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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE PESSOAS A INFLUÊNCIA DO RH NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ARTIGO CIENTÍFICO MEIRE HELEN DA SILVA MARQUES GOIÂNIA, GO 2009 2 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE PESSOAS MEIRE HELEN DA SILVA MARQUES A INFLUÊNCIA DO RH NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Artigo científico apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Especialização em Gestão de Pessoas da Universidade Católica de Goiás. Supervisora: Silvana Brito Arrais Dias, Dra. GOIÂNIA, GO 2009 ii 3 INTRODUÇÃO Planejar faz parte de um processo que tem como objetivo estabelecer um caminho que será seguido pelos colaboradores durante a execução de um projeto. Consequentemente, outros indicadores tais como organização, direção e controle serão agregados, seguindo uma sucessão de etapas e alocando os recursos necessários para que se obtenha o resultado esperado, dentro do prazo que foi estipulado. Toda organização precisa de um modelo estratégico que impulsiona o desenvolvimento, a competitividade e garante a prosperidade da organização de forma sustentável e contínua. Para o RH esse é o grande desafio, saber gerir pessoas sem deixar de lado a mensuração estratégica dos resultados. Uma organização para ser competitiva no mercado, precisa de um planejamento estratégico. Para que esse planejamento realmente aconteça é necessário que as estratégias traçadas pela direção sejam apoiadas por toda a organização, isso inclui a área de Recursos Humanos, conhecida por suas atividades rotineiras. A área entra em cena como um apoio essencial nas organizações. Conseguir aliar atividades administrativas rotineiras, legislação trabalhista e planejamento estratégico para o capital humano organizacional é o grande desafio. Partindo-se da premissa de que num mundo globalizado e competitivo, a organização empresarial deve se comprometer com a excelência de seu negócio, faz se necessária à implementação de uma gestão voltada para a estratégia. Para que os recursos humanos consigam se estabelecer nas organizações como uma área estratégica, conceitos e atitudes deverão ser criados pelo profissional que atua nessa área. O perfil do executivo de RH deverá estar voltado totalmente para o planejamento estratégico, e com uma visão de um todo da organização. Unir recursos humanos as outras áreas, para saber a real necessidade da empresa para depois saber planejar as ações essenciais quanto ao capital humano. E para se antecipar às necessidades e às mudanças impostas pelo mercado, as organizações estão procurando profissionais que entendam essa dinâmica empresarial, para direcionar suas ações de maneira estratégica, visando melhores 4 resultados e continuar na disputa pela liderança do setor a qual está inserida. E o planejamento estratégico é uma competência que faz parte do perfil deste profissional; claro que agregado a este, temos várias outras que são fundamentais para que sua atuação seja bem sucedida e para que o desempenho deste colaborador seja excelente. Esse gestor terá que pensar estrategicamente e de forma sistêmica, de modo que possa tomar uma decisão eficaz e escolher a melhor alternativa de direção do seu negócio. E para auxiliar neste processo, é de suma importância que se utilize do planejamento estratégico, buscando sair de uma situação atual para se chegar numa situação desejada. Terá que definir as metas a serem alcançadas; elaborar o plano de ação; alocar os recursos para execução do projeto, acompanhar as etapas e controlar o andamento das mesmas, para que possam ser corrigidas possíveis falhas durante a execução das atividades. Com isso, a organização terá uma grande chance de obter um resultado favorável. Saber onde a empresa quer chegar e traçar os objetivos a serem alcançados é o papel desse profissional de RH, pois é ele quem vai escolher o melhor caminho a ser seguido pelos colaboradores. No entanto, para que isso seja possível, é fundamental que tenha um bom conhecimento do negócio da organização, do segmento onde atua, tem que ter competência para planejar estrategicamente suas ações, para que aproveite as oportunidades que possam surgir no cenário. Só assim, terá condições de conquistar o sucesso empresarial. O RH não é apenas mais um órgão ou área, que trabalha isoladamente na empresa. O desafio agora é fazer a diferença, ser parte integrante do negócio das organizações e prestar consultoria aos gestores e funcionários. Ou seja, estar atento às estratégias das organizações e gerenciar o capital humano. Essa excelência só é possível através de uma administração eficaz dos recursos humanos, ou seja, através de uma gestão que se comprometa com o desenvolvimento de pessoas na organização, objetivando a ampliação constante e contínua da capacidade de produzir resultados. 5 Novos desafios é o que o RH terá hoje estando ligado à direção da empresa, deixar de lado a visão burocrática e mecânica é essencial. Auxiliar no planejamento estratégico das organizações é mais que necessário para a manutenção do RH nas empresas. Entende-se como administração estratégica de recursos humanos a gestão que privilegia como objetivo fundamental, através de suas intervenções, a otimização dos resultados finais da empresa e da qualidade dos talentos que a compõem. Marras (2000, p. 253). Muitos recursos humanos são conhecidos usualmente como executores de atividades rotineiras, hoje se busca apresentar uma visão diferenciada para o RH. Este artigo vem apresentar aos gestores a importância que o RH tem no planejamento estratégico de uma organização. Na introdução do artigo ressaltamos que a proposta é mostrar aos profissionais goianos sobre a postura diferenciada que os RHs devem possuir na execução de suas atividades diárias e a necessidade de uma ferramenta de gestão que possa ser utilizada no planejamento organizacional e pelos gestores de RH na execução de atividades relacionadas aos recursos humanos. Este estudo faz o alerta para a necessidade que os profissionais de RH terão, cada vez mais, de criar sistemas de medidas contribuindo para o alcance dos objetivos estratégicos das empresas. Buscando falar a linguagem que os colaboradores entendam e fazendo a ligação entre os vários resultados almejados pela direção da empresa. O estudo foi elaborado com a seguinte estrutura: síntese da fundamentação teórica com ênfase na influência do RH no planejamento estratégico das empresas; descrição da metodologia empregada; apresentação e discussão dos dados coletados. