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Apostila de cana de açucar

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Cana-de-açucar 
Importância Econômica da Cana-de-açucar 
 
Introdução 
A cana-de-açúcar, Saccharum officinarum L., uma antiga fonte de energia para os seres 
humanos e, mais recentemente, um substituto para combustível fóssil para veículos automotores, foi 
primeiro cultivado no Sul da Ásia Leste e Índia Ocidental. Ao redor de 327 BC essa era um 
importante cultivo no subcontinente africano. A cana foi introduzida ao Egito ao redor de 647 a.D. 
e, aproximadamente um século depois a Espanha (755 A.D.). 
 
Distribuição Global de Cana-de-açucar 
Desde então, o cultivo de cana de açúcar foi estendido a quase todas as regiões tropicais e 
subtropicais. Portugueses e Espanhóis a levaram ao Mundo Novo no inicio do século XVI. Essa foi 
introduzida aos Estados Unidos da América (Louisiana) ao redor de 1741. Os países de cultivo de 
cana de açúcar no mundo encontram-se entre a latitude 36.7° norte e 31.0° sul da linha do 
Equador estendendo-se de zonas tropicais a subtropicais. A Figura a seguir ilustra a distribuição de 
cana de açúcar no mundo. Cana de açúcar é um recurso agrícola natural e renovável porque produz 
açúcar, além de biocombustível, fibra, fertilizante e uma miríade de derivados/co-produtos com 
sustentabilidade ecológica. 
O suco da cana de açúcar é usado para fazer açúcar branco, açúcar mascavo (Khandsari), 
Jaggery (Gur) e etanol. Os derivados principais da indústria de açúcar são bagaço e melaço. Melaço, 
o derivado principal, é a mais importante matéria prima para álcool e, portanto para as indústrias 
baseadas no álcool. Excesso de bagaço está agora sendo usado como matéria prima na indústria de 
papel. Além disso, a geração de potência usando bagaço como combustível é considerado possível 
na maioria das usinas de cana. 
 
Produção de cana-de-açucar no Brasil 
http://www.portalunica.com.br/portalunica/?Secao=referência&SubSecao=estatísticas&SubSubSec
ao=produção%20Brasil 
 
Cultura da cana-de-açucar 
 
Origem 
 
A cana-de-açucar no mundo 
A palavra que originou o nome açúcar é, provavelmente, 'grão', 'sarkar', em sânscrito. No 
leste da Índia, o açúcar era chamado 'shekar', enquanto os povos árabes o conheciam como 'al 
zucar', que se transformou no espanhol 'azucar', e daí, 'açúcar', em português. Na França, o açúcar é 
chamado de 'sucre' e, na Alemanha, de 'zücker', daí o inglês 'sugar'. 
Não se pode definir com precisão a época do surgimento da cana-de-açúcar no mundo, 
tampouco dizer, com exatidão, seu berço geográfico. Alguns pesquisadores admitem que a cana-de-
açúcar tenha surgido primeiramente na Polinésia; outros arriscam a Papua Nova Guiné. Para esses 
estudiosos, a primeira aparição da cana no mundo se deu há 6 mil anos. A maior parte dos 
historiadores, porém, aceita a tese de surgimento da cana entre 10 e 12 mil anos atrás e data em 
3.000 a.C. o caminho percorrido pela cana da Península Malaia e Indochina até a Baía de Bengala. 
A origem asiática da planta é consensual. A cana foi introduzida na China por volta de 800 a.C. e o 
açúcar cru já era produzido em 400 a.C. Porém, só a partir de 700 d.C. o produto começou a ser 
comercializado. 
A cana e o seu doce caldo foram mantidos em segredo, já que os povos distantes do 
comércio entre os asiáticos pagavam altas somas em troca de produtos luxuosos. E o açúcar era um 
deles. A comercialização do açúcar a partir de 700 enriqueceu os árabes e o produto da cana entrou 
na lista de preciosidades a que os países ocidentais quase não tinham acesso. A cana continuou sua 
viagem rumo ao Ocidente, passando pela África do Norte até alcançar o Marrocos. Depois, sul da 
Espanha, por volta de 755, e à Sicília em 950. O primeiro registro da chegada do açúcar na 
Inglaterra é de 1099 e, em 1150 a Espanha já investia em uma florescente indústria canavieira. Em 
1319, um quilo de açúcar valia, aproximadamente, US$ 100. Isso manteve o status de artigo de luxo 
atribuído ao produto da cana e, mais tarde, motivou o aproveitamento de colônias conquistadas para 
a implantação de cultivares da cana-de-açúcar. 
Em 1425, D. Henrique (Príncipe Português) mandou buscar na Sicília as primeiras mudas 
de cana, que plantou na Ilha da Madeira. Começou, assim, a formação dos primeiros canaviais do 
Atlântico, que chegaram às Canárias (1480), Cabo Verde (1490) e Açores. 
No século XV, todo o açúcar produzido na Europa, era refinado em Veneza e isso anulava a 
possibilidade de diminuição de custos de transporte. Mesmo com os plantios recentes das 
metrópoles européias, o refino do açúcar ainda era um entrave. 
No Novo Mundo , a primeira inserção da cana deveu-se a Cristóvão Colombo, levada em 
sua segunda viagem marítima, em 1493, e plantada na República Dominicana, na ilha de La 
Española, e no Haiti. Daí, a gramínea expandiu-se para Cuba (1516) e México (1520). O primeiro 
engenho do continente foi instalado em La Española, em 1516. 
A cana chegou ao Brasil por ordem do rei D. Manuel, introduzida na Capitania de São 
Vicente pelo governador-geral Martim Afonso de Souza, em 1532, tornando-se a primeira atividade 
agrícola do País. A cana também se adaptou bem ao clima e ao solo de massapé nordestino, com a 
vantagem de contar com a produção mais próxima do mercado consumidor europeu. 
Em 1600, as lavouras e indústrias da cana do Novo Mundo já haviam se tornado o 
investimento mais lucrativo do globo e o Brasil tornou-se o maior produtor de açúcar do mundo. 
Em 1613, o novo engenho de três cilindros foi implantado no Brasil, o que consolidou a posição de 
liderança como produtor e a liderança comercial da metrópole. 
A cultura da cana, foi introduzida na Louisiana, em 1751; no Havaí, em 1802; e na 
Austrália, em 1823. Também foram criadas outras técnicas de extração, e a descoberta de mais uma 
função para a cana, ou melhor, para o seu bagaço, em 1838, na Martinica, a produção de papel. 
 
