Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 1 – ESTRUTURA DA GESTÃO PÚBLICA INTRODUÇÃO O Brasil é constituído na forma de um Estado Republicano, democrático, federativo e soberano, tendo como propósito garantir a dignidade de todas as pessoas que integram a nação de modo que seja garantido o bem comum. Bem comum = necessidades sociais. O Estado (brasileiro) é SOBERANO,os entes federativos (União, estados, municípios e DF) possuem AUTONOMIA. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A ESTRUTURA BUROCRÁTICA Burocracia, no contexto da administração pública, refere-se a como a Administração esta estruturada, em termos organizacionais, para atender as diferentes demandas sociais. Não deve ser combatida a burocracia em si, mas o seu excesso. O capítulo 7º da CF apresenta como enfoque a administração pública, definindo regras para atuação dos gestores públicos e servidores em todas as esferas da Administração Federação. O objetivo deste preceito constitucional é estabelecer uma estrutura organizacional burocrática básica que venha atender os pressupostos legais da CF, garantindo que os recursos públicos atendam à sociedade de modo que cumpra aos objetivos previstos nos programas orçamentários de governo. Essa estrutura burocrática é determinante e muito importante para que se possa conseguir identificar as diferentes políticas que estão sendo implementadas e previstas constitucionalmente, bem como identificar o grau de responsabilidade de cada setor. Logo, o objetivo desta organização burocrática da Administração Pública é estabelecer critérios de organização de modo que possibilite a transparência, a investigação e o controle a cerca dos gastos públicos. Decreto-Lei n° 200/67 – Estatuto da Reforma Administrativa: classificou a Administração Federal em Direta e indireta. As entidades da Administração indireta tem o ente federativo como principal representante, inclusive fazendo parte de sua organização orçamentária, porém têm uma estrutura administrativa autônoma. A união, os estados, o DF e os municípios devem ser compreendidos, numa estrutura de poder público com organização política, estrutural e federativa, enquanto entidades jurídicas de direito público com poderes políticos e funções constitucionais estabelecidas. A COMPETÊNCIA FEDERATIVA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS Como primeiro destaque, pode-se mencionar o artigo 194 da Constituição Federal, que define a política de Estado na área da seguridade social, destacando-se enquanto um conjunto de políticas integradas dos poderes públicos, com participação da sociedade nos órgão colegiados. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Compete ao poder público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - equidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII- caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. Dentre outros artigos da Constituição, que destacam a integração das políticas de Estado e políticas de governo, pode-se referenciar a gestão e a promoção das políticas públicas na área da saúde principalmente nos artigos 196, 197, 198, 199 e 200. As políticas sociais no campo da saúde pública são definidas enquanto um dever do Estado, sendo que as ações devem ser integradas com orçamentos legalmente definidos, priorizados e dirigidos pelos diferentes entes da federação por meio de rede regionalizada e integrada, consolidando-se em um sistema único, com políticas integradas, com inserção importante da participação da comunidade. Outro destaque importante sobre a integração das políticas de Estado e de governo refere-se à responsabilidade pela gestão das políticas públicas na área da educação, a ser aplicada pelos entes da federação, conforme previsto nos artigos 205 a 214 da Carta Magna. A Constituição prevê que a educação pública deve ser gratuita e de qualidade, sendo um direito de todos e um dever do Estado, além de definir que a organização do ensino será realização em regime de colaboração entre a União, Estados, Distrito federal e Municípios. Está previsto, constitucionalmente, enquanto política de Estado, o montante percentual mínimo das receitas orçamentárias que será aplicado anualmente pelos diferentes entes da federação na educação, sendo que aos municípios cabe a aplicação mínima de 25%. A Constituição prevê outros dispositivos que definem as políticas de Estado e de Governo, bem como a interação e integração entre ambas. Além das já citadas, são diversas as áreas em que os determinantes constitucionais definem parâmetros legais de políticas, seja nas áreas da cultura, do desporto, da ciência e tecnologia, da comunicação social, do meio ambiente, da família, da criança do adolescente e