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O papel dos recursos humanos é de orientar e apoiar os gerentes e prestar-lhes serviços, mas a cada gerente cabe a administração dos recursos humanos da 6 empresa. “A ele cabe não só o apoio, a orientação e a prestação de serviços centralizados, como também a sensibilização dos gerentes para a importância da equipe nos resultados” (LACOMBE, 2005, P. 20). Um diálogo constante dentro da empresa é fundamental para o RH. Segundo Lacombe (2005, p. 20): É por meio do diálogo baseado no conhecimento do negócio que se torna possível orientar e “educar” os chefes de linha responsáveis pelos resultados finais e mostrar-lhesa melhor maneira de administrar os recursos humanos de forma a agregar valor para os clientes. O Recursos humanos deverá também estar atento às estratégias organizacionais e os chefes devem ter conhecimento do que é uma estratégia, para que serve e como deve ser utilizada. Conforme Aurélio (2001, p.297) estratégia significa arte militar de planejar e executar movimento e operações de tropas, navios e/ou aviões para alcançar ou manter posições relativas e potenciais bélicos favoráveis a futuras ações táticas. Pode também significar arte de aplicar os meios disponíveis ou explorar condições favoráveis com vista a objetivos específicos. Ou seja, aproveitar as oportunidades que possivelmente podem aparecer quando se tem uma excelente estratégia. De acordo com Oliveira (2005, p. 22) a finalidade das estratégias empresariais é estabelecer quais serão os caminhos, os cursos, os programas de ação que devem ser seguidos para alcançar os objetivos ou resultados estabelecidos pela empresa. Stoner e Feeman (1994, p. 140) afirmam os objetivos e estratégias existentes na organização também proporcionam um arcabouço para analisar os seus recursos. Essa análise é necessária para identificar as vantagens e desvantagens competitivas da organização, suas forças e suas fraquezas em relação aos seus competidores atuais e futuros. O planejamento estratégico deve indicar os rumos do negócio e seu propósito será influenciar os ambientes externo e interno, a fim de assegurar o desenvolvimento da empresa de acordo com o cenário. “Seu ponto de partida é o diagnóstico da 7 organização, dos seus pontos fortes e fracos e das ameaças e oportunidades existentes” (LACOMBE,2005, P. 29). Isso significa repensar ou inverter as ações estratégicas de RH não só sob a visão das pessoas em si, mas também as oportunidades existentes no negócio. Para Almeida (2003, p. 14): As técnicas de Planejamento Estratégico não vão indicar um milagre, mas apenas mostrar como estruturar as ações, para que sejam dirigidas para o resultado. Observa-se que o Planejamento Estratégico não irá indicar como administrar o dia-a-dia do trabalho, mas ajudará o profissional a organizar suas idéias e a redirecionar suas atividades. Após aprovação do cenário, monta-se o planejamento estratégico que deve, acima de tudo, atingir o cenário desejado. É fundamental definir ações certas para se chegar onde foi planejado e desejado pela empresa. Para Lacombe (2005, p. 28): O planejamento estratégico refere-se ao planejamento sistêmico das metas de longo prazo e dos meios disponíveis para alcançá-las, ou seja, aos elementos estruturais mais importantes da empresa e à sua área de atuação, considerando não só os aspectos internos, mas também e principalmente o ambiente externo no qual ela está inserida. O planejamento estratégico de uma empresa inicia-se no topo da hierarquia, sendo necessário uma sintonia com a realidade em que a organização está inserida. E para realização de um planejamento estratégico bem feito para Lacombe (2005, p. 209) “o ponto de partida é o diagnóstico da organização, dos seus pontos fortes e fracos e das ameaças e oportunidades existentes”. Para que o planejamento estratégico seja colocado em prática, todos os responsáveis das áreas da empresa devem estar envolvidos no processo de implementação e comprometidos com a execução das atividades. Para Lacombe (2005, p. 30) “o conceito de planejamento estratégico está intimamente vinculado aos de eficácia, isto é, fazer aquilo que precisa ser feito para atingir resultados”. As organizações atuais valorizam o trabalho em equipe sobre o individualismo. Isto requer profissionais com forte base generalista para poder dialogar com outras 8 especialidades, tendo condições de contribuir eficazmente para os trabalhos de suas equipes. Desenvolver competências é um grande desafio, mas desafio maior será adequá-las às necessidades do negócio. É fundamental aprender a identificar e medir resultados que, de fato, possam adicionar valor à organização. Para Megginson e Mosley (1998, p. 283) planejamento de recursos humanos inclui todas as atividades necessárias à obtenção dos tipos e números adequados de empregados para atingir os objetivos da organização. O planejamento dos recursos humanos deve ser parte integrante desse planejamento da empresa, e o plano de RH apresentará tudo que é necessário para que se atinjam os objetivos estratégicos da empresa. Stoner e Feeman (1994, p. 276) afirmam: O planejamento de recursos humanos, projetado para assegurar que as necessidades de pessoal sejam constante e adequadamente atendidas, é realizado através da análise de fatores internos, como necessidade de qualificações, vagas, expansão e redução departamentais atuais ou esperadas e fatores no ambiente externo, como o mercado de mão-de-obra. Uma gestão estratégica de RH é responsável pela elaboração de planejamento e de políticas que visem, fundamentalmente, provocar mudanças favoráveis nos resultados da empresa, utilizando como diferencial os recursos humanos disponíveis. Segundo Lacombe (2005, p. 28) “o planejamento dos recursos humanos tem de ser elaborado como parte do planejamento estratégico da empresa” sendo assim, o RH antes de planejar suas ações terá como embasamento as ações do planejamento estratégico de sua organização. As atividades de planejamento estratégico de RH têm assumido, cada vez mais, uma posição de destaque em relação aos desafios do negócio e à estratégia das organizações, pois a forma com que as empresas direcionarão seus recursos humanos será sempre o fator diferenciador em termos dos resultados obtidos. 