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PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS

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15
CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO - ESPÍRITO SANTO
CURSO DE DIREITO
MARIA EDUARDA DA SILVA
PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS:
ANÁLISE ACERCA DO INCENTIVO ECONÔMICO
E SUAS IMPLICAÇÕES SÓCIOAMBIENTAIS
Cachoeiro de Itapemirim
2018
MARIA EDUARDA DA SILVA
PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS:
ANÁLISE ACERCA DO INCENTIVO ECONÔMICO
E SUAS IMPLICAÇÕES SÓCIOAMBIENTAIS
Trabalho de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do Curso de Bacharelado em Direito do Centro Universitário São Camilo - Espírito Santo. 
Orientador Prof. Thalyson Rocha
Cachoeiro de Itapemirim
2018
MARIA EDUARDA DA SILVA
PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS:
ANÁLISE ACERCA DO INCENTIVO ECONÔMICO
E SUAS IMPLICAÇÕES SÓCIOAMBIENTAIS
Trabalho de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do Curso de Bacharelado em Direito do Centro Universitário São Camilo - Espírito Santo. 
Orientador Prof. Thalyson Rocha
Cachoeiro de Itapemirim-ES, ________ de ___________________ de 2018.
____________________________________________________
(Professor(a) Orientador(a))
____________________________________________________
(Professor(a) Avaliador(a) 1)
____________________________________________________
(Professor(a) Avaliador(a) 2)
Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso à minha mãe Lucia, que, com toda força e amor sempre lutou por mim.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Pai do céu que me fortalece com sua graça, com seu cuidado me cinge e me mantem segura. Agradeço a minha mãe Lucia, que é minha grande inspiração de luta por amor; a Maria que com seu olhar de zelo por mim abraça meu coração, da mesma forma, a Luciana que me influencia e sempre influenciará com seu amor, ao Jorge, meu maior exemplo de cidadão e pai, aos padrinhos e demais familiares, Em especial sou grata a minha eterna prima Denise na qual o amor se manterá vivo em mim.
Sou grata aos meus irmãos em Cristo, de minha amada igreja, bem como os demais amigo. São como escape para os dias difíceis e alegria diária com sua existência.
	Agradeço ao meu orientador Thalyson Rocha por toda paciência e força, bem como a coordenadora Aline Giuri e os demais professores e colaboradores que são suporte e base no que se refere ao desenvolvimento e conclusão do curso. 
	
De coração cheio, digo obrigada!
“Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos. A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar. Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam. Tem-se uma responsabilidade não só legal como também moral de obedecer a leis justas. De modo contrário, tem-se uma responsabilidade moral de desobedecer a leis injustas”. (KING, Martin Luther)
SILVA, Maria Eduarda. PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS: BREVE ANÁLISE ACERCA DO INCENTIVO ECONÔMICOE SUAS IMPLICAÇÕES SÓCIOAMBIENTAIS. 2018. xx f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Direito). Centro Universitário São Camilo - Espírito Santo, Cachoeiro de Itapemirim, 2018.
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso refere-se a um importante instrumento econômico que objetiva efetiva preservação ambiental, especificamente serão tratados os espaços florestais, tal programa é intitulado como Pagamento Por Serviços Ambientais. Fora aderido pelo Brasil e obteve crescimento significativo. Ao observar o sucesso no que tange a preservação, fruto do PSA, os Estados da federação consequentemente foram aderindo o programa e atualmente grande parte do país possui como forma de preservação ambiental o PSA. É de ciência genérica a importância dos espaços florestais para a sociedade, bem como para todo ecossistema. Há uma ligação direta com a estrutura dos solos, os animais com suas milhares de espécies, tal balanceamento é imprescindível para vida terrena. Por este motivo, houve a necessidade do Estado, de alguma maneira, intervir nesta estrutura ambiental, na relação entre a sociedade e o meio ambiente, através de Direitos e Deveres. Nesta pesquisa analisa-se as implicações dos Pagamentos Por Serviços Ambientais no que tange aos benefícios socioambientais. 
Palavras-chave: Pagamento por Serviços Ambientais, Serviços Ambientais, Espaços Florestais.
SILVA, Maria Eduarda. PAGO POR SERVICIOS AMBIENTALES: BREVE ANÁLISIS DEL INCENTIVO ECONÓMICO Y SUS IMPLICACIONES SOCIO-AMBIENTALES. 2018. Monografía (Licenciatura en Derecho). Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo, Cachoeiro de Itapemirim, 2018.
RESUMEN
Este trabajo de terminación por supuesto se refiere a un instrumento económico importante que tiene como objetivo la preservación ambiental efectiva, concretamente se tratarán los espacios forestales, tal programa se titula como Pago por Servicios Ambientales. Fue adherido por Brasil y alcanzó un crecimiento significativo. Al observar el éxito en términos de preservación, el fruto del PSA, los estados de la Federación en consecuencia se adhirieron al programa y actualmente una gran parte del país tiene como forma de preservación ambiental el PSA. Es de ciencia general la importancia de los espacios forestales para la sociedad, así como para todo el ecosistema. Existe una conexión directa con la estructura de los suelos, los animales con sus miles de especies, tal equilibrio es indispensable para la vida terrenal. Por este motivo, es necesario que el Estado intervenga de alguna manera en esta estructura ambiental, en la relación entre la sociedad y el medio ambiente, por intermedio de los derechos y deberes. Esta investigación analiza las implicaciones de los pagos por servicios ambientales en términos de beneficios socio-ambientales. 
Palabras claves: Pago por Servicios Ambientales, Servicios Ambientales, Espacios Forestales. 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
Exemplo:
PSA	Pagamentos por Serviços Ambientais
ICMS	Imposto sobre Circulação de Mercadorias
IEMA	Instinto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos 
SUMÁRIO
Resumo
Abstract
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12
2 SERVIÇOS AMBIENTAIS.......................................................................................14
2.1 Conceito...............................................................................................................14
2.2 Classificação........................................................................................................15
3 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL................................................................20
3.1 Princípios genéricos.............................................................................................20
3.2 Princípios específicos...........................................................................................21
4 PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS......................................................27
5 PREVISÃO LEGAL DO PSA...................................................................................33
5.1 Âmbito Nacional...................................................................................................33
5.2 Âmbito Estadual...................................................................................................375.3 Âmbito Municipal..................................................................................................40 
6 PSA E SUAS IMPLICAÇÕES.................................................................................42
7 CONCLUSÃO..........................................................................................................49
8 REFERÊNCIAS.......................................................................................................51
1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que os dilemas ambientais são temas de destaque mundial há tempos. Há preocupação com escassez da água, poluição do solo, ar e mar, desmatamento, aquecimento e consequentemente derretimento das geleiras, espécies de animais extintas, natalidade e tantos outros. Todo Ecossistema é abordado em estudos, pesquisas, simpósios, seminários e conferências com intuito de alertar e conscientizar a sociedade. 
As florestas possuem elevada importância social, econômica e ambiental. Para que haja um ideal funcionamento ecológico sistemático onde todos os elementos ambientais se interligam, espaços florestais são primordiais. Há relação das florestas com o fluxo de águas subterrâneas, suas raízes estão diretamente ligadas com o bom funcionamento do solo, bem como suas folhas.[1: PORTAL DO AMBIENTE E DO CIDADÃO. A importância das florestas. Disponível em: <http://ambiente.maiadigital.pt/ambiente/floresta-1/mais-informacao-1/sobre-a-importancia-das-florestas> Acesso em: 2 de outubro de 2018.]
A exploração florestal é lucrativa para seus proprietários, pois da madeira se extrai a celulosa voltada para produção de papel, constrói-se móveis, instrumentos musicais, casas, entre outros. Em razão disto, desmatamentos ocorrem, e automaticamente prejudica-se o equilíbrio ecológico, tão necessário aos seres vivos. 
	Tendo em vista tal importância ecossistêmica, a sociedade ao longo dos anos começou a atentar-se para preservação ambiental. Diversos projetos de preservação surgiram ao redor do mundo, visando manter os espaços ambientais já existentes, bem como cultivar outros ambientes florestais explorados, desmatados e afins. 
Os frutos naturais que todo ser humano colhe do Ecossistema, ou seja, sua ligação sistêmica que interliga cada área gerando provisão, regulação, suporte, etc., denomina-se como Serviços Ambientais. Sem esses Serviços Ambientas não haveria concepção de vida terrena, o ser humano é dependente dos serviços gerados pela natureza.
Devido a preocupação com os ambientes florestais, surge o conceito de Pagamentos por Serviços Ambientais. Tal mecanismo visa, por meio de tributos, financiar os proprietários dos espaços florestais a fim de que este se mantenha preservado. Pelo fato de haver lucratividade para os proprietários mediante exploração, viu-se necessário criar o PSA, como incentivo econômico.
Em se tratando de Direito Ambiental, importa relatar que seus princípios estão diretamente ligados ao programa PSA. Pode-se citar princípios como o da Prevenção, Princípio do Equilíbrio, do Limite, do Recebedor Pagador, entre outros. No Brasil o primeiro marco ambiental registrado é a chamada Política Nacional do Meio Ambiente, Lei Federal nº 6.938/81, onde princípios foram estipulados visando melhor prevenção ambiental. 