A cana-de-açucar no Brasil 
As primeiras mudas chegaram em 1532, na expedição de Martim Afonso de Souza. Aqui, a 
planta espalhou-se no solo fértil de massapê, com a ajuda do clima tropical quente e úmido e da 
mão-de-obra escrava trazida da África. Era o início do primeiro ciclo econômico brasileiro, o 'Ciclo 
da Cana-de-Açúcar'. A colônia enriqueceu Portugal e polvilhou o açúcar brasileiro - assim como 
aquele produzido na América Central, por franceses, espanhóis e ingleses - em toda a Europa. 
A capitania mais importante na época do ciclo da cana era a de Pernambuco, onde foi 
implantado o primeiro centro açucareiro do Brasil. Depois a Capitania da Bahia de Todos os Santos, 
e com o desmatamento da Mata Atlântica, os canaviais expandiram-se pela costa brasileira. Mas, 
para que a cultura prosperasse, foi necessária a criação de engenhos: as 'fábricas' onde a cana virava 
açúcar. Essas instalações sustentaram a economia açucareira brasileira até o desenvolvimento de 
novas técnicas em colônias de países concorrentes. Os engenhos e vilas surgidos com a expansão do 
cultivo de cana-de-açúcar foram responsáveis pelo desenvolvimento da produção, do comércio e da 
cultura do Nordeste brasileiro. 
 
Morfologia da cana-de-açúcar 
 
Colmo: Se desenvolve á partir da gema do tolete de cana. Quando a cana é plantada, cada gema 
pode formar um colmo primário. Colmos secundários chamados de "perfilhos" podem se formar a 
partir as gemas subterrâneas do colmo primário. Além disso, perfilhos podem formar-se á partir das 
gemas subterrâneas dos colmos secundários. O colmo é formado por nós e entrenós. O nó é onde a 
folha está presa ao colmo e onde as gemas e a raiz primária são encontradas. Uma cicatriz da folha 
pode ser encontrada no nó das folhas quando estas caem. O comprimento e o diâmetro dos nós e 
entrenós variam muito de com as cultivares e as condiçõesde cultivo. 
As cores do colmo vistas nos entrenós dependem das cultivares de cana e das condições 
ambientais. Por exemplo, a exposição dos entrenós ao sol pode resultar em uma alteração completa 
de cor. A mesma cultivar cultivada em climas diferentes pode exibir cores diferentes. 
Todas as cores do talo derivam de dois pigmentos básicos: a cor vermelha da antocianina e o verde 
da clorofila. A proporção de concentração desses dois pigmentos produz cores de verde ao 
vermelho púrpuro ao vermelho para quase preto. Colmos amarelos indicam uma relativa falta 
desses pigmentos. A superfície dos entrenós, com a exceção do anel de crescimento, é mais ou 
menos coberta por cera. A quantidade de cera depende da variedade. 
O topo do colmo é relativamente baixo em sacarose e, portanto tem pouco valor industrial. 
O 1/3 superior do colmo, porém, contém muitas gemas e um bom suprimento de nutrientes, o que o 
torna valioso na propagação da cana (plantio). Dois tipos de rachaduras podem ser encontradas na 
superfície do Colmo; rachaduras inofensivas com pequenas espirais, que são restritas a epiderme, e 
rachaduras de crescimento que podem ser profundas e ocorrem ao longo de toda a extensão do 
entrenó. Rachaduras de crescimento são prejudiciais pois permitem aumento de perda de água , 
exposição do colmo para microrganismos e insetos. Rachaduras de crescimento dependem da 
variedade e condições de crescimento. 
Folhas: A folha da cana-de-açúcar é dividida em duas partes: bainha e lâmina. A bainha, cobre 
completamente o colmo, estendendo-se sobre pelo menos um entrenó completo. As folhas se 
desenvolvem de forma alternada, nos nós, portanto formando duas fileiras em lados opostos. A 
primeira folha de cima para baixo do colmo com aurículas bem visíveis é designada +1. Para baixo 
elas recebem, sucessivamente, os números +2, e +3. Para cima, 0, -1, -2 etc. A folha com a aurícula 
visível (+3) é a considerada adulta e usada em determinações (avaliação do estado nutricional; 
índice de área foliar) A planta madura de cana de açúcar tem uma superfície foliar, em media, de 
0,5 metros quadrado, nas folhas superiores. O número de folhas verdes por colmo é ao redor de 
dez,(6 a 12) dependendo da variedade e condições de crescimento. O número de folhas é menor em 
condições de déficit hídrico ou em temperaturas baixas. As folhas velhas ao receberem pouca 
intensidade luminosa, tornam-se senescentes. As folhas verdes do topo são eretas, com o ápice 
curvo, podendo as demais serem mais ou menos eretas. Bonnett (1998), ao relatou que em 
temperaturas médias baixas, inferiores a 8 ºC, o desenvolvimento das folhas de alguns cultivares foi 
prejudicado. Sinclair et al. (2004), ao estudar o efeito das temperaturas mínimas ideais para o 
desenvolvimento das folhas, encontrou limites diferentes de temperatura para cada cultivar 
avaliado, tendo observado que a temperatura base para desenvolvimento dos aparatos foliares 
estaria em torno de 10 ºC, variando conforme o cultivar. 
 
