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RESUMO DA ACTIO LIBERA IN CAUSA - AÇÃO LIVRE NA CAUSA

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CURSO DE DIREITO
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO II
Professor: Petrônio Bismarck Tenório Barros
	2º Período – TURMA G
ARTUR ARAÚJO LACERDA
TEORIA DA “ACTIO LIBERA IN CAUSA” – AÇÃO LIVRE NA CAUSA
João Pessoa - PB
INTRODUÇÃO
Este trabalho busca o estudo aprofundado e uma análise crítica da teoria da actio libera in causa. Para tanto foi realizada uma ampla pesquisa doutrinária para se entender o conceito da teoria da actio libera in causa, na medida em que essa não possui um conceito oficial definido. Existem várias visões sobre seu conceito e forma de aplicação, o que a leva a ser um instituto assistemático.
A teoria da actio libera in causa é geralmente utilizada pela doutrina penal para justificar a responsabilidade penal por fatos típicos cometidos por autores que se põem em estado de inimputabilidade. Esta teoria tem uma origem histórica que não permite distinguir exatamente sua dimensão e nem sequer seus limites. Assim é que hoje em dia se costuma utilizar como justificação para uma grande parcela de situações, algumas delas incompatíveis com princípios básicos como o de culpabilidade ou com as regras de Direito Penal. A teoria da actio libera in causa promove uma distensão indevida da imputação penal que visa não mais que suprir de modo prejudicial ao réu uma lacuna de imputação. Estes problemas que derivam da aplicabilidade da actio libera in causa se relacionam, não só através do desenvolvimento do conceito de culpabilidade, mas mediante a adoção de um adequado conceito de ação. Adoção de um conceito significativo de ação que permite uma atribuição adequada de responsabilidade nos supostos típicos em que o autor se põe em estado de inimputabilidade para a comissão de delitos e, ao mesmo tempo, sem incorrer em uma inadequada distensão das regras de imputação. Trata-se de situar-se de modo geral os principais problemas do uso da teoria da actio libera in causa e de analisar as soluções provenientes da adoção de um conceito significativo de ação.
1. A TEORIA DA “ACTIO LIBERA IN CAUSA”
1.1 – O que é a Teoria da actio libera in causa?
O termo actio indica a conduta (ação ou omissão); libera expressa o elemento subjetivo do sujeito; in causa, a conduta anterior determinadora das condições para a produção do resultado. O conceito moderno da teoria pode ser explicado, por Narcélio de Queiroz, em sua famosa teoria sobre a action libera in causa – ação livre em sua causa –, o agente no estado de inimputabilidade causa um resultado punível, pois se colocou nesse estado, propositadamente, com ou sem intenção de produzir o evento lesivo. Isso porque a causa antes da ação delituosa era livre e o agente tinha consciência de determinar-se de acordo com o caráter ilícito do fato. Na precisa definição de Narcélio de Queiroz, devemos entender por actio libera in causa:
Segundo Queiroz (1963), citado por Greco (2013, p.89), É os casos em que alguém, no estado de não imputabilidade, é causador, por ação ou omissão, de algum resultado punível, tendo se colocado naquele estado, ou propositadamente, com a intenção de produzir o evento lesivo, ou sem essa intenção, mas tendo previsto a possibilidade do resultado, ou, ainda, quando a podia ou devia prever. 
Os adeptos da teoria da actio libera in causa explica que para ser reconhecida uma ação livre em sua causa, se faz necessário observar três elementos. Deve existir uma conduta voluntária inicial de embebedar-se, ou melhor, de colocar-se em estado de inimputabilidade; assim como um resultado típico ligado à conduta voluntária por nexo de causalidade; por fim deve inexistir elemento psicológico – dolo ou culpa – no momento da produção do resultado. Assim, após a ocorrência do ato voluntário, a responsabilização do agente não se daria em função do resultado típico ocorrido posteriormente, mas, sim, em função desse ato de vontade (RODRIGUES, 1996; SILVA, 2004). Ou seja, é o caso de conduta livremente desejada, mas cometida no instante em que o sujeito se encontra em estado de inimputabilidade, i. e., no momento da prática do fato o agente não possui capacidade de querer e entender (JESUS, 2013).
