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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FLORESTAS DEPTO. DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS Manejo de Paisagens – IF129 Primeiro semestre de 2013 ALUNO: MATRÍCULA: ASSINATURA: Questões Dissertar sobre: 1- O Plano de Ação e as suas etapas. 2- Os tipos de energia que alteram a superfície da Terra. 3-Os processos de alteração da superfície da Terra: erosão. 4- A evolução da paisagem. 5- A exposição de vertentes à gravidade, à energia solar e ao ciclo hidrológico. 6- Sítio, unidade territorial e sistema territorial. 7- Fragmentos, corredores e matriz. Estruturas e seus descritores na Ecologia da Paisagem. 8 - As características plásticas da árvore. 9 - Os tipos composicionais da paisagem. 10 - Os fatores de observação e análise cênica dependentes do observador. 11 – O método de elaboração de projeto de arborização. 12- Os princípios da composição. Respostas: 1- Plano de ação é o conjunto de atividades realizadas para a intervenção e o manejo, visando o uso e a conservação de determinado recurso. 1º Passo Objetivo: saber com clareza o objetivo a ser alcançado, não sendo somente de visão técnica. 2º Passo Planejamento: envolve uma série de subfases de instrumentalização, como: Levantamento de informações; (análise dos componentes: solo, organismos, geologia, etc) - estudos (diagnose-método que confronta restrições com o potencial de uma área), zoneamento, mapa de uso do solo (prognose – o que terá como reflexo determinada atividade), mapas temáticos, relatório de impacto ambiental; Coordenação - construção de instrumento de planejamento (planos, que inclui organizar e definir o melhor procedimento para alcançar os objetivos, os planos delineiam as decisões de caráter geral, as suas grandes linhas políticas, suas estratégias e suas diretrizes; programas, que inclui basicamente um aprofundamento do plano: os objetivos setoriais do plano irão constituir os objetivos gerais do programa, é a setorização do plano; e projetos que são instrumentos que permitem que um engenheiro de campo execute, incluindo detalhes, o projeto é o documento que sistematiza e estabelece o traçado prévio da operação de uma unidade de ação, a elaboração de projetos, em geral , acompanha um roteiro predeterminado, o qual , via de regra, é definido de acordo com as necessidades e exigências.) 3º Passo Execução – realização do projeto. 4º Passo Controle – verificação se a execução do projeto se deu de acordo com o que foi planejado. 5º Passo Avaliação – verificação se o que foi planejado (e executado conforme o planejado) deu certo. Caso contrário, voltar para o planejamento. 2- (BLOOM, A. L. – SUPERFÍCIE DA TERRA) Exógenas (energias não desenvolvidas na Terra): Solar (cal/min./cm²) – hídrica: todos os aspectos do ciclo hidrológico se relacionam a geomorfologia, ressaltando o escoamento que pode erodir e transportar detritos rochosos para o mar muito rapidamente. Também os ventos; Gravidade da lua (marés) e do sol: Este dois corpos formam marés não só na água, mas também em rochas. As variações cíclicas causadas pelas marés permitem o ataque das costas que se somam as ondas oceânicas numa amplitude vertical de até vários metros. Com isso, a energia do impacto das ondas é aplicada a maior área de rochas costeiras do que seria, se o nível do mar fosse fixo, formando o contorno das costas. Endógenas (energias geradas na Terra): Gravidade da terra: As partículas rochosas, tanto quanto as gotas de chuva são atraídas para o centro da Terra pela força da gravidade. Quando o material rochoso se move encosta abaixo sob influência da gravidade, mas sem agente de transporte de água corrente ou gelo de geleira, o processo é denominado movimentos do regolito, este incluem não só eventos espetaculares, como deslizes de terra e avalanches, mas também processos lentos. Calor interno: A maioria das grandes formas de relevo provavelmente com concentrações de calor interno, como os