Inflorescência: Quando a planta da cana-de-açúcar atinge uma maturação relativa de 
desenvolvimento, seu ponto de crescimento pode, sob certo fotoperíodo e condições de umidade do 
solo, passar de vegetativo para reprodutivo. O ponto de crescimento para de formar folhas e começa 
a produzir uma inflorescência. A cana é uma planta de dias curtos. Suas condições fotoperiódicas 
são alcançáveis nos trópicos. A inflorescência da cana de açúcar é uma panícula aberta. Cada 
panícula possui milhares de flores, cada uma capaz de produzir uma semente. Os sementes são 
extremamente pequenas e cerca de 250 sementes pesam 1 grama. Para a produção comercial de 
cana-de-açúcar, o desenvolvimento da inflorescência tem pouca importância econômica. O 
florescimento é importante para cruzamento e produção de variedades híbridas. Geralmente dias 
com duração de 12,5 horas e temperaturas noturnas entre 20° e 25° C induzirão o início do 
florescimento. Condições de crescimento ótimas na fase vegetativa (solo fértil, suprimento 
abundante de nitrogênio e umidade) restringem a inflorescência enquanto condições de estresse 
induzem a formação de florescimento. 
 
Raízes: As primeiras raízes formadas são as raízes do tolete, que emergem de banda de raiz 
primárias acima da cicatriz da folha nos nós do tolete. Raízes do tolete podem emergir dentro de 24 
horas após o plantio. Essas raízes são finas e com muitas ramificações, que sustentam a planta em 
crescimento nas primeiras semanas depois da brotação. Raízes do broto são tipos secundários de 
raízes, que emergem da base do novo colmo 5 - 7 dias após o plantio. Esta raízes são mais grossas 
que as raízes do tolete e vão formar o sistema de raiz principal da planta. As raízes do tolete 
continuam a crescer por um período de 6 - 15 dias após o plantio, a maioria desaparecendo aos 60 - 
90 dias enquanto o sistema de raízes do broto desenvolve-se e apropria-se do suprimento de água e 
nutrientes. Até a idade de três meses, as raízes do tolete contêm menos que 2% da massa seca da 
raiz. 
 
Estádios de desenvolvimento da cana-de-açucar 
 
A Cana-de-açúcar tem essencialmente quatro estádios de desenvolvimento: brotação, 
perfilhamento (formação), crescimento dos colmos e maturação. O conhecimento prévio desses 
estádios de desenvolvimento ajudará a gerenciar melhor o cultivo. 
 
Brotação e Estabelecimento : A brotação vai do plantio até a completa brotação das gemas. 
Conforme as condições do solo, a brotação começa de 7 a 10 dias após o plantio e geralmente dura 
ao redor de 30-35 dias. A brotação da gema é influenciada por fatores externos e internos. Os 
fatores externos são a umidade do solo, temperatura do solo e aeração. Os fatores internos são a 
saúde da gema, a umidade do tolete, a redução do conteúdo de açúcar do tolete e o estado nutritivo 
do tolete. A Temperatura ideal para a brotação é de 28 - 30
o
 C. A temperatura básica para brotação 
é ao redor de 12
o
 C. Solo úmido e calor asseguram uma brotação rápida. Os resultados da brotação 
resultam em uma respiração aumentada e assim uma boa aeração do solo é importante. Portanto, 
solos porosos bem estruturados facilitam uma melhor brotação. Conforme as condições do solo, 
considera-se que cerca de 60 por cento das brotações serão efetivamente estabelecidas. 
 
