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Aula 02
Curso: Ética no Serviço Público p/ Técnico MPU
Professor: Daniel Mesquita
027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA
Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 
 
 
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Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 
 
AULA 02: Princípios e Ética na 
Administração Pública 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO À AULA 02 2 
2. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2 
2.1 PRINCÍPIOS BASILARES 3 
2.2 PRINCÍPIOS DO ART. 37, CAPUT, DA CF. 6 
2.3 OUTROS PRINCÍPIOS CONSAGRADOS. 15 
3. NOÇÕES GERAIS DE ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 22 
3.1 REGRAS DEONTOLÓGICAS 25 
3.2 DEVERES FUNDAMENTAIS 30 
3.3 CONDUTAS VEDADAS 36 
4. COMISSÕES DE ÉTICA 43 
4.1 PROCEDIMENTO 46 
5. RESUMO DA AULA 49 
6. QUESTÕES COMENTADAS 59 
7. REFERÊNCIAS 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA
Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 
 
 
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1. Introdução à aula 02 
 
Nessa nossa Aula 02 estudaremos: ³5 Ética no Setor Público. 5.1 
Código de Ética Profissional do Serviço Público ± Decreto nº 
1.171/1994.´. 
Entretanto, não podemos encerrar sem revisar uma matéria 
fundamental que cai em todos os concursos: os Princípios Básicos da 
Administração Pública! 
 Assim, primeiramente falaremos dos princípios ± inclusive o da 
moralidade ± em seguida entraremos no estudo do Código de Ética do 
Servidor Público. 
Sem mais delongas, vamos à luta! Rumo à aprovação! 
 
2. Princípios da Administração Pública 
 
Vamos iniciar o nosso estudo falando dos princípios que regem a 
Administração Pública, afinal esses princípios devem ser considerados 
em qualquer situação da Administração Pública, principalmente quando 
o assunto é ética. 
A primeira coisa que você deve saber sobre os princípios da 
Administração Pública é que o regime jurídico administrativo está 
fundado, basicamente, sobre dois princípios: o da supremacia do 
interesse público sobre o privado (ou princípio do interesse 
público) e o da indisponibilidade, pela administração, dos 
interesses públicos. 
O segundo ponto que você deve saber sobre os princípios da 
Administração Pública é a palavra LIMPE, ou seja, a sigla que designa 
os princípios constitucionais expressos no caput do art. 37 da 
Constituição, assim redigido: 
 
027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA
Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. 
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Assim, LIMPE = Princípios constitucionais da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. 
Vistos os pontos fundamentais, que você não pode esquecer nem 
por decreto, passamos agora para a análise de cada um dos princípios 
do direito administrativo. 
 
2.1 Princípios basilares 
Como vimos, os princípios basilares são o da supremacia do 
interesse público sobre o particular (ou princípio do interesse 
público) e o da indisponibilidade. 
Pelo primeiro, entendemos que sempre que houver conflito entre 
interesse público e o particular deve prevalecer o interesse público, que 
representa a coletividade. 
A supremacia do interesse público orienta todo o regime jurídico 
administrativo. Em decorrência desse princípio, a Administração Pública 
goza de poderes e prerrogativas especiais com relação aos 
administrados, o que faz com que o poder público possa atuar imediata 
e diretamente em defesa do interesse coletivo, fazendo prevalecer a 
vontade geral sobre a vontade individual. 
Diz-se, portanto, que a relação entre Estado ± indivíduo é de 
verticalidade. As ordens do Estado se impõem aos indivíduos de forma 
unilateral. 
Isso não quer dizer que os entes públicos podem fazer o que 
bem entendem com os indivíduos. A supremacia não é absoluta, deve 
respeitar os direitos individuais e coletivos previstos na Constituição (p. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
 
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ex.: liberdade, propriedade, devido processo legal, moradia, saúde etc) 
e devem ser exercidas sempre visando o interesse público. 
ALERTA MÁXIMO! ALERTA MÁXIMO! 
Nunca se esqueça: o princípio da supremacia do interesse 
público sobre o privado é limitado também pela proporcionalidade, 
ou seja, o ato praticado pelo administrador só será legítimo se o meio 
utilizado por ele for adequado para atender ao fim perseguido. 
Se ele abusar, tomar uma medida gravosa ao administrado e 
desnecessária ou se escolher um meio inadequado, o princípio da 
supremacia não vai proteger esse administrador. 
Você já ouviu falar em interesse público primário? Existe 
interesse público secundário? 
Existe sim, meus caros, leia com atenção. 
O interesse público primário coincide com a realização de 
políticas públicas voltadas para o bem estar social. Pode ser 
compreendido como o próprio interesse social, o interesse da 
coletividade como um todo. 
O interesse público secundário decorre do fato de que o Estado 
também é uma pessoa jurídica que pode ter interesses próprios, 
particulares. Esses interesses existem e devem conviver no contexto 
dos demais interesses individuais. De regra, o interesse secundário tem 
cunho patrimonial. 
Por fim, não é a toa que o princípio da supremacia do interesse 
público é um princípio basilar do direito administrativo. É em razão do 
que existe o poder de polícia (que é ³R� SRGHU� GH� TXH� GLVS}H� D�
administração pública para condicionar ou restringir o uso de bens e o 
exercício de direitos ou atividades pelo particular, em prol do bem-estar 
GD�FROHWLYLGDGH´ - Marcelo Alexandrino 2010, p. 239). Além disso, é em 
razão dele que se diz que o poder público tem a seu dispor as cláusulas 
exorbitantes e pode desapropriar bens particulares. 
 
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Vamos agora ao princípio da indisponibilidade do interesse 
público? 
Não esmoreça, guerreiro! 
Esse princípio decorre da ideia de que os interesses da 
Administração não são de uma pessoa ou de um agente, mas de toda a 
coletividade. Por isso, eles não podem ser apropriados ou alienados por 
ninguém, pois não pertencem a ninguém de forma específica. 
1DV�SDODYUDV�GH�%DQGHLUD�GH�0HOR��������S�������QHP�PHVPR�³R�
próprio órgãoadministrativo que os representa não tem disponibilidade 
sobre eles, no sentido de que lhe incumbe apenas curá-los ± o que 
também é um dever ± na estrita conformidade do que predispuser a 
intentio legis´. Continua o autor, afirmando que a noção de 
administração opõe-se à ideia de propriedade. 
Importante ter em mente, que a Administração não é titular de 
qualquer interesse público. O titular desses interesses é o Estado, pois 
este é constituído pelo povo e, como vimos, todo poder emana do povo. 
É a partir da indisponibilidade do interesse público que surgem 
os princípios da legalidade, da finalidade, da razoabilidade, da 
proporcionalidade, da motivação, da responsabilidade do Estado, da 
continuidade do serviço público, do controle dos atos administrativos, 
da isonomia, da publicidade e da inalienabilidade dos interesses 
públicos. 
 