vulcões. Um segundo aspecto influencia no processo geomórfico: o derretimento da base de geleiras temperadas, com isso, a presença de uma delgada película de água mudará radicalmente a velocidade do movimento da geleira e a ação da geleira na sua base (embasamento rochoso) causando erosão e deposição. Tectônica: associado aos movimentos tectônicos, que são provocados por forças do interior da Terra, tem-se vários padrões de relevo. Os movimentos que ocorrem no interior da Terra de forma lenta e prolongada são chamados de diatrofismos. Podem ser classificados em epirogênese e orogênese. Na epirogênese, os movimentos da crosta são lentos e verticais. Como as rochas são resistentes e de pouca plasticidade, os blocos continentais podem se fraturar, sofrendo levantamentos (o bloco levantado chama-se horst) ou abaixamentos (o bloco rebaixado chama-se graben). Podem formar bacias sedimentares e terraços fluviais. Na orogênese, as pressões são exercidas de forma horizontal, são movimentos intensos e compressivos sobre rochas de maior plasticidade que se encurvam, enrugam, são os dobramentos que dão origem a montanhas e cordilheiras como as Montanhas Rochosas, Andes, Apalaches, Pirineus, Atlas, Alpes, Cárpatos e Himalaia. 3- Transporte de partículas soltas através da água e do vento que causamobilização, arraste e deposição de partículas de solo. O desmatamento reduz a infiltração da água da chuva, ao mesmo tempo em que favorece a erosão dos solos (fluxo por terra) com inumação dos talvegues. O assoreamento da calha fluvial ou elevação do talvegue em função do assoreamento diminui a capacidade de vazão de um rio. Com o acréscimo das intensidades pluviométricas (chuvas torrenciais), o aumento do escoamento pluvial ou do fluxo por terra leva ao transbordamento do canal fluvial, dando origem às enchentes. Deve-se acrescentar, ainda, que a erosão pode também se dar pelo fenômeno de eustatismo, que resulta da elevação (eustatismo positivo) ou abaixamento (eustatismo negativo) do nível da água oceânica em relação ao continente, o que pode estar associado tanto a mudanças climáticas como aos fenômenos tectônicos. Geralmente esse processo acontece nas fases glaciais e interglaciais. 4- (FONTE: GEOMORFOLOGIA - VALTER CASSETI WWW.FUNAPE.ORG.BR) Linha Davis: Para ele, o relevo se definia em função da estrutura geológica, dos processos operantes e do tempo, O sistema de W.M Davis (1889), fundamentado no conceito de nível de base de Powell (1875), sugere que o processo de denudação inicia-se a partir de uma rápida emersão da massa continental. Diante do elevado gradiente produzido pelo soerguimento em relação ao nível de base geral, o sistema fluvial produz forte entalhamento dos talvegues, originando verdadeiros canyons , que caracterizam o estado antropomórfico denominado de juventude. A idéia mais importante é a de que os rios não podem erodir abaixo do seu nível de base. Davis, portanto, se viu obrigado a completar o conceito de nível de base com outro fundamental, o de “equilíbrio'', para o que se utilizou da idéia de balanço entre a erosão e a deposição. O trabalho comandado pela incisão vertical do sistema fluvial desaparece com o estabelecimento do perfil de equilíbrio ( Fig. 1.2 ), quando a denudação inicia o rebaixamento dos interflúvios, marcando o fim da juventude e o começo da maturidade. Alguns escritos em alemão de Davis abordam os possíveis efeitos de levantamento e erosão consecutivos.O processo denudacional que individualiza a maturidade, para Davis, caracteriza-se pelo rebaixamento do relevo de cima para baixo ( wearing-down : desgastar para baixo), o que torna necessário admitir a continuidade da estabilidade tectônica, bem como dos processos de erosão ( Fig. 1.3 ). A evolução considerada tende a atingir total horizontalização topográfica, estágio denominado de senilidade, quando a morfologia seria representada por extensos “peneplanos”, às vezes interrompidos por formas residuais determinadas por resistência