do idoso, dentre outros. Assim, observa-se que as políticas de Estado, para a sua aplicação, dependem das políticas de Governo, que, por sua vez, dispõem de liberdade para a definição do foco de suas políticas públicas, apesar de adstritas aos preceitos constitucionais; garantindo a institucionalidade na elaboração e implementação das políticas de governo por meio da administração pública, com o intuito de atender aos interesses da sociedade e ao alcance do bem comum. A POLÍTICA E O PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO NO BRASIL O processo de gestão das políticas públicas de Estado e de Governo abrangidos pela administração pública e destacadas, encontram-se intrinsecamente relacionados com a utilização de recursos do orçamento público, que, segundo a Constituição, devem ser fiscalizados e controlados, tornando-se um dever de todos os entes da federação para a prestação de contas de todos os bens e recursos sob a sua responsabilidade. Segundo Matias-Pereira (2006) esta ação tem como propósito verificar, na atividade pública: Legalidade Legitimidade Economicidade Assim, o planejamento assume função importante no processo de execução de políticas públicas, contribuindo de forma fundamental na organização dos serviços públicos em seus aspectos quantitativos e qualitativos, procurando adequar os instrumentos econômico-financeiros ao atendimento das políticas de desenvolvimento social. Cabendo ao Estado a responsabilidade de viabilizar o funcionamento dos serviços públicos essenciais demandados pela coletividade, o custeio desses serviços públicos realiza-se por meio da transferência de parcelas dos recursos dos indivíduos e das empresas para o governo, contemplando, assim, o círculo financeiro entre a sociedade e Estado. Dessa forma, a política se orienta para: política tributária: captação de recursos para atendimento das funções da administração pública, por meio de suas distintas esferas; política orçamentária: relaciona-se aos gastos, ou seja à forma de aplicação dos recursos. A etapa de planejamento, referente ao processo de execução de políticas públicas, perpassa pela elaboração dos instrumentos orçamentários: I - plano plurianual; II - diretrizes orçamentárias; III - orçamentos anuais. Segundo o Art. 165 da CF: § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal paraas despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público. § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. § 9º Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. O planejamento, execução e gestão das políticas públicas pelos governos se encontram vinculadas, principalmente, na aplicação das políticas fiscais. As políticas fiscais se constituem, de forma resumida, por meio de mecanismos relacionados a princípios da arrecadação de receitas e definição das despesas do governo. Neste sentido, a gestão fazendária assume importante atribuição na gestão pública, principalmente, no que concerne a arrecadação e fiscalização do erário público, materializado e legalmente definido na forma de tributos. Segundo o Código Tributário Nacional (CTN) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Ainda segundo o CTN a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. A Constituição Federal define em seu artigo 146º que a lei complementar solucionará conflitos e competências em matéria tributária entre os entes da federação, bem como regulamentará os limites do poder de tributar e as normas gerais acerca da legislação tributária. A EXECUÇÃO E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA NO BRASIL A gestão e a execução orçamentária na administração pública estão relacionadas com a utilização de recursos públicos, que, segundo a Constituição, devem ser fiscalizados e controlados; sendo um dever dos entes da federação, a prestação de contas de todos os bens e recursos sob a sua responsabilidade. No que concernem às receitas, podem ser compreendidas na sua origem, em: Sentido Latu: conjunto de entradas financeiras no Patrimônio, oriundas de fontes diversas, conquanto possam existir reivindicações de terceiros sobre alguns desses valores; Sentido restrito: conjunto de recursos financeiros obtidos de fontes próprias e permanentes, que integram o Patrimônio na qualidade de elemento novo, que produzem-lhe acréscimos financeiros, sem contudo gerar obrigações, reservas ou reivindicações de terceiros. A principal fonte de receita tributária encontra-se nos impostos que podem ser classificados como: Diretos: se originam no momento em que a renda se produz ou distribui, ou seja, quem recolhe para o governo é o mesmo indivíduo que paga (exemplo: IR); Indiretos: ocorrem quando a renda é taxada no momento em que seu detentor