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Empreendedorismo: Fator Chave para o Êxito Profissional 1. Modelagem da Empresa Adm. Valmir Severiano valmirlima17@gmail.com 1.1 Perspectiva Histórica da Administração e Modelos � 1.1.1. Modelos � Processo de validação do conhecimento; � Representação da realidade; � Visam a compreensão do comportamento do sistema, das variáveis envolvidas e o possível controle das variáveis; � Variáveis controladas ou manipuladas. Ex.: investimentos, localização da empresa, no porte, número de funcionários e fatores internos de natureza quantificável; � Variáveis incontroladas. Ex.: comportamento do mercado, da concorrência, desempenho da economia, demandas sociais, ambientais, valores sociais, entre outras de natureza qualitativa. 1.1.2 Escola clássica ou científica � Escola que postula que uma empresa, para atingir seus objetivos, deve planejar o desenvolvimento, organizar-se adequadamente e controlar todas as atividades; � Frederick Winslow Taylor – Pai da Administração científica – Estados Unidos; � Surgiu da preocupação original de eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias americanas e elevar os níveis de produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial. 1.1.2 Escola clássica ou científica � Henri Fayol – Pai da Administração clássica – Europa; � Caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente. Funções básicas da empresa: � Funções Técnicas; � Funções comerciais; � Funções financeiras; � Funções de segurança; � Funções contábeis; � Funções administrativas. � Prever, organizar, comandar, coordenar e controlar – POCCC. 1.1.2 Escola clássica ou científica Em linhas gerais, a diretriz desta escola postula que uma empresa, para atingir seus objetivos, deve planejar o desenvolvimento, organizar-se adequadamente e controlar todas as atividades. Entre os expoentes desta escola, destacam Taylor nos Estados Unidos e Fayol na França. A predominância dos estudos desta escola são: métodos e sistemas de racionalização, divisão de funções e do trabalho, estudos de tempos e movimentos e controle da produtividade. 1.1.2 Escola clássica ou científica Os pressupostos e a manutenção de relações com o ambiente que definem o modelo orientam a maximização dos resultados, racionalidade, supervisão, padronização e finalidade econômica única da empresa Concluindo, é um modelo de empresa com níveis hierárquicos rigidamente definidos, uma visão da natureza humana do trabalho restrita. A desumanização do trabalho fatalmente implica conflitos e insatisfação, com consequente aumento de custos e redução de lucros. Este contexto ensejou o desenvolvimento da abordagem da Escola de Relações Humanas. 1.1.3 Escola de relações Humanas O desenvolvimento desta escola, em contraposição e complemento à Escola Clássica, correlaciona o trabalho e a produtividade às condições de trabalho e a uma abordagem social da empresa, introduzindo uma consideração diferente quanto ao homem e suas motivações O pensamento da escola iniciou-se com pesquisadores sociais, com a famosa experiência na Western Electric, em Hawthorne, a partir de 1927. Entre os vários nomes importantes da escola destacam-se George Elton Mayo e Mary Parker Follet. 1.1.3 Escola de relações Humanas A predominância dos estudos nesta escola dirige-se ao comportamento humano e às relações informais na empresa, onde valores sociais e de trabalho em grupo são inseridos Esta escola representa um modelo de empresa, visto como um organismo social, que enfoca a organização informal e o comportamento grupal. As críticas a este modelo concentram- se, previsivelmente, no fato de que o problema da empresa é o lucro; problemas sociais não são problemas empresariais. Quanto maior a preocupação social, maiores os custos, portanto maiores encargos ao consumidor, e isto não é realista e aplicável. 1.1.4 Behaviorismo Esta escola, em oposição e complemento à Escola de Relações Humanas, aceita que o trabalho e a produtividade estejam relacionados às condições de trabalho, além da abordagem social da empresa. Entretanto, vê como ingênua, e pouco realista, a concepção de que só a satisfação do trabalho gera eficiência e produtividade. Entre os vários nomes do Behaviorismo destacam-se Douglas McGregor, Hebert Simon e Chester Barnard. A predominância dos estudos nesta escola dirigem-se aos processos de tomada de decisão, à autoridade, aos comportamentos condicionados às circunstâncias e à adaptabilidade humana. 