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Caderno de Gestão de Suprimentos

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Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio
Caderno de Gestão de Suprimentos
Julio Cesar de Souza – 2012.2
Arraial do Cabo, 23 de agosto de 2012.
Aula 1 - Cadeia de Suprimentos - Conceitos e Objetivos
Principais Conceitos da Cadeia de Suprimentos 
Fatores Determinantes
Não se pode esquecer a influência da globalização, que trouxe como decorrência, dentre outros 
fatores, a abertura dos mercados a nível mundial e aumento das incertezas econômicas. Em meio 
a operações logísticas muito mais complexas e abrangentes, a Logística extrapolou os limites 
organizacionais, passando a assumir vínculos muito mais fortes entre todos os elos da cadeia 
produtiva.
Iniciamos com uma análise das várias fases, pelas quais as atividades logísticas passaram, desde 
sua concepção inicial, até sua última fase, de integração total, tão presente nos dias atuais, com a 
introdução do Supply Chain Management (SCM). Segundo Fleury (2003), a origem das 
atividades logísticas, se confunde com o início das atividades econômicas organizadas. A partir 
do momento que o homem passou a realizar a troca de excedentes da produção especializada, 
foram introduzidas três das mais importantes funções logísticas: estoque, armazenagem e 
transporte. O excesso da produção gerada e não vendida transformava-se em estoque, o qual 
precisava ser armazenado, e mais tarde transportado, até o local de consumo.
A Logística, em sua concepção inicial, consistia no simples ato de entregar o produto certo, no 
lugar solicitado, dentro de um determinado intervalo de tempo. Com o passar dos anos, este 
conceito evoluiu, adquirindo novas vertentes, procurando sempre se adaptar às necessidades 
específicas de cada década, no decorrer do século XX (Bowersox, 2001).
O processo evolutivo da Logística pode ser melhor compreendido, ao ser analisado em fases 
seqüenciais. Um estudo feito por John Kent e Daniel Flint (Figueiredo & Arkader.1998), analisa 
a evolução do pensamento logístico, em cinco eras ou etapas principais.
Segundo tal estudo, o Pensamento Logístico teve sua introdução no início do século XX, numa 
época em que prevalecia a economia agrária. De forma que, as atividades logísticas 
desenvolvidas até então, limitavam-se ao transporte e à distribuição física da produção agrícola.
A partir de 1940, no entanto, a Logística começou a englobar um maior número de atividades, 
relacionadas, sobretudo, com transporte, suprimentos, construção, e assistência a feridos. A 
Logística foi então dividida em dois segmentos: distribuição física e suprimentos.
Nos EUA, o termo logística empresarial se desenvolveu, tendo como maior preocupação o 
fornecimento de armamentos e munições às missões militares. Ao entrar em guerra, o governo 
americano propôs uma estratégia produtiva, em meio a qual, a população do país, bem como as 
forças produtivas foram voltadas para a produção bélica.
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Caderno de Gestão de Suprimentos......................................................................)
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Era da Integração Interna
A próxima fase proposta por Novaes marca o início do processo de integração na evolução 
logística, se dá a partir de 1970. Segundo o estudo proposto por John Kent e Daniel Flint, no 
entanto, já se verifica na década de 60, uma primeira tendência ao processo de integração. Tal 
fase é definida como “Era de Integração Interna”, e caracteriza um período, no qual o 
pensamento logístico começou a assumir uma abordagem sistêmica.
As atenções antes voltadas especialmente para a distribuição física, migraram para um enfoque 
mais amplo de funções, motivadas, sobretudo pela economia industrial. Algumas atividades, 
como o gerenciamento de transporte, suprimentos, distribuição, armazenagem, controle de 
estoque e de manuseio de materiais, já começaram a ser colocadas na prática nessa época.
A década de 60 é bastante influenciada pela necessidade de especialização da produção a nível 
mundial. Cada produto era fabricado na área que melhor conciliasse as questões de baixo custo e 
localização geográfica, o que por sua vez conduziu ao aperfeiçoamento dos sistemas de 
distribuição. O excesso da produção gerado nas regiões especializadas, pode desta forma, ser 
transportado de forma econômica para outras áreas produtivas e consumidoras.
Ainda na década de 60 observou-se, a influência da informática nos processo produtivos, com a 
- 2 -
Julio Cesar de Souza
(Continuação do Caderno de Gestão de Suprimentos......................................................................)
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introdução de cartões perfuradores e fitas magnéticas, que foram aos poucos substituindo alguns 
procedimento manuais. O emprego de computadores trouxe relativas melhoras ao tratamento de 
problemas de sequênciamento da produção, localização otimizada de centros de distribuição, 
otimização de estoques, dentre outras atividades (Novaes, 2001).
Fase 2 - Logística Integrada
Nessa fase. começou a se verificar uma certa inversão de valores no contexto social. A sociedade 
não se mostrava mais satisfeita com a padronização de produtos, exigindo, portanto, uma maior 
variedade de opções.
Dessa forma, aos poucos foram sendo verificadas mudanças nos sistemas produtivos, que foram 
se tornando mais flexíveis, de forma a proporcionar maior leque de opções. No passo em que 
cresceram as variedades de cada produto, aumentaram também as suas concentrações em 
estoques. Maiores estoques por sua vez, implicavam em aumento nos custos de armazenagem. 
Diante de todas essas mudanças, os elementos chaves passaram a ser a otimização de atividades, 
assim como seu planejamento, na busca da racionalização integrada da cadeia de suprimentos.
Apesar do planejamento logístico já possuir nessa fase um alcance que vai além das fronteiras 
organizacionais, abrangendo também clientes e fornecedores, tal planejamento era caracterizado 
por ser ainda bastante rígido, não permitindo correções em tempo real. 0 planejamento uma vez 
definido, não podia ser mais modificado, sendo implementado em períodos longos. Por esse 
motivo, a interligação que conecta as diversas partes que compõem a cadeia de suprimentos 
nessa fase é rígida.
A década de 70 corresponde a um período crítico, no qual ocorreu uma série de crises 
econômicas no contexto mundial, tais como a crise do petróleo, que encareceu de forma 
extraordinária o transporte de mercadorias. Os efeitos das crises repercutiram nos meios 
produtivos, ocasionando uma certa mudança de prioridades. Dessa forma, as empresas que antes 
priorizavam o atendimento às necessidades de demanda, a partir de então, voltaram-se mais para 
questões como manutenção e suprimentos. Surgiram assim, profissionais especializados no 
gerenciamento de matéria-prima.
Período esse, no qual, a Logística passou a assumir uma forte preocupação não só relacionada ao 
produto, mas também à qualidade de serviços prestados. As operações logísticas buscavam dessa 
forma, conciliar baixo custo com melhora do nível de serviço. Nesse sentido, a logística voltou-
se para questões de produtividade e custos de estoque.
Segundo Novaes (2001), outro fato característico desse período, foram as relativas melhoras 
verificadas nos fluxos logísticos, com a utilização intensiva da multimodalidade de transporte. 
Através do uso combinado de transporte aéreo, marítimo e terrestre, as empresas conseguiram 
obter redução de custos, assim como melhor aproveitamento de capacidade de transporte.
Fase 3 – Integração Flexível
A terceira fase, que começou em fins da década de 1980, e ainda está em fase de implementação 
em muitas empresas, é caracterizada pela mudança denatureza do planejamento, que passou a 
assumir um caráter mais flexível, respondendo melhor às necessidades instantâneas do processo. 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Caderno de Gestão de Suprimentos......................................................................)
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A integração dinâmica e flexível foi verificada ao longo da cadeia de suprimentos, envolvendo 
não só as relações internas da empresa, mas também o relacionamento entre a empresa e seus 
fornecedores e clientes. Tal relacionamento ainda se dava, no entanto, de dois em dois, entre as 
entidades da cadeia logística.
Tal fase, na qual se desenvolveu o importante conceito de Logística Integrada, foi bastante 
influenciada pelo emprego de poderosas tecnologias de informação e sistemas de comunicações, 
que contribuíram para uma grande revolução na forma de se tratar as informações. A mudança no 
nível de integração foi favorecida pela adoção do EDI (Intercambio eletrônico de dados), que 
conduziu à flexibilização do processo de programação. As informações, que antes só 
apresentavam alguma funcionalidade no tratamento histórico, passaram a ser essenciais para 
atualização de dados em tempo real.
Grandes melhoras no sistema de controle de estoque foram propiciadas pela introdução do 
código de barras em supermercados. Tal tecnologia possibilitou o aumento do nível de 
integração entre o setor de vendas com depósitos e centros de distribuições. A coleta de dados, 
assim como a troca de informações, antes realizada de forma manual, sujeita a procedimentos 
demorados e muitas fontes de erro, passaram a serem realizadas de forma automática, com o 
emprego de tecnologias de captura de dados operantes em rádio-freqüência (Bowersox, 2001).