Com intuito justamente de preservar os espaços florestais, a Lei nº 12.651 do dia 25 de maio de 2012, estabelece normas gerais para que tal proteção seja efetivada. No que se referi ao estado do Espírito Santo, vale dizer que fora pioneiro na ordenação específica do PSA, a Lei nº 9.864 de junho de 2012 (reformulação da Lei nº 8.995/08).
2 SERVIÇOS AMBIENTAIS 
2.1 Conceito
Os serviços ambientais são conhecidos por serem os frutos gerados pela natureza em todo seu funcionamento sistemático. Toda organização ecossistêmica se conecta e gera o equilíbrio necessário para o bom funcionamento de seus elementos, inclusive, imprescindíveis para boa qualidade da vida humana. Por meio do sistema ecológico tem-se a purificação das águas e do ar, a fertilização do solo, decomposição de lixos, amenização de catástrofes climáticas.
Os próprios animais que habitam nos espaços ecológicos contribuem especificamente para o funcionamento ecossistêmico. Insetos como abelha, borboleta e formiga efetuam a polinização das plantas, as próprias fezes dos animais são um meio de fertilização do solo. Há também os sistemas fluviais que fornecem água doce, recurso de extrema importância social.[2: OECO. O que são os Serviços Ambientais? Disponível em: < https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28158-o-que-sao-servicos-ambientais/> Acesso em: 19 de outubro de 2018.]
As florestas possuem forte influência sobre o clima, regulando o mesmo com seu processo de fotossíntese. Em parceria com algas aquáticas, as árvores são responsáveis pela produção de oxigênio, elemento químico indispensável para vida terrestre, não apenas voltado à respiração de seres vivos, mas também a produções industriais, construções e afins.[3: INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS. Qual a contribuição das árvores e algas para produção de O2. Disponível: <https://www.ibflorestas.org.br/noticias/251-qual-a-contribuicao-das-arvores-e-algas-para-producao-de-o2.html> Acesso em: 20 de maio de 2018.]
Vale dizer da produção natural de alimentos, remédios, fibras, etc., são frutos advindos do plantio independente do meio ambiente, mais um serviço ecossistêmico que beneficia a sociedade em geral. No que se refere aos Serviços Ambientais, há muito o que se observar, até mesmo os benefícios do sol sob o ser humano e toda vida terrestre. São riquezas naturais que gozamos, e que, certamente, necessitam serem observados com prudência, no sentido de preservação das mesmas. O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) conceitua os Serviços Ambientais:
Serviços ambientais são processos gerados pela própria natureza através dos ecossistemas, com a finalidade de sustentar a vida na Terra. Os serviços ambientais são responsáveis pela manutenção da biodiversidade, o que permite a geração de produtos como a madeira, fibra, peixes, remédios, sementes, combustíveis naturais etc, que são consumidos pelo homem. Os ecossistemas são importantíssimos para a vida humana, pois desempenham funções como a purificação da água e do ar, amenizam os fenômenos violentos do clima, promovem a decomposição do lixo, a geração de solos férteis, o controle de erosões, a reprodução da vegetação pela polinização e pela dispersão de sementes, o controle de pragas, o sequestro de carbono por meio do crescimento da vegetação, entre outros serviços ambientais.[4: IPAM Amazônia. O que são Serviços Ambientais? Disponível em: <http://ipam.org.br/entenda/o-que-sao-servicos-ambientais-e-possivel-compensar-economicamente-a-prestacao-destes-servicos/> Acesso em: 19 de novembro de 2018.]
Os benefícios gerados pela natureza são essenciais para a boa qualidade de vida das comunidades, sociedades, bem que como para o indivíduo especificamente. Para que haja vida terrena, é imprescindível haver Ecossistema, e com ele, a educação ambiental de preservação.
2.2 Classificações
Há uma divisão nestes Serviços Ambientais, criada pela Organização das Nações Unidas, sendo eles:
2.2.1 Serviços de Provisão
Trata-se dos Serviços produzidos pelo Ecossistema, são recolhidos a partir das fontes naturais da natureza, estes Serviços estão diretamente ligados a sociedades, pois são oferecidos de forma instantânea ao ser humano, são eles, a madeira, alimentos, fibras, água, Recurso medicinais e ornamentais.[5: PARRON, L. M. et al. Serviços Ambientais em Sistemas Agrícolas e Florestais do Bioma Mata Atlântica. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/129911/1/Lucilia-LivroServicosAmbientais-Cap1.pdf> Acesso em: 20 de novembro de 2018.]
Este Serviço se refere a capacidade que o Ecossistema possui de promover seus frutos, há que se falar em matérias primas que sãodestinadas a produção de energia natural. Neste contexto, fica evidente a crucial relevância deste Serviço para sociedade em geral, não se trata de uma etnia sendo beneficiada pelos frutos produzidos, mas toda raça humana. A medida que se aprofunda nos estudos ambientais, a percepção de sua importância se fortalece, e consequentemente o anseio de resguardo.
2.2.2 Serviços de Suporte
Neste Serviço fica evidente o fato de o Ecossistema ser em si renovável e sustentável, além dos frutos que produz diretamente para sociedade, se torna um autor de si próprio. Pois trata-se da capacidade que a natureza tem de se manter para que possa prosseguir gerando seus bens, este trabalhar é usufruído pelo ser humano de forma indireta. Diante desta competência que a natureza possui de ser conservar, o Serviço de Suporte atua como um propiciador de condições para que esse processar ecossistêmico ocorra de forma mais eficaz no sentido de velocidade.
Isto posto, nota-se o motivo pelo qual os agricultores estudam e pesquisam o melhor momento para molhar a terra, os nutrientes que mais acertadamente adubam o plantio, o zelo pelo qual ceifam, entre outros cuidados que acarretarão em um suporte mais favorável. 
Os benefícios ocorrem, em sua maioria, de maneira indireta, e se manifestam em longo prazo, como a formação e a manutenção da fertilidade do solo, a produção de oxigênio, a ciclagem de nutrientes e a produção primária, que estão na base do crescimento e da produção. Acima de tudo, a diversidade biológica (incluindo genes e espécies), encontrada em ambientes naturais constitui o suporte a todo o funcionamento dos ecossistemas e permite que os ecossistemas sejam resilientes às mudanças externas, de modo a não sofrer alterações significativas no seu estado. (PARRON, et al., 2015)
2.2.3 Serviços de Regulação
Como abordado no ponto anterior, o Ecossistema reflete uma inteligência sistêmica singular, neste Serviço é também abordado o fato da natureza se auto zelar, a exemplo, tem-se a polinização natural de plantio realizado por abelhas. A própria natureza é capaz de regular as pragas que tentam prejudicar seus Serviços de Provisão, um integrante Ecossistêmico, no caso um inseto, um destruidor em potencial, é banido pelo próprio ciclo da natureza. Um ambiente tomado por moscas pode ser regulado se houver sapos para se alimentar.
De forma surpreendente o Ecossistema se faz por si. O clima está sendo diretamente afetado pelos avanços da sociedade e exploração dos espaços flores, ao analisar os níveis de calor ao longo dos anos em determinados lugares, percebe-se o fato. Entretanto, com o plantio de novas árvores é possível observar que ocorre uma regulação no clima o que culmina para uma sensação climática agradável. Ocorre uma liberação alarmante de carbono e as árvores trabalham na neutralização. Este assunto foi abordado pelo site UOL juntamente com o professor pesquisador Pedro Bracalion no trecho que segue. 
São muitos os benefícios promovidos pelo plantio de árvores em áreas urbanas. Elas ajudam a reduzir o calor da selva de pedra urbana, a evitar enchentes e preservar cursos de água, além de tornarem o ambiente mais agradável com suas cores e sombras. Mas a emissão de gases que intensificam o efeito estufa, responsável pelo aquecimento do planeta, é tão grande que a arvorezinha plantada na praça, apesar de toda sua importância, pouca força tem para combater inimigo tão gigantescos. "(...) Muito carbono é emitido nas cidades. Seria necessária uma área enorme, bem maior que a disponível para plantio de árvores em praças e ruas, para neutralizar essas emissões". Em uma metrópole como São Paulo, cerca de 3,9 mil toneladas de CO2 são lançados na atmosfera por dia apenas pela frota de 15 mil ônibus que circulam pelas ruas – o cálculo leva em consideração dados da SPTrans e da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, que estima que um ônibus movido a diesel emita 2,6 kg de CO2 por litro de combustível. (CYMBALUK, 2015)
Neste cenário, observa-se que o ser humano interferindo no sistema ecológico com seus avanços, necessita de regular seus atos danosos utilizando o próprio Ecossistema. O Serviço de Regulação ocorreria de forma natural a partir do funcionar da natureza, de acordo com suas conveniências, entretanto o ser humano ao prejudicar o sistema ecológico, não é capaz de regulá-lo por si, todavia carece do próprio para tal. Isto reafirma a importância dos espaços florestais para sociedade.
2.2.4 Serviços Culturais
Diante de toda matéria palpável fruto do trabalhar natural do Ecossistema, e da primordial importância que a natureza possuir para existência da humanidade, há de se notar uma conectividade direta entre o ser humana e a natureza. Há uma relação peculiar entre ambos, o Ecossistema produz bens para pessoas, estas se alimentam e investem nestes frutos. É perceptível que a natureza coopera singularmente para o bem-estar do ser humano de forma específica.
