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Propedêutica Processual: Sociedade e Direito → O ser humano possui uma vocação, que lhe é imanente, de viver em grupo, associado a outros seres da mesma espécie, tendo Aristóteles registrado que o homem é um animal político, que nasce com a tendência de viver em sociedade. Necessidades → A tendência para a combinação de um ente vivo (homem) com um ente complementar (bem) constitui uma necessidade. A necessidade se satisfaz com a combinação. Bens → Bem é tudo que é apto a satisfazer uma necessidade. Utilidade → Utilidade é a aptidão de um bem para satisfazer a uma necessidade, é a idoneidade de um bem para satisfazer uma necessidade. Interesse → O interesse é uma posição do homem favorável à satisfação de uma necessidade. Aquele que está entre uma necessidade e um bem apto a satisfazê-la está numa posição de interesse. Conflitos → ocorre um conflito entre dois interesses, quando a posição ou situação favorável à satisfação de uma necessidade exclui ou limita a posição ou situação favorável à satisfação de outra necessidade. - Subjetivos → conflito entre dois interesses de um mesmo homem. Ex: o cara precisa ter grana para comer e se vestir, mas tem dinheiro pra satisfazer somente um destes interesses. - Intersubjetivos → conflito de interesse entre duas, ou mais pessoas; este conflito tem significante importância para o Estado. Pretensão → manifestar uma vontade de modo que um interesse pessoal prevaleça em relação ao direito de outrem; exigência de subordinação do direito alheio ao interesse próprio. Lide → quando dois ou mais sujeitos detêm a mesma pretensão acerca de algo, e uma das partes oferece resistência em face da pretensão do outro. Um conflito intersubjetivo de interesses qualificado por uma pretensão resistida; Formas de solução de conflito Surgindo um conflito entre dois interesses contrapostos, pode acontecer que seja resolvido por obra dos próprios litigantes ou mediante a decisão imperativa de um terceiro, tendo-se, no primeiro caso, uma solução parcial do conflito, por obra das próprias partes, e, no segundo, uma solução imparcial do conflito, por ato de um terceiro, que não é parte. São formas parciais de resolução de conflitos: a) Autodefesa/Autotutela → defesa própria, defender a si mesmo, cuidar de seus interesses por conta própria. Ex: legítima defesa, no âmbito penal; o desforço incontinenti, no âmbito civil; o direito de greve, no âmbito trabalhista. Não é em toda situação que é permitido utilizar a autodefesa. b) Autocomposição → representa uma forma mais evoluída da autodefesa. Resolver uma lide intersubjetivamente de modo a dissipá-la, as partes entram em acordo. Pode a autocomposição ocorrer antes ou depois do processo, e pressupõe que o litigante possua a faculdade de disposição sobre direito material, pois, quando se trata de direitos indisponíveis ou hipóteses em que a lei imponha, obrigatoriamente, a via processual com a finalidade de constatação judicial, não pode ter lugar essa modalidade autocompositiva. A autocomposição pode se dar por: → Renúncia: procedência unilateral do atacante, que abre mão completamente do interesse para evitar o conflito. → Transação: procedência de cunho bilateral, quando cada um abre mão de uma parte. → Submissão procedência unilateral do atacado, que abre mão do interesse reconhecendo que o direito é do atacante. São formas imparciais de resolução de conflitos: a) Arbitragem → O árbitro detêm a legitimação do Estado (lei n. 9.307/96) para resolver uma lide, mas ele não é o juiz, e nem representa o Estado. Existem câmaras de arbitragem. b) Processo → O processo se apresenta como o meio que oferece maiores probabilidades de uma resolução justa e pacífica dos litígios, porque o conflito é resolvido por um terceiro sujeito, a ele estranho, segundo determinadas regras. Este terceiro sujeito imparcial tem que ser mais forte do que as partes litigantes, para que possa impor coativamente a sua vontade, pelo que se compreende que este seja o próprio Estado. Grosso modo o processo é a operação, mediante a qual se obtém a composição da lide. O processo não se compõe de um único ato, mas de um conjunto de atos coordenados entre si e ligados uns aos outros pelo fim colimado, que é o de obter a justa composição da lide. • Juiz (Estado) → participa do processo na qualidade de órgão estatal, investido de jurisdição imparcial e equidistante dos interesses das partes. O interesse do juiz é secundário (nunca o mesmo interesse que as partes tem), ou seja, de aplicar o direito objetivo, assegurando a cada um o que é seu. Teorias: Unitária (Carnelutti) → para os adeptos desta teoria, o processo é um método de complementação do direito objetivo, acrescentando algo, que antes dele não existia, qual seja, a sentença que ele proporcionou. Para Carnelutti, o direito objetivo não tem condições para disciplinar, sempre, todos os conflitos de interesses que emergem no meio social, sendo necessário, muitas vezes, o processo, para a complementação dos comandos da lei. O comando contido na lei é incompleto; é como se fosse um arco, que a sentença completa transforma-o em círculo. Dualista (Chiovenda) → para os adeptos desta teoria, o processo é um método de atuação do direito objetivo, em nada contribuindo para acrescentar ou enriquecer o ordenamento jurídico. O ordenamento jurídico aqui cinde-se em direito material e direito processual, sendo que o primeiro cria a regra abstrata (lei), que se torna concreta no momento em que ocorre o fato nela previsto, automaticamente, sem qualquer participação do juiz; enquanto o segundo atua o direito objetivo (da lei), em nada contribuindo para a formação de normas concretas. → Dir. Material → o objeto, o que é → Dir. Processual → relação jurídica de direitos e obrigações processuais, ajuizar a ação Escopo do Processo: Para a teoria objetivista → Fazer atuar a lei (Estado). A teoria objetivista situa o objetivo do processo na atuação do direito objetivo, ou, mais precisamente, na vontade da lei, como expressão da vontade do Estado. Para a teoria Subjetivista → Defesa dos