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ANOTAÇÕES DA DISCIPLINA CONTROLE INTERNO E EXTERNO

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AULA 1 – ESTRUTURA DA GESTÃO PÚBLICA 
INTRODUÇÃO 
O Brasil é constituído na forma de um Estado Republicano, democrático, federativo e soberano, tendo como 
propósito garantir a dignidade de todas as pessoas que integram a nação de modo que seja garantido o bem 
comum. 
Bem comum = necessidades sociais. 
O Estado (brasileiro) é SOBERANO,os entes federativos (União, estados, municípios e DF) possuem 
AUTONOMIA. 
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A ESTRUTURA BUROCRÁTICA 
Burocracia, no contexto da administração pública, refere-se a como a Administração esta estruturada, em 
termos organizacionais, para atender as diferentes demandas sociais. 
Não deve ser combatida a burocracia em si, mas o seu excesso. 
O capítulo 7º da CF apresenta como enfoque a administração pública, definindo regras para atuação dos 
gestores públicos e servidores em todas as esferas da Administração Federação. O objetivo deste preceito 
constitucional é estabelecer uma estrutura organizacional burocrática básica que venha atender os 
pressupostos legais da CF, garantindo que os recursos públicos atendam à sociedade de modo que cumpra 
aos objetivos previstos nos programas orçamentários de governo. 
Essa estrutura burocrática é determinante e muito importante para que se possa conseguir identificar as 
diferentes políticas que estão sendo implementadas e previstas constitucionalmente, bem como identificar 
o grau de responsabilidade de cada setor. 
Logo, o objetivo desta organização burocrática da Administração Pública é estabelecer critérios de 
organização de modo que possibilite a transparência, a investigação e o controle a cerca dos gastos públicos. 
Decreto-Lei n° 200/67 – Estatuto da Reforma Administrativa: classificou a Administração Federal em Direta 
e indireta. 
As entidades da Administração indireta tem o ente federativo como principal representante, inclusive 
fazendo parte de sua organização orçamentária, porém têm uma estrutura administrativa autônoma. 
A união, os estados, o DF e os municípios devem ser compreendidos, numa estrutura de poder público com 
organização política, estrutural e federativa, enquanto entidades jurídicas de direito público com poderes 
políticos e funções constitucionais estabelecidas. 
A COMPETÊNCIA FEDERATIVA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS 
Como primeiro destaque, pode-se mencionar o artigo 194 da Constituição Federal, que define a política de 
Estado na área da seguridade social, destacando-se enquanto um conjunto de políticas integradas dos 
poderes públicos, com participação da sociedade nos órgão colegiados. 
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da 
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Compete ao poder público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes 
objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - equidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII- caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com 
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. 
Dentre outros artigos da Constituição, que destacam a integração das políticas de Estado e políticas de 
governo, pode-se referenciar a gestão e a promoção das políticas públicas na área da saúde principalmente 
nos artigos 196, 197, 198, 199 e 200. As políticas sociais no campo da saúde pública são definidas enquanto 
um dever do Estado, sendo que as ações devem ser integradas com orçamentos legalmente definidos, 
priorizados e dirigidos pelos diferentes entes da federação por meio de rede regionalizada e integrada, 
consolidando-se em um sistema único, com políticas integradas, com inserção importante da participação 
da comunidade. 
Outro destaque importante sobre a integração das políticas de Estado e de governo refere-se à 
responsabilidade pela gestão das políticas públicas na área da educação, a ser aplicada pelos entes da 
federação, conforme previsto nos artigos 205 a 214 da Carta Magna. A Constituição prevê que a educação 
pública deve ser gratuita e de qualidade, sendo um direito de todos e um dever do Estado, além de definir 
que a organização do ensino será realização em regime de colaboração entre a União, Estados, Distrito 
federal e Municípios. 
Está previsto, constitucionalmente, enquanto política de Estado, o montante percentual mínimo das receitas 
orçamentárias que será aplicado anualmente pelos diferentes entes da federação na educação, sendo que 
aos municípios cabe a aplicação mínima de 25%. 
A Constituição prevê outros dispositivos que definem as políticas de Estado e de Governo, bem como a 
interação e integração entre ambas. Além das já citadas, são diversas as áreas em que os determinantes 
constitucionais definem parâmetros legais de políticas, seja nas áreas da cultura, do desporto, da ciência e 
tecnologia, da comunicação social, do meio ambiente, da família, da criança do adolescente e do idoso, 
dentre outros. Assim, observa-se que as políticas de Estado, para a sua aplicação, dependem das políticas de 
Governo, que, por sua vez, dispõem de liberdade para a definição do foco de suas políticas públicas, apesar 
de adstritas aos preceitos constitucionais; garantindo a institucionalidade na elaboração e implementação 
das políticas de governo por meio da administração pública, com o intuito de atender aos interesses da 
sociedade e ao alcance do bem comum. 
 
