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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS – ICTE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL �������������������������������������������������������������������������������������������� _____________________________________________________________________________ 1 PROF. CAMILO 4,0 m 5,0 m P1 (42x20) P2 (60x20) P3 (42x20) V (20x60) Forma das vigas e dos pilares: Dados: - concreto classe C25 - E = 25.000 MPa - coeficiente de Poisson 0,20 - coef. de dilatação térmica 0, 00001 / °c 1 ESTABILIDADE ESTRUTURAL 1.1 INTRODUÇÃO A avaliação da estabilidade global de edifícios de concreto armado é um item de grande importância e que interfere significativamente no lançamento dos elementos estruturais, principalmente, os pilares. O objetivo deste módulo é apresentar os conceitos básicos que envolvem o estudo da estabilidade global de edifícios, auxiliando na análise dos elementos estruturais lançados em um projeto estrutural em concreto armado. A análise da estabilidade de uma estrutura de concreto armado não é uma tarefa simples de ser feita. Ela envolve muito conhecimento do problema e a busca de parâmetros que possam checar se a estrutura lançada está estável ou não de uma forma mais consistente e confiável. Ao lançar a estrutura de concreto armado de um edifício, deve-se assegurar que ela como um todo ou qualquer parte isolada da mesma não vá atingir o estado limite último de instabilidade, ou seja, a perda da capacidade resistente da estrutura causada pelo aumento das deformações. 1.2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS Seja o pórtico plano indicado na Figura 1 com seu carregamento vertical. Suponha que este pórtico faça parte da estrutura de um edifício composto por pavimento térreo, três andares tipo e cobertura. Antes da aplicação do carregamento indicado, admita-se que a geometria inicial da estrutura não apresenta nenhuma deformação, condição esta imposta nas análises que são feitas nas disciplinas de mecânica geral e teoria das estruturas. Figura 1: Pórtico plano com seu carregamento vertical e dados gerais Fonte: Do Autor (2017) UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS – ICTE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL �������������������������������������������������������������������������������������������� _____________________________________________________________________________ 2 PROF. CAMILO Ao aplicar o carregamento vertical no pórtico, obtém-se os diagramas de esforços solicitantes (DEN, DEC e DMF) indicados na Figura 2. Estes esforços calculados com a geometria inicial da estrutura sem deformação são chamados de “efeitos de primeira ordem”. Figura 2: Diagramas de esforços solicitantes em análise de primeira ordem a) Diagrama de Esforço Normal (DEN) em kN b) Diagrama de Esforço Cortante (DEC) em kN c) Diagrama de Momento Fletor (DMF) em kN.m Fonte: Do Autor, 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS – ICTE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL �������������������������������������������������������������������������������������������� _____________________________________________________________________________ 3 PROF. CAMILO A Figura 3a mostra a deformação do pórtico diante do carregamento ilustrado na Figura 1. Na Figura 3b está representada, em destaque, a linha elástica parcial do pilar P1. Observa-se que este pilar sofreu no seu topo (nó 13) um deslocamento horizontal para a direita de 0,1939 mm , um deslocamento vertical para baixo de 0,4223 mm e uma rotação no sentido horário de 1,895.10-4 rad. Considerando as deformações mostradas na Figura 3, ao se aplicar o mesmo carregamento vertical indicado na Figura 1 vão surgir novos esforços devidos a estas deformações, a estrutura está deslocada da sua posição inicial indeformada. Os esforços adicionais originados a partir da estrutura deformada são denominados de “efeitos de 2a ordem”. Estes efeitos tendem a desestabilizar a edificação. Figura 3: Deformações do pórtico da Figura 1 a) Linha elástica de todo o pórtico b) Destaque do nó 13 do pilar P1 - Deformações do nó 13: - Deslocamento horizontal: 0,1939 mm - Deslocamento vertical: 0,4223 mm - Rotação: 1,895.10-4 rad (horário) Fonte: Do Autor, 2017 Quando se analisa as solicitações horizontais, como por exemplo o vento, os efeitos de 2a ordem se tornam mais significativos pois os deslocamentos horizontais aumentam. Os efeitos de 2a ordem são efeitos adicionais que surgem na estrutura, gerados a partir das deformações da estrutura. UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS – ICTE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL �������������������������������������������������������������������������������������������� _____________________________________________________________________________ 