Dir. Subjetivos (Partes). Para a corrente subjetivista, o processo funcionaria como instrumento de defesa do direito subjetivo violado ou ameaçado de violação, ou seja, o escopo aqui seria a tutela dos direitos subjetivos. Para Alfredo Rocco a fórmula “tutela dos direitos subjetivos” confunde, pois, o escopo da ação (direito subjetivo requerido em juízo por uma parte) com o escopo do processo (fazer valer a lei para obter a composição de uma lide). Evolução do Direito Processual Evolução histórica • Autonomia → O marco do Dir. Processual como ciência foi o livro escrito em1868 por Oskar Von Bullon • Roma → O Dir. Processual pode ser recente, mas o processo como método de resolução das lides é muito antigo, embora apenas em Roma tenha alcançado o seu mais alto grau de evolução. Com as invasões germânicas, o Dir. Romano foi mesclado com o rudimentar Dir. Germânico, infestado de misticismo-religioso. • Igreja e o Dir. Canônico → resistência ao Dir. Germânico para manter uma coexistência com o Dir. Romano-canônico usado pela igreja. • Universidades → Com a criação da Universidade de Bolonha, no século XI, surgiu a escola dos glosadores e, posteriormente, a Escola dos Pós-Glosadores, que muito se preocuparam com o estudo do direito romano, procurando adaptá-lo às necessidades de seu tempo; fazendo surgir, em consequência, um tipo de processo chamado processo comum medieval. Comparativo entre os processos romano, germânico e comum medieval de Chiovenda: Func. Juiz Sentença Func. Prova Coisa Julgada Form. Processo Escopo Romano Pretor com função pública; investido de jurisdição Interlocutiones (atos durante o processo) e Setentiae (sentença)Conhecer os Fatos (livre convicção) Expressão de exigência de certeza e segurança no gozo dos bens da vida Oral; Juiz com identidade estável do início ao fim do processo Fazer atuar a lei Germânico Coordenar a atuação dos litigantes de uma assembleia popular (Ding) Sentença central provida sobre provas, que induz sentença final É dirigida ao adversário; duelos e ordálias; juízo de Deus Não existe Oral Obter conciliação dos litigantes mediante reparação de danos Comum Medieval Verificador Aritmético; Verdade legal; Processo estudado do ponto de vista do interesse e do Dir. Privado 2 sentenças: Interlocutória (apelável) & final Sistema de prova legal; Validade de testemunho dependia de sexo, fama, fortuna, se era nobre ou não, etc. Verdade presumida; Qualquer sentença é recorrível e passa em julgado Escrito Saber se o réu deve ou não pagar ao autor certa quantia; tal processo não resulta de nenhuma lei Evolução Científica Período primitivo: Obras difusas acerca de Dir. Processual; Judicialismo: Bolonha 1088; termo juízo era preponderante; Jurisconsultos de bolonheses produzem obras de grande envergadura para a época (representam para o Dir. Proc. O que Roma representa para o Dir. Civil.); trabalharam o direito comum, de fundo romano-canônico, medieval italiano e ítalo-canônico. Praxismo: Início do Sec. XVI na Espanha até começo do XIX; Ressaltava-se a prática/hábito (não a teoria); os trabalhos desta época eram impregnados de nítida preocupação forense, considerando apenas questões de ordem prática; fornecer fórmulas e receitas para levar adiante os procedimentos Procedimentalismo: Rev. Francesa → codificação napoleônica (separa dir. Civil do penal); Org. Judiciária/Competências/Procedimentos; Passou a fundar-se na lei; meio caminho entre o praxismo e a fase científica do direito processual; precede o processualismo científico que viria a seguir. Processualismo científico (1868: Bullon): (to be continued) Fala-se em processualismo científico porque não se trata mais de conhecer o processo segundo a praxe, nem de abordá-la pela forma como a lei regula o processo, mas de tomar como ponto de partida o estudo próprio processo, segundo a sua natureza jurídica, e assim, todos os institutos básico do direito processual. Processo: relação jurídica de direitos e obrigações em entre as partes e o juiz. Processo é diferente de procedimento. Surge com Bullon uma autonomia do direito Processual, na perspectiva de enxergar o Direito como um todo, e verificar que temos um grupo que se chama direito material, e outro grupo distinto chamado direito processual. Os conceitos e questões primordiais do direito processual, como a ação, a jurisdição e o processo, a atuação das partes etc., são examinados de acordo com critérios de rigoroso direito processual. O material usado pelos procedimentalistas é superado, e a exegese é substituída pelo sistema. Autonomia e publicização do direito processual: O direito processual é hoje uma disciplina autônoma da ciência do direito, fruto da grande evolução por que passou na segunda metade do século XIX. O processo, instituto fundamental do direito processual, que, até a obra de Bulow, era explicado sob as vestes privatistas, como sendo um contrato ou um quase contrato, passa a ser explicado na sua feição publicista, desvinculando das relações de direito privado que por seu intermédio são resolvidas, operando-se, assim, a autonomia do processo. A ação, antes explicada pela teoria civilista como o “direito de perseguir em juízo o que nos é devido”, como um elemento do próprio direito material, ou direito que nasce da violação de outro direito, adquire sua autonomia com a obra de Wach, desvinculando-se do direito material que através dela se faz valer em juízo, passando a ser considerada como um direito subjetivo processual, de caráter público, de invocar a jurisdição do Estado-juiz. O direito processual se firmou como ciência autônoma no campo da dogmática jurídica por ter objeto e princípios próprios que não se confundem com o objeto e princípios das demais ciências do direito. O processo como instrumento da jurisdição, a ação como o direito de provocar a jurisdição e a própria jurisdição enquanto atividade pública de atuar a lei têm a sua regulamentação disciplinada pelo direito processual. Escopo: Atuação do direito objetivo Trilogia estrutural do direito processual: jurisdição, ação e processo. Trilogia estrutural: Ação (Direito), Processo (Relação Jurídica de Dir. E Obr.) e Jurisdição. (Poder/Dever do Estado). Estes 3 conceitos – jurisdição, ação e processo – mantêm entre si a mais estreita ligação, e estão de tal forma inter-relacionados, que um não pode ser concebido sem a existência do outro. Assim, sem a jurisdição, não se haveria que falar em direito de ação, pois não se teria um juiz a quem se dirigir; e muito menos um processo, que é o instrumento formal da jurisdição. Sem o direito de ação, a jurisdição não passaria de uma função inerte, e não seria necessário o processo. Sem o processo, não haveria jurisdição, porque o processo é o instrumento da jurisdição, e não haveria também lugar para o direito de ação. Como se vê, a ação põe em movimento a jurisdição, que se realiza através do processo, pois é no processo que a ação se encontra com a jurisdição. Na medida em que o autor exercita a ação, tem direito a uma resposta do juiz, que lhe é dada pela jurisdição, que se vale de um instrumento técnico, que é o processo. Sob o aspecto lógico-doutrinário, primeiro vem a jurisdição, como órgão-função, depois a ação, como nexo entre o órgão e os sujeitos do processo, e, por último, o processo, que se faz possível e se desenvolve graças à conjugação harmônica de jurisdição com a ação. Disciplina Normativa Normas: • Antigamente Substantivas → leis que atribuem direitos e criam obrigações Adjetivas → leis que instituem meios de defesa de direitos • Hoje Materiais (substanciais) → são aquelas que disciplinam diretamente as relações de vida, procurando compor conflitos de interesse entre os membros da comunidade social, bem como regular e organizar funções socialmente úteis, ao mesmo tempo em que asseguram o seu cumprimento através de sanções, às vezes específicas, e outras vezes imanentes à ordem jurídica no seu conjunto. Processuais (instrumentais) → são aquelas que disciplinam a aplicação das normas substanciais, seja regulando a competência para fazê-las atuar, seja regulando os meios de tornar estas efetivas e ainda as vias adequadas para provocar o seu cumprimento e efetivação. • Heterotópicas (conteúdos/tópicos diferentes) → são o caso de regras materiais inseridas nos códigos de processo civil e penal, e normas processuais nos códigos civil e penal. Espécies: Processuais em sentido estrito → são as que regulam o processo como tal, atribuindo poderes e deveres processuais às partes e aos órgãos jurisdicionais. (competência da União) Procedimentais → são as que regulam o modo como se devem conduzir o juiz e as partes, no processo, e inclusive a coordenação dos atos que compõem o procedimento. (essas normas são de competência concorrente da União e dos Estados). Organização Judiciária → são as que regulam a criação e estrutura dos órgãos judiciários e seus auxiliares (essas normas são competência da União, em relação à sua justiça e à do DF, e dos Estados-membros, em relação à justiça estadual) Coercibilidade: Sob o prisma da coercibilidade, as normas processuais são de direito público e, em princípio, cogentes, obrigatórias para todos os sujeitos processuais; o que não impede que, em certas circunstâncias, a sua incidência fique na dependência da vontade das partes,quando então, se dizem dispositivas. Fontes: Direta: lei “Lato sensu” Supletivas: Indiretas → costume/jurispr./princípios Secundárias → Dir. Histórico/estrangeiro/doutrina Concretas: CF/CE/ Lei Fed./Lei Estadual/ Lei Orgânica Jud./ Regim. Int. Trib. Interpretação da norma: Interpretar: determinar a exata significação do enunciado legal, com o objetivo de determinar-lhe o conteúdo. Critérios: Objetivo: A classificação da interpretação do ponto de vista objetivo tem em consideração os meios ou expedientes intelectuais empregados na interpretação da lei. – Gramatical → também chamada literal, é aquela que se inspira no próprio significado das palavras, sendo a pior de todas as interpretações – Lógica → também chamada teleológica, é aquela que visa a compreender o espírito da lei e a intenção do legislador ao editá-la; procura descobrir a finalidade da lei ou a vontade nela manifestada. – Sistemática → Nessa interpretação, o exegeta deve colocar a norma dentro do contexto de todo o direito vigente e com a regras particulares de direito que têm pertinência com ela. – Histórica → se assenta sobre a história da lei ou dos seus precedentes, como projetos de lei, discussões no plenário, exposições de motivos etc. Busca o mens legis, intenção do legislador. Subjetivo: A classificação da interpretação do ponto de vista subjetivo toma em consideração o sujeito que interpreta a lei. – Autêntica → proveniente do próprio legislador, que é quem faz a lei – Doutrinária → proveniente dos doutrinadores ou comentadores da lei – Judicial → interpretação dos juízes e tribunais ao aplicarem a lei no caso concreto. Resultado: A classificação da interpretação do ponto de vista dos resultados leva em consideração o fato de haver na lei algo a mais ou a menos do que deveria dela constar. – Extensiva → é aquela que impõe uma ampliação do enunciado legal, por ter a lei sido demasiado restrita, dizendo menos do que queria, excluindo aparentemente situações visadas pela lei. Nesse caso, cumpre ao intérprete ampliar o sentido e o alcance das palavras da lei. – Restritiva → é aquela que impõe uma restrição do enunciado legal, por ter a lei sido demasiado ampla, dizendo mais do que queria, compreendendo aparentemente situações que, na sua intenção, deveriam ter sido excluídas. Nesse caso, cumpre ao intérprete restringir o sentido e o alcance das palavras. Integração: A integração da norma processual é a atividade pela qual se preenchem as lacunas verificadas na lei, mediante pesquisa e formulação da regra jurídica aplicável à situação de conflito não expressamente prevista pela ordem jurídica. Isto se faz pela analogia, costumes e princípios gerais de direito. – Analógica → permite resolver o conflito não previsto em lei, mediante a utilização de regra jurídica relativa a um caso semelhante. – Princípios gerais de Direito → são enunciados gerais e universais, geralmente expressos em latim, que ajudam