O ser humano em fase infantil está ligado com a natureza de maneira especial, pois em seu período de recreação se movimenta no solo, usualmente brincam com terra, campos, árvores, madeiras, animais, e sentem alegria e prazer nisto. Há pessoas que sentem prazer em olhar para estrelas, estarem em vínculo com cachoeiras, sentem-se renovados ao acampar em serras, realizarem caminhadas em montanhas, há quem mantenha efetivas visitas ao nascer e pôr do sol por afirmarem trazer algum certo tipo de escape mental. Estas características advindas da relação entre ser humano e meio ambiente é intitulada como Serviços Culturais.
Para além do que comumente se aborda a respeito da natureza, há estes aspectos culturais que são também uma forma de serviço do meio ambiente para o ser humano. Recreações são realizadas para fim de socialização entre as relações humanas, bem como no âmbito escolar, pesquisas de campos são elaboradas desde as séries iniciais até as pós-graduações.
Diversos artistas se inspiram no Ecossistema e suas belezas naturais para elaborarem suas obras, afloram suas criatividades sem que haja esforço humano, apenas gozam do Serviço Cultural vivo na natureza. Os variados estudos e pesquisas que são realizados a partir dos campos da natureza contribuem para o enriquecimento humano no que tange ao conhecimento. São muitas áreas a serem exploradas, todas elas estão ligadas aos demasiados campos profissionais que são desempenhados pelas pessoas.
Há estudos que indicam que o contato com natureza colabora de forma significativa para cognição da criança, uma pesquisa realizada pelo Centre for Research in Environmental Epidemiology (CREAL), em Barcelona, Espanha, liderados por Payam Dadvand aponta:
Entre Janeiro de 2012 e Março de 2013, Dadvand e os colegas avaliaram, a cada três meses, as alterações cognitivas no cérebro de cerca de 2.600 crianças do ensino primário com idades entre os 7 e os 10 anos e residentes naquela cidade da Catalunha. Os resultados foram publicados, este mês, na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). 
Ao fim de um ano de estudo, os especialistas do CREAL constataram que um maior contacto com a Natureza quer dentro, quer fora da escola se traduzia “em melhores habilidades cognitivas e de manipulação e atualização da informação”, contribuindo, também, para aumentar a concentração.
Segundo a equipa, os benefícios desta proximidade dos espaços verdes observaram-se “independentemente da etnia, educação materna ou emprego dos pais”. “Descobrimos, também, que a poluição do ar causada pelo tráfego automóvel influencia negativamente (em 20% a 65%) a associação entre os espaços verdes e o desenvolvimento cognitivo”, explica Dadvand, em comunicado.
De acordo com o investigador, “uma parte da influência dos espaços verdes no desenvolvimento cognitivo poderia ser mediada através do seu aumento, já que estes espaços ajudam a reduzir a poluição, problema que contribui, muitas vezes, para atrasar a progressão infantil. [6: Boas Notícias. Crianças: Contacto com a natureza melhorasa cognição. Disponível em: <https://boasnoticias.pt/criancas-contacto-com-a-natureza-melhora-cognicao/> Acesso em: 21 de novembro de 2018.]
Por conseguinte, nota-se que o Serviço Cultural, não diferente dos demais Serviços Ambientais, são de elevada riqueza para sociedade. Muitos campos são explorados dentro deste, áreas que culminam edificação humana, não apenas material, mas também emocional, espiritual e mental.
3 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
3.1 Princípios em gênero
	Os princípios são considerados fundamento ou bases que permeiam a elaboração e aplicação do Direito de forma genérica. São abordados em doutrinas, jurisprudências, petições processuais, discussões jurídico-acadêmicas. São objeto de estudo de todo estudante que tenha escolhido a área legislativa para atuar. Os princípios trazem valoração como um caminho correto que se deve permear.
	O alicerce da importância dos princípios para o Direito encontra-se na Lei Maior, a Constituição Federal alenca diversos princípios com orientações singulares e de grande relevância na máquina judiciária. É certo dizer acerca do valor dos princípios para o Direito, o que vários doutrinadores discutem são seus significados e contexto para aplicação. Ao conceituar os princípios o doutrinador Carlos Ari Sundfeld dita:
Os princípios são as ideias centrais de um sistema, ao qual dão sentido lógico, harmonioso, racional, permitindo a compreensão de seu modo de organizar-se. Tomando como exemplo de sistema certa guarnição militar, composta de soldados, suboficiais e oficiais, com facilidade descobrimos a ideia geral que explica seu funcionamento: os subordinados devem cumprir as determinações dos superiores. Sem captar essa ideia, é totalmente impossível entender o que se passa dentro da guarnição, a maneira como funciona (...) A enunciação dos princípios de um sistema tem, portanto, uma primeira utilidade evidente: ajuda no ato do conhecimento. (SUNDFELD, 1996)
	
	Nesta mesma ótica de conceituação, o professor Celso Antônio Bandeira de Mello classifica:
O princípio é um mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência, exatamente para definir a lógica e racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica de lhe dá sentido harmônico. (MELLO, 2004)
 
No âmbito Constitucional há que se citar alguns princípios de considerável significado para a sociedade e o judiciário. Tem-se o princípio da Igualdade, onde se prega que todos são iguais perante a lei sem que haja distinção entre etnia, sexo, religião, e isso se aplica também àqueles que merecem tratamentos diferenciados por estarem em situações diferentes dos demais.
Para que se entenda a relevância jurídica dos princípios basta observar a vida humana em sociedade. Foi necessário criação de normas legislativas para que conflitos fossem solucionados, os dispositivos normativos também são elementos de prevenção de lides com limites impostos. As relações de vizinhança, negócios, compras e vendas, trabalho, trânsito, entre outras, são reguladas por força de legislações específicas. 
	Entretanto, há campos em que as legislações não alcançam sozinhas, existem áreas em que falta o texto de Lei como regulação, neste contexto, se encaixa os princípios. Nem todos os campos da sociedade com suas entrelinhas de convívio são orientados por norma jurídica, não há um dispositivo de Lei orientando que se deva respeitar fila, a exemplo, porém há um princípio norteando a sociedade que zela por isso, isto acarreta força como se fosse um texto legislativo.
	Por este motivo, os Princípios são considerados fontes do Direito de forma genérica. E da mesma maneira que o Direito é dividido em suas espécies, os princípios seguem esta divisão, sendo elaborados a partir das áreas específicas. O Direito ambiental é moldado por diversos princípios, cada qual com seu significado e direcionamento. 
3.2 Princípios em espécie
3.2.1 Princípio do Equilíbrio
	Há que se falar também no Princípio do Equilíbrio, tal princípio abordado pelo doutrinador Paulo de Bessa Antunes da seguinte forma, “devem ser pesadas todas implicações de uma intervenção no meio ambiente, buscando-se adotar a solução que melhor concilie em um resultado globalmente positivo”. O Direito do ambiente não deseja que sejam paralisados os crescimentos industriais, econômicos e sociais, inerentes à evolução global, entretanto é necessário que haja um equilíbrio entre este crescimento e preservação do meio ambiente.[7: ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 3. Ed. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 1999. Pg 30.]
	As intervenções no meio ambiente são passíveis de análise, todo projeto de implantação de novas empresas, de ampliação e investimentos que potencialmente ferirão o ambiente necessita de estudo prévio. O programa Pagamento Por Serviços Ambientais visa também este equilíbrio entre o crescimento social em todas as esferas, e a boa manutenção de ricas áreas ambientais.[8: SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 8º. Ed. São Paulo. Saraiva. 2010.]
3.2.2 Princípio da Prevenção
É possível abordar o Princípio da Prevenção, que, como seu título induz, revela preocupação prévia no que tange ao meio ambiente. Este princípio está fundamentado no artigo 225 da Constituição Federal. A nomenclatura deste princípio revela um cuidado e proteção que deve ter com os espaços ambientais. Fica evidente que o campo florestal é demasiado importante, e a prevenção de acidentes torna-se fundamental.
Um ambiente preenchido por árvores quando devastado é uma grande perda para o grupo que o cerca, ou ainda se tratando de campos extensos e relevantes como Amazônia, por exemplo, a perda torna-se genérica e gritante. Ao ocorrer a perca desta área, a recuperação torna-se árdua e demorada. A estimativa de áreas desmatadas no Amazônia são de 4 milhões de hectares, segundo o site G1. Pretende-se efetuar o plantio de 73 milhões de árvores até o ano de 2023, o que somatiza o total de 30 mil hectares, muito aquém do que fora degradado. [9: G1. Ainda é pouco: 'Maior projeto de reflorestamento da história' recupera menos de 5% do desmatamento anual na Amazônia. Disponível em: < https://g1.globo.com/natureza/noticia/ainda-e-pouco-maior-projeto-de-reflorestamento-da-historia-recupera-menos-de-5-do-desmatamento-anual-na-amazonia.ghtml> Acesso em: 21 de novembro de 2018.]
Caso houvesse uma política nacional de qualidade no que tange a prevenção de degradação ao Meio Ambiente, provavelmente não haveria um número gritante de áreas devastadas no local que é conhecido por ter relevância mundial. Tendo em vista todo material orgânico contido nestas áreas, minerais a serem estudados, animais misteriosos para serem estudados, plantas medicinais, entre outras riquezas naturais contida.
	Posto este princípio, atividades que possam gerar danos ao Meio Ambiente precisam ser intervindas como forma de prevenir a degradação. Há que se falar que no crescimento das ações ambientais ao longo dos anos, grupos como Ongs e Associações ganham força na luta pelo bem-estar Ecossistêmico, e consequentemente o bem-estar social.
