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AIA APOSTILA DA DISCIPLINA

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Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
1 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL - AIA 
 
1. INTRODUÇÃO 
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) deve ser compreendida como instrumento de 
planejamento, isto é, como uma atividade técnico-científica que tem por finalidade identificar, 
prever e interpretar os efeitos de uma determinada ação humana sobre o ambiente. Ao mesmo 
tempo, a AIA pode ser considerada como procedimento que se insere no âmbito das políticas públicas. 
Nesse sentido, ela se caracteriza por um conjunto de procedimentos que englobam: a seleção de ações 
ou projetos que devem ser submetidos à AIA; a elaboração de termos de referência (TR); a elaboração 
do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o consequente Relatório de Impacto Ambiental (RIMA); a 
revisão técnica do EIA/RIMA realizada pelo órgão ambiental; a Audiência Pública; a decisão quanto 
à aprovação do empreendimento; o plano de monitoramento; e as auditorias ambientais periódicas 
(Sanchez, 1995). Nesta disciplina, a AIA vai ser contextualizada como uma atividade técnico-
científica, na qual serão enfatizados os aspectos práticos do processo, bem como os teóricos inter-
relacionados. 
São objetivos da AIA: i) assegurar que considerações ambientais sejam explicitamente 
abordadas e incorporadas ao processo de decisão sobre o desenvolvimento; ii) antecipar e evitar, 
minimizar ou compensar os significativos efeitos adversos sobre os meios físico, biótico e antrópico, 
e outros relevantes efeitos de propostas de desenvolvimento; iii) proteger a produtividade e a 
capacidade dos sistemas naturais e dos processos ecológicos para que mantenham as suas funções 
ambientais; iv) promover o desenvolvimento sustentável; otimizar o uso dos recursos e gerenciar 
oportunidades. 
 
2. ORIGENS E FUNDAMENTOS 
Os fundamentos do processo de AIA foram estabelecidos nos Estados Unidos, em 1969, 
quando o Congresso aprovou a National Environmental Policy of Act (NEPA), em resposta às 
pressões crescentes da sociedade organizada para que os aspectos ambientais passassem a ser 
considerados na tomada de decisão sobre a implantação de projetos capazes de causar significativa 
degradação ambiental (Dias, 2001). Este instrumento legal dispunha sobre os objetivos e princípios 
da política ambiental americana, exigindo, para todos os empreendimentos com potencial impactante, 
a observação dos seguintes pontos: identificação dos impactos ambientais, dos efeitos ambientais 
negativos da proposta, das alternativas da ação, da relação entre a utilização dos recursos ambientais 
em curto prazo e a manutenção ou mesmo melhoria do seu padrão a longo prazo e a definição clara 
quanto a possíveis comprometimentos dos recursos ambientais, para o caso de implantação da 
proposta (Moreira, 1985). 
De acordo com Dias (2001), os problemas ambientais associados ao desenvolvimento 
econômico não eram privativos dos Estados Unidos, e a concepção da AIA, formalizada no NEPA, 
difundiu-se mundialmente nos anos 80, sofrendo adaptações em diferentes níveis para ajustar-se ao 
sistema de governo de cada país, região ou governo local em que foi introduzida. Mesmo em locais 
onde a AIA não está prevista na legislação, este instrumento tem sido aplicado por força das 
exigências de organismos internacionais. Esse avanço tem como denominador comum a ampliação 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
2 
do caráter participativo da AIA, com a inserção do público em diferentes fases do processo de 
avaliação e uma maior transparência e efetividade da ação administrativa (Absy et al.,1995). 
Atualmente, fazem uso da AIA todos os principais organismos de cooperação internacional, 
como os órgãos setoriais da Organização das Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial (BIRD) e o 
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), entre outros (Moreira, 1985). 
No Brasil, diferentemente dos países desenvolvidos que implementaram a AIA em resposta a 
pressões sociais e ao avanço da consciência ambientalista, ela foi adotada devido às exigências dos 
organismos acima citados, que financiaram grandes projetos desenvolvidos em fins da década de 70 
e início dos anos 80, como as usinas hidrelétricas de Sobradinho (BA) e Tucuruí (PA) e a construção 
do complexo Estrada de Ferro Carajás/Terminal Porto Ponta da Madeira (MA), para a exportação do 
minério de ferro extraído da Serra dos Carajás. Os estudos ambientais correspondentes foram 
realizados segundo as normas das agências internacionais, porque o Brasil ainda não dispunha de 
normas ambientais próprias, as quais surgiram com a Resolução 001/86, do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA). 
A institucionalização da AIA no Brasil guiou-se pela experiência americana, face a efetividade 
dos estudos de impacto ambiental e as políticas no NEPA; o correspondente ao NEPA americano, no 
País, é a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), cujas diretrizes foram estabelecidas pela Lei 
Federal 6.938/81 e seu respectivo Decreto 88.351/83, instrumento legal que seria substituído 
posteriormente pela Lei Federal 7.804/89 e seu respectivo Decreto 99.274/90. 
 
3. A AIA COMO INSTRUMENTO DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 De acordo com Absy et al. (1995), a PNMA tem por objetivo a preservação, melhoria e 
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao 
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da 
vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
I. ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente 
como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o 
uso coletivo; 
II. racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
III. planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV. proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; 
V. controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 
VI. incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção 
dos recursos ambientais; 
VII. acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII. recuperação de áreas degradadas; 
IX. proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X. educação ambiental a todos os níveis de ensino, incluindo a educação da comunidade, 
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. 
Para a consecução dos objetivos e o atendimento dos citados princípios, a Lei Federal 6.938/81 
prevê a AIA e uma série de instrumentos complementares e inter-relacionados, como o 
Licenciamento Ambiental (com a elaboração do EIA/RIMA), o Zoneamento Ambiental, que na 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
3 
atualidade é denominado Zoneamento Ecológico-Econômico, os Cadastros Técnicos e os Relatórios 
de Qualidade Ambiental, entre outros. 
A Resolução CONAMA 001/86 estabeleceu as definições, as responsabilidades, os critérios 
básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da AIA como um dos instrumentos da PNMA. 
Em seu Artigo 1°, considera impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, 
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante 
das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: 
I. a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II. as atividades sociais e econômicas; 
III. a biota; 
IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V. a qualidade dos recursos ambientais.4. CONCEITOS 
Moreira (1985) conceitua AIA como um instrumento de política ambiental formado por um 
conjunto de procedimentos capazes de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame 
sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta - projeto, programa, plano ou política - 
e de suas alternativas, e que os resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos 
responsáveis pela tomada de decisão, e por eles devidamente considerados. 
Claudio (1987) explica que a AIA tem como objetivo prevenir e minimizar as alterações que 
podem ocorrer na elaboração de um projeto ou determinada atividade, pois o estudo é 
essencialmente um instrumento de previsão. Neste sentido, Silva (1994a) acrescenta que a avaliação 
propriamente dita dos impactos ambientais representa o prognóstico das condições emergentes, 
segundo as alternativas contempladas, sendo realizada em três etapas: identificação, previsão e 
interpretação da importância dos impactos ambientais relevantes. Silva (1994b), indica, ainda, que 
no processo de AIA são caracterizadas todas as atividades impactantes e os fatores ambientais que 
podem sofrer impactos dessas atividades, os quais podem ser agrupados nos meios físico, biótico e 
antrópico, variando com as características e a fase do projeto. 
Pimentel e Pires (1992) ressaltam que a AIA não é um instrumento de decisão, mas sim de 
subsídio ao processo de tomada de decisão. Seu propósito é o de obter informações através do exame 
sistemático das atividades do projeto. Isto permite que se possam maximizar os benefícios, 
considerando os fatores saúde, bem-estar humano e meio ambiente como elementos dinâmicos no 
estudo para avaliação. 
 Sánchez (1995) identifica quatro papeis complementares que este instrumento pode 
desempenhar: 
I. Ajuda à decisão: em licenciamento ambiental; em leis, planos e programas; em organismos 
de financiamento. 
II. Ajuda à concepção de projetos: na escolha do local para a instalação de empreendimento; na 
escolha dos processos tecnológicos; nas alterações do projeto, seja por imposição dos órgãos 
ambientais ou pela própria empresa. 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
4 
III. Instrumento de gestão ambiental: na concepção de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA); 
na avaliação do acerto das previsões dos impactos ambientais e da eficiência das medidas 
propostas deste mesmo SGA. 
IV. Instrumento de negociação social: na participação do público, revelando sua percepção acerca 
dos impactos que o empreendimento vai produzir, permitindo administrar, antecipadamente e 
com maior eficácia, futuros conflitos com a sociedade. 
Sadler (1996) indica que a AIA engloba um conjunto articulado de atividades e procedimentos 
ao qual se denomina Processo de Avaliação de Impacto Ambiental. Sánchez (1998) elaborou um 
diagrama (Figura 1) que contém os pontos comuns e mais frequentemente presentes neste processo, 
o qual, segundo o autor, é universal. O diagrama é dividido em três grandes blocos, os quais 
correspondem: (i) etapas iniciais, quando se procede à avaliação inicial, definindo-se o tipo de estudo 
ambiental a que deve ser submetida a proposta; (ii) análise detalhada, que engloba desde a execução 
do EIA até a sua análise e tomada de decisão pelo órgão ambiental competente e a necessária 
participação pública; (iii) etapa pós-aprovação, que inclui o monitoramento dos impactos ambientais 
e medidas mitigadoras, bem como os programas de gestão ambientais e auditorias. O contexto desta 
disciplina refere-se ao item (i) etapas iniciais, que será abordado mais adiante. 
 