adquire algum bem ou serviço, porém quem recolhe o imposto para o governo não é o mesmo indivíduo que paga o imposto, pois será pago por terceiros (exemplo: ICMS). De forma genérica, na administração pública os tributos podem ser instituídos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios e denominados como: Impostos Taxas Contribuições de melhoria Conforme a categoria econômica as receitas podem ser classificadas em: Receitas correntes: as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. Receitas de capital: as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. Igualmente, as despesas podem ser assim classificadas: Despesas correntes -despesas de custeio -transferências correntes Despesas de capital - Investimentos - Inversões Financeiras - Transferências de Capital. AULA 2 – CONTROLE NA GESTÃO PÚBLICA OS ASPECTOS LEGAIS E O CONTROLE INSTITUCIONAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O controle e a fiscalização da administração pública estão previstos na Constituição, nos artigos 70 a 75, destacando e definindo os órgãos competentes para tal finalidade. Controle externo: exercido pelo poder legislativo com o auxílio do Tribunal de contas Controle interno: é de responsabilidade de cada poder (por meio de suas controladorias) e deve ter atuação integrada com os sistemas de outros poderes. O controle social do povo, principal beneficiário de políticas públicas, assume notável importância, seja na delegação de poder por meio do voto, individualmente, seja na participação em conselhos representativos e organizações sociais. PRINCÍPIOS DO CONTROLE Os princípios específicos do controle são assim definidos: a.Da segregação das funções: este princípio estabelece a independência das funções de controle das demais funções operacionais e de gestão. O pessoal que exerce o controle jamais deve realizar outra função administrativa, como contabilidade, recursos humanos, orçamento ou licitação,sob pena de não realizar o controle com independência; b.Da independência técnico-funcional: estabelece que aquele que exerce as atividades de controle deve possuir independência funcional para realizar as suas funções, verificar e analisar documentos e provas e emitir relatórios sobre o que foi encontrado e sobre as conclusões; c.Da relação custo-benefício: determina que o custo do controle não pode ser superior aos benefícios proporcionados. O que controla não pode ser mais caro do que o que é controlado; d.Da qualificação adequada: o funcionário que realiza o controle deve ter conhecimento adequado para o desempenho de suas funções. Aquele que controla não pode ter menos qualificação do que o agente controlado; e. Da aderência a diretrizes e normas: estabelece que as atividades e ações dos funcionários que exercem o controle devem ser realizadas observadas o cumprimento fiel das normas, das leis e das diretrizes institucionais. CONTROLE INTERNO Controle interno diz respeito processo composto pelas regras de estrutura organizacional e pelo conjunto de políticas e procedimentos adotados por uma organização para a vigilância, fiscalização e verificação, que permite prever, observar, dirigir ou governar os eventos que possam impactar na consecução de seus objetivos. É, pois, um processo organizacional de responsabilidade da própria gestão, adotado com o intuito de assegurar uma razoável margem de garantia de que os objetivos da organização sejam atingidos. Principais objetivos do controle interno: Informação: garantir informações fidedignas ao processo decisório; Conformidade: assegurar a conformidade dos atos com as leis e regulamentos; Desempenho: medir o alcance dos objetivos fixados pela organização Desafios e finalidades: As finalidades do controle interno são: (a) assegurar a proteção dos ativos e a veracidade dos componentes patrimoniais; (b) garantir a observância da validade, legalidade e regularidade das transações; (c) promover e manter a confiabilidade do sistema de informações contábeis; (d) comprovar atos e fatos que afetem ou possam afetar o patrimônio; (e) garantir a integralidade e exatidão dos registros contábeis; (f) prevenir práticas ineficientes e antieconômicas, erros, fraudes, malversação, abusos, desvios e outras inadequações; (g) possibilitar a eficácia da gestão e garantir a qualidade da informação; (h) garantir a execução dos planos e políticas definidas pela administração; (i) garantir aderência das demonstrações contábeis aos princípios fundamentais e normas brasileiras de contabilidade. Quanto a sua abrangência, o controle interno deverá ser exercido em todos os níveis da entidade governamental, compreendendo: (a) a preservação do patrimônio público. (b) o controle da execução das ações