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Aula 02 Curso: Ética no Serviço Público p/ Técnico MPU Professor: Daniel Mesquita 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita AULA 02: Princípios e Ética na Administração Pública SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À AULA 02 2 2. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2 2.1 PRINCÍPIOS BASILARES 3 2.2 PRINCÍPIOS DO ART. 37, CAPUT, DA CF. 6 2.3 OUTROS PRINCÍPIOS CONSAGRADOS. 15 3. NOÇÕES GERAIS DE ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 22 3.1 REGRAS DEONTOLÓGICAS 25 3.2 DEVERES FUNDAMENTAIS 30 3.3 CONDUTAS VEDADAS 36 4. COMISSÕES DE ÉTICA 43 4.1 PROCEDIMENTO 46 5. RESUMO DA AULA 49 6. QUESTÕES COMENTADAS 59 7. REFERÊNCIAS 62 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 1. Introdução à aula 02 Nessa nossa Aula 02 estudaremos: ³5 Ética no Setor Público. 5.1 Código de Ética Profissional do Serviço Público ± Decreto nº 1.171/1994.´. Entretanto, não podemos encerrar sem revisar uma matéria fundamental que cai em todos os concursos: os Princípios Básicos da Administração Pública! Assim, primeiramente falaremos dos princípios ± inclusive o da moralidade ± em seguida entraremos no estudo do Código de Ética do Servidor Público. Sem mais delongas, vamos à luta! Rumo à aprovação! 2. Princípios da Administração Pública Vamos iniciar o nosso estudo falando dos princípios que regem a Administração Pública, afinal esses princípios devem ser considerados em qualquer situação da Administração Pública, principalmente quando o assunto é ética. A primeira coisa que você deve saber sobre os princípios da Administração Pública é que o regime jurídico administrativo está fundado, basicamente, sobre dois princípios: o da supremacia do interesse público sobre o privado (ou princípio do interesse público) e o da indisponibilidade, pela administração, dos interesses públicos. O segundo ponto que você deve saber sobre os princípios da Administração Pública é a palavra LIMPE, ou seja, a sigla que designa os princípios constitucionais expressos no caput do art. 37 da Constituição, assim redigido: 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Assim, LIMPE = Princípios constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. Vistos os pontos fundamentais, que você não pode esquecer nem por decreto, passamos agora para a análise de cada um dos princípios do direito administrativo. 2.1 Princípios basilares Como vimos, os princípios basilares são o da supremacia do interesse público sobre o particular (ou princípio do interesse público) e o da indisponibilidade. Pelo primeiro, entendemos que sempre que houver conflito entre interesse público e o particular deve prevalecer o interesse público, que representa a coletividade. A supremacia do interesse público orienta todo o regime jurídico administrativo. Em decorrência desse princípio, a Administração Pública goza de poderes e prerrogativas especiais com relação aos administrados, o que faz com que o poder público possa atuar imediata e diretamente em defesa do interesse coletivo, fazendo prevalecer a vontade geral sobre a vontade individual. Diz-se, portanto, que a relação entre Estado ± indivíduo é de verticalidade. As ordens do Estado se impõem aos indivíduos de forma unilateral. Isso não quer dizer que os entes públicos podem fazer o que bem entendem com os indivíduos. A supremacia não é absoluta, deve respeitar os direitos individuais e coletivos previstos na Constituição (p. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita ex.: liberdade, propriedade, devido processo legal, moradia, saúde etc) e devem ser exercidas sempre visando o interesse público. ALERTA MÁXIMO! ALERTA MÁXIMO! Nunca se esqueça: o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado é limitado também pela proporcionalidade, ou seja, o ato praticado pelo administrador só será legítimo se o meio utilizado por ele for adequado para atender ao fim perseguido. Se ele abusar, tomar uma medida gravosa ao administrado e desnecessária ou se escolher um meio inadequado, o princípio da supremacia não vai proteger esse administrador. Você já ouviu falar em interesse público primário? Existe interesse público secundário? Existe sim, meus caros, leia com atenção. O interesse público primário coincide com a realização de políticas públicas voltadas para o bem estar social. Pode ser compreendido como o próprio interesse social, o interesse da coletividade como um todo. O interesse público secundário decorre do fato de que o Estado também é uma pessoa jurídica que pode ter interesses próprios, particulares. Esses interesses existem e devem conviver no contexto dos demais interesses individuais. De regra, o interesse secundário tem cunho patrimonial. Por fim, não é a toa que o princípio da supremacia do interesse público é um princípio basilar do direito administrativo. É em razão do que existe o poder de polícia (que é ³R� SRGHU� GH� TXH� GLVS}H� D� administração pública para condicionar ou restringir o uso de bens e o exercício de direitos ou atividades pelo particular, em prol do bem-estar GD�FROHWLYLGDGH´ - Marcelo Alexandrino 2010, p. 239). Além disso, é em razão dele que se diz que o poder público tem a seu dispor as cláusulas exorbitantes e pode desapropriar bens particulares. 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Vamos agora ao princípio da indisponibilidade do interesse público? Não esmoreça, guerreiro! Esse princípio decorre da ideia de que os interesses da Administração não são de uma pessoa ou de um agente, mas de toda a coletividade. Por isso, eles não podem ser apropriados ou alienados por ninguém, pois não pertencem a ninguém de forma específica. 1DV�SDODYUDV�GH�%DQGHLUD�GH�0HOR��������S�������QHP�PHVPR�³R� próprio órgãoadministrativo que os representa não tem disponibilidade sobre eles, no sentido de que lhe incumbe apenas curá-los ± o que também é um dever ± na estrita conformidade do que predispuser a intentio legis´. Continua o autor, afirmando que a noção de administração opõe-se à ideia de propriedade. Importante ter em mente, que a Administração não é titular de qualquer interesse público. O titular desses interesses é o Estado, pois este é constituído pelo povo e, como vimos, todo poder emana do povo. É a partir da indisponibilidade do interesse público que surgem os princípios da legalidade, da finalidade, da razoabilidade, da proporcionalidade, da motivação, da responsabilidade do Estado, da continuidade do serviço público, do controle dos atos administrativos, da isonomia, da publicidade e da inalienabilidade dos interesses públicos. 