considerando-se a dotação inicial) e outras informações relevantes.
O montante geral do fundo partidário é constituído por dotações orçamentárias da União (valor que não pode ser inferior ao número de eleitores inscritos no dia 31 de dezembro do ano anterior), por recursos definidos por lei, por multas eleitorais e por doações de pessoas físicas ou jurídicas. Neste último caso, as doações devem ser realizadas diretamente na conta do fundo partidário 
No caso das verbas do fundo partidário destinadas para campanhas eleitorais, o Supremo Tribunal Federal determinou em março deste ano que pelo menos 30% seja destinada a candidatura feminina.
3.4 Autofinanciamento:
 	Terceira regra, o autofinanciamento, o candidato usa seu próprio dinheiro para custear a campanha, esta regra teve início em 2016 e no fim quem se beneficia são os candidatos mais ricos, porque podem gastar o quanto quiserem ou tiverem para tentar se reeleger. 
Estes recursos devem integrar o patrimônio do candidato antes da campanha, porque, não podem ser utilizados, a título de recursos próprios, valores obtidos mediante empréstimos pessoais contraídos com pessoas físicas ou entidades não autorizadas pelo BCB.
O que se busca com essa norma é o equilíbrio da disputa, visando garantir um mínimo de igualdade de oportunidade no acesso aos mandatos eletivos. Tal objetivo caracteriza a garantia “formal”, pois há diversos fatores que, per se, são capazes de infirmar a paridade na concorrência eleitoral: por exemplo, candidatos à reeleição possuem uma vantagem competitiva em relação aos novos candidatos.
3.5 As doações
A resolução nº 23.546, de 18 de dezembro de 2017 regulamenta as finanças e a contabilidade dos partidos políticos - Segundo esta os partidos políticos, pessoas jurídicas de direito privado, e seus dirigentes sujeitam-se, no que se refere a finanças, contabilidade e prestação de contas, à Justiça Eleitoral, às disposições estabelecidas na Constituição Federal; na Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995; na Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997; nesta resolução; nas normas brasileiras de contabilidade emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC); e em outras normas expedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Diante disso, podemos dizer que são formas de doações realizadas aos partidos políticos para campanha eleitoral as seguintes:
Somente pessoas físicas podem doar valores e bens para campanhas políticas: toda doação deve ser feita por recibo assinado pelo doador, com um valor limite; Cada eleitor pode doar 10% dos rendimentos brutos declarados no ano anterior a eleição, as doações feitas acima do limite estão sujeitas ao pagamento de multa de até 100% do valor em excesso, as doações só podem ser feitas por cheques cruzados e nominais, transferências eletrônicas, depósitos identificados ou através do sistema disponível no site do candidato, partido ou coligação na internet,
Para incentivar esta doação a justiça eleitoral regulamentou o uso de ferramentas de financiamento coletivo como por exemplo vaquinha virtuais, que são doação por dia de até R$ 1000,00 (hum mil reais) aproximadamente.
Quem quer doar mais faz transferência para conta do partido ou do candidato. É permitido doar para mais de 1 candidato desde que não ultrapassem o limite de 10% do rendimento. 
Para doar tem que se identificar com nome completo e CPF. Todas essas informações têm que constar na ´prestação de contas do candidato ou do partido. 
Tudo que circula na campanha tem que ser declarado para a Justiça Eleitoral, terá que ser feito um balanço explicitando o que entra e o que sai. Desta forma tenta-se diminuir ou quem sabe até acabar com o caixa 2.
Os partidos ou os candidatos podem vender bens ou fazer eventos para arrecadar valores para suas campanhas, Estes contabilizados pelo valor de mercado.