A POLÍTICA E O PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO NO BRASIL 
O processo de gestão das políticas públicas de Estado e de Governo abrangidos pela administração pública e 
destacadas, encontram-se intrinsecamente relacionados com a utilização de recursos do orçamento público, 
que, segundo a Constituição, devem ser fiscalizados e controlados, tornando-se um dever de todos os entes 
da federação para a prestação de contas de todos os bens e recursos sob a sua responsabilidade. Segundo 
Matias-Pereira (2006) esta ação tem como propósito verificar, na atividade pública: 
 Legalidade 
 Legitimidade 
 Economicidade 
Assim, o planejamento assume função importante no processo de execução de políticas públicas, 
contribuindo de forma fundamental na organização dos serviços públicos em seus aspectos quantitativos e 
qualitativos, procurando adequar os instrumentos econômico-financeiros ao atendimento das políticas de 
desenvolvimento social. 
Cabendo ao Estado a responsabilidade de viabilizar o funcionamento dos serviços públicos essenciais 
demandados pela coletividade, o custeio desses serviços públicos realiza-se por meio da transferência de 
parcelas dos recursos dos indivíduos e das empresas para o governo, contemplando, assim, o círculo 
financeiro entre a sociedade e Estado. Dessa forma, a política se orienta para: 
 política tributária: captação de recursos para atendimento das funções da administração pública, por 
meio de suas distintas esferas; 
 política orçamentária: relaciona-se aos gastos, ou seja à forma de aplicação dos recursos. 
A etapa de planejamento, referente ao processo de execução de políticas públicas, perpassa pela 
elaboração dos instrumentos orçamentários: 
I - plano plurianual; 
II - diretrizes orçamentárias; 
III - orçamentos anuais. 
Segundo o Art. 165 da CF: 
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e 
metas da administração pública federal paraas despesas de capital para o exercício financeiro 
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na 
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública 
federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da 
lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de 
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido 
da execução orçamentária. 
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados 
em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. 
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração 
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria 
do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da 
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder 
público. 
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as 
receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza 
financeira, tributária e creditícia. 
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão 
entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. 
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, 
não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de 
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 
§ 9º Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano 
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; 
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como 
condições para a instituição e funcionamento de fundos. 
 
O planejamento, execução e gestão das políticas públicas pelos governos se encontram vinculadas, 
principalmente, na aplicação das políticas fiscais. As políticas fiscais se constituem, de forma resumida, por 
meio de mecanismos relacionados a princípios da arrecadação de receitas e definição das despesas do 
governo. 
Neste sentido, a gestão fazendária assume importante atribuição na gestão pública, principalmente, no que 
concerne a arrecadação e fiscalização do erário público, materializado e legalmente definido na forma de 
tributos. 
Segundo o Código Tributário Nacional (CTN) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
Ainda segundo o CTN a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva 
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 
A Constituição Federal define em seu artigo 146º que a lei complementar solucionará conflitos e 
competências em matéria tributária entre os entes da federação, bem como regulamentará os limites do 
poder de tributar e as normas gerais acerca da legislação tributária. 
 
A EXECUÇÃO E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA NO BRASIL 
A gestão e a execução orçamentária na administração pública estão relacionadas com a utilização de 
recursos públicos, que, segundo a Constituição, devem ser fiscalizados e controlados; sendo um dever dos 
entes da federação, a prestação de contas de todos os bens e recursos sob a sua responsabilidade. 
No que concernem às receitas, podem ser compreendidas na sua origem, em: 
 Sentido Latu: conjunto de entradas financeiras no Patrimônio, oriundas de fontes diversas, 
conquanto possam existir reivindicações de terceiros sobre alguns desses valores; 
 Sentido restrito: conjunto de recursos financeiros obtidos de fontes próprias e permanentes, que 
integram o Patrimônio na qualidade de elemento novo, que produzem-lhe acréscimos financeiros, 
sem contudo gerar obrigações, reservas ou reivindicações de terceiros. 
A principal fonte de receita tributária encontra-se nos impostos que podem ser classificados como: 
 Diretos: se originam no momento em que a renda se produz ou distribui, ou seja, quem recolhe para 
o governo é o mesmo indivíduo que paga (exemplo: IR); 
 Indiretos: ocorrem quando a renda é taxada no momento em que seu detentor adquire algum bem 
ou serviço, porém quem recolhe o imposto para o governo não é o mesmo indivíduo que paga o 
imposto, pois será pago por terceiros (exemplo: ICMS). 
De forma genérica, na administração pública os tributos podem ser instituídos pela União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios e denominados como: 
 Impostos 
 Taxas 
 Contribuições de melhoria 
Conforme a categoria econômica as receitas podem ser classificadas em: 
 Receitas correntes: as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de 
serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de 
direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas 
Correntes. 
 Receitas de capital: as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição 
de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de 
direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, 
ainda, o superávit do Orçamento Corrente. 
Igualmente, as despesas podem ser assim classificadas: 
 Despesas correntes 
-despesas de custeio 
-transferências correntes 
 Despesas de capital 
- Investimentos 
- Inversões Financeiras 
- Transferências de Capital. 
 