9 Lacombe (2005) afirma “as políticas, práticas e decisões de recursos humanos devem ser coerentes entre si, além de estarem consistentes com o planejamento global da empresa”, ou seja, vender um plano de RH sem enquadrá-lo no planejamento estratégico da empresa é praticamente impossível uma previsão de retorno para a organização. A provável tendência das organizações é manter uma pequena estrutura de RH, de alto nível, com grande domínio das áreas e do conhecimento do negócio, para prestar auxílio rápido e ágil para os chefes e gerentes. “A área de recursos humanos terá de participar intensamente na formulação e na implementação das estratégias da empresa” (LACOMBE, 2005, P. 21). É sempre um grande desafio estabelecer, mensurar e avaliar indicadores que possam refletir os resultados gerados pelas atividades de recursos humanos para as empresas. Quando estrutura-se uma organização precisa-se definir os recursos e as estratégias necessárias para garantir o sucesso do negócio. A dificuldade de demonstrar resultados na área de recursos humanos está intimamente relacionada à objetividade e à asserção definidas com base na estratégia de RH escolhida para ser aplicada à organização, ou seja, quanto mais o foco de atividades e programas estiver direcionado de maneira correta para a performance do negócio, mais claras serão as formas de mensuração e de identificação dos resultados. O grande desafio será preparar os profissionais de RH para fazer parte das estratégias da organização, assumindo um papel estratégico e de vanguarda em relação aos interesses das empresas, adicionando valor à organização por meio de ações integradas que possam atender às expectativas dos seus recursos humanos e do negócio, e construindo competências que possam suportar, otimizar e canalizar esforços para a superação de novos desafios organizacionais. A administração estratégica de recursos humanos é vista como a gestão que deve ter ligação estreita com o planejamentoestratégico organizacional, proporcionando 10 mudanças de paradigmas que modifiquem substancialmente os resultados e a cultura organizacionais. A fase estratégica da gestão de recursos humanos foi demarcada pela introdução dos primeiros programas de planejamento estratégico atrelados ao planejamento estratégico central das organizações. Nessa fase surgiram as primeiras preocupações de longo prazo, iniciando uma nova versão da gestão do RH, uma posição mais gerencial, passando a ser reconhecida pela diretoria, em nível estratégico nas organizações. Na administração estratégica, estabelece-se que todas as áreas da empresa procurem a eficácia da organização. Para que isto aconteça, é necessário que a estratégia esteja presente em todas as áreas e não com os diretores ou em apenas algumas áreas operacionais, mas também nas áreas conhecidas como apoio que é o caso do RH. A área de RH tem uma particularidade que a distingue das outras. Ela não só trata da estratégia da empresa quanto ao envolvimento das pessoas, como também da estratégia para o atendimento das suas próprias necessidades. Uma vez estabelecidos os objetivos e as estratégias para alcançá-los o papel do RH é fundamental para implementação do que foi planejado. Para isso, é importante o estabelecimento de políticas de promoção e avaliação, de acordo com as estratégicas organizacionais, pois como a organização é um conjunto de pessoas que trabalham para atender as suas necessidades, é importante também que os interesses dessas pessoas estejam voltados para os objetivos organizacionais. A área de recursos humanos auxilia na implantação de ferramentas estratégicas para a gestão do capital humano, desenvolve novos programas, processos e atividades de RH, buscando, com isto, melhorar o desempenho e a performance de seus colaboradores. Conhecido mundialmente em 1990, o Balanced Scorecard1 complementa as medidas e os objetivos que derivam da visão e estratégia da empresa. As principais 1 Sistema de Medição de Estratégias. 11 perspectivas focalizadas são: financeira, do cliente, dos processos internos e de aprendizado e crescimento. O Balanced Scorecard é o núcleo de um modelo de gestão da estratégia. Inicialmente, o modelo foi tomado como um sistema de medição do desempenho empresarial, ou mais simplesmente, como um conjunto de indicadores de desempenho. No entanto, sua utilização revelou seu potencial que talvez não havia sido identificado. O BSC mostrou-se como um sistema gerencial eficaz que possibilita a implementação de estratégia, mantendo-a como referencial central no gerenciamento das empresas. O Balanced Scorecard destaca os processos mais críticos para obtenção de um desempenho superior para os clientes e acionistas. Em geral, essa identificação revela processos internos totalmente novos nos quais a organização deve buscar a excelência para que sua estratégia seja bem-sucedida. (KAPLAN e NORTON, 1997, p.11). O Balanced Scorecard preenche uma lacuna existente nos sistemas gerenciais atualmente utilizados, a falta de um processo sistemático para implementar e obter feedback sobre a estratégia. O Scorecard assegura que a organização fique alinhada e focalizada na implementação da estratégia de longo prazo. Os processos-chave para que o Balanced Scorecard aconteça em uma organização, segundo (KAPLAN e NORTON, 1997, p.304) são: • Esclarecimento e atualização da estratégia. • Comunicação da estratégia a toda a organização. • Alinhamento das metas de departamento e indivíduos à estratégia. • Identificação e alinhamento das iniciativas estratégicas. • Associação dos objetivos estratégicos com as metas de longo prazo e os orçamentos anuais. • Alinhamento das revisões estratégicas e operacionais. • Obtenção de feedback para fins de conhecimento e aperfeiçoamento da estratégia. 