1. (CESPE-2011-STM-Analista Judiciário) Em situações em que a administração participa da economia, na qualidade de Estado- empresário, explorando atividade econômica em um mercado concorrencial, manifesta-se a preponderância do princípio da supremacia do interesse público. Questão de concurso 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Na situação descrita, a Administração deverá concorrer em igualdade com o particular. Como vimos, em decorrência do princípio da supremacia do interesse público, a Administração Pública goza de poderes e prerrogativas especiais com relação aos administrados, o que faz com que o poder público possa atuar imediata e diretamente em defesa do interesse coletivo, fazendo prevalecer a vontade geral sobre a vontade individual. Entretanto, quando o Estado está explorando atividade econômica em um mercado concorrencial, ele não goza dessa supremacia, sob pena de acabar com as demais empresas do ramo e violar o princípio da livre concorrência garantido na Constituição. É por isso que o art. 173, § 2º�� GD�&)��GLVS}H�TXH� ³Ds empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado´. Item errado. 2.2 Princípios do art. 37, caput, da CF. Passemos agora a tratar dos princípios do LIMPE. O princípio da legalidade existe, justamente, para consagrar o princípio da indisponibilidade do interesse público. Se esse interesse não pode ser alienado pela Administração, ele deve ser curado, tratado, cuidado, promovido, nos termos da vontade geral e nos limites conferidos pelo povo. E como o povo confere limites aos atos da Administração? Por meio da edição de leis! É por isso que o princípio da legalidade significa a subordinação da Administração às imposições legais. Diferentemente das ações privadas dos indivíduos, em que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (autonomia da vontade), no princípio da legalidade da 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Administração Pública, esta só pode realizar, fazer ou editar o que a lei expressamente permite. Num Estado de Direito, as ações da Administração são definidas e autorizadas previamente pelo povo, por meio de leis aprovadas pela vontade geral. Na jurisprudência do STF, encontramos casos clássicos em que se decidiu com fundamento no princípio da legalidade. Dentre eles, no 06���������R�7ULEXQDO�GHFLGLX�TXH�³D�DOWHUDomR�GH�DWULEXLo}HV�GH�FDUJR� S~EOLFR�VRPHQWH�SRGH�RFRUUHU�SRU�LQWHUPpGLR�GH�OHL�IRUPDO´�� Mas e se a lei não define exatamente como o administrador deve agir? Nesse caso, o gestor deve observar as demais fontes do direito administrativo. Ele não pode realizar o ato de modo ilógico ou incongruente. Deve se pautar nos princípios gerais da Administração para agir de modo razoável, escolhendo a melhor opção dentre as hipóteses oferecidas na legislação (princípio da razoabilidade). Toda competência conferida por lei deve obedecer a certo fim. Por isso o agir da Administração deve ser adequado ao que se pretende atingir, ou seja, deve haver uma correlação entre os meios adotados e os fins almejados (mais uma vez, o princípio da proporcionalidade se aplica). Tamanha a importância do princípio da legalidade para a Administração Pública que Di Pietro (2009, p. 63) afirma que os princípios fundamentais do direito administrativo são o da legalidade e o da supremacia do interesse público sobre o particular. Se a banca afirmar que esses são os princípios basilares do direito administrativo, a alternativa não estará errada, pois estará adotando a posição de Di Pietro. Entretanto, o que está sendo cobrado, como vimos acima, é a posição de Bandeira de Mello, no sentido de que os princípios basilares são a supremacia do interesse público sobre o 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita particular e a indisponibilidade do interesse público, pois é deste último que surge o princípio da legalidade. Vamos treinar um pouco? 2. (CESPE-2011-TJ-ES-Analista Judiciário) O princípio da legalidade está relacionado ao fato de o gestor público agir somente de acordo com a lei. No âmbito da Administração Pública, em razão da própria indisponibilidade dos interesses públicos, o princípio da legalidade assume um teor mais restritivo, no sentido de que o administrador, em cumprimento ao princípio da legalidade, "só pode atuar nos termos estabelecidos pela lei." Item correto. Passemos agora à análise dos demais princípios constitucionais do LIMPE. Segundo o princípio da impessoalidade a Administração não pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar ou beneficiar alguém, nem a atender o interesse do próprio agente, o agir deve ser impessoal, pois os agentes públicos devem visar, tão somente, o interesse público. Por isso que se diz que o princípio da impessoalidade se confunde com o da finalidade, pois ato administrativo que não visa o interesse público viola tanto o princípio da impessoalidade como o da finalidade. Também se diz que o princípio da impessoalidade se confunde com o da isonomia, pois ao tratar todos de forma impessoal a Administração não promove qualquer distinção. Todo cidadão é tratado de forma igual, com os mesmos direitos e deveres. Questão de concurso 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Entretanto, outro aspecto do princípio da impessoalidade é exclusivo e inconfundível: esse princípio também informa que os atos realizadosno âmbito da Administração não são praticados por Fulano, Beltrano ou Cicrano, mas pelo órgão ao qual o agente se vincula. As regras constitucionais que impõem a realização do concurso público para provimento de cargos na Administração Pública (art. 37, II) e a que determina que as contratações devem ser precedidas de licitação (art. 37, XXI) decorrem do princípio da impessoalidade. Não podemos concluir o princípio da impessoalidade sem informarmos a vedação constitucional de se utilizar a publicidade institucional do Estado para realizar promoção pessoal. Essa proibição encontra previsão expressa no art. 37, §1º, da CF, assim expresso: Desse modo, a publicidade deve ter caráter educativo, mas, em atenção ao princípio da impessoalidade, deve ser rechaçada toda forma de utilização de publicidade institucional para promoção pessoal de políticos. Esse princípio vem sendo muito cobrado em concursos. Vejamos as seguintes: 3. