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Alteracoes do sistema Cardiovascular durante a Gestacao

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Sumário
Introdução......................................................................................................... 02
Alterações do Sistema Cardiovascular durante a Gravidez............................. 03
Principais Alterações........................................................................................ 04
Frequência Cardíaca........................................................................................ 04
Débito cardíaco................................................................................................. 04
Pressão Arterial................................................................................................ 05
Diminuição da resistência vascular sistêmica................................................... 05
Volume sanguíneo............................................................................................ 05
Volume plasmático............................................................................................ 06
Sistema hemostático......................................................................................... 07
Leucócitos......................................................................................................... 07 
Deficiência de Ferro.......................................................................................... 08
Conclusão......................................................................................................... 09
Referências Bibliográficas................................................................................ 10
	
Introdução
Durante a gestação o organismo materno sofre modificações e adaptações com o objetivo de favorecer o período gestatório e a resolução da gravidez. Essas modificações e adaptações do organismo materno são decorrentes dos processos dinâmicos, inter-relacionados e interdependentes, como por exemplo, a presença do feto, da placenta e do líquido amniótico, aumentando, gradativamente, suas dimensões e volumes que requerem aumento abdominal para uma perfeita acomodação dessas novas estruturas, caracterizando a adaptação do organismo materno à gravidez. No trabalho a seguir vamos privilegiar as alterações ocorridas no Sistema Cardiovascular. 
Alterações do Sistema Cardiovascular durante a Gravidez
O incremento do volume circulante durante a gravidez (40%) faz com que o rendimento cardíaco aumente em igual proporção. Para atender a essa demanda, o coração se adapta hipertrofiando concentricamente todas as suas câmaras. Topograficamente, o coração desvia-se para frente e para a esquerda, alterando seu eixo elétrico, consequentemente o eletrocardiograma. Por este motivo, é necessário informar à pessoa que está analisando o eletrocardiograma que a paciente está grávida. Devido à ação angiogênica do estrógeno e vasodilatadora da progesterona, a pressão arterial tende a cair durante a gestação, juntando-se a estes fatores a interposição placentária à circulação arterial e venosa contribui para redução, dos níveis tensionais. Sobre a pressão venosa, sabe-se que a mesma não se altera com a gestação. Aferições detectando seu aumento nos membros inferiores decorrem não de adaptação gravídica, mas da compressão uterina sobre as veias ilíacas e cava inferior, prejudicando o retorno venoso. Com as pacientes, em decúbito lateral esquerdo, estas alterações desaparecem. O aumento do volume circulante se fez mais às custas de parte líquida. Os elementos figurados do sangue também aumentam, mas em percentual menor, levando a uma hemodiluição, traduzida frequentemente por queda dos níveis de hemoglobina e aparecimento de sopro sistólico, considerado normal neste período. Do ponto de vista absoluto, existe também aumento das proteínas circulantes, mas ao se avaliar em termos relativos, considerando a hemodiluição, estas estão diminuídas. Apesar da viscosidade sanguínea estar reduzida, a coagulação da grávida está exacerbada. Isto ocorre porque a fibrinólise está inibida e existe aumento nítido
de, praticamente, todos os elementos da coagulação. Todas as modificações, adaptações observadas no aparelho cardiocirculatório visam à reserva sanguínea para o momento do parto e defesa contra hemorragias que podem ser catastróficas em partos sem assistência.
Principais Alterações
Frequência Cardíaca
	
Durante o segundo trimestre, a frequência cardíaca aumenta gradativamente e pode chega a 10 a 15 batimentos/minuto acima da frequência detectada antes da gravidez. No terceiro trimestre, a frequência cardíaca pode aumentar de 15 a 20 batimentos em comparação com o estado pré-gestacional. Algumas gestantes podem referir palpitações durante toda a gravidez, que são devidas a estimulação do sistema nervoso simpático.
Débito cardíaco
O débito cardíaco, que é definido como o produto do volume sistólico pela frequência cardíaca, aumenta progressivamente durante a gestação. Começa a se elevar entre a décima e a décima segunda semana de gestação, atingindo 30% a 50% em relação aos níveis pré-gravídicos até a trigésima segunda semana de gestação. Este aumento se deve à elevação do volume sistólico secundário ao aumento da volemia e ao aumento da frequência cardíaca. A maior volemia causa o aumento do retorno venoso, com consequência, há maior distensibilidade e contratilidade do ventrículo esquerdo. A frequência cardíaca aumenta de dez a quinze batimentos por minuto durante a gestação. O aumento do débito cardíaco implicará na maior perfusão dos seguintes órgãos: 
Do útero e da placenta, ampliando progressivamente durante a gestação o aporte sanguíneo para feto em crescimento;
Dos rins, cujo suprimento sanguíneo aumenta em aproximadamente 500 ml/min; 
Da pele, para eliminação mais eficaz do calor;
Das glândulas mamárias, intestinos e outros órgãos.