na resolução dos conflitos, quando não seja possível resolvê-los pela analogia ou pelos costumes. Esses princípios constituem pressupostos lógicos das normas legais, embora não apareçam na lei positivada. – Costumes → regras não escritas, produto de uma repetição reiterada, observados por todos, impondo-se como meios de resolução dos conflitos; sendo muito prestigiados nas relações entre os comerciantes. Limites espaciais e temporais A eficácia espacial das normas processuais é regulada pelo princípio da territorialidade, também conhecido como lei do foro; e nem poderia ser de outra forma, considerando que se trata da disciplina de uma atividade jurisdicional do Estado, e não se admite atividade estatal regulada por lei estrangeira. O CPC entretanto ressalva as disposições processuais específicas previstas em tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário. → Estado soberano • Vigência: 45 dias da publicação → Efeitos imediatos: – Dir. adquiridos – Ato jur. Perfeito – Coisa julgada Conflitos Temporais → Sistema de Solução de conflitos temporais: – Unidade processuais → Um bloco só de processo. Só pode ser regulado por uma única lei, a antiga ou a nova, de modo que a antiga teria de se impor em detrimento da nova. – Fases processuais → um desmembramento do processo em fases para evitar, durante a sua duração que pode ser de anos, conflitos entre leis revogadas e vigentes. Em cada fase do processo, vale a lei que estiver vigente à época. – Isolamento dos atos processuais → um desmembramento do processo em atos, para atualizar ainda mais rápido o processo de acordo com as leis que são revogadas e/ou surgem. Antes a lei nova só passava a contar na próxima fase do processo, agora isso ocorre mais rápido, ou seja, a cada ato. Sistema esse que foi consagrado pelos CPC art. 2º e CPP art. 1.211, que asseguram que a norma processual não tenha efeito retroativo, provendo somente para o futuro, para atos processuais ainda não realizados quando da sua entrada em vigor. Não fica afastada, porém, a ultratividade (proatividade) das leis processuais, fenômeno segundo o qual a norma revogada continua produzindo sua eficácia até que se conclua o ato por ela regulado. Diferença entre processo e procedimento: Pra que serve? Processo é a Ferramenta do Estado para resolver as lides. O que é? Processo é uma relação jurídica de direitos e obrigações que vai se materializar por meio de um procedimento. O procedimento é o conjunto de atos que são necessários para exercer o processo. Jurisdição É o poder-dever do Estado-juiz de declarar e realizar o direito. Considerações: Soberania → Poder-dever do Estado Poderes → Funções Jurisdição: • Substituição da vontade → das partes, pela decisão do Estado. → Elementos: • “Notio” → ter noção do que se trata a lide, saber qual é o caso concreto; • “Vocatio” → chamar em juízo, intimar; • “Coertio” → executar a decisão, fazer cumprir utilizando-se da força; • “Iudicium” → decidir; • “Executio” → executar a decisão, fazer cumprir. Princípios: Da investidura: provêm do entendimento de investir poder em alguém, poder este fornecido pelo Estado, Ex. Poder investido ao juiz pelo Estado Da aderência ao território: uma limitação espacial, territorial da jurisdição exercida Da indelegabilidade: aquele juiz devidamente investido daquela função, não pode delegar poder a outra pessoa. Da indeclinabilidade (CF 5º, XXXV): O juiz não pode se negar julgar uma lide (também chamado de princípio da inafastabilidade da jurisdição) Do juiz natural (Igualdade/Independência/Imparcialidade): equidistância, imparcialidade, etc. Da inércia ou da demanda: O juiz está à espera de uma demanda. Enquanto este não for demandado, ficará inerte. Existem algumas exceções, “ex officio”, deste princípio, ex. O Habeas Corpus, que pode ser impetrado pelo próprio juiz, se este achar que no caso concreto foi cometido uma injustiça, mesmo que nenhum advogado tenha pedido o habeas corpus para ele. Art. 460 do CPC: É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que Ihe foi demandado. Quando ao juiz é pedido uma decisão sobre A, e ele decide sobre A + B, chama-se ultra petita. Quando ao juiz é pedido uma decisão sobre A + B, e ele decide somente sobre A, citra petita. Quando ao juiz é pedido uma decisão sobre A, e ele decide sobre B, chama-se extra petita. Princípio do acesso à justiça: Essa simples faculdade acabou erigida num princípio, segundo o qual a todos é assegurado o acesso ao Judiciário, para defesa de seus direitos; servindo a expressão “acesso à justiça” para determinar duas finalidades básicas do sistema jurídico: a) primeiro, o sistema deve ser igualmente acessível a todos; b) segundo, eledeve produzir resultados que sejam individual e socialmente justos. Nula poene sine iudicio: Não há pena sem julgamento, sentença, jurisdição. Jurisdição contenciosa e voluntária: A palavra jurisdição vem do latim ius (direito) e dicere (dizer). → Lide/Partes/Demanda Espécies de jurisdição: → Una: Soberania da lei nacional no território. O poder do Estado é uno na sua essência, mas fracionado no seu exercício. → Quanto à Gradação: A jurisdição inferior é a que se exerce na primeira instância por juiz que conhece e julga, originariamente, as causas; a jurisdição superior é a exercida na superior instância, por força de recurso interposto em causa já sentenciada, como consequência do duplo grau. → Quanto ao objeto/matéria: Penal e Civil → Quanto a origem: A jurisdição legal é permanente, nasce da investidura do juiz no cargo com as atribuições próprias de seu ofício, de dizer ou declarar o direito; a jurisdição convencional é momentânea, exercida pelo árbitro ou tribunal arbitral, por força de compromisso assumido pelas partes, sendo momentânea. → Quanto aos organismos judiciários: comum (ordinária) e especial (extraordinária). → Quanto à forma: A jurisdição contenciosa é exercida em face de litígio, quando há controvérsia (inter nolentes), e a jurisdição voluntária, quando o juiz se limita a homologar a vontade dos interessados, ou quando o juiz decide, mas em face de interesses não litigiosos. Jurisdição