1.1.3 Behaviorismo Está escola é um modelo de empresa visto como um organismo social, que enfoca a organização informal e o comportamento grupal. Busca eficiência pelo processo de tomada de decisões, autoridade e hierarquia, considerando as variáveis condicionantes do comportamento. 1.1.5 Estruturalismo Pode-se constatar que, até o Behaviorismo, o desenvolvimento de modelos organizacionais apresentava um caráter complementar e incremental, em função das críticas e lacunas dos modelos anteriores. De forma global, os pressupostos centrais implícitos pelos paradigmas aceitos, mecanicismo, reducionismo e divisão do trabalho eram sempre mantidos e reincorporados ao desenvolvimento das escolas No estruturalismo, entretanto, houve um processo de ruptura filosófica com os modelos anteriores, pois suas principais críticas concentram-se no conflito social, na ilusão criada pela participação nas decisões e na delegação de autoridade. 1.1.5 Estruturalismo Estrutura é um todo que se compõe de elementos que o formam, uma organização produtiva e social é uma inter-relação entre os elementos, desenhando-se a partir disso os pressupostos do Estruturalismo. Os estudos desta escola concentram-se na racionalidade como um equilíbrio entre meios e fins, no poder da burocracia na organização e na impessoalidade organizacional. Embora com várias correntes e tradições nas Ciências Sociais, o Estruturalismo Fenomenológico e o Estruturalismo Dialético foram aplicados mais acentuadamente ao desenvolvimento das organizações. Entre os vários nomes do Estruturalismo destacam-se Max Welder, Karl Marx e Amitai Etzioni. 1.1.5 Estruturalismo Este é um modelo de empresa, como um estrutura em inter- relação com o ambiente, em que a suposta harmonia natural, implícita na Escola Clássica e mantida na Escola de Relações Humanas, é relativa, pois há poder, burocracia e conflitos. 1.1.3 Abordagem sistêmica A partir do século XIX, novas descobertas científicas obrigaram os cientistas a adotar novas formas de pensamento, evidenciando as limitações das concepções mecanicistas e cartesianas de universo, ensejando mudanças importantes no modo de pesquisar e entender o universo para o século XX. � 1.1.3.1. Organização sistêmica � Estudos abertos, entendidos como um complexo de elementos em interação e intercâmbio contínuo com o ambiente; � Na abordagem sistêmica, o pressuposto de sobrevivência e desenvolvimento da empresa depende da eficiência, da adaptabilidade ao ambiente, da integração e do equilibrio dos elementos que compõem o sistema. 1.1.3 Abordagem sistêmica 1.1.3.2. Equilíbrio do sistema “Pela abordagem sistêmica, uma empresa, como um sistema aberto, deve estar em estado de equilíbrio e relacionamento harmônico, no sentido global” “Para haver equilíbrio e relacionamento harmônico, visando a um estado saudável, a empresa deve observar uma finalidade, aceita e compartilhada, e o conceito de que todos os elementos do sistema ganham no processo”. “Essa unidade é conseguida quando todos os participantes comungam com os objetivos e o potencial da empresa, os valores são partilhadose há uma identidade de propósitos. Ex.: As tradicionais rivalidades entre as áreas de produção, marketing e finanças, na defesa de seus pontos individuais, já não tem razão de ser, pois debilitam a empresa e criam disfunções no sistema. 1.1.3 Abordagem sistêmica 1.1.3.3. Abordagem da atualidade Complementando as abordagens anteriores, desenvolvem-se atualmente novas teorias e modelos organizacionais derivados dos estudos em Física e em Biologia: � Organização Caótica – opera na instabilidade; � Organização Autopoiética – a empresa que produz a si mesma; � Organization from noise – empresa auto-organizante; � Organization through fluctuations – empresa que evolui por saltos. 1.1.4 Comportamento Empresarial 1.1.4.1. Com a evolução Industrial, deu-se o aparecimento da empresa “moderna”, vinculando tecnologia a uma demanda nascente, com objetivos lucrativos. Pelo desenvolvimento das escolas de administração, os modelos adequavam-se aos pressupostos ambientais e filosóficos dos paradigmas até então aceitos, lastreados em racionalidade, mecanicismo, linearidade, determinismo, estabilidade e previsibilidade, além dos valores sociais, centrados em valores econômicos. 1.1.4 Comportamento Empresarial 1.1.4.2. Do ponto de vista dos objetivos e das finalidades da empresa, ou seja, produção e maximização de lucros, a racionalidade, e eficiência, a produção em massa, a padronização e a divisão do trabalho, aliadas a forte controle social, adequavam o modelo; 1.1.4.3. O poder a autoridade, a burocracia e a forte normatização eram os requisitos essenciais de ligação entre os objetivos da “máquina de produzir” e os elementos que a compunham; 1.1.4.4. Nesse contexto, empreender significa competir, ganhar ou perder, na busca do lucro mediante um processo de “troca” com o ambiente, o que se entende como comportamento operacional ou competitivo. 