Pode ocorrer redução do débito cardíaco quando a gestante assume a posição supina, fato verificado em 5% a 10% das gestantes. Isto ocorre como consequência da diminuição do retorno venoso causado pela compressão da veia cava inferior pelo útero gravídico, podendo causar hipotensão, síncope e bradicardia, caracterizando a síndrome de hipotensão supina. No trabalho de parto, o débito cardíaco aumenta a cada contração uterina (cerca de 500 ml de sangue saem do útero e caem na circulação sistêmica) e retorna a uma linha de base progressivamente mais elevada no intervalo intercontrátil. A dor e ansiedade relacionadas ao trabalho de parto podem promover aumento adicional do débito cardíaco da ordem de 50% a 60%. Nas primeiras horas após o parto, o débito cardíaco se eleva em 60% a 80% do valor pré-parto. Isto
ocorre devido à transferência do sangue represado no útero para a circulação sistêmica e à menor compressão da veia cava inferior causados pela involução uterina.
Pressão Arterial
Durante o primeiro e segundo trimestre, a pressão arterial sistólica pode cair ou não se alterar, enquanto a pressão arterial diastólica pode cair de 10 a 15 mmHg. No entanto, no terceiro trimestre, a pressão arterial sistêmica sobe até os níveis pré-gravídicos. O aumento do débito cardíaco não acompanhado pelo aumento da pressão arterial indica diminuição da resistência vascular sistêmica
que, em parte, se deve ao grande leito vascular uteroplacentário. A diminuição da resistência vascular sistêmica é máxima por volta da segunda metade da gestação, fase em que ocorre a segunda onda de migração trofoblástica. Neste momento, há invasão das artérias espiraladas do útero pelo tecido trofoblástico, fazendo com as mesmas percam sua camada muscular, transformando o leito destas artérias uteroplacentárias em um sistema de baixa resistência, baixa pressão e alto fluxo. 
Durante o trabalho de parto, a pressão arterial sistólica eleva se de 15 a 20 mmHg e a diastólica, de 10 a 15 mmHg. A magnitude destas alterações depende da intensidade da contração uterina e está relacionada à dor, à ansiedade e à posição da parturiente.No pós-parto imediato, o aumento da pressão arterial é ainda maior, pois, com o desprendimento da placenta, a resistência vascular aumenta. Ao mesmo tempo há o aumento do retorno venoso causado pela descompressão da veia cava inferior e o aumento da volemia pela passagem do sangue represado no útero para a circulação sistêmica. 
Diminuição da resistência vascular sistêmica
A diminuição da resistência vascular sistêmica também está relacionada a fatores bioquímicos. Há o predomínio do sistema vasodilatador, por aumento das prostaciclinas produzidas pelas paredes dos vasos sanguíneos, sobre a ação vasoconstritora do tromboxano, produzido pelas plaquetas. Além disto, os vasos maternos tornam-se refratários aos efeitos vasoconstritores da angiotensina II, das catecolaminas e de outras substâncias vasopressoras, o que causa a diminuição da reatividade vascular característica da gestação. No final da gestação, com o envelhecimento progressivo da placenta, há obliteração de parte da circulação placentária, fazendo com que a resistência vascular sistêmica volte a aumentar. 
Volume Sanguíneo
Na gestação, há uma elevação do volume sanguíneo total em cerca de 40 a 50%, como decorrência do aumento tanto do volume plasmático quanto da massa total de eritrócitos e leucócitos na circulação. No entanto, a elevação do volume plasmático e da massa eritrocitária não é proporcional e é controlada por diferentes mecanismos. Desse modo, indicadores hematológicos, tais como contagem de células vermelhas, níveis de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht), que reduzem-se drasticamente a partir do segundo trimestre da gestação, não podem ser interpretados sem o prévio conhecimento de tais mudanças.
Volume Plasmático
O volume plasmático eleva-se progressivamente a partir da sexta semana de gestação, aumentando cerca de 50% durante todo o período gestacional. Expande-se mais rapidamente durante o segundo trimestre, alcançando o pico em torno da 24ª semana. A partir de então ocorre um pequeno aumento, estabilizando-se em platô até o final da gestação, em torno da 32ª a 34ª semanas. A expansão do volume plasmático levaria à necessidade de aumento do espaço vascular para conter esse maior volume e isto seria alcançado com a diminuição da resistência periférica. O aumento do volume plasmático está relacionado com o desempenho clínico da gestação e varia amplamente de uma mulher para outra. Há uma correlação positiva entre a expansão do volume plasmático e o "tamanho" da gestação, ou seja, multíparas, gestações múltiplas e fetos macrossômicos apresentam incremento maior do volume plasmático em comparação com primíparas, gestações únicas e fetos pequenos. Apesar disso, a presença do feto não é essencial para a expansão da volemia, uma vez que esta é detectada na gestação molar.