1.2 – Como, onde e quem criou, à teoria da actio libera in causa? Quem são seus representantes, o que há de importante nela e a quê se destina?
Os estudos doutrinais em geral costumam situar as origens da teoria da actio libera in causa nas proposições de Aristóteles, concretamente na Magna Moral, onde expressa que: 
Sempre que por ignorância se pratica um delito, o sujeito não se conduz voluntariamente, a não ser que aquele que o cometa seja causa da ignorância, como acontece com os ébrios, os quais causam danos ou injúria, sendo causa da ignorância (Magma Moral, v. 1, P. 34; JESUS, 2013).
Do exposto, deduz o filósofo que ao autor de um crime nestas condições deveria impor-se uma pena pelo fato cometido e outra mais pela embriaguez. Assim foi admitido pelo legislador grego de então, conforme o mesmo Aristóteles narra em Ética a Nicômaco. Posteriormente, na Idade Média, o Direito canônico aplicava a doutrina de Santo Agostinho que era partidário de castigar somente a embriaguez, por entender que era o único ato voluntário cometido nessa cadeia de acontecimentos, e constituía, em si mesmo, a causa final da conduta delitiva. Durante os séculos XVII e XVIII os juristas limitaram-se a reproduzir ideias dos doutrinadores italianos. No período dos jurisconsultos italianos se elaborou a formulação que conhecemos hoje em dia. Assim já dizia Bonifácio de Vitalinis que o ébrio não pode ser castigado pelo delito cometido, salvo nas hipóteses de embriaguez voluntária. No mesmo sentido Farinaccio afirmou que não deveria sofrer sanção o sujeito autor de um delito em estado de embriaguez, onde não existe dolo nem culpa. Porém, se o sujeito costuma praticar delitos quando se encontra ébrio e não evita embriagar-se, voltando a cometê-los, deve-se impor uma pena a ele.
Aí já se identificam dois pontos chaves. Em Vitalinis a existência de diferentes situações de embriaguez conforme suas origens, em Farinaccio, apesar da perigosa ideia de punição segundo o comportamento, onde se identificam ecos de um Direito Penal de autor, se vê claramente a identificação de ausência de culpabilidade no momento do delito. Mais tarde, Carrara, Pessina, Manzini e Maggiore também estudaram o tema, porém o fizeram tendo em conta somente as hipóteses nas quais o sujeito buscava de propósito um estado de inconsciência para cometer os delitos à embriaguez preordenada. (JESUS, 2013).
A teoria da actio libera in causa destina-se de acordo com o Art. 28 do Código Penal e não excluem a imputabilidade penal, aqueles em estado de embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
2. CRÍTICAS À ULTILIZAÇÃO DA ACTIO LIBERA IN CAUSA
Há autores que fazem restrições à extensão da aplicabilidade da teoria da actio libera in causa, sem negar sua aplicação. Restringem, não obstante, sua crítica à interpretação extensiva. Neste contexto explica Damasio de Jesus, citando a Aníbal Bruno: 
Alguns autores afirmam que é suficiente que a imputabilidade, o dolo e a culpa existam num dos momentos do iter criminis e que isso ocorre na actio libera in causa, uma vez que a ação de colocar-se em estado de inimputabilidade já constitui ato de execução da conduta punível. De observar, porém, que o ato de colocar-se o agente em estado de inconsciência, por ex., não constitui ato executório do crime, tratando-se de ato preparatório. Tanto é assim que, se após o primeiro ato (livre) nada ocorrer, não haverá sequer tentativa (Aníbal Bruno). 