Em relação a pessoa que quer arrecadar doações para seu candidato, há de ser observado o limite de 10% do rendimento bruto anual daqueleque assinará o recibo de doação eleitoral perante a Justiça Eleitoral. Neste sentido o TSE em consulta 208-87.2014.6.00.000 realizada expõe que “caso determinada pessoa arrecade perante terceiros recurso para, em nome próprio, realizar doações aos candidatos os limites legais de 10% serão calculados sobre o rendimento bruto do calendário anterior ao ano eleitoral. Extrapolando o limite estabelecido pela legislação, aquele que captou e repassou as doações pode responder pelo excesso verificado. ”
.
4 Como funciona o financiamento eleitoral em outros países:
Consulta feita ao site do IDEA - Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral -(International Idea) apontou como funciona o financiamento eleitoral nos países pelo mundo. Destacamos alguns :
4.1 Alemanha
Conhecido como de matching funds (financiamento em contrapartidas), este financiamento é misto envolve recursos publico e recursos privado sendo que o recurso público não pode ser maior que o privado. O partido recebe do Estado 0,38 euro por cada euro que tenha sido doado. Os partidos devem declarar os valores arrecadados pois receberão os recursos públicos proporcionais a arrecadação privada. 
É permitido o financiamento empresarial (salvo se a empresa tiver contratos com o governo)e também doações individuais. Também é permitido aos partidos cobrarem mensalidade aos filiados que servirão de fonte para campanha.
Partidos que tem votação mais expressiva, ou seja, conseguem pelo menos 0,5% dos votos nacionais ou 1% em eleições estaduais ganham 0,70 euro por cada voto recebido.
4.2- Argentina 
São recursos utilizados para o financiamento de campanha eleitoral na Argentina a contribuição dos filiados ao partido, a contribuição de eleitos e funcionários do partido. Não há limites nas quantias que são doadas porém são proibidas doações anônimas. É vedado doações de governos e entidades estrangeiras, de entidades autárquicas ou descentralizadas estaduais/federais.
4.3 -.Estados Unidos 
Nas eleições Americanas é permitida doação empresarial. Essa doação é feita ao Comitê de Ação Política que repassam aos candidatos. Também como no Brasil, são proibidas doações feitas por empresas com contratos governamentais. Também é permitido receber financiamento público, mas os candidatos e os partidos devem cumprir requisitos como concordar em limitar gastos a um determinado valor especifico.
4-4 França
Na França o financiamento de campanha eleitoral pode ser feito por empresas, pessoas físicas e governo. O critério de distribuição depende dos votos e dos cargos adquiridos nas últimas eleições. Não há limites para gastos partidários na campanha, porém os candidatos têm um teto de gastos - que depende do tipo de eleição e da população de cada distrito eleitoral.  
4.5 México
No México o partido conta com um fundo partidário, um fundo exclusivo para campanhas e aceita doações de pessoas. A campanha dos candidatos é feita por propaganda eleitoral gratuita em rádios e TVs.
5. Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4650 
5.1 Os argumentos da Ordem dos Advogados do Brasil 
A ação direta de inconstitucionalidade 4650 proposta em 2011, originou-se de representação dirigida à Presidência do Conselho Federal da OAB pelo Conselheiro Federal Cláudio Pereira de Souza Neto e pelo professor Daniel Sarmento. O principal fato questionado é que se pessoas jurídicas não votam porque que poderiam financiar campanhas eleitorais?
O tema tornou-se mais relevante na medida que escândalos de corrupção envolvendo grandes empreiteiras vieram a tona. Descobriu-se em investigações que estas empreiteiras eram responsáveis por doações de grande vulto à políticos e a seus partidos desencadeando um grande esquema de corrupção.
Cumprindo o seu dever de proteção as instituições democráticas, a OAB propôs a proibição da doação de dinheiro de empresas privadas à campanha de candidatos, a partidos e à coligações, e, salientou, ser permitido apenas o financiamento feito por pessoa física para que haja a moralização da política nacional.
Preocupou-se em dizer que o modelo vigente à época feria o princípio da Isonomia, o princípio democrático, o princípio republicano, e o princípio da proporcionalidade.