x Arbitragem → Lei 9.307/96 A arbitragem configura um exercício de atividade jurisdicional exercida por um particular, com autorização do Estado. É uma forma de composição de lide extraprocessual. A conciliação, por outro lado, é uma forma de composição de lide intraprocessual, requer homologação. • Antes: laudo arbitral; Hoje: sentença arbitral → título executivo Estrutura do Poder Judiciário (CF 92/126) 1. O STF: • compõe-se de 11 ministros, com mais de 35 e menos de 65 anos; • detêm jurisdição sobre todo o território nacional; • competência originária e recursal (ordinária e extraordinária); • compete-lhe precipuamente a guarda da Constituição. • Sede em Brasília • Artigos: 101 e 102 1.a) O CNJ: • órgão com competência para controlar a atividade administrativa e financeira do Poder Judiciário, pelo cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura e pela Constituição. • Artigos: 92 e 103-B 2. O STJ: • compõe-se de, no mínimo, trinta e três ministros nomeados pelo Presidente da República; • brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, depois de aprovada a escolha pelo senado. • Escolha feita dentre desembargadores dos TJs e dos TRFs, de advogados e membros do MP dos Estados, do DF e Federal; • os membros saídos dos tribunais estaduais e regionais, e escolhidos entre advogados e membros do MP, integram o chamado quinto constitucional; • detêm jurisdição sobre todo o território nacional; • competência originária e recursal (ordinária e especial). • Sede em Brasília • Artigos: 103 ao 105 3. Os TRFs: • São órgãos de 2º grau da Justiça Federal comum; • compõe-se de no mínimo 7 juízes, escolhidos dentre juízes federais, com mais de cinco anos de carreira, mediante promoção; • assegurada também a participação de advogados e membros do MP todos com mais de 10 anos na profissão ou na carreira. Esta participação respeita também o chamado quinto constitucional; • brasileiros com mais de 30 e menos de 60 anos; • competência originária e recursal; • julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição; • a jurisdição é delimitada por região (são regionais), havendo, atualmente, 5 TRFs, com sede em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife, compreendendo 5 regiões. • Artigos:107-109 3.1 Os juízes federais: • são órgãos de 1º grau da Justiça Federal (mais propriamente, os órgãos são os juízos ou varas; o juiz é um dos elementos desse órgão); • Cada Estado, bem como o DF, constitui uma Seção Judiciária, que tem por sede a respectiva capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei (CF art. 110); • sua competência é prevista no art. 109 CF, sobressaindo a de processar e julgar as causas em que a União, entidade autárquica e empresa pública forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes do trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. • A Justiça Federal conta ainda com os Juizados Especiais Federais e Turmas de Recursais (Lei 10.259/2001), e também com tribunais do júri para o julgamento de crimes dolosos contra a vida. 4. A Justiça do Trabalho: é estruturada com órgãos de 1º grau, que são as Varas do Trabalho; de 2º grau, que são os TRTs; e de 3º grau, que é o TST (CF art. 111, I a III). 4.1 O TST: • órgão de 3º grau da Justiça Trabalhista; • compõe-se de 27 ministros; • brasileiros com mais de 30 anos e menos de 65 anos de idade, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado, com mais de dez anos de atividade, e os demais dentre juízes dos TRTs, oriundos da magistratura de carreira; • sede em Brasília; • jurisdição sobre todo o território nacional; • competência determinada por Lei Ordinária. 4.2 Os TRTs: • órgãos de 2º grau da Justiça Trabalhista; • compõe-se de, no mínimo, 7 juízes nomeados pelo Presidente da República; • brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos de idade, assegurando também, a participação de advogados e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de atividade (CF ART. 115 I e II). 4.3 Os juízes do trabalho: órgãos de 1º grau da Justiça Trabalhista; atuam nas varas do trabalho, aos quais compete processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do DF e dos Municípios (CF 114 I), na forma da lei (CF, art. 114, IX), bem como todos os feitos referidos na CF (114 II a X). Conta, ainda, a Justiça do Trabalho, com a ajuda da arbitragem, pois frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 5. A Justiça Eleitoral: estrutura organizacional mais ampla que as demais justiças, atuando em 1º grau os juízes eleitorais e as juntas eleitorais; em 2º grau os TREs; em 3º grau o TSE. 5.1 O TSE: • sede em Brasília; • composição de no mínimo 7 membros escolhidos mediante eleição pelo voto secreto dentre os ministros do STF e do STJ, e dois juízes dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral (CF 119 I e II); • jurisdição sobre todo o território nacional • competência estabelecida em LC • decisões irrecorríveis, salvo se contrariarem a CF, e as denegatórias de HC ou mandado de segurança 5.2 Os TREs: • órgãos de 2º grau da Justiça Eleitoral • há 1 em cada Estado e 1 no DF • 7 membros escolhidos mediante eleição pelo voto secreto dentre desembargadores do TJ e juízes de direito; 1 juiz do TRF com sede na capital do Estado ou no DF e juízes escolhidos pelo Presidente da República, dentre advogados de notório saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo TJ (CF 120 §1º I, II e III); • A organização e competência dos juízes eleitorais e das juntas eleitorais são objeto de LC; • A Justiça Eleitoral é uma justiça suis generis pois toda a sua estrutura organizacional é composta de membros integrantes de outros órgãos judiciários, pelo que não existe concurso para ingresso na carreira de magistrado eleitoral. 6. A Justiça Militar da União é composta de juízes e tribunais militares, sendo eles de 1º grau, e o STM de 2º grau. 7. A JustiçaEstadual e do DF: são estruturadas com a observância dos preceitos constitucionais (CF, art. 125), que são, na verdade, diretrizes e limitações de observância obrigatória, sob pena de ofensa à Constituição. 