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Atividade II de Economia no Setor Público

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“AS ESCOLHAS, TANTO DAS PESSOAS EGOCÊNTRICAS COMO DAS HUMANITÁRIAS, SÃO INFLUENCIADAS PELAS ALTERAÇÕES NOS CUSTOS E/OU BENEFÍCIOS DE SUAS AÇÕES”. COMENTE.
Ao usar os métodos e ferramentas da economia para explorar a forma como os indivíduos interagem, propõe-se que, de certa forma, todo o dia nós fazemos escolhas similares. Por exemplo, valerá a vista panorâmica da outra montanha todo o esforço de escalá-la? Ou quanto tempo nós deveríamos gastar procurando o cartão de aniversário perfeito para um amigo?
Nenhum valor está em jogo, no entanto, essas são ainda decisões econômicas no sentido amplo da palavra. Elas nos envolvem ponderando quanto tempo ou esforço nós pensamos que vale a pena gastar para alcançar nossos objetivos, e escolhendo entre diferentes possibilidades. A Economia trata, na verdade, de como escolhemos gastar quaisquer recursos disponíveis (por exemplo, nosso tempo ou esforço) na tentativa de obter outras coisas que nós valorizamos mais.
Os economistas desenvolveram algumas ferramentas simples, porém muito úteis para essa tarefa. Elas incluem conceitos como o custo de oportunidade – o valor que você coloca em qualquer coisa que tenha de sacrificar (i.e. tempo ou esforço) de maneira a atingir algum fim; e o benefício – o valor do que você ganha (i.e. o cartão de aniversário perfeito ou uma bela vista). Da mesma forma, a diferença entre o valor que você estipulou ao que você perderá e ao que ganhará é o seu lucro – contudo, se você não consegue achar o cartão desejado, ou a vista desapontou, ela pode, da mesma forma, tornar-se seu prejuízo. E os economistas dizem que quando as pessoas fazem escolhas, elas conscientemente procuram trocar coisas que valorizam menos por coisas que valorizam mais: em outras palavras, elas são racionais e movidas pelo interesse próprio.
Logo, entende-se que buscar uma relação vantajosa entre custos e benefícios é o motor de partida para a iniciativa do indivíduo, seja ela egocêntrica ou humanitária. E, por ventura, uma relação negativa entre estas variáveis podem alterar a decisão de escolha. Diferente da máquina pública, financiada coercivamente por todos, os indivíduos – como possuidores de recursos escassos – não podem agir de forma a colher déficit, então sempre sujeitos a alterações nos custos e benefícios.
O IMPOSTO SOBRE A RENDA PREVÊ O ABATIMENTO DAS DOAÇÕES A INSTITUIÇÕES DE CARIDADE. COMO ISSO AFETA A PERCEPÇÃO DOS CONTRIBUIDORES COM RELAÇÃO À IMPORTÂNCIA DO BEM-ESTAR DE TERCEIROS PARA SEU PRÓPRIO BEM-ESTAR?
“Que tal fazer uma doação, em vez de pagar imposto de renda?” A princípio, tal iniciativa gera incentivos em busca de aumentar o bem-estar de terceiros para o meu próprio bem-estar (na perspectiva de que é melhor para mim, doar o dinheiro para uma instituição em que acredito e confio, a ter o dinheiro tomado por políticos e burocratas).
Logo, o indivíduo vai em busca daquela entidade do seu bairro que, por exemplo, ajuda as crianças e/ou idosos em condições de hipossuficiência econômica, para assim, através da sua iniciativa, prover o bem comum. Até descobrir que ajudando aquela entidade a qual ele apoia, acredita e confia, em nada influenciará no abatimento do imposto de renda, e ao invés disso, terá um novo custo (o do imposto de renda, já previsto, mais o da doação).
Por que isso?! Na realidade brasileira, nem todas as doações podem ser deduzidas, apenas as contribuições às instituições com incentivo do governo.
Assim sendo, as doações só podem ser feitas aos: fundos municipais, estaduais, distrital e nacional da criança e do adolescente, que se enquadram no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) fundos municipais, estaduais, distrital e nacional do idoso; projetos aprovados pelo Ministério da Cultura e enquadrados na Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet); projetos aprovados pelo Ministério da Cultura ou pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) e enquadrados na Lei de Incentivo à Atividade Audiovisual; projetos aprovados pelo Ministério do Esporte e enquadrados na Lei de Incentivo ao Esporte; e projetos aprovados pelo Ministério da Saúde no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas) ou do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon).
Peguemos, por exemplo, a Lei Rouanet. Em essência, a lei foi criada para fomentar a atividade cultural brasileira, oferecendo às empresas a possibilidade de descontar do imposto de renda os valores investidos na cultura brasileira. O nome disso é renúncia fiscal.
Na verdade, renúncia fiscal é grana minha, sua, nossa, nosso trabalho, nosso esforço, que por uma questão de semântica parece que não é.
As empresas pagam impostos, os impostos alimentam o estado que devolve isso em serviços (segurança, educação, infraestrutura...) os quais, bons ou não, são pagos com essa (nossa) grana. Quando uma empresa deixa de pagar imposto e investe, por exemplo, em uma banda de axé, ou em um CD de música erudita, ou no filme sobre a vida do Lula, o estado arrecada menos e oferta menos serviços a nós, aqueles que pagam a conta.