 
 
1. (CESPE-2011-STM-Analista Judiciário) Em situações em que 
a administração participa da economia, na qualidade de Estado-
empresário, explorando atividade econômica em um mercado 
concorrencial, manifesta-se a preponderância do princípio da 
supremacia do interesse público. 
Questão de 
concurso 
 
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Na situação descrita, a Administração deverá concorrer em 
igualdade com o particular. Como vimos, em decorrência do princípio da 
supremacia do interesse público, a Administração Pública goza de 
poderes e prerrogativas especiais com relação aos administrados, o que 
faz com que o poder público possa atuar imediata e diretamente em 
defesa do interesse coletivo, fazendo prevalecer a vontade geral sobre a 
vontade individual. Entretanto, quando o Estado está explorando 
atividade econômica em um mercado concorrencial, ele não goza dessa 
supremacia, sob pena de acabar com as demais empresas do ramo e 
violar o princípio da livre concorrência garantido na Constituição. 
É por isso que o art. 173, § 2º�� GD�&)��GLVS}H�TXH� ³Ds empresas 
públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de 
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado´. 
Item errado. 
 
2.2 Princípios do art. 37, caput, da CF. 
Passemos agora a tratar dos princípios do LIMPE. 
O princípio da legalidade existe, justamente, para consagrar o 
princípio da indisponibilidade do interesse público. Se esse interesse 
não pode ser alienado pela Administração, ele deve ser curado, tratado, 
cuidado, promovido, nos termos da vontade geral e nos limites 
conferidos pelo povo. 
E como o povo confere limites aos atos da Administração? 
Por meio da edição de leis! 
É por isso que o princípio da legalidade significa a subordinação 
da Administração às imposições legais. 
Diferentemente das ações privadas dos indivíduos, em que 
ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei (autonomia da vontade), no princípio da legalidade da 
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Administração Pública, esta só pode realizar, fazer ou editar o que a lei 
expressamente permite. 
Num Estado de Direito, as ações da Administração são definidas 
e autorizadas previamente pelo povo, por meio de leis aprovadas pela 
vontade geral. 
Na jurisprudência do STF, encontramos casos clássicos em que 
se decidiu com fundamento no princípio da legalidade. Dentre eles, no 
06���������R�7ULEXQDO�GHFLGLX�TXH�³D�DOWHUDomR�GH�DWULEXLo}HV�GH�FDUJR�
S~EOLFR�VRPHQWH�SRGH�RFRUUHU�SRU�LQWHUPpGLR�GH�OHL�IRUPDO´�� 
Mas e se a lei não define exatamente como o administrador deve 
agir? 
Nesse caso, o gestor deve observar as demais fontes do direito 
administrativo. Ele não pode realizar o ato de modo ilógico ou 
incongruente. Deve se pautar nos princípios gerais da Administração 
para agir de modo razoável, escolhendo a melhor opção dentre as 
hipóteses oferecidas na legislação (princípio da razoabilidade). 
Toda competência conferida por lei deve obedecer a certo fim. 
Por isso o agir da Administração deve ser adequado ao que se pretende 
atingir, ou seja, deve haver uma correlação entre os meios adotados e 
os fins almejados (mais uma vez, o princípio da proporcionalidade se 
aplica). 
Tamanha a importância do princípio da legalidade para a 
Administração Pública que Di Pietro (2009, p. 63) afirma que os 
princípios fundamentais do direito administrativo são o da legalidade e o 
da supremacia do interesse público sobre o particular. 
Se a banca afirmar que esses são os princípios basilares do 
direito administrativo, a alternativa não estará errada, pois estará 
adotando a posição de Di Pietro. Entretanto, o que está sendo cobrado, 
como vimos acima, é a posição de Bandeira de Mello, no sentido de que 
os princípios basilares são a supremacia do interesse público sobre o 
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particular e a indisponibilidade do interesse público, pois é deste último 
que surge o princípio da legalidade. 
Vamos treinar um pouco? 
 
 
 
2. (CESPE-2011-TJ-ES-Analista Judiciário) O princípio da 
legalidade está relacionado ao fato de o gestor público agir somente de 
acordo com a lei. 
No âmbito da Administração Pública, em razão da própria 
indisponibilidade dos interesses públicos, o princípio da legalidade 
assume um teor mais restritivo, no sentido de que o administrador, em 
cumprimento ao princípio da legalidade, "só pode atuar nos termos 
estabelecidos pela lei." Item correto. 
 
Passemos agora à análise dos demais princípios constitucionais 
do LIMPE. 
Segundo o princípio da impessoalidade a Administração não 
pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar ou beneficiar 
alguém, nem a atender o interesse do próprio agente, o agir deve ser 
impessoal, pois os agentes públicos devem visar, tão somente, o 
interesse público. 
Por isso que se diz que o princípio da impessoalidade se 
confunde com o da finalidade, pois ato administrativo que não visa o 
interesse público viola tanto o princípio da impessoalidade como o da 
finalidade. 
Também se diz que o princípio da impessoalidade se confunde 
com o da isonomia, pois ao tratar todos de forma impessoal a 
Administração não promove qualquer distinção. Todo cidadão é tratado 
de forma igual, com os mesmos direitos e deveres. 
Questão de 
concurso 
 
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Entretanto, outro aspecto do princípio da impessoalidade é 
exclusivo e inconfundível: esse princípio também informa que os atos 
realizadosno âmbito da Administração não são praticados por Fulano, 
Beltrano ou Cicrano, mas pelo órgão ao qual o agente se vincula. 
As regras constitucionais que impõem a realização do concurso 
público para provimento de cargos na Administração Pública (art. 37, 
II) e a que determina que as contratações devem ser precedidas de 
licitação (art. 37, XXI) decorrem do princípio da impessoalidade. 
Não podemos concluir o princípio da impessoalidade sem 
informarmos a vedação constitucional de se utilizar a publicidade 
institucional do Estado para realizar promoção pessoal. Essa proibição 
encontra previsão expressa no art. 37, §1º, da CF, assim expresso: 
 
 
 
 
Desse modo, a publicidade deve ter caráter educativo, mas, em 
atenção ao princípio da impessoalidade, deve ser rechaçada toda forma 
de utilização de publicidade institucional para promoção pessoal de 
políticos. 
Esse princípio vem sendo muito cobrado em concursos. Vejamos as 
seguintes: 
 
 
 
3. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) O princípio da 
impessoalidade trata da incapacidade da administração pública em 
ofertar serviços públicos a todos os cidadãos. 
Meu caro, o princípio da impessoalidade dispõe que a 
Administração não pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar 
ou beneficiar alguém, nem a atender o interesse do próprio agente, o 
Questões de 
concurso 
 
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas 
dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de 
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens 
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores 
públicos. 
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agir deve ser impessoal, pois os agentes públicos devem visar, tão 
somente, o interesse público. Não existe essa definição dada pelo 
examinador. Item errado. 
 
