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Fáscia: A Entidade Funcional da Locomoção

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POMPAGENS
		A fisiologia da locomoção é composta por duas “subfunções” associadas, mas mecanicamente independentes: 
função dinâmica
função estática
Função Dinâmica é a do movimento, dos deslocamentos segmentares, dos gestos da vida; 
Função Estática ao contrário, é a da fixação dos segmentos que servem de pontos de apoio aos movimentos ou que controlam os efeitos da gravidade.
		As duas funções – dinâmica (fásica) e estática(tônica) – têm um denominador comum: são funções globais. 
		Não podemos raciocinar sobre nossos tratamentos de forma segmentar; 
	só podemos considerar o humano em seu conjunto, cada segmento como parte de um todo funcional.
		A globalidade das duas funções tem o mesmo elemento anatômico: a Fáscia, palavra criada, no singular, pelos primeiros osteopatas, para bem mostrar sua entidade funcional. Essa fáscia é um conjunto conjuntivo.
A FÁSCIA
		Anatomicamente a palavra “fáscia” designa uma membrana de tecido conjuntivo fibroso de proteção: de um órgão (ex: intrafaringeana) ou de um conjunto orgânico (fáscia endocárdica, parietal). 
		A palavra fáscia, usada atualmente, foi empregada pelos osteopatas para ter a noção de globalidade. Não são fáscias, como algumas vezes encontramos, mas fáscia.
		A palavra fáscia, no singular, não representa uma entidade fisiológica, mas um conjunto membranoso, muito extenso, no qual tudo está ligado, em continuidade, uma entidade funcional. 
		Esse conjunto de tecidos que constitui uma peça única trouxe noção de globalidade, sobre a qual se apoiam todas as técnicas modernas de terapia manual.
		Seu principal foco, base de todas essa técnicas, é que o menor tensionamento, seja ativo ou passivo, repercute sobre o conjunto. 
		Todas as peças anatômicas podem, dessa forma, ser consideradas mecanicamente solidárias entre si, em todos os campos da fisiologia. 
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REVISÃO DO TECIDO CONJUNTIVO
		Assim como todos os tecidos, o conjuntivo (70% dos tec. humanos) é formado por células conjuntivas: os blastos. São osteoblastos nos ossos, condroblastos na cartilagem, etc. 
		Essas células em estrela comunicam-se entre si por seus prolongamentos protoplásmicos. Sua função é apenas a secreção de duas proteínas de constituição: o colágeno (modifica a vida toda) e a elastina (formação estável).
		O fator excitante , que provoca a secreção do colágeno é o tensionamento do tecido. Isto é importante para a compreensão da patologia.
		De acordo com o tipo de tensionamento, a secreção é diferente:
Tensão contínua e prolongada: as moléculas de colágeno instalam-se em série . As fibras colagenosas e os feixes conjuntivos alongam-se;
Tensões curtas e repetidas: as moléculas de colágeno instalam-se em paralelo. As fibras colagenosas e os feixes conjuntivos multiplicam-se.
		O fenômeno de crescimento classifica-se no primeiro caso quando o elemento conjuntivo se alonga; no segundo, a densificação do tecido, que se torna mais compacto, mais resistente, mas progressivamente menos elástico.
		 > SOLICITAÇÕES MECÂNICAS
 TECIDO SE DENSIFICA
 (O envelhecimento do homem é uma densificação progressiva de seu tec. conjuntivo)
		De acordo com as solicitações mecânicas é que se denominam os tecidos (os tipos de células predominantes):
Fibroso;
Tendinoso;
Ligamentar;
Aponeuroses;
Ósseo.
FUNÇÕES DO TECIDO CONJUNTIVO
Proteção do Sistema Vascular e Nervoso subjacente, além da proteção muscular (oferece limite e direção na contração);
Circulação dos Fluidos (o conjunto das vísceras e dos tecidos periféricos é levado no mesmo ritmo respiratório e diafragmático. Isto constitui um verdadeiro bombeamento tóraco-abdominal). Principal agente,mais extenso e o que oferece maior espaço intersticial;
Desempenha ainda uma função biológica (nutrição e defesa do organismo), é o campo de atividade e propagação de fenômenos infecciosos (septicemia).