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) O princípio da impessoalidade trata da incapacidade da administração pública em ofertar serviços públicos a todos os cidadãos. Meu caro, o princípio da impessoalidade dispõe que a Administração não pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar ou beneficiar alguém, nem a atender o interesse do próprio agente, o Questões de concurso § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita agir deve ser impessoal, pois os agentes públicos devem visar, tão somente, o interesse público. Não existe essa definição dada pelo examinador. Item errado. 4. (CESPE-2011-PC-ES-Perito Papiloscópico) O concurso público para ingresso em cargo ou emprego público é um exemplo de aplicação do princípio da impessoalidade. Se num concurso público a Administração busca selecionar o melhor preparado, sem observar se ele é o sujeito A ou o B, o item está correto. Depois de praticarmos, vemos como os itens vão ficando fácil. Alternativa correta. Caro amigo, nesse momento você deve ligar o SINAL DE ALERTA! Pois vamos tratar de um dos princípios mais cobrados nos últimos concursos: o princípio da moralidade! O princípio da moralidade impõe ao administrador o dever de sempre agir com lealdade, boa-fé e ética. Além de obedecer aos limites da lei, o gestor deve verificar se o ato não ofende a moral, os bons costumes, os princípios de justiça, de equidade e, por fim, a ideia de honestidade. O tema que mais vem sendo cobrado em concursos quanto ao princípio da moralidade é a Súmula Vinculante 13 do STF, que veda a prática do nepotismo na Administração Pública. A partir da edição dessa súmula restou consagrado o entendimento de que não é preciso de lei em sentido formal para se punir um indivíduo por nomear parentes para cargos públicos. Isso porque, essa prática viola frontalmente os princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade. Pela importância da SV nº 13, transcrevemos a sua redação: 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Como se vê, a súmula vinculante impede a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica para exercício de cargo em comissão, de confiança ou de função gratificada em qualquer órgão de quaisquer dos poderes e de quaisquer dos entes estatais. A súmula considera prática imoral a nomeação de parentes colaterais em até terceiro grau. O texto veda, também, o nepotismo cruzado ao informar que D�V~PXOD�DOFDQoD�DV�³GHVLJQDo}HV�UHFtSURFDV´, ou seja, a SV nº 13 veda a nomeação de um parente de Fulano, que é presidente da FUNASA, por exemplo, para o exercício de um cargo em comissão no INSS enquanto, ao mesmo tempo, Beltrano, que é parente do presidente do INSS, é nomeado para exercício de cargo em comissão na FUNASA. Muita atenção nesse ponto: após a edição da Súmula Vinculante em comento, o Supremo Tribunal Federal afirmou que ³a nomeação de parentes para cargos políticos não implica ofensa aos princípios que regem a Administração Pública, em face de sua natureza eminentemente política, e que, nos termos da Súmula Vinculante 13, as nomeações para cargos políticos não estão compreendidas nas hipóteses nela elencadas´� �5&/� ������ Givulgado no Informativo STF 524). Portanto, olho aberto, meus amigos: não ofende o princípio da moralidade a nomeação de parentes para o exercício de cargo político, como o de Secretário de Estado, Ministro, presidente de autarquia, etc. ³$� QRPHDomR� GH� F{QMXJH�� FRPSDQKHLUR� RX� SDUHQWH� HP� OLQKD� UHWD�� colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido R�DMXVWH�PHGLDQWH�GHVLJQDo}HV�UHFtSURFDV��YLROD�D�&RQVWLWXLomR�)HGHUDO�´ 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Outro enfoque do princípio da moralidade é que a sua inobservância constitui ato de improbidade administrativa (art. 37, § 4º, da CF). 0DV�R�TXH�VHULDP�³DWRV�GH�LPSURELGDGH´" A Lei nº 8.429/92 responde essa questão ao afirmar que constitui ato de improbidade: (a) auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade (= enriquecimento ilícito ± art. 9º); (b) qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres de entidades públicas (= causam prejuízo ao erário ± art. 10); (c) qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (= atentam contra os princípios da Administração Pública ± art. 11). Apesar da redação clara da lei e da Constituição, que não excluem qualquer autoridade das sanções pela prática de improbidade, num julgamento pouco moralizador, o Supremo Tribunal Federal entendeu que o Presidente da República e os Ministros não respondem por improbidade administrativa com base na Lei 8.429/92 (RCL 2138: divulgado no Informativo STF nº 471, julgado em 13.06.2007). Por outro lado, o Superior Tribunal de Justiça entende TXH� ³os prefeitos podem ser processados por seusatos pela Lei nº 8.429/92´ (RESP 12433779 ± AgRg, julgado em 21.06.2011). Sobre o princípio da moralidade, vale apreciar as seguintes questões: Questões de concurso 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 5. (CESPE/IPOJUCA/Procurador/2009) A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática, uma vez que decorre diretamente dos princípios contidos na CF. No entanto, às nomeações para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas Estadual, por ser de natureza política, não se aplica a proibição de nomeação de parentes pelo Governador do Estado. Essa questão é de alto grau de dificuldade. A sua primeira parte está correta, conforme abordamos acima: não é necessária a expedição de lei formal para coibir o nepotismo. Contudo, a questão se torna errada em sua segunda parte, pois o cargo de conselheiro de tribunal de contas não é político, uma vez que ele não participa direta ou indiretamente das funções governamentais. Foi isso o que decidiu o STF na RCL 6702 ± AgRg na Cautelar. Por isso, a assertiva está errada. 