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EVOLUÇÃO DO DIREITO - SOCIOLOGIA JURÍDICA - RESUMO CAPÍTULO IV

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CURSO DE DIREITO
SOCIOLOGIA GERAL E JURÍDICA / 2° PERÍODO – TURMA G
Professora: Patrícia Formiga
Aluno: Artur Araújo Lacerda
RESUMO
CAPÍTULO IV - FATORES DA EVOLUÇÃO DO DIREITO
O Direito é em sua concepção sociológica, um produto de múltiplas influências sociais, não sendo regras permanentes e inalteráveis, mas sim sujeitas a constantes transformações. Observa-se assim, com muita nitidez, a influência da sociedade sobre o Direito enquanto fato social, tornando-o um produto de processos sociais, ou seja, o Direito em decorrência as relações sociais, tudo que agir sobre a sociedade produzirá reflexo também sobre o Direito.
O Direito enquanto Fatores Econômicos: O sistema de propriedade, as formas de produção, as relações entre empregados e patrões – tudo isso reflete na ordem jurídica, modificando-a, à medida que vai se alterando a estrutura econômica da sociedade. Alguns autores como K. Marx e F. Engels, criadores do materialismo histórico, chegam a se posicionar no sentido de conceber o direito como reflexo, exclusivamente, da constituição econômica, embora não se possa negar que, entre as forças modeladoras do Direito, o fator econômico é o que exerce uma influência mais decisiva, ainda que seguido de muito perto pelo fator político.
A influência do Fator Econômico sobre o Direito Romano caracterizavam-se por forte concentração de poderes nas mãos do pater famílias, ou seja, o chefe da família. Todos os membros do grupo doméstico estavam submetidos à autoridade do chefe, o único dotado de capacidade jurídica. Os demais membros não tinham qualquer iniciativa, nem autonomia, não importando idade ou situação social. Uniam-se todos para a produção dos bens necessários à sobrevivência do grupo. Tal direito estava perfeitamente adequado a uma sociedade pequena, mas ao entrarem em contato com outros povos, dedicaram-se com grande intensidade à compra e venda de mercadorias. Essa modificação na estrutura econômica imediatamente repercutiu no direito. A organização da família tornou-se menos rígida, passando a ser submetida ao controle da sociedade global e não mais exclusivamente ao chefe da família.
Algo idêntico ao ocorrido em Roma desenvolveu-se no Direito Moderno, quando no fim do século XVII, surgiu uma nova classe, enriquecida pela posse de capitais mobiliários. Foi onde a burguesia se ascendeu ao poder político.
Aos poucos foram surgindo os grandes organismos econômicos, nacionais e multinacionais, acarretando em um tremendo abalo na ordem jurídica. Novos ramos do direito foram brotando do Direito Civil e aos poucos ganhando autonomia, tais como o direito comercial, do trabalho, industrial, econômicos etc. Mas o Direito Penal, que mantem maior distância do econômico, não foge à regra, principalmente no que diz respeito aos crimes contra patrimônio, falimentar e a ordem econômica.
O Direito enquanto Fatores Políticos: A palavra politica, modernamente é utilizada para designar a ciência e a arte de governar, abrangendo as relações entre o individuo e o Estado, as relações dos Estados entre si, bem como funções e atribuições do Estado.
Se examinarmos o conjunto de atribuições do Estado, veremos que é exatamente através da regulamentação jurídica que o Estado as exercem. Kelsen com base na teoria Marxista identificou Estado e Direito, e ainda hoje é a perspectiva da maioria dos juristas em face do Estado, identificando o direito exclusivamente como ciência jurídica, pelo seu aspecto normativo puro, razão pela qual foi mal compreendida pelos sociólogos.
Voltamos a enfatizar que do ângulo sociológico, há uma nítida distinção entre o Direito e o Estado, embora não se possa negar a proximidade em que se situam, um se realizando socialmente do outro.
Com a aparição do poder politico, longe de ser o responsável pela gênese do direito, foi apenas um dos eventos que exerceram uma reação grave e imediata, tanto na função e estrutura jurídica, quanto no seu conteúdo. Por essa razão, o regime politico de um país exerceu influência direta sobre suas regras de Direito Público e ate de Direito Privado. Segundo o regime em que se vive monárquico, aristocrático, feudal ou democrático, o Direito Constitucional, o Direito Administrativo e o Direito Fiscal, apresentaram peculiaridades. A própria organização da família, a aquisição e o uso da propriedade, a livre iniciativa comercial ou econômica etc., assumirão aspectos variantes, de maior ou menor rigidez, dependentes dos fatores políticos vigentes.
O Atual momento politico brasileiro oferece eloquente exemplo disso. Tao logo chegou ao poder o Partido dos Trabalhadores (PT), que arregimentou forças politicas para realizar profundas reformas constitucionais, como as da Previdência e a Tributária que afetaram muitos milhões de brasileiros, igualmente de grande repercussão social, sendo certo que outras reformas como do Judiciário, Politica e Trabalhista estariam em andamento.
A influência dos fatores políticos sobre o Direito torna-se mais patente no caso de revolução. Mal concluída a tomada do poder pelo grupo revolucionário, surge um novo Direito, substituindo aquele que servia de sustentáculo normativo ao sistema social, politico e econômico contra o qual a revolução se lançou. Esse novo Direito, refletindo as novas tendências politicas, traz no seu bojo a intenção de legitimar e justificar o poder, com o que se fecha o ciclo revolucionário.