4. (CESPE-2011-PC-ES-Perito Papiloscópico) O concurso 
público para ingresso em cargo ou emprego público é um exemplo de 
aplicação do princípio da impessoalidade. 
Se num concurso público a Administração busca selecionar o 
melhor preparado, sem observar se ele é o sujeito A ou o B, o item está 
correto. Depois de praticarmos, vemos como os itens vão ficando fácil. 
Alternativa correta. 
 
Caro amigo, nesse momento você deve ligar o SINAL DE 
ALERTA! Pois vamos tratar de um dos princípios mais cobrados nos 
últimos concursos: o princípio da moralidade! 
O princípio da moralidade impõe ao administrador o dever de 
sempre agir com lealdade, boa-fé e ética. Além de obedecer aos limites 
da lei, o gestor deve verificar se o ato não ofende a moral, os bons 
costumes, os princípios de justiça, de equidade e, por fim, a ideia de 
honestidade. 
O tema que mais vem sendo cobrado em concursos quanto ao 
princípio da moralidade é a Súmula Vinculante 13 do STF, que veda a 
prática do nepotismo na Administração Pública. 
A partir da edição dessa súmula restou consagrado o 
entendimento de que não é preciso de lei em sentido formal para se 
punir um indivíduo por nomear parentes para cargos públicos. Isso 
porque, essa prática viola frontalmente os princípios constitucionais da 
moralidade e da impessoalidade. 
 Pela importância da SV nº 13, transcrevemos a sua redação: 
 
 
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Como se vê, a súmula vinculante impede a nomeação de 
cônjuge, companheiro ou parente da autoridade nomeante ou de 
servidor da mesma pessoa jurídica para exercício de cargo em 
comissão, de confiança ou de função gratificada em qualquer órgão de 
quaisquer dos poderes e de quaisquer dos entes estatais. 
A súmula considera prática imoral a nomeação de parentes 
colaterais em até terceiro grau. 
O texto veda, também, o nepotismo cruzado ao informar que 
D�V~PXOD�DOFDQoD�DV�³GHVLJQDo}HV�UHFtSURFDV´, ou seja, a SV nº 13 veda 
a nomeação de um parente de Fulano, que é presidente da FUNASA, 
por exemplo, para o exercício de um cargo em comissão no INSS 
enquanto, ao mesmo tempo, Beltrano, que é parente do presidente do 
INSS, é nomeado para exercício de cargo em comissão na FUNASA. 
Muita atenção nesse ponto: após a edição da Súmula Vinculante 
em comento, o Supremo Tribunal Federal afirmou que ³a nomeação de 
parentes para cargos políticos não implica ofensa aos princípios que 
regem a Administração Pública, em face de sua natureza 
eminentemente política, e que, nos termos da Súmula Vinculante 13, 
as nomeações para cargos políticos não estão compreendidas nas 
hipóteses nela elencadas´� �5&/� ������ Givulgado no Informativo STF 
524). 
Portanto, olho aberto, meus amigos: não ofende o princípio da 
moralidade a nomeação de parentes para o exercício de cargo político, 
como o de Secretário de Estado, Ministro, presidente de autarquia, etc. 
³$� QRPHDomR� GH� F{QMXJH�� FRPSDQKHLUR� RX� SDUHQWH� HP� OLQKD� UHWD��
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade 
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo 
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em 
comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na 
Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido 
R�DMXVWH�PHGLDQWH�GHVLJQDo}HV�UHFtSURFDV��YLROD�D�&RQVWLWXLomR�)HGHUDO�´ 
 
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Outro enfoque do princípio da moralidade é que a sua 
inobservância constitui ato de improbidade administrativa (art. 37, § 
4º, da CF). 
0DV�R�TXH�VHULDP�³DWRV�GH�LPSURELGDGH´" 
A Lei nº 8.429/92 responde essa questão ao afirmar que 
constitui ato de improbidade: 
(a) auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em 
razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade (= 
enriquecimento ilícito ± art. 9º); 
(b) qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje 
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação 
dos bens ou haveres de entidades públicas (= causam prejuízo ao 
erário ± art. 10); 
(c) qualquer ação ou omissão que viole os deveres de 
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (= 
atentam contra os princípios da Administração Pública ± art. 11). 
Apesar da redação clara da lei e da Constituição, que não 
excluem qualquer autoridade das sanções pela prática de improbidade, 
num julgamento pouco moralizador, o Supremo Tribunal Federal 
entendeu que o Presidente da República e os Ministros não 
respondem por improbidade administrativa com base na Lei 8.429/92 
(RCL 2138: divulgado no Informativo STF nº 471, julgado em 
13.06.2007). 
Por outro lado, o Superior Tribunal de Justiça entende TXH� ³os 
prefeitos podem ser processados por seusatos pela Lei nº 
8.429/92´ (RESP 12433779 ± AgRg, julgado em 21.06.2011). 
Sobre o princípio da moralidade, vale apreciar as seguintes 
questões: 
 
 
 
Questões de 
concurso 
 
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5. (CESPE/IPOJUCA/Procurador/2009) A vedação do nepotismo 
não exige a edição de lei formal para coibir a prática, uma vez que 
decorre diretamente dos princípios contidos na CF. No entanto, às 
nomeações para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas Estadual, 
por ser de natureza política, não se aplica a proibição de nomeação de 
parentes pelo Governador do Estado. 
Essa questão é de alto grau de dificuldade. A sua primeira parte 
está correta, conforme abordamos acima: não é necessária a expedição 
de lei formal para coibir o nepotismo. Contudo, a questão se torna 
errada em sua segunda parte, pois o cargo de conselheiro de tribunal 
de contas não é político, uma vez que ele não participa direta ou 
indiretamente das funções governamentais. Foi isso o que decidiu o STF 
na RCL 6702 ± AgRg na Cautelar. Por isso, a assertiva está errada. 
 
6. (CESPE-2011-TRE-ES-Técnico Judiciário) Contraria o 
princípio da moralidade o servidor público que nomeie o seu sobrinho 
para um cargo em comissão subordinado de nepotismo. 
É uma situação de nepotismo. Lembra da súmula que estudamos? 
³se a autoridade nomear seu cônjuge, companheiro ou parente até o 3º 
grau para ocupar cargo em comissão ou exercer função de confiança;´�
Portanto, item correto. 
 