4 PROF. CAMILO Admitindo o carregamento horizontal indicado na Figura 4 atuante no pórtico da Figura 1, nota-se que a elástica do pórtico ilustrada na Figura 5a apresenta deformações horizontais maiores quando comparadas com as da Figura 3a. A Figura 5b mostra as deformações parciais do pilar P1 no nó 13 para este carregamento, ou seja, deslocamento horizontal para a direita de 4,042 mm, deslocamento vertical para baixo de 0,3304 mm e rotação no sentido horário de 2,051.10-4 rad. Figura 4: Pórtico com o carregamento horizontal simulando o efeito do vento Fonte: Do Autor (2017) Figura 5: Deformações do pórtico da Figura 4 a) Linha elástica de todo o pórtico b) Destaque do nó 13 do pilar P1 - Deformações do nó 13: - Deslocamento horizontal: 4,042 mm - Deslocamento vertical: 0,3304 mm - Rotação: 2,051.10-4 rad (horário) Fonte: Do Autor (2017) UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I INSTITUTO DE CIÊNCIASTECNOLÓGICAS E EXATAS – ICTE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL �������������������������������������������������������������������������������������������� _____________________________________________________________________________ 5 PROF. CAMILO O carregamento horizontal indicado na Figura 4 simula a ação lateral do vento sobre este pórtico. Para esta situação os efeitos de 2a ordem serão ainda maiores, devido ao aumento das deformações. Ao se considerar os efeitos de 2a ordem nota-se que há uma não-linearidade entre ações e deformações, chamada de “não-linearidade geométrica”. Quando a não-linearidade geométrica entre ações e deformações são causadas pela fissuração e pela fluência do concreto, esta recebe a denominação de “não- linearidade física”. O item 15.4.1 da NBR 6118:2014 traz as definições de efeitos globais, locais e localizados de 2a ordem, efeitos estes provocados pelas deformações existentes nas estruturas. Por este item da norma, sob a ação das cargas verticais e horizontais, os nós da estrutura deslocam-se horizontalmente, o que pode ser comprovado pelas deformações do pórtico da Figura 4, mostradas na Figura 5a. Os esforços de 2ª ordem decorrentes desses deslocamentos são chamados de “efeitos globais de 2ª ordem”. Nas barras da estrutura, por exemplo, um lance de um pilar, os respectivos eixos não se mantêm retilíneos, surgindo aí os chamados “efeitos de 2a ordem locais” que, em princípio, afetam principalmente os esforços solicitantes ao longo delas. Um exemplo desta situação pode ser visto na linha elástica do pilar P3 da Figura 5a. A Figura 6 mostra em destaque o trecho deste pilar compreendido entre os nós 6 e 9. Nota-se que o eixo, antes reto, ao se aplicar o carregamento não se mantém mais retilíneo o que acaba influenciando nos esforços solicitantes aplicados neste trecho do pilar. Figura 6: Deformação do eixo do pilar P3 entre os nós 6 e 9 do pórtico Fonte: Do Autor Em pilares-parede (simples ou compostos) pode-se ter uma região que apresenta não retilineidade maior do que a do eixo do pilar como um todo. Nessas regiões surgem efeitos de 2ª ordem maiores, chamados de “efeitos de 2ª ordem localizados”. Este efeito, além de aumentar nessa região a flexão longitudinal, aumenta também a flexão transversal, havendo a necessidade de aumentar a armadura transversal nessas regiões. UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS – ICTE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL �������������������������������������������������������������������������������������������� _____________________________________________________________________________ 6 PROF. CAMILO A Figura 7 é uma reprodução da Figura 15.2 da NBR 6118:2014 onde pode ser identificado o efeito de 2a ordem localizado em um pilar- parede composto, Figura 7a (na prática pode ser a estrutura da caixa de um elevador ou de uma escada), e um pilar-parede simples, mostrado na Figura 7b. Figura 7: Efeitos de 2a ordem localizados em pilar-parede composto e pilar-parede simples a) Pilar-parede composto b) Pilar-parede simples Fonte: NBR 6118:2014, Figura 15.3. Os três efeitos citados anteriormente, globais, locais e localizados, na teoria devem ser verificados simultaneamente em um cálculo estrutural, além de se analisar o comportamento tridimensional da estrutura. Entretanto, estas verificações tornam-se muito trabalhosas e difíceis de serem realizadas, necessitando de softwares confiáveis que possam realizar os cálculos e verificações e de profissionais com muitos conhecimentos teóricos e práticos para analisarem os resultados emitidos pelos aplicativos. Na prática, faz-se uma análise separadamente. Inicialmente, verifica-se a estabilidade global, em seguida, a local e, por último, a localizada, se houve. 