12 O Scorecard passou de uma tentativa de aperfeiçoar os sistemas de medição de desempenho e acabou ajudando a solucionar os problemas de muitos executivos. Além de produzir e desenvolver um roteiro organizacional que viabilize a sua visão, o processo de desenvolvimento do Scorecard capta a energia e o comprometimento de toda a equipe (KAPLAN e NORTON, 1997, p.305). Portanto, não só o alto escalão das empresas é beneficiado por essa ferramenta mas toda organização, inclusive a área de RH. Percebe-se que é necessário um maior conhecimento dos responsáveis ou gestores de RH para o Balanced Scorecard para que se consiga orientar as pessoas e fazer a medição dos resultados da empresa. Alcançar grandes resultados financeiros e desenvolver pessoas capazes de entender a importância disso é um desafio para o gestor de RH. O Balanced Scorecard vêm para dar esse suporte para os RHs para que consiga andar lado a lado com as estratégias organizacionais. O sistema permite comparar o desempenho de um negócio ou atividade com outro, local, nacional ou internacionalmente. A intenção é balancear medidas financeiras e não financeiras, identificar os fatores críticos de sucesso, administrar pessoas identificando o que é vital, envolvendo-as e ligando-as a objetivos estratégicos de modo que possa entender que suas ações devem ser direcionadas construir uma companhia de sucesso. Fica, assim, evidente o papel fundamental desempenhado pela área de Recursos Humanos, cuja preocupação também é a de orientar e auxiliar os gerentes na gestão da sua equipe, pois o desempenho do seu time, o cumprimento das metas e os resultados da organização, também, dependem da forma como é feito o gerenciamento dos funcionários. Cabe, assim, ao RH preparar e desenvolver as habilidades dos líderes para que estes possam gerir sua equipe de modo eficaz; devendo aplicar os recursos, conceitos e as metodologias para gestão de pessoas, mas, para isto, também é necessário que estes conheçam as suas forças e fraquezas relacionadas à equipe, 13 ou seja, o potencial e o desempenho dos indivíduos. Só assim, poderão orientá-los e direcioná-los, de acordo com a sua competência. METODOLOGIA DE TRABALHO Realizou-se o estudo através da pesquisa exploratória e descritiva. Segundo Gil (2008, p.41) “a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema”. A pesquisa descritiva refere-se ao estabelecimento de relações entre as variáveis e foi utilizada para determinar as características da amostra coletada. A amostra foi coletada em empresas goianas, onde aplicou-se questionário com os responsáveis pela área ou órgão de recursos humanos. Conforme Gil (2008, p. 115) “o questionário constitui o meio mais rápido e barato de obtenção de informações, além de não exigir treinamento de pessoal e garantir o anonimato”. As empresas foram escolhidas aleatoriamente através de contatos pessoais e indicação da orientadora, não sendo determinadas o porte da empresa e o segmento de atuação da empresa selecionada. O contato com os gestores foi realizado através de telefone, inicialmente foi apresentado à proposta do artigo e em seguida verificou-se a disponibilidade de preenchimento do questionário. Sendo assim, foi realizada a aplicação do questionário com um grupo de 20 (vinte) profissionais responsáveis pela área ou órgão de recursos humanos em empresas goianas. A amostra considerou atributos de ordem pessoal (idade, grau de instrução, tempo de empresa e tempo de atuação na área de RH) e organizacional (porte, ramo de atuação e planejamento estratégico e RH). Segundo Gil (2008, p.114) “por questionário entende-se um conjunto de questões que são respondidas por escritopelo pesquisado”. Utilizou-se questionário de 22 (vinte e duas) perguntas fechadas e três perguntas com espaço para justificativas, sendo encaminhado aos responsáveis com um prazo de uma semana para preenchimento e devolução. Os temas abordados no questionário foram: recursos humanos, estratégia, planejamento estratégico e a importância do RH no planejamento da empresa. 14 Chama-se de “coleta de dados” à fase do método de pesquisa, cujo objetivo é obter informações da realidade. A fase seguinte, em continuação a esta, é o processo de analisar e interpretar as informações obtidas e denomina-se “análise e interpretação dos dados” (RUDIO, 2007, p.111). ANÁLISE DOS DADOS Na análise dos dados procurou identificar o perfil do profissional responsável pelos Rhs goianos e evidenciar sobre a influência do RH no planejamento estratégico das empresas. Inicialmente foi avaliado o perfil do profissional que está atuando nos RHs pesquisados, depois tempo que exercem suas atividades na área de RH e suas opiniões sobre planejamento estratégico e qual a influência do RH na sua empresa. De acordo com o gráfico 1, percebe-se que 1 (um) gestor possui entre 18 a 20 anos, 7 (sete) deles possuem entre 21 a 30 anos, 3 (três) entre 30 a 40 anos, 5 (cinco) deles entre 40 a 50 anos e 4 gestores acima de 50 anos. Observou-se que a idade predominante dos gestores na pesquisa foi entre 21 a 30 anos, ou seja, a maioria gestores jovens. Gráfico 1 - Faixa etária dos gestores de RH 1 7 3 5 4 18 a 20 anos 21 a 30 anos 30 a 40 anos 40 a 50 anos acima de 50 anos 15 O gráfico 2 apresenta o nível de escolaridade dos gestores, 6 (seis) deles superior completo, 4 (quatro) possuem superior incompleto e 10 (dez) gestores possuem nível de pós-graduação. Verificou-se que os gestores pesquisados grande maioria procuram qualificação constante. Quanto ao tempo de empresa observou-se no gráfico 3 que dos 20 (vinte) profissionais pesquisados, 9 (nove) deles atuam há mais