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Introdução – Direito da Empresa em crise Falência Recuperação Judicial e Extrajudicial de empresas Reestruturação privada Empresa em crise • Diversas espécies de crises: • Crises de rigidez (atividade não se adapta ao ambiente - tecnologia); • Crise de eficiência (rendimentos incompatíveis com a potencialidade – interno); • Crise econômica (retração dos negócios desenvolvidos – rendimento menor do que o custo); • Crise financeira (crise de liquidez – incapacidade de pagamento das dívidas) • Crise patrimonial (patrimônio insuficiente para arcar com as dívidas) Empresa em crise Soluções de Mercado (sem intervenção estatal) • Acordos entre credores e devedor; • Reestruturação privada e negociação coletiva com credores; • Atração de investidores ou empreendedores (aquisição de ativos, trespasse de estabelecimento comercial, incorporação da sociedade, aquisição do controle, etc.); • Reestruturação da empresa e solução interna de problemas (governança). Empresa em crise SOLUÇÕES ESTATAIS – CONCURSO DE CREDORES – Lei 11.101/05 • Instrumentos de recuperação da atividade • Recuperação Judicial – Processo judicial que visa a reorganizar a atividade empresarial e reestruturar as dívidas do devedor, propiciando a retomada da atividade; • Recuperação Extrajudicial – Processo judicial que visa a homologar um plano de recuperação pré-aprovado pelos credores. • Instrumentos de liquidação dos ativos • Falência – Processo judicial que visa arrecadar os ativos do devedor, vendê-los, e distribuir o resultado proporcionalmente entre os credores; • Liquidação extrajudicial – Procedimento semelhante à falência, utilizado para alguns tipos de empresa (bancos, cooperativas, seguradoras, etc.); • Insolvência Civil – Procedimento semelhante à falência, utilizado para pessoas físicas não empresárias. Empresa em crise • CONCURSO DE CREDORES • Quando um devedor está insolvente, o ordenamento jurídico decide que é melhor interromper a corrida individual dos credores ao patrimônio do devedor, e distribuir os recursos existentes entre todos os credores, de forma proporcional. • Dá-se a isto o nome de concurso de credores. • Por que existe o concurso de credores? • Teorias divergem: • Minimização dos impactos econômicos e sociais da atividade econômica deficiente (recuperando-a ou eliminando-a) • Maximização do valor dos ativos • Tratamento igualitário entre credores (par condicio creditorum) Empresa em crise Recuperação Judicial • Tem por objetivo reorganizar a atividade empresarial e reestruturar as dívidas da empresa, por meio de um plano de recuperação judicial que vincula credores dissidentes; • O plano de RJ precisa ser aprovado pelos credores (reunidos em assembleia, com quórum de 50% + 1) e homologado pelo juiz; • O plano de recuperação judicial pode envolver diversos instrumentos de recuperação, como: (i) venda de ativos; (ii) restruturação das dívidas; (iii) emissão de novas ações ou quotas; (iv) reorganização societária, dentre outros; • Com o deferimento do pedido de RJ, ficam suspensas por 180 dias as execuções contra o devedor, dos credores abrangidos (exceto fiscal e garantias fiduciárias); • O juiz nomeia um administrador judicial que terá como função fazer o controle do processo de recuperação judicial; • Apesar de o plano de recuperação judicial ser negociado entre o devedor e os credores e ter caráter contratual, a Recuperação Judicial é um procedimento de natureza pública; • O princípio da preservação da empresa, encampado pela Lei 11.101/2005 (LFRE), consiste exatamente na proteção de outros interesses (trabalhadores, fornecedores, clientes, comunidade local, etc.) , que não apenas os do devedor e dos credores. Empresa em crise Recuperação Extrajudicial • Tem por objetivo reorganizar a atividade empresarial e reestruturar as dívidas da empresa, por meio de um plano de recuperação extrajudicial aprovado por parte dos credores; • O plano é negociado previamente entre o devedor e os credores e se houver 3/5 de aprovação, será homologado pelo juiz, sendo imposto aos 2/5 dos credores dissidentes; • O plano de recuperação extrajudicial pode envolver diversos instrumentos de recuperação, como: (i) venda de ativos; (ii) restruturação das dívidas; (iii) emissão de novas ações ou quotas; (iv) reorganização societária, dentre outros. • Não há nomeação de administrador judicial; • Com o deferimento do pedido de RJ, ficam suspensas por 180 dias as execuções contra o devedor, dos credores abrangidos (exceto fiscal, garantias fiduciárias e trabalhistas) FALÊNCIA Premissas: • empresa não recuperável; • afastamento do devedor (nomeação do administrador judicial); • eventual insucesso de prévio processo de recuperação judicial ou extrajudicial; • liquidação patrimonial para evitar maiores prejuízos a todo mercado; • necessidade de instauração