1 | Projeto Medicina – www.projetomedicina.com.br Exercícios com Gabarito de Português Conotação e Denotação 1) (ENEM-2002) Comer com as mãos era um hábito comum na Europa, no século XVI. A técnica empregada pelo índio no Brasil e por um português de Portugal era, aliás, a mesma: apanhavam o alimento com três dedos da mão direita (polegar, indicador e médio) e atiravam-no para dentro da boca. Um viajante europeu de nome Freireyss, de passagem pelo Rio de Janeiro, já no século XIX, conta como “nas casas das roças despejam-se simplesmente alguns pratos de farinha sobre a mesa ou num balainho, donde cada um se serve com os dedos, arremessando, com um movimento rápido, a farinha na boca, sem que a mínima parcela caia para fora”. Outros viajantes oitocentistas, como John Luccock, Carl Seidler, Tollenare e Maria Graham descrevem esse hábito em todo o Brasil e entre todas as classes sociais. Mas para Saint-Hilaire, os brasileiros“lançam a [farinha de mandioca] à boca com uma destreza adquirida, na origem, dos indígenas, e que ao europeu muito custa imitar”. Aluísio de Azevedo, em seu romance Girândola de amores (1882), descreve com realismo os hábitos de uma senhora abastada que só saboreava a moqueca de peixe “sem talher, à mão”. Dentre as palavras listadas abaixo, assinale a que traduz o elemento comum às descrições das práticas alimentares dos brasileiros feitas pelos diferentes autores do século XIX citados no texto. a) Regionalismo (caráter da literatura que se baseia em costumes e tradições regionais). b) Intolerância (não-admissão de opiniões diversas das suas em questões sociais, políticas ou religiosas). c) Exotismo (caráter ou qualidade daquilo que não é indígena; estrangeiro; excêntrico, extravagante). d) Racismo (doutrina que sustenta a superioridade de certas raças sobre outras). e) Sincretismo (fusão de elementos culturais diversos, ou de culturas distintas ou de diferentes sistemas sociais). 2) (ENEM-2003) O humor presente na tirinha decorre principalmente do fato de a personagem Mafalda a) atribuir, no primeiro quadrinho, poder ilimitado ao dedo indicador. b) considerar seu dedo indicador tão importante quanto o dos patrões. c) atribuir, no primeiro e no último quadrinhos, um mesmo sentido ao vocábulo “indicador”. d) usar corretamente a expressão “indicador de desemprego”, mesmo sendo criança. e) atribuir, no último quadrinho, fama exagerada ao dedo indicador dos patrões. 3) (ENEM-2001) Nas conversas diárias, utiliza-se freqüentemente a palavra “próprio” e ela se ajusta a várias situações. Leia os exemplos de diálogos: I - A Vera se veste diferente! - É mesmo, é que ela tem um estilo próprio. II - A Lena já viu esse filme uma dezena de vezes! Eu não consigo ver o que ele tem de tão maravilhoso assim. - É que ele é próprio para adolescente. III - Dora, o que eu faço? Ando tão preocupada com o Fabinho! Meu filho está impossível! - Relaxa, Tânia! É próprio da idade. Com o tempo, ele se acomoda. Nas ocorrências I, II e III, “próprio” é sinônimo de, respectivamente, a) adequado, particular, típico. b) peculiar, adequado, característico. c) conveniente, adequado, particular. d) adequado, exclusivo, conveniente. e) peculiar, exclusivo, característico. 4) (ENEM-2005) O termo (ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio, denotativo ocorre em a) “(....) É de laço e de nó De gibeira o jiló Dessa vida, cumprida a sol (....)” (Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. setembro de 1992.) b) “Protegendo os inocentes é que Deus, sábio demais, põe cenários diferentes nas impressões digitais.” (Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.) c) “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngües são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.” 2 | Projeto Medicina – www.projetomedicina.com.br (Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743, 1974 Supl.) d) e) “Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.” (Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br <http://www.mercadolivre.com.br>. acessado em julho de 2005.) 5) (ENEM-2005) O termo (ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio, denotativo ocorre em a) “(....) É de laço e de nó De gibeira o jiló Dessa vida, cumprida a sol (....)” (Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. setembro de 1992.) b) “Protegendo os inocentes é que Deus, sábio demais, põe cenários diferentes nas impressões digitais.” (Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.) c) “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngües são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.” (Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743, 1974 Supl.) d) e) “Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.” (Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br <http://www.mercadolivre.com.br>. acessado em julho de 2005.) 6) (Enem Cancelado-2009) Texto l No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra [...] ANDRADE, C. D. Reunião Rio de Janeiro: José Olympio, 1971 (fragmento). Texto II As lavadeiras de Mossoró, cada uma tem sua pedra no rio: cada pedra é herança de família, passando de mãe a filha, de filha a neta, como vão passando as águas no tempo [...]. Alavadei rã e a pedra formam um ente especial, que se divide e se reúne ao sabor do trabalho. Se a mulher entoa uma canção, percebe-se que nova pedra a acompanha em surdina... [...] ANDRADE, C. D. Contos sem propósito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, Caderno B, 17/7/1979 (fragmento). Com base na leitura dos textos, é possível estabelecer uma relação entre forma e conteúdo da palavra "pedra", por meio da qual se observa a) o emprego, em ambos os textos, do sentido conotativo da palavra "pedra". b) a identidade de significação, já que nos dois textos, "pedra" significa empecilho. c) a personificação de "pedra" que, em ambos os textos, adquire características animadas. d) o predomínio, no primeiro texto, do sentido denotativo de "pedra" como matéria mineral sólida e dura. e) a utilização, no segundo texto, do significado de "pedra" como dificuldade materializada por um objeto. 3 | Projeto Medicina – www.projetomedicina.com.br 7) (Faap-1997) Quando Pedro I lança aos ecos o seu grito histórico e o país desperta esturvinhado à crise de uma mudança de dono, o caboclo ergue-se, espia e acocora-se, de novo. Pelo 13 de maio, mal esvoaça o florido decreto da Princesa e o negro exausto larga num uf! o cabo da enxada, o caboclo olha, coça a cabeça, imagina e deixa que do velho mundo venha quem nele pegue de novo. A 15 de novembro troca-se um trono vitalício pela cadeira quadrienal. O país bestifica-se ante o inopinado da mudança. O caboclo não dá pela coisa. Vem Floriano: estouram as granadas de Custódio; Gumercindo bate às portas de Roma; Incitatus derranca o país. O caboclo continua de cócoras, a modorrar... Nada o desperta. Nenhuma ferretoada o põe de pé. Social, como individualmente, em todos os atos da vida, Jeca antes de agir, acocora-se.