de um ano na empresa, 5 (cinco) entre dez a doze meses, 3 (três) entre sete a nove meses, 2 (dois) de quatro a seis meses e 1 (um) gestor de um a três meses de tempo na empresa. Observou- Gráfico 2 - Escolaridade dos gestores de RH 0 0 0 6 4 10 Fundamental Completo Médio Completo Médio Incompleto Superior Completo Superior Incompleto Pós-graduação Gráfico 3 - Tempo de empresa dos gestores de RH 1 2 3 5 9 Um a três meses quatro a seis meses sete a nove meses dez a doze meses acima de um ano 16 se que a maioria dos gestores possui acima de um ano de empresa e que precisam ter uma atuação mais efetiva por possuírem já um tempo significativo na empresa. Verificou-se no gráfico 4 que 1 (um) gestor possui de 1 a 3 meses como responsável pelo RH, 2 (dois) deles afirmaram ter de 4 a 6 meses, 3 (três) entre 7 a nove meses, 5 gestores de 10 a 12 meses e 9 (nove) deles exercem acima de um ano como responsável pelo RH da empresa. Observou-se que a maioria dos profissionais possui um período significativo na função de gestor de RH e que sentem a necessidade de melhorias na atuação como gestor. Gráfico 4 - Período que o gestor exerce a função de responsável de RH 1 2 3 5 9 Um a três meses quatro a seis meses sete a nove meses dez a doze meses acima de um ano Gráfico 5 - Porte da empresa 3 8 9 Pequeno Médio Grande 17 Quanto ao gráfico 5 que refere-se ao porte da empresas, 3 ( três) delas, segundo os gestores, são de pequeno porte, 8 (oito) de médio e 9 (nove) de grande porte, podendo, assim, observar que a pesquisa foi realizada em empresas de vários tamanhos, o critério foi definido pelo gestor de acordo com a denominação jurídica da empresa. Quando convidados a refletir sobre o planejamento estratégico da empresa, no gráfico 6 observou-se que 1 (um) gestor considerou adequado e atende as necessidades, 7 (sete) consideram adequado, mas precisa melhorar, 4 (quatro) afirmaram ser inadequado, mas atende as necessidade e 8 (oito) gestores avaliam como inadequado e não atende as necessidades. Verificou-se que o planejamento estratégico das empresas deixa a desejar e não atende as necessidades da organização e dos colaboradores. Gráfico 6 - Planejamento estratégico na sua empresa é 1 7 4 8 adequado e atende as necessidades adequado, mas precisa melhorar inadequado, mas atende as necessidade inadequado e não atende as necessidades 18 No gráfico 7 pode-se observar sobre o conhecimento dos gestores sobre as estratégias da empresa, 3 (três) afirmaram que sempre tomam conhecimento, 9 (nove) algumas vezes e 8 (oito) consideram que tomam conhecimento esporadicamente das estratégias da empresa. Avaliou-se a maioria dos profissionais desconhecem as estratégias da empresa em muitas ocasiões, ficando a cargo da direção essas informações. Constata-se, de acordo com o apresentado no gráfico 8 que 3 (três) profissionais consideram sua atuação suficiente como gestor no planejamento estratégico da Gráfico 7 - O responsável pelo RH tem conhecimento das estratégias da empresa 3 8 0 9 Sempre Algumas vezes Esporadicamente Nunca Gráfico 8 - Considera sua atuação como gestor no planejamento estratégico da empresa 3 10 7 Suficiente Insuficiente Seria interessante se fosse maior 19 empresa, 10 (dez) afirmaram ser insuficiente e 7 (sete) seria interessante se fosse maior. Percebe-se que grande parte dos gestores possui uma atuação insuficiente no planejamento estratégico de suas empresas, o que necessita ser reavaliado considerando a importância das ações de RH como estratégias gerenciais. Quando se refere à existência de alguém do alto nível responsável pelas políticas gerais e pelo plano estratégico da empresa, de acordo com o gráfico 9, 16 (dezesseis) profissionais afirmaram que existe sim um responsável e 4 (quatro) informaram que não existe uma pessoa específica. Observou-se como fator muito positivo que grande parte das empresas possui um representante pelo planejamento estratégico e pelas políticas da empresa. Gráfico 9 - Existe alguém de alto nível responsável pelas políticas gerais e pelo plano estratégico da empresa 16 4 Sim Não Gráfico 10 - As políticas da empresa são repassadas pelos diretores aos gestores 7 4 0 9 Sempre Algumas vezes Esporadicamente Nunca 20 Quando questionados sobre se as políticas da empresa são repassadas pelos diretores aos gestores, 7 (sete) dos respondentes afirmaram que sempre tomam conhecimento das políticas, 9 (nove) profissionais responderam que em algumas vezes são repassadas e 4 (quatro) disseram serem informados esporadicamente das políticas, o que pode ser verificado no gráfico 10. Ao mesmo tempo em que se verificou um fator positivo, a maioria das empresas possuem um responsável pelas políticas gerais, ao mesmo tempo essas informações pode-se perceber não chegam suficientemente sempre a maioria dos gestores. A forma mais utilizada pela empresa para repassar seu plano estratégico, segundo 13 (treze) dos profissionais pesquisados são as reuniões, 3 (três) afirmaram ser por email, 2 (dois) como intranet e 2 (dois) afirmaram que a empresa não utiliza nenhuma forma para repassar seu plano. Observou-se que a reunião ainda é a forma mais utilizada pelas empresas goianas para repassar as estratégias, dando ênfase aqui para as duas empresas que não utilizam nada para repassar essas informações. Gráfico 11- Forma utilizada pelaempresa para repassar seu plano estratégico 3 2 0 2 13 Email Reuniões Intranet Conferências Nenhuma 21 Sobre a freqüência que as estratégias da empresa são repassadas, ver gráfico 12, 7(sete) profissionais consideraram mensalmente e 5 (cinco) anualmente, 4 (quatro) semanalmente, 2 (dois), diariamente e 2 (dois) considerou que não são repassadas com nenhuma freqüência. Verificou-se que, na maioria das empresas as estratégias são repassadas mensalmente, mas infelizmente ainda existe empresa, como foi constatado, nas quais as estratégias não são repassadas pela direção. Observa-se no gráfico 13 que, 12 (doze) dos profissionais afirmaram não possuírem estratégias de RH na empresa e apenas 8 (oito) disseram que possui algum tipo de