 
AULA 2 – CONTROLE NA GESTÃO PÚBLICA 
 
 
OS ASPECTOS LEGAIS E O CONTROLE INSTITUCIONAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 O controle e a fiscalização da administração pública estão previstos na Constituição, nos artigos 70 a 
75, destacando e definindo os órgãos competentes para tal finalidade. 
Controle externo: exercido pelo poder legislativo com o auxílio do Tribunal de contas 
Controle interno: é de responsabilidade de cada poder (por meio de suas controladorias) e deve ter 
atuação integrada com os sistemas de outros poderes. 
 
 
 
 O controle social do povo, principal beneficiário de políticas públicas, assume notável importância, 
seja na delegação de poder por meio do voto, individualmente, seja na participação em conselhos 
representativos e organizações sociais. 
 
PRINCÍPIOS DO CONTROLE 
Os princípios específicos do controle são assim definidos: 
a.Da segregação das funções: este princípio estabelece a independência das funções de controle das demais 
funções operacionais e de gestão. O pessoal que exerce o controle jamais deve realizar outra função 
administrativa, como contabilidade, recursos humanos, orçamento ou licitação,sob pena de não realizar o 
controle com independência; 
 
b.Da independência técnico-funcional: estabelece que aquele que exerce as atividades de controle deve 
possuir independência funcional para realizar as suas funções, verificar e analisar documentos e provas e 
emitir relatórios sobre o que foi encontrado e sobre as conclusões; 
 
c.Da relação custo-benefício: determina que o custo do controle não pode ser superior aos benefícios 
proporcionados. O que controla não pode ser mais caro do que o que é controlado; 
 
d.Da qualificação adequada: o funcionário que realiza o controle deve ter conhecimento adequado para o 
desempenho de suas funções. Aquele que controla não pode ter menos qualificação do que o agente 
controlado; 
 
e. Da aderência a diretrizes e normas: estabelece que as atividades e ações dos funcionários que exercem o 
controle devem ser realizadas observadas o cumprimento fiel das normas, das leis e das diretrizes 
institucionais. 
 
CONTROLE INTERNO 
Controle interno diz respeito processo composto pelas regras de estrutura organizacional e pelo conjunto 
de políticas e procedimentos adotados por uma organização para a vigilância, fiscalização e verificação, que 
permite prever, observar, dirigir ou governar os eventos que possam impactar na consecução de seus 
objetivos. É, pois, um processo organizacional de responsabilidade da própria gestão, adotado com o intuito 
de assegurar uma razoável margem de garantia de que os objetivos da organização sejam atingidos. 
Principais objetivos do controle interno: 
 Informação: garantir informações fidedignas ao processo decisório; 
 Conformidade: assegurar a conformidade dos atos com as leis e regulamentos; 
 Desempenho: medir o alcance dos objetivos fixados pela organização 
 
Desafios e finalidades: 
 
 
 
As finalidades do controle interno são: 
(a) assegurar a proteção dos ativos e a veracidade dos componentes patrimoniais; 
(b) garantir a observância da validade, legalidade e regularidade das transações; 
(c) promover e manter a confiabilidade do sistema de informações contábeis; 
(d) comprovar atos e fatos que afetem ou possam afetar o patrimônio; 
(e) garantir a integralidade e exatidão dos registros contábeis; 
(f) prevenir práticas ineficientes e antieconômicas, erros, fraudes, malversação, abusos, desvios e outras 
inadequações; 
(g) possibilitar a eficácia da gestão e garantir a qualidade da informação; 
(h) garantir a execução dos planos e políticas definidas pela administração; 
(i) garantir aderência das demonstrações contábeis aos princípios fundamentais e normas brasileiras de 
contabilidade. 
Quanto a sua abrangência, o controle interno deverá ser exercido em todos os níveis da entidade 
governamental, compreendendo: 
 