A interligação entre os elementos da cadeia já adquiriu nessa fase, um certo grau de flexibilidade, 
possibilitando responder de forma instantânea a eventuais mudanças externas. 
Fase 4 – Integração Estratégica (SCM)
Na quarta e última era, que se estende até os dias atuais, o pensamento logístico assumiu uma 
visão mais estratégica no meio intra e inter empresarial.
Tal era é bastante influenciada pelos efeitos da globalização. Diante desse novo contexto, em que 
a Logística passou a ser vista como poderosa arma estratégica na conquista de novos mercados, 
se desenvolveu o importante conceito de Supply Chain Management. Conceito este, que 
propiciou uma integração ainda mais forte entre todos os elementos da cadeia produtiva, 
levando-os a atuar de forma conjunta, visando alcançar um objetivo comum que gerasse 
benefícios a todos.
Dessa forma, pretendia-se reduzir custos e desperdícios; reduzir estoques que se acumulam ao 
longo dos vários elos da cadeia de suprimentos; melhorar a qualidade de serviços ao consumidor
final e minimizar o ciclo de vida do pedido.
Enquanto nas fases anteriores da evolução logística, podia-se perceber um papel bem delimitado 
entre os vários elementos que compunham a cadeia logística, na quarta fase, tal separação já não 
é mais tão nítida. De forma que se pode observar um certo grau de interseção entre as operações 
envolvidas ao longo da cadeia logística.
Tal fase é denominada, segundo o estudo proposto por John Kent e Daniel Flint, como a Era do 
Supply Chain. Na medida em que a logística abandonou seu caráter operacional, migrando para 
o nível estratégico, passou a ser denominada de Logística Integrada. Verificou-se assim, uma 
maior preocupação do processo logístico como um todo, envolvendo maior controle de toda a 
cadeia produtiva entre fornecedores, distribuidores e consumidores.
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Caderno de Gestão de Suprimentos......................................................................)
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Segundo Novaes (2001), outros aspectos que ganharam maior relevância nesta nova fase, são os 
seguintes:
Preocupação dos impactos logísticos no meio ambiente
assim como o tratamento atribuído à questão da logística reversa. Numa fase bastante marcada 
pelos efeitos da globalização, que contribuíram para o aumento da circulação de mercadorias por 
meios terrestres, os congestionamentos de trânsito tornaram-se mais freqüentes, elevando 
bastante o nível de poluição atmosférica. Diante do movimento de uma série de entidades em 
defesa do meio ambiente, começou-se a refletir mais sobre os agentes poluentes envolvidos em 
operações logísticas. Houve uma maior preocupação também com o descarte de alguns produtos 
finais, muitas vezes maléficos ao meio ambiente, no processo produtivo. Descobriu-se, que 
muito destas matérias-primas, após serem submetidas a uma série de tratamentos, ou operações 
de reciclagem, poderiam ser reaproveitadas. Tentava-se reduzir dessa forma, os desperdícios de 
materiais, o que por sua vez possibilitariam diminuição de custos.
Abertura das Fronteiras Organizacionais
seja através da formação de parcerias com fornecedores e clientes, seja pela prática da 
terceirização de uma série de atividades. Desta forma, cresceu de forma intensiva a circulação da 
informação por toda a cadeia produtiva, possibilitando o acesso mútuo de informações 
organizacionais e estratégicas.
Conseqüentemente, uma maior grau de sincronismo foi verificado na cadeia de suprimentos, em 
toda a sua extensão. As diversas operações logísticas deixaram assim de atuar isoladamente, não 
sendo mais exclusivas de um setor específico. Pode-se perceber o grande grau de relevância que 
foi atribuído aos canais de comunicação, assim como aos novos sistemas de informações, ao 
propiciar um fluxo de informações mais eficiente. A questões como integridade da informação, 
confiabilidade de transmissão, foi dedicada uma atenção especial.
Surgimento da Prática do “Postponement” ou Postergação
que possibilita a redução de prazo de entrega do produto, assim como diminuição das incertezas 
ao longo da cadeia. Por meio desta, os produtos ficam armazenados nos centros de fabricação na 
sua forma semi-acabada, só recebendo o acabamento, quando solicitados para venda, nos centros 
de distribuição. 0 postponement permite responder de forma bastante flexível às necessidades de 
customização do usuário final. Grandes volumes de estoques de produtos acabados que se 
acumulavam nos pontos de venda, gerando custos de estoque, foram dessa forma, bastante 
reduzidos.
Preocupação com a satisfação plena do consumidor
seja ele intermediário ou final, fato este que por sua vez conduziu a uma progressiva melhora na 
prestação de serviços, em termos de eficiência, qualidade, redução de preços e otimização de 
tempo. Diante da forte pressão por redução de estoque, os clientes institucionais foram induzidos 
a realizarem compras de forma mais freqüente, e em menores quantidades, exigindo, portanto, o 
cumprimento de prazos menores de entrega, não sujeitos a eventuais erros ou atrasos. Já o 
consumidor final, com um estilo de vida bastante marcado pelas pressões do trabalho, considera 
mais relevante, questões de qualidade de serviço e atendimento, capazes de proporcionar maior 
conforto, confiança e cumprimento fiel de prazos. Tais exigências tornam-se mais críticas e, 
portanto, mais complexas de serem gerenciadas, e otimizadas perante o tempo, com a prática 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Caderno de Gestão de Suprimentos......................................................................)
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progressiva do comércio eletrônico (Fleury,2003). Pode-se imaginar a verdadeira situação 
caótica que surgiu nas operações logísticas,na medida em que os produtos precisavam ser 
entregues diretamente na casa de uma infinidade de consumidores finais, ao invés de num único 
centro de distribuição.
Desenvolvimento Contínuo da Cadeia de Suprimentos
Devemos considerar o estado da arte da Logística na nova era. descrevendo as suas 
características em relação às diversas fases já consolidadas, demonstrando-a como a nova 
tendência da Cadeia de Suprimentos do século XXI. Para isto, são apresentados três fatores já 
chamados de Triplo A, também chamados de Agilidade, Adaptabilidade e Alinhamento 
Estratégico.
Os objetivos do fator Agilidade são reagir rapidamente a mudanças de curto prazo em demanda 
ou oferta e processar sem atropelos distúrbios externos. Para que estes objetivos sejam atingidos, 
recomenda-se que as empresas adotem os seguintes métodos:
✔ Promover um fluxo de informações com fornecedores e clientes;
✔ Desenvolver relacionamentos de colaboração com fornecedores;
✔ Projetar para postergação;
✔ Formar reservas de estoques com compra de componentes essenciais de baixo custo;
✔ Contar com um sistema logístico ou com parceiros confiáveis;
✔ Esboçar planos de emergência e desenvolver equipes de gestão de crises.
Atualmente as organizações são desafiadas a operar de forma eficiente e eficaz para garantir a 
continuidade de suas atividades, o que as obriga a constantemente desenvolver vantagens em 
novas frentes de atuação. As demandas impostas pelo aumento da complexidade operacional e 
pela exigência de maiores níveis de serviço pelos clientes, mas que anseiam por preços 
declinantes, servem de exemplo aqui.
Competir é preciso e, portanto, é uma realidade que não se pode mais ignorar. Assim, todas as 
organizações buscam diferenciar-se de seus concorrentes para conquistar e manter clientes. Só 
que isto está se tornando cada vez mais difícil. O aumento da arena competitiva, representado 
pelas possibilidades de consumo e produção globalizadas, a necessidade de que se façam 
lançamentos mais freqüentes de novos produtos, os quais, em geral, terão ciclos de vida curtos, e 
a mudança no perfil dos clientes, cada vez mais bem informados e exigentes, forçam as empresas 
a serem criativas, ágeis e flexíveis, mas também a aumentarem sua qualidade e confiabilidade. 
A agregação de valor poderá surgir da oferta de entregas mais confiáveis e freqüentes, em 
menores quantidades, da oferta de maior variedade de produtos, melhores serviços de pós-venda, 
maiores facilidades de se fazer negócio e sua singularização na organização. Todas essas 
facilidades poderão ser transformadas em um diferencial aos olhos do cliente, que pode estar 
disposto a pagar um valor mais alto por melhores serviços, que representem benefícios.
Definição de Logística 
Muito se fala a respeito da Logística como sendo, atualmente, a responsável pelo sucesso ou 
insucesso das organizações. Porém, o que se pode perceber no mercado é que muito pouco se 
sabe sobre as atividades logísticas e como as mesmas devem ser definidas nas organizações.