3.2.3 Princípio da Precaução
Neste princípio há uma evidência ainda maior na que fora citada no item anterior, pois enquanto a Prevenção trabalha para evitar riscos ambientais em atividade, a Precaução antecede com a intenção de eliminar ameaças desses riscos. Mediante a preocupação de lesão ambiental a Precaução se manifestará mesmo não tendo consciência das reais consequências que a atividade alvo causará, havendo a possibilidade de risco ao Ambiente, este princípio atuará.
No que diz respeito as atuações dos órgãos ambientais fundamentado no Princípio da Precaução se acionará a inversão do ônus da prova. Será o agente autor da atividade que terá que comprovar que suas ações não atingirão o Meio Ambiente de maneira negativa, este é o entendimento do SuperiorTribunal de Justiça no Informativo de n. 419.
DANO. MEIO AMBIENTE. PROVA. INVERSÃO. (...) Dessa forma, a aplicação do princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus probatório: compete a quem se imputa a pecha de ser, supostamente, o promotor do dano ambiental a comprovação de que não o causou ou de que não é potencialmente lesiva a substância lançada no ambiente (...). (STJ, 2ª Turma, REsp 1.060.753/SP, rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 1º-12-2009).
	Enquanto no Princípio da Prevenção sabe-se ao certo o que tal atividade irá gerar como consequência no Ecossistema, e por isso há imposições de como se deve proceder com cada exploração ou construção. Na Precaução a garantia que se tem é que o Meio Ambiente deve ser preservado, e por isso, qualquer ameaça que possa gerar riscos será vistoriada. Ainda que não haja uma previsão expressa na Constituição Federal, este Princípio foi consagrado na Conferência das Nações Unidas ocorrida no ano de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, o item 15 da declaração dita:
De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.[10: ECO 92. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Disponível em: < http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/agenda21/Declaracao_Rio_Meio_Ambiente_Desenvolvimento.pdf> Acesso em: 21 de novembro de 2018.]
	No caso da aplicação da Precaução, a incerteza que se tem acerca da atividade será o respaldo suficiente para atuação dos órgãos. O doutrinador Marcelo Abelha aborda a respeito do tema:
O princípio da precaução, portanto, tem uma finalidade ainda mais nobre do que a própria prevenção. Enquanto a prevenção relaciona-se com a adoção de medidas que corrijam ou evitem danos previsíveis, a precaução também age prevenindo, mas, antes disso, evita-se o próprio risco ainda imprevisto. Considerando que o desenvolvimento científico em prol dos meios de produção é sensivelmente mais rápido que o desenvolvimento científico de técnicas de proteção do meio ambiente, a tendência é justamente que se adote, com mais frequência, o postulado da precaução, na medida em que se torna cada vez mais difícil apurar, em grau de certeza, se esta ou aquela atividade pode causar degradação da qualidade do ambiente.[11: RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. 3. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016.]
3.2.4 Princípio do Protetor Recebedor
	Uma vez que se percebe a importância do Meio Ambiente e todo seu trabalhar ecossistêmico, diversas formas de zelo por estes espaços surgem, não apenas por parte do Estado, mas também da sociedade. Todavia, quem possui o poder de polícia, a legitimidade para intervir em explorações, o resguardo pelo interesse público é o Estado.
	Visando agir em prol da preservação ambiental, criou-se o Princípio do Protetor Recebedor, se por outro lado, há o Princípio do Poluidor Pagador, onde os autores de degradação arcam diretamente com a lesão causada, há também o Princípio do Protetor Recebedor, onde o agente que protegerá um determinado espaço ambiental receberá para tal. Visando uma maneira de manter áreas ambientais intactas com toda sua variedade intrínseca, implantou-se incentivos que cooperaram para este objetivo de conservação.
	Este Princípio tem seu fundamento na Constituição Federal, no artigo 225 desta, no §2º e §3º, é também embasado na Lei n. 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) em seu Art. 4º. Antes que haja uma efetiva aplicação da legislação Ambiental sob os espaços danosamente afetados, a ação fruto deste Princípio age como forma de precaução desta necessidade. Como meio de se afastar qualquer forma de degradação, recorre-se a incentivos econômicos. De maneira instantânea impede-se que exploração ocorram, uma vez que os espaços estarão resguardados.
	Na aplicação do Princípio do Protetor Recebedor, áreas que potencialmente seriam exploradas almejando benefício econômico são mantidas intactas, ao invés de receber com a degradação do Ambiente Natural, recebe-se pela conservação deste. Nisto, é mantido também todos Serviços Ambientais que aquele determinado espaço gera para localização. Diante da importância primordial trazida pelos ambientes florestais, a preocupação em mantê-los torna-se latente, e este Princípio tem sido base para variados programa de incentivo econômico com este fim. Neste sentido atesta o doutrinador Maurício Andrés Ribeiro.
O princípio Protetor-Recebedor incentiva economicamente quem protege uma área, deixando de utilizar seus recursos, estimulando assim a preservação. Sua aplicação serve para implementar a justiça econômica, valorizando os serviços ambientais prestados generosamente por uma população ou sociedade, e remunerando economicamente essa prestação de serviços porque, se tem valor econômico, é justo que se receba por ela. A prática desse princípio estimula a preservação e incentiva economicamente quem protege uma área, ao deixar de utilizar os recursos de que poderia dispor.[12: RIBEIRO, Maurício Andrés. O Princípio Protetor Recebedor. Disponível em: < http://www.portaldomeioambiente.org.br/coluna-mauricioandres-ribeiro/676-o-principio-protetor recebedor.html > Acesso em: 22 de novembro de 2018.]
	Este Princípio juntamente com seus programas de incentivos econômico tem sido fortemente abraçado pelos estados brasileiros, justamente pela eficácia que possui, diante dos resultados de hectares de terras preservadas ao longo dos anos, a quantidade de participantes proliferou de maneira considerável. A metodologia utilizada é, os proprietários de espaços florestais com riquezas naturais são contatados pelos órgãos ambientais locais, e de acordo com a geografia do espaço determinada quantia é repassada para estes. Com a adesão ao Programa, os proprietários se comprometem a não explorarem aquele determinado espaço, bem como não permitirem exploração por terceiros, abdicam do lucro da exploração para receber com a preservação.
O programa nacional de incentivo econômico é o PSA – Pagamento por Serviços Ambientais, dentro deste há formas de repasse do valor determinado a cada participante, o de maior aderência nacional é o chamado ICMS Ecológico. O Imposto sobre a Circulação de Mercadoria e Serviços, existente no art. 155 da Constituição Federal, é um dos impostos com mais lucratividade por parte dos governos estaduais, uma quota deste valor é retirada e repassada aos proprietários. A respeito da ligação entre o Princípio Protetor Recebedor e os programas de incentivo econômico: 
Políticas públicas baseadas no Princípio do Preservador-Recebedor estão recebendo cada vez mais atenção no sentido de implementar estratégias que incentivam aqueles que efetivamente contribuam com a melhoria da qualidade ambiental, como, por exemplo, o sistema de PSA ou o ICMS ecológico. De fato, o PSA considera, sobretudo, o custo da perda dos serviços ecossistêmicos, sendo um instrumento econômico para prevenir a degradação e promover a restauração e preservação dos mesmos. A constatação de que, no Brasil hoje, a impunidade somada à falta de incentivos gera inevitavelmente a degradação do meio ambiente é uma das justificativas para a adoção de sistemas de PSA.[13: ALTMANN, Alexandre. Princípio Do Preservador-Recebedor: Contribuições Para A Consolidação De Um Novo Princípio De Direito Ambiental A Partir Do Sistema De Pagamento Por Serviços Ambientais. Disponível em: < http://www.planetaverde.org/arquivos/biblioteca/arquivo_20131207160003_4833.pdf> Acesso em: 22 de novembro de 2018.]
	Portanto, o Princípio do Protetor Recebedor se revela um importante aliado da preservação ambiental. Os frutos deste incentivo são demasiadamente significativos para localidades adeptas ao programa, em termos municipal, estadual e nacional. O programa Pagamentopor Serviços Ambientais se torna cada dia mais abordado nas academias, simpósios, conferências, entre outros, devido a grande relevância social que possui.
4. PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
Os Serviços Ambientais são essenciais para vida humana, os Serviços de provisão sustentam o homem, uma vez que o corpo humano é composto de 60% por água, em relação aos alimentos, até mesmo os industriais dependem do plantio. Os Serviços Culturais da mesma maneira também possuem demasiada importância para sociedade. Tendo em vista este valor que os espaços florestais têm sob a vida dos seres humanos, a preocupação que se tem em perde-los torna-se legitima, porquanto os desmatamentos que inconsequentemente já ocorreram, tantos hectares perdidos por conta da exploração imprudente. Diante deste quadro, houve uma consciência do que se estava perdendo.[14: SANTOS, Vanessa Sardinha. Funções da água no corpo humano. Disponível em: < https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/funcoes-agua-no-corpo-humano.htm> Acesso em: 22 de novembro de 2018.]
Em 1972 foi realizada a Conferência de Estocolmo, promovida pelas Nações Unidas, o evento tinha como tema o meio ambiente, objetivo central era conscientizar a população do perigo de não se atentar às necessidades ambientais. A partir de então diversos países se posicionaram como protetor ambiental incluindo em suas legislações, direitos, deveres e penalidades a respeito do meio ambiente.[15: FARIAS, Talden Queiroz. Evolução histórica da Legislação Ambiental. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3845> acesso em 2 de maio de 2018.]