(a) a preservação do patrimônio público. 
(b) o controle da execução das ações que integram os programas; 
(c) a observância às leis, regulamentos e diretrizes estabelecidas. 
Classificação 
O controle interno é classificado nas seguintes categorias: 
(a) operacional - aqueles relacionados aos resultados alcançados pela gestão; 
(b) contábil - aqueles relacionados à veracidade e fidedignidade dos registros e das demonstrações 
contábeis; 
(c) de cumprimento legal - aqueles relacionados à observância da legislação e regulamentos pertinentes. 
Quanto à forma de implementação o controle interno pode ser divido em: 
Ambiente de Controle 
Procedimentos de prevenção 
Procedimentos de detecção 
Monitoramento 
Informação e Comunicação 
 
AULA 3 – SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO 
 
A IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO 
Interessados internos e externos lançam mão de um sistema controle interno com o intuito de assegurar 
que as operações sejam realizadas com eficiência, eficácia e efetividade e de garantir o cumprimento das 
finalidades da instituição. 
 
O CONCEITO DE SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO 
 
Um órgão ou entidade governamental é um sistema aberto que interage com o ambiente interno e externo. 
De acordo com Sanches (1997), sistema corresponde ao conjunto de partes coordenadas (articuladas entre 
si) com vista à consecução de objetivos bem determinados. Os objetivos devem ser claramente definidos 
para que as partes possam ser articuladas de modo a possibilitar o atingimento dos resultados pretendidos. 
- O sistema maior dentro do qual interage um subsistema específico é denominado de ‘ambiente’. 
De um modo geral os sistemas são articulados através de quatro componentes básicos: 
 entradas (inputs) 
 processos (throughput) 
 saídas (outputs) 
 realimentação (feedback). 
 
Sistema de controle interno pode ser definido como o mecanismo de autocontrole da própria 
administração, exercido pelas pessoas e unidades administrativas e coordenado por um órgão central, 
organizado, e em parâmetros gerais, por lei local. 
A atuação do sistema de controle, em sua essência, está na fiscalização que realizam mutuamente as 
unidades administrativas, cujas funções encontram-se organizadas de tal forma que um processo, decisão 
ou tarefa não possa ser tomado por um setor sem que outro o acompanhe e/ou revise, desde que sem 
entraves ao processo. 
 
ESTRUTURA DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO 
 
 
FINALIDADES DOS SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO 
 
Tendo em vista que os sistemas de controles objetivam trabalhar os processos de forma eficiente e eficaz, é 
necessário que conheçamos os objetivos, em geral, dos sistemas de controle interno. São eles: 
a. Salvaguarda dos ativos da organização; 
b. Confiabilidade dos registros contábeis; 
c. Eficiência e a eficácia nas operações mediante a aplicação das melhores práticas gerenciais; 
d. Aderência às políticas; 
e. Cumprimento das leis e regulamentações. 
f. Mensuração dos indicadores de desempenho da organização, tanto em processos, na sua missão, como 
financeiros. 
 
 
A CONTROLADORIA NO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO 
 
Em função do princípio da segregação de funções, sugere-se que as funções de organização dos controles e 
de auditoria sejam realizadas de forma independente. A controladoria se encarrega de organizar os 
controles contábeis e seus relacionamentos com os demais departamentos, e o departamento de auditoria, 
por sua vez, fica responsável pela auditoria e pela fiscalização do funcionamento do sistema, inclusive pela 
assinatura dos relatórios de gestão. Esse é o modelo atualmente sugerido pelos tribunais de contas aos 
municípios, independentemente do porte do município. 
A Controladoria-Geral da União foi criada pela Lei n° 10.683/2003 e Decreto n° 5.683/2006, cujas 
competências no âmbito do Poder Executivo são: defesa do patrimônio público, incremento da 
transparência na gestão, coordenação das atividades de controle interno, auditoria pública, correição, 
prevenção e combate à corrupção e ouvidoria. 
 