No que toca a isonomia, argumentou que a legislação, ao ser permissiva, transpõe a desigualdade existente no campo econômico para o campo político, tornando o peso da influência de algumas pessoas maior que o de outras nos pleitos eleitorais
A violação do princípio republicano, é observada uma vez que as doações por parte das empresas seriam feitas tendo em vista uma compensação por parte dos candidatos eleitos, que usariam os instrumentos do Estado a fim de atendê-los, isto é, seria oferecida contrapartida para empresas que doassem vultosas quantias para apoiar a candidatura dos pretendentes ao cargo eletivo.
Essa contrapartida nada mais é que uma forma de corrupção. Na medida em que eu te promovo quando você for eleito me promovera de alguma forma (seja com cargos, com obras – quando se tratava de grandes empreiteiras como doadoras-, entre outros favorecimentos).
Por último, a OAB destaca que a legislação em questão é ineficiente em proteger os pleitos eleitorais da influência do poder econômico.
Julgada e ADI, o resultado obtido foi favorável ao pleito da OAB. Por 8x3 foi declarada a proibição de doação de empresas para campanhas eleitorais quaisquer que elas sejam, em qualquer cargo pretendido.
Esta decisão passou a ter valor a partir das eleições de 2016 com efeitos a partir dela. 
5.2 Os Votos:
Favoráveis:
Votaram a favor da proibição do financiamento privado a campanhas eleitorais os ministros, relator do caso, Luiz Fux, e os ministros Joaquim Barbosa, Dias Tofffoli e Luís Roberto Barroso Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, Rosa Weber e Cármen Lúcia.
O relator ministro Luiz Fux iniciou seu voto destacando que apesar dos avanços que o pais passa como a consolidação de estabilização da economia com o fim da hiperinflação, a melhoria dos indicadores sociais e a redução das desigualdades regionais, há ainda algumas patologias crônicas entranhadas na democracia brasileira. E a correção desses desvios e disfunções perpassa necessariamente por uma urgente Reforma Política.
A decisão pela procedência do pedido fundamentou-se no sentido de que só a Suprema Corte poderia promover esta mudança no processo .
Ciente desse desafio, um dos pontos centrais da Reforma Política é precisamente o do financiamento de campanhas eleitorais. 
Nos últimos anos, verificou-se uma crescente influência do poder econômico sobre o processo político, como decorrência do aumento nos gastos de candidatos e de partidos políticos durante a competição eleitoral. 
De acordo com informações apresentadas na Audiência Pública, nas eleições de 2002, os candidatos gastaram, no total, R$ 798 milhões, ao passo que em 2012, dez anos depois, os valores arrecadados superaram R$ 4,5 bilhões, um aumento de 471.
A tese de Robert Alexy, que pontuava que a Constituição estatui uma ordem-moldura , nos limites da qual o legislador goza de liberdade de conformação (ALEXY, 2003, p. 579-584), foi citada para justificar o seu voto. No entanto, o ministro relator viu, na permissão legal estendia às pessoas jurídicas, um extrapolamento dessa moldura. Para sustentar essa visão, associou a participação de pessoas jurídicas ao encarecimento das campanhas. 
O relator também argumentou que as receitas provenientes de pessoas jurídicas não fariam falta aos pleitos, já que os candidatos dispõem de horário gratuito em rádio e televisão e também de recursos do fundo partidário.
Argumentou também que as doações empresariais não constituem confissão de apoio político, pois as empresas doam de forma indiscriminada a todos os candidatos, o que revela a incoerência das intenções dos doadores, para os quais pouco implicam ideologias ou programas, desde que, ao final, possam contar com as anistias dos eleitos.
O então presidente do Supremo Tribunal Federal , Joaquim Barbosa, adiantou seuvoto e seguiu o entendimento de Fux. Segundo Barbosa, o atual modelo de financiamento “viola o princípio republicano por enfraquecer a separação entre o espaço público e o espaço privado”. “Proteger a normalidade legitimada das eleições contra a influência do poder econômico significa que o resultado das eleições seja norteado pelo dinheiro.”