7.1 Os Tribunais de Justiça: • órgãos de 2º grau da Justiça Estadual e do DF; • têm sua estrutura e competência estabelecidas na CF, nas CEs, Lei orgânica do DF e nas respectivas Leis de Organização Judiciária; • tem sua sede na capital • jurisdição sobre todo o território da unidade federada; • composição variada de Estado para Estado, respeitando o quinto constitucional 7.2 Os órgãos de 1º grau das justiça comum Estadual e na do DF são os juízes de direito; e os tribunais do júri, para os crimes dolosos contra a vida. • Na justiça estadual e na do DF há também Juizados Especiais, providos por juízes togados ou togados e leigos, para o julgamento e execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, permitidos a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau (CF 98 I); disciplina regida pela Lei n 9.099/95 • Na organização da justiça militar, tanto federal quanto estadual, e nos juizados especiais estaduais, a Constituição se afina com a doutrina que valoriza a justiça com a participação de leigos na administração da justiça, pelo que integra o leigo na sua estrutura; isso sem falar no Tribunal do Júri, justiça leiga por excelência. Critério → Togado (aprovado em concurso público, investido na função): Lei (Excepcionalmente a equidade) → Leigo (não foi investido nessa função de juiz togado, mesmo que ele seja formado em Direito ou não): Equidade. Ex. De juízes leigos: juiz de paz, tribunal do júri, etc. TCU/TCE/TJD(desportivo) → Federal: Lei 5010/66 → Estadual: cada estado → Auxiliares da justiça: CPC 139 → Foro extrajudicial: oficiais de registro públicos (fé pública) Forma de composição da magistratura → Eleição popular → Livre escolha do executivo → Nomeação pelo executivo com proposta dos poderes → Nomeação pelo executivo com aprovação do legislativo → Livre nomeação pelo Judiciário (cooptação) → Escolha por órgão especializado → Concurso público No Brasil só utilizamos o concurso público e a nomeação pelo executivo com aprovação do legislativo. Garantias da Magistratura Aos juízes, enquanto integrantes do poder judiciário, são asseguradas certas garantias, que lhes garantem a independência para proferir as suas decisões. Fala-se, assim, na Independência Política e Jurídica dos juízes (CF 95 e 93, VIII). Para certa corrente doutrinária, a independência política diz respeito às garantias do juiz para o exercício das suas funções, consiste na: I – vitaliciedade → adquirida pelo juiz de primeiro grau após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado. II – inamovibilidade → significa que o juiz não pode ser removido, de comarca ou vara, ou promovido para o tribunal sem iniciativa sua, salvo por motivo de interesse público III – irredutibilidade de vencimentos → significa que o juiz não pode ter seu salário reduzido. A independência jurídica significa dizer que o juiz a ninguém se subordina, senão à própria lei, segundo a interpretação que dela extraia, na solução dos casos concretos. O fato de poderem os tribunais reformar as decisões dos juízes não significa quebra da independência jurídica para julgar, mas mera decorrência do poder de derrogação que os tribunais possuem sobre as decisões judiciais. Unidade e duplo grau de jurisdição → 2 correntes: A favor: – pode ter havido má-fé ou erros nas decisões judiciais de primeiro grau – juízes mais experientes reexaminam as decisões do primeiro grau – é psicologicamente demonstrado que raramente alguém se conforma com um único julgamento que lhe seja contrário Contra: – o erro, a má-fé e a injustiça podem existir em ambos os graus – a decisão de segundo grau é inútil se confirmar a de primeiro; e se reformá-la é perniciosa, por permitir a dúvida sobre qual a decisão mais justa Complementações: Pode existir mais de uma instância dentro de um mesmo grau. Por exemplo, no TJDFT, podem haver muitas instâncias, mas continua sendo primeiro grau. No primeiro grau existe a análise de fatos e de provas. No segundo grau também. No recurso extraordinário, não se fala mais em análise de fatos e de provas. STJ analisa a norma infraconstitucional e o STF analisa a norma constitucional. Por isso só existe duplo grau de jurisdição, pois só existe análise de fatos e de provas em graus (no 1º e no 2º). Conclusão, não existe terceiro grau de jurisdição. Contudo, existem casos em que o STJ e o STF irão ter que cuidar de fatos e provas, por ex. No caso de julgamento contra o Presidente da República. Competência A competência é uma parcela/fração da jurisdição. Prover uma causa de penal, para um juiz trabalhista julgar, é inviável, porque este juiz não é competente (competência trabalhista, não penal) nem detêm jurisdição (sua jurisdição é para julgar causas trabalhistas). Considerações: → lei delimita → juiz analisa • dever legal → Territorialidade • externa (soberania) → CPC 88 concorrente/89 exclusiva • Interna → Federal (CF 109)/Estado (restante) Critérios de distribuição: “ratione materiae”: em razão da matéria (cível, penal, trabalhista, etc) “ratione persona”: em razão da pessoa que processa e da pessoa que é processada. Quem. funcional: função jurisdicional. Organização judiciária. “ratione loci”: divisão territorial da jurisdição valor da causa: causas menores em determinados órgãos, e causas maiores em outros. Ex. Lei 10.259 art. 3º Classificação: → competência absoluta (interesse público) • improrrogável • “ex officio”: significa que o próprio juiz tem o dever de declarar sua incompetência para julgar a causa, caso não seja de sua competência, obviamente. • qualquer tempo/grau de jurisdição • preliminar de contestação → competência relativa (interesse privado) • prorrogável • não declarável “ex officio” (CPC 128) • Na absoluta, a própria peça de defesa pode arguir a incompetência. Na relativa, deve-se fazer isto mediante peça de exceção. arguida por exceção (CPC 304). → não arguida (interesse privado): prorrogada (CPC 114) Prorrogação de competência. ex: a regra diz que, a competência é do foro do local onde o réu mora. Se o autor entra com a ação em município diverso de onde o réu mora, e o réu não se manifesta acerca de sua vontade de que a competência seja