AULA 4 – MÉTODOS E A QUALIDADE NO CONTROLE INTERNO 
A IMPORTÂNCIA DOS MÉTODOS DE CONTROLE E QUALIDADE 
Qualidade é definida como sendo a conformidade entre o que se produz com aquilo que o cliente quer, de 
modo que suas expectativas sejam superadas e sua satisfação alcançada. 
A qualidade no setor público apresenta certa peculiaridade, pois Na maioria das repartições públicas, não há 
um mercado a ser buscado. Ao invés de conquistar um mercado, uma agência governamental deve prestar, 
de forma econômica, o serviço prescrito pela legislação vigente. O objetivo deve se destacar por um serviço 
bem executado. Logo, os princípios que norteiam as instituições privadas não são os mesmos da esfera 
pública. 
Outros aspectos podem levar o setor público a discutir e a implementar sistemas de qualidade, como os 
relacionados à dificuldadefinanceira; o forte apelo de melhorias que a qualidade desperta; a vocação do 
município pela prestação de políticas públicas eficientes e eficazes; e as dificuldades do cumprimento da Lei 
de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige melhor adequação e utilização dos recursos públicos. O 
propósito de atrair novos investimentos com geração de empregos e renda pode ser protagonizado por 
colocar à disposição da sociedade serviços públicos de qualidade. 
Sob essa ótica o cidadão poderia ser equiparado ao cliente, permitindo-se assim o uso de princípios da 
administração gerencial, tendo como propósito uma administração por resultados, que representa o meio 
de satisfazer esses clientes com políticas públicas eficientes, de qualidade, com eficácia e excelência nas 
diferentes áreas de atuação. 
METODOLOGIA DE QUALIDADE DO PDCA 
O ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming é um ciclo de desenvolvimento introduzido no Japão no 
período pós-guerra. Trata-se de uma ferramenta fundamental para análise e melhoria dos processos de 
gestão da qualidade nas organizações e com grande importância na eficácia do trabalho em equipe. 
A metodologia PDCA apresenta etapas metodológicas de implementação, quais sejam: 
1. Planejar (plan) 
a. Definir as metas a serem alcançadas; 
b. Definir o método para alcançar as metas propostas. 
 
2. Executar (do) 
a. Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento; 
 b. Coletar dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação do processo; 
c. Realizar a educação e o treinamento no trabalho. 
 
 
3. Checar (check) 
 a. Verificar se o executado está conforme o planejado, ou seja, se a meta foi alcançada, dentro do 
método definido; 
b. Identificar os desvios na meta ou no método. 
 
4. Agir corretivamente (action) 
a. Desvios: definir e implementar soluções que eliminem as suas causas; 
b. Conformidade: trabalho preventivo, identificando quais os desvios são passíveis de ocorrer no 
futuro, suas causas, suas soluções etc. 
 
 
METODOLOGIA COSO DE CONTROLE INTERNO 
 
O Comitê das Organizações Patrocinadoras (Committee of Sponsoring Organization of the Treadway 
Commission – COSO é uma entidade sem fins lucrativos que há mais de uma década publicou a obra Internal 
Control – Integrated Framework para ajudar empresas e outras organizações a avaliar e aperfeiçoar seus 
sistemas de controle interno. Desde então, a referida estrutura foi incorporada em políticas, normas e 
regulamentos adotados por milhares de organizações para controlar melhor suas atividades visando ao 
cumprimento dos objetivos estabelecidos. 
COSO I: Relatório emitido com o propósito de padronizar as definições sobre as estruturas conceituais dos 
sistemas. Definiu o controle interno como um processo, efetuado pela gerência, pelos diretores, 
administradores e outras pessoas da entidade, implementado para fornecer razoável segurança no alcance 
dos objetivos, nas seguintes categorias: eficácia e eficiência das operações; fidedignidade dos relatórios 
financeiros; e cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis. 
 
COSO II: Novo relatório coso emitido com o propósito de aperfeiçoar e complementar os conceitos, os 
objetivos e os componentes definidos no COSO-I. Introduziu o conceito de monitoramento de risco nas 
organizações. Nesse novo relatório, foram ampliados os objetivos e os componentes da metodologia. 
 
Assim, de acordo com o previsto no relatório COSO, com base na missão ou na visão estabelecida por uma 
organização, a administração determina os planos principais, seleciona as estratégias e descreve o 
alinhamento dos objetivos nos níveis da organização. Essa estrutura de gerenciamento de controle interno e 
de riscos corporativos tem como propósito alcançar os objetivos de uma organização e é classificada em 
quatro categorias, conforme apresentado: 
 
 Estratégicos: Metas gerais, alinhadas com o que suportem à sua missão. 
 Operações: Utilização eficaz e eficiente dos recursos 
 Comunicação: Confiabilidade de relatórios. 
 Conformidade: Cumprimento de leis e de regulamentos aplicáveis. 
Os sistemas de controle interno e de gerenciamento de riscos são constituídos de oito componentes inter-
relacionados, pelos quais a administração gerencia a organização; esses estão integrados com o processo de 
gestão: 
 
 
 
 
 
Enfoque sistêmico do controle interno 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 5 – AUDITORIA NA GESTÃO PÚBLICA 
 
