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Aula Promoção Saúde

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Promoção de Saúde�
I Fase medicina �
2016/1 �
Prof Paula�
Dez anos da PNPS: Qual o legado e 
qual o futuro?�
Ao abrir a sessão, Deborah Malta citou o 
processo de construção das políticas de 
promoção, que receberá sua primeira atualização 
desde 2006 e incluirá pela primeira vez, dentro 
dos seus objetivos filosóficos iniciais, a questão 
da equidade. “O processo foi amplo, tivemos 
congressos, oficinas regionais em parceria com a 
Abrasco, no FormSUS, em que todos os 
integrantes do sistema tiveram a oportunidade de 
contribuir para a construção, aí teve o seminário 
nacional com 300 participantes, que oportunizou 
a construção prática do novo texto”, disse.�
…enquanto o primeiro documento brasileiro 
sobre promoção da saúde estava sendo escrito 
em 2006, o documento do Chile já completava 
10 anos de existência, o que já denotava um 
certo atraso do nosso país com relação à 
demanda. “Nosso principal desafio agora é 
estabelecer a equidade como primeiro princípio 
ressaltado dentro da PNPS, além tê-la como 
princípio chave para o enfrentamento e o 
empoderamento das vozes emergentes. 
Precisamos definitivamente tratar as políticas 
de saúde não como um aspecto sociológico, mas 
sim, como dimensão de vida”�
Porque falar de 
Promoção de Saúde é 
tão importante?�
As várias transições: uma questão mundial 
Epidemiológica	
 Mortalidade por DNT supera DT 	
Tripla carga de doenças 	
Nutricional	
 Mudanças na alimentação e redução da 
atividade física 	
Demográfica	
 Envelhecimento populacional acelerado	
Globalização	
 Difusão rápida de hábitos e padrões de 
comportamento	
2025 2050 
2000 1980	
Cenário Brasileiro �
A Prevenção das Doenças Crônicas: 
o poder da saúde pública ���
	
•  Papel da Saúde: 
•  Vigilância de DCNT 
• 
•  Comunicação Social 
•  Prevenção e controle das Doenças 
•  Legislação 
•  Intersetorialidade e parcerias 
•  Avaliação de Políticas e Programas 
Promoção da Saúde – Breve 
histórico	
¨ Surge... Movimento canadense desenvolvido a 
partir do Relatório Lalonde - Uma Nova 
Perspectiva na Saúde dos Canadenses (1974);	
¨ Amplo debate realizado em várias partes do 
mundo, realçando a determinação econômica e 
social da saúde, abriu caminho para a busca de 
uma abordagem positiva nesse campo, visando 
superar a orientação predominantemente centrada 
no controle da enfermidade.	
Promoção da Saúde 
	
–  	
“Até agora, quase todos os esforços da 
sociedade canadense destinado a melhorar a 
saúde, assim como os gastos setoriais diretos, 
concentraram-se na assistência médica. 
Entretanto, as causas principais de adoecimento 
e morte têm origem nos outros três componentes 
do conceito” (A New Perspective on the Health of 
Canadians). 
Antecedentes:	
	
§ Winslow (1920) – prolongar a vida, 
promover saúde física e mental, ação 
comunitária pelo saneamento, serviços de 
prevenção, máquina social geradora de 
padrão de vida adequado. 
 