Perfilhamento : O perfilhamento começa ao redor de 40 dias depois do plantio e pode durar até 
120 dias. O perfilhamento proporciona ao cultivo o número de colmos necessários para uma boa 
produção. Vários fatores tais como cultivar, luz, temperatura, irrigação (umidade do solo) e 
adubação influenciam o perfilhamento. Luz é o mais importante fator externo que influencia o 
perfilhamento. É de extrema importância ter a luminosidade adequada alcançando a base da planta 
durante o período de perfilhamento. Temperatura ao redor de 30
o
 C é considerada ideal para o 
perfilhamento. Temperatura abaixo de 20
o
 C retarda o perfilhamento. Perfilhos formados mais cedo 
ajudam a produzir colmos mais grossos e mais pesados. Perfilhos formados mais tarde morrem ou 
permanecem curtos ou imaturos. A população de perfilho máxima é alcançada ao redor de 90 - 120 
dias depois do plantio. Ao redor de 150 - 180 dias, pelo menos 50 por cento dos brotos(perfilhos) 
morrem e uma população estável é estabelecida. 
Práticas de cultivo tais como espaçamento, tempo de fertirrigação, disponibilidade de água 
e controle de plantas daninhas influenciam o perfilhamento. Embora 6 - 8 perfilhos são produzidos 
de uma gema, no final somente 1.5 a 2 perfilhos por gema restam para formar colmos. O cultivo de 
cana-soca produz muito mais e mais cedo o perfilhamento que um cultivo de cana-planta. 
 
Crescimento dos Colmos : A fase de crescimentodos colmos começa a partir de 120 dias depois 
do plantio e dura até 270 dias em um cultivo de 12 meses. Durante o período anterior , no 
perfilhamento, ocorre uma estabilização. Do total de perfilhos produzidos somente 40 - 50% 
sobrevivem até 150 dias para formar colmos. Essa é a fase mais importante do cultivo onde ocorre a 
formação e alongamento do colmo e assim resultando na produção da cana. A produção foliar é 
freqüente e rápida durante essa fase com IAF alcançando ao redor de 6 - 7. Sob condições 
favoráveis, os colmos crescem rapidamente quase que de 4 - 5 entrenós por mês. Irrigação, 
fertirrigação, calor, umidade e condições climáticas solares favorecem um melhor alongamento de 
cana. Falta de umidade reduz a extensão dos entrenós. Uma temperatura ao redor de 30
o
 C com uma 
umidade ao redor de 80% é o ideal para esta fase. 
 
Maturação: A fase de maturação em um cultivo de doze meses dura ao redor de três meses 
começando de 270 - 360 dias. A síntese de açúcar e acumulo rápido de açúcar acontece durante essa 
fase, e o crescimento vegetativo é reduzido. Conforme a maturação avança, açucares simples 
(monossacarídeo, frutose e glicose) são convertidos na cana de açúcar(sacarose, um dissacarídeo). 
A maturação da cana acontece de baixo para cima e assim a parte de baixo contém mais açúcar que 
a porção de cima. Bastante luminosidade, céu limpo, noites frescas e dias quentes e clima seco são 
altamente benéficos para a maturação. 
 
Ecofisiologia da cultura da cana-de-açucar 
 
Introdução: A cana-de-açúcar se desenvolve no mundo entre a latitude 36.7° N e 31.0° S, do nível 
do mar até 1000m de altitude ou um pouco mais. É considerada essencialmente como uma planta 
tropical. É um cultivo de longa duração e, portanto convive com todas as estações, chuvosa, inverno 
e verão durante seu ciclo de vida. 
 
Clima: Os principais componentes climáticos que controlam o crescimento, a produção e qualidade 
da cana são: temperatura, luz e umidade disponível. A planta vive melhor em áreas ensolaradas 
quentes e tropicais. O clima "ideal" para máxima produção de açúcar da cana-de- açúcar é 
caracterizado como: Uma estação longa, quente com alta incidência de radiação solar e umidade 
adequada (chuva) - a planta usa de 148 a 300g de água para produzir 1.0g de substância seca. Uma 
estação razoavelmente seca, ensolarada e fresca, mas sem geada para amadurecimento e cultivo – a 
porcentagem de umidade cai de forma regular ao longo da vida da planta, de 83% em uma cana 
muito jovem para 71% em cana madura, enquanto a sacarose cresce de menos que 10 para mais de 
45% do peso seco. Livre de tufões e furacões (ventos fortes) 
 
Chuva: Um total de chuva entre 1100 e 1500 mm é suficiente se a distribuição for adequada 
(abundante nos meses de crescimento vegetativo seguido por um período de amadurecimento). 
Durante o período de crescimento ativo, a chuva favorece um crescimento rápido da cana, 
alongamento da cana e formação de entrenós. Durante o período de amadurecimento, não é 
desejável muita chuva porque isso causa a baixa da qualidade do suco, aumenta o crescimento 
vegetativo, e aumento da umidade do tecido. Isto também prejudica a colheita e operações de 
transporte. 
 
Temperatura: O desenvolvimento está intimamente ligado à temperatura. A temperatura ideal para 
brotação de cortes no caule é de 32° a 38°C. Diminui abaixo de 25°C, e é reduzida acima de 35°C e 
praticamente para quando a temperatura está acima de 38°C. Temperaturas acima de 38°C reduzem 
a fotossíntese e aumentam a respiração. Para amadurecimento, as temperaturas devem ser 
relativamente baixas ( 12° a 14°C são desejáveis), pois diminui o desenvolvimento vegetativo e 
aumenta a sacarose da cana. Em temperaturas altas uma reversão da sacarose em frutose e glicose 
pode ocorrer além do aumento da fotorespiração, o que diminui o acúmulo de açucares. 
 