As fáscias e aponeuroses separam os órgãos, mas não de forma caótica. Separam estruturas de mesma função. Permitem ainda a contração coordenada dos músculos, influenciando outros grupos à distância;
PROPRIEDADES DA FÁSCIA
É extremamente rica em terminações nervosas;
Auxilia na economia da circulação, especialmente para os sistemas venoso e linfático;
Responde a congestão tecidual com a formação de tecido fibroso;
Forma áreas específicas de estresse quando em sobrecarga;
É tecido que circunda o SNC.
Conceito de Fáscia
		Estrutura que envolve, sustenta, divide, reveste, dá coesão e integra, em sua totalidade, cada detalhe da estrutura e da função do tecido mole em todo o corpo e que representa uma entidade única, desde o interior da caixa craniana até a região plantar em ambos os pés.” 
A fáscia como parte da Globalidade
		A anatomia do aparelho locomotor é, fisiologicamente, constituída por dois esqueletos:
PASSIVO E RÍGIDO: formado por ossos reunidos entre si por articulações que permitem deslocamentos no espaço;
ATIVO: formado por imenso tecido conjuntivo fibroso no qual estão incluídos elementos contrateis motores.
Lembrete
 “Tanto a função estática quanto a função dinâmica são totalmente globais. Em todas as circunstâncias, fazem intervir o conjunto músculo-aponeurótico.”
Invólucros Corporais
 Duas grandes fáscia envolvem mais ou menos por completo o corpo humano:
Fáscia Superficialis (permeia todos as estruturas corporais)
Aponeurose Superficial (o invólucro do corpo)
Fáscia Superficialis
		É uma fáscia embebida de linfa intersticial que nutre o epitélio da pele. Visto o seu tamanho, ocupa lugar de destaque nos fenômenos de nutrição e respiração tissulares. 
		 É o ponto de partida de todos os vasos linfáticos periféricos.
		É uma fáscia frouxa que interrompe-se nas regiões de tensão que são as mesmas de ocorrência de escaras.
Aponeurose Superficial
		É o conjunto de todas as aponeuroses. Envolve o corpo e tem poucas inserções fixas; além disso, muitas dessas inserções ocorrem sobre ossos móveis, como a fíbula ou a clavícula. 
		
		Quando temos a visão dessa verdadeira combinação membranosa é fácil entender que uma falta de mobilidade em um local qualquer possa provocar uma lesão à distância.
		Essa visão de um envelope único várias vezes duplicado, sempre solidário a si mesmo e às sua expansões, leva a uma noção fundamental, indispensável em nossa profissão. 
		Ela é a base dos métodos globais de alongamentos posturais. Não há deformidade única, isolada ou localizada; não pode haver correção única, isolada ou localizada.
FUNÇÃO FASCIAL
		As solicitações mecânicas vão seguir certas vias particulares, de acordo com a função e os órgãos. Um mesmo órgão pode ser utilizado para várias funções; uma mesma fáscia pode ser usada por várias cadeias. 
		A aponeurose superficial é para nós um “órgão” considerável. Temos certeza de que ela é o órgão mecânico principal da coordenação motora.
PATOLOGIA DA FÁSCIA
Alterações nas fáscia e no seu deslizamento podem provocar dificuldade na circulação, provocando acúmulo de líquido ou seja, uma estase líquida;
Muitos problemas dolorosos são decorrentes de tensões anormais que a fáscia suporta. Como todo os receptores sensitivos, esses milhões de mecanorreceptores tornam-se dolorosos se sua ativação prolonga-se normalmente;
A patologia mecânica mais importante do tecido conjuntivo fibroso é a artrose. Pode assumir duas formas: a densificação-calcificação e a degeneração da cartilagem. As duas formas encontram-se com frequência associadas;
Duas afecções que podem estar presentes: os encurtamentos ( tecido conjuntivo) e as retrações (tecido muscular).
POMPAGENS
Formas de Tratamento:
Fisiologia 
Ação sobre a circulação:
 A circulação vital, aquela que preside a nutrição dos tecidos e a função de eliminação, é a grande “circulação lacunar”. É um embebimento do tecido. 