§ Sigerist (1946) – quatro tarefas essenciais 
da medicina: 
§ promoção da saúde, 
§  prevenção de doenças, 
§ recuperação de enfermos 
§  e reabilitação. 
Promoção da Saúde 	
§ Leavell & Clark (1965) – modelo de história 
natural da doença e os três níveis de prevenção:	
§ Primária:	
§ Promoção da saúde	
§ Proteção específica	
§ Secundária:	
§ Diagnóstico e tratamento precoce	
§ Limitação da invalidez	
§ Terciária	
§ Reabilitação	
Promoção da Saúde 
§  Saúde para Todos no Ano 2.000 (1977) – 30a. 
Assembléia Mundial de Saúde 
§  Conferência - Internacional sobre Atenção Primária 
de Saúde (1978) – Declaração de Alma Ata 
§  educação dos problemas de saúde prevalentes; prevenção e 
controle. 
§  promoção do suprimento de alimentos e nutrição adequada. 
§  abastecimento de água e saneamento básico apropriados. 
§  atenção materno-infantil, incluindo o planejamento familiar. 
§  imunizações contra as principais doenças infecciosas. 
§  prevenção e controle de doenças endêmicas. 
§  tratamento apropriado das doenças comuns e dos acidentes. 
§  distribuição de medicamentos básicos. 
Promoção da Saúde – Breve 
histórico	
•  Alma-Ata (1978) antiga União Soviética: saúde é 
reconhecida pela primeira vez como um direito.	
–  Estratégia básica: Atenção primária a saúde (participação 
usuários)	
–  Mudanças na relação de poder entre os que oferecem 
serviços de saúde e os que os utilizam (autonomia e 
emancipação)	
1ª Conferência Internacional sobre Promoção da 
Saúde - Otawa (1986): 	
	
Construção do conceito de PROMOÇÃO À 
SAÚDE 	
	
CONCEITO 	
Promoção da	
saúde 	
(Conferência de Ottawa)	
“Processo de capacitação 
dos indivíduos e 
co le t iv idades para 
identificar os fatores e 
condições determinantes 
da saúde e exercer controle 
sobre eles, de modo a 
garantir a melhoria das 
condições de vida e saúde 
da população”.	
	
8ª Conferência 
Nacional de Saúde 	
(Brasília, 1986)	
Antecedentes: 
§  1986 - Carta de Ottawa sobre Promoção da Saúde	
§  I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Canadá)	
§  1988 - Declaração de Adelaide sobre Políticas Públicas Saudáveis	
§  II Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Austrália)	
§  1991 - Declaração de Sundsval sobre Ambientes Favoráveis a Saúde	
§  Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Suécia)	
§  1993 - Carta do Caribe para a Promoção da Saúde	
§  I Conferência de Promoção da Saúde do Caribe (Trinidad y Tobago)	
§  1997 - Declaração de Jakarta sobre Promoção da Saúde no Século 	
§  	
 XXI em diante – IV Conferência Internacional sobre Promoção 	
 da saúde (Jakarta)	
§  2000 - V Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (México)	
§  2002 - Carta de São Paulo	
§  2005 - VI Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Tailândia)	
§  2006 - Política Nacional de Promoção da Saúde	
§  2016 – Curitiba …..	
 
 
Carta de Ottawa (1986) 
���
	
§ Implementação de políticas públicas 
saudáveis 
§ Criação de ambientes saudáveis 
§ Reforço da ação comunitária 
§ Desenvolvimento de habilidades 
pessoais 
§ Reorientação do sistema de saúde 
Concepção ampliada de saúde 
§  Saúde como produto social – construção social 
§  Saúde como recurso para viver a vida - qualidade de vida 
 
§  Saúde como construção subjetiva, não como normatividade. 
§  Saúde como direito humano fundamental, portanto 
imperativo ético - fator chave de cidadania 
e base de contrato social 
 
§  Saúde como meio e fim do desenvolvimento – entendido 
como liberdade de privações 
§  Saúde como sistema sustentável de proteção coletiva e 
cuidado individual integral 
Princípios da Promoção da Saúde���
 (Carta de Otawa)	
•  1 - Concepção holística de saúde voltada para a 
multicausalidade do processo saúde-doença.	
•  2 – Equidade: Garantir o acesso universal à saúde.	
•  3 – Intersetorialidade.	
•  4 - A participação social.	
•  5 – A sustentabilidade.	
Concepção atual de Promoção da 
Saúde	
¨ Conjunto de valores (vida, saúde, solidariedade, 
eqüidade, democracia, cidadania, desenvolvimento 
sustentável, participação e parceria) com combinação 
de estratégias que envolvem:	
	
