Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gestantes A gestação é o momento no qual a mulher se mostra receptiva às mudanças e ao processamento de informações que possam ser revertidas em beneficio do bebe (a cabeça, hormônios, corpo da mulher mudam) As atitudes e escolhas maternas certamente refletirão no desenvolvimento e nascimento de um bebe saudável A gravidez é um período fisiológico caracterizado por mudanças: - Físicas - Hormonais - Psicológicas Alterações fisiológicas • Aumento do volume sanguíneo Proteção à mãe e ao bebe Efeitos da diminuição do retorno venoso nas posições de decúbito dorsal e ortostática • Aumento dos fatores de coagulação sanguínea Fator I (fibrinogênio), Fator VIII (globulina a anti-hemolítica) – formação de uma rede de fibrina • Diminuição dos fatores XI e XIII Controle da hemorragia e tromboembolismo durante a gestação • Aumento da frequência cardíaca entre 14º a 30º semana • Maior consumo de oxigênio e aumento da frequência respiratória • Hipotensão em decúbito dorsal redução do retorno venoso/debito cardíaco pode levar a hipotensão arterial Veia cava é comprimida pelo feto em posição supina, em posição lateral o feto libera a veia cava Adaptações do sistema cardiovascular síndrome da hipotensão em decúbito dorsal, a gestante sente tontura, sua pele se mostra úmida e fria e ocorre diminuição acentuada da pressão arterial A gestante deve ficar deitada do lado esquerdo Alterações físicas Período em que o corpo da mulher se prepara para o parto e amamentação • Rearranjo dos órgãos abdominais • Compressão do diafragma (posição superior – diminui o volume respiratório) – gestante fica ofegante • Pressão sobre os vasos abdominais (edema nos tornozelos devido a diminuição do retorno venoso). • Pressão na bexiga Alterações hormonais • Placenta (gonodotrofina coriônica [pico geralmente quando a gestante descobre que esta gravida], estrogênios, progesterona e hormônio placentário). (até 8ª semana os órgãos estarão sendo formados, a partir disso ele apenas será desenvolvido) • Exigência de insulina aumentada (diabetes gestacional) Alterações psicológicas • Exacerbação da sensibilidade da mulher • Período suscetível a vários distúrbios emocionais • Readaptação a nova situação Tratamento odontológico para gestantes A prevenção deve ser priorizada sempre, mas, quando houver necessidade curativa, o tratamento odontológico deve ser realizado Conduta para o atendimento à gestantes: Relação do trinômio medico, dentista e paciente Plano de tratamento Avaliação do risco/beneficio quanto a prescrição de medicamentos Reabilitações extensas/cirurgias – programar para o período pós-parto O atendimento odontológico pode ser realizado em qualquer um dos três trimestres gestacionais, principalmente nos casos de urgências 1º trimestre Feto em desenvolvimento Risco de aborto, complicações e teratogenicidades. Importante – não devemos deixar de tratar eventuais problemas bucais de gestantes por medo(urgências) Apenas remove a dor, o tratamento é feito no segundo trimestre 2º trimestre Período mais adequado para realizar tratamento odontológico Gestante mais tranquila Organogênese fetal concluída (menor risco de teratogenecidade) Menor incidência de náuseas Menor peso do que no ultimo trimestre 3º trimestre Período mais desconfortável para a gestante Maior peso fetal (maior desconforto na cadeira odontológica) Frequência urinaria aumentada Inchaço nas pernas Urgências Realizar o procedimento necessário independente do período ex: tratamento endodôntico com polpa necrosada ou pulpite aguda, a regra é resolver a infecção/inflamação de forma definitiva, o mesmo deve-se pensar nas exodontias, restaurações entre outros Consequências da dor e da infecção serão mais prejudiciais a mãe e ao feto Duvidas quanto aos procedimentos clínicos Tratamento endodôntico: sim no segundo semestre, no primeiro e terceiro semestre apenas