Umidade relativa: Alta umidade (80 - 85%) favorece um alongamento de cana rápido durante o 
período de crescimento. Um valor moderado de 45 - 65 % junto com um suprimento de água 
limitado é favorável durante a fase de amadurecimento. 
 
Luz Solar : A Cana-de-açúcar é uma planta que necessita muita luz solar. Ela se desenvolve bem 
em áreas que recebem energia solar de 18 - 36 MJ/m
2
. Sendo uma planta C4, a cana de açúcar é 
capaz de produzir altos índices de fotossintéticos e o processo mostra uma variação de alta 
saturação em relação à luz. O perfilhamento é afetado por intensidade e duração do brilho do sol. 
Alta intensidade de luz e longa duração promovem o perfilhamento enquanto dias curtos e nublados 
diminuem. O crescimento do colmo aumenta quando a luz do dia está entre uma faixa de 10 - 14 
horas. O aumento do índice de área da foliar é rápido durante o terceiro e quinto mês, e alcança seus 
valores de pico durante a fase inicial de crescimento dos colmos. 
 
Requerimentos climáticos ideais: A radiação total média recebida em 12 meses de crescimento 
tem sido estimada ao redor de 6350 MJ/m
2
. Ao redor de 60% dessa radiação foi interceptada por 
uma cobertura durante as fases de crescimento. A produção de matéria seca total mostrou uma 
relação linear com o PAR interceptado e o teste de correlação resultou R2 valor de 0.913. 
 
Porém, a proporção de conversão de energia em termos de produção de matéria seca por unidade de 
radiação interceptada mostrou uma resposta quadrática com porcentagem de intercessão de luz 
indicando que a proporção de conversão de energia aumentou de forma linear até 50% da 
intercessão de luz e acima desse nível; a proporção da conversão fotossintética da radiação solar é 
reduzida 
No cultivo de cana de açúcar, a cobertura superior de 6 folhas interceptam 70% da radiação 
e a proporção fotossintética das folhas inferiores diminuiu devido ao sombreamento. Locais que tem 
um período de crescimento curto beneficiam-se de um espaçamento mais próximo para interceptar 
uma quantidade maior de radiação solar e produzir maiores resultados. Porém com uma estação de 
crescimento longo o espaçamento maior é melhor para evitar sombreamento e mortalidade dos 
perfilhos. Por sua vez a proporção de conversão de energia em termos de produção de matéria seca 
por unidade de radiação interceptada mostrou uma resposta quadrática com a porcentagem de 
intercessão de luz. Isto indica que a proporção de conversão de energia aumentou de forma linear 
até 50% da intercessão de luz e acima desse nível; a proporção da conversão fotossintética da 
radiação solar é reduzida. Algumas estimativas mostram que 80% da perda de água são associadas 
com energia solar, 14% com vento e 6% com temperatura e umidade. Altas velocidades de vento 
excedendo 60-km/hora são prejudiciais às canas em crescimento, uma vez que elas causam 
acamamento e quebra da cana. Também, ventos aumentam a perda de umidade das plantas e assim 
agravam os feitos de doenças de estresse de umidade. 
 
Efeito do clima na produção de cana de açúcar e do açúcar: A produtividade e a qualidade do 
suco de cana de açúcar são profundamente influenciadas pelas condições climáticas prevalecentes 
durante os vários sub-períodos do crescimento do cultivo. A concentração do açúcar é maior 
quando o clima é seco com baixa umidade; horas de radiação solar, noites frescas com variações 
diurnas frescas e muito pouca chuva durante o período de amadurecimento. Essas condições 
favorecem o acúmulo alto de açúcar. 
 