que integram os programas; (c) a observância às leis, regulamentos e diretrizes estabelecidas. Classificação O controle interno é classificado nas seguintes categorias: (a) operacional - aqueles relacionados aos resultados alcançados pela gestão; (b) contábil - aqueles relacionados à veracidade e fidedignidade dos registros e das demonstrações contábeis; (c) de cumprimento legal - aqueles relacionados à observância da legislação e regulamentos pertinentes. Quanto à forma de implementação o controle interno pode ser divido em: Ambiente de Controle Procedimentos de prevenção Procedimentos de detecção Monitoramento Informação e Comunicação AULA 3 – SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO A IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO Interessados internos e externos lançam mão de um sistema controle interno com o intuito de assegurar que as operações sejam realizadas com eficiência, eficácia e efetividade e de garantir o cumprimento das finalidades da instituição. O CONCEITO DE SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO Um órgão ou entidade governamental é um sistema aberto que interage com o ambiente interno e externo. De acordo com Sanches (1997), sistema corresponde ao conjunto de partes coordenadas (articuladas entre si) com vista à consecução de objetivos bem determinados. Os objetivos devem ser claramente definidos para que as partes possam ser articuladas de modo a possibilitar o atingimento dos resultados pretendidos. - O sistema maior dentro do qual interage um subsistema específico é denominado de ‘ambiente’. De um modo geral os sistemas são articulados através de quatro componentes básicos: entradas (inputs) processos (throughput) saídas (outputs) realimentação (feedback). Sistema de controle interno pode ser definido como o mecanismo de autocontrole da própria administração, exercido pelas pessoas e unidades administrativas e coordenado por um órgão central, organizado, e em parâmetros gerais, por lei local. A atuação do sistema de controle, em sua essência, está na fiscalização que realizam mutuamente as unidades administrativas, cujas funções encontram-se organizadas de tal forma que um processo, decisão ou tarefa não possa ser tomado por um setor sem que outro o acompanhe e/ou revise, desde que sem entraves ao processo. ESTRUTURA DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO FINALIDADES DOS SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO Tendo em vista que os sistemas de controles objetivam trabalhar os processos de forma eficiente e eficaz, é necessário que conheçamos os objetivos, em geral, dos sistemas de controle interno. São eles: a. Salvaguarda dos ativos da organização; b. Confiabilidade dos registros contábeis; c. Eficiência e a eficácia nas operações mediante a aplicação das melhores práticas gerenciais; d. Aderência às políticas; e. Cumprimento das leis e regulamentações. f. Mensuração dos indicadores de desempenho da organização, tanto em processos, na sua missão, como financeiros. A CONTROLADORIA NO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO Em função do princípio da segregação de funções, sugere-se que as funções de organização dos controles e de auditoria sejam realizadas de forma independente. A controladoria se encarrega de organizar os controles contábeis e seus relacionamentos com os demais departamentos, e o departamento de auditoria, por sua vez, fica responsável pela auditoria e pela fiscalização do funcionamento do sistema, inclusive pela assinatura dos relatórios de gestão. Esse é o modelo atualmente sugerido pelos tribunais de contas aos municípios, independentemente do porte do município. A Controladoria-Geral da União foi criada pela Lei n° 10.683/2003 e Decreto n° 5.683/2006, cujas competências no âmbito do Poder Executivo são: defesa do patrimônio público, incremento da transparência na gestão, coordenação das atividades de controle interno, auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria. AULA 4 – MÉTODOS E A QUALIDADE NO CONTROLE INTERNO A IMPORTÂNCIA DOS MÉTODOS DE CONTROLE E QUALIDADE Qualidade é definida como sendo a conformidade entre o que se produz com aquilo que o cliente quer, de modo que suas expectativas sejam superadas e sua satisfação alcançada. A qualidade no setor público apresenta certa peculiaridade, pois Na maioria das repartições públicas, não há um mercado a ser buscado. Ao invés de conquistar um mercado, uma agência governamental deve prestar, de forma econômica, o serviço prescrito pela legislação vigente. O objetivo deve se destacar por um serviço bem executado. Logo, os princípios que norteiam as instituições privadas não são os mesmos da esfera pública. Outros aspectos podem