litológica, denominadas monadnocks . Nesse instante haveria praticamente um único nível altimétrico entre interflúvios e os antigos fundos de vales (níveis de base), os quais estariam representados por cursos meandrantes (para Davis a meandração significava a senilidade do sistema fluvial), com calhas aluviais inumadas pela redução da capacidade de transporte fluvial ( Fig. 1.4 ). Para Davis (1899), o relevo, ao atingir o estágio de senilidade, seria submetido a novo soerguimento rápido, que implicaria nova fase, denominada rejuvenescimento, dando seqüência ao ciclo evolutivo da morfologia. Conforme Carson & Kirkby (1972), existem duas suposições-chave no sistema descritivo: a primeira é a de que a emersão e a denudação não podem ocorrer concomitantemente, ou seja, a denudação pode somente adquirir alguma importância quando a massa de terra estiver tectonicamente estável. A segunda é a suposição de que os rios sofrem duas fases de atividades: rápida incisão inicial e depois virtual repouso, uma vez atingido o estágio de equilíbrio. A condição de “virtual” repouso significa a continuidade evolutiva, sem assumir o esforço indutivo evidenciado na situação anterior. Considerações ao sistema ou modelo proposto por Davis têm sido apontadas em ambas as suposições, partindo do princípio de que o processo de soerguimento não pode estar dissociado dos efeitos denudacionais, ou seja, ao mesmo tempo em que o relevo encontra-se em ascensão por esforço tectônico, os processos morfogenéticos estarão atuando. Considerando os resultados de evidências empíricas de que efeitos orogênicos modernos se aproximam de 7,5 metros a cada 1.000 anos, dados apresentados por Tsuboi (1933) para o Japão (valor comparável com as medidas atuais de ajustamento isostásico em áreas recobertas por geleiras pleistocênicas), torna-se inadmissível a idéia da referida dissociação. Também seria improcedente a idéia de uma estabilidade tectônica, da juventude até a senilidade, uma vez que, com base em níveis modernos de erosão, a denudação de aproximadamente 1.500 metros de material requereria, provavelmente, entre 3 a 110 milhões de anos (Schumm, 1963). Para Davis, seriam necessários de 20 a 200 milhões de anos para o aplainamento das cadeias de montanhas, como as falhas de Utah, tempo mais que suficiente para manifestações de natureza tectodinâmica. A impossibilidade de se admitir estabilidade tectônica absoluta por um período geológico tão prolongado inviabiliza inclusive a idéia de se atingir o referido “virtual repouso'', o que faz supor o estabelecimento do perfil de equilíbrio imaginário. Torna-se difícil admitir a possibilidade de um período de estabilidade tão prolongado para permitir o desenvolvimento do peneplano de Davis, caracterizando uma certa comodidade esquemática. Davis desconsiderou ainda a possibilidade de mudanças climáticas “acidentais'' no modelo, o que resultaria em deformação no sistema imaginado. Linha Penck: Conforme foi dito, W. Penck foi um dos principais críticos do sistema de Davis, sobretudo ao afirmar que a emersão e a denudação aconteciam ao mesmo tempo ( Fig. 1.5 ), atribuindo desse modo a devida importância aos efeitos processuais. As críticas de Penck fundamentam-se no método empregado por Davis e na ausência de conexão com a ciência geográfica, uma das principais preocupações da escola germânica. Para Davis, a denudação (BC) só teria início após o término do soerguimento (AB), enquanto que para Penck a denudação (B´C) é concomitante ao soerguimento (AB´), com intensidade diferenciada pela ação da tectônica (Fig. 1.5 ). Penck (1924) procura demonstrar a relação entre entalhamento do talvegue e efeitos denudacionais em função do comportamento da crosta, que poderia se manifestar de forma intermitente e com intensidade variável, contestando o modelo apresentado por Davis: rápido soerguimento da crosta com posterior estabilidade tectônica, até que se atingisse a suposta senilidade, quando nova instabilidade proporcionaria