Para que o sujeito responda pelo crime, aplicando-se a teoria que estamos analisando, é preciso que na fase livre, (resolução) esteja presente o elemento dolo ou culpa ligado ao resultado. Não é suficiente que se tenha colocado voluntariamente em estado de inimputabilidade, exigindo-se que tenha querido ou assumido o risco de produzir o resultado (dolo), ou que seja este previsível (culpa) (JESUS, 2013, p.518).No mesmo sentido, referindo-se especificamente à legislação brasileira, Mirabete observa que “Na lei brasileira, porém, não se exclui a imputabilidade pela embriaguez não preordenada, se voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.” Ou seja, o legislador brasileiro adota um conceito amplo que, para o autor referido constitui uma “forçada aplicação do princípio da actio libera in causa”. O perfil da construção legislativa brasileira a respeito do tema tem sua origem nas ideias de Nélson Hungria, para quem mesmo nos supostos de embriaguez voluntária ou culposa, responderá o sujeito segundo o elemento subjetivo do delito cometido, em razão da existência de uma vontade residual que dirige a atividade ilícita. Entende que a embriaguez não elimina completamente o discernimento e, portanto, deve ser reconhecida a responsabilidade penal de acordo com o elemento subjetivo próprio do delito praticado.
Nesse sentido, os adeptos da teoria da actio explicam que como a imputabilidade deve existir só no momento da ação de se embriagar, o tempo do aparecimento do resultado é irrelevante para determinar a capacidade de imputação do agente. Então, para que se possa punir aqueles crimes cometidos em estado de embriaguez preordenada ou não o Código Penal brasileiro optou pela teoria da actio libera in causa que pela análise da culpa – sentido amplo – no momento de se embriagar, legitima a punição do delito causado inconscientemente.
CONCLUSÃO
Muito se sabe hoje, que o problema do consumo de drogas ilícitas divide espaço também com o problema do exagero do uso de drogas lícitas, como, por exemplo, o álcool. Isso se deve ao fato do álcool ser uma droga lícita de fácil e livre acesso às pessoas e, quando consumido imoderadamente, leva a pessoa a agir de forma e pôr em risco a integridade física e a vida do próximo.
Um grande problema que o Direito Penal enfrenta é a punição do crime praticado pelo agente em estado de embriaguez completa voluntária, preordenada ou não. Para isto, faz uso da teoria da actio libera in causa que tem por objetivo tentar legitimar a punição do crime de um ébrio ao tentar conciliá-la ao princípio norteador do nullum crimen sine culpa, uma vez que ao cometer o delito este se encontra em situação de inimputabilidade.
O Código Penal atual trata da embriaguez no seu artigo 28 e nos respectivos incisos e parágrafos. Ademais, faz referência à aceitação da teoria da actio libera in causa para resolver os problemas da responsabilidade penal no tocante à embriaguez. Contudo, como ficou demonstrado no decorrer do trabalho, esse diploma só é capaz de punir legitimamente o crime praticado no estado de embriaguez – completa e incompleta – decorrente de culpa ou dolo eventual. Isso porque nesses dois elementos – a tipicidade só é verificada se ocorrer o resultado. Assim, o dolo eventual e a culpabilidade são aferidos antes da produção do resultado típico. A grande diferença dessas figuras é a resignação ou a confiança perante o dever violado.
Portanto, não há problema na punição do sujeito que comete um crime em estado de embriaguez completa, quando for previsível ou existir previsibilidade de ocorrência de um delito nesse estado. Quando incompleta mais razão há para se punir o agente, visto que existe consciência de sua conduta e o sujeito possui capacidade para determinar-se de acordo com a ilicitude do fato.
REFERÊNCIAS
ARISTÓTELES, (1998), Ética Nicomáquea, Libro III. Trad. por Quintín Racionero Carmona. Editorial Gredos S.A. , Madrid, p. 192.
GRECO, Rogério. Código Penal: Comentado. 7. ed. Niterói, Rio de Janeiro, 2013.
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, volume 1: parte geral. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
QUEIROZ, Narcélio de. Teoria da “actio libera in causa” e outras teses. Rio de Janeiro: Forense, 1963.
RODRIGUES, Eduardo Silveira de Melo. A embriaguez e o crime. Brasília: Brasília Jurídica, 1996.
SILVA, Haroldo Caetano da. Embriaguez e a teoria da actio libera in causa. Curitiba: Juruá, 2004.

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