levar o setor público a discutir e a implementar sistemas de qualidade, como os relacionados à dificuldadefinanceira; o forte apelo de melhorias que a qualidade desperta; a vocação do município pela prestação de políticas públicas eficientes e eficazes; e as dificuldades do cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige melhor adequação e utilização dos recursos públicos. O propósito de atrair novos investimentos com geração de empregos e renda pode ser protagonizado por colocar à disposição da sociedade serviços públicos de qualidade. Sob essa ótica o cidadão poderia ser equiparado ao cliente, permitindo-se assim o uso de princípios da administração gerencial, tendo como propósito uma administração por resultados, que representa o meio de satisfazer esses clientes com políticas públicas eficientes, de qualidade, com eficácia e excelência nas diferentes áreas de atuação. METODOLOGIA DE QUALIDADE DO PDCA O ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming é um ciclo de desenvolvimento introduzido no Japão no período pós-guerra. Trata-se de uma ferramenta fundamental para análise e melhoria dos processos de gestão da qualidade nas organizações e com grande importância na eficácia do trabalho em equipe. A metodologia PDCA apresenta etapas metodológicas de implementação, quais sejam: 1. Planejar (plan) a. Definir as metas a serem alcançadas; b. Definir o método para alcançar as metas propostas. 2. Executar (do) a. Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento; b. Coletar dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação do processo; c. Realizar a educação e o treinamento no trabalho. 3. Checar (check) a. Verificar se o executado está conforme o planejado, ou seja, se a meta foi alcançada, dentro do método definido; b. Identificar os desvios na meta ou no método. 4. Agir corretivamente (action) a. Desvios: definir e implementar soluções que eliminem as suas causas; b. Conformidade: trabalho preventivo, identificando quais os desvios são passíveis de ocorrer no futuro, suas causas, suas soluções etc. METODOLOGIA COSO DE CONTROLE INTERNO O Comitê das Organizações Patrocinadoras (Committee of Sponsoring Organization of the Treadway Commission – COSO é uma entidade sem fins lucrativos que há mais de uma década publicou a obra Internal Control – Integrated Framework para ajudar empresas e outras organizações a avaliar e aperfeiçoar seus sistemas de controle interno. Desde então, a referida estrutura foi incorporada em políticas, normas e regulamentos adotados por milhares de organizações para controlar melhor suas atividades visando ao cumprimento dos objetivos estabelecidos. COSO I: Relatório emitido com o propósito de padronizar as definições sobre as estruturas conceituais dos sistemas. Definiu o controle interno como um processo, efetuado pela gerência, pelos diretores, administradores e outras pessoas da entidade, implementado para fornecer razoável segurança no alcance dos objetivos, nas seguintes categorias: eficácia e eficiência das operações; fidedignidade dos relatórios financeiros; e cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis. COSO II: Novo relatório coso emitido com o propósito de aperfeiçoar e complementar os conceitos, os objetivos e os componentes definidos no COSO-I. Introduziu o conceito de monitoramento de risco nas organizações. Nesse novo relatório, foram ampliados os objetivos e os componentes da metodologia. Assim, de acordo com o previsto no relatório COSO, com base na missão ou na visão estabelecida por uma organização, a administração determina os planos principais, seleciona as estratégias e descreve o alinhamento dos objetivos nos níveis da organização. Essa estrutura de gerenciamento de controle interno e de riscos corporativos tem como propósito alcançar os objetivos de uma organização e é classificada em quatro categorias, conforme apresentado: Estratégicos: Metas gerais, alinhadas com o que suportem à sua missão. Operações: Utilização eficaz e eficiente dos recursos Comunicação: Confiabilidade de relatórios. Conformidade: Cumprimento de leis e de regulamentos aplicáveis. Os sistemas de controle interno e de gerenciamento de riscos são constituídos de oito componentes inter- relacionados, pelos quais a administração gerencia a organização; esses estão integrados com o processo de gestão: Enfoque sistêmico do controle interno AULA 5 – AUDITORIA NA GESTÃO PÚBLICA CONCEITO E OBJETIVOS DA AUDITORIA NA GESTÃO PÚBLICA A auditoria governamental parte do princípio de que as pessoas que conduzem a aplicação dos recursos públicos estão constitucionalmente sujeitas à prestação de contas pela gestão eficaz e prudente dos recursos do povo a elas confiados. Isso