6. (CESPE-2011-TRE-ES-Técnico Judiciário) Contraria o princípio da moralidade o servidor público que nomeie o seu sobrinho para um cargo em comissão subordinado de nepotismo. É uma situação de nepotismo. Lembra da súmula que estudamos? ³se a autoridade nomear seu cônjuge, companheiro ou parente até o 3º grau para ocupar cargo em comissão ou exercer função de confiança;´� Portanto, item correto. Vamos em frente, passamos agora ao princípio da publicidade. Nas palavras de Zannoni (2011, p. 45), o princípio da SXEOLFLGDGH�LPS}H�³WUDQVSDUrQFLD�DRV�DWRV�DGPLQLVWUDWLYRV��VRE�SHQD�GH� LQHILFiFLD��UHVVDOYDGDV�DV�KLSyWHVHV�GH�VLJLOR�SUHYLVWDV�HP�OHL´�� Se todo poder emana do povo, nada mais lógico do que dar a mais ampla publicidade aos atos editados pela Administração Pública, seja por meio de boletins internos, por certidões, pelo diário oficial ou 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita mesmo pela internet. É por isso que a Constituição traz em seu bojo o art. 5º, XXXIII: Com se percebe da redação do dispositivo, em certos casos, a própria Constituição impõe o dever do sigilo. Como assim? A própria Constituição impõe o sigilo? Isso mesmo, em certos casos a CF impõe o sigilo. São eles: para proteger a intimidade do indivíduo (art. 5º, X) e para promover a segurança da sociedade e do Estado. Outro regramento constitucional relacionado ao princípio da publicidade é o direito dos indivíduos de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder e a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal, tudo isso independentemente do pagamento de taxas (art. 5º, XXXIV). Se as informações relativas à pessoa do solicitante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, não forem fornecidas, o indivíduo poderá se valer do habeas data perante o Poder Judiciário, para que este intervenha e determine o fornecimento da informação (art. 5º, LXXII, da CF). Passemos então ao derradeiro princípio expresso no art. 37, caput, da Constituição Federal, o princípio da eficiência. Esse princípio consagra a busca de resultados positivos, seja sob o enfoque do agente público, que deve exercer suas funções da melhor forma possível, seja sob enfoque da própria estrutura administrativa, que deve sempre buscar prestar os melhores serviços públicos, com os recursos disponíveis. XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Isso quer dizer que os serviços públicos devem ser prestados com presteza, agilidade, perfeição, adequação e efetividade. Devem atingir os objetivos e metas, utilizando um mínimo de recursos para obter o máximo de resultados. Conforme informamos acima, esse princípio foi inserido no caput do art. 37 apenas com a reforma administrativa de 1998 (EC nº 19). Essa emenda constitucional não só inseriu o princípio da eficiência na Constituição, buscou promover uma reforma administrativa do Estado, de modo que ele deixasse de ser um Estado burocratizado e passasse a ser um Estado gerencial, focado na persecução de resultados. 7. (CESPE-2011-PC-ES-Perito Papiloscópico) O princípio da eficiência não está expresso no texto constitucional, mas é aplicável a toda atividade da administração pública. Já falamos que esse princípio foi inserido no caput do art. 37 com a reforma administrativa de 1998 (EC nº 19). Item errado. 2.3 Outros princípios consagrados. Passemos agora a outros princípios consagrados da Administração Pública, mas que não estão insertos no art. 37, caput, muito embora alguns deles tenham previsão constitucional em outros dispositivos. Começamos pelo princípio da finalidade. Segundo esse princípio, todas as ações da Administração devem ser praticadas visando o interesse público. Mais uma vez retomamos ao fundamento de nosso Estado de Direito: a finalidade perseguida pelo Questão de concurso 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita gestor é aquela conferida previamente pelo titular do poder ± o povo ± através das leis. Seja a finalidade concebida em sentido amplo (interesse público), seja a concebida em sentido estrito (definida por lei), ambas decorrem da vontade geral. É por isso que Bandeira de Mello afirma que o princípio da finalidade está contido no princípio da legalidade, pois o primeiro corresponde à aplicação da lei tal que ela é. Segundo Meirelles (1998, p. 87-88), o princípio da finalidade se confunde com o da impessoalidade, na medida em que ambos caminham para a concretização do que exige a lei e o interesse público e não a fins pessoais. Você sabia que há um nome específico para aquele que age em desvio de finalidade (que age buscando fim diverso do interesse público ou do fim previsto em lei)? Há sim, chamamos isso de desvio de poder. A autoridade age dentro dos limites da sua competência, mas o ato não atende ao interesse público ou aofim visado na norma. Por essa razão, o ato não pode ser sanado, devendo ser extirpado do mundo jurídico pela anulação. Voltemos aos princípios! Ao falarmos do princípio da legalidade, demos uma pincelada nos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, que decorrem daquele. Pelo princípio da razoabilidade, a Administração deve atuar, no exercício dos atos discricionários (atos que a lei tenha dado certa margem de liberdade ao administrador), obedecendo critérios aceitáveis do ponto de vista racional, ou seja, com bom-senso, prudência e racionalidade. Assim, esse princípio é um dos limites do ato discricionário. 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita O princípio da razoabilidade ganhou previsão constitucional com a Emenda Constitucional 45 ± que tratou da reforma do Poder Judiciário ± ao inserir, no art. 5º, determinação para que os processos tenham duração razoável no âmbito administrativo e judicial (inciso LXXVIII). Outro limite para a discricionariedade que também decorre do princípio da legalidade é o da proporcionalidade. Como vimos acima, a Administração deve editar seus atos na medida necessária para alcançar os fins legais. A proporcionalidade pode ser entendida como o meio adequado (exigível ou necessário), ou seja, a relação lógica entre o que se busca e o instrumento que se edita para o resultado. Nesse enfoque, a Administração só deve promover algum ato se houver uma necessidade real para a sua edição. Não pode o poder público, por exemplo, construir uma ponte em um local onde não há estrada que leve um veículo até a ponte. Noutro giro, a proporcionalidade também é apurada sob o enfoque da proporcionalidade em sentido estrito, ou seja, pela avaliação entre o meio utilizado e o fim almejado. Os meios utilizados devem ser os estritamente necessários para se promover a alteração buscada pelo poder