Vamos em frente, passamos agora ao princípio da 
publicidade. 
Nas palavras de Zannoni (2011, p. 45), o princípio da 
SXEOLFLGDGH�LPS}H�³WUDQVSDUrQFLD�DRV�DWRV�DGPLQLVWUDWLYRV��VRE�SHQD�GH�
LQHILFiFLD��UHVVDOYDGDV�DV�KLSyWHVHV�GH�VLJLOR�SUHYLVWDV�HP�OHL´�� 
Se todo poder emana do povo, nada mais lógico do que dar a 
mais ampla publicidade aos atos editados pela Administração Pública, 
seja por meio de boletins internos, por certidões, pelo diário oficial ou 
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mesmo pela internet. É por isso que a Constituição traz em seu bojo o 
art. 5º, XXXIII: 
 
 
 
 
 
Com se percebe da redação do dispositivo, em certos casos, a 
própria Constituição impõe o dever do sigilo. Como assim? A própria 
Constituição impõe o sigilo? 
Isso mesmo, em certos casos a CF impõe o sigilo. São eles: para 
proteger a intimidade do indivíduo (art. 5º, X) e para promover a 
segurança da sociedade e do Estado. 
Outro regramento constitucional relacionado ao princípio da 
publicidade é o direito dos indivíduos de petição aos Poderes Públicos 
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder e a 
obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal, tudo isso 
independentemente do pagamento de taxas (art. 5º, XXXIV). 
Se as informações relativas à pessoa do solicitante, constantes 
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público, não forem fornecidas, o indivíduo poderá se valer do 
habeas data perante o Poder Judiciário, para que este intervenha e 
determine o fornecimento da informação (art. 5º, LXXII, da CF). 
Passemos então ao derradeiro princípio expresso no art. 37, 
caput, da Constituição Federal, o princípio da eficiência. 
Esse princípio consagra a busca de resultados positivos, seja sob 
o enfoque do agente público, que deve exercer suas funções da melhor 
forma possível, seja sob enfoque da própria estrutura administrativa, 
que deve sempre buscar prestar os melhores serviços públicos, com os 
recursos disponíveis. 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de 
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado; 
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Isso quer dizer que os serviços públicos devem ser prestados 
com presteza, agilidade, perfeição, adequação e efetividade. Devem 
atingir os objetivos e metas, utilizando um mínimo de recursos para 
obter o máximo de resultados. 
Conforme informamos acima, esse princípio foi inserido no caput 
do art. 37 apenas com a reforma administrativa de 1998 (EC nº 19). 
Essa emenda constitucional não só inseriu o princípio da eficiência na 
Constituição, buscou promover uma reforma administrativa do Estado, 
de modo que ele deixasse de ser um Estado burocratizado e passasse a 
ser um Estado gerencial, focado na persecução de resultados. 
 
 
 
 
7. (CESPE-2011-PC-ES-Perito Papiloscópico) O princípio da 
eficiência não está expresso no texto constitucional, mas é aplicável a 
toda atividade da administração pública. 
Já falamos que esse princípio foi inserido no caput do art. 37 com a 
reforma administrativa de 1998 (EC nº 19). Item errado. 
 
2.3 Outros princípios consagrados. 
Passemos agora a outros princípios consagrados da 
Administração Pública, mas que não estão insertos no art. 37, caput, 
muito embora alguns deles tenham previsão constitucional em outros 
dispositivos. 
Começamos pelo princípio da finalidade. 
Segundo esse princípio, todas as ações da Administração devem 
ser praticadas visando o interesse público. Mais uma vez retomamos ao 
fundamento de nosso Estado de Direito: a finalidade perseguida pelo 
Questão de 
concurso 
 
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gestor é aquela conferida previamente pelo titular do poder ± o povo ± 
através das leis. 
Seja a finalidade concebida em sentido amplo (interesse 
público), seja a concebida em sentido estrito (definida por lei), ambas 
decorrem da vontade geral. 
É por isso que Bandeira de Mello afirma que o princípio da 
finalidade está contido no princípio da legalidade, pois o primeiro 
corresponde à aplicação da lei tal que ela é. 
Segundo Meirelles (1998, p. 87-88), o princípio da finalidade se 
confunde com o da impessoalidade, na medida em que ambos 
caminham para a concretização do que exige a lei e o interesse público 
e não a fins pessoais. 
Você sabia que há um nome específico para aquele que age em 
desvio de finalidade (que age buscando fim diverso do interesse público 
ou do fim previsto em lei)? 
Há sim, chamamos isso de desvio de poder. A autoridade age 
dentro dos limites da sua competência, mas o ato não atende ao 
interesse público ou aofim visado na norma. Por essa razão, o ato não 
pode ser sanado, devendo ser extirpado do mundo jurídico pela 
anulação. 
Voltemos aos princípios! 
Ao falarmos do princípio da legalidade, demos uma pincelada nos 
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, que decorrem 
daquele. 
Pelo princípio da razoabilidade, a Administração deve atuar, 
no exercício dos atos discricionários (atos que a lei tenha dado certa 
margem de liberdade ao administrador), obedecendo critérios aceitáveis 
do ponto de vista racional, ou seja, com bom-senso, prudência e 
racionalidade. Assim, esse princípio é um dos limites do ato 
discricionário. 
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O princípio da razoabilidade ganhou previsão constitucional com 
a Emenda Constitucional 45 ± que tratou da reforma do Poder Judiciário 
± ao inserir, no art. 5º, determinação para que os processos tenham 
duração razoável no âmbito administrativo e judicial (inciso LXXVIII). 
Outro limite para a discricionariedade que também decorre do 
princípio da legalidade é o da proporcionalidade. 
Como vimos acima, a Administração deve editar seus atos na 
medida necessária para alcançar os fins legais. 
A proporcionalidade pode ser entendida como o meio adequado 
(exigível ou necessário), ou seja, a relação lógica entre o que se busca 
e o instrumento que se edita para o resultado. Nesse enfoque, a 
Administração só deve promover algum ato se houver uma necessidade 
real para a sua edição. Não pode o poder público, por exemplo, 
construir uma ponte em um local onde não há estrada que leve um 
veículo até a ponte. 
Noutro giro, a proporcionalidade também é apurada sob o 
enfoque da proporcionalidade em sentido estrito, ou seja, pela avaliação 
entre o meio utilizado e o fim almejado. Os meios utilizados devem ser 
os estritamente necessários para se promover a alteração buscada pelo 
poder público. Não se podem tolerar gastos excessivos para a execução 
de pequenas tarefas. A Administração não pode, por exemplo, comprar 
armas de fogo para exterminar os ratos de um prédio público. 
Em regra, o Poder Judiciário não pode interferir no juízo de 
discricionariedade do administrador. Se a lei conferiu alguma margem 
de liberdade para a prática de determinado ato administrativo é o 
gestor quem deve fazer um juízo de conveniência e oportunidade para 
preencher a lacuna e praticar o ato. 
Esse juízo de conveniência e oportunidade é chamado de mérito 
administrativo. 
Em situações excepcionais, contudo, o Poder Judiciário, 
verificando tratar-se de caso esdrúxulo, pode realizar um critério de 
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proporcionalidade e de razoabilidade para avaliar o ato discricionário do 
administrador e retirá-lo do mundo jurídico, caso ele seja 
desproporcional ou desarrazoado. 
Tanto o princípio da razoabilidade como o da proporcionalidade 
decorrem do devido processo legal material e da legalidade (art. 5º, 
LIV, e 37, caput, da CF). 
Embora represente a melhor técnica, alguns doutrinadores 
apresentam os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade como 
sinônimos. Assim, se em sua prova o examinador afirmar que 
razoabilidade é a adequação entre meios e fins, assinale correto. 
São muitos os princípios, não são? Pois é, a vida de concursando 
é dura! Não se preocupe, transporemos esse muro juntos, venha 
comigo para os últimos princípios! 
A doutrina destaca também o princípio da motivação. 
Segundo Di Pietro (2009, p. 80), o princípio da motivação exige 
que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito 
de suas decisões, justificando-as. 
A sua obrigatoriedade se justifica tanto nos atos discricionários 
como nos atos vinculados, porquanto o titular do poder ± o povo ± tem 
o direito de saber quais as razões que estão ensejando a edição de atos 
pelo poder público. Através da motivação, o cidadão pode impugnar o 
ato perante o Poder Judiciário ou questionar o gestor acerca de suas 
decisões. 
Em suma, a motivação é um instrumento necessário para que o 
controle dos atos administrativos seja exercido. 
A motivação encontra previsão na CF para os julgamentos do 
Judiciário (art. 93, X). As decisões judiciais não fundamentadas serão 
nulas. 
A CF, entretanto, é omissa em relação aos julgamentos 
administrativos. Assim, entende-se que o princípio da motivação é um 
princípio constitucional implícito, decorrente dos princípios da 
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legalidade, da ampla defesa, do contraditório, do acesso à justiça e do 
Estado Democrático de Direito, porquanto é a motivação o elemento 
que ensejará o controle dos atos administrativos. 
A doutrina majoritária entende que a motivação é obrigatória em 
todos os atos administrativos (Di Pietro, 2009, p. 81 e Bandeira de 
Mello, 2010, p. 403-404). 
Importante consignar, por fim, que a motivação deve ser prévia 
ou concomitante à edição do ato. 
Vamos tratar agora do princípio da autotutela. 
Esse princípio dispõe que a Administração deve exercer o 
controle interno de seus próprios atos, anulando-os, quando eivados de 
ilegalidade, ou revogando-os, por razões de conveniência e 
oportunidade (=mérito). 
Indispensável, nesse ponto, a transcrição das Súmulas nºs 346 e 
473, ambas do STF: 
 