Para o Ministro Toffoli:
A estrutura dos partidos é outro grande desafio: “No Brasil, há proprietários de partidos políticos. São aqueles que controlam o dinheiro que vem do fundo, controlam o dinheiro que vem das doações e com isso fidelizam o filiado”. Sua conclusão sobre o mensalão surpreende: “Não se tratou nem de corrupção ativa, nem de caixa 2. Usando uma palavra não técnica, o que houve foi extorsão. Determinados partidos disseram: ‘Eu vou para a base (de apoio parlamentar) se vocês me derem dinheiro para a campanha' (trecho do voto proferido na ADI 4650, sessão 2/4/2014)
Para o Ministro Ministro Marco Aurélio
Partindo de idênticas premissas teóricas, filosóficas e fáticas, entendo que importa em ofensa aos mencionados princípios constitucionais a disciplina legal a autorizar o financiamento eleitoral e de partidos políticos por pessoas jurídicas privadas. A participação política no Brasil, considerado o estágio atual de desigualdade de forças socioeconômicas, apenas pode ser elevada, do ponto de vista tanto quantitativo como qualitativo, se for limitada acentuadamente a participação daqueles que buscam cooptar o processo eleitoral por meio do “dinheiro”. A comunidade jurídica nacional não pode acreditar no patrocínio desinteressado das pessoas jurídicas, ao contrário, deve evitar que a riqueza tenha o controle do processo eleitoral em detrimento dos valores constitucionais compartilhados pela sociedade. A pretensão formulada nesta ação mostra-se, a mais não poder, passo largo e indispensável para colocar um fim no monopólio financeiro das empresas e grandes corporações sobre as eleições e alcançar-se a equidade do processo eleitoral exigida pela Constituição de 1988.
(trecho do voto proferido na ADI 4650, sessão 2/4/2014)
Para a Ministra Rosa Weber
A ministra Rosa Weber em seu voto pela inconstitucionalidade da doação por pessoas jurídicas, salientou que o financiamento de campanhas eleitorais e partidos políticos é uma questão delicada, de difícil equacionamento. A face real do problema é sombria, e não há um sistema perfeito ou ideal que possa afastar possiblidade de fraude, argumentou.
A ministra disse que o artigo 14 (parágrafo 9º) da Lei Maior oferece densidade normativa suficiente para o controle da constitucionalidade dos dispositivos questionados. Segundo ela, há no texto constitucional comando expresso para que legislação de regência assegure a normalidade e legitimidade das eleições contra influência do poder econômico.
Ao mencionar o desequilíbrio de forças na campanha eleitoral perpetrado pelo poder capital, a ministra salientou que essa interferência pode culminar por transformar processos eleitorais em um jogo político de cartas marcadas.
Para a Ministra Cármen Lúcia
Ao acompanhar o voto do relator, a ministra Cármen Lúcia lembrou que o artigo 1º (parágrafo único) da Constituição diz que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”, frisou a ministra em seu voto. No processo eleitoral na democracia representativa ou semidireta, povo é quem elege e pode ser eleito, quem vota e pode ser votado. Para a ministra, a participação no processo eleitoral depende dessa condição de cidadania.
Cármen Lúcia falou da igualdade de oportunidades no pleito, e salientou que a influência do poder econômico, de que fala o artigo 14 (parágrafo 9º) da Constituição, desiguala candidatos e partidos. Aquele que detém maior soma de recursos é aquele que têm melhores contatos com empresas, e depois vai representar esses interesses, e não o interesse de todo povo, o interesse legítimo que embasa a democracia. Salientou ainda que, qualquer que seja a decisão da Corte, o essencial é que se faça o devido controle do que decidido, para que se resguarde a legalidade dos processos eleitorais.
Para Luiz Roberto Barroso, Os vícios em questão se fazem sentir tanto na disputa eleitoral em si mesma, que seria mercantilizada, quanto no exercício subsequente das funções eletivas, tendo em vista o clientelismo e a corrupção gerados pelo mercado de financiamento eleitoral.