a continuidade cíclica da evolução morfológica. Penck (1924) propunha que em caso de forte soerguimento da crosta, ter-se-ia uma correspondente incisão do talvegue, que por sua vez implicaria aceleração dos efeitos denudacionais em razão do aumento do gradiente da vertente. Admitindo-se que o efeito denudacional não acompanhasse de imediato a intensidade do entalhamento do talvegue, ter-se-ia o desenvolvimento de vertentes convexas. Conclui-se que Penck levou em consideração a noção de nível de base local e a correspondência entre soerguimento, incisão e denudação, valorizando a relação processual, própria da concepção germânica. Uma segunda situação apresentada por Penck (1924) é a de que, existindo um soerguimento moderado da crosta, com proporcional incisão do talvegue, poderia ocorrer uma compensação equilibrada pelos efeitos denudacionais, proporcionando o desenvolvimento de vertentes retilíneas ou manutenção do ângulo de declividade, o que foi denominado por ele de “superfície primária'' . Por último conclui-se que, quando a ascensão da crosta é pequena, ocorre um fraco entalhamento do talvegue, sendo a denudação superior o que propicia o desenvolvimento de vertentes côncavas. Enquanto Davis afirmava que o relevo evoluía de cima para baixo ( wearing-down , Fig.1.8b ), Penck acreditava no recuo paralelo das vertentes ( wearing-back , ou desgaste lateral da vertente, Fig. 1.8a ), constituindo-se no modelo aceito para o entendimento da evolução morfológica. Penck critica Davis, pois nem todas as paisagens são explicadas por sua teoria. Não necessariamente uma paisagem inicial será exposta totalmente. Depende da velocidade sortimento e tem o recuo da vertente transversal. Penck é mais adequado às paisagens áridas e semi-áridas Quaternário: Fundamenta-se que a formação das paisagens ocorre por meio de correntes marítimas, o sistema dessas correntes ao longo dos anos sofre modificações podendo inverter o clima. Bigarella et al (1994) consideram que “as mudanças periódicas e drásticas das condições climáticas durante o Quaternário influíram na distribuição das massas de ar e no sistema dos ventos. O regime da temperatura global foi, por conseguinte, amplamente afetado pela transferência de calor através das correntes marinhas e aéreas. Assim, sob diferentes condições climáticas tem-se diferentes tipos de intemperismos, com depósitos correlativos diferenciados. Exemplo: A Amazônia já foi árida ou semi-árida e hoje é quente e úmida, ocorrendo alterações no nível do mar e temperatura. Tabuliforme: Característica da paisagem Amazônica, consequência de dois tipos processos: platôs de testemunha e vales – solo. O relevo tabuliforme, caracterizado por uma seqüência de camadas sedimentares horizontais ou subhorizontais, associadas ou não a derrames basálticos intercalados, embora elaborado pelos mecanismos morfoclimáticos, reflete diretamente a participação da estrutura. Trata-se de formas estruturais, caracterizadas por sequências sedimentares horizontalizadas, cuja disposição tabular pode diferirdaquelas resultantes de processo de pediplanação em estruturas não-horizontais. Ressalta-se que a pediplanação também se dá em estruturas horizontais, com estreita correspondência entre a superfície de erosão e o comportamento dos estratos. Os relevos tabulares tendem a ocorrer com maior freqüência no interior das bacias sedimentares, dada a disposição horizontalizada dos estratos. As formas mais comuns nas estruturas concordantes se caracterizam por chapadões, chapadas e mesas, em ordem de grandeza. Tais formas são geralmente mantidas à superfície, por camadas basálticas ou por sedimentos litificados de maior resistência. Quando submetidas a processo de pediplanação, podem estar associadas a concreções ferruginosas, com vegetação xeromórfica, provavelmente ligada às condições ambientais áridas ou semi-áridas que deram origem à superfície erosiva. O início da evolução dos relevos tabuliformes, sobretudo no caso brasileiro, encontra-se relacionado a uma fase climática úmida, responsável pela organização do sistema hidrográfico sobre um pediplano em ascensão por esforços epirogenéticos. 