estratégia. Verificou-se que os RHs pesquisados ainda não possuem uma visão estratégica do Recursos humanos, grande parte deles não estabelecem estratégias, Gráfico 12 - Frequência que as estratégias são repassadas 2 4 7 5 2 Diariamente Semanalmente Mensalmente Anualmente Nenhuma Gráfico 13 - A empresa que trabalha possui estratégias de RH 8 12 Sim Não 22 o que é fundamental ser revisto dada a importância das estratégias de Recursos humanos nos dias atuais. Quando questionados sobre as estratégias de RH, 10 (dez) dos profissionais responderam que são inadequadas e não atendem as necessidades da empresa, 4 (quatro) afirmaram adequadas e atendem as necessidade e outras 4 (quatro) adequadas, mais precisa melhorar e 2 (dois) deles consideram inadequadas, mas atendem as necessidades. Confirmando as informações do gráfico anterior como os RHs não possuem estratégias especificas de RH, segundo os gestores as estratégias foram consideradas totalmente inadequadas e não atendem as necessidades organizacionais pelo fato de não existirem. Gráfico 14- As estratégias de RH da sua empresa são 4 4 2 10 Adequadas e atendem as necessidades Adequadas, mas precisa melhorar Inadequadas, mas atendem as necessidades Inadequadas e não atendem as necessidades 23 No gráfico 15, 11 (onze) dos profissionais afirmaram que as estratégias de RH não são compatíveis com o plano estratégico da empresa, 6 (seis) afirmaram que são totalmente compatíveis, 2 (dois) consideram parcialmente compatíveis e 1 (um) como às vezes é compatível. Avaliou-se que não é visto nos RHs pesquisados essa parceria do RH com o planejamento estratégico da empresa. A partir dos resultados apresentados no gráfico 15, percebe-se que ainda há muito que melhorar os RHs goianos. Gráfico 15 - As estratégias de RH são compatíveis com o plano estratégico da empresa 6 2 1 11 Totalmente compatível Parcialmente compatível Às vezes é compatível Não é compatível Gráfico 16 - A imagem do RH da sua empresa para os colaboradores é 1 6 4 9 Ótimo Bom Regular Ruim 24 Em relação à imagem do RH para os colaboradores, 9 (nove) profissionais responderam que é regular, 6 (seis) que é bom, 4 (quatro) ruim e 1 (um) afirmou ser ótima. Como a maioria dos RHs pesquisados não possui uma postura estratégica em suas empresas, a imagem acaba sendo prejudicada junto aos colaboradores, sendo considerado apenas executor de atividades rotineiras. No gráfico 17 observou-se que 10 (dez) dos profissionais afirmaram serem sempre executores de rotinas trabalhistas, 8 (oito) algumas vezes e 2 (dois) esporadicamente. Os dados confirmam que os profissionais da área de Recursos Humanos são em sua grande maioria apenas executores de atividades rotineiras, preocupados em seguir as obrigações trabalhistas exigidas e deixando de exercer um papel estratégico dentro de suas empresas. Gráfico 17 - O RH é apenas executor de rotinas trabalhistas 10 8 2 0 Sempre Algumas vezes Esporadicamente Nunca 25 Verificou-se no gráfico 18 que 18 (dezoito) profissionais concordam totalmente com a importância do RH em auxiliar no planejamento estratégico em suas empresas, e apenas 2 (dois) profissionais concordam parcialmente. Percebe-se uma postura positiva dos gestores pesquisados, que os mesmos já sentem a necessidade de se tornarem RHs que exercem atividades mais amplas dentro de suas empresas. Observou-se no gráfico 19 que a posição de destaque dos Rhs pesquisados foi considerado por 10 (dez) os profissionais pequena na empresa, 5 (cinco) afirmaram ser grande a posição do RH, 3 (três) não possuem nenhum destaque dentro da Gráfico 18 - Importância do RH em auxiliar no planejamento estratégico 2 0 18 Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Totalmente Gráfico 19 - Posição de destaque do RH na empresa 5 2 3 10 Grande Pequena Em algumas ocasiões Nenhuma 26 empresa e 2 (dois) em algumas ocasiões. Verificou-se que por falta de uma postura estratégica dos RHs, acaba interferindo na posição de destaque dos mesmos dentro de suas empresas e, conseqüentemente, a atuação pequena é tida como pequena. No gráfico 20 observou-se que 12 (doze) dos profissionais afirmaram que a empresa não utiliza ferramenta de gestão estratégica e 8 (oito) disseram que utilizam sim alguma ferramenta. Algumas ferramentas citadas foram RM2, Balanced Scorecard, programas internos de medição de desempenho, mas percebe-se que a maioria dos gestores ainda não faz uso de ferramentas de gestão que poderiam auxiliar no desenvolvimento das estratégias de RH. 2 kkkkkkk Gráfico 20 - A empresa utiliza alguma ferramenta de gestão estratégica 8 12 Sim Não 27 Verificou-se no gráfico 21 que 8 (oito) dos gestores afirmaram que possuem apenas conhecimentos teóricos sobre o Balanced Scorecard, 5 (cinco) possuem conhecimentos teóricos e práticos, 3 (três) já ouviram falar e 4 (quatro) não conhecem essa ferramenta de gestão estratégica. Constatou-se, que os gestores, em sua grande maioria, conhecem essa ferramenta de gestão estratégica. Gráfico 21 - Conhece a ferramenta Balanced Scorecard 8 5 3 4 Sim, somente conhecimentos teóricos Sim, conhecimentos teóricos e práticos Já ouvi falar Não conheço Gráfico 22 - A empresa utiliza o Balanced Scorecard 0 1 4 15 Já utilizou e não obteve sucesso Já utilizou em algumas ocasiões Utilizou e obteve ótimos resultados Nunca utilizou 28 No gráfico 22, 15 (quinze) dos profissionais afirmaram nunca ter utilizado a ferramenta na empresa, 4 (quatro) utilizaram e obtiveram ótimos resultados e apenas 1 (um) utilizou em algumas ocasiões. O Balanced Scorecard busca produzir e desenvolver um roteiro organizacional, visando melhores resultados financeiros e desenvolvimento das pessoas dentro das organizações. Observou-se que a maioria dos gestores nunca utilizou essa ferramenta no auxílio das atividades de RH, verificou-se também que nenhum profissional afirmou ter utilizado e não obtido sucesso com o Balanced Scorecard. Considera-se importante que os gestores busquem informações e apliquem a ferramenta viabilizando melhores resultados. O estudo mostrou que a área de RH, não pode estar