1.3 ESTABILIDADE GLOBAL 1.3.1 Estruturas de nós fixos A NBR 6118:2014, item 15.4.2, define que as estruturas são consideradas, para efeito de cálculo, de nós fixos, quando os deslocamentos horizontais dos nós são pequenos e, por decorrência, os efeitos globais de 2ª ordem são desprezíveis. Considera-se com desprezíveis os efeitos inferiores a 10 % dos respectivos esforços de 1ª ordem. Nas estruturas com estas características, considera-se apenas os efeitos locais e localizados de 2ª ordem. Os efeitos de 1a ordem são aqueles obtidos com a estrutura admitida indeformada. Cálculo feito nas disciplinas de mecânica geral e teoria das estruturas. UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS – ICTE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL �������������������������������������������������������������������������������������������� _____________________________________________________________________________ 7 PROF. CAMILO A estabilidade global de uma estrutura é inversamente proporcional à sua instabilidade diante dos efeitos de 2a ordem. Quanto mais estável for a estrutura, menores serão os efeitos de 2a ordem. A Figura 8 ilustra esta relação entre estabilidade global e os efeitos de 2a ordem. Figura 8: Relação entre estabilidade global e os efeitos de 2a ordem Carregamento Deformação Fonte: Do Autor (2017) A verificação da estabilidade global de uma edificação deve ser feita logo no início do lançamento dos elementos estruturais. Ao se distribuir estes elementos, principalmente os pilares, já se deve ter uma previsão do comportamento da estrutura em relação à instabilidade global. 1.3.2 Estruturas de nós móveis Ainda no item 15.4.2 da NBR 6118:2014, as estruturas de nós móveis são aquelas onde os deslocamentos horizontais não são pequenos e, devido a isto, os efeitos globais de 2ª ordem não podem ser desprezados, são superiores a 10 % dos respectivos esforços de 1ª ordem. Nessas estruturas devem ser considerados tanto os esforços de 2ª ordem globais como os locais e localizados. 1.4 DISPENSA DA CONSIDERAÇÃO DOS ESFORÇOS GLOBAIS DE 2a ORDEM No item 15.5 da NBR 6118:2014 são apresentados dois processos aproximados para verificar a possibilidade de dispensa da consideração dos esforços globais de 2a ordem, ou seja, para indicar se a estrutura pode ser classificada como de nós fixos, sem necessidade de cálculo rigoroso. Efeitos Globais de 2a ordem Estabilidade Global UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS – ICTE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL �������������������������������������������������������������������������������������������� _____________________________________________________________________________8 PROF. CAMILO 1.4.1 Parâmetro de instabilidade � A equação que determina este parâmetro é apresentada no item 15.5.2 da NBR 6118:2014, sendo dada por: IE NH ccs k tot . .=α (1) onde: Htot é a altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de um nível pouco deslocável do subsolo; Nk é o somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir do nível considerado para o cálculo de Htot), com seu valor característico; Ecs.Ic representa o somatório dos valores de rigidez de todos os pilares na direção considerada. No caso de estruturas de pórticos, de treliças ou mistas, ou com pilares de rigidez variável ao longo da altura, pode ser considerado o valor da expressão Ecs.Ic de um pilar equivalente de seção constante. Com o valor de � calculado, procede-se à seguinte determinação do parâmetro �1, dado por: �1 = 0,2 + 0,1n se n � 3 (2) �1 = 0,6 se n � 4 (3) onde: n é o número de níveis de barras horizontais (andares) acima da fundação ou de um nível pouco deslocável do subsolo Após o cálculo dos valores de “�” e “�1”, faz-se a seguinte verificação: - estrutura reticulada pode ser considerada como sendo de nós fixos � < �1 - efeitos globais de 2a ordem são desprezíveis Segundo a NBR 6118:2014, final do item 15.5.2, o valor-limite �1 = 0,6 prescrito para n � 4 é, em geral, aplicável às estruturas usuais de edifícios. Para associações de pilares-parede e para pórticos associados a pilares-parede, adotar �1 = 0,6. No caso de contraventamento constituído exclusivamente por pilares-parede, adotar �1 = 0,7. Quando só houver pórticos, adotar �1 = 0,5. 