Plantio da cana-de-açucar 
 
Clima: O clima ideal é aquele que apresenta duas estações distintas, uma quente e úmida, para 
proporcionar a germinação, perfilhamento e desenvolvimento vegetativo, seguido de outra fria e 
seca, para promover a maturação e conseqüente acumulo de sacarose nos colmos.Solo: Solos profundos, pesados, bem estruturados, férteis e com boa capacidade de retenção são os 
ideais para a cana-de-açúcar que, devido à sua rusticidade, se desenvolve satisfatoriamente em solos 
arenosos e menos férteis, como os de cerrado. Solos rasos, isto é, com camada impermeável 
superficial ou mal drenados, não devem ser indicados para a cana-de-açúcar. 
Para trabalhar com segurança em culturas semi-mecanizadas, que constituem a maioria das 
nossas explorações, a declividade máxima deverá estar em torno de 12% ; declividade acima desse 
limite apresentam restrições às práticas mecânicas. Para culturas mecanizadas, com adoção de 
colheitadeiras automotrizes, o limite máximo de declividade cai para 8 a 10%. Tendo a cana um 
sistema radicular profundo, um ciclo vegetativo econômico de 4,5 anos ou mais e uma intensa 
mecanização que se processa durante esse preríodo, o preparo do solo deve ser profundo e 
esmerado. 
No preparo do solo, temos de considerar duas situações distintas: 
– a cana vai ser implantada pela primeira vez; 
– o terreno já se encontra ocupado com cana. 
Quando a cana vai ser implantada pela primeira vez. Fazer uma aração profunda, com 
bastante antecedência do plantio, visando à destruição, incorporação e decomposição dos restos 
culturais existentes, seguida de gradagem, com o objetivo de completar a primeira operação. Se 
constatada a existência de uma camada impermeável, seu rompimento é feito através de 
subsolagem, que só é aconselhada quando a camada adensada se localizar a uma profundidade entre 
20 e 50 cm da superfície e com solo seco. Nas vésperas do plantio, faz-se nova gradagem, visando 
ao acabamento do preparo do terreno e à eliminação de ervas daninhas. 
Se o terreno já se encontra ocupado com cana. O primeiro passo é a destruição da soqueira, 
que deve ser realizada logo após a colheita. Essa operação pode ser feita por meio de aração rasa 
(15-20 cm) nas linhas de cana, seguidas de gradagem ou através de gradagem pesada, enxada 
rotativa ou uso de herbicida. Se confirmada a compactação do solo, a subsolagem torna-se 
necessária. Nas vésperas do plantio procede-se a uma aração profunda (25-30 cm), por meio de 
arado ou grade pesada. Seguem-se as gradagens necessárias, visando manter o terreno destorroado e 
apto ao plantio. 
Plantio Direto: Atualmente esta técnica esta sendo implementada na cultura da cana-de-açucar, 
principalmente com máquinas plantadoras especiais. 
 
Calagem: A aplicação de calcário é determinada pela análise química do solo, devendo ser 
utilizado para elevar a saturação por bases a 60%. A época mais indicada para aplicação do calcário 
vai desde o último corte da cana, durante a reforma do canavial, até antes da última gradagem de 
preparo do terreno. Dentro desse período, quanto mais cedo executada maior será sua eficiência. 
Adubação. 
 
Adubação: Considera-se duas situações distintas, adubação para cana-planta e para cana-soca. Para 
cana-planta, o fertilizante deverá ser aplicado no fundo do sulco de plantio, após a sua abertura, ou 
por meio de adubadeiras conjugadas aos sulcadores em operação dupla. Para cana-planta aplicar 
mais 30 a 60 kg/ha de N, em cobertura, durante o mês de abril; em solo arenoso dividir a cobertura, 
aplicando metade do N em abril e a outra metade em setembro - outubro. Adubações pesadas de 
K2O devem ser parceladas, colocando no sulco de plantio até 100 kg/ha e o restante juntamente com 
o N em cobertura, durante o mês de abril. 
Para cana-soca, a adubação deve ser feita durante os primeiros tratos culturais, em ambos os 
lados da linha de cana; quando aplicada superficialmente, deve ser bem misturada com a terra ou 
alocada até a profundidade de 15 cm. 
 
Uso de Resíduos da Agroindústria Canavieira: Pode-se substituir a adubação química das socas 
pela aplicação de vinhaça, cuja quantidade por hectare esta na dependência da composição química 
da vinhaça e da necessidade da lavoura em nutrientes. Os sistemas básicos de aplicação são por 
infiltração, por veículos e aspersão. 
A torta de filtro (úmida) pode ser aplicada em área total (80-100 t/ha), em pré-plantio, no 
sulco de plantio (15-30 t/ha) ou nas entrelinhas (40-50 t/ha). Metade do fósforo aí contido pode ser 
deduzido da adubação fosfatada recomendada. (Boletim Técnico 100 IAC, 1996) 
 
Época de plantio: Existem duas épocas para a região Centro-Sul: 
–setembro-outubro 
–janeiro a março. 
Setembro-outubro não é a época mais recomendada, é indicada em casos de necessidade 
urgente de matéria prima, quer por recente instalação ou ampliação do setor industrial, quer por 
comprometimento de safra devido à ocorrência de adversidade climática. Plantios efetuados nessa 
época propiciam menor produtividade agrícola e expõem a lavoura à maior incidência de ervas 
daninhas, pragas, assoreamento dos sulcos e retardam a próxima colheita. 
Janeiro a março é feito o plantio da cana de "ano e meio", (+ recomendado tecnicamente). 
Além de não apresentar os inconvenientes da outra época, permite um melhor aproveitamento do 
terreno com plantio de outras culturas. Em regiões quentes, como o oeste do Estado de São Paulo, 
essa época pode ser estendida para os meses subseqüentes, desde que haja umidade suficiente. 
 
Espaçamento e profundidade de plantio: O espaçamento entre os sulcos de plantio é de 0,9 a 
1,40 m, sua profundidade de 20 a 25 cm e a largura é proporcionada pela abertura das asas do 
sulcador num ângulo de 45º, com pequenas variações para mais ou para menos, dependendo da 
textura do solo. 
 