se deve ao fato de que é necessária a comprovação da legalidade e da legitimidade dos atos e fatos administrativos. Para isso, é necessário analisar se os atos e fatos praticados pelo gestor público estão atingindo os resultados previamente determinados nos planejamentos e nas legislações orçamentárias. É importante ressaltar que o foco da auditoria não é somente nos aspectos financeiros e contábeis da organização, mas, sobretudo, na constatação do atingimento das metas governamentais. Assim a auditoria ganha um novo conceito, fundamentado na administração gerencial, exercitado em nome do interesse público e focado no controle prospectivo, técnico, como uma atividade de vigilância e orientação. Este conceito pode ser melhor estruturado ainda considerando o que versa a Lei Complementar nº 5 de 4 de dezembro de 1991 do estado da Bahia, art. 8º, parágrafo 1: “A auditora governamental consiste no exame objetivo, isento de emissão de juízos pessoais imotivados, sistêmico e independente, das operações orçamentárias, financeiras, administrativas e de qualquer outra natureza, objetivando verificar os resultados dos respectivos programas, sob os critérios de legalidade economicidade e razoabilidade, tendo em vista sua eficiência e eficácia.” - Nas auditorias, a avaliação dos sistemas de controles internos é um dos instrumentos utilizados como fonte de orientação dos procedimentos de análise. A documentação do funcionamento dos sistemas de controle pode ser obtida por diferentes métodos, entre eles incluem-se: método descritivo: consiste na narração detalhada das características do sistema de controle, das funções, dos procedimentos, dos formulários, dos sistemas de autorizações, dos registros, dos arquivos e do que mais envolve o funcionamento dos controles internos; método de fluxograma: caracteriza-se por desenhar os processos graficamente, em uma sequência lógica; método de questionários: recorre à aplicação de perguntas padronizadas com questões fundamentais a respeito dos sistemas de controles internos de cada subsistema de controle e questões estruturais de todo o sistema ou, ainda, de perguntas específicas destinadas a atender auditorias especiais. Esse método permite identificar, com muita clareza, as deficiências no sistema de controle por intermédio de perguntas que requerem respostas do tipo “sim”, “não” ou “não aplicável”. A RELAÇÃO E A INTERAÇÃO ENTRE AUDITORIA E CONTROLADORIA AUDITORIA GOVERNAMENTAL INTERNA E EXTERNA Com relação ao seu posicionamento, a auditoria pode ser interna ou externa, o que depende de qual órgão está realizando a auditoria. Porém, as regras, as técnicas, os procedimentos e os princípios não alteram, mudando somente a localização de quem audita e sua relação com o órgão auditado. Destaca-se ainda que tanto para a auditoriainterna quanto para a externa utilizam-se sistemas de controle interno como parâmetro para suas averiguações e consequentes sugestões de melhorias. A auditoria interna no setor público deve ser realizada por profissional vinculado à controladoria interna que procura averiguar a eficácia, a eficiência e a integridade dos sistemas de controle interno. A finalidade da auditoria interna é garantir que os controles sejam adequados, corretamente executados e que as informações geradas sejam fidedignas, espelhando a realidade financeira e econômica da entidade. Portanto, a auditoria consiste em um mecanismo de controle, na medida em que revisita e avalia a eficiência e a adequação dos outros controles existentes e auxilia a alta administração na tomada de decisão. Destaque: A auditoria interna é de competência exclusiva de Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade, denominado auditor interno. - No Governo Federal, a auditoria interna é realizada pela Corregedoria Geral da União (CGU). A auditoria externa no setor público, por sua vez, é realizada pelo Tribunal de Contas e deve ser executada por profissionais com competências na área de atuação, com atuação independente, com observância às demonstrações contábeis, financeiras, com atenção à legalidade, à economicidade, à eficiência, à eficácia, à efetividade das operações, dos projetos, das atividades e dos programas de governo. O propósito consiste em averiguar se os sistemas de controle interno estão adequados às normas da contabilidade pública. - No Governo Federal, a auditoria externa é atribuição do Tribunal de Contas da União (TCU). TIPOS DE AUDITORIAS GOVERNAMENTAL De acordo com os princípios previstos na Constituição, no art. 70, a auditoria no setor público deve apresentar dois tipos gerais: a auditoria de conformidade ou regularidade e a auditoria operacional. Já a utilização dos dois tipos denomina-se