5- As consequências da exposição de vertentes geram algumas características do solo como: Mozaicidade – o território (paisagem) pode ser dividido em pedaços (células). Essa divisão ocorre devido às diferenças das forças que atuam em cada porção e os processos resultantes. É possível separar cada porção através da caracterização dos componentes ecológicos resultantes dos fluxos e do acúmulo de energia e matéria. Orientacionalidade – ocorrência de processos orientados também em células gerando características diferentes . Encadeamento - gera unidades encadeadas de processos,, em paisagens contínuas pode-se fazer previsões 6- São níveis hierárquicos que auxiliam no reconhecimento de paisagens similares. Sítio – parte da superfície terrestre que para todos os propósitos práticos é uniforme em seu interior quanto a geomorfologia, solo e a vegetação, sendo a menor unidade holística da paisagem e caracterizada pela homogeneidade de pelo menos um atributo da terra. Unidade territorial – conjunto de sítios separados no espaço que apresentam as mesmas características de solo, vegetação e relevo. Sistema territorial – grupo de repetições das mesmas unidades territoriais, seu limite geralmente coincide com alterações geomorfológicas ou geológicas visíveis. 7- Fragmento – porção do território não linear que apresenta uma aparência diferente do entorno. Quatro categorias comuns na literatura podem ser reconhecidas: de perturbação, de remanescente, de distribuição de recursos ambientais e agrícolas. Descritores: tamanho (aspecto mais notável, se relacionando a várias questões, como a possibilidade de operação de máquinas agrícolas, capacidade de conter espécies no seu interior e quantidade de energia armazenada), forma (tem um significado primário em relação a distribuição da borda, em uma mancha isométrica contém mais áreas interiores do que borda, enquanto um retângulo tem proporcionalmente maior relação borda/inerior), configuração, número, isolamento e orientação, análogo à teoria da biogeografia de ilhas (MacArthur; Wilson, 1967) a paisagem é vista como um padrão de habitats em ilhas conectados através de uma rede de barreiras e passagens, conhecidas como corredores, a proximidade e a ligação entre fragmentos podem ser consideradas como um fator crucial, no tocante a eficiência de dispersão de organismos através de uma paisagem. Corredores – porção linear do território que apresenta uma aparência diferente da sua vizinhança. A ligação entre elementos de mesma classe estabelece numa paisagem um fator de conectividade, função da configuração de redes, onde os corredores permitem o movimento e intercâmbio genético entre animais e plantas e as barreiras inibem tais trocas. Desse modo, algumas características dos corredores a serem estudadas incluem como descritores: curvatura, linearidade, extensão, largura, orientação (onde está direcionado em relação ao sol). Matriz – elemento mais extensivo e conectado da paisagem. Tem um papel principal no funcionamento da paisagem e tem limites concavos envolvendo os outros elementos. Teoricamente toda paisagem possui matriz, mas existem paisagens onde não se consegue distinguir. Descritores: permeabilidade e conectividade. Além de ter uma área bem mais extensa e com limites concavos envolventes a outros elementos, a matriz também pode ser caracterizada pela sua maior conectividade e pelo seu controle preponderante no fluxo de energia e na dinâmica da paisagem, como nos exemplos de calor do deserto permeando e ressecando os oásis, e dos corredores de vegetação em torno de campos agrícolas ou pastagens, atuando como áreas fontes de sementes ao processo de regeneração florestal. Logo, se nenhum tipo de elemento de paisagem for predominante, o maior grau de conectividade indicará qual elemento corresponde a matriz. 