Sistema Hemostático
Durante a gravidez normal há alterações do endotélio vascular, do fluxo sanguíneo, dos fatores coagulantes e anticoagulantes e da fibrinólise. Estas modificações se iniciam a partir da 10ª semana de gestação, coincidindo com a elevação do estrogênio e da progesterona, possíveis elementos causais. Tais alterações podem refletir mecanismos adaptativos, mas podem gerar um estado de hipercoagulabilidade, resultando no desenvolvimento de trombose. Além das alterações vasculares, como estase venosa e compressão dos vasos, os fatores que determinam a trombose na gravidez ainda não estão completamente esclarecidos. Parece haver uma interação entre os mecanismos adaptativos e a predisposição hereditária. Em relação às plaquetas, há uma moderada diminuição com o progredir da gestação, principalmente a partir do terceiro trimestre, com recuperação no puerpério. Isto se deve em parte ao consumo de plaquetas, visto que, parece haver certo grau de coagulação intravascular disseminada na circulação útero-placentária, traduzindo resposta fisiológica. A gestação seria, portanto, um estado crônico de coagulação intravascular disseminada, onde a síntese excederia o consumo. A placenta seria o local de consumo (deposição de fibrina) e funcionaria como um filtro. Isto poderia explicar por que são raras as complicações tromboembólicas durante a gestação. No pós-parto, desaparecendo então este processo, haveria exaltação do sistema de coagulação que, associada à limitação da atividade física, poderia favorecer a ocorrência de complicações tromboembólicas. 
Leucócitos 
A gestação tem sido associada à supressão da função imunológica (humoral e celular), devido à necessidade do organismo materno acomodar um "corpo estranho". Há evidências de que a função dos leucócitos polimorfonucleares começa a diminuir no segundo trimestre, continuando esta tendência durante toda a gestação. A produção de todas as citocinas mensuráveis do nosso organismo encontra-se diminuída durante a gestação. A relação entre as citocinas Th1/Th2 e sua importância na gestação encontra-se no campo da especulação, mas a redução da produção de ambas no período gestacional está relacionada à melhora clínica observada em gestantes portadoras de doenças autoimunes no período e ao agravamento no pós-parto. O número de leucócitos, especialmente por conta dos granulócitos neutrófilos, aumenta consideravelmente durante a gestação normal, de 5 a 7.000/mm3 para médias entre 8.000 a 16.000/mm3, especialmente no segundo e terceiro trimestres, por razões não bem esclarecidas. Durante o parto e o puerpério imediato, estes valores podem atingir até 20 a 30.000/mm3, à custa principalmente dos granulócitos neutrófilos, normalizando-se em torno do sexto dia de puerpério. Assim, a função e o número absoluto dos leucócitos parecem contribuir com a leucocitose normal da gestação. 
Deficiência de Ferro
No início da gestação (primeiro trimestre ou até 14 semanas) há uma elevação do ferro sérico e ferritina, provavelmente pela demanda ainda pequena da gestação inicial, bem com pelo balanço positivo do ferro devido à amenorreia. Porém no decorrer da gestação há um aumento da necessidade de ferro. Contudo, nem todo ferro adicionado à circulação materna é necessariamente destinado à mãe. Há ainda a necessidade do ferro para o desenvolvimento do feto, placenta e cordão umbilical, e para as perdas sanguíneas por ocasião do parto e puerpério. A necessidade total de ferro elementar neste período é de aproximadamente 800 a 1000mg, o que corresponde a um terço do ferro total do organismo. Para suprir esta necessidade, o organismo utiliza diversos mecanismos, priorizando o novo ser em desenvolvimento, pois, por exemplo, para a produção da hemoglobina fetal, a utilização do ferro materno obtido através da placenta independe do estoque de ferro da mãe. A regulação do ferro no organismo é controlada basicamente pela absorção. Quando as reservas estão escassas há um mecanismo que aumenta a absorção do ferro pelas células intestinais.
Conclusão
A partir desse trabalho podemos compreender melhor que a gravidez produz alterações em todo organismo materno. O sistema cardiovascular sofre mudanças progressivas durante a gestação e o parto, resultando em alterações hemodinâmicas características destes períodos. Essas modificações decorrem de uma intensa transformação como resposta às demandas próprias dessa fase. Nesse período, o corpo da mulher é constante e intensamente sensibilizado o que traduz uma série de desconfortos, expressa por muitos sinais e sintomas, que variam dependendo da tolerância de cada mulher ao desconforto e da intensidade com que eles se apresentam. Por isso o conhecimento das alterações hemodinâmicas da gestação e dos momentos de maior requisição do sistema cardiovascular é de grande importância no manejo e no cuidado com a gestante.
Referências Bibliográficas
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