Aula 6 Construção do ninha das abelhas

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10/09/2014
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Prof. GIL IGNACIO LARA CANIZARES
Universidade do Estado de Santa Catarina
Centro de Ciências Agroveterinárias – CAV
Lages - SC
� Após a enxameação (processo de reprodução da colônia) as abelhas
procuram um local novo para nidificar - construção do ninho.
� O apicultor aproveita o momento em que a colônia começa a ficar forte
(aumento da população) para aumentar seu apiário (divisão das
populações) e, assim, evitar a enxameação.
� As colônias enxameiam geralmente na primavera, quando a colmeia
tem excesso de operárias e está superpovoada.
� Nessa hora, uma grande massa de operárias, juntamente com a rainha,
deixam o ninho e formam um agrupamento pendente de um galho ou
um arbusto
1. ARQUITETURA DO NINHO DAS ABELHAS - Apis mellifera
o As abelhas saem em enxame para multiplicação das colônias. A velha rainha deixa
o ninho com parte da colmeia.
ARQUITETURA DO NINHO DAS ABELHAS
� As operarias (batedoras) têm que achar, o mais breve possível, um
novo local para nidificar, antes que as abelhas consumam o mel trazido
em suas vesículas melíferas.
� São as batedoras que deixam o agrupamento em busca de um novo
local adequado para morar. Este processo de seleção do local pode
demorar de algumas horas até uma semana ou mais (geralmente,
demoras 1 a 2 dias).
ARQUITETURA DO NINHO DAS ABELHAS
Figura. Danças típicas das batedoras indicando a distância e a direção do local de
nidificação. Cada seta representa uma dança para um possível local.
1.1. Ninhos naturais das abelhas
� As características que determinam o local de nidificação:
- Distância da colmeia-mãe que em média é de 500 a 600 m (Winston,
2003).
- Volumem da cavidade (ninho), a qual deve ter o espaço suficiente para
armazenar o mel necessário para sobreviver durante o inverno.
� - Tamanho da entrada → entradas naturais de 10 a 20 cm2
- Posição da entrada → entrada localizada na parte inferior do ninho
- Orientação da entrada → cavidades voltadas para o sol
- Forma da cavidade → ninhos geralmente compridos
Volume médio do ninho
40 dm3 (20 a 100 dm3)
� Outras características:
- Altura acima do solo → 3 m.
- Exposição e visibilidade → caixas-isca
mais visíveis são preferidas pelos
enxames.
NINHOS NATURAIS DAS ABELHAS
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� A construção de favos é rápida e essencial para o desenvolvimento de
cria na colônia, produção de mel e armazenamento de pólen.
� 45 dias depois da entrada do enxame no ninho natural 90% dos favos de
uma colônia estará construído.
1.2. Construções de favos
� O favo consiste em um arranjo regular de alvéolos hexagonais, montado
fundo contra fundo e organizado numa forma paralela
� Existem dois tipos de alvéolos hexagonais:
- alvéolos para operárias (menor)
- alvéolos para zangões (maior)
� Um terceiro tipo de célula (pendurada as bordas dos favos, alongada e
cônica) → destinada para criar rainha.
CONSTRUÇÕES DE FAVOS
� As formas dos alvéolos hexagonais mostram as vantagens em relação
a maximizar a área por unidade de volume. Os outros formatos,
redondos, octogonais ou pentagonais, deixam espaços vazios entre
eles e formatos triangulares ou quadrados têm perímetro maior.
Hexágono
Triângulo
Quadrado
� Na construção dos favos as operarias se agarram pelas patas
formando um agrupamento denso para manter a temperatura em torno
de 35º , que é a ideal para a secreção e manipulação da cera.
As abelhas formam correntes vivas onde são construídos os favos ou
reparados favos defeituosos.
CONSTRUÇÕES DE FAVOS
� As escamas de cera são
capturadas com as pontas das
patas traseiras e passadas para
frente para serem manipuladas
pela mandíbulas e patas
dianteiras.
� As operarias desenvolvem
suas glândulas de ceras (12 a
18º dia) sobre quatro pares de
espelhos localizados no
abdome.
� Quando a cera é expedida
para o exterior do corpo da
abelha, ela se transforma em
escamas muito finas e
pequenas.
CONSTRUÇÕES DE FAVOS
� Na região mandibular, as escamas são misturada com saliva e
secreções da glândula mandibular, e amassada até atingir a
consistência e plasticidade adequada para a construção dos alvéolos.