Contra
A favor da manutenção das doações por empresas votaram somente Gilmar Mendes, Teori Zavascki e Celso de Mello.
Voto Ministro Teori Zavascki
Em suma, não há como desconhecer que, no Brasil, já passou da hora de prover medidas no sentido de alterar esse crônico estado das coisas, em que campeiam práticas ilegítimas de arrecadação de recursos, de excessos de gastos e de corrupção política. Todavia, mostra-se uma alternativa pouco afinada com a nossa experiência histórica imaginar que a corrupção eleitoral e o abuso do poder econômico sejam produto do atual regime normativo e que isso seria razão ou pretexto suficiente para declará-lo inconstitucional, propiciando assim a volta ao regime anterior, em que se proibia o aporte de recursos por pessoa jurídica. Só por messianismo judicial se poderia afirmar que, declarando a inconstitucionalidade da norma que autoriza doações por pessoas jurídicas e, assim, retornar ao regime anterior, se caminhará para a eliminação da indevida interferência do poder econômico nos pleitos eleitorais. É ilusão imaginar que isso possa ocorrer, e seria extremamente desgastante à própria imagem do Poder Judiciário alimentar na sociedade, cansada de testemunhar práticas ilegítimas, uma ilusão que não tardará em se transformar em nova desilusão.( trecho do voto proferido na ADI 4650, sessão 2/4/2014)
Voto Ministro Gilmar Mendes
 	O Ministro Gilmar Mendes votou pela constitucionalidade do financiamento privado de campanhas eleitorais.
Para ele, o financiamento apenas público submeterá os partidos à vontade do Estado colocando-os "algemados" perante o partido que está no governo. O ministro também entendeu que não deve ser estabelecida uma regra para limitar os valores que podem ser doados por pessoas físicas.
“A problemática do financiamento de campanhas não está na legislação brasileira, que permite a doações de pessoas físicas e jurídicas, mas historicamente na ausência de políticas institucionais que possibilitem efetivo controle dos recursos arrecadados e dos gastos durante a campanha.”
Para o Ministro Celso de Melo:
O financiamento empresarial privado não pode ser eleito como o grande vilão do abuso do poder econômico na política, mesmo porque este abuso não deriva, obrigatoriamente, das pessoas jurídicas, mas pode ser realizado, inclusive, por pessoas físicas. Nada impede também que o abuso de poder econômico se instale, aliás como confirmado nos escândalos políticos, sem registro contábil, via caixas 2, 3 ou outras modalidades clandestinas. Ao contrário, medidas restritivas desta natureza estimulam as práticas irregulares, quando restringem as fontes legais de financiamento.
Qualquer decisão proferida pelo pleno nunca será um todo uniforme. Cada ministro tem sua concepção filosófica, e até mesmo política ao ministrar seus votos opiniões. Mesmo assim é possível identificar alguns fatores que ganharam maior notoriedade.
Para a maioria dos ministros a doação privada para financiamento de campanhas eleitorais é vista como abuso do poder econômico que acarreta disparidade no processo eleitoral.
A medida mais eficaz naquele momento era fazer o que foi feito, declarar inconstitucional a parte da lei que autoriza pessoas jurídicas de direito privado a fazer doações para as campanhas eleitorais, candidatos e coligações de forma indiscriminada.
6 - EC/97
A EC 97 estabelece que aos partidos políticos é assegurada autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre suaorganização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária
Estabelece a forma de acesso a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, para isso os partidos deverão alternadamente ter obtido, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; e tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. Ao eleito por partido que não preencher estes requisitos é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão
7- Reforma Política:
A lei 13.487 de 6 de outubro de 2017 trouxe algumas mudanças no âmbito do direito eleitoral, instituindo o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e extinguindo a propaganda partidária paga no rádio e na televisão.