É importante então evitar que situações de modismo acabem por influenciar o uso errado da 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Caderno de Gestão de Suprimentos......................................................................)
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palavra e, o que seria muito pior de suas técnicas e atividades. Como se pode percebec a 
atividade logística está inserida em diversos pontos da organização e sua correta aplicação se faz 
necessária para o bom andamento das atividades. Mas, afinal o que é realmente a Logística?
O termo Logística, de acordo com o Dicionário Aurélio, vem do francês logistique e tem como 
uma de suas definições a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: 
projeto e desenvolvimento, ibtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, 
manutenção e evacuação de material (para fins operativos ou administrativos). Pela definição do 
Coundl of Logistics Management 'logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de 
Suprimentos que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico 
de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a 
eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às 
exigências dos dientes".)
Pode-se definir Logística como sendo a junção de quatro atividades básicas: as de aquisição, 
movimentação, armazenagem e entrega de produtos.
Para que essas atividades funcionem, é imperativo que as atividades de planejamento logístico, 
quer sejam de materiais ou de processos, estejam intimamente relacionadas com as funções de 
manufatura e marketing. 
Existem diversos tipos de organização, sejam privadas ou públicas, que se utilizam dos serviços
logísticos, como empresas manufatureiras, empresas de transporte, empresas alimentícias, Forças 
Armadas, serviços postais, distribuição de petróleo, transporte público e muitas outras.
Logística é a chave de muitos negócios por várias razões, entre as quais incluímos o alto custo de 
operação das cadeias de abastecimento. Pode-se perceber que a tendência das organizações é a 
horizontalização, atividade cujos muitos produtos até então produzidos por determinada empresa 
do fim da cadeia de fornecimento passam a ser produzidos por outras empresas, ampliando o 
número de fontes de suprimento e dificultando a administração desse exército de fornecedores.
Se os custos são tão altos, por que então horizontalizar e criar demanda para atividades 
logísticas?
A resposta para a indagação acima se resume em duas palavras: mercado globalizado. À medida 
que as empresas investem em parceiros comerciais, aumentam os gastos com o planejamento de 
toda a cadeia. Ao analisar essa situação de forma holística, percebe-se que há uma redução de 
custos. 
Entretanto, mais importante do que tal redução, a atividade logística passa a agregar valor, 
melhorando os níveis de satisfação dos usuários, e, ainda, a mudança na atividade logística, se 
não for acompanhada por todas as organizações, levará à falência aquelas que não se 
enquadrarem.
Contudo, pode ficar uma questão a ser resolvida: como se dá a redução nos custos?
Tal redução, acompanhada de um estudo logético, é explicada pela especialização das empresas 
fornecedoras, haja vista que as mesmas acabam por investir em tecnologia de ponta para os 
desenvolvimentos dos materiais, até então produzidos pda empresa que está no fim da cadeia, 
que agora passarão a ser fabricados pda mais nova empresa horizontalizada.
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Caderno de Gestão de Suprimentos......................................................................)
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A partir desse momento, a tendência é que exista uma redução de custos, proporcionada pelo 
ganho de escala na produção e pelo desenvolvimento tecnológico, focado agora em uma 
determinada linha de produto.
Como se pode perceber, a atividade logística está inserida em diversos pontos da organização e 
sua coneta aplicação se faz necessária para o bom andamento das atividades.
Objetivos da Logística
Atualmente as organizações são desafiadas a operar de forma eficiente e eficaz para garantir a 
continuidade de suas atividades, o que as obriga a constantemente desenvolver vantagens em 
novas frentes de atuação. As demandas impostas pelo aumento da complexidade operacional e 
pela exigência de maiores níveis de serviço pelos clientes, mas que anseiam por preços 
declinantes, servem de exemplo aqui.
Lomo agregar mais vaior e, ao mesmo xempo, reauzir os custos, garannnao o aumento aa 
lucratividade?
A Logísticatem sido uma das maneiras mais freqüentemente utilizadas para vencer esses 
desafios. A explicação reside na sua capacidade de evoluir para responder as necessidades 
advindas das profundas e constantes mudanças que as organizações estão enfrentando. 0 modo 
como a Logística vem sendo aplicada e desenvolvida, no meio empresarial e acadêmico, denota 
a evolução do seu conceito, a ampliado das atividades sob sua responsabilidade e, mais 
recentemente, o entendimento de sua importância estratégica.
Em seu estágio mais avançado, está sendo utilizada para o planejamento de processos de 
negócios que integram não só as áreas funcionais da empresa, como também a coordenação e o 
alinhamento dos esforços de diversas organizações na busca por reduzir custos e agregar o 
máximo valor ao diente final. A isto tem sido dado o nome de Gerenciamento da Cadeia de 
Sunrimentos.
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Caderno de Gestão de Suprimentos......................................................................)
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Diante desse cenário, muitas empresas vêm empreendendo esforços para organizar uma rede 
integrada e realizar de forma eficiente e ágil o fluxo de materiais, que vai dos fornecedores e 
atinge os consumidores, garantindo a sincronização com o fluxo de informações que acontece no 
sentido contrário.
As empresas que têm implementado o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos estão 
conseguindo significativas reduções de estoque, otimização dos transportes e eliminação das 
perdas, principalmente aquelas que acontecem nas interfaces entre as organizações e que são 
representadas pelas duplicidades de esforços. Como agregação de valor, estão conseguindo maior 
confiabilidade e flexibilidade, melhoram o desempenho de seus produtos e estão conseguindo 
lançar novos produtos em menores intervalos de tempo.
Apesar dos expressivos resultados obtidos, muitas dificuldades existem na implementação desse 
conceito, pois torna-se necessária uma profunda análise na cultura das empresas que irão 
compor a cadeia. 
A visão funcional deve ser abandonada, informações precisam ser compartilhadas, inclusive 
aquelas sobre os custos.
Os relacionamentos devem ser construídos com base em confiança mútua; o horizonte de tempo 
desloca-se do curto para o longo prazo, e um dos elos, chamado de elo forte, será responsável 
pela coordenação do sistema, e seu desempenho neste papel será fundamental para o alcance dos 
objetivos.
Um outro desafio é equacionar os diferentes tamanhos e objetivos dos componentes, e como isso 
exige uma mudança de cultura, o estabelecimento da cadeia requer tempo e esforço.
Dada a complexidade desse novo arranjo, que passa a ter dimensão interorganizacional, a 
medição de desempenho necessita de indicadores que permitam o controle da performance da 
cadeia como um todo. Não se pode esquecer que deve existir compatibilidade entre os sistemas 
de informação dos elos, que muitas vezes se utilizam de plataformas diferentes.
Por último, e muitas vezes esquecido, está o fato de que o elemento humano é de suma 
importância e, portanto, deverá ser treinado e estar preparado para esta nova realidade. Cabe 
registrar a escassez de profissionais nessa área, em especial, aqueles com visâo sistêmica e 
conhecedores de todas as atividades logísticas.
Embora o conceito de Supply Chain Management ainda esteja sendo desenvolvido e não exista 
uma metodologia única para a sua implementação, sua adoção poderá ser uma fonte potencial de
obtenção de vantagem competitiva para as organizações e mostra-se como um caminho a ser 
seguido pelas demais.
No Brasil, a maioria das empresas ainda está aplicando a logística de forma embrionária, o que 
as coloca em desvantagem diante de concorrentes externos. Poucos são os segmentos mais 
adiantados, como os da indústria automobilística e dos supermercados, que adotaram tais 
medidas.
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Caderno de Gestão de Suprimentos......................................................................)
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Esforços para mudar este cenário já estão acontecendo, o que permite uma visão mais otimista na 
aplicação da logística no aproveitamento de seus benefícios para o país, melhorando assim nossa 
capacidade de competir.
Arraial do Cabo, 24 de agosto de 2012.
Aula 2: Fundamentos da Logística. Conceito de Atividades Logísticas. 
Ciclos de Atividades Logísticas 
Esta aula abordará os fundamentos da Logística e a necessidade de um equilíbrio de prioridade 
entre nível de serviços e custo. Também, apresentará uma breve exposição das atividades 
logísticas e seus ciclos de atividades.
O nível de serviço compreende disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade do 
serviço.
As exigências logísticas desafiam a competência gerencial das empresas.
O conceito de custo total abriu as portas para o exame das inter-relações entre os custos 
funcionais. Aprimoramentos subseqüentes propiciaram um entendimento mais abrangente dos 
componentes do custo logístico e identificaram a necessidade crítica do desenvolvimento de uma 
análise do custo funcional e de recursos.
A competência logística é alcançada através da coordenação de suas atividades. O desafio está 
em gerenciar as atividades relacionadas a essas áreas funcionais, de tal forma orquestrada, com o 
objetivo de atender às exigências logísticas.