Figura 1. Processo de Avaliação de Impacto Ambiental. Fonte: Sánchez (1998). 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
5 
5. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE EFICÁCIA DA AIA 
 Sadler et al. (2000 apud Nicolaidis, 2005) salientam que a AIA para ser eficaz deverá ser: 
1º. Propositiva: o processo deve instruir a decisão e resultar em um apropriado nível de proteção 
ambiental e bem-estar da comunidade. 
2º. Rigorosa: o processo deve aplicar a melhor prática científica, empregando metodologias e 
técnicas apropriadas no tratamento dos problemas investigados. 
3º. Prática: o processo deve fornecer informações e resultados que auxiliam a solução dos problemas 
de forma satisfatória, sendo a solução passível de implementação pelos proponentes do projeto. 
4º. Relevante: o processo deve fornecer informação suficiente, confiável e utilizável para o 
planejamento do desenvolvimento e para a tomada de decisão. 
5º. Custo-efetiva: o processo deve obter os objetivos da AIA dentro de limites de disponibilidade de 
informações, tempo, recursos e metodologia. 
6º. Eficiente: o processo deve impor mínimos custos financeiros, aos proponentes e participantes, de 
forma coerente com os requerimentos e objetivos da AIA. 
7º. Focada: o processo deve concentrar-se nos efeitos ambientais significativos e questões chave, 
isto é, nos problemas que devem ser levados em conta no processo decisório. 
8º. Adaptativa: o processo deve ser ajustado à realidade, questões e circunstâncias da proposta sob 
exame sem comprometer a sua integridade, e ser interativo, incorporando lições aprendidas do 
início ao término do ciclo de vida do projeto. 
9º. Participativa: o processo deve promover oportunidades apropriadas para informar e envolver o 
público interessado e afetado, e suas considerações e opiniões devem ser incorporadas na 
documentação e no processo decisório. 
10º. Interdisciplinar: o processo deve assegurar que especialistas nas disciplinas biológicas 
físicas e socioeconômicas relevantes, bem como técnicas apropriadas, sejam empregados, 
incluindo o uso de conhecimentos tradicionais como relevantes. 
11º. Crível: o processo deve ser conduzido com profissionalismo, rigor, justiça, objetividade, 
imparcialidade e equilíbrio, e ser sujeito a verificações e checagens independentes. 
12º. Integrada: o processo deve considerar a inter-relação dos aspectos sociais, econômicos e 
biofísicos. 
13º. Transparente: o processo deve ter conteúdo claro e facilmente compreendido, deve assegurar 
o acesso público à informação; identificar os fatores que devem ser levados em conta na decisão 
e as dificuldades e limitações do conhecimento. 
14º. Sistêmica: o processo deve resultar em uma completa consideração de todas as informações 
relevantes sobre o meio ambiente afetado, das alternativas propostas e seus impactos e das 
medidas necessárias para monitorar e investigar os efeitos residuais. 
 
6. OPERACIONALIZAÇÃO DA AIA 
 Para Sadler (1996) e Sadler et al. (2000, apud Nicolaidis, 2005), a operacionalização e a 
consecução dos objetivos da AIA devem ficar claramente identificadas nas seguintes etapas: 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
6 
1º. Seleção: é o procedimento para determinar quando uma proposta deve estar ou não sujeita à AIA 
e em que nível de detalhe. Segundo Agra Filho (2002), em alguns países essa etapa é realizada 
por meio de listas de inclusão ou de exclusão de projetos que, respectivamente, estariam sujeitos 
ou não à AIA. Em alguns sistemas de AIA, uma avaliação preliminar é realizada para auxiliar a 
decisão. Se após essa avaliação ainda há dúvidas sobre a significância dos impactos, a AIA deve 
ser requerida a fim de esclarecer a questão. 
2º. Escopo: é o procedimento para identificar as questões que devem ser consideradas no estudo, 
bem como a estrutura da abordagem. A maioria dos países usa a etapa de Escopo para identificar 
os potenciais impactos significativos, os aspectos mais importantes, as alternativas à proposta e,em um menor grau, os grupos de população interessada e afetada. Normalmente, essa etapa resulta 
na elaboração de Termo de Referência para a orientação da AIA e, em alguns países, é realizada 
com a participação da sociedade. 
3º. Análise de impactos: é o procedimento técnico que visa a identificar, predizer e avaliar a 
significância dos riscos e consequências ambientais e sociais potenciais e outros efeitos 
relacionados, decorrentes da proposta. 
4º. Exame das alternativas: é o procedimento para estabelecer a opção preferida ou a mais 
ambientalmente livre de erros, visando à obtenção dos objetivos da proposta. 
5º. Mitigação e gestão de impactos: é o estabelecimento das medidas que são necessárias para 
prevenir, minimizar e compensar perdas e danos causados por impactos adversos previstos e, 
quando apropriado, para incorporar essas medidas em um plano ou Sistema de Gestão Ambiental 
(SGA). 
6º. Avaliação de significância: é o procedimento para determinar a relativa importância e 
aceitabilidade dos impactos residuais, ou seja, daqueles que não podem ser mitigados. 
7º. Preparação do relatório de impactos ambientais: é o procedimento que documenta claramente 
e imparcialmente os impactos da proposta e a significância dos efeitos. O relatório também serve 
como principal meio de comunicação dos resultados do estudo à população interessada. O 
relatório tem como propósito primário subsidiar a decisão e que, usualmente, inclui: uma 
completa descrição do projeto ou atividade proposta; uma declaração dos seus objetivos; uma 
adequada descrição do meio ambiente existente provavelmente afetado; a identificação e análise 
das prováveis interações com o meio ambiente; a justificativa; considerações econômicas, sociais 
e ambientais; medidas para a proteção do meio ambiente e uma avaliação dos prováveis efeitos 
dessas medidas; qualquer possível alternativa; e as consequências para o proponente, comunidade, 
região e Estado de não levar adiante a proposta. O diagnóstico é um componente vital em um 
relatório de AIA e que a área diagnosticada deve ser ampla o suficiente para contemplar todos os 
possíveis efeitos ambientais adversos. 
8º. Revisão: é o procedimento para determinar se o relatório atende ao seu Termo de Referência, sua 
adequação, suficiência e relevância para dar suporte à decisão e promover uma satisfatória 
avaliação da proposta. 
9º. Decisão: é o procedimento no sentido de aprovar a proposta e estabelecer termos e condições para 
a sua implementação, ou rejeitá-la. Uma decisão pode envolver a rejeição da proposta ou seu 
adiamento para estudos adicionais ou revisão, entretanto, o mais comum é a aprovação do projeto 
mediante um conjunto de condições e exigências legais associadas à autorização ou licença ao 
projeto. 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
7 
10º. Acompanhamento: é o procedimento que visa a assegurar o cumprimento dos termos e 
condições de aprovação; a monitorar os impactos no sentido de verificar se estão ocorrendo 
conforme foram previstos e de verificar a eficácia das medidas de mitigação; a gerenciar eventuais 
impactos não previstos anteriormente e, quando requerido, para realizar auditoria do processo, 
documentando os resultados, para o aprendizado com a experiência. Esta etapa também é 
denominada de análise pós-projeto, usada para complementar o processo de AIA fornecendo o 
necessário feedback para um gerenciamento apropriado e custo-efetivo do projeto, como também 
para o desenvolvimento e melhoria do processo de AIA. 
 
7. ETAPAS INICIAIS DO PROCESSO DE AIA 
 O processo de AIA foi concebido para ser aplicado em uma proposta que gera ações 
potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental. No entanto, segundo Dias (2001), 
determinar o que é significativo não é tarefa fácil, porque envolve grande dose de subjetividade 
associada à percepção e escala de valores de cada indivíduo ou grupo social. Neste contexto, uma das 
principais críticas à AIA é a de que o procedimento não é tão eficaz na prática, quanto na teoria. Além 
disso, Nicolaidis (2005) lembra que o objetivo da AIA é o de dar suporte à decisão pública, não 
somente no sentido de controlar a degradação em uma escala temporal e espacial limitada, mas 
também em uma perspectiva de sustentabilidade do desenvolvimento. Por isso, Sadler (1996) lembra 
que o termo eficácia para o caso da AIA refere-se à extensão na qual o processo contribui para uma 
tomada de decisão ambientalmente e socialmente correta, em que os objetivos sejam alcançados. 
 