1.1.5 Comportamento competitivo 1.1.5.1. Como modelo de comportamento competitivo é gerador de lucros, a saúde e a racionalidade da empresa estão relacionadas ao potencial de mercados, enquanto estes satisfazem aos objetivos de lucro e crescimento. O comportamento e o modelo competitivo apresentam as seguintes características: � Objetivos – maximização dos lucros; � Mudanças – previsibilidade e continuidade do passado; � Motivação – recompensas pela estabilidade e eficiência; � Risco – minimização de riscos pelo controle; � Planejamento: Extrapolação do passado; otimizador do lucro; empresa como um sistema semi-aberto, reativo. � Ambiente: Monopólios e oligopólios; pouca ou nenhuma pressão do mercado; crescimento contínuo e estável; atendimento das necessidades do mercado; relações baseadas em propaganda e distribuição. 1.1.5 Comportamento competitivo � Estruturada: Conservadora e estável; concentrada na concorrência e na eficiência; rejeição ao risco ou aceitação a riscos familiares; manutenção do status quo; minimização de perturbações da eficiência; foco de poder – produção, marketing e finanças; altamente burocratizada e normatizada; � 1.1.5.2. Num entendimento mais abrangente, a saúde da empresa e a racionalidade deveria incorporar outros critérios, além do econômico. Além de eficiência e sobrevivência, as empresas ou organizações deviam incorporar uma significação. Assim, a eficiência dependeria das metas e da estrutura; a sobrevivência dependeria do contexto global e do ambiente; e a significação dependeria do homem, o que implica relações sistêmico/holísticas, ou seja, visão global, equilíbrio e harmonia. 1.1.5 Comportamento competitivo � Tal modelo de comportamento para a empresa implica consciência de: � Pertencimento a um todo complexo e inter-relacionado; � Mudança como algo norma e inerente ao sistema; � Riscos e incertezas como normais do processo; � Experiências cujos resultados são difíceis de controlar; � Existência de conflitos num ambiente mais livre; � Busca do potencial da empresa em vez do lucro imediato; � Criação de laços mutuamente lucrativos; � Flexibilidade e agilidade; � adaptabilidade 1.1.6 Comportamento sistêmico/holístico � Ao contrário do comportamento competitivo, uma empresa estruturada num modelo sistêmico está inserida em um todo. Em total interação com o ambiente global, objetiva construir e manter laços lucrativos, mas numa relação diferente: ganha/ganha. � O comportamento sistêmico apresenta as seguintes características: � objetivos – desenvolver o potencial de lucros, numa relação total. Mutuamente lucrativa (ganha/ganha); � mudanças – imprevisibilidade e rupturas constantes com a história; � organização – flexível e horizontal; � agrupamentos conforme assuntos, problemas e atividades; � Motivação – recompensas pela criatividade e iniciativa; � Risco – propensa ao risco. 1.1.6 Comportamento sistêmico/holístico � O comportamento sistêmico apresenta as seguintes características: � Planejamento: sistema aberto; interação entre oportunidades e aptidões; otimizador do potencial e do sistema; antecipativo, de iniciativa; � Ambiente: multicompetitivo; forte pressão do mercado; crescimento oscilante; excelência no mercado. � Estrutura: inovadora e criativa; instável e fluida; concentração no mercado; aceitação do risco; melhorias e mudanças sem partir necessariamente do status quo; foco de poder – empreendimento, inovação e produção. 1.1.6 Comportamento sistêmico/holístico � Nota-se, portanto, que os desafios estímulos/respostas previsíveis, característicos de ambientes estáveis e controlados, eram de relativa simplicidade, o que, para caracterizar o modelo competitivo, era suficiente. Entretanto, a crescente complexidade do ambiente, o considerável aumento de variáveis envolvidas na gestão da empresa e as mudanças nos valores sociais eliminaram a relativa simplicidade e linearidade do modelo competitivo. 