A principal unidade de análise da Logística é o ciclo de atividades. A análise da integração 
logística em termos de ciclos de atividades fornece uma perspectiva básica da dinâmica, das 
interfaces e das decisões que devem ser vinculadas para a criação de um sistema operacional.
Os fundamentos da Logística 
A Loqística existe para satisfazer às necessidades dos clientes, facilitando operaçoes relevantes 
de produção e marketing. Em um nível estratégico, a Logística procura atinqir uma qualidade 
predefiniaa de nível de serviços ao cliente, ao meno custo possível, que se constituem nos 
fundamentos da Logística.
Assim, o desafio é equilibrar as expectativas de serviços ao cliente e os custos decorrentes para 
alcançar os objetivos da empresa.
Marketing identifica o desempenho logístico apropriado. A questão estratégica decisiva é 
determinar a combinação de serviços e o seu escopo desejado de modo a estimular e apoiar as 
transações comerciais.
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Caderno de Gestão de Suprimentos......................................................................)
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O conceito de atividades logísticas 
A competência logística é alcançada através da coordenação das atividades logísticas: tecnologia 
da informação, transportes, estoques, armazenagem, embalagem e manuseio e canais de 
distribuição. O desafio está em gerenciar as atividades relacionadas a essas áreas funcionais, de 
forma orquestrada com o objetivo de oferecer o nível de atendimento das exigências logísticas.
A tecnologia da informação é decisiva para uma comunicação rápida e precisa nos processos 
logísticos. A tecnologia atual é capaz de manipular os mais exigentes requisitos de informações 
As empresas estão aprendendo a utilizar essa tecnologia da informação para elaborar soluções 
logísticas inovadoras e únicas.
Quanto mais eficiente for o projeto do sistema logístico da empresa, mais sensível será a 
precisão das informações. Sistemas logísticos bem calibrados, baseados no tempo, não têm 
nenhum excesso de estoque, pois os estoques de segurança são mantidos num nívelmínimo. O 
fluxo de informações torna um sistema logístico dinâmico. A disponibilidade de informações em 
tempo hábil, com qualidade, é fator-chave às operações logísticas.
Transporte
O transporte é a atividade logística que posiciona geograficamente os produtos. Devido a sua 
importância fundamental e a visibilidade de seu custo, o transporte recebe uma atenção especial 
entre as atividades logísticas. 0 custo do transporte é o pagamento pela movimentação entre duas 
localidades geográficas e as despesas relacionadas ao gerenciamento e manutenção do estoque 
em trânsito.
Os ciclos de atividades devem ser projetados para utilizar o transporte que minimize o custo total 
do sistema. Se uma movimentação específica levar dois dias na primeira vez e seis na próxima, 
esta variação poderá criar sérios problemas nas operações logísticas. Sem consistência no 
transporte, toma-se necessária a formação de estoques de segurança como uma medida de 
proteção. A consistência do transporte está ligada diretamente à falta de produtos. 
Com o advento de novas tecnologias tomou-se possível controlar e informar a situação dos 
transportes. No projeto de um sistema logístico, deve-se observar um equilíbrio entre custo de 
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transportes e nível de serviço.
Ciclos de atividades logísticas
A principal unidade de análise da Logística integrada é o ciclo de atividades. A análise da 
integração logística em termos de ciclos de atividades fornece uma perspectiva da dinâmica, das 
interfaces e das decisões que devem ser vinculadas para a criação de um sistema operacional. Os 
fornecedores, a empresa e seus clientes são vinculados através dos meios de comunicação e do 
transporte.
Os ciclos de atividades tornam-se dinâmicos à medida que atendem aos requisitos de 
entrada/saída. A entrada de um ciclo de atividades é um pedido que especifica os requisitos de 
um produto ou material. Um sistema de alto volume em geral exige diversas combinações 
diferentes de ciclos de atividades para atender a todos os requisitos do pedido. À medida que os 
requisitos são altamente previsíveis ou relativamente poucos, os ciclos de atividades necessários 
para fornecer apoio logístico podem ser simplificados. A estrutura geral dos ciclos de atividades 
necessários para dar apoio a uma empresa varejista de grande porte é muito mais complexa que 
as exigências de estrutura operacional de uma empresa de pedidos por reembolso postal.
A saída do sistema é o nível de desempenho esperado da operação logística. A estrutura dos 
ciclos de atividades considerada eficaz desde que as exigências operacionais sejam satisfeitas.
Dependendo da missão operacional de um ciclo de atividades específico, as atividades 
necessárias podem estar sob controle de uma única empresa ou podem envolver múltiplas 
empresas.
Ciclos de apoio à produção estão normalmente sob o controle total de uma única empresa. Por 
outro lado. ciclos de atividades relacionados à distribuição física e a suprimentos envolvem 
normalmente a participação do cliente ou fornecedor. Os ciclos de atividades envolvem a cadeia 
de suprimentos inteira e vinculam parceiros participantes.
É importante saber que a freqüência de transações varia de um ciclo de atividades para outro. 
Alguns ciclos de atividades são estabelecidos para propiciar uma compra ou venda única. Outros 
ciclos de atividades representam arranjos a longo prazo.
Independentemente do número e dos diferentes ciclos de atividades utilizados por uma empresa 
para satisfazer suas exigências logísticas, cada um deve ser projetado individualmente e 
gerenciado operacionalmente. Em essência, a estrutura dos ciclos de atividades é a base para 
implementação da Logística integrada. Para uma melhor compreensão desse conceito 
importante, a natureza das semelhanças e diferenças dos ciclos de atividades, associados à 
distribuição física, apoio à manufatura e suprimentos, é adiante apresentada e discutida.
Ciclos de atividades da distribuição física
Os ciclos de distribuição física envolvem o processamento e a entrega de pedidos do cliente. A 
distribuição física está relacionada com as atividades de vendas e marketing, pois proporciona a 
disponibilidade de produtos, de maneira econômica e a tempo.
O ciclo de atividades típico da distribuição física envolve quatro atividades relacionadas: 
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transmissão de pedidos, seleção de pedidos, transporte do pedido e entrega ao cliente. 
A chave para a compreensão da dinâmica do ciclo de atividades da distribuição física é ter em 
mente que os clientes iniciam o processo fazendo pedidos. A capacitação de resposta logística da 
empresa vendedora constitui uma das competências mais significativas na estratégia de 
marketing.
Ciclos de atividades de apoio à produção
Os ciclos de atividades de apoio à produção consistem na Logística da produção. A produção 
pode ser vista como estando posicionada entre a distribuição física e as operações de 
suprimentos de uma empresa. O apoio logístico à produção tem como principal objetivo 
estabelecer e manter um fluxo econômico de materiais e estoque em processo para dar apoio às 
programações de produção. A movimentação e a armazenagem de produtos, materiais, 
componentes e peças semi-acabadas entre instalações da empresa representam a responsabilidade 
operacional da Logística de apoio à manufatura. 
A Logística de apoio à manufatura normalmente diz respeito exclusivamente à empresa, ao passo 
que as outras áreas lidam com a incerteza comportamental de clientes e fornecedores externos. 
Mesmo em situações em que são efetuados contratos de fabricação com terceiros para aumentar 
a capacidade interna, o controle total é maior que nas outras duas áreas operacionais.
Numa típica organização de manufatura, suprimentos fornecem materiais e componentes 
fabricados externamente quando e onde necessários. Iniciada a operação de produção de uma 
empresa, exigências subseqüentes de movimentação entre fábricas de materiais ou produtos 
semi-acabados são classificadas como apoio à produção. Concluída a produção, o estoque de 
produtos acabados é alocado e distribuído diretamente para os clientes ou para centros de 
distribuição para entrega subseqüente para o cliente.
Quando uma empresa tem várias fábricas especializadas em atividades de produção específicas, 
o sistema de apoio à produção pode exigir uma ampla rede de ciclos de atividades. Visto que 
fábricas especializadas executam estágios de produção e fabricação exclusivos antes da 
montagem final, inúmeras manipulações e transferências são normalmente necessárias para 
concluir o processo de produção.
Ciclos de atividades de apoio à produção
Os ciclos de atividades de apoio à produção consistem na Logística da produção. A produção 
pode ser vista como estando posicionada entre a distribuição física e as operações de 
suprimentos de uma empresa. O apoio logístico à produção tem como principal objetivo 
estabelecer e manter um fluxo econômico de materiais e estoque em processo para dar apoio às 
programações de produção. A movimentação e a armazenagem de produtos, materiais, 
componentes e peças semi-acabadas entre instalações da empresa representam a responsabilidade 
operacional da Logística de apoio à manufatura. 