CONCEITO E OBJETIVOS DA AUDITORIA NA GESTÃO PÚBLICA 
 
A auditoria governamental parte do princípio de que as pessoas que conduzem a aplicação dos recursos 
públicos estão constitucionalmente sujeitas à prestação de contas pela gestão eficaz e prudente dos 
recursos do povo a elas confiados. Isso se deve ao fato de que é necessária a comprovação da legalidade e 
da legitimidade dos atos e fatos administrativos. Para isso, é necessário analisar se os atos e fatos praticados 
pelo gestor público estão atingindo os resultados previamente determinados nos planejamentos e nas 
legislações orçamentárias. É importante ressaltar que o foco da auditoria não é somente nos aspectos 
financeiros e contábeis da organização, mas, sobretudo, na constatação do atingimento das metas 
governamentais. 
Assim a auditoria ganha um novo conceito, fundamentado na administração gerencial, exercitado em nome 
do interesse público e focado no controle prospectivo, técnico, como uma atividade de vigilância e 
orientação. 
Este conceito pode ser melhor estruturado ainda considerando o que versa a Lei Complementar nº 5 de 4 de 
dezembro de 1991 do estado da Bahia, art. 8º, parágrafo 1: 
“A auditora governamental consiste no exame objetivo, isento de emissão de juízos pessoais imotivados, 
sistêmico e independente, das operações orçamentárias, financeiras, administrativas e de qualquer outra 
natureza, objetivando verificar os resultados dos respectivos programas, sob os critérios de legalidade 
economicidade e razoabilidade, tendo em vista sua eficiência e eficácia.” 
 
- Nas auditorias, a avaliação dos sistemas de controles internos é um dos instrumentos utilizados como 
fonte de orientação dos procedimentos de análise. A documentação do funcionamento dos sistemas de 
controle pode ser obtida por diferentes métodos, entre eles incluem-se: 
 método descritivo: consiste na narração detalhada das características do sistema de controle, das 
funções, dos procedimentos, dos formulários, dos sistemas de autorizações, dos registros, dos 
arquivos e do que mais envolve o funcionamento dos controles internos; 
 método de fluxograma: caracteriza-se por desenhar os processos graficamente, em uma sequência 
lógica; 
 método de questionários: recorre à aplicação de perguntas padronizadas com questões 
fundamentais a respeito dos sistemas de controles internos de cada subsistema de controle e 
questões estruturais de todo o sistema ou, ainda, de perguntas específicas destinadas a atender 
auditorias especiais. Esse método permite identificar, com muita clareza, as deficiências no sistema 
de controle por intermédio de perguntas que requerem respostas do tipo “sim”, “não” ou “não 
aplicável”. 
 
 
 
 
 
 
A RELAÇÃO E A INTERAÇÃO ENTRE AUDITORIA E CONTROLADORIA 
 
 
 
AUDITORIA GOVERNAMENTAL INTERNA E EXTERNA 
 
Com relação ao seu posicionamento, a auditoria pode ser interna ou externa, o que depende de qual órgão 
está realizando a auditoria. Porém, as regras, as técnicas, os procedimentos e os princípios não alteram, 
mudando somente a localização de quem audita e sua relação com o órgão auditado. Destaca-se ainda que 
tanto para a auditoriainterna quanto para a externa utilizam-se sistemas de controle interno como 
parâmetro para suas averiguações e consequentes sugestões de melhorias. 
 
A auditoria interna no setor público deve ser realizada por profissional vinculado à controladoria interna 
que procura averiguar a eficácia, a eficiência e a integridade dos sistemas de controle interno. A finalidade 
da auditoria interna é garantir que os controles sejam adequados, corretamente executados e que as 
informações geradas sejam fidedignas, espelhando a realidade financeira e econômica da entidade. 
Portanto, a auditoria consiste em um mecanismo de controle, na medida em que revisita e avalia a 
eficiência e a adequação dos outros controles existentes e auxilia a alta administração na tomada de 
decisão. 
Destaque: A auditoria interna é de competência exclusiva de Contador registrado em Conselho Regional de 
Contabilidade, denominado auditor interno. 
- No Governo Federal, a auditoria interna é realizada pela Corregedoria Geral da União (CGU). 
 
A auditoria externa no setor público, por sua vez, é realizada pelo Tribunal de Contas e deve ser executada 
por profissionais com competências na área de atuação, com atuação independente, com observância às 
demonstrações contábeis, financeiras, com atenção à legalidade, à economicidade, à eficiência, à eficácia, à 
efetividade das operações, dos projetos, das atividades e dos programas de governo. O propósito consiste 
em averiguar se os sistemas de controle interno estão adequados às normas da contabilidade pública. 
- No Governo Federal, a auditoria externa é atribuição do Tribunal de Contas da União (TCU). 
 
TIPOS DE AUDITORIAS GOVERNAMENTAL 
De acordo com os princípios previstos na Constituição, no art. 70, a auditoria no setor público deve 
apresentar dois tipos gerais: a auditoria de conformidade ou regularidade e a auditoria operacional. Já a 
utilização dos dois tipos denomina-se auditoria integral. 
 