Diante desta responsabilidade jurídica ambiental, o Brasil aderiu para si o programa governamental de Pagamentos por Serviços Ambientais. Tal método visa diminuir os danos futuros causados pelo desmatamento, no sentido de prevenir que os mesmos sejam efetivados. Propondo aos proprietários de terras vegetais que não permitam a exploração de seus ambientes, em troca de um valor estipulado. 
 
Os serviços ecossistêmicos historicamente foram percebidos pela economia como livres, ou seja, como algo que a natureza provê gratuitamente ao homem, ainda que estes serviços fossem essenciais à vida e às atividades produtivas. Isso se justificava pela abundância dos serviços ecossistêmicos. Com a exploração dos ecossistemas e da biodiversidade, verificou-se a escassez de alguns dos serviços ecossistêmicos. Em resposta a escassez, bem como diante da constatação de que os instrumentos de comando-e-controle não eram suficientes para garantir o provimento dos serviços ecossistêmicos, alguns países adotaram experiências de remuneração pela manutenção de tais serviços.[16: ALTMANN, Alexandre. Princípio Do Preservador-Recebedor: Contribuições Para A Consolidação De Um Novo Princípio De Direito Ambiental A Partir Do Sistema De Pagamento Por Serviços Ambientais. Disponível em: < http://www.planetaverde.org/arquivos/biblioteca/arquivo_20131207160003_4833.pdf> Acesso em: 22 de novembro de 2018.]
O país que originou o Pagamento por Serviços Ambientais na América Latina foi a Costa Rica. Objetivando diminuir desmatamento, passou a cobrar uma taxa sob o valor da gasolina e da água com o fim de repassá-los aos proprietários de terrenos florestais para que não permitissem a exploração florestal. Tal atitude obteve bom retorno, pois houve considerável diminuição no desmatamento no país. Tendo observado o êxito alcançado pela Costa Rica com o PSA, começaram a surgir no Brasil projetos de lei que visavam os mesmos objetivos, prevenir a exploração de áreas vegetais. Tendo observado o êxito alcançado pela Costa Rica com o PSA, começaram a surgir no Brasil projetos de lei que visavam os mesmos objetivos, prevenir a exploração de áreas vegetais.[17: RIBEIRO, Otília Denise Jesus. Serviços Ambientais: O Surgimento de Arranjos Institucionais. Disponível em: <file:///C:/Users/windows/Downloads/OtiliaDeniseJesusRibeiroVC%20(1).pdf> Acesso em 11 de maio de 2018.]
No que tange ao repasse do PSA, há uma política de contribuição tributária, certa quantia é separada e direcionada aos proprietários. Tal valor é retirado do Imposto sobre a Circulação de Mercadoria e Serviços, contido no art. 155 da Constituição Federal, ICMS. De acordo com o portal da Fazendo Pública o ICMS “é a sigla que identifica o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação”. Cada estado e o Distrito Federal são responsáveis por instituir e fiscalizar este imposto, sendo emitido diretamente em nota fiscal. [18: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: <&lt;http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm&gt;> Acesso em 11 de maio de 2018.][19: Governo do Estado de São Paulo. Sobre ICMS. Secretaria da Fazenda. Disponível em: < https://portal.fazenda.sp.gov.br/servicos/isencao-icms-veiculos> Acesso em 11 de maio de 2018.]
O ICMS atualmente é uma das maiores fontes de recurso governamental, de acordo com o Portal da Fazendo de São Paulo é a maior deste estado. Diante da relevante causa que é a preservação ambiental, sendo interesse social, utiliza-se uma parte do ICMS para que tal repasse aos proprietários seja efetivado, tornando-se com esse processo, o intitulado ICMS Ecológico. 
No Brasil, o primeiro estado que aderiu ao ICMS Ecológico foi o Paraná em 1989, porém como uma espécie de compensação aos munícipios, que estavam desprovidos do uso de seus terrenos para exercer atividades econômicas comerciais. Posteriormente, com avanços o programa toma real sentido de Incentivo Econômico, onde os municípios com boa gestão ambiental eram premiados com esta porção do imposto de ICMS. Diante do sucesso do Programa, este método foi replicado por demais estados brasileiros.[20: ICMS Ecológico. Histórico no Brasil. Disponível em: <http://www.icmsecologico.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=52&Itemid=82> Acesso em 04 de junho de 2018.]
A partir do Estado do Paraná, dezesseis outros Estados brasileiros também adotaram o ICMS Ecológico com diferentes critérios: São Paulo (1993), Minas Gerais (1995), Amapá (1996), Rondônia (1996), Rio Grande do Sul (1997), Mato Grosso (2000), Mato Grosso do Sul (2000), Pernambuco (2000), Tocantins (2002), Acre (2004), Rio de Janeiro (2007), Ceará (2008), Piauí (2008), Goiás (2011), Paraíba (2011) e Pará (2012).[21: MACHADO, Maria Renata. ICMS Ecológico como Pagamento de Serviços Ambientais no estado do Paraná. 2014. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de especialização da Universidade Federal do Paraná. Disponível em: < https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/40172/R%20-%20E%20-%20MARIA%20RENATA%20MACHADO.pdf?sequence=2> Acesso em 04 de junho de 2018.]
Cada estado possui seu índice de repasse aos municípios, são publicados em gráficos indicando a quantia mensal. No que tange ao Espírito Santo há que se falar no repasse por meio de cheques, os proprietários cadastrados no “Programa Reflorestar” recebem o incentivo para preservação do ambiente. De acordo com o IEMA, a fonte da quantia é proveniente de 3% dos royalties do Petróleo e gás e 100% compensação financeira dos recursos hídricos, regulados pela Lei 8.960/08 - Fundágua. [22: Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Hisdrícos. Disponível em: <https://iema.es.gov.br/estado-paga-a-produtores-rurais-por-servicos> Acesso em 04 de junho em 2018.]
De acordo com o site do SAEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, até o ano de 2016 mais de 400 propriedades rurais foram preservadas, e o investimento em incentivo ultrapassa a quantia de R$ 1,8 milhão. Tais propriedades equivalem a 3,7 mil hectares, somatizando o espaço a 3,7 campos de futebol. A Secretaria Estadual relata que o valor por hectare não pode ultrapassar a R$ 510,00.[23: SAEMA – Secretariade Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Disponível em: < https://seama.es.gov.br/estado-ampliara-pagamento-por-servicos-ambien> Acesso em 05 de junho de 2018.]
No que se refere ao efetivo cumprimento do acordo por parte dos proprietários, é importante abordar a questão da fiscalização. Agentes responsáveis por visitar estas propriedades a fim de verificar se realmente está havendo a preservação desejada. Ainda não há no Brasil um sistema fiscalizatório único concernente ao PSA, é possível encontrar projetos legislatórios que acoplam o programa. Na legislação do Espírito Santo não é possível encontrar qualquer dispositivo que versa especificamente sobre a fiscalização do PSA. Entretanto, no site do IEMA é possível constatar que há investimento em fiscalização ambiental, como é o caso da reportagem abaixo. [24: MENDES, Guilherme de Souza. Freiria Rafael Costa. Pagamento por serviços ambientais: o estado da arte da política brasileira. Disponível em: < http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=18841> Acesso em 05 de junho de 2018.]
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), adquiriu três drones que vão ajudar nos serviços de fiscalização e licenciamento ambiental do órgão. Os equipamentos vão servir para fazer imagens aéreas de locais com difícil acesso. 
Os drones têm alcance de 120 metros de altura e o grande diferencial é que com eles será possível o acesso a diferentes áreas com mais rapidez, além de garantir segurança à equipe técnica do Iema. Vão permitir, também, realizar vistorias aéreas em locais com acesso mais difícil, como pedreiras e áreas de mata fechada, tudo por meio de fotos e vídeos. Os equipamentos foram adquiridos por meio de conversão de multa.
Além dos drones, o Iema adquiriu o Surfer, um software que faz a simulação tipográfica de terrenos, convertendo dados em mapas. Ele vai servir, principalmente, para simular a evolução da linha de costas de praias, identificando erosões ou riscos de erosões e possíveis soluções para os problemas ambientais.
Outra aquisição do órgão foi um novo decibelímetro, aparelho utilizado para medir a intensidade do som ambiente. O Iema faz a medição de ruídos gerados por empresas e avalia a interferência dos ruídos na comunidade. O novo decibelímetro permite calcular qual a intensidade média do som em determinado período. Os dois aparelhos antigos mediam apenas a intensidade gerada na hora. [25: RORIZ, Isadora. Drones vão auxiliar na fiscalização Ambiental. IEMA. Disponível em: < https://iema.es.gov.br/Not%C3%ADcia/drones-vao-auxiliar-na-fiscalizacao-ambiental> Acesso em 05 de junho de 2018. ]
Tendo em vista os equipamentos que objetivam fiscalização ambiental, por meio de uma conclusão visível é possível entender que tal fiscalização inclui as propriedades cadastradas no PSA.