ALogística de apoio à manufatura normalmente diz respeito exclusivamente à empresa, ao passo 
que as outras áreas lidam com a incerteza comportamental de clientes e fornecedores externos. 
Mesmo em situações em que são efetuados contratos de fabricação com terceiros para aumentar 
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a capacidade interna, o controle total é maior que nas outras duas áreas operacionais.
Numa típica organização de manufatura, suprimentos fornecem materiais e componentes 
fabricados externamente quando e onde necessários. Iniciada a operação de produção de uma 
empresa, exigências subseqüentes de movimentação entre fábricas de materiais ou produtos 
semi-acabados são classificadas como apoio à produção. Concluída a produção, o estoque de 
produtos acabados é alocado e distribuído diretamente para os clientes ou para centros de 
distribuição para entrega subseqüente para o cliente.
Quando uma empresa tem várias fábricas especializadas em atividades de produção específicas, 
o sistema de apoio à produção pode exigir uma ampla rede de ciclos de atividades. Visto que 
fábricas especializadas executam estágios de produção e fabricação exclusivos antes da 
montagem final, inúmeras manipulações e transferências são normalmente necessárias para 
concluir o processo de produção.
Ciclos de atividades de suprimentos
Várias atividades ou tarefas são necessárias para facilitar um fluxo ordenado de materiais, peças 
ou estoque de produtos acabados para um complexo de produção ou distribuição: a procura, 
colocação do pedido e expedição, transporte e recebimento. Essas atividades são essenciais para 
completar o processo de suprimentos.
Recebidos os materiais, peças ou produtos de revenda que foram adquiridos, as exigências de 
armazenagem, manipulação e transporte subseqüente para facilitar a produção ou redistribuição 
são fornecidas da maneira adequada pelos outros ciclos de atividades.
Devido ao âmbito limitado das operações de suprimentos, atualmente elas vêm sendo 
amplamente identificadas como Logística de Entrada.
Com três diferenças importantes, o ciclo de suprimentos é semelhante ao ciclo de distribuição: 
tempo de entrega, tamanho do carregamento, método de transporte e o valor dos produtos 
envolvidos são substancialmente diferentes. Suprimentos requerem freqüentemente 
carregamentos muito grandes.
O objetivo básico de suprimentos é executar a Logística de Entrada pelo menor custo total. O 
valor mais baixo dos materiais e peças, em relação aos produtos acabados, significa que existe 
um trade-off em potencial entre o custo de manutenção do estoque em trânsito e o tempo de 
deslocamento, visando utilizar meios de transporte de baixo custo. Visto que o custo diário para 
manter os materiais e a maioria dos componentes no canal de suprimentos menor que o custo de 
manutenção do estoque de produtos acabados, o pagamento de taritas muito elevadas por um 
transporte mais rápido não agrega normalmente nenhum benefício. Quando componentes de alto 
valor são empregados na produção, a ênfase geralmente muda para compras em lotes menores e 
quantidades exatas que exigem um controle logístico acurado.
Uma característica particular de suprimentos é que o número de fornecedores utilizados por uma 
empresa é normalmente menor que a base de clientes atendidos. O cido de suprimentos 
normalmente é mais direto.
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Arraial do Cabo, 6 de setembro de 2012.
Aula 3 - Cadeia de Suprimentos - Identificação e Visão Integrada dos Fatores Chaves 
Os processos e estruturas da Logística podem ser melhor compreendidos estudando-se 
inicialmente os seus principais componentes, principalmente os ciclos de atividades e atividades 
logísticas. 
Previsão de Demanda:
A previsão de demanda consiste na fixação da quantidade de produtos e serviços correspondentes 
de que os clientes necessitarão em determinada situação.
A necessidade de saber, de forma precisa, a demanda do produto, é de grande importância para as 
operações da empresa - marketing, fabricação e logística. 
As previsões de marketing em relação à demanda futura determinam a alocação de pessoal de 
vendas, estratégias promocionais, de preços e atividades referentes à pesquisa de mercado. As 
previsões de produção determinam escalas de produção, estratégias de aquisições e compras e 
decisões referentes ao inventário de fábrica.
As previsões de administração da logística fixam as quantidades pertinentes a cada item 
produzido que serão transportadas aos diversos mercados que a empresa atende. A administração 
da logística deve também identificar a origem da demanda no sentido de que uma quantidade de 
produto possa ser alocada ou estocada em cada área de seu mercado. O conhecimento de níveis 
futuros de demanda permite ao administrador da logística alocar seus recursos (orçamentos) a 
atividades que atenderão a essa demanda.
Ciclos de Atividades Logísticas – Suprimentos
Ocorre na interface entre o fabricante e o fornecedor e inclui todos os processos necessários para 
garantir que os materiais estejam disponíveis e a fabricação ocorre sem atrasos. O fabricante faz 
pedidos de componentes aos fornecedores que possam reabastecer seus estoques. A relação é 
muito parecida com aquela entre distribuidores e fabricantes, com uma diferença significativa: 
enquanto os pedidos entre varejistas e distribuidores são acionados com incerteza em relação à 
demanda do cliente, os pedidos dos componentes podem ser determinados com precisão, uma 
vez que o fabricante já decidiu qual será sua programação de produção. Assim é importante que 
os fornecedores estejam em contato com a programação de produção do fabricante. Os processos 
desse ciclo de acordo com o autor Meindl (2006) são:
• Pedido baseado na programação do fabricante ou nas suas necessidades de estoque;
• Programação da produção do fornecedor;
• Fabricação e transporte dos componentes;
• Recebimento pelo fabricante.
Ciclos de Atividades Logísticas – Produção
Ocorre na interface entre o distribuidor e o fabricante (ou varejista e fabricante) e inclui todos os 
processos envolvidos no reabastecimento dos estoques do distribuidor (ou varejista). Esse ciclo é 
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acionado pelos pedidos dos clientes, pelos pedidos de reabastecimento de um varejista ou pela 
previsão de demanda dos clientes e pela disponibilidade atual de produtos nos depósitos de 
produtos acabados do fabricante. Os processos envolvidos nesse ciclo são os seguintes, segundo 
o autor Meindl (2006):
CHEGADA DO PEDIDO
durante esse processo, o distribuidor programa o acionamento do pedido de reabastecimento com 
base na previsão futura demanda e nos estoques já existentes. 
O pedido resultante é então transmitido ao fabricante. Em alguns casos, o cliente ou o varejista 
podem fazer o pedido direto ao fabricante. Em outras ocasiões, o fabricante produz para 
estocagem em um deposito de produtos acabados;
PROGRAMAÇÃO PARA PRODUÇÃO
durante esse processo, os pedidos são integrados ao planejamento ou à programação da 
produção. Dadas as quantidades de produção necessárias, o fabricante deve decidir qual será a 
seqüência exata de produção. Caso possuadiversas linhas, o fabricante deve decidir também que 
produtos serão alocados em cada linha. O objetivo desse processo é maximizar a quantidade de 
pedidos atendidos no prazo, mantendo os custos baixos;
FABRICAÇÃO E TRANSPORTE
durante esse processo, o fabricante produz de acordo com a programação de produção, 
atendendo aos padrões de qualidade. Durante a fase de transporte, o produto é transportado ao 
consumidor, ao varejista, ao distribuidor ou ao depósito de produtos acabados. O objetivo desse 
processo é entregar o produto na data prometida, atendendo aos padrões de qualidade e 
mantendo os custos baixos;
RECEBIMENTO
durante esse processo, o produto é recebido pelo distribuidor, pelo depósito de produtos 
acabados, pelo varejista ou pelo cliente e os registros de estoques são atualizados.
Outros processos ligados à estocagem e transferência de fundos também ocorrem.
Ciclos de Atividades Logísticas – Distribuição
Acontece na interface entre o varejista e o distribuidor ou fabricante e engloba todos os 
processos ligados ao reabastecimento dos estoques do varejista. Inicia-se quando um varejista faz 
um pedido para reabastecer estoques que deverão atender a uma futura demanda. Em alguns 
casos, o reabastecimento é feito por um distribuidor que possui um estoque de produtos 
acabados.
Em outros casos, o reabastecimento é feito diretamente pela linha de produção do fabricante. O 
objetivo do ciclo de reabastecimento é restaurar os estoques dos varejistas a um custo mínimo e 
oferecer simultaneamente a disponibilidade de produtos necessários ao cliente. Os processos 
envolvidos no ciclo de reabastecimento são os seguintes, de acordo com o autor Meindl (2006):
a) Acionamento do Pedido do Varejista: ao atender a demanda do cliente, o varejista tem seu 
estoque esgotado, devendo ser reabastecido para atender a solicitações futuras. É essencial o 
planejamento de uma política de reabastecimento ou emissão de pedidos que acionem um pedido 
de reabastecimento a partir de um estágio anterior (possivelmente o distribuidor ou o fabricante). 