7.1. ROTEIRO PARA A EQUIPE 
 As atividades para a AIA, realizadas em equipe, devem seguir um roteiro baseado na sugestão 
a seguir, cuja sequência dependerá do método de AIA a ser aplicado: 
- reunião geral para conhecimento da equipe e definição da filosofia e do roteiro do trabalho; 
- apresentação do projeto e suas interfaces com o meio ambiente; 
- discussão e identificação preliminar dos impactos ambientais do projeto; 
- visita ao campo e à região onde será implementado o projeto (locais mais viáveis para a 
implantação do projeto); 
- reunião sobre aspectos gerais dos locais escolhidos, análise da região e da população atingida; 
- discussão sobre o processo do empreendimento e seus impactos ambientais; 
- definição da melhor localização; 
- início da discussão sobre a avaliação dos impactos ambientais; 
- mensuração dos indicadores ambientais; 
- montagem dos cenários para a localização escolhida. 
Além disso, os envolvidos precisam de uma compreensão de como e quando cada método é 
mais apropriado para ser usado como uma ferramenta para identificação de impactos e suas causas. 
A fase de avaliação normalmente envolve três tarefas principais: 
- identificação dos impactos ambientais de maneira a compreender a natureza dos impactos, 
identificar os impactos diretos, indiretos, cumulativos e outros e assegurar as causas prováveis 
dos impactos; 
- análise detalhada dos impactos para determinar a natureza, magnitude, extensão e efeito e 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
8 
- julgamento da significância dos impactos (se eles são importantes, e, se necessitam, devem ou 
podem ser mitigados). 
 
7.2. TRIAGEM DAS AÇÕES 
 Definida a proposta (projeto), o primeiro passo é a triagem das ações, para evitar que um 
grande número delas seja avaliado desnecessariamente, ou que ações causadoras de impactos 
adversos significativos possam ser deixadas de ser avaliadas. 
 A etapa de triagem tem a função de definir se é necessário proceder-se à avaliação ambiental 
sistemática de uma ação e, caso positivo, determinar o alcance e a profundidade dos estudos 
necessários. Esta tarefa corresponde responder à questão “a ação pode causar impactos 
significativos?”, ilustrada na Figura 1. Para efeito desta disciplina, a resposta esperada é “sim”. No 
caso de incerteza sobre a natureza, magnitude e importância dos impactos que a ação pode vir a causar 
é necessária uma avaliação inicial que mostrará uma resposta “não” ou “sim”. 
 Sadler (1996) indica alguns grupos de mecanismos de triagem aplicados universalmente: 
- Lista de atividades; 
- Mecanismos de triagem caso a caso; 
- Lista de recursos ou áreas de importância especial ou áreas sensíveis. 
 
7.2.1. Lista de atividades 
 São listas positivas, negativas ou intermediárias elaboradas a partir da análise de projetos 
implantados. Podem, ou não, ser especificadas com base em valores limite para parâmetros de projeto, 
como volume de produção, matérias-primas consumidas, demanda energética, mão-de-obra ocupada, 
custo de implantação, área ocupada, etc. Projetos que causaramimpactos ambientais significativos 
passam a integrar listas positivas; projetos que raramente tiveram consequências ambientais adversas 
usualmente integram listas negativas, ou seja, projetos que não requerem avaliação detalhada; 
projetos para os quais há incertezas sobre a significância dos impactos prováveis entram na lista 
intermediária e, para estes casos, outros métodos de triagem devem ser empregados. 
 
7.2.2. Mecanismos de triagem caso a caso 
 Para este grupo se aplica o poder discricionário da autoridade ambiental, apoiados em critérios 
de significância como os adotados pelo US Council on Environmental Qiality (Dias, 2001). São 10 
critérios avaliados através das perguntas abaixo: 
i. O impacto é benéfico ou adverso? 
ii. A ação afeta a segurança ou a saúde pública? 
iii. A ação situa-se em área geográfica especial? 
iv. Há controvérsia a respeito dos efeitos potenciais? 
v. A ação proposta envolve riscos muito incertos, especiais ou desconhecidos? 
vi. A ação estabelece precedente para ações futuras com efeitos significativos ou representa uma 
decisão sujeita a considerações futuras? 
vii. A ação está associada a outras atividades cujos impactos são individualmente insignificantes, 
mas cumulativamente significativos? 
viii. Em que nível a ação pode afetar sítios protegidos? 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
9 
ix. Em que nível a ação pode afetar adversamente espécies ou hábitats ameaçados? 
x. A ação contraria a legislação ambiental? 
 
7.2.3. Listas de recursos ou áreas de importância especial ou áreas sensíveis 
 Estas listas são estabelecidas partindo-se da premissa de que as consequências ambientais de 
um projeto decorrem, em grande medida, do meio receptor. Neste contexto, há duas abordagens para 
a identificação de áreas sensíveis: 
- determinar a capacidade de suporte da área em relação às interferências e distúrbios. Esta 
abordagem requer grande quantidade de informações sobre o meio, estando sujeita a erros e 
controvérsias; 
- determinar a importância dos componentes individuais da área, considerando suas características 
e seu valor subjetivo e objetivo. Uma área pode ser sensível pela importância de seu uso 
(recreativo, refúgio de fauna silvestre, etc.), ou por sua raridade (não existem áreas semelhantes 
na região). 
Os autores que abordam a questão da triagem das ações indicam que vários sistemas podem 
adotar procedimentos que podem, até, combinar todos estes mecanismos de triagem. O importante, 
sob o ponto de vista da eficácia desta etapa, é que os procedimentos e critérios em que se baseia a 
decisão de encaminhar ou não uma ação ou projeto para análise detalhada sejam transparentes e 
defensáveis. 
 
7.3. PROCESSO COMPLETO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 
O processo completo de AIA exige que todas as fases do empreendimento (projeto) sejam 
avaliadas: 
- Fase de planejamento; 
- Fase preparatória; 
- Fase de implantação; 
- Fase de operação; 
- Fase de desativação; 
- Fase de fechamento. 
A avaliação deve contemplar os impactos das ações nos meios físico, biológico e antrópico. 
E a equipe deve decidir pela adoção de um método mais conveniente para a AIA, conforme a natureza 
do projeto e os comentários e métodos apresentados no item 8, adiante. 
 Além do enfoque técnico, que dá maior precisão para a avaliação dos impactos regionais, é 
muito importante que a equipe considere a participação popular no processo, a qual dá maior precisão 
na avaliação dos impactos locais, considerando as inter-relações da sociedade local com o meio 
ambiente no qual está inserida. Considera-se que o ideal seja aliar o enfoque técnico com o enfoque 
participativo. 
 Jacobs (1995, apud Nicolaidis, 2005) define dois tipos de indicadores ambientais para a 
fixação de metas e padrões ambientais: primários e secundários. São primários os que estabelecem a 
qualidade ambiental cujos valores devem permanecer constantes. São as quantidades e qualidades 
mensuráveis dos recursos ambientais (solos, florestas, recursos hídricos, composição atmosférica, 
biodiversidade, etc.). São secundários, aqueles que medem as atividades econômicas que provocam 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
10 
alteração nos indicadores primários e incluem os índices de emissões e descarga de poluentes, que 
determinam a contaminação dos indicadores primários da água, ar e solo, os padrões de cultivo, o 
desmatamento, o uso de agrotóxicos, etc. 
 
7.3.1. Meio físico 
 Os elementos ambientais do meio físico potencialmente sujeitos a sofrerem impactos com 
empreendimentos são os recursos hídricos, o solo e o subsolo e a atmosfera. 
 Quanto aos recursos hídricos: regime hidrológico; qualidade dos corpos d’água; padrões de 
drenagem natural e artificial; correntes marinhas; lançamentos e tomadas de água. 
 Quanto aos solos e subsolos: características geológicas; recursos minerais; formação e tipo de 
solo; topografia; relevo; declividade; jazimentos fósseis; processos erosivos e sedimentares; 
estabilidade de solos. 
 Quanto à atmosfera: clima; qualidade do ar. 
 
7.3.2. Meio biótico 
 Para o meio biótico, as ações que afetam a fauna e flora devem considerar: 
- inventário de espécies características da fauna e flora natural; 
- inventário de espécies endêmicas, raras ou ameaçadas de extinção e de espécies migratórias; 
- diversidade de espécies; 
- áreas de preservação permanente, unidades de conservação da Natureza e áreas protegidas por 
legislação especial; 
- alterações na produtividade (inclusive de nutrientes) e estabilidade dos ecossistemas; 
- áreas potenciais de refúgio de fauna e flora; 
- proliferação de vetores. 
 