		Ele se desloca e se propaga por meio de movimentos, os deslizamentos
dos tecidos uns em relação aos outros. Uma falta de movimento cria uma estase líquida: conhecemos todos os edemas de imobilização.
Ação sobre a musculatura:
 O trabalho da pompagem deve-se a noção de que temos, teoricamente, duas musculatura diversas, fásica e tônica, destinada a duas funções diferentes dinâmica e estática. 
		A patologia da musculatura fásica é a fraqueza, que se denomina fadiga, atrofia, paresia ou paralisia. Tratamos com a Recuperação Funcional. A patologia da musculatura tônica é a retração e o encurtamento.
Ação Articular:
 No plano articular a luta será contra a limitação e a rigidez. As pompagens facilitam de forma considerável as mobilizações articulares na recuperação funcional. 
		A rigidez tem causas múltiplas, mas todas comprometem mais ou menos a frouxidão indispensável aos micromovimentos. As pompagens articulares no sentido da descompressão têm como objetivo principal a recuperação dessa frouxidão fisiológica.
 		 Além disso, a mobilização em descompressão traz resultados rápidos na recuperação das amplitudes prejudicadas, evitando:
 A densificação do tecido conjuntivo;
O desgaste da cartilagem articular.
Ação Calmante:
 		A pompagem é importante, essencialmente, para as dores de tensão que nos assaltam constantemente na vida de todo dia que, se raramente são agudas, tornam-se, muitas vezes, lancinantes e mesmo insuportáveis.
TÉCNICAS DAS POMPAGENS
Objetivos
Circulatório:
 Procura liberar os bloqueios fasciais e as estases líquidas. Será exercida sobre todo o segmento, mobilizando a fáscia o mais amplamente possível. Pode ser complementado por uma massagem.
Relaxamento muscular:
 Trata-se de uma técnica muito eficiente no tratamento das contraturas, dos encurtamentos, das retrações que enfrentamos diariamente.
Combater a degeneração Cartilaginosa:
 Nas afecções iniciais, as pompagens restabelecem o equilíbrio hídrico da cartilagem, ou, ao menos, limitam o ressecamento. 
		São então realizadas no sentido da descompressão articular. São a base de nosso tratamento nas artroses, em especial as degenerativas. Mas não são milagrosas, não tem nenhum efeito sobre as artroses graves.
Técnica
		A técnica da pompagem é relativamente simples. 
		É realizada em 3 (três) tempos:
Primeiro tempo:
 É um tensionamento do segmento. É muito importante entender que a palavra tensão não quer dizer tração. 
		O terapeuta alonga lenta, regular e progressivamente, toma aquilo que vem, aquilo que a fáscia cede. Vai até o limite da elasticidade fisiológica. Isto é dosado pela sensibilidade.
OBSERVAÇÃO:
		Quando a tensão ultrapassa a elasticidade do tecido, ela apenas provoca reações de defesa, isto deve ser evitado. O primeiro tensionamento é leve, pouco a pouco, à medida que a fáscia se solta e o paciente fica mais confiante, o alongamento se amplifica. 
		É uma reação natural pensar que, quanto mais forte a ação mais ela é eficiente. Tentação que não devemos ceder.
Segundo tempo:
 É o de “manutenção da tensão”. Com o objetivo circulatório, o terapeuta retém a fáscia durante alguns segundos, o tempo de sentir a mão sendo tracionada, e isto deverá seguir durante toda a fase de retorno. 
		O tempo principal da pompage é este, de manutenção da tensão. Vimos que o alongamento conjuntivo e o deslizamento da actina sobre a miosina resultava de um tensionamento do tecido. 
		Na pompage articular a descompressão será mantida de 15 a 20 segundos, necessários para que a cartilagem se impregne com seu líquido nutridor.
Terceiro tempo:
 Nas pompages circulatórias este é o tempo principal. Deve ser o mais lento possível. A fáscia puxa a mão do terapeuta, mas este controla essa tração para obrigá-la a trabalhar, a utilizar todas as suas possibilidades, todo o seu comprimento. 
		É durante esse período que se rompem as barreiras, os bloqueios de movimento, as estases. No trabalho muscular esse retorno será bastante lento, para não provocar o reflexo contrátil do músculo. Na pompage articular o terceiro tempo é acessório.
Pompage de trapézio

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