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O objetivo do processo de acionamento de pedido do varejista é maximizar a lucratividade 
equilibrando disponibilidade de produto e custo;
b) Emissão do Pedido do Varejista: refere-se à comunicação do varejista ao distribuidor ou 
fabricante sobre os produtos que deseja adquirir. O objetivo desse processo é que o pedido seja 
emitido com precisão e transmitido rapidamente a todos os processos da cadeia de suprimento a 
eles relacionados;
c) Atendimento ao Pedido do Varejista: nesse processo o pedido é atendido e enviado ao 
cliente. Uma distinção muito importante é a dimensão do pedido em relação ao pedido dos 
clientes. Os pedidos dos clientes costumam ser menores que os pedidos de reabastecimento do 
varejista. 0 objetivo desse processo é reabastecer seu estoque no prazo e minimizar custo;
d) Recebimento do Pedido pelo Varejista: uma vez que o pedido de reabastecimento chega 
ao varejista, ele deve providenciar o que foi pedido, atualizar todos os registros de estoques e 
quitar todas as contas a pagar. Esse processo envolve fluxo de produtos do distribuidor ou 
fabricante para o varejista, bem como fluxo financeiro e de informações.
O objetivo desse processo é atualizar os estoques e abastecer as prateleiras de maneira rápida e 
precisa, com o menor custo possível.
Atividades Logísticas
Lambert et al. (1998) considera, na Administração da Logística, um conjunto de algumas 
atividades que compõe o fluxo de um produto desde o ponto de origem até o ponto de consumo, 
explicando sua importância:
Processamento de Pedidos: O sistema de processamento de pedidos é o centro nervoso do 
sistema de logística. 0 pedido do cliente serve como mensagem de comunicação que desencadeia 
o processo logístico. A velocidade e a qualidade dos fluxos de informações têm impacto direto 
no custo e na eficiência da operação como um todo. O processamento de pedidos e os sistemas 
de informações formam a base dos sistemas de informações gerenciais e corporativas. É uma 
área que oferece um potencial considerável para a melhoria do desempenho da logística.
O ciclo típico de pedido consiste dos seguintes componentes: (1) preparação e transmissão do 
pedido; (2) recebimento e entrada do pedido; (3) processamento do pedido; (4) resgate no 
estoque e embalagem; (5) expedição do pedido e (6) entrega e descarregamento no cliente.
Comunicações de Distribuição: Hoje, o sucesso no ambiente empresarial exige a administração 
de um sistema complexo de comunicações. Deve ocorrer uma comunicação eficaz entre: (a) a 
empresa, seus clientes e seus fornecedores; (b) os principais componentes funcionais da empresa 
- marketing, fabricação, logística e finanças/contabilidade; (c) as diversas atividades relacionadas 
à logística, tais como serviço ao cliente, tráfego e transporte, armazenagem e estocagem, 
processamento de pedidos e controle de inventário. A comunicação é o elo vital entre o processo 
logístico como um todo e os clientes da empresa. Uma comunicação precisa e sem atrasos é a 
pedra fundamental da boa administração da logística. 0 sistema de comunicações de uma 
empresa pode ter a sofisticação de um sistema de informações gerenciais ou consistir 
simplesmente em comunicações verbais entre pessoas. Em qualquer sistema, deve haver 
disponibilidade e comunicação das informações vitais entre as pessoas que "precisam saber".
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Controle de Inventário: A atividade de controle de inventário é crítica por causa da necessidade
financeira de manter um nível de estoque de produtos em quantidade adequada para satisfazer as 
necessidades dos clientes e da produção. Manter estoques de matérias-primas, peças de reposição 
e produtos finais consome espaço e capital. 
O dinheiro investido em inventário torna-se indisponível para outros fins, e basta mencionar que 
o custo da manutenção de estoques pode variar de 14 a mais de 50%, dependendo do produto. 
Um bom controle de inventário começa na determinação do nível de estoque necessário para 
atender ao cliente, ao mesmo tempo em que se leva em conta o custo de desempenho das outras 
atividades logísticas.
Tráfego e Transporte: Um componente importante do processo logístico é o movimento ou 
fluxo de bens desde o ponto de origem até o ponto de consumo. Um produto produzido em um 
ponto tem muito pouco valor para o cliente potencial, a não ser que o mesmo seja direcionado ao 
ponto onde será consumido. Neste caso, o transporte opera essa movimentação.
A movimentação por meio de fatores como distância ou espaço cria utilidade de valor ou lugar. A 
utilidade de tempo é, em sua maior parte, criada ou adicionada pela guarda e armazenagem do 
produto até que ele seja necessário.
Mas o transporte significa um fator na utilidade de tempo, ao determinar a rapidez e consistência 
de um determinado produto que se move de um para outro ponto.
continuação Tráfego e Transporte: Isto é conhecido como tem po-em-trânsito e consistência de 
serviço. Se um produto não estiver disponível na data exata em que se precisar dele, poderá 
haver repercussões dispendiosas, tais como vendas perdidas, insatisfação do cliente e parada de 
produção.
As atividades de tráfego e transporte administram a movimentação de produtos e incluem: 
escolha do meio de transporte (aéreo,ferroviário, marítimo/fluvial, dutoviário, rodoviário); 
escolha de um caminho específico (rota); obediência a diversas regulamentações em relação ao 
transporte, em nível municipal, estadual e federal; e conhecimento das exigências no transporte 
doméstico e internacional.
continuação Tráfego e Transporte: O transporte é muitas vezes o maior custo individual no 
processo da logística. Portanto, é um componente importante que deve ser administrado com 
eficácia. O transporte, sob a ótica da logística, compreende a distribuição do produto, 
relacionando-se aos vários métodos e mecanismos utilizados no sentido de movimentar o 
mesmo. Ao se planejar a movimentação de produtos pela cadeia de distribuição física, deve ser 
verificado o modal de transporte mais adequado para conduzir o produto ao seu destino final.
Na perspectiva de Keedi (2001), para o desenvolvimento adequado da logística, é de importância 
fundamental o conhecimento dos diferentes modais de transporte, bem como as cargas 
adequadas a cada um deles. Este autor assevera que, no planejamento da escolha do meio de 
transporte mais eficaz é necessário analisar todas as rotas possíveis, observando os modais mais
adequados a cada percurso. Devem-se considerar itens como capacidade de transporte, menor 
custo, segurança, versatilidade e rapidez. 
Armazenagem e Estocagem: Armazenagem e estocagem sào atividades que administram o 
espaço físico necessário para manter inventários. É parte integrante de todos os sistemas 
logísticos, uma vez que desempenha um papel importante em proporcionar o nível desejado de 
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serviço ao cliente a um baixo custo total. No decorrer do tempo, a armazenagem evoluiu de uma 
faceta relativamente menor dos sistemas logísticos da empresa a uma de suas funções mais 
importantes.
continuação Armazenagem e Estocagem: Podemos definir armazenagem como a parte do 
sistema logístico da empresa que estoca produtos (matérias-primas, peças, produtos semi-
acabados) entre o ponto de origem e o ponto de consumo, e proporciona informações à diretoria 
sobre a situação, condição e disposição dos itens estocados. O papel óbvio da armazenagem é 
estocar produtos. Entretanto, a armazenagem proporciona subdivisão, consolidação e serviços de 
informação. Essas atividades enfatizam o fluxo do produto em vez da estocagem. Uma 
movimentação rápida e eficiente de grandes quantidades de matérias-primas, partes 
sobressalentes e bens acabados através do armazém, combinada com informações rápidas e 
precisas sobre os produtos estocados, é a meta de todo o sistema logístico.
Aula 4 - Nível de Serviço ao Cliente – Marketing e Logística
Introdução
Relações Marketing e Logística
Agregar valor aos produtos e serviços, de forma que os benefícios oferecidos aos clientes sejam 
cada vez mais expressivos, continuamente, ao menor custo possível.
Este é o desejo da grande maioria das empresas que veem, nesta relação, a possibilidade de 
aumentar seus lucros, ao mesmo tempo que constroem relações comerciais mais duradouras. A 
capacidade de uma empresa ser competitiva depende de sua cadeia de valor, isto é, do conjunto 
de atividades que criam valor para o produto na visão do consumidor.
O Papel de Marketing 
O marketing é a área responsável por captar as informações dos mercados consumidores e 
desenvolver a visão que irá definir como é possível oferecer mais valor. O marketing é um 
processo social por meio do qual as pessoas e os grupos de pessoas obtêm aquilo que necessitam 
e o que desejam com a criação, com a oferta e com a livre negociação de produtos e serviços de 
valor com outros (KOTLER e KELLER, 2006). 