público. Não se podem tolerar gastos excessivos para a execução de pequenas tarefas. A Administração não pode, por exemplo, comprar armas de fogo para exterminar os ratos de um prédio público. Em regra, o Poder Judiciário não pode interferir no juízo de discricionariedade do administrador. Se a lei conferiu alguma margem de liberdade para a prática de determinado ato administrativo é o gestor quem deve fazer um juízo de conveniência e oportunidade para preencher a lacuna e praticar o ato. Esse juízo de conveniência e oportunidade é chamado de mérito administrativo. Em situações excepcionais, contudo, o Poder Judiciário, verificando tratar-se de caso esdrúxulo, pode realizar um critério de 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita proporcionalidade e de razoabilidade para avaliar o ato discricionário do administrador e retirá-lo do mundo jurídico, caso ele seja desproporcional ou desarrazoado. Tanto o princípio da razoabilidade como o da proporcionalidade decorrem do devido processo legal material e da legalidade (art. 5º, LIV, e 37, caput, da CF). Embora represente a melhor técnica, alguns doutrinadores apresentam os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade como sinônimos. Assim, se em sua prova o examinador afirmar que razoabilidade é a adequação entre meios e fins, assinale correto. São muitos os princípios, não são? Pois é, a vida de concursando é dura! Não se preocupe, transporemos esse muro juntos, venha comigo para os últimos princípios! A doutrina destaca também o princípio da motivação. Segundo Di Pietro (2009, p. 80), o princípio da motivação exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisões, justificando-as. A sua obrigatoriedade se justifica tanto nos atos discricionários como nos atos vinculados, porquanto o titular do poder ± o povo ± tem o direito de saber quais as razões que estão ensejando a edição de atos pelo poder público. Através da motivação, o cidadão pode impugnar o ato perante o Poder Judiciário ou questionar o gestor acerca de suas decisões. Em suma, a motivação é um instrumento necessário para que o controle dos atos administrativos seja exercido. A motivação encontra previsão na CF para os julgamentos do Judiciário (art. 93, X). As decisões judiciais não fundamentadas serão nulas. A CF, entretanto, é omissa em relação aos julgamentos administrativos. Assim, entende-se que o princípio da motivação é um princípio constitucional implícito, decorrente dos princípios da 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita legalidade, da ampla defesa, do contraditório, do acesso à justiça e do Estado Democrático de Direito, porquanto é a motivação o elemento que ensejará o controle dos atos administrativos. A doutrina majoritária entende que a motivação é obrigatória em todos os atos administrativos (Di Pietro, 2009, p. 81 e Bandeira de Mello, 2010, p. 403-404). Importante consignar, por fim, que a motivação deve ser prévia ou concomitante à edição do ato. Vamos tratar agora do princípio da autotutela. Esse princípio dispõe que a Administração deve exercer o controle interno de seus próprios atos, anulando-os, quando eivados de ilegalidade, ou revogando-os, por razões de conveniência e oportunidade (=mérito). Indispensável, nesse ponto, a transcrição das Súmulas nºs 346 e 473, ambas do STF: 0XLWR� HPERUD� DV� V~PXODV� GLJDP� TXH� D� $GPLQLVWUDomR� ³SRGH´� anular os atos eivados de vícios de legalidade, a doutrina entende que a autotutela não é uma faculdade, mas um dever. Por isso, onde está HVFULWR�³SRGH´��YRFr�GHYH�OHU�³GHYH´� Mas será que todo ato ilegal será anulado? Não, o art. 55 da Lei 9.784/99 prevê o instituto da convalidação. Esse ponto será de suma importância, uma vez que apresentaremos e comentaremos a redação da Súmula Vinculante nº 3 ± QUE CAI EM TODOS OS CONCURSOS PÚBLICOS! Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos. Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Obviamente, a autotutela não é a única espécie de controle dos atos administrativos no Brasil. Há também o controle exercido pelo Poder Legislativo, com o auxíliodo TCU e o controle jurisdicional. Lembramos que os atos administrativos podem ser revisados, a qualquer tempo, pelo Poder Judiciário, desde que este seja provocado e que, de modo geral, se alegue vício de legalidade. Alguns autores informam que esse é o princípio do controle judicial dos atos administrativos. Como o Brasil adota a jurisdição una (só o Judiciário dá a palavra final), não é necessário esperar o fim de um processo administrativo que avalie a legalidade de um ato administrativo para se ingressar perante o Poder Judiciário questionando o mesmo ato. Para que não passe em branco outros princípios ± que quase nunca são cobrados em concursos ± vou apresentar os conceitos de cada um deles de forma bem direta: Princípio da responsabilidade objetiva ou da ampla responsabilidade do Estado: a Administração deve reparar o dano causado no administrado em razão da atividade administrativa, independentemente da existência de dolo ou culpa do agente (art. 37, § 6º, da CF). Princípio da segurança jurídica: esse princípio tem previsão constitucional expressa (art. 5º, XXXVI) e também está previsto no art. 2º da Lei nº 9.784/99. Ele veda a aplicação retroativa de nova legislação ou de sua interpretação, de modo a prejudicar terceiros. Com isso, resguarda-se a estabilidade das relações, consagra-se a boa-fé e a confiança depositada pelos indivíduos no comportamento do Estado. Com relação à confiança, entende-se que, a partir dela, ao cidadão é conferida uma calculabilidade e uma previsibilidade com relação aos efeitos jurídicos dos atos administrativos. Decorrem desse princípio institutos como a decadência e a consolidação dos efeitos dos atos praticados há muito tempo. 