Ou seja, renúncia fiscal é 100% dinheiro público, mas como não existe dinheiro público, pois o estado não gera riqueza nenhuma, só existe, na verdade, dinheiro dos pagadores de impostos, que somos nós! Trata-se de uso do meu dinheiro para financiar uma banda de axé. Em outras palavras, odeio axé e, querendo ou não, financio isso.
Um outro detalhe é que todos pagam, mas só alguns (artistas) usufruem. Além dessa clara distorção do aspecto financeiro, temos um aspecto ainda mais perverso: Hoje, quem define os rumos da cultura brasileira são burocratas, sentados em Brasília, que aprovam esses projetos. Eles escolhem os projetos que eles acreditam serem os melhores para nosso desenvolvimento cultural. Só que onde está a minha decisão aqui? Onde está a minha parte nessa decisão, como eu posso influenciar no que farão com meu dinheiro já que sou eu que estou pagando essa conta? Não posso. Simples assim! Tiram o meu dinheiro e ainda decidem por mim o que é melhor para mim mesmo!
Enfim, apesar de a primeira vista, parecer algo benévolo e complacente em busca do bem comum e desenvolvimento da sociedade como um todo, através dessas medidas de incentivos ao bem-estar de terceiros, o governo busca impor a quem devo dar meu dinheiro (ou dou pro estado ou para as instituições amigas do governo, onde existe grande probabilidade de ser mal gerido de qualquer forma), inibe a liberdade do indivíduo de tomar decisões sobre o seu ganho, e propõe gerar – ou não – o bem-estar de terceiros ineficientemente.
O ESFORÇO DO INDIVÍDUO ISOLADO PARA MELHORAR O BEM-ESTAR DE TERCEIROS XERCE UM IMPACTO NÃO SIGNIFICATIVO SOBRE A POBREZA. ESSA CONSTATAÇÃO DESESTIMULA A AÇÃO FILANTRÓPICA INDIVIDUAL? ESTIMULA A AÇÕA ANTIPOBREZA GOVERNAMENTAL?
Juan Rallo (é diretor do Instituto Juan de Mariana e professor associado de economia aplicada na Universidad Rey Juan Carlos, em Madri. É autor do livro Los Errores de La Vieja Economía) define filantropia como o amor pelo gênero humano, e que filantropia é lutar pacificamente para transformar a sociedade em um lugar melhor para se viver.
São muitos aqueles que, incorretamente, acreditam que esse amor ao gênero humano é incompatível com o individualismo. De acordo com essa visão de mundo, o interesse pessoal sempre estará em desacordo com o bem comum, de modo que é impossível uma pessoa levar em consideração o bem comum se ela estiver pensando apenas em seu benefício próprio.
Entendo que, afirmar que a ação do indivíduo em promover o bem-estar de terceiros é insignificante, seja equivocada, visto que numa outra perspectiva, apenas o indivíduo é capaz de gerar o bem-estar. De acordo, com o texto proposto, as variáveis do bem-estar necessitam da iniciativa do próprio indivíduo para existir. Não existiria consumo privado de mercadorias e serviços sem a iniciativa do indivíduo para produzir este bem e/ou serviço; nem também existiria a acumulação de ativos sem o interesse dos indivíduos de acumular riquezas;nem o lazer seria possível sem que houvesse primeiramente o acúmulo de ativos ou aumento da renda dos indivíduos e a iniciativa de indivíduos na indústria de lazer e turismo; muito menos existiria consumo de mercadorias e serviços provisionados pelos governos, se não houvessem indivíduos dispostos a financiar a máquina estatal; e fatores intangíveis que são criados pelo próprio indivíduo.
A esse respeito, é comum responder dizendo que muitos indivíduo são, acima de tudo, pessoas de carne e osso como nós, também preocupados com o bem-estar de seus semelhantes, o que pode ser percebido quando direcionam uma parte de seus lucros para a ajuda dos mais favorecidos: esse seria o caso de Bill Gates, que, por meio da Fundação Gates, já destinou 28 bilhões de dólares a atividades caritativas; ou de Warren Buffett, que se comprometeu a entregar 99% de sua fortuna (aproximadamente 73 bilhões de dólares) à filantropia (em grande parte à própria Fundação Gates). 
Durante muito tempo, o estado sempre quis monopolizar as ideias e as práticas de "bem comum" e de "interesse coletivo". Nessa lógica, se somente os estados poderiam se preocupar com o bem-estar de todas as pessoas, então a onipresente coerção que tais estados infligem sobre os cidadãos estaria justificada e qualquer oposição aos desmandos do estado seria motivada puramente por interesses egoístas, sectários e antissociais. Mas o que se vê são estados não obstante em suas recorrentes guerras, suas anti-humanitárias barreiras à migração, sua destruição do poder de compra da moeda, seu sistemático controle bovino da população, ou sua captura e aparelhamento por grupos de interesses e lobistas, que em nada elevam o bem-estar da sociedade ou extingue a pobreza.
No entanto, tão logo nos damos conta de que todos podem almejar o bem comum de uma sociedade atuando desde os mais variados e heterogêneos âmbitos de sua rotina diária, então o intervencionismo estatal deixa de ser justificável.
Não há motivos por que políticos e burocratas devem controlar a vida das pessoas e deter o monopólio do "bem-estar". A maior ajuda que eles podem oferecer à humanidade é abolindo barreiras burocráticas e tributárias que impedem que cada indivíduo realize neste mundo sua particular concepção de bem comum.

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