1.4.2 Coeficiente γz A NBR 6118:2014, item 15.5.3, estabelece que o coeficiente γz de avaliação da importância dos esforços de 2a ordem globais é válido para estruturas reticuladas de no mínimo quatro andares. Ele pode ser determinado a partir dos resultados de uma análise linear de primeira ordem, para cada caso de carregamento, adotando-se os valores de rigidez dados em 15.7.3. UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS – ICTE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL �������������������������������������������������������������������������������������������� _____________________________________________________________________________ 9 PROF. CAMILO O coeficiente γz é um parâmetro que mede a estabilidade global de um edifício de forma simples, rápida e muito eficiente. O seu valor para cada combinação de carregamento é dado pela expressão: dtot dtotz M M ,,1 ,1 1 ∆ − =γ (4) Onde: M1,tot,d é o momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas as forças horizontais da combinação considerada, com seus valores de cálculo, em relação à base da estrutura, representa a grandeza do esforço de 1a ordem; ∆Mtot,d é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura, na combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da análise de 1ª ordem. Representa a grandeza de segunda ordem. A estrutura será considerada de nós fixos se for obedecida a condição de que γz�1,1. Obtido o valor de γz, pode-se analisar este valor em termos práticos conforme apresentado no Quadro 1. Quadro 1: Interpretação do valor de γz γγγγz Interpretação γγγγz < 1ou negativo - Incoerentes - Indicam que a estrutura é totalmente instável ou que houve algum erro durante o cálculo ou análise estrutural γγγγz > 1,5 - Estrutura instável - Impraticável 1,3 < γγγγz < 1,5 - Grau de instabilidade elevado 1,0 � γγγγz � 1,2 - Faixa ideal para se trabalhar com as estruturas de concreto armado OBS 1: γγγγz =1,10 - Significado da parte decimal 0,10: efeitos de 2a ordem em torno de 10% dos efeitos de 1a ordem OBS 2: - γγγγz : . maiores os efeitos de 2a ordem . mais instável é a estrutura Fonte: Do Autor (2017). UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS – ICTE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL �������������������������������������������������������������������������������������������� _____________________________________________________________________________ 10 PROF. CAMILO 1.5 ANÁLISE DE ESTRUTURAS DE NÓS FIXOS A NBR 6118:2014, item 15.6, estabelece que para as estruturas de nós fixos, o cálculo pode ser realizado considerando cada elemento comprimido isoladamente, como barra vinculada nas extremidades aos demais elementos estruturais que ali concorrem, onde se aplicam os esforços obtidos pela análise da estrutura efetuada segundo a teoria de 1a ordem. A análise dos efeitos locais de 2a ordem deve ser realizada de acordo com o estabelecido em 15.8 e que será visto no cálculo dos pilares. Em relação à ação de forças horizontais, a estrutura é sempre calculada como deslocável. O fato de a estrutura ser classificada como sendo de nós fixos dispensa apenas a consideração dos esforços globais de 2a ordem. 1.6 ANÁLISE DE ESTRUTURAS DE NÓS MÓVEIS Para as estruturas de nós móveis a NBR 6118:2014 estabelece que a análise devem ser obrigatoriamente considerados os efeitos da não linearidade geométrica e da não linearidade física. Desta forma é obrigado considerar os efeitos globais e locais de 2a ordem. 1.6.1 Análise não-linear com 2a ordem O item 15.7.2 da NBR 6118:2014 apresenta uma solução aproximada para a determinação dos esforços globais de 2a ordem em que consiste na avaliação dos esforços finais (1a ordem + 2a ordem) a partir da majoração adicional dos esforços horizontais da combinação de carregamento considerada por 0,95.γz. Esse processo só é válido para .γz � 1,3. 1.6.2 Consideração aproximada da não-linearidade física O item 15.7.3 da NBR 6118:2014 estabelece que para a análise dos esforços globais de 2a ordem, em estruturas reticuladas com no mínimo quatro andares, pode ser considerada a não linearidade física de maneira aproximada, tomando-se como rigidez secante (EI)sec dos elementos estruturais os valores seguintes: - lajes: (EI)sec = 0,3EciIc (5) - vigas: (EI)sec = 0,4EciIc para As’ ≠ As (6) (EI)sec = 0,5EciIc para As’ = As (7) - pilares: (EI)sec = 0,8EciIc (8) onde: Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto, incluindo, quando for o caso, as mesas colaborantes, As’ é armadura de compressão das vigas, As é a armadura de tração das vigas. UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS – ICTEDEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL �������������������������������������������������������������������������������������������� _____________________________________________________________________________ 11 PROF. CAMILO Quando a estrutura de contraventamento for composta exclusivamente por vigas e pilares e γz < 1,3, tanto para vigas quanto para pilares, as suas rigidezes podem ser calculadas por: (EI)sec = 0,7EciIc (9) A diminuição da rigidez dos elementos devido a não-linearidade física ocasiona uma diminuição da estabilidade da estrutura, provocando um aumento dos efeitos de 2a ordem e do coeficiente γz, por conseguinte. Os valores de rigidez calculados no item 15.7.3 da NBR 6118:2014 são aproximados e não podem ser usados para avaliar esforços locais de 2a ordem, mesmo com uma discretização maior da modelagem.
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