Plantio: Os colmos com idade de 10 a 12 meses são colocados no fundo do sulco, sempre cruzando 
a ponta do colmo anterior com o pé do seguinte e picados, com podão, em toletes de 
aproximadamente de três gemas. A densidade do plantio é em torno de 12 gemas por metro linear 
de sulco, que, dependendo da variedade e do seu desenvolvimento vegetativo, corresponde a um 
gasto de 7-10 toneladas por hectare. Os toletes são cobertos com uma camada de terra de 7 cm, 
devendo ser ligeiramente compactada. Dependendo do tipo de solo e das condições climáticas 
reinantes, pode haver uma variação na espessura dessa camada. 
 
Produção da muda de cana para o plantio: Após, em média, quatro ou cinco cortes consecutivos, 
a lavoura canavieira precisa ser renovada. A taxa de renovação está ao redor de 15 a 20% da área 
total cultivada, exigindo grandes quantidades de mudas. A boa qualidade das mudas é o fator de 
produção de mais baixo custo e que maior retorno econômico proporciona ao agricultor, 
principalmente quando produzida por ele próprio. 
 
Formação do viveiro de mudas: Ojetivos: Renovação do canavial (após 4º ou 5° corte); Sanidade 
da lavoura ; Aumentar o número de cortes; Menor tempo de implantação do canavial; Método de 
renovação de menor custo 
–Tratamento térmico para raquitismo: Submeter o colmo à temperatura de 50,5°C por 2horas 
–Extração das gemas Gemas + zona radicular, Tratamento para raquitismo em banho com fungicida 
(10 a 15 min). Os brotadores devem ser de areia, com boa drenagem. Após brotação as mudas são 
transferidas para saquinhos plásticos. A época de transplante é na fase de “esporão” com as folhas 
fechadas. Realizar adubação nitrogenada na fase de produção da muda para acelerar o crescimento 
–Viveiro multiplicador primário Os esporão são transferidos para este local, o espaçamento de 50 a 
75 cm na linha. Após 20 dias se faz o plantio no viveiro multiplicador secundário. O material a ser 
transferido para o campo é destacado da touceira, sem o uso de ferramentas, quebrando os colmos 
manualmente. O colmo é plantado com a palha e os colmos. 
Viveiro primário : Inicia-se a colheita dos colmos por meio de ferramentas (podão). Inicia-sequando o viveiro multiplicador já atingiu o tamanho ideal dentro do planejamento da propriedade . 
As mudas podem ir ainda para um viveiro secundário (1:2000) 
Viveiro multiplicador secundário : Viveiro permanente para a multiplicação de mudas. 
 
Tratos Culturais: Os tratos culturais na cana-planta limitam-se apenas ao controle das ervas 
daninhas, adubação em cobertura e adoção de uma vigilância fitossanitária para controlar a 
incidência do carvão. O período crítico da cultura, devido à concorrência de plantas daninhas, vai da 
emergência aos 90 dias de idade. O controle mais eficiente é o químico, através da aplicação de 
herbicidas em pré-emergência, logo após o plantio e em área total. Dependendo das condições de 
aplicação, infestação e eficiência do herbicida, há necessidade de uma ou mais capinas mecânicas e 
catação manual até o fechamento da lavoura. A partir dai a infestação é praticamente nula. 
Instalada a cultura, após o surgimento do mato, procede-se seu controle mecanicamente, 
com o emprego de cultivadores de disco ou de enxadas junto às entrelinhas, sendo complementado 
com capina manual nas linhas de plantio, evitando, assim, o assoreamento do sulco. Essa operação é 
repetida quantas vezes forem necessárias. As soqueiras exigem enleiramento do "paliço", 
permeabilização do solo, controle das ervas daninhas, adubação e vigilância sanitária. 
Após a colheita da cana, ficam no terreno restos de palha, folhas e pontas, cuja permanência 
prejudica a nova brotação e dificulta os tratos culturais. A maneira de eliminar esse material (paliço) 
seria a queima pelo fogo, porém essa prática não é indicada devido aos inconvenientes que ela 
acarreta, como falhas na brotação futura, perdas de umidade e matéria orgânica do solo e quebra do 
equilíbrio biológico. O enleiramento consiste no amontoamento em uma rua do "paliço" deixando 
duas, quatro ou seis ruas livres, dependendo da quantidade desse material. É realizado por 
enleiradeira, implemento leve com pouca exigência de potência. 
Após a colheita da cana, o solo fica superficialmente compactado dificultando a penetração 
de água, ar e fertilizantes. Pode-se usar implementos que realizam simultaneamente, operações de 
escarificação, adubação, cultivo e preparo do terreno para receber a capina química. Normalmente, 
essa prática, conhecida como operação tríplice, seguida do cultivo químico, é suficiente para manter 
a soqueira no limpo. Devido ao rápido crescimento das soqueiras, o número de capinas exigidos é 
menor que o da cana planta. 
 
Maturadores Químicos: São produtos com a propriedade de paralisar o desenvolvimento da cana 
induzindo a translocação e o armazenamento dos açúcares. É um instrumento auxiliar no 
planejamento da colheita e no manejo varietal. Há uma ação inibidora do florescimento, em alguns 
casos, viabilizando a utilização de variedades com este comportamento. 
–Produtos comerciais utilizados como maturadores: Ethepon, Polaris, Paraquat, Diquat, Glifosato e 
Moddus. 
–O uso desses produtos, pode representar acréscimos superiores a 10% no teor de sacarose. 
 