Há que se falar em custos produzidos pelo PSA, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, estes gastos se dão pelo valor do repasse em si que é transferido aos proprietários que fazem parte do programa. Também há gastos com a procura por participantes, com a negociação para validação ao incentivo econômico, controle, monitoramento, fiscalização. Em relação a estes custos de transição, utiliza-se como base dados preliminares existentes de experiência de outros países com o programa ou similares.[26: Ministério do Meio Ambiente. PSA – Perspectiva para Amazônia Legal. Disponível em: <file:///C:/Users/Maria%20Eduarda/Desktop/PSA/PSA%20-%20Perspectivas%20para%20a%20Amazônia%20Legal%20-%20MMA.pdf> Acesso em: 22 de novembro de 2018.]
O PSA promove uma união, ainda que desconhecida, entre proprietário do espaço preservado e pessoa que automaticamente se beneficia com o programa. Há uma cooperação para o bem-estar não apenas do Meio Ambiente, mas também da população que cerca o que fora preservado. 
No Espírito Santo o Programa Reflorestar que é uma das classificações do Pagamento por Serviços Ambientais no estado, promove não apenas a conservação dos espaços florestais existentes, como também a ampliação de áreas sem vegetação. Por meio da aderência ao PSA, o proprietário da área objeto da negociação poderá optar por não permitir a exploração de sua área ou promover o plantio nesta. Isto promove também a restauração do ciclo hidrológico. [27: Governo do estado do Espírito Santo. Programa Reflorestar. Disponível em: < https://www.es.gov.br/programa-reflorestar> Acesso em: 22 de novembro de 2018.]
	De acordo com o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos ao iniciar o Programa Reflorestar no Espírito Santo fora estipulado uma meta matemática e geográfica de 80 mil hectares preservados, incluindo a modalidade de ampliação do espaço vegetativo, isto se daria entre os anos de 2015 e 2018. Este objetivo determinado fora influência da Conferência das Partes (COP 20), ocorrida no Peru no ano de 2014, nesta ocasião fora lançado o Desafio 20x20 aos países da América Latina e Caribe de preservação e/ou restauração de 20 milhões de hectares.  O Desafio 20x20 está em conformidade com a Declaração de Florestas da Cúpula de Clima de Nova York, visando restauração de 150 milhões de hectares até 2020, bem como com ideologias nacionais focados no Bioma Mata Atlântica, como o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica.[28: Governo do estado do Espírito Santo. Programa Reflorestar. Disponível em: < https://www.es.gov.br/programa-reflorestar> Acesso em: 22 de novembro de 2018.]
	O Pagamento por Serviços Ambientais promove a relação entre Meio Ambiente, economia e sociedade, pois precifica-se a área vegetativa com o objetivo de protege-la e assim resguardar os Serviços Ambientais para sociedade. Esta relação manifesta-se no gráfico a seguir.
	
	
 Fonte: IEMA 
	Os objetivos do programa Pagamento por Serviços Ambientais são de extrema relevância social, mediante a todos os Serviços Ambientais abordados, diante da clara dependência que a sociedade possui no Ecossistema, o PSA torna-se altamente relevante e preciso. Este programa tornou-se crucial para que se mantenha ordem sistêmica do Meio Ambiente em pleno funcionamento, o que só possível por meio de sua conservação.
5. PREVISÃO LEGAL DO PSA
5.1 No âmbito nacional
Ao relatar acerca da evolução histórica do PSA no Brasil, é primordial tratar sobre o avanço do Direito Ambiental no país. O Brasil foi colonizado pelos portugueses, ao se perderem do caminho das índias encontraram os índios no território brasileiro. Neste período o que vigorava era a legislação portuguesa, e já nesta altura iniciou-se o desmatamento, pois as atividades econômicas eram pautadas na exploração da agricultura e minérios, isso ocasionava intensas explorações nestes espaços ambientais.[29: RODRIGIES, Tamires Farias. Evolução histórica do Direito Ambiental. Disponível em: < https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=12219> Acesso em: 23 de novembro de 2018.]
Contudo, apesar da degradação ambiental que havia devido exploração de minério e agricultura, vigorava também ordenanças Afonsinas e Manuelinas que proibiam o corte de árvore frutífera, e caça de animal com fios, redes, bois ou qualquer outro meio que pudesse causar sofrimento nos animais. Neste período também estava em alta a comercialização do Pau Brasil, a respeito do número de árvores desmatadas a monarquia Portuguesa agiu:[30: NAZO, Geogertte Nacarato. O Direito Ambiental No Brasil: Evolução Histórica E A Relevância Do Direito Internacional Do Meio Ambiente. Disponível em: < file:///C:/Users/Maria%20Eduarda/Downloads/47761-93874-1-PB.pdf> Acesso em: 23 de novembro de 2018.]
A Coroa Portuguesa, após receber relatórios acerca da exploração do Pau-brasil, indicando que a extração indiscriminada do produto poderia levar à sua extinção, criou, em 1605, a primeira lei protecionista florestal do Brasil, proibindo o corte do pau-brasil sem expressa licença real, penalizando seus infratores. À medida que a rentabilidadedo comércio decorrente da exploração de madeira aumentava, o processo de devastação se intensificava, o que acabou por tornar ineficientes as medidas adotadas pela realeza, ou aquelas previstas nas Ordenações do Reino. Vale recordar aqui que nesse período de busca desenfreada por madeira, ouro e metais preciosos, várias foram as invasões sofridas pelo país, sobretudo por franceses, holandeses e portugueses, o que contribuíam significativamente para o processo de desmatamento. Em julho de 1799 foi estabelecido o primeiro regimento sobre cortes de madeira no Brasil, contendo regras sobre o abate, serragem, identificação e romaneio de árvores. Em 1824, sob a influência de ideais iluministas, foi promulgada a Constituição do império, cujo texto continha a previsão de direitos políticos, individuais e de propriedade, excluindo de seu bojo qualquer palavra atinente à proteção ambiental.[31: RODRIGIES, Tamires Farias. Evolução histórica do Direito Ambiental. Disponível em: < https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=12219> Acesso em: 23 de novembro de 2018.]
Após a abolição da escravatura houve a necessidade de realizações de mudanças no Código Penal brasileiro, por este motivo, em 1890 foi promulgado o Código Penal dos Estados Unidos do Brasil. Neste Código, além dos dispositivos alterados, foram inseridos conteúdos ambientais, tal como o crime de incêndio que fora ampliado para tipificar em “plantações, colheitas, lenha cortada, pastos ou campos de fazenda de cultura, ou estabelecimento de criação, matas, ou florestas pertencentes à terceiros ou à Nação”. [32: PRADO, Alessandra Rapassi Mascarenha. Proteção Penal do Meio Ambiente. São Paulo: Atlas, 2000.  pg. 40.]
Após a Proclamação da República houve a instituições novas Constituições Federais, especificamente na de 1934 havia um dispositivo que versa sobre proteção as riquezas naturais, no Art. 10, III, “Compete concorrentemente à União e aos Estados: proteger as belezas naturais”. Em 1934 fora instituído também o primeiro Código Florestal brasileiro, Decreto n. 23.793/34, sendo um marco importante da legislação que versa sobre proteção ambiental, seus artigos primeiro e segundo ditam:[33: BRASIL. Constituição Federal de 1934. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao34.htm> Acesso em: 23 de novembro de 2018.]
Art. 1º As florestas existentes no território nacional, consideradas em conjunto, constituem bem de interesse comum a todos os habitantes, do país, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que as leis em geral, e especialmente este código, estabelecem.
Art. 2º Aplicam-se os dispositivos deste código assim as florestas como as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade as terras que revestem.[34: BRASIL. Decreto no 23.793, De 23 De Janeiro De 1934. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/D23793.htm> Acesso em: 23 de novembro de 2018.]
As Constituições posteriores, a de 1946, 1967 e 1969 também sofreram alterações acerca dos dispositivos ambientais. Com a Conferência de Estocolmo promovida pelas Nações Unidas em 1972, as nações se atentaram para promoção de ações que defendem um Meio Ambiente conservado. Nesta Conferência foram estipulados princípios norteadores de proteção ambiental, da mesma forma com promulgação da Política Nacional do Meio Ambiente, Lei Federal n. 6.938/81. 
Em 1978 foi realizado o I Curso Internacional de Direito Comparado de Meio Ambiente, onde participaram mais de 10 professores de países diferente, nesta ocasião foi criada Sociedade Brasileira de Direito do Meio Ambiente – SOBRADIMA, sendo um grande avanço na doutrinação de Direito Ambiental no Brasil. Este órgão promoveu diversos cursos ambientais, e também contribuiu para a criação do CONAMA, que posteriormente auxiliou na criação de diversos Decretos sobre a matéria ambiental.[35: NAZO, Geogertte Nacarato. O Direito Ambiental No Brasil: Evolução Histórica E A Relevância Do Direito Internacional Do Meio Ambiente. Disponível em: < file:///C:/Users/Maria%20Eduarda/Downloads/47761-93874-1-PB.pdf> Acesso em: 23 de novembro de 2018.]
Com a Constituição Federal de 1988 o meio ambiente ganha especial importância no contexto brasileiro, sendo posto como direito fundamental, com específico capítulo que versa sobre o tema, configurando grande avanço social. Em 2012 foi sancionado o novo Código Florestal Brasileiro que trata diretamente acerca dos ambientes vegetais. Com intuito justamente de preservar os espaços florestais, a Lei nº 12.651 do dia 25 de maio de 2012, estabelece normas gerais para que tal proteção seja efetivada. Seu artigo primeiro dita:
Art. 1o-A.  Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.[36: BRASIL. Lei nº 12.651 do dia 25 de maio de 2012. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em 22 de novembro de 2018.]