7.3.3. Meio antrópico 
 Também denominado socioeconômico, as ações que afetam este meio devem considerar 
alterações em: 
- ocupação e uso do solo: processo histórico da ocupação, distribuição das atividades, densidade 
demográfica, sistema viário, valor da terra, estrutura fundiária, etc.; 
- usos dos recursos ambientais: águas, florestas, solos, dependência local dos recursos, nível de 
tecnologia, fontes de poluição; 
- população: crescimento demográfico, estrutura da população, distribuição espacial, mobilidade, 
escolaridade, nível de saúde, nível cultural; 
- equipamentos sociais: abastecimento d'água, sistema de esgotamento sanitário, disposição do 
lixo, logradouros, rede de saúde, rede escolar, rede de suprimentos, segurança, lazer, religião, 
cemitérios, sítios e monumentos arqueológicos, culturais, cívicos e históricos, meios de 
transporte; 
- organização social: forças e tensões sociais, grupos e movimentos comunitários, lideranças, 
forças políticas e sindicais atuantes, associações; 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
11 
- estrutura produtiva: análise dos fatores de produção, modificações havidas em relação à 
composição da produção local, contribuição de cada setor, arrecadação de impostos, geração de 
empregos e nível tecnológico por setor, relações de troca entre a economia local e a 
microrregional, regional e nacional, incluindo a desativação da produção local e importância 
relativa, consumo e renda per capita; 
 
8. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 
Os métodos para AIA são mecanismos estruturados para identificar, coletar e organizar os 
dados sobre impacto ambiental, permitindo a sua apresentação em formatos visuais que facilitem a 
interpretação pelas partes interessadas. Estes métodos variam com as características do projeto e as 
condições ambientais. Os principais métodos são: Ad hoc; Listas decontrole (Descritivas, 
Questionários, Escalares); Matrizes; Sobreposição de mapas; Redes de interação; Modelos de 
simulação (Fogliatti et al., 2004; Rodrigues, 1998, apud Stamm, 2003; SUREHMA/GTZ, 1992; 
Sousa, 2000; Morgan, 1998). 
Estes métodos resultam das exigências dos órgãos de controle ambiental, da legislação em 
vigor, dos organismos internacionais de financiamento, muitas vezes dos próprios empreendedores e 
até da evolução das técnicas disponíveis. Para a realização da AIA, os envolvidos necessitam 
compreender como e quando cada método é mais adequado para ser utilizado como uma ferramenta 
para identificação de impactos e suas causas. Assim, não há um método específico que seja apropriado 
para ser utilizado em todos os projetos, nem um que seja superior aos demais. Cada método possui 
vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas por quem decidir por um deles. Esses métodos 
podem ser modificados e adaptados de modo a adequarem-se a cada tipo de projeto. Mas, 
independentemente do método, é muito importante a descrição detalhada dos impactos sobre os 
meios físico, biótico e antrópico. 
Segundo Stamm (2003), há três tarefas principais normalmente envolvidas na fase de 
avaliação dos impactos: 
- identificar os impactos ambientais diretos, indiretos, cumulativos e outros e assegurar as causas 
prováveis dos impactos; 
- analisar detalhadamente os impactos para determinar sua natureza, magnitude, extensão e efeito; 
- julgar a significância dos impactos (sua importância, necessidade e possibilidade de mitigação). 
 
8.1. AD HOC 
O método Ad Hoc se baseia na criação de um grupo de especialistas de diversas áreas de 
conhecimento que discute, com base na experiência profissional de cada um, os impactos ambientais 
prováveis que o projeto causará ao meio ambiente, e assim, definir decisões a serem tomadas quanto 
ao projeto analisado. A legislação vigente no Brasil não permite a utilização dos métodos Ad hoc 
como metodologia de AIA (Moreira, 1999), 
A avaliação de impactos ambientais se dá de forma simples, objetiva e de maneira dissertativa. 
São adequadas para casos com escassez de dados, fornecendo orientação para outras avaliações. Os 
impactos são identificados normalmente através de brainstorming, caracterizando-os e sintetizando-
os em seguida por meio de tabelas ou matrizes. Apresentam como vantagem uma estimativa rápida 
da evolução de impactos de forma organizada, facilmente compreensível pelo público. Porém, não 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
12 
realizam um exame mais detalhado das intervenções e variáveis ambientais envolvidas, geralmente 
considerando-as de forma bastante subjetiva, qualitativa e pouco quantitativa. 
A reunião de especialistas é uma denominação geral que engloba o método Delfos, que é 
baseado na valoração de impactos ambientais através de uma avaliação do grupo até que haja total 
convergência de valores atribuídos aos impactos considerados. 
A Figura 2 ilustra um exemplo do método Ad Hoc de impacto ambiental x área ambiental. 
 
Figura 2. Exemplo para o método Ad Hoc para avaliação de impacto ambiental. Fonte: Rau e 
Wooten (1980), modificado. 
 
8.2. LISTAS DE CONTROLE (CHECKLISTS) 
As listas de controle permitem identificar as principais consequências de uma ação e 
hierarquizar as avaliações de possíveis impactos (Tommasi, 1994). Os impactos potenciais são 
listados e cada impacto identificado é associado a uma lista de parâmetros ambientais (também 
chamados de características, variáveis, atributos ou componentes), sendo que dados do parâmetro são 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
13 
mensurados para refletir o grau de impacto (Shopley e Fuggle, 1984). Numa fase inicial, a listagem 
representa um dos métodos mais utilizados em AIA. Os especialistas deverão relacionar os impactos 
decorrentes das fases de implantação e operação do empreendimento. 
As listas de controle podem assumir formas variadas. Variam desde simples listas de impactos 
ambientais causados pelo projeto até complexos inventários que podem incluir escala e significância 
de cada impacto sobre o meio ambiente (UNEP, 2000). 
Cinco tipos de listas de controle básicas são citados na bibliografia: simples, descritivas, 
questionários, escalares e multiatributos (SUREHMA/GTZ, 1992; Rodrigues, 1998). 
As principais vantagens associadas a este método são: a facilidade de compreensão; a listagem 
de todos os fatores ambientais passíveis de serem afetados (SUREHMA/GTZ, 1992), podendo 
inclusive avaliá-los por meio de critérios próprios; bom método para fixação de prioridades e 
ordenação de informações e seleção de locais. 
Como desvantagens deste método, podem ser citadas: não identificação de impactos diretos e 
indiretos; desconsideração de características temporais e espaciais; segregação entre a ação e o 
impacto; ausência de análise de interações entre impactos ambientais; desconsideração da dinâmica 
dos sistemas ambientais; não indicação, na maior parte dos casos, da magnitude dos impactos 
ambientais; e subjetividade dos seus resultados (SUREHMA/GTZ, 1992). 
As listas de controle são muito utilizadas no diagnóstico ambiental da área de influência do 
projeto e na comparação das alternativas (Moreira, 1999). Elas são simples de aplicar e são menos 
exigentes quanto a dados e informações; no entanto, não permitem projeções e previsões ou a 
identificação de impactos de segunda ordem (Braga et al. 2002). 
 
8.2.1. Lista de controle Simples 
As listas de controle simples consideram somente os atributos ambientais. São úteis para evitar 
a omissão de algum tipo de atributo. Não consideram o comportamento de cada tipo de impacto, a 
técnica empregada para sua previsão e nem os dados requeridos para a avaliação da significância 
sobre os atributos listados. Uma possível forma de tornar esta listagem mais completa é a inclusão de 
tópicos (atributos) abrangentes, por exemplo: ar, água, flora, fauna, clima, etc. 
Um exemplo deste tipo de lista é aquele que apresenta os atributos ambientais com suas 
características físico-químico-biológicas. Podem estar inclusas ainda as ações de desenvolvimento 
para um dado projeto, dividida em possíveis alterações no cenário ambiental, com seus respectivos 
impactos. As listas de controle simples também podem elencar os atributos (fatores ambientais), 
destacando em qual fase do desenvolvimento do projeto ocorrerá a incidência de tal atributo. A Figura 
3 ilustra um exemplo de lista de controle Simples. 
Estas listas podem ser adaptadas a vários tipos de especificidades, por meio da inclusão de 
outros atributos ou variáveis. Este tipo de lista pode ser importante para a avaliação das implicações 
do projeto, constituindo-se em uma lista prévia para uma formulação mais elaborada. Também é útil 
para diagnosticar ambientalmente uma área de influência. 
 
8.2.2. Lista de controle Descritiva 
Este tipo de lista de controle inclui, além dos atributos, informações sobre os critérios de 
avaliação dos impactos. Tais critérios objetivam relacionar os efeitos ambientais aos atributos e seus 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
14 
grupos sociais afetados. Esta informação adicional visa facilitar a definição dos objetivos para a 
obtenção das informações relevantes para uma tomada de decisão sobre o projeto em análise. Estas 
informações também são úteis para subsidiar um diagnóstico dos tipos de mitigação e monitoramento 
que serão necessários. 
 
Figura 3. Exemplo de lista de controle Simples. 
 
Como exemplo deste tipo de lista cita-se a apresentação dosfatores ambientais com as 
consequências ligadas à implantação do projeto e seus respectivos critérios de avaliação. Ela não 
permite quantificar os valores dos impactos, mas somente a sua identificação e relacionamento com 
alguns atributos. Por conseguinte, não é o tipo ideal para comparação entre alternativas de projeto 
visando a sua otimização, ou mesmo à avaliação da viabilidade de realização ou não do projeto em 
análise. 
Um exemplo de lista de controle descritiva é dado em Batista et al. (2010), identificando os 
impactos ambientais negativos provocados pelo lixão da cidade de Campina Grande, PB (Figura 4). 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
15 
 
Figura 4. Exemplo de lista de controle descritiva. 
 