auditoria integral. A auditoria de conformidade ou regularidade tem por objetivo investigar, analisar e apresentar parecer, a fim de certificar a regularidade das contas, de verificar a conformidade por meio de auditoria contábil, auditoria financeira, auditoria orçamentária e auditoria patrimonial. O objetivo também é acompanhar, examinar e avaliar a execução de programas e projetos governamentais específicos, bem como a aplicação de recursos descentralizados. Assim, propósito da auditoria consiste no exame dos registros e documentos, a coleta de informações relacionadas ao controle do patrimônio do órgão. A auditoria operacional é o exame independente e objetivo da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, com a finalidade de promover o aperfeiçoamento da gestão pública. As auditorias operacionais podem examinar, em um mesmo trabalho, uma ou mais das principais dimensões de análise. As auditorias operacionais possuem características próprias. Assim, ao contrário das auditorias de conformidade e regularidade, que adotam padrões relativamente fixos, as operacionais possuem maior flexibilidade na escolha de temas, objetos de auditoria, métodos de trabalho e forma de apresentar as conclusões de auditoria. Destaque: Nas auditorias de conformidade, o exame da materialidade está diretamente relacionado aos recursos públicos envolvidos, nas auditorias operacionais, essa é uma questão mais subjetiva e pode se basear em considerações sobre a natureza que contextualiza o objeto auditado. O PLANEJAMENTO NA AUDITORIA GOVERNAMENTAL As auditorias devem ser precedidas de planejamento detalhado, com o intuito de delimitar o objetivo e o escopo da auditoria, definir a estratégia metodológica a ser adotada e estimar os recursos, os custos e o prazo necessários a sua realização. O planejamento consiste nas seguintes atividades (BRASIL, 2010, p. 21): a. Análise preliminar do objeto de auditoria; b. Definição do objetivo e do escopo da auditoria; c. Especificação dos critérios de auditoria; d. Elaboração da matriz de planejamento; e. Validação da matriz de planejamento; f. Elaboração de instrumentos de coleta de dados; g. Teste-piloto; h. Elaboração do projeto de auditoria AULA 6 - CONTROLE EXTERNO INTRODUÇÃO O controle externo pode ser definido como um conjunto de ações de controle desenvolvidas por uma estrutura organizacional, contendo procedimentos, atividades e recursos próprios, alheios à estrutura controlada, e que visa à fiscalização, verificação e correção dos atos. O controle externo na administração pública é realizado, de acordo com a Constituição, pelo Poder Legislativo, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pelo Ministério Público e pela sociedade. CONTROLE EXERCIDO PELO TCU E PELO LEGISLATIVO Segundo Medeiros (2006), o TCU (Tribunal de Contas da União) é um órgão autônomo e independente ao qual a constituição atribui competência para exercer o controle externo da administração pública, auxiliando o Poder Legislativo no exame dos atos de índole financeira e orçamentária e não se submetendo a qualquer um dos três poderes constituídos. O Poder Legislativo é responsável pelo controle de natureza política e o Tribunal de Contas, de natureza eminentemente técnica. - No caso dos municípios, o controle externo é exercido pela da Câmara Municipal com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. O CONTROLE EXERCIDO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO E PELA SOCIEDADE A função do Ministério Público é de “guardião” do erário e dos interesses da coletividade, atuando, juntamente aos Tribunais de Contas, no controle externo da administração pública. Para que o Ministério Público atue com independência, possui autonomia funcional, portanto não vinculado ou subordinado a nenhum dos três Poderes; destaca-se como uma instituição permanente de defesa dos direitos constitucionais, assegurados aos poderes públicos e à coletividade. São princípios institucionais do Ministério Público: Unidade Indivisibilidade Independência funcional (possui autonomia funcional e administrativa) O Conselho Nacional do Ministério Público é o órgão ao qual compete o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. É formado por 14 membros, que representam setores diversos da sociedade, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: I – o Procurador-Geral da República, que o preside; II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras; III – três membros do Ministério Público dos Estados; IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. É papel do CNMP: • Zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; • Zelar pela observância do art. 37 da Constituição Federal e apreciar