do concurso de credores para maximização da realização do ativo e garantia de tratamento igualitário de todos os credores; • Arrecadação dos ativos para venda e pagamento aos credores de forma proporcional e igualitária. FALÊNCIA Natureza: • Procedimento de execução coletiva contra o devedor empresário, que visa à liquidação do patrimônio do devedor, para satisfação dos credores, de acordo com a ordem legal de preferência, para evitar maiores prejuízos. • Atuação jurisdicional para liquidação forçada do patrimônio do devedor empresário • Não visa à solução de um conflito de interesses mas sim à satisfação dos interesses dos credores. • Interesse público de beneficiar a coletividade de credores, na defesa da economia contra a insolvência. FALÊNCIA Fases Fase Pré-Falimentar: • Verificação da presença dos pressupostos para a instauração da falência; • Início: Pedido de falência pelo credor ou na recuperação judicial; • Fim: denegação da falência ou decretação da falência; Fase Falimentar: • Apuração do passivo (procedimento de verificação de créditos) • Apuração do patrimônio do devedor (eventual ineficácia de atos, pedidos de restituição e embargos de terceiros); • Realização do ativo (transformação do ativo em dinheiro para pagamento aos credores); • Realização de pagamento aos credores; • Prestação de contas e relatórios do administrador judicial; Fase Pós Falimentar: • Inabilitação do devedor para exercício da atividade empresarial; • Declaração de extinção das obrigações do falido ( pagamento de 100%, ou 50% se realizado todo o ativo, ou no prazo de 5 ou 10 do encerramento da falência, a depender se houver crime falimentar). FALÊNCIA Objetivos: • Satisfação dos credores; • Amplo: pagamento de todos os credores observada a ordem legal de preferência; • Segurança do crédito – crédito público, necessário ao desenvolvimento da atividade econômica; • Evitar os efeitos nefastos da insolvência para o mercado; • Lei atual: maximização do valor dos recursos produtivos e da atividade do devedor; • Possibilidade de continuação da atividade empresarial com outro sujeito (venda de UPI ou transferência sem sucessão) FALÊNCIA Princípios • Igualdade entre credores (par conditio creditorum) • Pagamento de forma igualitária de acordo com a ordem de preferência • Tratamento igualitário dentro da mesma classe • Ordem legal: • Trabalhistas (até 150 salários mínimos) • Garantia real (até o limite da garantia) • Créditos tributários (exceto multas tributárias) • Créditos com privilegio especial (retenção, microempresa) • Créditos com privilégio geral • Créditos quirografários • Créditos subordinados FALÊNCIA Princípios Celeridade Processual • O tempo corrói e desvaloriza os ativos e aumenta o prejuízo; • Quanto mais rápido, melhores os resultados e menores os prejuízos dos credores e de todo o mercado. Preservaçãoda empresa • Na medida do possível, busca-se a preservação da atividade empresarial e dos empregos. Introdução – Direito da Empresa em crise Falência Recuperação Judicial e Extrajudicial de empresas Reestruturação privada PEDIDO DE FALÊNCIA • Convolação da recuperação judicial em falência • Não apresentação do plano de recuperação judicial no prazo de 60 dias da decisão que deferir o processamento do pedido de recuperação judicial; • Rejeição do plano em assembleia de credores; • Descumprimento do plano no período de 2 anos do deferimento da recuperação judicial; • Deliberação dos credores em assembleia de credores. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL: não há convolação em falência PEDIDO DE FALÊNCIA • Convolação da recuperação judicial em falência Outras possibilidades – jurisprudência (ausência de previsão legal): - Elementos de impossibilidade de recuperação da empresa, como não pagamento dos honorários do administrador judicial ou ausência de mínima atividade empresarial; - Prática de atos fraudulentos. “Art. 74. Na convolação da recuperação em falência, os atos de administração, endividamento, oneração ou alienação praticados durante a recuperação judicial presumem-se válidos, desde que realizados na forma desta Lei.” PEDIDO DE FALÊNCIA • Pedido de autofalência (falência requerida pelo próprio devedor) • Elementos: existência de credores, confissão da crise, impossibilidade de prosseguimento da atividade. “Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos [...]” - Depois da sentença – procedimento normal do processo falimentar PEDIDO DE FALÊNCIA • Pedido de autofalência – legitimidade ativa: • Empresário individual – não pode ser requerida pelo preposto; • Sociedades limitadas: deliberação de mais de metade do capital social (CC, art. 1.071 e 1.076); • Sociedades anônimas: deliberação em assembleia geral, pela maioria dos votos presentes (Lei das S.A, art. 122, IX); PEDIDO DE FALÊNCIA • Pedido de autofalência • Possibilidade de fraudes; • Verbo “dever” – ausência de sanção pelo descumprimento; • Desistência do pedido: • antes decretada a falência: fato novo que justifique a desistência • depois de decretada a falência: pagamento dos credores e extinção das obrigações. PEDIDO DE FALÊNCIA • Pedido de autofalência – procedimento: • se o pedido não estiver instruído – emenda da petição inicial, sob pena de indeferimento; • não há previsão legal de citação; • possibilidade de citação: se não houve a concordância de todos os sócios ilimitadamente responsáveis; • Possibilidade de oposição por sócios (não responsáveis) e credores, apesar de não citados. PEDIDO DE FALÊNCIA • Pedido de falência por iniciativa de terceiros • Cotista ou acionista do devedor (defesa contra má conduta ou dilapidação de patrimônio – sócios minoritários); • “qualquer credor”; • Credor empresário: deve comprovar a regularidade da atividade (registro público da empresa); • Credor domiciliado fora do Brasil: prestação da caução pelas custas do processo e possível indenização (aplicação subsidiaria do CPC – art. 83 – imóvel no Brasil ou execução) PEDIDO DE FALÊNCIA • Credor Fiscal (Fazenda Pública): • Discussão doutrinária se seria possível o pedido de falência pelo fisco – seguimento da execução fiscal e princípio da impessoalidade • Art. 187 do CTN: “A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.” • STJ: ilegitimidade da Fazenda Pública para requerimento da falência de devedor PEDIDO DE FALÊNCIA • Juízo competente: • prevento de eventual recuperação judicial; • “principal estabelecimento do devedor ou filial que tenha sede fora do Brasil” (art. 3º da LFRE); • sede da empresa x centro vital de comando administrativo x maior importância econômica. PEDIDO DE FALÊNCIA Insolvência no Brasil (para fins de falência): - não adota a insolvência econômica/patrimonial; - Insolvência jurídica, relacionada a fatos previstos em lei; - Impossibilidade de fazer frente às obrigações (presunção de insolvência): - Confissão do devedor; - Impontualidade injustificada; - Execução frustrada; - Atos de falência. PEDIDO DE FALÊNCIA • Impontualidade injustificada: “Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;” - dívida liquida constante de titulo executivo (judicial ou extrajudicial), com obrigação líquida, certa e exigível; - possibilidade de litisconsórcio para atingir 40 salários; - prova da impontualidade: protesto especial para fins falimentares; - dispensa prévia execução judicial. PEDIDO DE FALÊNCIA • Execução Frustrada: “Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;” - Presunção de insuficiência patrimonial para honrar as dívidas; - Conceito de execução frustrada: intimação do devedor para indicação de bens à penhora com inercia ou ineficiência de indicação e não satisfação do crédito; - Dispensa do protesto para fins falimentares e do valor mínimo da execução; PEDIDO DE FALÊNCIA • Atos de falência: “Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; PEDIDO DE FALÊNCIA • Atos de falência: “Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: [...] d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. PEDIDO DE FALÊNCIA • Citação – oficial de justiça – edital • Possibilidades do devedor: • Apresentar pedido de recuperação judicial (prazo de 10 dias da contestação); • Depósito elisivo – com ou sem contestação; • Contestar o pedido no prazo de 10 dias; • Ficar inerte (revel); • Reconhecer o pedido. PEDIDO DE FALÊNCIA Contestação e depósito elisivo: “Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentarcontestação no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.” PEDIDO DE FALÊNCIA • Matérias de defesa na contestação: I – falsidade de título; II – prescrição; III – nulidade de obrigação ou de título; IV – pagamento da dívida; V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título; VI – vício em protesto ou em seu instrumento; VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação; VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência PEDIDO DE FALÊNCIA • Sentença denegatória Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de sentença. § 1o Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente responsáveis aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo. § 2o Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos responsáveis. - Danos morais e danos materiais – possibilidade de ação própria. Introdução – Direito da Empresa em crise Falência Recuperação Judicial e Extrajudicial de empresas Reestruturação privada SENTENÇA FALÊNCIA • Sentença denegatória Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de sentença. § 1o Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente responsáveis aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo. § 2o Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos responsáveis. - Danos morais e danos materiais – possibilidade de ação