descolada da área de planejamento, independentemente do tamanho da empresa, pois são áreas integrantes e fundamentais do negócio. O RH precisa agir com certeza e coerência, planejar ações para serem implementadas a partir da tomada de decisão, com assertividade. Precisa, no entanto, estar dentro do negócio da empresa e negociar com os líderes quando for necessário. Constatou-se napesquisa que a maioria dos RHs pesquisados é meramente executora de rotinas trabalhistas, deixando de ser ou nunca sendo um RH estratégico. As empresas têm perdido muito por causa dessa postura existentes nos RHs. Faz-se necessário uma nova concepção dos diretores e gestores das empresas goianas, sobre planejamento estratégico. Percebe-se, também, que antes de tudo as empresas necessitam estabelecer estratégias gerais dentro da organização, mas conforme evidenciado na pesquisa, a maioria das empresas pesquisadas (12) não utilizam ferramenta de gestão estratégica, o que deve ser revisto. As políticas de RH devem avançar “de mãos dadas” com as diretrizes da organização. O RH deve se tornar reconhecido pela sua atuação, parte integrante e necessária para o desenvolvimento da organização, deixando o risco de ser visto como origem de custos desnecessários e não como necessidade estratégica e, conseqüente, diferencial competitivo do negócio. 29 A comunicação é algo muito falho na empresas pesquisadas, quando questionados sobre o repasse das políticas, muitos afirmaram não serem informados ou em algumas vezes tomam conhecimento. É necessário um diálogo mais amplo dos gestores com seus diretores sobre as estratégias da organização. As organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. Para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais com um mínimo de tempo, esforço e conflito. Observou-se que a atuação dos RHs pesquisados são insuficientes dentro das empresas, mas que os gestores já sentem essa necessidade de mudança. Contudo, as mudanças, constantes e inerentes ao ser humano, demandam novos desafios para os gestores e quebra de paradigmas dentro das organizações. O papel fundamental do RH no direcionamento das estratégias do negócio é descentralizar a gestão de Recursos Humanos; atuar como orientador e consultor de novas tecnologias; comunicar e informar a empresa das ações planejadas, formarem equipes e desenvolver e capacitar os Gestores. Deixar de ser um mero executor de rotinas trabalhistas é o desafio hoje para os RHs. O Rh exerce a função de assessorar a empresa, os seus gestores, líderes, ou seja, ele existe para capacitar os líderes a realizarem seus respectivos processos. Não trabalha sozinho, mas com todos que lideram pessoas. O desafio é ampliar espaços e formas de atuação, substituir a visão tradicional por uma visão estratégica, diminuir a distância entre o profissional atual e o profissional ideal e dar subsídios para que as pessoas cresçam a partir dos seus próprios recursos. Traduzir as estratégias da organização e definir uma política de RH que prepare as pessoas para o atendimento das estratégias ao mesmo tempo, provocar na empresa reflexões sobre a sua cultura e a necessidade de tornar o RH um centro gerador de resultados, são desafios necessários para a melhoria das organizações. 30 De acordo com a análise dos gráficos, observou-se que essa reflexão ainda é muito insignificante perante os gestores pesquisados, sendo que é necessário que a mudança comece por eles para depois expandir. Para estruturar e gerenciar este processo de mudança constante, o planejamento estratégico de recursos humanos deve apresentar-se como ferramenta de apoio, o que não vem acontecendo com os RHs pesquisados. A nova compreensão sobre RH exige dos profissionais da área a interação com outros campos de conhecimento antes não explorados. Isso faz com que o profissional necessite estar mais próximo da organização, conhecendo seu negócio, estratégias, mercado em que atua. Ao mesmo tempo terão de investir em seu autodesenvolvimento, buscando ajuda, reforço, conhecimento em outras ciências ou campos de estudo que extrapolam a sua área de especialização. São vários os papéis que podem ser desempenhados pelo profissional de Recursos Humanos se observados os aspectos de contribuição, incluindo competência. As principais competências exigidas seriam entendimento do negócio, habilidade de administrar mudanças e cultura, credibilidade de pessoal e práticas de RH. A função do RH é de líder natural do processo estratégico da empresa, entretanto, empreender esforços nessa direção demanda uma mudança nos papéis e comportamentos tradicionais. Uma abordagem que crie o alinhamento estratégico entre a função RH e a empresa em todos os seus níveis é essencial. O novo papel do RH dever ser capturado pelo Balanced Scorecard. O desenvolvimento desse novo processo de gestão fornece a base para fazer do RH um verdadeiro participante na formulação e gestão da estratégia além de propiciar que a empresa realize todo o valor do seu capital humano. O RH tem deixado gradativamente as atividades de prestador de serviços e se transformado em consultor interno para orientar e preparar os demais gestores quanto à nova realidade de gestão de pessoas. Essa nova concepção é o que se espera dos gestores pesquisados para que em um futuro muito próximo possa dizer 31 que os RHs goianos são essencialmente estratégicos, auxiliando suas empresas rumo ao alcance de resultados ainda maiores. CONSIDERAÇÕES FINAIS O ambiente empresarial está cada vez mais rigoroso com as organizações, não havendo mais espaço para empresas que seguem modelos antiquados, exigindo uma postura diferenciada em relação às pessoas. As empresas que planejam estrategicamente suas ações antes de colocá-las em prática, na maioria das vezes, têm muito mais chances de acertar. Para agir proativamente é preciso identificar as necessidades da empresa frente ao mercado, ao segmento a que pertence. Assim, é primordial planejar as ações, com coerência e prazos bem definidos, visando o alcance dos resultados esperados pelo RH dentro de uma organização. A