transferida para o local onde este tem o seu domicílio, a causa passa então a ser julgada onde o autor deu entrada na ação. O juiz que outrora era incompetente para julgar a lide, agora teve sua competência prorrogada, pois o silêncio do réu importa anuência, ou seja, quem cala consente. A prorrogação de competência só ocorre com os critérios que são relativos. Na palavras do eminente jurista J. E. Carreira Alvim: “Fala-se em prorrogação de competência para designar o fenômeno pelo qual o juiz tem ampliada a sua competência, para atuar num processo para o qual, em princípio, seria incompetente”. Foro e Juízo: • Unidade de foro → juízos (varas) → Foro é o local onde a lide deve ser resolvida. Dentro de um foro, existem vários juízos. Dentro de cada juízo existe pelo menos um juiz. A vara é o local onde o juízo se estabelece. Existe fórum também. Fórum é o local físico onde funciona a sede do respectivo foro. “Na estrutura organizacional da justiça, uma coisa é o juízo, nome técnico que tem o órgão julgador, como célula do Poder Judiciário, identificado também como vara, na divisão orgânica dos serviços judiciários, em primeira instância, podendo haver mais de um juízo, como há nas médias comarcas,e até diversos juízos, como nas grandes comarcas. Outra coisa é o juiz, que é a pessoa física que se posta dentro do juízo, para decidir em nome do Estado, podendo um juízo (ou vara) ter um ´¨nico ou mais de um juiz.” → federal → seção judiciária (foro da justiça federal) → estadual → comarca (foro da justiça estadual) → Em Brasília nós temos a chamada circunscrição judiciária, e seção judiciária, mas não se fala em comarca. Classificação de foros: → geral: pré-determinada → supletivo: Na lacuna da redação legislativa. Ex. Se o réu tiver mais de um domicílio pode ser em qualquer dos foros onde o réu tenha domicílio → especial (situação da coisa/condição de pessoas) • Geral: – civil → domicílio do réu. – penal → local da infração – trabalhista → local da prestação de serviço Prorrogação → critérios relativos → espécies: – convencional (expressa ou tácita): prorrogação esta ligada ao poder que dispõe as partes. – legal (conexão ou continência) CPC 103/104: ocorre nos casos de continência ou conexão, cujo objetivo é evitar sentenças contraditórias. Por conexão: a doutrina mais difundida sobre a conexão, preleciona que as coisas, nas suas relações lógicas, são idênticas, diversas ou análogas, conforme sejam os seus elementos constitutivos. A ação compõe-se de 3 elementos, a saber: partes, pedido (ou objeto) e causa de pedir. Se duas ações tiverem idênticos dois desses elementos, as partes e o pedido, ou as partes e a causa de pedir, ou o pedido e a causa de pedir, serão análogas; sendo também análogas se apenas um desses elementos lhes for comum, como o pedido ou a causa de pedir. Concluindo, a conexão é o vínculo entre duas ou mais ações, por terem um elemento ou dois elementos comuns, fazendo com que sejam decididas pelo mesmo juízo. Por continência: a continência é uma espécie do gênero conexão de causas. Para o CPC, dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras (art. 104). A continência exige mais do que a simples conexão, pois, pelo fato de terem duas ações a mesma causa de pedir, já seriam conexas; sendo que a continência exige também a identidade de partes e que o objeto de uma, por ser mais amplo, abranja o das demais. Ex: Na hipótese de credores solidários fundados num mesmo contrato de mútuo (idêntica causa de pedir), proporem duas ações distintas, postulando, numa delas, a cobrança de juros, e noutra, a cobrança do mútuo por inteiro. Nesse caso, há identidade de partes e de causa de pedir, nas duas ações, mas a segunda, por ter o objeto mais amplo (cobrança de todo o mútuo), do que na primeira (cobrança apenas dos juros), é por ela absorvida. Prevenção A prevenção é o fenômeno processual segundo o qual o juízo que primeiro tomar conhecimento da causa tem sobre ela firmada a sua competência, com a exclusão de todos os demais Perpetuação Firmada a competência de um juiz, perdura até final da decisão e execução ou cumprimento da sentença. • mudança de domicílio do réu não altera a competência → CPC 87 e CPP 81 Porque o judiciário do DF é mantido pela União? Porque o DF é a sede da União. Inclusive, antes o legislativo era mantido também pela União. Hoje já existe a câmara legislativa do DF. Toda ação tem 3 elementos: • Partes (autor e réu) • Causa do pedido (próxima e remota) • Pedido Ex: A bate o carro em B (partes). B pede uma ação de reparação de danos materiais (pedido). Por que ele pede isso? Por causa da batida do carro (causa de pedir). AÇÃO → Conceito: Direito subjetivo público abstrato contra o Estado de ter acesso a jurisdição. - “Contra” no sentido em que: de um lado está ação do outro a jurisdição. Se eu tenho o direito, o Estado tem o dever. Ação (direito) x Jurisdição (poder/dever do Estado) – Relação jurídica de direito processual. - “abstrato” porque independe de qual é a encrenca concreta, independe do direito material. - Ajuizar uma ação para provocar a jurisdição. - Direito de buscar a tutela jurisdicional do Estado → Condições da ação: - Ação em abstrato e em concreto - Condições: serão analisadas pelo Estado, sob condição de extinguir o processo sem resolução de mérito – Art. 267, VI 1) Legitimidade para a causa - “Ad causam” - Só tem direito de ação em concreto as partes envolvidas. 2) Interesse de agir Material Processual (interesse na ferramenta processo) Processual – relação jurídica Processual – via (ferramenta) 3) Possibilidade jurídica do pedido – não pode ser algo ilegal, se não não terá amparo. → Carência de ação - Falta de condição → Elementos da ação - Partes: autor e réu - Causa de pedir: Fática / remota (fato que gera o pedido) e Jurídica / próxima consequência jurídica, dever de indenizar, vem depois do fato. - Pedido / Objeto: sempre há 2 classes de pedido no mínimo 1º Pedido IMEDIATO: Qual a tutela jurisdicional específica eu quero? 