remove-se a dor Aparelho ortodôntico: Clareamento dental: existe a necessidade de fazer o clareamento? Melhor esperar pós parto Reabilitações protéticas extensas: Exame radiográfico: pode ser realizado, ter bom senso e avaliar a real necessidade de executar o exame (usar avental de chumbo, filmes ultra rápidos, evitar repetir radiografias) Exame radiográfico Quantidade de radiação absorvida não deve exceder 5rads Para cada radiografia que a mãe é submetida, o feto recebe 0,01milirad Para o feto receber 5 rads, a mãe precisa receber 500 mil tomadas radiográficas Plano de tratamento 1)Anamnese Perguntas de rotina Perguntas voltadas exclusivamente para as gestantes: data provável do parto, diabetes gestacional? Problemas relacionados comagestação? Dieta? Tem outros filhos? Toma medicamento? Já sofreu aborto anteriormente? Pretende amamentar o bebe? Foi ao dentista durante a gravidez? Percebeu alguma alteração bucal durante a gravidez? 2) Exame geral Comportamento, ansiedade, porte físico, condição psicológica, Edema – aferição da pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória 3) Exame clinico extra bucal Deve-se atentar para região extra bucal em busca de alterações. Ex: presença de abscesso extra bucal 4) Exame clinico intra bucal Exame dental, periodontal e tecidos moles Alterações bucais: Carie dentaria: não esta ligada ao período gestacional, aumento na quantidade de ingestão de alimentos, aumento na frequência das refeições, aumento do consumo de carboidratos, descuido com a higiene bucal Cálcio: cálcio presente nos dentes esta em forma de cristais, não estando disponível na circulação sistêmica. Cálcio presente na dieta no período em que os dentes decíduos estão sendo formados Hormonais: os tecidos periodontais tornam-se susceptíveis a mudanças inflamatórias induzidas pelo biofilme dental diante de alterações hormonais. O tumor gravídico é uma lesão benigna que surge geralmente no primeiro trimestre da gestação e apresenta características semelhantes ao granuloma piogênico. Doença periodontal x parto prematuro Mediadores de inflamação (citocinasproinflamatórias, interleucina 1,6, fator de necrose tumoral alfa) estimulam a prostaglandina E – pode iniciar o trabalho de parto Pode-se sugeria a relação entre a doença bucal e outras alterações que estão comprovadamente relacionadas a presença e aumento das citocinas, como parto prematuro, recém nascidos de baixo peso e pré eclampsia Terapêutica medicamentosa na gestação Ansiolíticos não há evidencias concretas sobre os efeitos em fetos humanos avaliar o risco/beneficio junto ao medico Os ansiolíticos como o bromazepam, lorazepam, diazepam estão contra indicados durante a gravidez, pois se suspeita que estes medicamentos tenham um poder teratogênico (má formação) Analgésico Paracetamol, pode ser prescrito a pacientes gestantes e lactantes A dipirona sódica é o analgésico de segunda escolha, pois pode provocar agranulocitose, ou seja, redução do numero de granulócitos no sangue periférico (neutropenia) Anti-inflamatórios os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são representados por um grande numero de fármacos dentre estes o AAS, diclofenaco, ibuprofeno Não recomendado o uso de AINES a gestantes Antibióticos Avaliar o risco/benefícios quando indicar o uso de antibióticos para gestante Cefalosporinas: primeira geração Sulfonamidas: risco potencial de icterícia Cloranfenicol: muito toxico Tetraclinas: manchamento dos dentes Indicado: penicilina V – Amoxicilina, em casos de alergia: clindamicina Anestésicos Lipossolubilidade e grau de ionização, peso molecular, ligação às proteínas plasmáticas Prilocaína com felipressina – baixa ligação plasmática, alta difusão placentária, risco de desenvolver metemoglobinemia Mepvacaína: apresenta metabolização hepática fetal mais lenta que a lidocaína Lidocaína: primeira opção como sal anestésico para gestantes
Compartilhar