Na Grécia com a Legislação de Sólon, significou a superação de uma questão social; Na Roma com a Lei das XII Tábuas, estabeleceu-se uma nova relação entre patrícios e plebeus; assim foi no mundo medieval com a Carta Magna; no mundo contemporâneo, com a Declaração dos Direitos do Homem e a Legislação Napoleônica; e até mesmo no Brasil com nossas constituições de 1824, 1891..., 1988. A primeira resultou na revolução da independência; a segunda, da república; a terceira, as revoluções de 1930 e 1932; a quarta, do advento do fascismo e do Estado Novo; a quinta, da redemocratização do país pós-guerra que derrotou o fascismo; a sexta a revolução de 1964; e por fim a última, da redemocratização do Estado Brasileiro.
O Direito enquanto Fatores Culturais: Se compararmos o direito de uma sociedade culturalmente desenvolvida com o de outra inculta, constataremos imediatamente a necessária harmonia existente entre a ordem jurídica e os fatores de cultura. O direito evolui acompanhando a evolução cultural, a ponto de podermos afirmar ser ele o aspecto cultural de um povo. Cada povo tem sua peculiaridade. A Grécia, por exemplo, notabilizou-se pela arte, pela cultura; os hebreus pela religião; os fenícios pela navegação; Roma pelo direito. Pois o direito de cada um desses povos reflete o aspecto cultural em que mais se desenvolveram, e quando a cultura de um é colocada em contato com a de outro, há influencias reciprocas sobre o direito de cada um. A conquista da Grécia exerceu influencias decisivas, não apenas nas artes e na literatura romanas, mas também nas suas instituições jurídicas.
O que é cultura?
Em uma definição simplista, cultura é tudo aquilo que o homem acrescenta à natureza. São os conhecimentos que vão se formando, transmitindo-se a outras gerações como autentica herança social. O homem com seu desenvolvimento cultural conseguiu dominar as forcas da natureza, domesticar os animais, disciplinar a lavoura, criar à arte, a ciência, a religião, a técnica, o direito, a filosofia, a musica, enfim, levar ao infinito os seus conhecimentos.
A maior evidencia de ser o Direito uma manifestação de cultura social, um fenômeno cultural, está no fato de surgirem novos ramos do Direito à medida que se expande o mundo cultural do povo. Falamos hoje em Direito Espacial, Nuclear, das Telecomunicações, realidade somente possível graças ao progresso cientifico dos tempos modernos.
O Direito enquanto Fatores Religiosos: Antigamente, nos povos antigos, o direito não se diferenciava da religião. Praticamente se confundiam porque o poder, a autoridade, o direito e a religião emanavam da mesma divindade. Quando o chefepolitico não era também o líder religioso, este partilhava do poder, exercendo imensa influência sobre o povo.
Em alguns povos, como os egípcios, hebreus, caldeus, tornavam-se difícil distinguir legislador e profeta, jurista e sacerdote, código e livro sagrado, lei e tabu, crime e pecado, processo e ritual, pena e purgação do pecado. As legislações eram, portanto, repletas de rituais, preceitos e proibições de ordem religiosa.
Os primeiros intérpretes do direito foram os sacerdotes, homens talhados para tal ofício pela natureza das ocupações que se desempenhavam nas sociedades rudimentares. Tinham a posse dos postos de comando (legisladores, chefes militares, conselheiros). Os sacerdotes contavam com a crença popular que os consideravam inspirados pelos deuses, e cercavam o direito de um formalismo terrível, convertendo-o em ciência de iniciados, inacessível ao povo.
Alguns sistemas jurídicos, como entre os povos antigos, ainda hoje estão profundamente impregnados de religião, a exemplo do que ocorre no Mundo Islâmico, onde as regras jurídicas e religiosas praticamente se confundem. Entretanto, mesmo os sistemas jurídicos leigos, onde religião e direito não se confundem e a Igreja está separada do Estado, não deixam de receber influência constante dos fatores religiosos. Como por exemplo, as transformações ocorridas no Direito Romano, no que diz respeito a casamento, divórcio, filiação, estado jurídico da mulher etc., quando se defrontou com as ideias cristãs nos séculos III e IV de nossa era. Na Idade Média, quando da formação do Direito Canônico, a religião continuou exercendo largamente a sua influencia, culminando com a criação de novas instituições.
Nos dias atuais, os países onde predomina o protestantismo são bem mais liberais para certos assuntos jurídicos do que aqueles onde predomina o catolicismo. O divórcio, no Brasil, por exemplo, depois de longa e sistemática campanha contrária que a Igreja Católica lhe moveu, até hoje não temos leis que regulamentam o controle da natalidade em razão da acirrada oposição que setores conservadores religiosos lhe fazem.
Esses são os principais fatores sociais da evolução do Direito, mas como estes muitos outros existem a exercer idêntica influência, pois, sendo o direito um fenômeno social, atuam sobre ele todos os fatores que atuam sobre a sociedade. As mudanças na sociedade mais cedo ou mais tarde refletem em mudanças na legislação em vigor ou em uma nova interpretação dada as normas anteriores.

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