2º Pedido MEDIATO: O que eu quero alcançar com a prestação jurisdicional? *Identidade de ações: as ações são iguais quando possuem os 3 elementos idênticos Estudamos isso para entender quando há conexão e continência, entender petição inicial, situações de litispendência, coisa julgada e perempção. litispendência: já tem outra lide igual a essa pendente de julgamento. Isso causa a extinção, assim como a coisa julgada e a perempção. Comentários: busco a ação com a tutela jurisdicional para amparar a minha pretensão Prescrição é a perda do amparo à pretensão - Ação (direito de buscar a jurisdição), jurisdição (poder/dever do estado de aplicar o ordenamento jurídico ao caso concreto resolvendo as lides) e processo (forma de prestação da jurisdição). Classificação das Ações Ação Civil: quanto a natureza da prestação jurisdicional • Conhecimento: ação de conhecimento tem por objetivo resolver um problema de dúvida, quem tem razão. O juiz ao decidir de quem é a razão, sanando a dúvida, ele fará uma ação declaratória, positiva ou negativa. A ação pode ser condenatória além de declaratória, ou seja, que além de declarar de quem é a razão, condene a parte a cumprir/pagar o acordo. Existe ainda um terceiro tipo de ação, é a constitutiva, positiva ou negativa. Ação civil de conhecimento constitutiva negativa, portanto, objetiva desconstituir a relação jurídica, desconstruir o contrato, rescindir o contrato. É positiva se constitui a relação jurídica, vinculando a parte. • Execução (Lei. 11.232/05 – Cumprimento de Sentença): aqui a dúvida já foi sanada, ou ela nunca existiu; a preocupação é em satisfazer a obrigação, fazer cumprir o acordo. • Cautelar: serve para resolver um problema de urgência, para resguardar o resultado útil de uma outra ação. Subdivide-se em cautelar nominada e inominada. Existem algumas ações cautelares que já possuem nomes criados pelo legislador. Outras não, portanto, inominadas. Ação Penal: quanto a pessoa que promove • Pública (M.P.): – Incondicionada (sem manifestação de vontade, ou seja, independente de alguém se manifestar volitivamente, o M.P. Vai promover ação penal) – Condicionada (com manifestação de vontade, ou seja, o ofendido quem deve propor a ação penal ou o seu representante legal) • Privada: – Exclusivamente privada (ofendido/representante legal) – Personalíssima (só ofendido) – Subsidiária da pública • Trabalhista (dissídio): quanto a pessoa e natureza da prestação jurisdicional – Individual (declaratória/constitutiva/condenatória/executória/cautelar) – Coletiva (categorias) → sindicato. Poder se constitutiva ou declaratória Outras: • Quanto a pretensão (direito material) – Patrimoniais (reais/pessoais) – Mobiliárias/Imob. – Petitórias/Possessórias Quanto ao rito: – Ordinária/Sumária/Comum/Especial Processo O Processo é uma relação jurídica de direitos eobrigações. Relação jurídica porque estabelece direitos e obrigações entre os sujeitos ativo, passivo e o juiz. Ou, da forma preferida pelo professor, autor, réu e juiz. Composição Subjetiva • Sujeitos principais → autor, juiz e réu. Relação Jurídica Processual → processual (a ação declaratória negativa é um exemplo do que postulou Bullow em 1981, quando disse que o direito cinde-se em material e processual; é uma declaração de que não existe uma relação jurídica; temos uma relação jurídica processual sem uma relação jurídica material) Interesses primários (lide) e secundários (processo) Revelia → o réu foi citado regularmente, porém não compareceu, nem constituiu representante; isso ; ele não é obrigado a se defender, é um direito dele; este réu será considerado revel; consequência: anuência tácita, quem cala consente; efeito material da revelia, todos os fatos alegados pelo autor serão considerados verdadeiros. Litisconsórcio • Sujeitos secundários → testemunhas por exemplo • Sujeitos “suis generis”: – “ius postulandi” → o direito de postular em juízo → advogados – “custos legis” → o poder-dever de fiscalizar a lei → ministério público (pode atuar como parte também, mas se atua como parte não é “custos legis”, e vice-versa) Pluralidade: Litisconsórcio (CPC 46) Wtf is litisconsórcio ? Litis (lide) consórcio (duas ou mais pessoas com interesse comum). Ou seja, duas ou mais pessoas no mesmo pólo (passivo ou ativo, ou ativo e passivo, chamado misto) • cumulação de sujeitos → cumulação de processos • espécies: – ativo/passivo/misto (recíproco) – necessário/facultativo → se as duas ou mais pessoas do mesmo pólo precisam obrigatoriamente comparecer em juízo, logo necessário; se por outro lado esta presença se faz mediante o comparecimento de apenas um dos sujeitos constituintes do pólo da parte, sem caráter obrigatório do comparecimento dos dois (ou mais), facultativo. Não existe litisconsórcio ativo necessário, pois no polo ativo sempre será facultativo. – unitário/não-unitário → unitário é quando a decisão do juiz tem que ser uma só pros dois ou mais sujeitos do mesmo pólo. No não unitário, cada um pode ter uma decisão diferente dada pelo juiz. Ex. Ação de anulação de casamento tem que ser para as duas partes, litisconsórcio unitário; Substituição, Representação e Sucessão Processual • Substituição: nome próprio → direito alheio gestor/sindicato/ação penal privada • Representação: em nome de outro → direito alheio menor → capacidade de estar em juízo • Sucessão Processual: modificação subjetiva da lide → morte herdeiros/sucessores Poder Dispositivo (CPC 460) Tem relação com a demanda → autonomia da vontade → é o poder de dispor de seu direito, abrir mão; eu demando em juízo se eu quiser. Propedêutica Processual: Evolução do Direito Processual Disciplina Normativa Jurisdição Estrutura do Poder Judiciário (CF 92/126) Competência AÇÃO → Conceito: Direito subjetivo público abstrato contra o Estado de ter acesso a jurisdição. - “Contra” no sentido em que: de um lado está ação do outro a jurisdição. Se eu tenho o direito, o Estado tem o dever. Ação (direito) x Jurisdição (poder/dever do Estado) – Relação jurídica de direito processual. - “abstrato” porque independe de qual é a encrenca concreta, independe do direito material. - Ajuizar uma ação para provocar a jurisdição. Processo
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