	Posteriormente, com todos avanços no que tange as legislações ambientais houve uma consolidação da mesma, como a Lei da Política Nacional dos Recursos Hídricos de 1997. Com isto, houve uma maior abertura para que se implantasse projetos que visassem efetiva conservação ambiental. Sendo o caso do programa Pagamentos por Serviços Ambientais, não há que se falar por enquanto numa legislação nacional que trata diretamente sobre o PSA, este se embasa nos dispositivos que visam a proteção ambiental. 
	Há de ser frisar que há projetos de Lei mais especificamente versando sobre o PSA em andamento, como a PL 792/2007, esta promove a conceituação do que são os Serviços Ambientais, bem como do que é o programa Pagamentos por Serviços Ambientais. Conceitua o que é o PSA, quem é o pagador, o provedor. Há também a PL 312/2015 em andamento na Câmara dos Deputados que objetiva instituir a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, seu primeiro artigo dita:[37: Congresso Nacional. Pagamentos por Serviços Ambientais no Brasil. Disponível em: < file:///C:/Users/Maria%20Eduarda/Desktop/PSA/PSA%20no%20Brasil%20-%2009.05.2012%20-%20Congresso%20Nacional.pdf> Acesso em: 23 de novembro de 2018.]
Art. 1º Esta Lei estabelece conceitos, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA), cria o Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais (PFPSA), o Fundo Federal de Pagamento por Serviços Ambientais (FFPSA) e o Cadastro Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (CNPSA), dispõe sobre os contratos de pagamento por serviços ambientais, e altera as Leis nºs 8.001, de 13 de março de 1990, e 8.666, de 21 de junho de 1993. [38: Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 315/2015. Disponível em: < http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=946475> Acesso em: 23 de novembro de 2018 ]
Na mesma ótica há a PL 276/2013 em andamento no Senado Federal. Que dita como ementa:
Cria a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, com o objetivo de classificar, inventariar, cadastrar, avaliar e valorar os bens e serviços ambientais e seus provedores. Prevê a criação de Fundo Nacional de Serviços Ambientais para prover o pagamento de serviços ambientais. Cria o Cadastro Ambiental Urbano, para reunir informações sobre os bens existentes e os serviços ambientais prestados no meio urbano, e confere a mesma atribuição ao Cadastro Ambiental Rural (criado pelo novo Código Florestal), referente aos serviços ambientais prestados no meio rural. Altera a Lei nº 6.938/81 (Política Nacional de Meio Ambiente), para conferir ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) competência para avaliar e aprovar metodologias de inventários, avaliação mensuração e valoração de bens e serviços ambientais;e regulamentar o processo de certificação de bens e serviços ambientais. Altera, na Lei nº 12.114/09 (que criou o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima), a destinação de recursos desse fundo ao pagamento por serviços ambientais que resultem em estocagem de carbono, de “comunidades e indivíduos” para “pessoas físicas e jurídicas”. Destina parte dos recursos dos valores arrecadados por multas em razão de infração ambiental, prevista na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) para o Fundo Nacional de Serviços Ambientais. Propõe a realização de convênios do Poder Público Federal com os Estados, Distrito Federal e Municípios para descentralização da implantação da PNPSA. [39: Senado Federal. Projeto de Lei nº 276/2013. Disponível em: < https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/113566> Acesso em: 23 de novembro de 2018.]
	Abaixo há o mapa constando a sequência cronológica de promulgação de legislações acerca do programa Pagamento por Serviços Ambientais entre anos de 2007 a 2015:
 
Fonte: Redibec (2018)[40: Red Iberoamericana De Economía Ecológica. Iniciativas Estaduais De Pagamentos Por Serviços Ambientais: Análise Legal E Seus Resultados. Disponível em: < https://redibec.org/ojs/index.php/revibec/article/view/79/60> Acesso em: 24 de novembro de 2018.]
5.2 No âmbito estadual – Espírito Santo
O Espírito Santo faz parte do bioma da Mata Atlântica, que engloba uma área de 1.306.000 km², perfazendo cerca de 15% do território nacional. Antes da colonização do Brasil, este território formava um aglomerado de campo florestal, eram em torno de 15% do Brasil coberto por ecossistemas florestais, sem falar no Amazônia e demais áreas vegetativas. Entretanto, como abordado no tópico anterior, houveram graves explorações vegetativas, estes ambientes anteriormente tomados por florestas, recursos hídricos e todos serviços provenientes deste ambiente foram degradados e drasticamente minimizados. [41: RODRIGUES, M. A.; SANTOS, C. C.; PRATA, P. M.; Sistemas Estaduais De Psa: Diagnóstico, Lições Aprendidas E Desafios Para A Futura Legislação. Disponível em: < file:///C:/Users/Maria%20Eduarda/Downloads/040514-083332PABLO-SISTEMAS%20ESTADUAIS%20DE%20PSA-ES.pdf> Acesso em: 23 novembro de 2018.]
Como o Espírito Santo faz parte deste território do bioma Atlântico também sofrera com perda destas áreas ricas de fauna e flora. Tal perda de área florestal culminou em desequilíbrio ambiental, acarretando em indisponibilidade hídrica, como relatado abaixo por pesquisadores:
Cursos d´água, passou-se a perceber a escassez de água, bem como intensificação dos processos de erosão das margens e consequente assoreamento dos rios responsáveis pelo abastecimento de água em vários municípios capixabas.[42: Abdem.]
	
	É possível observar no gráfico abaixo a perda dos campos ecossistêmicos no Espírito Santo:
	
Diante de tal situação, o Governo do Espírito Santo iniciou um objetivo de conservar os espaços ecossistêmicos existentes, e também ampliar as áreas vegetativas com plantio de novas árvores. A Lei estadual nº 5.848/1998 que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos faz uma referência ao princípio ambiental protetor-recebedor por fazer uma propositura de compensação aos que prestam Serviços Ambientais. Dita seu artigo 34:[43: RODRIGUES, M. A.; SANTOS, C. C.; PRATA, P. M.; Sistemas Estaduais De Psa: Diagnóstico, Lições Aprendidas E Desafios Para A Futura Legislação. Disponível em: < file:///C:/Users/Maria%20Eduarda/Downloads/040514-083332PABLO-SISTEMAS%20ESTADUAIS%20DE%20PSA-ES.pdf> Acesso em: 23 novembro de 2018.]
Art. 31. Serão estabelecidos mecanismos compensatórios, na forma estabelecida em Regulamento: I – aos municípios, usuários, proprietários rurais e posseiros que, comprovadamente, sofrerem restrição ao uso de recursos hídricos em decorrência de obras de aproveitamento hidráulico de interesse comum ou coletivo, na área física dos respectivos territórios; II – aos proprietários rurais ou posseiros que, comprovadamente, destinarem parte de áreas de sua propriedade à conservação dos recursos hídricos, além das destinadas a este fim por obrigação legal; III – aos usuários que promovendo o tratamento dos recursos hídricos utilizados, venham lançá-los, em qualquer corpo receptor, com qualidade superior a da captação.[44: BRASIL. Lei nº 5.818 De 30 De Dezembro De 1998. Disponível em: < file:///C:/Users/Maria%20Eduarda/Downloads/Lei%20n%C2%BA%205.818-98_ES.pdf> Acesso em: 23 de novembro de 2018.]
	Esta Lei foi uma base para que posteriormente houvesse uma fundamentação para o programa Pagamento por Serviços Ambientais no estado. O Espírito Santo revela sua preocupação diante do desmatamento e as consequências hídricas advindas em conjunto. É um estado referência no que diz respeito a ampliação do PSA, tanto no sentido legislativo como na promoção de novos projetos de PSA. Em 2008 o estado avança ao promulgar a legislação específica sobre o PSA, a Lei Estadual 8.995/2008 regulamentada pelo Decreto Estadual 2.168-R/2008. Tornando-se o primeiro estado brasileiro a regulamentar o programa PSA e implementá-lo.[45: RODRIGUES, M. A.; SANTOS, C. C.; PRATA, P. M.; Sistemas Estaduais de PSA: Diagnóstico, Lições Aprendidas E Desafios Para A Futura Legislação. Disponível em: < file:///C:/Users/Maria%20Eduarda/Downloads/040514-083332PABLO-SISTEMAS%20ESTADUAIS%20DE%20PSA-ES.pdf> Acesso em: 23 novembro de 2018.]
	Posteriormente foi criado FUNDÁGUA - Fundo Estadual De Recursos Hídricos e Florestais do Espírito Santo, que segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos hídricos é:
O FUNDÁGUA foi criado pela Lei Estadual nº 8.960/2008, tendo sido reformulado por meio da Lei Estadual nº 9.866/2012, alterada pela Lei Estadual nº 10.557/2016. O Fundo é administrado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEAMA E objetiva dar suporte financeiro à implementação da Política Estadual de Recursos Hídricos e às ações nela previstas; à implementação de ações, programas e projetos voltados à segurança hídrica; à manutenção, recuperação e ampliação da cobertura florestal; e ao aperfeiçoamento de profissionais da área ambiental e correlatas.[46: SEAMA. Fundo Estadual de Recursos Hídricos e Florestais do Espírito Santo. Disponível em: <https://seama.es.gov.br/fundagua> Acesso em 24 de novembro de 2018.]