 
 
 
 
 
 
0XLWR� HPERUD� DV� V~PXODV� GLJDP� TXH� D� $GPLQLVWUDomR� ³SRGH´�
anular os atos eivados de vícios de legalidade, a doutrina entende que a 
autotutela não é uma faculdade, mas um dever. Por isso, onde está 
HVFULWR�³SRGH´��YRFr�GHYH�OHU�³GHYH´� 
Mas será que todo ato ilegal será anulado? 
Não, o art. 55 da Lei 9.784/99 prevê o instituto da convalidação. 
Esse ponto será de suma importância, uma vez que apresentaremos e 
comentaremos a redação da Súmula Vinculante nº 3 ± QUE CAI EM 
TODOS OS CONCURSOS PÚBLICOS! 
Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus 
próprios atos. 
Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando 
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a 
apreciação judicial. 
 
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Obviamente, a autotutela não é a única espécie de controle dos 
atos administrativos no Brasil. Há também o controle exercido pelo 
Poder Legislativo, com o auxíliodo TCU e o controle jurisdicional. 
Lembramos que os atos administrativos podem ser revisados, a 
qualquer tempo, pelo Poder Judiciário, desde que este seja provocado e 
que, de modo geral, se alegue vício de legalidade. 
Alguns autores informam que esse é o princípio do controle 
judicial dos atos administrativos. 
Como o Brasil adota a jurisdição una (só o Judiciário dá a palavra 
final), não é necessário esperar o fim de um processo administrativo 
que avalie a legalidade de um ato administrativo para se ingressar 
perante o Poder Judiciário questionando o mesmo ato. 
Para que não passe em branco outros princípios ± que quase 
nunca são cobrados em concursos ± vou apresentar os conceitos de 
cada um deles de forma bem direta: 
Princípio da responsabilidade objetiva ou da ampla 
responsabilidade do Estado: a Administração deve reparar o dano 
causado no administrado em razão da atividade administrativa, 
independentemente da existência de dolo ou culpa do agente (art. 37, § 
6º, da CF). 
Princípio da segurança jurídica: esse princípio tem previsão 
constitucional expressa (art. 5º, XXXVI) e também está previsto no art. 
2º da Lei nº 9.784/99. Ele veda a aplicação retroativa de nova 
legislação ou de sua interpretação, de modo a prejudicar terceiros. Com 
isso, resguarda-se a estabilidade das relações, consagra-se a boa-fé e a 
confiança depositada pelos indivíduos no comportamento do Estado. 
Com relação à confiança, entende-se que, a partir dela, ao 
cidadão é conferida uma calculabilidade e uma previsibilidade com 
relação aos efeitos jurídicos dos atos administrativos. 
Decorrem desse princípio institutos como a decadência e a 
consolidação dos efeitos dos atos praticados há muito tempo. 
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Princípio da especialidade: as entidades da administração 
indireta não podem se desviar de seus objetivos definidos em lei 
instituidora. 
Princípio da tutela ou do controle: esse princípio decorre do 
princípio da especialidade, pois dispõe que a Administração Pública 
direta fiscaliza as atividades exercidas pela Administração indireta. 
Repare bem: o princípio da tutela ou do controle está mais ligado 
ao princípio da especialidade do que ao princípio da autotutela ou do 
controle judicial dos atos administrativos. 
Princípio da continuidade do serviço público: os serviços 
públicos prestados pelo Estado decorrem das demandas do Estado 
Social de prover os serviços básicos à população. Em razão disso, eles 
não podem ser interrompidos. Ao analisar a possibilidade do corte da 
energia elétrica em razão do não pagamento, o STJ entendeu que a 
concessionária pode interromper o fornecimento do serviço, mediante 
aviso prévio (AG 1200406 ± AgRg). A Corte Superior, contudo, 
observando o princípio da continuidade do serviço público, não autoriza 
o corte de energia elétrica em unidades públicas essenciais, como em 
escolas, hospitais, serviços de segurança pública etc. (ERESP 845982). 
x é possível cortar energia elétrica por falta de 
pagamento, desde que tenha aviso prévio; 
Princípio da continuidade 
x Não é possível cortar energia, por falta de 
pagamento, de prédios públicos que prestam 
serviços públicos essenciais. 
 
Princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido 
processo legal: ao administrado é assegurado o direito de ser 
informado dos atos de um procedimento, de se manifestar em prazos 
razoáveis, indicar provas e recorrer. 
Já o devido processo legal deve ser entendido sob o seu aspecto 
formal (regularidade do procedimento) e material (justiça da decisão). 
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Esse princípio é de suma importância, pois ele (e o direito de petição) 
fundamenta a Súmula Vinculante nº 21, segundo a qual: 
 
 
 
Princípio da juridicidade: o administrador não deve ater-se 
apenas à letra fria da lei, mas sim à análise de todo o ordenamento 
constitucional. É com a noção de juridicidade que se abandona um 
conceito primário de legalidade, satisfeito com o cumprimento nominal 
e simplista de regras isoladas. Parte-se em busca da observância 
íntegra do direito, compreendido este como um conjunto de normas 
dentre as quais se incluem os princípios expressos e implícitos, bem 
como as regras específicas do ordenamento. 
 
3. Noções gerais de ética no serviço público 
 
 
Agora que você já tem o panorama geral dos princípios da 
Administração Púbica, vamos ao estudo da ética no serviço público. 
Mas o que é ética afinal? 
Não pense você que ética é algo novo, recente. Não! Muito pelo 
contrário a ética vem do grego ³ETHOS´ que significa modo de ser, o 
caráter. 4XDQGR�RV�URPDQRV�IL]HUDP�D�WUDGXomR�GR�³HWKRV´�SDUD�R�ODWLP�
³PRV´�� TXH� VLgnifica costume, a ética tornou-se indissociável do 
costume. 
O estudo da ética vem desde os séculos VII e VI a.C. Mas ainda 
hoje é um tema atual, tendo em vista que a ética é inerente ao ser 
humano, não podendo de forma alguma ser dissociada da moral. 
Dessa forma, podemos entender que o ser humano é 
responsável pela ética na Administração Pública, tendo em vista que a 
ética é indissociável do seu ser, pelo menos na teoria! Para dar eficácia 
³É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de 
dinheiro ou bens para admissibilidade dH�UHFXUVR�DGPLQLVWUDWLYR´� 
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a esse conceito, a Administração Pública instituiu normas, códigos que 
orientam o exercício da ética no Serviço Público. 
Dentre os códigos instituídos pela Administração Pública está o 
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo 
Federal criado em 1994, mediante Decreto nº 1.171. 
O decreto foi enfático ao não deixar que as regras éticas 
ficassem só no papel. Determinou a implementação das regras de 
conduta em 60 dias, inclusive com a constituição de uma Comissão de 
Ética, integrada por três servidores titulares de cargo efetivo ou 
emprego permanente. 
Observe: 
 
 
 
 
 
 
IMPORTANTE que você adentre no estudo do Código de Ética 
FRP� D� GHILQLomR� GH� ³VHUYLGRU� S~EOLFR´� WUD]LGD� QR decreto em mente. 
Veja: 
Servidor público, quanto a apuração do comprometimento ético, 
é todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato 
jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou 
excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que 
ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder 
estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades 
paraestatais que exerçam atribuições delegadas pelo poder 
público, as empresas públicas e as sociedades de economia 
mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do 
Estado. 
Perceba que o conceito é amplíssimo!Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e 
indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena 
vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva 
Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de 
cargo efetivo ou emprego permanente. 
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à 
Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a 
indicação dos respectivos membros titulares e suplentes. 
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Aborda aquele que presta serviço em decorrência de ato jurídico 
ou contrato. O serviço prestado pode ser permanente, temporário ou 
excepcional. Pode ser prestado de forma gratuita ou onerosa. O 
servidor pode estar ligado até mesmo indiretamente a qualquer órgão 
da administração direta ou indireta. 
E mais! 
Até mesmo aqueles vinculados às entidades paraestatais ou em 
qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado estão sujeitos ao 
Código de Ética. 
Apresentadas essas lições introdutórias, vamos entrar agora no 
estudo dos dispositivos do Decreto 1.171. 
Como o nosso foco é concurso, não fugiremos do que o 
examinador irá cobrar: a literalidade da lei. Como a minha meta é a sua 
aprovação irei destacar os pontos mais relevantes da norma afim que 
você acerte todas as questões sobre o tema. 
Contudo, coloque o texto do decreto 1.171 ao lado da aula para 
você não deixar passar nada em branco. 
Vamos lá? 
 
 
 
8. (CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil ) Para fins de 
apuração do comprometimento ético, entende-se como servidor público 
todo aquele que ocupa cargo efetivo na administração pública. 
Pessoal, para responder as questões de ética SEMPRE adote os 
conceitos trazidos pelo decreto. E como vimos: 
Servidor público, quanto a apuração do comprometimento 
ético, é todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato 
jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou 
excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado 
direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as 
Questão de 
concurso 
 
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autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais que 
exerçam atribuições delegadas pelo poder público, as empresas públicas 
e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde 
prevaleça o interesse do Estado. 
Gabarito: Errado. 
 
 
3.1 Regras Deontológicas 
Primeiramente o que vem a ser deontologia? No contexto em 
estudo deontologia quer dizer o conjunto de regras e princípios que 
regulamentam a atividade do Servidor Público do Poder Executivo, mais 
especificamente aquelas relacionadas aos seus deveres. Como bem 
explicado pelo professor Wagner Rabello Jr: 
 
³Deontologia é a ciência ou tratado dos deveres de um ponto de 
vista empírico. O termo foi utilizado pela primeira vez pelo 
filósofo inglês Jeremy Bentham, em 1834, quando disse que a 
deontologia seria a µciência do que é justo e conveniente que o 
homem faça, dos valores que decorrem do dever ou norma que 
dirige o comportamento humano¶. Designa, portanto, o conjunto 
de regras e princípios que ordenam a conduta do homem, 
cidadão ou profissional; é a ciência que trata dos deveres a que 
são submetidos os integrantes de uma profissão´��FXUVR�GH�pWLFD�
profissional para o Senado, p. 16, 
www.estrategiaconcursos.com.br). 
 
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder 
Executivo Federal, assim, liVWD�XPD�VpULH�GH�³UHJUDV�GHRQWROyJLFDV´�TXH��
na verdade, são valores que se espera que sejam buscados, sempre 
pelos servidores públicos no desempenho de suas atividades funcionais. 
Eles representam o padrão ético desejável na Administração Pública 
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Federal. Tais valores são: dignidade, decoro, honra, zelo, honestidade, 
eficácia, consciência dos princípios morais, bem comum, cortesia, boa 
vontade, respeito ao cidadão, etc. (Morais, 2009). 
Afinal, quais são as regras ou os valores éticos? Vamos a eles: 
 
 
 
 
 
Percebe como o estudo dos princípios é importante? O princípio 
da moralidade, como vimos, impõe ao administrador o dever de sempre 
agir com lealdade, boa-fé e ética. Lembre-se que está atrelada a 
honestidade. 
Assim, da leitura do inciso I extraem-se as seguintes palavras de 
ouro no estudo da ética: Dignidade, o Decoro, o Zelo, a Eficácia e a 
Consciência dos princípios morais. 
Adiante: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quero chamar a sua atenção para o inciso IV, em que o 
legislador atentou-se em destacar que o servidor público paga tributos e 
a sua remuneração é paga por tributos que o próprio servidor contribui. 
I - A Dignidade, o Decoro, o Zelo, a Eficácia e a Consciência dos 
princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, 
seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da 
vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão 
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. 
 