8.2.3. Lista de controle Questionário 
Na ausência de dados específicos e confiáveis, ou devido aos custos elevados para obtenção 
desta informação, ou, ainda, à dificuldade de se obter avaliações precisas das consequências de um 
projeto sobre o meio ambiente, os empreendedores recorrem à experiência de especialistas ou 
consultores (Rodrigues, 1998). 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
16 
Neste método, os consultores, baseados nas suas experiências e em bibliografia apropriada, 
desenvolvem um questionário específico para o projeto em análise. A finalidade deste questionário é 
a valoração dos impactos ambientais do projeto. 
Vale ressaltar que na análise das variáveis ambientais de um projeto, seja através de 
consultores experientes, seja através de material técnico disponível, em qualquer alternativa, sempre 
há um grau de subjetividade associado aos métodos de AIA. O presente método carrega certo grau de 
subjetividade introduzida pelos especialistas. 
A Figura 5 mostra um exemplo de lista de controle Questionário. 
 
Figura 5. Modelo de lista de controle Questionário. 
 
8.2.4. Lista de controle Escalar 
São úteis para análise de projetos com várias alternativas de viabilização, possibilitando a 
comparação entre elas em uma base definida. Podem ser utilizadas para a comparação entre os estados 
anterior e posterior à implementação do projeto (Rodrigues, 1998). 
A seleção da melhor alternativa pode ser feita através da atribuição de valores numéricos, 
sinais ou letras para cada fator ambiental. Este tipo de lista relaciona, na primeira coluna, os atributos 
ambientais (fatores) e, na outra coluna, o projeto a ser implementado. A coluna do projeto deve ser 
dividida nas possíveis alternativas em análise. Cada atributo relacionado a um tipo de alternativa deve 
ser avaliado numericamente, através de critérios previamente definidos. A soma final e a sua análise 
à luz destes critérios definem qual a melhor alternativa a ser implementada. Informações adicionais 
podem ser incluídas, como a variação diferencial de cada atributo. Tal dado indica quais atributos são 
mais vantajosos ou prejudiciais e onde é necessário tomar maiores cuidados com relação a mitigação 
e monitoramento. Este aspecto é útil para avaliar a demanda tecnológica de controle de cada atributo 
ambiental de um dado projeto (Stamm, 2003). A Figura 6 mostra um modelo de lista de controle 
escalar. 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
17 
 
Figura 6. Modelo de lista de controle Escalar. 
 
A definição da complexidade da escala de atributos deve ser feita levando em consideração o 
tipo de projeto, sua escala, seus impactos ambientais, etc. A seleção dos atributos também pode 
considerar a legislação vigente e seus respectivos limites de tolerância. 
 
8.2.5. Lista de controle Multiatributo 
Este método é baseado na teoria de multiatributos. Deve ser utilizado na análise de projetos 
que envolvam mais de uma alternativa, com diferentes tipos de impactos ambientais que necessitem 
ser avaliados. Este método também é baseado em análises de consultores. 
Consiste em selecionar, inicialmente, uma série de parâmetros passíveis de medição ou 
estimação. Para cada parâmetro devem ser obtidos seus valores de ocorrência real e potencial. A fim 
de avaliar estimativas de ocorrência de parâmetros podem ser utilizados modelos computacionais ou 
dados existentes de projetos similares. Deve ser definido, ainda, um fator de utilidade e uma constante 
de importância relativa, para cada parâmetro. O somatório das constantes de importância deve ser 
igual a unidade. Definidos todos estes valores, pode ser composto o índice de qualidade ambiental 
(IQA) para cada alternativa em estudo. Inicialmente é feito, para cada parâmetro do projeto, o produto 
dos valores de ocorrência pelo fator de utilidade e a constante de importância. Posteriormente é feito 
o somatório dos resultados de todos os parâmetros, visando obter um IQA para cada alternativa do 
projeto. Quanto mais próximo da unidade (IQA mais alto), melhor a qualidade ambiental da 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
18 
alternativa em análise (Rodrigues, 1998). A Figura 7 ilustra um exemplo de lista de controle 
multiatributo. 
 
Figura 7. Exemplo de lista de controle Multiatributo. 
 
A aplicação deste método envolve algumas subjetividades, que podem ser minimizadas por 
meio de informações de consultores especializados e pela obtenção de dados confiáveis de outros 
projetos semelhantes. De acordo com Rodrigues (1998), este método tem sua aplicação vinculada ao 
conhecimento profundo da importância de cada parâmetro no projeto em análise e da definição 
adequada das funções e utilidades. No entanto, ele oferece um modelo sistematizado que possibilita 
a comparação de situações e projetos em uma mesma base de consideração. 
 
8.3. MATRIZ DE INTERAÇÃO 
As matrizes de interações, ou matriz de impactos, ou matriz de correlação de causa x efeito 
são técnicas bidimensionais que relacionam ações com fatores ambientais. Embora possam incorporar 
parâmetros de avaliação, são métodos basicamente de identificação. As matrizes tiveram início a 
partir da tentativa de suprir as deficiências das listagens (checklist). Uma das mais difundidas nacional 
e internacionalmente foi a Matriz de Leopold (Leopold et al., 1971), elaborada para o Serviço 
Geológico do Interior dos Estados Unidos. Essa matriz foi projetada para avaliação de impactos 
associados a quase todos os tipos de implantação de projetos. Os citados autores relacionam fatores 
ambientais e ações antrópicas conforme segue. 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
19 
I. F A T O R E S A M B I E N T A I S 
A. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS 
1. TERRA 
a. Recursos minerais 
b. Materiais de construção 
c. Solos 
d. Geomorfologia 
e. Campos magnéticos e radioatividade de fundo 
f. Fatores físicos singulares 
2. ÁGUA 
a. Continental 
b. Marinha 
c. Subterrânea 
d. Qualidade 
e. Temperatura 
f. Recarga de aquífero 
g. Neve, gelo e geada 
3. ATMOSFERA 
a. Qualidade 
b. Clima (macro e micro) 
c. Temperatura 
4. PROCESSOS 
a. Inundação 
b. Erosão 
c. Deposição (sedimentação e precipitação) 
d. Solução 
e. Sorção (intercâmbio de íons) 
f. Compactação e liquefação 
g. Estabilidade 
h. Sismologia (terremotos) 
i. Movimento de ar (vendaval e tempestade) 
B. CONDIÇÕES BIOLÓGICAS 
1. FLORA 
a. Árvores 
b. Arbustos 
c. Ervas 
d. Colheitas agrárias 
e. Microflora 
f. Plantas aquáticas 
g. Espécies em perigo 
h. Barreiras e obstáculos 
i. Corredores biológicos 
2. FAUNA 
a. Aves 
 
Disciplina: Avaliaçãode Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
20 
b. Animais terrestres 
c. Peixes e moluscos 
d. Organismos bentônicos 
e. Insetos 
f. Microfauna 
g. Espécies em perigo 
h. Barreiras e corredores 
C. FATORES SOCIAIS 
1. USO DO TERRITÓRIO 
a. Espaços abertos e selvagens 
b. Zonas úmidas 
c. Silvicultura 
d. Pastos 
e. Agricultura 
f. Zona residencial 
g. Zona comercial 
h. Zona industrial 
i. Minas e pedreiras 
2. RECREATIVOS 
a. Caça 
b. Pesca 
c. Navegação 
d. Banho e natação 
e. Acampamentos 
f. Excursionismo 
g. Zonas recreativas 
3. ESTÉTICOS E DE INTERESSE HUMANO 
a. Vistas panorâmicas e paisagens 
b. Natureza 
c. Espaços abertos 
d. Fatores físicos singulares 
e. Parques e reservas 
f. Monumentos 
g. Espécies ou ecossistemas especiais 
h. Lugares históricos ou arqueológicos 
i. Desarmonias 
4. NÍVEL CULTURAL 
a. Estilos de vida e referências culturais 
b. Saúde e segurança 
c. Trabalho e ocupação laboral 
d. Densidade populacional 
5. SERVIÇOS E INFRAESTRUTURA 
a. Estruturas 
b. Rede de transporte 
c. Rede de serviços 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
21 
d. Eliminação de resíduos sólidos 
e. Barreiras 
f. Corredores 
D. RELAÇÕES ECOLÓGICAS 
a. Salinização de aquíferos 
b. Eutrofização 
c. Vetores de enfermidades – insetos 
d. Cadeias alimentares 
e. Salinização de solos 
f. Invasão de espécies 
g. Outros 
II. A Ç Õ E S A N T R Ó P I C A S 
A. MODIFICAÇÃO DE REGIMES 
1. Introdução de flora ou fauna exótica 
2. Controles biológicos 
3. Modificação do hábitat 
4. Alteração da cobertura terrestre 
5. Alteração da hidrologia 
6. Alteração da drenagem 
7. Controles e modificações de fluxo de rios 
8. Canalização 
9. Irrigação 
10. Modificação do clima 
11. Incêndios 
12. Pavimentação e modificações na superfície 
13. Ruídos e vibrações. 
B. TRANSFORMAÇÃO DO TERRITÓRIO E CONSTRUÇÕES 
1. Urbanização 
2. Construções industriais e edifícios 
3. Aeroportos 
4. Autoestradas e pontes 
5. Estradas e caminhos 
6. Vias férreas 
7. Cabos e elevadores 
8. Linhas de transmissão, oleodutos e gasodutos 
9. Barreiras e vales 
10. Dragagem 
11. Revestimento de canais 
12. Construção de canais 
13. Barragens e reservatórios 
14. Diques, molhes, marinas e terminais marítimos 
15. Construções em alto mar 
16. Obras e construções para recreação 
17. Explosões e perfurações 
18. Cortes e aterros 
 