área de RH deverá atender o ambiente interno das empresas (funcionários, diretores e proprietários), procurando equilíbrio com as outras partes do ambiente, que estarão constantemente em mudanças. Para que uma empresa obtenha sucesso, alcance seus objetivos e se mantenha competitiva no mercado, um fator torna-se indispensável: a elaboração de uma estratégia organizacional. Dentro desse contexto a presença do profissional do RH é fundamental, pois será essa a área que contribuirá para o alcance dos objetivos corporativos e, ao mesmo tempo, buscará atender às necessidades dos colaboradores. O profissional de RH deve entender e alterar a sua postura profissional, a sua forma de atuação, visando atender a necessidade da empresa, assumindo um papel mais estratégico. É importante que esse profissional busque conhecimento de novas ferramentas de gestão, faça um mapeamento do que sua empresa necessite e apresente a direção qual a importância do RH na implementação das estratégias empresariais. O uso do planejamento é um instrumento poderoso no sentido de organizar as idéias e ações em torno da estratégia, principalmente se complementado por um balanced 32 scorecard com relações de causa e efeito identificadas, indicadores de desempenho qualificados e planos de ação com responsabilidades e cronograma definidos. O balanced scorecard não se propõe a trazer nenhuma informação nova, mas sim traduzir os resultados do planejamento estratégico em termos operacionais. Com ele em mãos é possível desenvolver uma análise e simulação financeira em paralelo ao estabelecimento dos planos de ações necessários para se chegar aos objetivos desejados. Um projeto de BSC, assim como outros projetos de mudança e transformação, deve levar em consideração a opinião daspessoas. Todas devem ser chamadas a contribuir, discutir as implicações, aquilo que é importante no dia-a-dia, em todos os níveis de decisão em que encontrem. Ao quantificar os resultados de RH e ao formalizá-los documentalmente, passou-se a falar a linguagem da empresa, agregando valor ao planejamento estratégico. Está certo de que o BSC de RH, ao realizar a medição daquilo que realmente interessa e traduzir-los em uma linguagem de Gestão, poderá definitivamente assumir o papel de RH estratégico dentro das organizações. Cabe ao profissional de RH criar as condições para efetivação de uma nova mentalidade na Gestão de Pessoas das empresas. Buscar facilitar o caminho das pessoas na empresa para que saibam e assumam o seu papel profissional em busca dos melhores resultados e práticas administrativas e produtivas. A área de RH deve elaborar um trabalho consistente e conhecer o negócio e o contexto da organização é primeiro passo. Outro fator relevante é manter um estreito vínculo das ações propostas com os valores e a missão da empresa, pois isso irá demonstrar que a área de RH realmente conhece as necessidades dos colaboradores. Conhecer os recursos disponíveis, a equipe envolvida no processo, as possibilidades de inovação e as possíveis mudanças no negócio em curto, médio e longo prazo é importante, além de observar a viabilidade de investimento do tempo que será exigido dos profissionais na execução das atividades planejadas. 33 É impressionante perceber o número de empresas que não sabem ou resolvem simplesmente não aplicar uma ferramenta fundamental como o planejamento. A busca desesperada pelo lucro é tão grande que os empresários esquecem, ou põem de lado fatores importantes do planejamento estratégico. O planejamento estratégico é um instrumento que realmente mobiliza as pessoas e a empresa para construir um futuro. Mas, sua implantação e perfeito desenvolvimento só terão eficácia se forem guiados por profissionais que estejam em perfeita harmonia com a empresa, que consigam traçar e mapear o perfil de colaboradores e as barreiras a serem enfrentados. Nos dias atuais, garantir que os colaboradores evoluam juntos não deixando ninguém para trás, é sem dúvida o mais importante para o RH. O planejamento é um conjunto de idéias construídas e que precisam ser colocadas em práticas. Para isso, precisam ser transformadas em ações, e as pessoas de uma organização são fundamentais nesse processo. Conclui-se que, a pesquisa alcançou o objetivo da proposta de verificar a relação da área de Recursos Humanos com o planejamento estratégico e compreender a importância da parceria empresa – RH. Grande parte dos RHs pesquisados mostraram estar caminhando lentamente para um recursos humanos mais estratégico, mais pode-se perceber que os gestores já conseguem visualizar essa necessidade dentro de suas organizações. Se algum dia os RHs goianos forem totalmente estratégicos, é algo desejável por isso, sugere-se a continuidade da pesquisa sobre o tema com intuito de avaliar a evolução da mudança de paradigma e ampliação da visão estratégica dos RHs das organizações. Portanto, através da pesquisa buscou-se verificar como o RH das empresas goianas tem auxiliado no planejamento estratégico. Espera-se que esse estudo contribua agregando conhecimentos teóricos sobre o assunto, proporcionado uma reflexão aos gestores e responsáveis sobre a importância do RH no planejamento das suas organizações. 34 Sugere-se também como linha de pesquisa o estudo sobre as empresas que atuam com RH estratégico, quais os principais benefícios e o qual a amplitude desses RHs dentro de suas organizações. 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Estratégia empresarial e vantagem competitiva: como estabelecer, implementar e avaliar. 4ª ed.. São Paulo: Atlas, 2005. RUDIO, Franz Victo. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 34ª ed.. Petrópolis: Vozes, 2007. STONER, James A.; FREEMAN, Edward. Administração. 5ª ed.. Rio de Janeiro: JC, 1994. 35 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Manual de gestão de pessoas e equipes: estratégias e tendências, volume 1. São Paulo: Gente, 2002. SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. 23ª ed.. São Paulo: Cortez, 2007.
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