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de 
sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o 
justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, 
mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas 
no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. 
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção 
entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o 
bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do 
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. 
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos 
direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como 
contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como 
elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como 
conseqüência, em fator de legalidade. 
 
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Perceba como a ética e a moral estão enraizadas a conduta do 
servidor público e como a moralidade deve estar presente na aplicação 
do direito, especialmente na finalidade do ato. 
Como a norma determinaque a moralidade esteja presente em 
todos os atos do servidor, o próprio texto menciona que ela é fator de 
legalidade. 
Seguindo. 
 
 
 
 
 
 
 
Repare: o maior patrimônio do servidor é o êxito de seu 
trabalho, pois o que ele realiza para o serviço público é revertido para 
ele mesmo em benefícios sociais. 
Com relação ao inciso VI, o dispositivo anota que a vida privada 
do funcionário, na medida em que interfere no serviço, pode interessar 
à Administração, podendo o servidor ser punido disciplinarmente pela 
má conduta fora do cargo. 
Como bem observa José Cretella Júnior (1999, p. 84), a violação 
dos deveres do funcionário pode ocorrer por faltas cometidas fora do 
serviço, mas que repercutam sobre a honra e a consideração do agente, 
a ponto de, por ressonância, refletir-se no prestígio da função pública. 
Vejamos, com atenção, outros incisos. 
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou 
interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados 
em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade 
de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, 
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, 
imputável a quem a negar. 
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la 
ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada 
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve 
ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, 
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu 
maior patrimônio. 
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se 
integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos 
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou 
diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 
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ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se 
sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que 
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma 
Nação. 
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao 
serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa 
que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano 
moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao 
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não 
constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, 
mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu 
tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. 
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que 
compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de 
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não 
caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas 
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. 
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de 
seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, 
evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de 
desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo 
imprudência no desempenho da função pública. 
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é 
fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à 
desordem nas relações humanas. 
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura 
organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de 
todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande 
oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação. 
 
 
Desses incisos, destacamos que, se o servidor violar o princípio 
da publicidade, deixando de divulgar informações não sigilosas, 
incorrerá em infração ética. Mesmo que o ato praticado tenha sido um 
equívoco, este não pode ser escondido, pois todos os cidadãos têm 
direito à verdade. 
2�VLPSOHV�³WUDWDU�PDO´�R�FLGDGmR�± inclusive fazê-lo esperar em 
grandes filas ou atrasar a prestação de um serviço ± enseja dano moral 
a ele. Por isso, o servidor deve tratar com urbanidade e respeito 
aqueles que pagam seus vencimentos indiretamente. 
Vejam um exemplo de infração ética! 
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Imagem extraída do: http://www.alagoastempo.com.br 
 
Também incorrerá em falta ética o servidor que deteriora o 
patrimônio público. 
Outro fato que enseja a infração ética é a ausência injustificada 
ao serviço. 
Vamos a mais questões de concurso sobre o tema, confira. 
 
 
 
9. (CESPE - 2008 - TST - Técnico Judiciário) É dever do 
servidor público guardar sigilo sobre assuntos da repartição que 
envolvam questões relativas à segurança da sociedade. 
Como acabamos de estudar: 
 
 
 
 
 
Gabarito: Certo 
 
10. (CESPE - 2011 - EBC ± Técnico) Fatos e atos relativos à 
conduta do servidor no dia a dia de sua vida privada não podem ser 
considerados para acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida 
Questões de 
concurso 
 
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou 
interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em 
processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de 
qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando 
sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a 
negar. 
 
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funcional, em razão de terem ocorrido ou sido praticados fora do local 
de trabalho. 
Vimos que: 
 
 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
3.2 Deveres fundamentais 
Para que toda essa ideologia de valores seja alcançada, o Código 
de Ética prevê qual é a forma de agir ideal do Servidor Público. 
Oliveira Morais, em obra editada pela ESAF, disponível em 
http://www.esaf.fazenda.gov.br/esafsite/biblioteca/livraria_dn_arquivos
/Etica_e_conflito_de_interesses.pdf, faz a divisão dos deveres 
fundamentais do servidor da seguinte forma: 
São deveres que refletem a integridade da função pública e a 
busca dos valores que norteiam seu exercício: 
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou 
emprego público de que seja titular; 
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, 
pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações 
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra 
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setorem que exerça 
suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; 
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade 
do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas 
opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; 
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se 
integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos 
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou 
diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 
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d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição 
essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu 
cargo; 
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios 
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços 
públicos; 
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, 
respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os 
usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou 
distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho 
político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano 
moral; 
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de 
representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura 
em que se funda o Poder Estatal; 
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de 
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, 
benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, 
ilegais ou aéticas e denunciá-las; 
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências 
específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; 
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer 
ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências 
cabíveis; 
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a 
melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do 
bem comum; 
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço 
e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; 
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções 
superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, 
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com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa 
ordem. 
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de 
direito; 
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que 
lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos 
legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos 
jurisdicionados administrativos; 
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou 
autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que 
observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação 
expressa à lei; 
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre 
a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral 
cumprimento. 
Para que você não se perca no estudo, podemos traduzir todos 
esses deveres nos seguintes pontos: 
x eficiência no trabalho (cumprindo ordens com rapidez e 
segurança) e na prestação dos serviços públicos (não 
retardar); 
x bom caráter, cortesia e respeito (ao cidadão e ao chefe); 
x resistir às ordens dos superiores contrárias à ética e 
denunciá-las; 
x ³GHGXUDU´�DWRV�FRQWUiULRV�DR�LQWHUHVVH�S~EOLFR� 
x estudar (para melhorar o serviço e para manter-se 
atualizado); 
x facilitar a fiscalização e o controle na Administração; 
x cautela ao exercer prerrogativas; 
x observar nas atividades o interesse público e a legalidade; 
x divulgar o Código de Ética 
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Se você ler esses pontos com atenção, verificará que neles estão 
contidos todos os deveres até aqui apresentados. 
Há apenas um dever que não foi representado nesse resumo, o 
LWHP�³M´�� 
Você sabe que o servidor público tem o direito à greve. Contudo, 
faço-lhe a seguinte pergunta: É considerado ético o servidor público 
entrar e permanecer em greve? 
 