Colheita da cana-de-açucar 
 
A colheita inicia-se em maio e em algumas unidades sucroalcooleiras em abril, 
prolongando-se até novembro, período em que a planta atinge o ponto de maturação, devendo, 
sempre que possível, antecipar o fim da safra, por ser um período bastante chuvoso, que dificulta o 
transporte de matéria prima e faz cair o rendimento industrial. Uma colheita apropriada deve 
garantir: 
–Colher a cana no pico da maturidade (ex: evitar cortar a cana antes do tempo ou tarde demais) 
–Cortar a cana a um nível próximo ao solo para que internódios de baixo ricos em açúcar seja 
colhido. 
–Poda na altura certa para que os internódios imaturos superiores sejam eliminados 
–Limpeza apropriada da cana para remover folhas, cinzas, raízes etc. 
–Entrega rápida da cana colhida para a usina. 
 
Métodos para se determinar a época certa da colheita de cana : 
Idade do cultivo: A colheita é feita baseada na idade das plantas. Os agricultores que cultivam uma 
variedade em particular são geralmente experientes com o tempo de colheita. Esse não é um método 
científico uma vez que a época de plantio, as práticas de gerenciamento do cultivo e as condições 
climáticas influenciam na maturação. 
Sintomas visuais: Amarelamento e ressecamento das folhas, som metálico das canas maduras 
quando batidas, aparência de açúcar cristal brilhando quando a cana madura é cortada de forma 
inclinada e segurada contra o sol, são alguns parâmetros visuais para se determinar a maturação da 
cana. 
Parâmetros de qualidade: Os parâmetros importantes de qualidade da cana de açúcar para 
verificar maturação são o Brix, pol ou porcentagem de sacarose e pureza da sacarose. 
Determinação do Estágio de Maturação: O ponto de maturação pode ser determinado pelo 
refratômetro de campo e complementado pela análise de laboratório. Com a adoção do sistema de 
pagamento pelo teor de sacarose, há necessidade de o produtor conciliar alta produtividade agrícola 
com elevado teor de sacarose na época da colheita. O refratômetro fornece diretamente a 
porcentagem de sólidos solúveis do caldo (Brix). O Brix esta estreitamente correlacionado ao teor 
de sacarose da cana. A maturação ocorre da base para o ápice do colmo. A cana imatura apresenta 
valores bastante distintos nesses seguimentos, os quais vão se aproximando no processo de 
maturação. Assim, o critério mais racional de estimar a maturação pelo refratômetro de campo é 
pelo índice de maturação (IM), que fornece o quociente da relação. 
IM = Brix da ponta do colmo 
 Brix da base do colmo 
Admitem-se para a cana-de-açúcar, os seguintes estágios de maturação 
 
As determinações tecnológicas em laboratório (brix, pol, açúcares redutores e pureza) 
fornecem dados mais precisos da maturação, sendo, a rigor, uma confirmação do refratômetro de 
campo. 
 
 
 
Operação de Corte manual: O corte pode ser manual, com um rendimento médio de 5 a 6 
toneladas/homem/dia, ou mecanicamente, através de colhedoras. 
 
UTILIZAÇÃO DO FOGO EM CULTURA DE CANA-DE-AÇUCAR 
A queima da palha da cana-de-açúcar anteriormente à colheita é prática usual na maioria 
dos países produtores. Os países que fazem o corte de cana crua (sem queimar) o fazem por motivos 
bastante específicos. 
MOTIVOS DA QUEIMA NA COLHEITA MANUAL 
Vários são os motivos para a utilização da queima da palha de cana antes de se efetuar o 
corte manual. Entre eles, podemos destacar: 
– Segurança do trabalhador; 
– Rendimento do corte; 
– Eliminação de impurezas. 
MOTIVOS DA QUEIMA NA COLHEITA MECÂNICA 
A colheita mecânica, independente de cana crua ou queimada, impõe algumas condições 
para sua viabilidade como 
–formato dos talhões, 
–declividade máxima do terreno, 
–preparo de solo diferenciado etc. 
Por isso, sua utilização não pode ser implantada rapidamente nem pode ser da área total. 
Os principais motivos de se queimar antes da colheita mecanizada são: 
– Eliminação de impurezas; 
– Rendimento; 
– Perdas. 
DESVANTAGENS DA QUEIMA 
Apesar de usar uma prática generalizada a queima de cana apresenta algumas desvantagens, 
entre elas: 
–O fogo conduz à exsudação da água e açúcares, predispondo os colmos à deterioração microbiana; 
–As folhas e bainhas secas e parcialmente verdes que são eliminadas pelo fogo poderiam ser 
utilizadas como cobertura morta, incorporada ao solo ou até mesmo como fonte energética; 
–Os produtos da queima (gases e partículas) podem atingir cidades e populações. 
 
Operação de Corte mecanizada: Existem basicamente dois tipos: colhedoras para cana inteira, 
com rendimento operacional médio em condições normais de20 t/hora, e colhedoras para cana 
picada (automotrizes), com rendimento de 15 a 20 t/hora. 
Após o corte, a cana-de-açúcar deve ser transportada o mais rápido possível ao setor 
industrial, por meio de caminhão ou carreta tracionada por trator.

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