A auditoria de conformidade ou regularidade tem por objetivo investigar, analisar e apresentar parecer, a 
fim de certificar a regularidade das contas, de verificar a conformidade por meio de auditoria contábil, 
auditoria financeira, auditoria orçamentária e auditoria patrimonial. O objetivo também é acompanhar, 
examinar e avaliar a execução de programas e projetos governamentais específicos, bem como a aplicação 
de recursos descentralizados. Assim, propósito da auditoria consiste no exame dos registros e documentos, 
a coleta de informações relacionadas ao controle do patrimônio do órgão. 
 
A auditoria operacional é o exame independente e objetivo da economicidade, eficiência, eficácia e 
efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, com a finalidade de promover o 
aperfeiçoamento da gestão pública. As auditorias operacionais podem examinar, em um mesmo trabalho, 
uma ou mais das principais dimensões de análise. 
As auditorias operacionais possuem características próprias. Assim, ao contrário das auditorias de 
conformidade e regularidade, que adotam padrões relativamente fixos, as operacionais possuem maior 
flexibilidade na escolha de temas, objetos de auditoria, métodos de trabalho e forma de apresentar as 
conclusões de auditoria. 
 
Destaque: Nas auditorias de conformidade, o exame da materialidade está diretamente relacionado aos 
recursos públicos envolvidos, nas auditorias operacionais, essa é uma questão mais subjetiva e pode se 
basear em considerações sobre a natureza que contextualiza o objeto auditado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PLANEJAMENTO NA AUDITORIA GOVERNAMENTAL 
As auditorias devem ser precedidas de planejamento detalhado, com o intuito de delimitar o objetivo e o 
escopo da auditoria, definir a estratégia metodológica a ser adotada e estimar os recursos, os custos e o 
prazo necessários a sua realização. O planejamento consiste nas seguintes atividades (BRASIL, 2010, p. 21): 
a. Análise preliminar do objeto de auditoria; 
 b. Definição do objetivo e do escopo da auditoria; 
 c. Especificação dos critérios de auditoria; 
d. Elaboração da matriz de planejamento; 
e. Validação da matriz de planejamento; 
f. Elaboração de instrumentos de coleta de dados; 
 g. Teste-piloto; 
 h. Elaboração do projeto de auditoria 
 
AULA 6 - CONTROLE EXTERNO 
 
INTRODUÇÃO 
O controle externo pode ser definido como um conjunto de ações de controle desenvolvidas por uma 
estrutura organizacional, contendo procedimentos, atividades e recursos próprios, alheios à estrutura 
controlada, e que visa à fiscalização, verificação e correção dos atos. 
O controle externo na administração pública é realizado, de acordo com a Constituição, pelo Poder 
Legislativo, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pelo Ministério Público e pela sociedade. 
 
CONTROLE EXERCIDO PELO TCU E PELO LEGISLATIVO 
Segundo Medeiros (2006), o TCU (Tribunal de Contas da União) é um órgão autônomo e independente ao 
qual a constituição atribui competência para exercer o controle externo da administração pública, 
auxiliando o Poder Legislativo no exame dos atos de índole financeira e orçamentária e não se submetendo 
a qualquer um dos três poderes constituídos. 
O Poder Legislativo é responsável pelo controle de natureza política e o Tribunal de Contas, de natureza 
eminentemente técnica. 
- No caso dos municípios, o controle externo é exercido pela da Câmara Municipal com o auxílio dos 
Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, 
onde houver. 
 
 
O CONTROLE EXERCIDO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO E PELA SOCIEDADE 
 
 
A função do Ministério Público é de “guardião” do erário e dos interesses da coletividade, atuando, 
juntamente aos Tribunais de Contas, no controle externo da administração pública. Para que o Ministério 
Público atue com independência, possui autonomia funcional, portanto não vinculado ou subordinado a 
nenhum dos três Poderes; destaca-se como uma instituição permanente de defesa dos direitos 
constitucionais, assegurados aos poderes públicos e à coletividade. 
São princípios institucionais do Ministério Público: 
 Unidade 
 Indivisibilidade 
 Independência funcional (possui autonomia funcional e administrativa) 
 
 
O Conselho Nacional do Ministério Público é o órgão ao qual compete o controle da atuação administrativa 
e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. É formado 
por 14 membros, que representam setores diversos da sociedade, nomeados pelo Presidente da 
República, 
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, 
admitida uma recondução, sendo: 
I – o Procurador-Geral da República, que o preside; 
II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas 
carreiras; 
III – três membros do Ministério Público dos Estados; 
IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; 
V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e 
outro pelo Senado Federal. 
É papel do CNMP: 
• Zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos 
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; 
• Zelar pela observância do art. 37 da Constituição Federal e apreciar a legalidade dos atos administrativos 
praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados; 
• Receber reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, 
inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízoda competência disciplinar e correicional da 
instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou 
a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções 
administrativas, assegurada ampla defesa; 
• Rever os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há 
menos de um ano; 
• Elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério 
Público no País e as atividades do Conselho. 
 