Disciplina: Avaliação de Impacto Ambiental Professor: Sydney Sabedot 
22 
19. Túneis e estruturas subterrâneas 
C. EXTRAÇÃO DE RECURSOS 
1. Escavações e perfurações profundas 
2. Escavações superficiais 
3. Escavações subterrâneas 
4. Perfuração de poços 
5. Dragagem 
6. Exploração florestal 
7. Pesca comercial e caça 
D. PROCESSOS 
1. Granjas 
2. Criação de gado e pastoreio 
3. Armazéns de feno 
4. Indústrias de laticínios 
5. Geração de energia elétrica 
6. Mineração 
7. Metalurgia 
8. Indústria química 
9. Indústria têxtil 
10. Fábricas e mecânicas de veículos automotores e aviões 
11. Refinarias 
12. Fábricas de produtos alimentícios 
13. Serrarias e exploração de madeira 
14. Fábricas de celulose e papel 
15. Armazenamento de produtos. 
E. ALTERAÇÕES DE TERRENO 
1. Controle de erosão – terraceamentos 
2. Minerações encerradas e vertedouros controlados 
3. Minerações abertas 
4. Paisagismo 
5. Dragagens de portos 
6. Aterros e drenagens 
F. RECURSOS RENOVÁVEIS 
1. Reflorestamento 
2. Gestão e controle da vida natural 
3. Recarga de aquíferos 
4. Fertilizantes 
5. Reciclagem de resíduos 
G. TRÁFEGOS VARIÁVEIS 
1. Estradas de ferro 
2. Rodovias 
3. Rodovias para tráfego pesado 
4. Hidrovias e tráfego marítimo e fluvial/portos 
5. Aeroportos 
6. Esportes aquáticos 
 
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23 
7. Caminhos 
8. Teleféricos 
9. Comunicações 
10. Oleodutos 
H. SITUAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS 
1. Lançados ao mar 
2. Aterros 
3. Depósitos de rejeitos e resíduos de mineração 
4. Armazenamento subterrâneo 
5. Depósitos de sucatas (veículos) 
6. Descarga de poços de petróleo 
7. Situação de sondagens profundas 
8. Descargas de água quente 
9. Lixão 
10. Esgotos 
11. Tanques de estabilização e oxidação 
12. Tanques e fossas sépticas comerciais e domésticas 
13. Emissões de gases residuais 
14. Lubrificantes usados 
I. TRATAMENTO QUÍMICO 
1. Fertilização 
2. Descongelamento químico de rodovias 
3. Estabilização química de solo 
4. Controle de ervas daninhas e vegetação silvestre 
5. Pesticidas 
J. ACIDENTES 
1. Explosões 
2. Vazamentos e fugas 
3. Falhas em operações 
O princípio básico da matriz de Leopold consiste em, primeiramente, assinalar todas as 
possíveis interações entre as ações e os fatores ambientais, isto é, cruzar os 88 componentes dos 
fatores ambientais com as 100 ações antrópicas potencialmente alteradoras do ambiente, resultando 
em 8.800 quadrículas. Em cada uma dessas quadrículas são indicados algarismos que variam entre 1 
e 10, correspondendo, respectivamente, à magnitude e à importância do impacto. Ao número 1 
corresponde a condição de menor magnitude (mínimo da alteração ambiental potencial) e de menor 
importância (mínima significância da ação sobre o componente ambiental considerado). Ao número 
10 correspondem os valores máximos desses atributos. O sinal (+) ou (–) na frente dos números indica 
se o impacto é, respectivamente, benéfico ou adverso. A magnitude, então, representa o valor 
potencial do impacto, uma vez que não existe certeza de que esse irá ocorrer, e a importância, a sua 
relevância global no contexto espaço-temporal. A Figura 8 ilustra um modelo para estruturar uma 
matriz de Leopold. 
É sugerido, abaixo, um passo-a-passo para a confecção da matriz, a partir da definição de 
possíveis interações entre ações e aspectos ambientais: 
1) Identificar todas as ações (colunas) que serão desenvolvidas pelo projeto. 
 
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24 
2) Identificar todos os aspectos/fatores ambientais (linhas) que poderão ser afetados pelo projeto. 
3) Marcar todos os quadrados correspondentes às interações efetivas. 
4) Dividir cada quadrado em duas metades. 
5) Definir uma escala de valor (por exemplo, 1 a 10. Valor ZERO não vale!). 
6) Atribuir os valores de acordo com a magnitude e importância da ação Exemplo: derrames e 
vazamentos: magnitude = 1 (eventos raros) e importância = 4 (efeito moderado sobre a 
qualidade da água). 
7) Calcular a média geral da magnitude e importância de uma ação sobre todas as características. 
8) Calcular o índice final. 
9) Descrever cada interação considerada, discutindo a magnitude e importância do efeito do 
impacto. 
 
Figura 8. Modelo para estruturar uma matriz de Leopold. Fonte: Silva e Moraes (2012). 
 
 A Figura 9 exemplifica o esquema da matriz de Leopold (Canter, 1977). E a Figura 10 
ilustra um modelo para o citado passo-a-passo. 
 
Figura 9. Esquema da matriz de Leopold. 
 (1) Valor relativo do impacto da ação j sobre o ambiente. 
 
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25 
 (2) Valor relativo do impacto do empreendimento sobre o fator ambiental i. 
(3) Valor relativo do impacto do empreendimento sobre a totalidade do ambiente. 
 
 
Figura 10. Matriz deLeopold com valores para Magnitude e Importância. 
 
Como em outros métodos, existe o risco da subjetividade. Enquanto a valoração da magnitude 
é relativamente objetiva ou empírica, pois refere-se ao grau de alteração provocado pela ação sobre 
o fato ambiental, a pontuação da importância é subjetiva ou normativa uma vez que envolve atribuição 
de peso relativo ao fator afetado no âmbito do projeto. 
O estabelecimento destes pesos constitui um dos pontos mais críticos, não só das técnicas 
matriciais, mas também dos demais métodos quantitativos. A matriz de Leopold pode ser criticada 
neste sentido, pois, em sua concepção primeira não explicita claramente as bases de cálculo das 
escalas de pontuação de importância e da magnitude. Outros aspectos criticáveis podem ser 
apontados, como a não identificação, analogamente às checklists, das inter-relações entre os impactos, 
o que pode levar à dupla contagem ou à subestimativa dos mesmos, bem como a pouca ênfase 
atribuída aos fatores sociais e culturais. 
Uma questão muito discutida no uso deste tipo de técnica é a pertinência ou não de se calcular 
um índice global de impacto ambiental resultante da soma ponderada (magnitude x importância) dos 
impactos específicos. Face à diferente natureza dos impactos, alguns autores defendem a não 
 
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26 
contabilização de índice global, sugerindo a elaboração de matrizes para diversas alternativas e a 
comparação entre as mesmas a nível de cada efeito significativo específico. De qualquer forma, é 
importante assinalar que o índice global só poderá ser calculado se houver compatibilização entre as 
escalas utilizadas para os vários impactos, já que apenas escalas de intervalo ou razão estão sujeitas 
a manipulação matemática. Assim, efeitos medidos em escalas nominais ou ordinais deverão ser 
convertidos naquele tipo de escala. Como a matriz de Leopold não explicita, em princípio, as bases 
de cálculo das escalas, a contabilização do índice, embora útil para indicar o grau global de impacto 
de um determinado projeto, não é aconselhável, a não ser que sejam incorporadas as considerações 
acima mencionadas. 
Baseadas na matriz de Leopold, as matrizes atuais correspondem a uma listagem 
bidimensional para identificação de impactos, permitindo, ainda, a atribuição de valores de magnitude 
e importância para cada tipo de impacto. Os impactos positivos e negativos de cada meio (físico, 
biótico e socioeconômico) são alocados no eixo vertical da matriz, de acordo com a fase em que se 
encontrar o empreendimento (implantação e/ou operação), e com as áreas de influência (direta e/ou 
indireta), sendo que alguns impactos podem ser alocados, tanto nas fases de implantação e/ou 
operação, como nas áreas direta e/ou indireta do projeto, com valores diferentes para alguns de seus 
atributos respectivamente. Cada impacto é, então, alocado na matriz por meio (biótico, antrópico e 
físico), e cada um contém subsistemas distintos no eixo vertical, sobre o qual os impactos são 
avaliados nominal e ordinalmente, de acordo com seus atributos. 
Os atributos de impacto, com suas escalas nominal (atribuindo qualificações, por exemplo, 
alto, médio e baixo) e ordinal (atribuindo uma ordenação hierarquizada - por exemplo, primeiro, 
segundo e terceiro graus), possibilitam uma melhora da análise qualitativa, como destaca-se a seguir 
(Almeida et al., 1994). 
Tipo de ação - primária, secundária e enésima; definidas respectivamente como uma simples relação 
de causa e efeito – como reação secundária em relação à ação, quando faz parte de uma cadeia de 
reações, ou como uma relação enésima em relação à ação. 
Ignição - imediata, médio prazo e longo prazo; definidas como imediata quando o efeito surge 
simultaneamente com a ocorrência da ação; e, quando o efeito se manifesta com certa defasagem de 
tempo em relação à ação, esta variação é considerada como de médio ou longo prazo. 
Sinergia e criticidade - alta, média e baixa; definidas como o nível de interatividade entre os fatores, 
de modo a aumentar o poder de modificação do impacto. 
Extensão - maior, igual ou menor do que a bacia hidrográfica; definidas respectivamente quando o 
impacto sobre o subsistema abrange uma área maior, igual ou menor do que a bacia hidrográfica em 
questão. 
Periodicidade - permanente, variável e temporária; definidas respectivamente quando os efeitos não 
cessam de se manifestar enquanto durar a ação, ou quando não se tem conhecimento preciso de quanto 
tempo vai durar um determinado efeito e, ainda, quando o efeito tem duração limitada. 
Intensidade - alta, média e baixa; definidas pela quantificação da ação impactante. 
Os estudos nominais e ordinais dos atributos são utilizados para determinação da magnitude 
e importância dos impactos, sendo a magnitude, segundo Bisset e Tomlinson (1988), definida como 
a medida de gravidade de alteração do valor de um parâmetro ambiental. Dessa maneira, a magnitude 
é a soma dos valores determinados para os atributos extensão, periodicidade e intensidade. Já a 
 