5.3 No âmbito municipal – Cachoeiro de Itapemirim/ES
	No ano de 2001, durante o mandato do prefeito Theodorico Ferraço houve a promulgação da Lei municipal nº 5.245 na qual objetivava promoção da restauração dos espaços vegetativos desmatados. O chamado “Bônus Ecológico” compensaria os proprietários participantes no valor de R$ 50,00 por hectares para pequenos proprietários e o valor de R$ 40,00 por hectares aos grandes proprietários.[47: Cachoeiro de Itapemirim-ES. Diário Oficial nº 1532. Disponível em: < http://www.cachoeiro.es.gov.br/transparencia/diario/diario_antes_2003/diario1532.pdf> Acesso em: 23 de novembro de 2018.]
	O lançamento do projeto se deu no dia 8 de novembro de 2001 na localidade de Fruteiras, Distrito de São Vicente, zona rural da cidade de Cachoeiro de Itapemirim. Os proprietários rurais foram convidados a participarem do evento a fim de tomarem ciência do projeto e efetuarem a inscrição. O projeto teve relevância nacional quando foi criado, de acordo com o Diário Oficial, diversos municípios brasileiros entraram em contato de diversas maneiras objetivando cópia do projeto e mais informação sobre ele.[48: Cachoeiro de Itapemirim. Diário Oficial nº 1570. Disponível em: < http://www.cachoeiro.es.gov.br/transparencia/diario/diario_antes_2003/diario1570.pdf> Acesso em: 23 de novembro de 2018. ]
	Para realização do projeto foi montado um comitê formado por técnicos de profissionais capacitados, servidores e representantes de organizações, de diversos campos, de acordo com o Diário Oficial nº 1532 da prefeitura:
Esse Comitê, segundo explica o Prefeito, teráa responsabilidade de orientar e aprovar os projetos em conformidade com as legislações vigentes e de acompanhar a execução dos projetos de preservação ambiental e de recuperação da mata atlântica, desenvolvidos pelos proprietários que aderirem ao programa. E ainda, fiscalizar o cumprimento das metas estabelecidas nos projetos aprovados pelo Comitê, com a emissão de relatórios mensais, que servirão de base para a concessão prevista.[49: Cachoeiro de Itapemirim. Diário Oficial nº 1532. Disponível em: < http://www.cachoeiro.es.gov.br/transparencia/diario/diario_antes_2003/diario1570.pdf> Acesso em: 23 de novembro de 2018.]
 
	Em caso de não cumprimento do acordo por parte dos proprietários:
Ainda segundo a Lei, será suspenso o pagamento parcial ou total do bônus, na eventualidade do não cumprimento do contrato estabelecido com o Comitê representante da Prefeitura, inclusive com a devolução daqueles já recebidos, caso seja constatado o abandono do projeto ou a mudança da titularidade da propriedade, sem a garantia mínima pelo sucessor da continuidade do projeto.[50: Abdem.]
	
	Apesar de ser importante para cidade e localidades, o projeto “Bônus Ecológico” não prosperou por muito tempo, houveram cadastramentos e por um certo período deu-se prosseguimento, porém sem avanço a longo prazo. Após o Bônus Ecológico, não houve em Cachoeiro de Itapemirim outro projeto de Pagamento por Serviços Ambientais.
	
6. PSA E SUAS IMPLICAÇÕES 
	Os Serviços Ambientais são definitivamente indispensáveis para vida humana, os serviços de provisão, reposição, suporte e cultura são cruciais para sociedade prosseguir vivendo. A importância do Ecossistema tem sido abordada há anos para que houvesse um despertar na população, desde a demonstração de queimadas e toda sua destruição ambiental, como espécies de árvores se perdendo, animais de habitat específico morrendo, recursos hídricos, entre outros. Tudo isso tem isso tem alertado a sociedade para primordial relevância do meio ambiente.
	O derretimento das geleiras ligado ao aquecimento global é uma questão ambiental que especialmente provoca preocupações em profissionais, pesquisadores, especialistas e tem chamado atenção da sociedade de maneira atentar-se para importância do Meio Ambiente. Uma vez que as emissões de gazes poluentes promovido pela população tem provocado um aumento considerável do derretimento das geleiras, ou seja, é de responsabilidade das pessoas o fato deste aceleramento, estas tendem a demonstrarem mais interesse no que tange a informação das consequências. Com atenção da sociedade voltada para importância social do aquecimento global, automaticamente haverá uma consciência dessa mesma importância em relação ao Ecossistema e a necessidade de preserva-lo. 
	O valor do funcionamento sistemático ecossistêmico para humanidade é imprescindível, cada detalhe da natureza está interligado por um motivo, cada ser possui a sua funcionalidade para que haja um efetivo desempenho ambiental. A própria abelha, sendo um animal de pequeno porte que, sem algum “glamour” à vista das pessoas, possui um papel de extrema importante para funcionalidade ecossistêmica.
	Por meio deste pequeno inseto ocorre a polinização de plantações de legumes, grãos, frutas, entre outros, através desta metodologia cerca de 80% das plantas se reproduzem. Apesar de serem pequenas, possuem grande relevância para população, há que se falar em cerca de 2 terços dos alimentos consumidos são produzidos pela ajuda da polinização das abelhas. Sem que houvesse a polinização das abelhas não haveria áreas florestais alvo do programa PSA. Há diversos estudos e pesquisas divulgados em sites específicos onde relatam que a extinção das abelhas significaria em extinção da humanidade. [51: SOUSA, Luana Felix. A importância das abelhas para o planeta terra. Disponível em: <https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/a-importancia-das-abelhas-para-o-planeta/> Acesso em 24 de novembro de 2018.]
Mel e ferroadas são a marca registrada das abelhas para a imensa maioria das pessoas. Porém, a grande capacidade polinizadora desse inseto é a sua mais importante função na natureza. Dela depende a sobrevivência de muitas espécies, incluindo os humanos. “Se as abelhas desaparecessem da face da Terra, a espécie humana teria somente mais quatro anos de vida. Sem abelhas, não há polinização, ou seja, sem plantas, sem animais, sem homens.” Tal assertiva, creditada ao físico alemão Albert Einstein, ilustra bem o papel vital exercido por esses insetos. Nesse contexto, o cenário atual não é de tranquilidade. Isso desde que, em 2011, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) emitiu um alerta sobre as consequências que o sumiço das abelhas pode causar. O desaparecimento de colônias desses animais, antes limitado à Europa (onde o fenômeno começou a ser notado no fim da década de 1960) e à América do Norte, ultimamente está sendo também observado na África (Egito) e na Ásia (China e Japão).[52: Correio Brasiliense. Extinção das abelhas pode levar ao fim a vida na terra. Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2013/12/16/interna_ciencia_saude,403581/extincao-das-abelhas-pode-levar-ao-fim-da-vida-na-terra-afirma-pesquisa.shtml> Acesso em: 24 de novembro de 2018.]
	É perceptível a tamanha importância e relevância do Meio Ambiente, é crucial que haja este entendimento, pois é por causa dele que ocorre programas como PSA objetivando precificar o espaço florestal para protege-lo. Não é por acaso o crescimento do PSA no Brasil, não a toa os estado da federação foram atendando para necessidade de agir de alguma maneira para impedir o desmatamento desenfreado. São consequências negativas gritantes que geradas pela exploração ambiental, por outro lado há que se falar em implicações benéficas produzidas por programas de Pagamento por Serviços Ambientais.
	Ainda a respeito conscientização da importância da proteção ao Meio Ambiente, vale abordar a produção de energia e etanol por meio da cana-açúcar. Um Serviço Ambiental de provisão, especificamente um alimento que, inclusive, faz do Brasil o numero um em produção e também exportação. Devido ao fato de gerarem energia renovável, muitos países se interessam pela cana-de-açúcar. Utilizando-se desse meio como forma de substituição dos combustíveis convencional implica em relevante expressão de diminuição das emissões de gazes danosos ao meio ambiente. A cana-de-açúcar torna-se um biocombustível de grande relevância e eficiência no mercado. [53: SOUSA, Luana Feliz. A importância da cana-de-açúcar para o meio ambiente. Disponível em: <https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/a-importancia-da-cana-de-acucar-para-o-meio-ambiente/> Acesso em: 24 de novembro de 2018.]
	O Brasil é referência mundial no que diz respeito a utilização de energias renováveis, por ser uma país tropical repletos de Serviços Ecossistêmicos as formas de gerar energias por meio de biomassa são acessíveis. De acordo com o site do Governo Federal em um novo projeto de diminuição dos gases poluentes no efeito estuda, o “RenovaBIO”, são estimados a diminuição de 43% das emissões até o ano de 2030. Tais projetos revelam atenção do Estado para proteção ambiental, devido a dependência social que há no meio ambiente. [54: Governo do Brasil. RenovaBIO vai expandir a produção de biocombustível no país. Disponível em: < http://www.brasil.gov.br/noticias/infraestrutura/2017/02/renovabio-vai-expandir-producao-de-biocombustivel-no-pais> Acesso em: 24 de novembro de 2018.]
A Agência Nacional de Águas busca investir em conservação e recuperação de água e do solo no Brasil, essa quantia é direcionado ao PSA:
Agência Nacional de Águas (ANA) vai destinar R$ 3 milhões para projetos de conservação da água e do solo em Brasil Novo (PA), São José dos Campos (SP) e Santa Teresa (ES). Cada iniciativa receberá R$ 1 milhão para os projetos de pagamento por serviços ambientais prestados

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