1.1.7 Administração Estratégica ”Nada é mais difícil de assumir, mais perigoso para conduzir, do que tomas a iniciativa na introdução de uma nova ordem de coisas, pois a inovação tem como inimigo todos os que se saíram bem sob as antigas condições e tem defensores tépidos no que, talvez, possam se sair bem sob as novas” (Machiavelli)” � Inserida no quotidiano das empresas, a expressão Administração Estratégica sugere modernidade e sua adoção é, ao menos em discurso, disseminada pela empresas. Observados os pressupostos da abordagem sistêmica e as condições atuais do ambiente, as empresas buscam adaptação, por aproximações relativas às novas necessidades organizacionais; 1.1.7 Administração Estratégica � Na essência, muitas poucas conseguem uma genuína Administração Estratégica, pois sua filosofia implícita não é adotada, e por consequencia muitos programas subjacentes em treinamento e motivação não atingem resultados efetivos; � Administração Estratégica é um modelo de administração que enfatiza sua própria flexibilidade e fluidez porque se baseia nos seguintes pontos: � Interação coorperativa e sistêmica; � Planejamento, organização e controle social desenhados para flexibilidade e iniciativa; � Constante autocrítica em suas práticas; � Programas e projetos inovadores frequentes; � Mudanças são necessárias 1.1.7 Administração Estratégica � Ênfase maior no potencial das mudanças do que nos resultados de curto prazo; � Entendimento das características culturais da organização e incentivo à iniciativa, consciente de aí encontrar a fórmula da flexibilidade e adaptabilidade � A empresa moderna deve estruturar-se e aprender a conviver com a mudança, com o caos, com variedade, com a diversidade, com os conflitos e paradoxos e todos os dilemas conseqüentes; � A empresa moderna necessita de novas abordagens e sobretudo percepções, intuição e flexibilidade; 1.1.7Administração Estratégica � Na organização moderna, fluída e mutável, com novos problemas e dilemas, um ambiente de confiança mútua, integração, energia, persistência, criatividade e iniciativa, será decisivo ao sucesso de qualquer empresa; � Dentro dos preceitos da Administração Estratégica, e da abordagem sistêmica, busca-se um todo, uma coordenação de energias, harmonização expectativas e potenciais, com simplicidade, objetividade, ética e confiança; � A empresa precisa e busca resultados econômicos, porém deve obtê-los de forma compatível com as modernas exigências e perspectivas, com equilíbrio, com integração e com harmonia em relação ao sistema. 1.1.8 Modelo do Negócio � Como já se viu, modelos são representações hipotéticas de um sistema e seu desempenho está relacionado a variáveis controláveis e incontroláveis, uma rede de interações e inter- relações em estado dinâmico e numa simbiose; � À medida que se modela um sistema, a concepção do modelo e o processo de desenvolvimento fazem com que o experimentador se torne autoconsciente, numa integração de atitudes, de conceitos e de valores que influenciam o entendimento, o planejamento, a ação e a reação dos elementos do sistema; 1.1.8 Modelo do Negócio � A concepção de um modelo empresarial é determinada basicamente por dois propósito: � Propósito Competitivo Egocêntrico – o modelo é desenhado de forma a determinar o controle das variáveis, para obtenção da melhor previsão de comportamento e de resultados, tirando o máximo proveito do sistema; � Propósito Sistêmico – observando-se as interações e as inte-relações, com base em uma noção de equilibrio, harmonia e interpendência, busca-se um modelo em que haja resultados favoráveis ao sistema de forma global. 1.1.8 Modelo do Negócio � Nos dois modelos, busca-se o lucro, mas, enquanto no primeiro o lucro é um fim, no segundo o lucro é um meio, dependente do desempenho sistêmico da empresa. Uma empresa pode perfeitamente ser eficiente, ter um desempenho ótimo, ser saudável e manter o sistema saudável; � Modelo de sistema empresarial – uma empresa é um sistema inserido num todo, necessitando internamente de vários subsistemas, ou seja, de fornecimento, de vendas e distribuição, de produção, de administração; 1.1.8 Modelo do Negócio � Externamente, participa de um sistema maior, que inclui: o mercado, os clientes, os fornecedores, os parceiros, os concorrentes e os ambientes econômicos, social, político e tecnológico. Considerando-se as interdependências, as inter- relações, os valores implícitos, as abordagens individualizadas, os interesses e as concepções individuais/coletivas, pode-se facilmente perceber a complexidade do modelo; � Dessa forma, qualquer iniciativa empresarial deve orientar-se pela compreensão dos sistemas e subsistemas que compõem o modelo, no ramo de atividade escolhido, para uma correta concepção da atividade, estruturação, e a possibildiade de um desempenho ótimo, numa concepção sistêmica, o que também envolve muita sensibilidade e criatividade.
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