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Princípio da especialidade: as entidades da administração indireta não podem se desviar de seus objetivos definidos em lei instituidora. Princípio da tutela ou do controle: esse princípio decorre do princípio da especialidade, pois dispõe que a Administração Pública direta fiscaliza as atividades exercidas pela Administração indireta. Repare bem: o princípio da tutela ou do controle está mais ligado ao princípio da especialidade do que ao princípio da autotutela ou do controle judicial dos atos administrativos. Princípio da continuidade do serviço público: os serviços públicos prestados pelo Estado decorrem das demandas do Estado Social de prover os serviços básicos à população. Em razão disso, eles não podem ser interrompidos. Ao analisar a possibilidade do corte da energia elétrica em razão do não pagamento, o STJ entendeu que a concessionária pode interromper o fornecimento do serviço, mediante aviso prévio (AG 1200406 ± AgRg). A Corte Superior, contudo, observando o princípio da continuidade do serviço público, não autoriza o corte de energia elétrica em unidades públicas essenciais, como em escolas, hospitais, serviços de segurança pública etc. (ERESP 845982). x é possível cortar energia elétrica por falta de pagamento, desde que tenha aviso prévio; Princípio da continuidade x Não é possível cortar energia, por falta de pagamento, de prédios públicos que prestam serviços públicos essenciais. Princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal: ao administrado é assegurado o direito de ser informado dos atos de um procedimento, de se manifestar em prazos razoáveis, indicar provas e recorrer. Já o devido processo legal deve ser entendido sob o seu aspecto formal (regularidade do procedimento) e material (justiça da decisão). 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Esse princípio é de suma importância, pois ele (e o direito de petição) fundamenta a Súmula Vinculante nº 21, segundo a qual: Princípio da juridicidade: o administrador não deve ater-se apenas à letra fria da lei, mas sim à análise de todo o ordenamento constitucional. É com a noção de juridicidade que se abandona um conceito primário de legalidade, satisfeito com o cumprimento nominal e simplista de regras isoladas. Parte-se em busca da observância íntegra do direito, compreendido este como um conjunto de normas dentre as quais se incluem os princípios expressos e implícitos, bem como as regras específicas do ordenamento. 3. Noções gerais de ética no serviço público Agora que você já tem o panorama geral dos princípios da Administração Púbica, vamos ao estudo da ética no serviço público. Mas o que é ética afinal? Não pense você que ética é algo novo, recente. Não! Muito pelo contrário a ética vem do grego ³ETHOS´ que significa modo de ser, o caráter. 4XDQGR�RV�URPDQRV�IL]HUDP�D�WUDGXomR�GR�³HWKRV´�SDUD�R�ODWLP� ³PRV´�� TXH� VLgnifica costume, a ética tornou-se indissociável do costume. O estudo da ética vem desde os séculos VII e VI a.C. Mas ainda hoje é um tema atual, tendo em vista que a ética é inerente ao ser humano, não podendo de forma alguma ser dissociada da moral. Dessa forma, podemos entender que o ser humano é responsável pela ética na Administração Pública, tendo em vista que a ética é indissociável do seu ser, pelo menos na teoria! Para dar eficácia ³É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade dH�UHFXUVR�DGPLQLVWUDWLYR´� 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita a esse conceito, a Administração Pública instituiu normas, códigos que orientam o exercício da ética no Serviço Público. Dentre os códigos instituídos pela Administração Pública está o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal criado em 1994, mediante Decreto nº 1.171. O decreto foi enfático ao não deixar que as regras éticas ficassem só no papel. Determinou a implementação das regras de conduta em 60 dias, inclusive com a constituição de uma Comissão de Ética, integrada por três servidores titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. Observe: IMPORTANTE que você adentre no estudo do Código de Ética FRP� D� GHILQLomR� GH� ³VHUYLGRU� S~EOLFR´� WUD]LGD� QR decreto em mente. Veja: Servidor público, quanto a apuração do comprometimento ético, é todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais que exerçam atribuições delegadas pelo poder público, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. Perceba que o conceito é amplíssimo!Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes. 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Aborda aquele que presta serviço em decorrência de ato jurídico ou contrato. O serviço prestado pode ser permanente, temporário ou excepcional. Pode ser prestado de forma gratuita ou onerosa. O servidor pode estar ligado até mesmo indiretamente a qualquer órgão da administração direta ou indireta. E mais! Até mesmo aqueles vinculados às entidades paraestatais ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado estão sujeitos ao Código de Ética. Apresentadas essas lições introdutórias, vamos entrar agora no estudo dos dispositivos do Decreto 1.171. Como o nosso foco é concurso, não fugiremos do que o examinador irá cobrar: a literalidade da lei. Como a minha meta é a sua aprovação irei destacar os pontos mais relevantes da norma afim que você acerte todas as questões sobre o tema. Contudo, coloque o texto do decreto 1.171 ao lado da aula para você não deixar passar nada em branco. Vamos lá? 8. (CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil ) Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se como servidor público todo aquele que ocupa cargo efetivo na administração pública. Pessoal, para responder as questões de ética SEMPRE adote os conceitos trazidos pelo decreto. E como vimos: Servidor público, quanto a apuração do comprometimento ético, é todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as Questão de concurso 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais que exerçam atribuições delegadas pelo poder público, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. Gabarito: Errado. 