Em uma indústria, por exemplo, pode-se dizer que este processo se inicia no desenvolvimento de 
produtos, que é alimentado por informações coletadas pela área de marketing e termina com a 
disposição final dos resíduos, após o consumo ou uso do produto pelo usuário final, que o fará 
influenciado pela forma como a organização faz sua divulgação.
Desta forma, percebe-se que o marketing deve ser orientado para o cliente, atendendo suas 
solicitações e necessidades. No entanto, diversas áreas se envolvem na criação deste valor e na 
sua posterior transferência ao mercado. 
O Papel da Logística
Os últimos anos, porém, têm reservado uma posição de destaque para a logística. Não no sentido 
de torná-la mais importante do que as outras áreas de uma empresa, mas sim de desenvolvimento 
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de um potencial antes não explorado.
Este se refere à possibilidade de uma maior participação dos processos relacionados não só à 
movimentação, mas, principalmente, pela disponibilização dos produtos no lugar certo e na hora 
certa, que se refere ao processo de distribuição.
Integração Logística x Marketing
Deve-se ter a clareza de que ambos os setores trabalham em função de gerar lucro para a 
empresa, um lucro suficientemente grande para valer a pena a existência do negócio. E isto 
ocorre quando é possível vender produtos a um preço acima dos gastos totais para disponibilizá-
los ao mercado. Um consumidor faz a sua compra quando percebe que o desembolso que irá 
fazer será um bom negócio para ele, isto é, quando percebe uma relação de valor favorável para 
ele no processo de aquisição.
Desta forma, tem-se, por um lado, o marketing trabalhando para que o cliente esteja disposto a 
gastar o maior valor possível com o produto. Isto é feito de diversas maneiras, dentre elas pode-
se citar a propaganda com pessoas ou situações que geram uma sensação de glamour e status. 
Por outro lado, tem-se a logística, que visa disponibilizar o produto nas condições ideais para o 
consumo. E isto tem duas frentes: pode-se aumentar a percepção de valor, auxiliando o 
marketing no convencimento do cliente, ou pode-se trabalhar na redução de custos do processo 
de distribuição. 
O que se pretende é propor um meio para que a logística seja mais efetiva na valorização do 
produto oferecido, agindo integradamente com a área de marketing, com o menor custo possível 
associado ao melhor nível de serviços.
Os Diferenciais Competitivos
A seleção de uma boa estratégia logística exige muito dos mesmos processos criativos que o 
desenvolvimento de uma boa estratégia empresarial. Abordagens inovadoras para a estratégia 
logística podem oferecer uma vantagem competitiva peculiar, diferenciando-se de todos os 
concorrentes. 
Tem sido sugerido que uma estratégia logística tem três objetivos:
1. Vantagem em custos; 
2. Vantagens nos níveis de serviços; 
3. Vantagens combinadas. 
Usando o processo de Logística, podemos obter uma vantagem competitiva, isto significa uma 
supremacia duradoura em relação a concorrência, obtendo a preferência dos clientes. 
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Vantagens em Custo
É a estratégia dirigida para minimizar os custos varáveis associados à movimentação e à 
estocagem. A melhor estratégia é geralmente formulada para avaliação dos cursos de ação, como 
escolha entre diferentes localizações de Centros de Distribuição ou a seleção entre modais 
alternativos de transportes ou intermodalidade. A maximizaçãodo lucro é a principal meta.
Vantagens nos níveis de serviços
São estratégias que normalmente reconhecem que as receitas dependem do nível de serviço 
logístico fornecido. Embora os custos aumentem rapidamente com elevados níveis de serviços 
logísticos aos clientes, o aumento nas receitas pode mais que compensar custos mais altos. Para 
ser eficaz, a estratégia de serviços é desenvolvida em contraste com os fornecidos pela 
concorrência. Normalmente se diz que “os clientes não compram produtos, compram satisfação”, 
isto quer dizer que, não se compra o produto pelo que ele é, mas pela promessa do que lhes 
“proporcionará". Os benefícios podem ser intangíveis, tais como reputação ou imagem, e o 
desempenho oferecido pode ser melhor que o concorrente.
Para o seu produto não tornar-se “commodity”, - o diferencial ser o preço, pois o restante será 
igual aos concorrentes - temos que agregar valor. 
A maneira simples que a empresa ideal tem que ter seus 
produtos colocados no quadrante superior direito, oferecendo 
vantagem em serviços e vantagem em produtividade. Hoje a
empresa deve obter seu ganho máximo no inicio do ciclo de 
vida do produto, sendo sempre que possível referencial de sua 
área, apresentando constante inovação, se mantendo à frente de 
seus concorrentes.
Desafios da Logística
Os maiores desafios da Logística no ambiente atual são os seguintes:
 Explosão do serviço ao cliente
 Redução do Ciclo de Vida dos Produtos
 Globalização dos Negócios
 Integração organizacional
 Nível de Exigência do Nível de Serviço ao Cliente
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As principais mudanças necessárias no gerenciamento logístico são:
ENCURTAR O FLUXO LOGÍSTICO
As empresas tendem a encurtar o fluxo logístico e trazendo-os para próximo de suas plantas o 
que permite a operação adotando-se os princípios de Just-in-Time na entrega, e na fabricação, 
agilizando a colocação dos produtos no mercado.
MELHORAR A VISIBILIDADE DO FLUXO LOGÍSTICO
A visibilidade do fluxo logístico é de vital importância para a identificação dos gargalos de 
produção e na redução dos estoques, para isto as barreiras departamentais devem ser quebradas e 
as informações compartilhadas. As estruturas devem ser voltadas para o mercado, caracterizadas 
pela qualidade dos sistemas de informação.
GERENCIAR A LOGÍSTICA COMO UM SISTEMA
O processo logístico deve ser gerenciado de forma sistêmica, pela importância na combinação da 
capacidade de produção com as necessidades do mercado. É importante que o processo 
reconheça os inter-relacionamentos e interligações da cadeia de eventos que conectam 
fornecedor ao cliente. 
É importante entender que o impacto de uma decisão em qualquer parte do sistema causará 
reflexos no sistema inteiro.
A logística tem como essência a preocupação de obter vantagem competitiva em mercados cada 
vez mais voláteis, sobrevivendo as empresas que conseguirem adicionar valor ao cliente em 
prazos cada vez menores.
Fundamentos da Logística: Custos Logísticos e Nível de Serviços
Custos Logísticos - Visão do Custo Total
Para Bailou (1995), o custo total logístico é a soma dos custos de transporte, estoque e 
processamento do pedido, sob a perspectiva da cadeia de suprimentos. Decisões tomadas com 
base no conceito de custo total logístico não conseguem enxergar os custos existentes fora da 
empresa. Esse tipo de análise toma-se um tanto quanto restritiva, por não conseguir gerenciar os 
custos gerados pelas atividades desempenhadas por uma cadeia de suprimentos. Pelo fato de 
estar restrita a aspectos internos da empresa, tal análise não permite uma visão estratégica dos 
custos.
A origem do conceito de custo total baseia-se no fato de que algumas ações no sentido de reduzir 
os custos individuais de uma atividade logística podem implicar o aumento dos custos de outra.
É possível, portanto, existirem comportamentos antagônicos dos diversos custos logísticos. Por 
exemplo, uma diminuição no custo do transporte (frete) pode ser conseguida com a compra de 
lotes maiores de bens e/ou serviços; mas, por outro lado, isto pode implicar um aumento nos 
custos de estoque e de armazenagem e uma antecipação de despesas.
Desta maneira, no momento da tomada de qualquer decisão no processo logístico deve- se levar 
em conta os diversos custos envolvidos, buscando-se um balanceamento dos mesmos, de 
maneira que a redução ou o aumento de alguns custos conduza a uma redução do custo total.
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Nível de Serviços ao Cliente 
A missão básica que o Marketing executa na maioria das empresas é gerar lucro, através de duas 
ações básicas: obter e atender a demanda (Kotler, 1995). Conseguir demanda é resultado dos 
esforços promocionais, assim como do preço e da composição da carteira de produtos oferecidos 
ao público. Uma vez conseguida a demanda, esta deve ser atendida e é quando a distribuição 
física age e é reconhecida como agente estimulador da demanda. Disponibilidade de produto, 
pronta entrega e atendimento correto dos pedidos são apenas alguns dos serviços que agradam ao 
cliente, e vendas podem ser geradas por bons serviços.
É o nível de serviço que une os esforços de promoção e distribuição, e a qualidade com que o 
fluxo de bens e serviços é gerenciada, resulta no nível de serviço Logístico da empresa. Como o 
nível de serviço Logístico está associado aos custos de prover esse serviço, é necessário que o 
seu planejamento se inicie com as necessidades de desempenho exigidas pelos clientes no 
atendimento dos seus pedidos.