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27 
importância do impacto, é a medida de significância de um impacto. Logo, a importância é o resultado 
da soma dos valores de magnitude e dos atributos de ação, ignição e criticidade. 
Os componentes de cada fase do empreendimento e por área de influência apresentam também 
uma magnitude e importância médias de impactos positivos e negativos que são calculados. 
Finalmente, a magnitude por meio (físico, biótico e antrópico) é a média das magnitudes totais, e a 
importância dos impactos em cada meio é representada pela média das importâncias totais de cada 
subsistema ambiental. 
O método permite uma fácil compreensão dos resultados; aborda fatores biofísicos e sociais; 
acomoda dados qualitativos e quantitativos, além de fornecer boa orientação para o prosseguimento 
dos estudos e introduzir multidisciplinaridade. 
 Mota e Aquino (2002) propõem um modelo de matriz para AIA, e indicam que a identificação 
e avaliação de cada impacto são feitas com o preenchimento de células correspondentes aos impactos, 
na matriz, conforme a Figura 11. Na Figura 12, estão conceituados os diversos parâmetros de 
avaliação utilizados para os vários tipos de atributos usados na Matriz. As Figuras 13 e 14 apresentam, 
como exemplos, partes de uma Matriz de Impactos aplicada ao projeto de uma rodovia. A partir dos 
diversos quadros que integram a Matriz, é possível obter-se várias informações, podendo-se citar, 
entre outras: 
- Total de impactos do empreendimento, por tipo. 
- Impactos do empreendimento, por tipo e por meio afetado. 
- Número de impactos positivos e negativos, para cada tipo de magnitude, importância e 
duração. 
- Identificação e avaliação dos impactos, por tipo, em cada fase do empreendimento. 
- Impactos do empreendimento, por tipo, em cada meio afetado (físico, biótico e antrópico). 
- Impactos de cada ação do empreendimento, por tipo. 
As Figuras 15 a 17 contêm exemplos de dados que podem ser obtidos, na forma de quadros, a 
partir da Matriz proposta, utilizando-se o projeto de uma rodovia. Outras informações podem ser 
obtidas a partir dos quadros que integram a Matriz de Impactos. 
 
 
Figura 11. Atributos dos impactos utilizados em Matriz. Fonte: Mota e Aquino (2002). 
 
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28 
 
Figura 12. Atributos usados em Matriz. Fonte: Mota e Aquino (2002). 
 
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29 
 
Figura13. Exemplo de matriz de impacto usada em rodovias. Fonte: Mota e Aquino (2002). 
 
 
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30 
 
Figura 14. Exemplo de matriz de impacto usada em rodovia. Fonte: Mota e Aquino (2002). 
 
 
Figura 15. Dados obtidos a partir do uso de matriz. Fonte: Mota e Aquino (2002). 
 
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31 
 
Figura 16. Dados obtidos a partir do uso de matriz. Fonte: Mota e Aquino (2002). 
 
 
Figura 17. Dados obtidos a partir do uso de matriz. Fonte: Mota e Aquino (2002). 
 
 
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32 
8.4. SOBREPOSIÇÃO DE MAPAS 
As técnicas cartográficas, ou de geoprocessamento, ou Sistemas de Informações Geográficas 
(SIG) são utilizadas na localização/extensão de impactos, na determinação de aptidão e uso de solos, 
na resolução de áreas de relevante interesse ecológico, cultural, arqueológico, socioeconômico; logo, 
em zoneamentos e gerenciamentos ambientais. Perfeitamente adaptável a diagnósticos e avaliações 
ambientais, tal metodologia consiste na confecção de uma série de cartas temáticas, uma para cada 
compartimento ambiental. Esses mapas desenhados em material transparente, quando sobrepostos, 
orientam os estudos em questão. Estas cartas se interagem para produzir a síntese da situação 
ambiental de uma área geográfica, podendo ser elaboradas de acordo com os conceitos de 
vulnerabilidade ou potencialidade dos recursos ambientais (segundo se desejam obter cartas de 
restrição ou de aptidão do solo). Essa metodologia é útil para a localização, conflitos de uso e outras 
questões de dimensão espacial, como a comparação entre alternativas a serem analisadas num Estudo 
de Impacto Ambiental de um determinado empreendimento. 
A Figura 18 ilustra como utilizar a sobreposição de mapas. 
 
Figura 18. Elaboração de cenários na fase de diagnóstico, com o uso de ferramentas de 
geoprocessamento. Fonte: Oliveira (2004), modificado. 
 
8.5. REDES DE INTERAÇÃO 
São esquemas que representam a sequência de operações entre os componentes de um projeto. 
Este método é sistêmico. As redes de interação simulam o projeto antes da sua implementação, 
favorecendo a avaliação dos parâmetros de uma forma conjunta e simultânea. Uma das características 
do método das redes de interação é identificar impactos indiretos e sinergéticos (secundários), 
subsequentes ao impacto principal (Morgan, 1998). 
Essa metodologia estabelece uma sequência de impactos ambientais a partir de uma 
determinada intervenção, utilizando método gráfico. A rede mais difundida e conhecida é a de 
Sorensen. Segundo Bolea (1984), existem outros sistemas de redes, como o método CNYRPAB 
(utilizado com frequência nos EUA), o Bereano (no Alasca) e considerações do Banco Mundial sobre 
redes de interações modificadas, como muitas utilizadas no Brasil. 
Potencialidades 
e 
restrições 
Sobreposição 
utilizando 
critérios de 
ponderação 
Solo 
Relevo 
Geologia 
Hidrografia 
Infraestrutura 
 
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33 
As redes têm por objetivo as relações precedência entre ações praticadas pelo empreendimento 
e os consequentes impactos de primeira e demais ordens. Apresentam como vantagens o fato de 
permitirem uma boa visualização de impactos secundários e demais ordens, principalmente quando 
computadorizadas, e a possibilidade de introdução de parâmetros probabilísticos, mostrando 
tendências. 
Visam também a orientar as medidas a serem propostas para o gerenciamento dos impactos 
identificados, isto é, recomendar medidas mitigadoras que possam ser aplicadas já no momento de 
efetivação das ações causadas pelo empreendimento e propor programas de manejo, monitoramento 
e controle ambientais. 
As Figura 19, 20 e 21 mostram alguns exemplos de redes de interação. 
 
Figura 19. Diagrama indicando consequências do processo de urbanização sobre os processos de 
escoamento das águas superficiais. Fonte. Amorim (2014). 
 
 
Figura 20. Diagrama indicando algumas consequências sociais da implantação de um grande 
projeto. Fonte: Amorim (2014). 
 
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34 
 
Figura 21. Rede de interação de impactos na dragagem de um estuário. 
 
8.6. MODELOS DE SIMULAÇÃO 
Os modelos de simulação são softwares que buscam simular os diversos sistemas ambientais 
de um projeto (Stamm, 2003, Souza, 1997). Esta simulação pode ser realizada a partir dos diagramas 
 
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de sistemas. Este método de AIA é o único que pode introduzir a variável temporal para considerar a 
dinâmica dos sistemas (SUREHMA/GTZ, 1992). As respostas destes programas são gráficos que 
representam o comportamento dos sistemas dentro de parâmetros definidos. Este tipo de método foca 
o objetivo da pesquisa somente nos fatores fundamentais para a definição do seu comportamento. 
Apresenta a interação entre os sistemas ambientais e seus impactos relacionados com o tempo de 
ocorrência (SUREHMA/GTZ, 1992). É desejável que se evite um número exagerado de medições ou 
análise de fatores, uma vez que cada simulação agrega complexidade ao modelo (método) e também 
pode incluir erros. Assim sendo, o modelo deve ser mantido de maneira simples, sem a inclusão de 
complexidades supérfluas. 
O seu objetivo é fornecer diagnósticos e prognósticos da qualidade ambiental da área de 
influência do projeto. Por ser um método mais sofisticado e dispendioso (Stamm, 2003, Souza, 1997) 
que os demais, é geralmente empregado em projetos de grande porte. Os modelos de simulação 
utilizam modelagem matemática que tende a simplificar a realidade (UNEP, 2002). 
Existe atualmente uma grande quantidade de modelos de simulação específicos para as mais 
diversas áreas, sistemas e tipos de projeto. Segundo SUREHMA/GTZ (1992), outras vantagens, além 
daquelas informadas anteriormente, são: promover a troca de informações e interações entre as 
disciplinas e organizar um grande número de variáveis quantitativas e qualitativas. 
As Figuras 22, 23 e 24 mostram modelos de simulação para emissões na atmosfera e 
verificação da qualidade do ar. 
 