3.1 Regras Deontológicas Primeiramente o que vem a ser deontologia? No contexto em estudo deontologia quer dizer o conjunto de regras e princípios que regulamentam a atividade do Servidor Público do Poder Executivo, mais especificamente aquelas relacionadas aos seus deveres. Como bem explicado pelo professor Wagner Rabello Jr: ³Deontologia é a ciência ou tratado dos deveres de um ponto de vista empírico. O termo foi utilizado pela primeira vez pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, em 1834, quando disse que a deontologia seria a µciência do que é justo e conveniente que o homem faça, dos valores que decorrem do dever ou norma que dirige o comportamento humano¶. Designa, portanto, o conjunto de regras e princípios que ordenam a conduta do homem, cidadão ou profissional; é a ciência que trata dos deveres a que são submetidos os integrantes de uma profissão´��FXUVR�GH�pWLFD� profissional para o Senado, p. 16, www.estrategiaconcursos.com.br). O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, assim, liVWD�XPD�VpULH�GH�³UHJUDV�GHRQWROyJLFDV´�TXH�� na verdade, são valores que se espera que sejam buscados, sempre pelos servidores públicos no desempenho de suas atividades funcionais. Eles representam o padrão ético desejável na Administração Pública 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Federal. Tais valores são: dignidade, decoro, honra, zelo, honestidade, eficácia, consciência dos princípios morais, bem comum, cortesia, boa vontade, respeito ao cidadão, etc. (Morais, 2009). Afinal, quais são as regras ou os valores éticos? Vamos a eles: Percebe como o estudo dos princípios é importante? O princípio da moralidade, como vimos, impõe ao administrador o dever de sempre agir com lealdade, boa-fé e ética. Lembre-se que está atrelada a honestidade. Assim, da leitura do inciso I extraem-se as seguintes palavras de ouro no estudo da ética: Dignidade, o Decoro, o Zelo, a Eficácia e a Consciência dos princípios morais. Adiante: Quero chamar a sua atenção para o inciso IV, em que o legislador atentou-se em destacar que o servidor público paga tributos e a sua remuneração é paga por tributos que o próprio servidor contribui. I - A Dignidade, o Decoro, o Zelo, a Eficácia e a Consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em fator de legalidade. 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Perceba como a ética e a moral estão enraizadas a conduta do servidor público e como a moralidade deve estar presente na aplicação do direito, especialmente na finalidade do ato. Como a norma determinaque a moralidade esteja presente em todos os atos do servidor, o próprio texto menciona que ela é fator de legalidade. Seguindo. Repare: o maior patrimônio do servidor é o êxito de seu trabalho, pois o que ele realiza para o serviço público é revertido para ele mesmo em benefícios sociais. Com relação ao inciso VI, o dispositivo anota que a vida privada do funcionário, na medida em que interfere no serviço, pode interessar à Administração, podendo o servidor ser punido disciplinarmente pela má conduta fora do cargo. Como bem observa José Cretella Júnior (1999, p. 84), a violação dos deveres do funcionário pode ocorrer por faltas cometidas fora do serviço, mas que repercutam sobre a honra e a consideração do agente, a ponto de, por ressonância, refletir-se no prestígio da função pública. Vejamos, com atenção, outros incisos. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação. Desses incisos, destacamos que, se o servidor violar o princípio da publicidade, deixando de divulgar informações não sigilosas, incorrerá em infração ética. Mesmo que o ato praticado tenha sido um equívoco, este não pode ser escondido, pois todos os cidadãos têm direito à verdade. 2�VLPSOHV�³WUDWDU�PDO´�R�FLGDGmR�± inclusive fazê-lo esperar em grandes filas ou atrasar a prestação de um serviço ± enseja dano moral a ele. Por isso, o servidor deve tratar com urbanidade e respeito aqueles que pagam seus vencimentos indiretamente. Vejam um exemplo de infração ética! 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Imagem extraída do: http://www.alagoastempo.com.br Também incorrerá em falta ética o servidor que deteriora o patrimônio público. Outro fato que enseja a infração ética é a ausência injustificada ao serviço. Vamos a mais questões de concurso sobre o tema, confira. 9. (CESPE - 2008 - TST - Técnico Judiciário) É dever do servidor público guardar sigilo sobre assuntos da repartição que envolvam questões relativas à segurança da sociedade. Como acabamos de estudar: Gabarito: Certo 10. (CESPE - 2011 - EBC ± Técnico) Fatos e atos relativos à conduta do servidor no dia a dia de sua vida privada não podem ser considerados para acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida Questões de concurso VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita funcional, em razão de terem ocorrido ou sido praticados fora do local de trabalho. Vimos que: Gabarito: Errado. 3.2 Deveres fundamentais Para que toda essa ideologia de valores seja alcançada, o Código de Ética prevê qual é a forma de agir ideal do Servidor Público. Oliveira Morais, em obra editada pela ESAF, disponível em http://www.esaf.fazenda.gov.br/esafsite/biblioteca/livraria_dn_arquivos /Etica_e_conflito_de_interesses.pdf, faz a divisão dos deveres fundamentais do servidor da seguinte forma: São deveres que refletem a integridade da função pública e a busca dos valores que norteiam seu exercício: a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular; b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setorem que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. Para que você não se perca no estudo, podemos traduzir todos esses deveres nos seguintes pontos: x eficiência no trabalho (cumprindo ordens com rapidez e segurança) e na prestação dos serviços públicos (não retardar); x bom caráter, cortesia e respeito (ao cidadão e ao chefe); x resistir às ordens dos superiores contrárias à ética e denunciá-las; x ³GHGXUDU´�DWRV�FRQWUiULRV�DR�LQWHUHVVH�S~EOLFR� x estudar (para melhorar o serviço e para manter-se atualizado); x facilitar a fiscalização e o controle na Administração; x cautela ao exercer prerrogativas; x observar nas atividades o interesse público e a legalidade; x divulgar o Código de Ética 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Se você ler esses pontos com atenção, verificará que neles estão contidos todos os deveres até aqui apresentados. Há apenas um dever que não foi representado nesse resumo, o LWHP�³M´�� Você sabe que o servidor público tem o direito à greve. Contudo, faço-lhe a seguinte pergunta: É considerado ético o servidor público entrar e permanecer em greve? O Decreto em estudo afirma que a greve não afronta a ética, mas o servidor deve zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva. Ou seja, a vida e a segurança pública não podem ser ameaçadas no exercício do direito de greve do servidor. Vistos os deveres que refletem a integridade da função pública, passemos aos deveres que refletem as ³ERDV� PDQHLUDV´ no ambiente de trabalho: e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público; l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função. 