8- (Fonte: Riopardense Macedo). Trata-se do estabelecimento de integrações entre unidades vegetais, relação entre o vegetal e o espaço inconfinado, do que a planta e o prédio, valoriza a forma como estrutura, como conjunto de peças articuladas num caminhamento em busca da melhor forma. Logo, considera-se a forma como Estrutura e porte: onde a árvore passa a valer como um ponto, uma linha uma área ou um volume do espaço a serviço da estrutura espacial, tem-se então a estrutura (forma geral) e o porte representado pela altura, diâmetro da projeção vertical e arquitetura da copa. Como Cor é uma característica que se torna uma importante aliada na identificação de espécies, através das diferentes tonalidades de verdes das folhas, a coloração e época de floração, também importante para projetos de parques e praças. Os troncos também se destacam pela sua coloração, muitas vezes contrastante com boa parte da paisagem. Como Textura, deve-se entender o aspecto geral do conjunto da folhagem e a impressão que este conjunto causa na retina do observador (sendo influenciada pelo número e tamanho das partes), aspecto do vegetal como “matéria” e as transformações desta através das diferentes estações climáticas. Como Transparência a árvore funciona dentro da estrutura-paisagem sem eliminar elementos – prédios ou outras árvores- que a configuram; a unidade vegetal satisfaz a função de confinar um espaço em benefício da maior intimidade ou do fechamento da estrutura-paisagem, sem deixar de fazer parte dela. Como Mobilidade primeiramente deve-se esclarecer se é qualidade da galharia, de um modo geral, ou se é restrita as folhas. Os Movimentos ocasionados principalmente pelo vento poderão ser caracterizados pelo tipo e intensidade, como movimento tipo pêndulo de lenta intensidade 9- (Fragmento retirado da monografia de LUIZA MARIA GRAEL: FONTES ANÁLISE CÊNICA DA PAISAGEM: CONCEITOS, METODOLOGIAS DE APLICAÇÃO, CENÁRIO BRASILEIRO E IMPORTÂNCIA PARA A CONSERVAÇÃO). Com respeito às diferentes composições que são formadas nos cenários Litton (1968) propõe sete modelos interessantes e que, a fim de esclarecimentos, podem ser interpretados através da breve descrição que segue. - Paisagem panorâmica: A ênfase da linha visivel é a horizontalidade como característica dominante, e a atitude geral das grandes linhas da composição parece essencialmente perpendicular as linhas da visão. A inferência da distância considerável está presente, e o primeiro plano não impoe nenhuma limitação sobre a composição horizontal das paisagens panorâmicas. Como uma expressão da distância e da abertura, que pode alcançar 180 graus, o céu e as formações de nuvens assumem um importante, e às vezes dominante, papel de modificar o caráter estável da horizontalidade.Figura 3: Exemplo de vista panorâmica (Fonte: LINTTON 1968). - Paisagem com destaque: Este tipo composicional é um dos mais diversificados da paisagem, pois pode ser encontrado em varias escalas diferente. A vista do observador é atraída para um ponto fixo (elemento ou elementos agrupados) que é o destaque da paisagem. Figura 4: Exemplo de vista com destaque (Fonte: LINTTON 1968). - Paisagem focal: Caracterizada pela existência de linhas paralelas ou objetos alinhados (uma estrada, rio, cerca, fileira de árvores) que direcionam a vista do observador para um ponto de fuga (ponto focal) dominante na cena. Figura 5: Exemplos de vista focal (Fonte: LINTTON 1968). - Paisagem cercada: As linhas da visão são direcionadas primeiramente para o vazio no centro da paisagem e, secundariamente, se espalham pelas paredes laterais. Ocorre pela presença de barreiras visuais que determinam uma acentuada definição do espaço. Um dos exemplos mais descritivos pode ser considerado a superfície plana de um lago, de pequeno porte, rodeada por uma vegetação relativamente homogênea. Em geral, a extensão ou distância torna-se o inimigo visual da paisagem cercada, que pode ser substituída gradualmente ou sequencialmente por uma composição