 
O Decreto em estudo afirma que a greve não afronta a ética, 
mas o servidor deve zelar, no exercício do direito de greve, pelas 
exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva. Ou 
seja, a vida e a segurança pública não podem ser ameaçadas no 
exercício do direito de greve do servidor. 
Vistos os deveres que refletem a integridade da função pública, 
passemos aos deveres que refletem as ³ERDV� PDQHLUDV´ no ambiente 
de trabalho: 
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, 
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público; 
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua 
ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente 
em todo o sistema; 
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, 
seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; 
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao 
exercício da função. 
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Percebam: o servidor grosso com os usuários dos serviços 
públicos, que falta ao serviço, mal vestido e porcalhão no ambiente de 
trabalho está violando diversos deveres não só de educação e higiene, 
mas éticos! 
 
Imagem extraída do: http://mundodaclo.blogspot.com.br/2010/12/area-de-trabalho.html 
 
 
 
11. (CESPE - 2008 - TST - Técnico Judiciário) O servidor público 
deve abster-se de exercer sua função, poder ou autoridade com 
finalidade estranha ao interesse público, mesmo não cometendo 
qualquer violação expressa à lei. 
Entre os deveres que refletem a integridade da função pública 
e a busca dos valores que norteiam seu exercício, vimos: 
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou 
autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que 
observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação 
expressa à lei; 
Gabarito: Certo. 
 
12. (CESPE - 2011 - EBC ± Técnico) Para obedecer a seus 
superiores, o servidor não poderá abster-se de exercer sua função, 
poder ou autoridade, mesmo que a finalidade da ordem por ele recebida 
seja estranha ao interesse público. 
Questões de 
concurso 
 
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Essa acabamos de responder! Mais uma vez: 
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou 
autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que 
observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação 
expressa à lei; 
Gabarito: Errado. 
 
13. (CESPE - 2011 - EBC ± Técnico) O servidor que, por 
desconhecimento das atualizações legais, pratica ato de acordo com 
normas e legislações já alteradas não age em desacordo com o referido 
código de ética. 
É dever do servidor público: q) manter-se atualizado com as 
instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão 
onde exerce suas funções!!! 
Por isso, o servidor não pode alegar desconhecimento de uma 
norma. Ao assim proceder, ele fere sim o Código de Ética. 
Gabarito: Errado. 
 
14. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da 
Informação) Jair sempre procurou manter-se atualizado com as 
instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão 
público onde exerce suas funções. Nesse caso, o servidor age de acordo 
com o que dispõe o mencionado código de ética. 
Pessoal, as questões vão se repetindo! 
Como você acabou de ler: É dever do servidor público manter-se 
atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação 
pertinentes ao órgão onde exerce suas funções. 
Gabarito: Certo. 
 
15. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da 
Informação) A servidora pública Jane, irritada com o fato de uma colega 
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ter sido designada para fiscalizar o seu trabalho, não fez nada para 
prejudicar ou facilitar o trabalho de fiscalização. Nessa situação, a 
atitude de Jane é aceitável, visto que não há qualquer obrigação da sua 
parte em facilitar o trabalho de fiscalização. 
O servidor não pode simplesmente ficar neutro diante dessa 
situação, ele deve sim facilitar a fiscalização e o controle na 
Administração. Por isso, Jane não pode mesmo prejudicar o trabalho de 
seu colega, mas deve facilitar! 
Gabarito: Errado. 
 
3.3 Condutas vedadas 
As condutas vedadas são, na verdade, um apanhado geral de 
condutas já reprovadas por leis penais, por leis que vedam atos de 
improbidade ou por leis que cuidam da disciplina do servidor. 
Vejamos cada uma das condutas previstas no inciso XV do 
Decreto nº 1.171/94, acrescidos dos pertinentes comentários feitos por 
José Leovegildo Oliveira Morais, publicados pela ESAF (2009, p. 113), e 
de outros comentários próprios. 
Vamos lá! 
É vedado ao servidor: 
 
 
 
José Morais: ³conforme as circunstâncias, essa conduta pode 
configurar o crime de corrupção passiva previsto no art. 317 do Código 
3HQDO�´. 
Acrescento que essa conduta pode ensejar, também, o crime de 
prevaricação (art. 319 do Código Penal: Retardar ou deixar de praticar, 
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa 
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal). 
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e 
influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; 
 
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Além disso, é evidente que essa vedação representa também um 
ato de improbidade, previsto no art. 11 da Lei nº 8.429/92, pois o 
agente público, ao usar o cargo para favorecer a si próprio ou a outrem 
estará violando o dever de imparcialidade. 
 
 
 
 
 
José Morais: ³essa conduta pode configurar crime contra a honra 
(calúnia, difamação e injúria) e, também, resultar em ação de 
indenização por danos morais, cuja responsabilidade pode ser imputada 
ao poder público ou ao próprio servidor.´ 
Acrescento que a norma visa proteger tanto o cidadão quanto 
outros servidores. 
 
 
 
José Morais: ³essa conduta pode configurar o crime de 
condescendência criminosa previsto no art. 320 do Código Penal.´ 
Esse crime é assim previsto no CP: Deixar o funcionário, por 
indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no 
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente. 
Também representa ato de improbidade, uma vez que o servidor 
estará violando o seu dever de lealdade à instituição (art. 11 da Lei nº 
8.429/92). 
 
 
 
José Morais: ³essa conduta pode configurar crime de 
prevaricação previsto no art. 319 do Código Penal.´ 
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por 
qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; 
 
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração 
a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; 
 
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos 
que deles dependam; 
 
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Também está expresso no dispositivo que o lesado poderá 
buscar do Estado reparação do dano moral ou material causado se o 
seu direito foi retardado ou dificultado pelo servidor. 
Mais uma vez, o ato de improbidade estará presente, pois 
violado o dever de imparcialidade. Além disso, constitui-se em ato de 
LPSURELGDGH� ³retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de 
ofício´��DUW������,,��GD�/HL�Qž����������; 
 
 
 
José Morais: ³trata-se de um dever do servidor que, se não 
observado, pode configurar infração de natureza administrativa 
disciplinar.´ 
Observe, caro aluno, que esse dispositivo decorre diretamente 
do princípio da eficiência. Se o servidor dispõe de meios tecnicamente 
adequados para a prestação do serviço, a não utilização desses recursos 
representa conduta eticamente vedada. 
 
 
 
 
José Morais: ³essa conduta reflete o princípio da impessoalidade 
no serviço público. Pode configurar, dependendo das circunstâncias, 
crime de prevaricação previsto no art. 319 do Código Penal.´ 
Na hora da prova, lembre-se sempre: o interesse buscado pelo 
servidor é o interesse público. Além disso, o agir deve ser impessoal. 
Violado o dever de imparcialidade, surge também o ato de 
improbidade (art. 11, caput, da Lei nº 8.429/92). 
 
 
 
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu 
conhecimento para atendimento do seu mister; 
 
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou 
interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os 
jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores

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