¨ Ação do Estado (políticas públicas saudáveis), 	
¨ Comunidade (reforço da ação comunitária), 	
¨ Indivíduos (desenvolvimento de habilidades 
pessoais),	
¨ Sistema de Saúde (reorientação do sistema de saúde);	
¨ Parcerias interinstitucionais, trabalhando com a noção 
de responsabilizaçãomúltipla, seja pelos problemas, 
seja pelas soluções propostas para os mesmos.	
(Buss, 2003, p. 16)	
BRASIL���
Política Nacional de Promoção da Saúde ���
Portaria nº 687 MS/GM, de 30 de março de 2006 	
•  Objetivo Geral:	
•  Promover a qualidade de vida e reduzir 
vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados 
aos seus determinantes e condicionantes – 
modos de viver, condições de trabalho, 
habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, 
acesso a bens e serviços essenciais. 	
Sistema Único de Saúde 
§  CONSTITUIÇÃO FEDERAL (art.196) 
 “saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de 
doenças e outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário à ação e serviço para sua promoção, 
proteção e recuperação.” 
 
§  LEI Nº 8080-90 
	
 Compromisso com olhar-práxis que aborde 
determinantes e condicionantes da saúde é 
sucessivamente repetido e ratificado no texto 
Política Nacional de 
Promoção da Saúde 
• Conceitos estruturantes: 
§  Integralidade 
§  Intersetorialidade – Rede 
§  Equipe Multiprofissional 
§  Participação Social 
§  Autonomia – Modos de 
Viver 
Ø Intersetorialidade	
   envolvendo	
   principalmente	
  
as	
  áreas	
  da	
  saúde,	
  planejamento	
  e	
  urbano:	
  
• O	
  agir	
  intersetorialmente	
  deve	
  ser	
  um	
  exercício	
  
constante	
   e	
   cole<vo	
   transversalizando	
   outros	
  
setores	
   (economia,	
   social,	
   educação,	
   cultural)	
  
dos	
  governos	
  locais	
  para	
  a	
  gestão	
  de	
  um	
  espaço	
  
urbano	
  saudável.	
  
Política Nacional de 
Promoção da Saúde 
• Ações: 
§ Alimentação saudável 
§ Prática corporal e atividade física 
§ Prevenção e controle do tabagismo 
§ Redução da morbi-mortalidade em decorrência 
do uso abusivo de álcool e outras drogas 
§ Redução da morbi-mortalidade por acidente de 
trânsito 
§ Prevenção da violência e estímulo a cultura da 
paz 
§ Promoção do desenvolvimento sustentável 
Promoção da Saúde: 
da prevenção de doenças 
à defesa da vida 
§ Novo paradigma de pensamento e ação em 
saúde – crítico, mas não oposto ao paradigma 
biomédico 
§ Movimento social por mudanças políticas e 
culturais em saúde – no Estado e na sociedade 
Eixos da Política Nacional de 
Promoção da Saúde 	
•  » Alimentação Saúdável ���
» Práticas Corporais/Atividade Física ���
» Tabagismo ���
» Álcool e Outras Drogas ���
» Acidentes de Trânsito ���
» Cultura de Paz ���
» Desenvolvimento Sustentável	
Eixos operacionais são estratégias para concretizar ações de promoção da saúde, 
respeitando os ���
valores, os princípios, os objetivos e as diretrizes da PNPS.	
•  I. Territorialização:	
•  II. Articulação e cooperação intrassetorial e 
intersetorial:	
•  III. Rede de Atenção à Saúde:	
•  IV. Participação e controle social:	
•  V. Gestão:	
•  VI. Educação e formação:	
•  VII. Vigilância, monitoramento e 
avaliação:	
•  VIII. Produção e disseminação de 
conhecimentos e saberes:	
•  IX. Comunicação social e mídia:	
“Nós fizemos a reforma sanitária que criou 
o SUS, mas o núcleo dele, desumanizado, 
medicalizado, esta errado. Temos de entrar 
no coração deste modelo e mudar. Qual o 
fundamento? Primeiro, a promoção da 
saúde, e não da doença. O SUS tem de, em 
primeiro lugar, perguntar o que está 
acontecendo no cotidiano das vidas das 
pessoas e como pode interferir para torná-
las mais saudáveis”. 
 