Figuras 22 e 23. Distribuição Gaussiana da pluma de contaminação de emissão na atmosfera. Fonte: 
Amorim (2014). 
 
Figura 24. Distribuição da pluma de contaminação de emissão na atmosfera. Fonte: Amorim (2014). 
 
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36 
 
 
 
 
 
As Figuras 25 e 26 mostram o resumo sobre as características dos principais métodos de AIA 
acima relacionados. 
 
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37 
 
Figura 25. Resumo sobre os métodos de AIA. Fonte: Amorim (2014). 
 
 
Figura 26. Resumo sobre os métodos de AIA. Fonte: Amorim (2014). 
 
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9. ESTUDOS DE CASOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS NO MEIO FÍSICO 
9.1. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL EM RODOVIAS 
 Bandeira e Floriano (2004) tratam da avaliação de impactos ambientais em rodovias, 
indicando que uma rodovia pode ser classificada como uma obra de engenharia composta por uma 
pista e obras de arte. Seus impactos iniciam no planejamento, continuam na fase de implantação e 
construção, até a fase operacional, quando a qualidadede sua manutenção tem grandes implicações. 
A avaliação de impacto ambiental das rodovias deve incluir todas as fases. 
 Segundo autores supracitados, no Rio Grande do Sul, o órgão ambiental estadual distingue 
cada tipo de operação em rodovias de forma que para cada classe de atividade há um tipo de estudo 
específico a ser realizado; estão entre eles: 
- obras de contenção de encostas; 
- pavimentação de estradas vicinais; 
- obras em estradas vicinais; 
- restauração de rodovias; 
- obras de pavimentação ou restauração de rodovias, iniciadas sem licenciamento; 
- obras de pavimentação de rodovias; 
- obras de arte em rodovias (pontes, viadutos e galerias duplas ou triplas); 
- áreas de bota-fora. 
 
9.1.1. Descrição do empreendimento 
Descrever as dimensões da rodovia, as obras de arte, obras de contenção, bota-foras, resíduos, 
áreas de empréstimo e de mineração, áreas de operação (usina de asfalto, britagem, abastecimento, 
estacionamentos, oficinas, lavagem e lubrificação de equipamentos e armazenagem), áreas 
administrativas (escritórios, refeitórios, dormitórios, áreas de ensino e de lazer). 
 
9.1.2. Diagnóstico ambiental 
O diagnóstico ambiental da área de influência direta e indireta do empreendimento deverá ser 
caracterizado quanto aos meios: 
- físico (geológico, hidrológico, edáfico e climático); 
- biótico (flora e fauna), incluindo áreas protegidas por lei e unidades de conservação; 
- antrópico (social e econômico), incluindo sítios histórico-culturais. 
No que concerne ao meio físico, são importantes as características acerca da geologia, 
hidrologia, solos e clima, conforme segue: 
a) Geologia: Geologia Local - Caracterização geológica da área de influência direta, abordando os 
aspectos litológicos (composição e grau de alteração das rochas) e estruturais (grau de 
fraturamento, falhamentos e contatos), geotécnico (estabilidade de maciços e taludes, presença e 
delimitação de colúvio e elúvio, propensão à erosão e declividade dos terrenos), geomorfológicos 
(formas dos modelados dos terrenos), hidrogeológicos (zoneamento das áreas de recarga e 
descarga dos aquíferos), acompanhada de mapa em escala 1:10.000, elaborado com base na 
interpretação das fotos aéreas e levantamento de campo. 
 
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39 
Geologia Regional - Descrição da geologia regional da área onde o empreendimento se insere, 
quanto aos aspectos litológicos, estratigráficos e estruturais, com a apresentação de mapa 
geológico em escala 1:50.000, com base na interpretação das fotos aéreas e observações de 
campo. 
Caracterização da geomorfologia local e regional contemplando a compartimentação da 
topografia geral, formas de relevo dominantes e dinâmica dos processos geomorfológicos 
(presença ou propensão à erosão, movimentos de massa, assoreamentos e inundações). 
Elaboração de mapa geomorfológico da área de influência direta e indireta (escala 1:50.000). 
Descrição sintética das jazidas (áreas de empréstimo de material mineral) a serem utilizadas no 
empreendimento, no que diz respeito à localização do depósito, caracterização do minério, 
determinação de volumes, bem como informar se as mesmas estão localizadas fora da faixa de 
domínio. Neste caso deverão ser licenciadas pelo órgão responsável pela área de mineração. 
Avaliação das características dos terrenos atingidos diretamente pelas obras, caracterizando a 
estabilidade de maciços e taludes, a declividade do terreno, a presença e delimitação de colóquios 
e eflúvios, propensão à erosão, travessias de várzeas com solos orgânicos e hidromórficos, 
fundações de aterros, materiais de construção. 
b) Hidrologia: Descrição do sistema hidrográfico (bacias hidrográficas) da área de influência direta 
e indireta, e apresentar estes dados na escala 1:50.000. Descrição das características físicas dos 
cursos d’água no trecho da obra (larguras média e máxima e cota máxima de inundação). 
Identificação e caracterização dos mananciais hídricos ocorrentes na área de influência direta e 
indireta do empreendimento e da drenagem regional e local (bacia, curso d’água). Descrição da 
qualidade e usos atuais das águas no trecho onde será executada a obra e variações do regime 
hidrológico no trecho da obra. 
Descrição das bacias hidrográficas da área de influência direta e indireta do empreendimento, 
com a apresentação de mapa em escala 1:10.000. 
Caracterização hidrogeológica, enfatizando a ocorrência das nascentes na área de influência 
direta, apresentando estes dados em mapa em escala 1:10.000, ou quando for o caso, em mapa na 
mesma escala do projeto das obras de arte. 
c) Solos: Descrição do tipo de solo, o estado de conservação, sua estabilidade e a existência de solos 
hidromórficos. 
Elaboração de mapa pedológico da área de influência direta e indireta do empreendimento em 
escala 1:50.000. 
Identificar, descrever e localizar os pontos de sensibilidade ambiental que ocorrem ao longo do 
trecho, sua condição em comparação com a estrutura original da região, seu valor ambiental 
comparado com a estrutura original e comparado com a sua importância atual para o trecho. 
Avaliação das características dos terrenos atingidos diretamente pelas obras, caracterizando a 
estabilidade de maciços e taludes, a declividade do terreno, a presença e delimitação de colúvios 
e elúvios, propensão à erosão, travessias de várzeas com solos orgânicos e hidromórficos, 
fundações de aterros, materiais de construção, apresentando estes dados em mapa na mesma 
escala do projeto das obras de arte. 
Mapear o uso e ocupação do solo nas áreas de influência direta e indireta da rodovia predominante 
nas áreas que ocorrem ao longo do trecho, dentro da faixa de domínio. 
 
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Identificar, descrever e amarrar os locais onde poderá haver impactos ambientais em decorrência 
da execução das obras e na fase de operação da rodovia que poderão ser causados dentro da faixa 
de domínio por obras temporárias, como usinas de asfalto, pedreiras, jazidas, pátio de obras, etc. 
d) Clima: A descrição do clima no planejamento de rodovias é importante tanto para determinação 
do regime hidrológico, com influência no cálculo de pontes e bueiros e escoamento superficial 
das águas captadas pela pista de rolamento, como também por sua influência na redução da área 
de infiltração de água das chuvas, redução da cobertura vegetal e aceleração da evaporação e 
mesmo com influência sobre a segurança das populações de entorno. De clima em clima, os 
efeitos das rodovias são diferentes. 
A caracterização do clima inclui a temperatura, precipitações, ventos, estações e ciclos de médio 
e longo prazos. 
 
9.1.3. Levantamentos do passivo e ativo ambientais 
O levantamento do passivo e ativo ambientais deverá contemplar os impactos sobre os meios 
físico, biótico e antrópico, nas áreas de influência da rodovia, ocorridos em função de obras já 
existentes ou executadas anteriormente. 
 
9.1.4. Mapeamentos e documentos fotográficos 
Além das plantas de obras civis e mapas de descrição, caracterização e localização do 
empreendimento em si, são necessários para realização do diagnóstico a elaboração dos seguintes 
mapas: 
- Geológico; 
- Hidrográfico; 
- Edáfico; 
- Uso atual dos solos; 
- Localização referenciada aos centros urbanos na escala 1:10.000; 
- Mapas das áreas de restrição (áreas protegidas por Lei Federal, Estadual e Municipal) na 
escala 1:50.000; 
- Mapas de localização das pedreiras, jazidas e usinas de asfalto (escala 1:50.000); 
- Planta indicando a localização das áreas de bota-fora,

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