Manipulação da cera e construção
do alvéolo
CONSTRUÇÕES DE FAVOS
• Nesta operação, uma operária necessita de quatro minutos por escama
para ser processada.
• 8000 células são produzidas de 100 g de cera, e para isso são
necessárias cerca de 125.000 escamas de cera.
� Os alvéolos são construídos horizontalmente com inclinação de 13º, em
relação à base, para impedir que o mel escorra.
� As abelhas podem construir alvéolos fundo-a-fundo, maximizando ainda
mais o número de célula por unidade de área lateral.
� Diâmetro dos alvéolos de abelhas da raça italiana (A. m. Ligústica) e
outras raças europeia:
- alvéolos de operária → 5,2 a 5,4 mm de diâmetro ou 857 células/dm2
- alvéolos de zangão → 6,2 a 6,4 mm de diâmetro ou 520 células/dm2
Construção fundo-a-fundo e inclinação dos alvéolos
CONSTRUÇÕES DE FAVOS
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CONSTRUÇÕES DE FAVOS
� As propriedades físicas da cera e a capacidade das abelhas de elevarem
a temperatura do seu corpo acima de 40ºC constituem a base para a
construção dos favos geometricamente precisos.
� As abelhas usam seu próprio corpo como molde (a) e constroem tubos
cilíndricos alisados ao redor de si.
� As células cilíndricas assumem sua forma hexagonal quando as abelhas
elevam a temperatura da cera para 37 a 40ºC (b).
� Com a cera aquecida (propriedade física), e devido à tensão mecânica e
interna das paredes, ocorre um fenômeno que se observa quando se
coloca em contato duas bolhas de sabão, onde a parede em comum
entre as bolhas torna-se plana.
CONSTRUÇÕES DE FAVOS
Detalhe geométrico de um favo de
abelha
Favos construídos livremente
pendurados na vertical e que se dispõem
paralelamente entre si.
� A precisão e resistência do favo são notáveis:
- espessura da parede do alvéolo → 0,073±0,002 mm;
- ângulo entre paredes de alvéolos adjacentes → 120º
� 1 kg de cera (construção do favo) → suporta 22 kg de mel estocado.
CONSTRUÇÕES DE FAVOS
A cera é composta por diversas substância, todas obtidas do mel que as
abelhas consume e é secretada pelas glândulas cerígenas localizada na
parte inferir do abdome. Possui as seguintes características:
� Densidade → 0,960 a 0,972
� Ponto de fusão → 61 a 65 ºC.
� Coloração varável → do branco, amarelo ao escuro pela contaminação
com pólen e própolis.
� Um enxame novo precisa investir a energia de 7,5 kg de mel para
produzir 1.200 g de cera, com as quais, as abelhas constroem em torno
de 100.000 células, o que corresponde a um ninho médio.
� A média de produção de cera corresponde a 2% da produção normal de
mel.
CONSTRUÇÕES DE FAVOS
� Além da cera, as abelhas também usam resinas vegetais na construção
do ninho (própolis ou cola de abelha).
� A própolis é coletada pelas operárias em plantas secretoras de resinas e
são levadas ao ninho nas curbículas.
� A própolis é usada para fechar buracos, frestas do ninho, revestir a
cavidade interna do ninho (isolante), fortalecer a base do favo, etc.
1.3. NINHOS ARTIFICIAIS DAS ABELHAS
� As colmeias artificiais que existem na atualidade foram inspiradas nas
características dos ninhos naturais.
� Antes de 1850, as abelhas eram mantidas em todo tipo de materiais
(madeira, cerâmica, tecido) e o manejo das abelhas era de características
extrativista.
� A APICULTURA moderna começou a partir de 1851 com o pastor
americano Lorenzo Lorain Langstroth que descobriu o esposo abelha
(9,53mm) e desenvolveu, a partir do estudo do comportamento das
abelhas, sua própria colmeia recebemdo a patente para a fabricação em
1852.
� Paralelamente foram desenvolvidas formas para produzir cera laminada
e a centrífuga extratora de mel.
� Na estrutura dos favos, a prole é criada nas partes centrais dos mesmos,de forma a facilitar o controle de temperatura pelas operárias. 
� A cria, frequentemente, ocupa o centro dos favos, nos cantos inferiores e 
superiores são usados para estocagem de alimento, facilitando o 
trabalho das abelhas nutrizes.
NINHOS ARTIFICIAIS DAS ABELHAS