(Sérgio Arouca) 
10 dicas de saúde 
41 
 Acumule 30 minutos de 
atividade física moderada, por 
dia, pelo menos 5 dias por 
semana! 
42 
 M a n t e n h a u m a 
alimentação diária bem 
equilibrada! 
SIM NÃO 
43 
 Não fume! 
44 
 Beba com moderação! 
45 
 Use sempre 
camisinha! 
46 
 Dirija com cuidado! 
47 
 Evite drogas e 
violência! 
48 
 Exponha-se ao sol 
com moderação! 
49 
 Faça boa higiene 
 bucal! 
50 
 Aprenda a lidar com os 
estressores da vida 
diária. 
Próximos passos!!! 
Referências: 
q  AYRES, José Ricardo de Carvalho Mesquita et al. Risco, 
vulnerabilidade e práticas de prevenção e promoção da saúde. In: 
CAMPOS, Gastão Wagner de Souza et al. Tratado de saúde 
coletiva. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2006, 
871 p. 
q  AYRES, José Ricardo de Carvalho Mesquita et al. O conceito de 
vulnerabilidade e as práticas de saúde: novas perspectivas e 
desafios. In: CZERESNIA, Dina (org.) Promoção da saúde: 
conceitos, reflexões, tendência. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2003, 
176 p. 
q  BARBOSA, Luiza de Marilac Medeiros. Glossário de Epidemiologia 
& Saúde. In: ROUQUAYROL, Maria Zélia; ALMEIDA FILHO, Naomar. 
Epidemiologia & Saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003, 728 p. 
q  Buss, P. et al. Promoção da Saúde e Qualidade de Vida, R.J, 
Ciência & Saúde Coletiva, 5 (1): 163-177, 2000. 
BUSS, Paulo M.; PELLEGRINI FILHO, Alberto. Iniqüidades em saúde 
no Brasil, nossa mais grave doença: comentários sobre o 
documento de referência e os trabalhos da Comissão Nacional 
sobre Determinantes Sociais da Saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de 
Janeiro, 22 (9): 2005-2008, set 2006. 
q  BUSS, Paulo M.; PELLEGRINI FILHO, Alberto. A saúde e seus 
determinantes sociais. PHISIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de 
Janeiro, 17 (1): 77-99, 2007. 
Referências: 
q  CAPONI, Sandra. A saúde como abertura ao risco. In: 
CZERESNIA, Dina (org.) Promoção da saúde: conceitos, 
reflexões, tendência. Rio de Janeiro: tora FIOCRUZ, 2003, 
176 p. 
q  CASTRO, Adriana, MALO, Miguel. SUS: ressignificando a 
promoção da saúde. São Paulo: HUcitec: Opas, 2006. 
q  CZERESNIA, Dina. O conceito de saúde e a diferença entre 
prevenção e promoção. In: CZERESNIA, Dina (org.) Promoção 
da saúde: conceitos, reflexões, tendência. Rio de Janeiro: 
FIOCRUZ, 2003, 176 p. 
q  CZERESNIA, D. & Freitas, C. M. – Promoção da Saúde – 
conceitos, reflexões, tendências.Editora Fiocruz. Ano 2005. 
q  MUÑOZ SANCHES, A. I; BERTOLOZZI, M. R. Pode o conceito de 
vulnerabilidade apoiar a construção do conhecimento em 
saúde coletiva? Ciência & Saúde Coletiva 12 (2): 319 -324, 
2007. 
q  PORTO, Marcelo Firpo de Souza. Uma ecologia política dos 
riscos: princípios para integramos o local e o global na 
promoção da saúde e da justiça ambiental. Rio de Janeiro 
Editora FIOCRUZ, 2007.

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