panorâmica. Figura 6: Exemplos de vista cercada (Fonte: LINTTON 1968). - Paisagem sob abrigo: Refere-se ao caráter de composição da paisagem a ser encontrado sob a cobertura de um dossel, no interior da floresta, ou dentro de cavernas. Tais composições tendem a ser de dimensão relativamente pequena. A escala e os detalhes presentes na restrição aérea e lateral da cena podem ser mais facilmente vistos e compreendidos por um observador a pé. Figura 7: Exemplo de vista sob abrigo (Fonte: LINTTON 1968). - Paisagem com detalhes: Os pequenos detalhes ou minúcias também podem contribuir significativamente a uma experiência visual. São cenários, de curta distância, que apontam para situações singulares como florações, desenhos em pedras, uma catarata, uma forma proeminente do terreno, uma árvore isolada. E assim como a paisagem sob abrigo, exige um ritmo de pedestres e um olho para amenidades especiais. Figura 8: Exemplo de vista com detalhe (Fonte: LINTTON 1968). - Paisagem efêmera: É dependente de efeitos transitórios, que podem vir a durar segundos, minutos, horas ou mesmo dias. Certos efeitos podem ser encontrados apenas em épocas específicas do ano, outros para serem vistos, podem necessitar de observação aguçada pelo interesse especial no elemento, necessitando de uma intensidade de consciência visual, ou o seu significado/conteúdo podem ser negligenciado. 10- (Fragmento retirado da monografia de LUIZA MARIA GRAEL: FONTES ANÁLISE CÊNICA DA PAISAGEM: CONCEITOS, METODOLOGIAS DE APLICAÇÃO, CENÁRIO BRASILEIRO E IMPORTÂNCIA PARA A CONSERVAÇÃO). Distância de observação: Se expressa através das limitações fisiológicas humanas. Sendo assim, quando o observador se afasta os detalhes do objeto de apreciação se perdem, a imagem se torna menos nítida. É possível estabelecer uma proporção ideal entre escala da paisagem e a distancia do ponto de observação, assim o observador pode selecionar as melhores distancias para admiração de um determinado objeto. Sendo apresentada como: Curta distância: Retrata a distância presente no primeiro plano que variam de 0 a 300 metros do objeto observado. Neste plano o observador começa a perceber uma relação de escala entre ele e a paisagem. Ele está presente na cena, podendo visualizar a paisagem com o máximo de detalhes em uma pequena abrangência do olhar. Média distância: É considerada como uma distância de meio plano entre o observador e o objeto observado, variando de 300 a 3.000 metros. Nesta escala, formas, padrões e ligações entre as partes da paisagem podem ser vistas começando a simplificar cores e linhas. É possível observar o contorno dos morros se unindo e suas linhas de drenagem, como também a textura da cobertura vegetal começando a se simplificar. Longa distância: Retrata o plano de fundo em paisagens de grandes extensões, alcançando distancias maiores que 3.000 metros. A simplificação das corres, textura, linhas e dos outros atributos é uma distinção das longas distâncias, o que permite que planos intermediários se destaquem mais claramente. Posição do observador: É o fator estético de observação cênica que se refere à posição graduada do observador em relação ao objeto visualizado. Define os ângulos que formam seu eixo de visão com o objeto nos planos horizontal e vertical, as diferentes posições condicionam a apreciação da forma e do tamanho do objeto e podem modificar o tipo de composição estética do conjunto. São considerados três tipos: Normal: o observador se encontra posicionado no mesmo nível de elevação dominante da topografia que os elementos principais da cena. E embora o céu seja geralmente a parte mais significativa de qualquer paisagem, nessa posição a atenção se volta sobre os elementos sólidos ou sobre cursos d’água. Inferior: o observador se encontra num plano inferior de observação, em contraste com o resto das elevações adjacentes o campo de visão se torna limitado, alcançando curtas distâncias de contemplação cênica. Das três possibilidades, esta é