a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados; • Receber reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízoda competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; • Rever os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano; • Elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho. O controle social é aquele exercido diretamente pelo cidadão ou pela sociedade civil organizada e se enquadra como modalidade de controle externo. A Constituição Federal de 1988 instituiu a participação popular no processo de elaboração e na discussão dos PPAs, LDO e LOA, por meio de instrumentos de fortalecimento da participação do cidadão. Essa atuação da sociedade caracteriza-se, constitucionalmente, pelo acompanhamento do cidadão, junto à administração, da aplicação dos recursos públicos na geração de benefícios à sociedade. Neste sentido, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000, ao dedicar uma seção específica à transparência na gestão fiscal, colaborou de forma singular com o aprimoramento do controle externo na gestão pública. Os acréscimos advindos da Lei Complementar nº 131, de maio de 2009 – denominada Lei da Transparência – contribuíram de forma mais efetiva e precisa para a interação entre cidadão e setor público, ou seja, entre o controle social e a transparência pública. A TRANSPARÊNCIA E O ACCOUNTABILITY NA GESTÃO PÚBLICA Accountability pode ser compreendido como um conjunto de normas e procedimentos que exigem dos gestores governamentais a prestação de contas dos resultados de suas ações junto à sociedade. De acordo com o relatório Intosai (2007, p.24), o processo do Accountability será alcançado mediante o desenvolvimento, a manutenção e a disponibilização de informações financeiras e não financeiras confiantes e relevantes, e através da apresentação correta dessa informação em relatórios oportunos, destinados tanto ao público interno quanto ao público externo. A informação não financeira pode estar relacionada à economia, à eficiência e à eficácia das políticas e operações (informação sobre o desempenho operacional), e o controle interno e sua eficácia. Transparência na administração pública para todas as esferas de governo está prevista na Lei Complementar nº 101/2000, (LRF) e na Lei Complementar nº 131/2009, na qual a transparência está assegurada no incentivo à participação popular e na realização de audiências públicas no processo de elaboração e de execução do orçamento público. Além disso, essa lei estabelece que a transparência seja assegurada por meio da disponibilização na internet de informações pormenorizadas sobre as execuções orçamentária e financeira. Dessa forma, as informações de cada ato praticado pela administração pública referente à arrecadação e às despesas estão disponíveis para acompanhamento e controle da sociedade. A GOVERNANÇA E CONTROLE NA GESTÃO PÚBLICA Segundo o TCU (2009, p. 21), governança, no contexto do controle interno, caracteriza-se pela adoção de boas práticas, consubstanciadas em princípios que assegurem equilíbrio entre os interesses das diferentes partes que, no caso do setor público, inclui a sociedade e os seus representantes, o parlamento, as associações civis, o mercado, os órgãos reguladores e de controle, dentre outros. Ainda segundo relatório do TCU (2009, p. 22) são princípios fundamentais da boa governança: a. Transparência (disclousure): representa o processo de contínua demonstração, pelo agente, de que sua gestão está alinhada às diretrizes estratégicas previamente fixadas pelo principal. Não é só limitar-se à “obrigação de informar” (accountability), o agente (a administração) deve cultivar o “desejo de informar”; b. Equidade (fairness): tratamento justo e igualitário a todas as partes interessadas, sendo totalmente inaceitáveis atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto; c. Prestação de contas (accountability): os agentes da governança devem prestar contas de sua atuação a quem os fez delegação e respondem integralmente por todos os atos que praticarem no exercício desse mandato; d. Responsabilidade (responsability): definição de uma política de responsabilidade que assegure a máxima sustentabilidade dos negócios, incorporando considerações de ordem ética, social e ambiental em todos os processos e relacionamentos. É importante salientar que governança, riscos e controles devem ser geridos de forma integrada, objetivando o estabelecimento de um ambiente que respeite não apenas os valores, os interesses e as expectativas da instituição e dos agentes que a compõem, mas também de todas as suas partes interessadas, tendo o cidadão e a sociedade como os vetores principais desse processo. É papel do CNMP:
Compartilhar