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Percebam: o servidor grosso com os usuários dos serviços públicos, que falta ao serviço, mal vestido e porcalhão no ambiente de trabalho está violando diversos deveres não só de educação e higiene, mas éticos! Imagem extraída do: http://mundodaclo.blogspot.com.br/2010/12/area-de-trabalho.html 11. (CESPE - 2008 - TST - Técnico Judiciário) O servidor público deve abster-se de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo não cometendo qualquer violação expressa à lei. Entre os deveres que refletem a integridade da função pública e a busca dos valores que norteiam seu exercício, vimos: u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; Gabarito: Certo. 12. (CESPE - 2011 - EBC ± Técnico) Para obedecer a seus superiores, o servidor não poderá abster-se de exercer sua função, poder ou autoridade, mesmo que a finalidade da ordem por ele recebida seja estranha ao interesse público. Questões de concurso 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoriae exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Essa acabamos de responder! Mais uma vez: u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; Gabarito: Errado. 13. (CESPE - 2011 - EBC ± Técnico) O servidor que, por desconhecimento das atualizações legais, pratica ato de acordo com normas e legislações já alteradas não age em desacordo com o referido código de ética. É dever do servidor público: q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções!!! Por isso, o servidor não pode alegar desconhecimento de uma norma. Ao assim proceder, ele fere sim o Código de Ética. Gabarito: Errado. 14. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da Informação) Jair sempre procurou manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão público onde exerce suas funções. Nesse caso, o servidor age de acordo com o que dispõe o mencionado código de ética. Pessoal, as questões vão se repetindo! Como você acabou de ler: É dever do servidor público manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções. Gabarito: Certo. 15. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da Informação) A servidora pública Jane, irritada com o fato de uma colega 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita ter sido designada para fiscalizar o seu trabalho, não fez nada para prejudicar ou facilitar o trabalho de fiscalização. Nessa situação, a atitude de Jane é aceitável, visto que não há qualquer obrigação da sua parte em facilitar o trabalho de fiscalização. O servidor não pode simplesmente ficar neutro diante dessa situação, ele deve sim facilitar a fiscalização e o controle na Administração. Por isso, Jane não pode mesmo prejudicar o trabalho de seu colega, mas deve facilitar! Gabarito: Errado. 3.3 Condutas vedadas As condutas vedadas são, na verdade, um apanhado geral de condutas já reprovadas por leis penais, por leis que vedam atos de improbidade ou por leis que cuidam da disciplina do servidor. Vejamos cada uma das condutas previstas no inciso XV do Decreto nº 1.171/94, acrescidos dos pertinentes comentários feitos por José Leovegildo Oliveira Morais, publicados pela ESAF (2009, p. 113), e de outros comentários próprios. Vamos lá! É vedado ao servidor: José Morais: ³conforme as circunstâncias, essa conduta pode configurar o crime de corrupção passiva previsto no art. 317 do Código 3HQDO�´. Acrescento que essa conduta pode ensejar, também, o crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal: Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal). a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Além disso, é evidente que essa vedação representa também um ato de improbidade, previsto no art. 11 da Lei nº 8.429/92, pois o agente público, ao usar o cargo para favorecer a si próprio ou a outrem estará violando o dever de imparcialidade. José Morais: ³essa conduta pode configurar crime contra a honra (calúnia, difamação e injúria) e, também, resultar em ação de indenização por danos morais, cuja responsabilidade pode ser imputada ao poder público ou ao próprio servidor.´ Acrescento que a norma visa proteger tanto o cidadão quanto outros servidores. José Morais: ³essa conduta pode configurar o crime de condescendência criminosa previsto no art. 320 do Código Penal.´ Esse crime é assim previsto no CP: Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. Também representa ato de improbidade, uma vez que o servidor estará violando o seu dever de lealdade à instituição (art. 11 da Lei nº 8.429/92). José Morais: ³essa conduta pode configurar crime de prevaricação previsto no art. 319 do Código Penal.´ d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; 027.021.311-23 - JANETE FERREIRA LIMA Ética no Serviço Público p/ Técnico ʹMPU. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 63 Twitter: @danielmqt e-mail: danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Também está expresso no dispositivo que o lesado poderá buscar do Estado reparação do dano moral ou material causado se o seu direito foi retardado ou dificultado pelo servidor. Mais uma vez, o ato de improbidade estará presente, pois violado o dever de imparcialidade. Além disso, constitui-se em ato de LPSURELGDGH� ³retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício´��DUW������,,��GD�/HL�Q����������; José Morais: ³trata-se de um dever do servidor que, se não observado, pode configurar infração de natureza administrativa disciplinar.´ Observe, caro aluno, que esse dispositivo decorre diretamente do princípio da eficiência. Se o servidor dispõe de meios tecnicamente adequados para a prestação do serviço, a não utilização desses recursos representa conduta eticamente vedada. José Morais: ³essa conduta reflete o princípio da impessoalidade no serviço público. Pode configurar, dependendo das circunstâncias, crime de prevaricação previsto no art. 319 do Código Penal.´ Na hora da prova, lembre-se sempre: o interesse buscado pelo servidor é o interesse público. Além disso, o agir deve ser impessoal. Violado o dever de imparcialidade, surge também o ato de improbidade (art. 11, caput, da Lei nº 8.429/92). e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores
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