 
O controle social é aquele exercido diretamente pelo cidadão ou pela sociedade civil organizada e se 
enquadra como modalidade de controle externo. A Constituição Federal de 1988 instituiu a participação 
popular no processo de elaboração e na discussão dos PPAs, LDO e LOA, por meio de instrumentos de 
fortalecimento da participação do cidadão. Essa atuação da sociedade caracteriza-se, constitucionalmente, 
pelo acompanhamento do cidadão, junto à administração, da aplicação dos recursos públicos na geração de 
benefícios à sociedade. Neste sentido, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei Complementar n. 101, de 4 
de maio de 2000, ao dedicar uma seção específica à transparência na gestão fiscal, colaborou de forma 
singular com o aprimoramento do controle externo na gestão pública. Os acréscimos advindos da Lei 
Complementar nº 131, de maio de 2009 – denominada Lei da Transparência – contribuíram de forma mais 
efetiva e precisa para a interação entre cidadão e setor público, ou seja, entre o controle social e a 
transparência pública. 
 
 
A TRANSPARÊNCIA E O ACCOUNTABILITY NA GESTÃO PÚBLICA 
 
Accountability pode ser compreendido como um conjunto de normas e procedimentos que exigem dos 
gestores governamentais a prestação de contas dos resultados de suas ações junto à sociedade. 
De acordo com o relatório Intosai (2007, p.24), o processo do Accountability será alcançado mediante o 
desenvolvimento, a manutenção e a disponibilização de informações financeiras e não financeiras 
confiantes e relevantes, e através da apresentação correta dessa informação em relatórios oportunos, 
destinados tanto ao público interno quanto ao público externo. A informação não financeira pode estar 
relacionada à economia, à eficiência e à eficácia das políticas e operações (informação sobre o desempenho 
operacional), e o controle interno e sua eficácia. 
Transparência na administração pública para todas as esferas de governo está prevista na Lei 
Complementar nº 101/2000, (LRF) e na Lei Complementar nº 131/2009, na qual a transparência está 
assegurada no incentivo à participação popular e na realização de audiências públicas no processo de 
elaboração e de execução do orçamento público. Além disso, essa lei estabelece que a transparência seja 
assegurada por meio da disponibilização na internet de informações pormenorizadas sobre as execuções 
orçamentária e financeira. Dessa forma, as informações de cada ato praticado pela administração pública 
referente à arrecadação e às despesas estão disponíveis para acompanhamento e controle da sociedade. 
 
A GOVERNANÇA E CONTROLE NA GESTÃO PÚBLICA 
Segundo o TCU (2009, p. 21), governança, no contexto do controle interno, caracteriza-se pela adoção de 
boas práticas, consubstanciadas em princípios que assegurem equilíbrio entre os interesses das diferentes 
partes que, no caso do setor público, inclui a sociedade e os seus representantes, o parlamento, as 
associações civis, o mercado, os órgãos reguladores e de controle, dentre outros. 
Ainda segundo relatório do TCU (2009, p. 22) são princípios fundamentais da boa governança: 
a. Transparência (disclousure): representa o processo de contínua demonstração, pelo agente, de que sua 
gestão está alinhada às diretrizes estratégicas previamente fixadas pelo principal. Não é só limitar-se à 
“obrigação de informar” (accountability), o agente (a administração) deve cultivar o “desejo de informar”; 
b. Equidade (fairness): tratamento justo e igualitário a todas as partes interessadas, sendo totalmente 
inaceitáveis atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto; 
c. Prestação de contas (accountability): os agentes da governança devem prestar contas de sua atuação a 
quem os fez delegação e respondem integralmente por todos os atos que praticarem no exercício desse 
mandato; 
d. Responsabilidade (responsability): definição de uma política de responsabilidade que assegure a máxima 
sustentabilidade dos negócios, incorporando considerações de ordem ética, social e ambiental em todos os 
processos e relacionamentos. 
É importante salientar que governança, riscos e controles devem ser geridos de forma integrada, 
objetivando o estabelecimento de um ambiente que respeite não apenas os valores, os interesses e as 
expectativas da instituição e dos agentes que a compõem, mas também de todas as suas partes 
interessadas, tendo o cidadão e a sociedade como os vetores principais desse processo. 
	É papel do CNMP:

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