mais restritiva no que diz respeito a clausura e distância. Superior: observador se encontra posicionado acima da maior parte da paisagem à sua frente, tendo amplo raio de visão e uma ideia geral sobre como os elementos se dispõem na paisagem. Como são poucas as obstruções topográficas a apreciação cênica alcança longas distâncias, embora generalizadas. Sequência de observação: Quando observamos a paisagem de um ponto de vista dinâmico se torna possível perceber que as unidades visuais são altamente inter-relacionadas. A repetição sistemática dos elementos visuais e sua duração se combinam dando origem a dinâmica da visão, a duração da experiência depende da distância e da velocidade com que o observador se desloca dentro das paisagens e entre elas. A partir desta analise o observador é capaz de selecionar os melhores pontos de observação, enriquecendo a apreciação e aumentando a descrição do cenário. Podem ser considerados também como fatores de observação: Condições atmosféricas, Luminosidade, Tempo de observação, Limitações topográficas e Bacias visuais. 11- Primeiramente deve-se avaliar a necessidade do local para que possa ser definido objetivo da implantação (estético, sombreamento, conforto térmico, orientação, sócio-cultural). Com a definição do objetivo saber a espécie adequada a ser implantada. O Projeto arborização urbana deve, por principio, respeitar os valores culturais ambientais e de memória do local. Deve considerar sua ação de proporcionar conforto para o ambiente público assim como para as moradias, ―sombreamento, abrigo e alimento para avifauna, diversidade biológica, diminuição da poluição, melhoria das condições de permeabilidade de solo e paisagem, contribuindo para e melhoria da qualidade do tecido urbano. As espécies a serem utilizadas e seus locais específicos de instalação devem ser pormenorizadas em projeto executivo com a localização exata de plantio o porte das mudas assim como o tamanho dos berços de plantio a maneira correta de preparo e a forma do canteiro definitivo. 12- O arranjo de diferentes elementos em um determinado espaço, como árvores ou florestas, pode seguir diferentes preceitos. Podemos agrupá-los mais ou menos, adensá-los, distribuí-los em toda a área, alterná-los com outros elementos e assim por diante. Estas diferentesformas de compor (diferentes “desenhos”) resultam em ambientes também diversos. Se este desenho é bem trabalhado, ele tem maiores chances de resultar em espaços mais funcionais, confortáveis e de maior beleza. Devemos fazer arranjos dos elementos de modo a que eles mantenham as funções estabelecidas na origem do empreendimento e, neste sentido, podemos seguir determinados princípios na distribuição dos elementos envolvidos, de modo a que o projeto atinja plenamente o seu intento. Esse arranjo passa, no nível técnico ou no intuitivo, pelos princípios básicos de composição, que podem ser descritos como "as forças compulsoriamente ativas no trabalho com formas no espaço, do modo como são concebidas pelo projetista e como se espera que sejam percebidas pelo espectador”. Exemplos destes princípios são os que utilizam elementos com características próximas (harmonia), os que utilizam elementos com características opostas (contrastes), a repetição, a alternância, o uso de elementos geométricos, a simetria e a dominância. Para complementar: Griffith (1992) cita que a qualidade de um objeto de arte, especialmente a beleza paisagística, depende, muitas vezes, da combinação de elementos visuais (linha, forma, textura, escala e cor) para constituir a variedade visual. É conhecido que a existência ou não de variedade desses elementos visuais pode ser um dos principais fatores da qualidade do recurso paisagístico, desde que eles se harmonizem. Essa harmonização constitui a base fundamental do paisagismo para áreas naturais. A Figura 1 mostra a evolução dos elementos visuais para a composição da paisagem natural.
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