	Breve comparativo entre como era e como ficou após a referida alteração:
Tempo de anterioridade do registro partidário: antes a lei exigia que o partido político tivesse no mínimo um ano de existência para poder disputar as eleições, após a nova regra este tempo mudou para 6 meses. 
Domicílio Eleitoral: antes era exigido que o candidato possuísse domicilio eleitoral na circunscrição a pelo menos um ano antes do pleito, agora com a nova regra esse tempo passou a ser de 6 meses.
Parcelamento das Multas Eleitorais: a lei 13.488/2017 instituiu as seguintes regras a respeito do parcelamento de multas (antes não existia essa possibilidade), autorizou que pessoas jurídicas parcelem suas multas eleitorais no limite máximo de 2% do faturamento bruto e as parcelas dos débitos dos partidos políticos não podem ultrapassar 2% do valor recebido do Fundo Partidário; ; para as pessoas físicas o que mudou foi que anteriormente o valor máximo da prestação do parcelamento era de 10% e agora passou a ser de 5% do rendimento do devedor. 
Foi criado o fundo especial de financiamento a campanha: antes os limites de gastos com campanha eleitoral em cada eleição era definido pelo TSE com base em parâmetros definidos por lei. Agora estes limites são definidos em lei e cabe ao TSE divulgar.
Doações de valores para as campanhas eleitorais: estas doações poderão ser feitas com cheque cruzado e nominal ou transferência eletrônica de depósitos; pode ser feito também com depósito em espécie devidamente identificado e observando o limite de 10% do rendimento bruto anual do ano anterior ao da eleição; pode doar também por mecanismo disponível em sítio do candidato, partido ou coligação na internet, permitindo inclusive o uso de cartão de crédito lembrando sempre que há a necessidade da identificação do doador, neste caso com emissão de recibo eleitoral em cada doação oque o mesmo realizar.
Multa no caso de doações acima do permitido: caso haja violação da regra a multa imposta ao doador será de até 100% do valor que ultrapassar o limite
Publicidade on line: é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetua-se o impulsionamento de conteúdo, ou seja, o candidato, partido ou coligação, paga determinada quantia a rede social que ele esta querendo fazer a propaganda e esta coloca em destaque na time line dos usuários a propaganda do candidato.
8- Conclusão 
Para um efetivo processo democrático revela-se necessário transparência em relação ao financiamento das campanhas eleitorais dos candidatos.
Vimos que ao longo do tempo houve significativa mudança em relação ao tema, a influencia que o dinheiro exercia sobre a politica no Brasil veio ao longo dos anos fazendo com que a desigualdade em relação aos candidatos crescesse cada vez mais. Constatou-se que o abuso do poder econômico, a corrupção, o caixa 2 acabaram por favorecer a política por um longo tempo.
Os partidos e políticos quando eleitos sentiam a necessidade – quem sabe até a obrigatoriedade- de recompensar as doações recebidas das empresas. Em Troca eram oferecidas vantagens em processos licitatórios às empresas doadoras ou as empresas dos “sócios doadores”, isso fez com que se deixasse de observar a moralidade administrativa que pauta as relações em que a administração publica faz parte para presentear os financiadores das campanhas.
Com a promulgação da Constituição Federal em 1988, houve maior efetividade dos Direitos Políticos de votar e ser votado, de participar da vida política por meio da democracia indireta, o que nem sempre fora possível em tempos anteriores, uma vez que nem todo cidadão podia votar, bem como já houve censura quanto à idade, classe social, sexo e idade.
Ao perceber esse comportamento antidemocrático e corrupto, o legislador brasileiro, propôs a reforma política, e um dos principais pontos desta reforma foi a abolição de doações feitas por grandes empresas.
Desta forma ficou evidenciado uma maior igualdade na disputa das eleições, no financiamento das campanhas.
	Ficou evidenciado que este tema é de suma importância na ceara do direito eleitoral e constitucional. Por fim observa-se que a melhor forma de combater a corrupção é o uso do financiamento público da campanha eleitoral.
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