Vendedores inteligentes procuram criar diferentes combinações dessas três características básicas 
para atingir diferentes classes de compradores e segmentos de mercado.
0 nível de serviço oferecido pode ser o diferencial competitivo, podendo ser um elemento 
promocional tão importante como desconto no preço, propaganda, vendas personalizadas ou 
condições de vendas favoráveis. Além disso transporte especial, maior disponibilidade de 
estoque, processamento rápido de pedidos e menor perda ou dano de transporte, geralmente 
afetam positivamente os clientes e, logo, as vendas. Para desenvolver uma estratégia de serviço 
ao cliente, é necessário desenvolver uma definição operacional do serviço ao cliente.
LaLonde e Zinszer pesquisaram varias maneiras de como o serviço ao cliente pode ser visto: (1) 
como uma atividade; (2) em termos de níveis de desempenho; (3) como uma filosofia de gestão. 
Uma visão de serviço ao cliente como uma atividade sugere que ele pode ser gerenciado. Pensar 
no serviço ao cliente em termos de níveis de desempenho tem relevância desde que o serviço 
possa ser mensurado com precisão.
A noção de serviço ao cliente como uma filosofia de gestão mostra a importância da atividade de 
marketing orientada para o cliente. As três dimensões são importantes, para o entendimento dos 
fatores que contribuem para o serviço bem sucedido ao cliente. Uma definição ampla deve, 
portanto abranger as três perspectivas.
LaLonde e seus associados oferecem a seguinte definição: “O serviço ao cliente é um processo 
cujo objetivo é fornecer benefícios significativos de valor agregado à cadeia de suprimento de 
maneira eficiente em termos de custo”. Esta definição mostra a tendência de se considerar o 
serviço ao cliente como uma atividade decorrente de um processo sujeito aos conceitos de 
gerenciamento da cadeia de suprimento. Portanto umprograma de serviço ao cliente deve 
identificar e dar prioridade a todas as atividades importantes destinadas a atingir objetivos 
operacionais, devendo também incorporar medidas de monitoramento e desempenho.
O desempenho deve ser monitorado para atingir metas e ter relevância. O principal fator 
continua sendo: O custo para atingir as metas estabelecidas de serviço representa um 
investimento razoável? E, caso o investimento seja razoável, para que clientes? Por fim, é 
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possível oferecer aos clientes preferenciais algo mais do que um serviço básico de alto nível? 
Um serviço adicional, além do básico é normalmente denominado de serviço de valor agregado e 
são por definição exclusivos para clientes específicos e representam extensões do programa de 
serviço básico da empresa.
Fatores do Serviço ao Cliente
Os estudos e pesquisas identificam três fatores fundamentais de serviço ao cliente: 
disponibilidade, desempenho e confiabilidade. A conclusão geral é de que todos esses três 
aspectos do serviço são importantes. No entanto, determinado atributo pode ser mais ou menos 
importante, dependendo da situação de mercado.
Disponibilidade - É a capacidade de ter o produto em estoque no momento que ele é desejado 
pelo cliente. Uma das práticas mais comuns em obtê-la é armazenar em antecipação aos pedidos 
dos clientes. O planejamento de estoque é baseado, normalmente, em previsões das necessidades 
e pode incluir estratégias diferenciadas para itens específicos podendo-se classificar como 
estoque básico e estoque de segurança. Um aspecto importante da disponibilidade é a política de 
estoques da empresa. 
Varias empresas adotaram arranjos logísticos alternativos para completar sua capacidade de 
disponibilidade de estoque para os clientes, por exemplo deposito principal e deposito 
secundário. Quando uma empresa tem parte do pedido no armazém principal e o complemento 
no secundário, a menos que estas duas partes posam ser consolidadas. Poderá ocorrer uma 
entrega dividida. O fato de a empresa vendedora fazer esforços extraordinários para ter estoque 
disponível, em vez de deixar pendente parte de uma remessa, pode ser uma indicação positiva de 
dedicação e comprometimento com a satisfação das necessidades do cliente.
Pelo exposto, fica claro que para alcançar altos níveis de disponibilidade de estoque, de forma 
consistente, é necessário muito mais planejamento do que estoque em depósitos com base nas 
previsões de vendas. Programas de diferenciação confiáveis em termos de disponibilidade de 
estoque não são concebidos nem administrados na “média”. Neles, a disponibilidade é baseada 
nas três medidas de desempenho seguintes: freqüência de faltas de estoques, índice de 
disponibilidade e expedição de pedidos completos. Esses três fatores determinam a capacidade 
da empresa em atender a necessidade especificas de cada um de seus clientes.
Desempenho Operacional - No projeto de sistema logístico, a unidade de análise é o ciclo de 
atividades (ex: ciclo de suprimento, ciclo de apoio à manufatura e ciclo de distribuição) e a 
estrutura dos ciclos de atividades fornece a lógica de combinação de nó, níveis, vínculos e 
atividades essências de apoio às operações. Medidas operacionais determinam o desempenho do 
ciclo de atividades quanto a: (1) velocidade; (2) consistência; (3) flexibilidade. O desempenho 
operacional envolve comprometimento logístico com o prazo de execução esperado e sua 
variação aceitável.
Velocidade - A velocidade do ciclo de atividade é medida pelo tempo decorrido desde o 
momento que um pedido é colocado até a chegada de remessa ao cliente. Há aqui há uma estreita 
relação entre a política de estoques e a velocidade de execução. Essa relação entre prazo de 
execução do fornecimento e investimento do cliente em estoque é fundamental em operações 
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logísticas baseadas no tempo.
Consistência - Embora a velocidade do serviço seja essencial, a maioria dos executivos da mais 
importância a consistência. Consistência é a capacidade da empresa executar seus serviços 
dentro do prazo de entrega esperado de maneira constante.
Flexibilidade - É a capacidade da empresa de lidar com solicitações extraordinárias dentro de 
serviço do cliente. A competência da empresa esta diretamente relacionada a maneira como são 
tratadas as situações inesperadas,de ser “maleável”.
Confiabilidade - Em logística, a qualidade é sinônimo de confiabilidade. Um fator fundamental 
da qualidade em logística é a capacidade de manter níveis de disponibilidade em estoque e de 
desempenho operacional planejado. A capacidade de informações rápidas e precisas ao cliente 
sobre operações logísticas e status de pedidos, são partes da qualidade. Os clientes consideram 
cada vez mais o fato de que informações antecipadas sobre o conteúdo e a posição de um pedido 
são mais fundamentais do que o próprio cumprimento do pedido completo. Clientes detestam 
surpresas. Quase sempre se conformam com situações de faltas ou atrasos quando são avisados 
antecipadamente.
Aula 5 - Tecnologia da Informação - Papel e Importância 
A revolução da tecnologia da informação
O avanço da tecnologia de informação (TI) nos últimos anos vem permitindo às empresas 
executarem operações que antes eram inimagináveis. Atualmente, existem vários exemplos de 
empresas que utilizam a TI para obter reduções de custo e/ou gerar vantagem competitiva. 
Vamos ver a seguir três exemplos:
A Dell Computer investiu na venda direta e customizada de computadores pela Internet. O 
resultado foi um faturamento de US$ 12,3 bilhões em 1998, crescendo 60% em apenas um ano. 
Além disso, ela obteve um lucro de quase US$ 1 bilhão, sendo considerada como a de melhor 
desempenho no setor de tecnologia de informação pela revista Business Week em 1998. 
O Wal-Mart, maior varejista do mundo, possui 5.000 fornecedores em todo o mundo e 3.000 
lojas localizadas nos Estados Unidos, controla e gerencia suas atividades baseando-se fortemente 
em TI. 
A Souza Cruz conta com uma frota de 900 veículos para atender cerca de 200 mil clientes em 
todo o Brasil. Uma das ferramentas que utiliza para superar este desafio logístico é um 
Roteirizador, software que tem como finalidade auxiliar na obtenção da melhor rota para cada 
entrega. Com isso, seus veículos atingem uma eficiência de 99% e fazem em média 43 entregas 
por dia.
Todos estes exemplos denotam como a TI, tanto por meio de sistemas, quanto pelo avanço dos 
hardwares, é fundamental para o desenvolvimento da Logística. Como este assunto é bastante 
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abrangente, neste artigo serão ressaltadas exclusivamente questões relativas à utilização de 
sistemas de informação, não entrando em questões relacionadas ao hardware, que serão tratadas 
numa próxima oportunidade. 
Atualmente existe uma verdadeira agitação no que diz respeito à implementação de sistemas de 
gestão empresarial, conhecidos como ERP. Não são apenas as grandes empresas que têm 
oportunidade para implementação desta solução; há

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