própria. SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença denegatória • rejeição do pedido de falência (convolação na recuperação judicial, pedido de autofalência ou falência requerida por terceiro/credor); • Recurso cabível: “Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação” SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória: • O processo de falência somente se inicia com a decretação da falência- nova situação jurídica; • Estado de direito que só se instaura com a decretação judicial; • Insolvência (de fato) x falência – transformação do estado fático de insolvência para estado jurídico de falência; • Mesmo conteúdo em todas as hipóteses que tenham gerado a falência (recuperação judicial, auto falência ou pedido por terceiro); SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória: • Natureza jurídica: Sentença x decisão interlocutória • Conceito de sentença do Código de Processo Civil (art. 203): “§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.” Decisão interlocutória: pronunciamento judicial de natureza decisória que não for sentença. SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória: • Natureza jurídica: declaratória x constitutiva Nenhuma sentença é pura. Controvérsia: - Declaratória: apenas reconhece a prévia situação de falência; - Sentença executiva lato sensu, proferida na execução coletiva universal; - Constitutiva: cria situação jurídica nova, constitui o status jurídico do falido, modifica as relações jurídicas do falido; - Eficácia constitutiva e declaratória; - Pontes de Miranda: preponderância da eficácia constitutiva (5) SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória – efeitos quanto às obrigações do falido: • Não são exigíveis na falência as obrigações gratuitas e as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor (art. 5º); • Vencimento antecipado das obrigações do falido: garantir a igualdade aos credores e possibilidade de imediato recebimento (exclusão de juros e multas); • Obrigações em moeda estrangeira deverão ser convertidas em moeda nacional pelo câmbio do dia da decretação da falência (art. 77) SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória – efeitos quanto às obrigações do falido: • Juros incidem até a decretação, salvo se houver ativo suficiente; • Correção monetária até a data do pagamento. “Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados. Parágrafo único. Excetuam-se desta disposição os juros das debêntures e dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia.” SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória – efeitos quanto às obrigações do falido: • Suspensão das ações e execuções contra o devedor; • Suspensão do exercício do direito de retirada e recebimento do valor das quotas ou ações pelo sócio do falido; • Suspensão da prescrição contra o falido até o trânsito em julgado da sentença que encerrar o processo de falência; • Exceção: prazos decadenciais; créditos fiscais (execuções fiscais) SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória – efeitos quanto às obrigações do falido: “Art. 122. Compensam-se, com preferência sobre todos os demais credores, as dívidas do devedor vencidas até o dia da decretação da falência, provenha o vencimento da sentença de falência ou não, obedecidos os requisitos da legislação civil. Parágrafo único. Não se compensam: I – os créditos transferidos após a decretação da falência, salvo em caso de sucessão por fusão, incorporação, cisão ou morte; ou II – os créditos, ainda que vencidos anteriormente, transferidos quando já conhecido o estado de crise econômico-financeira do devedor ou cuja transferência se operou com fraude ou dolo.” SENTENÇA DE FALÊNCIA Juízo Universal da Falência: • Unidade, indivisibilidade e universalidade do juízo falimentar; • Falido como réu, atração do juízo universal, com citação posterior à decretação da falência. “Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo. Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste artigo, terão prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a massa falida, sob pena de nulidade do processo.” SENTENÇA DE FALÊNCIA Juízo Universal da Falência: Exceções: • Não estão sujeitas as ações em que o devedor (massa falida) seja autor ou litisconsorte, salvo ações reguladas pela lei falimentar (por exemplo ação de discussão do crédito – art. 19 ou ação revocatória – art. 130); • Ações que demandar quantia ilíquida (art. 6º); • Reclamações trabalhistas (Justiça do Trabalho – competência absoluta – CF, art. 114); • Execuções fiscais: mantém a competência, mas o produto da venda de alienação judicial de bem penhorado será remetido ao juízo da falência(ordem legal da pagamento) SENTENÇA DE FALÊNCIA Juízo Universal da Falência: Exceções: • Causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem parte (CF, art. 109, I), independentemente se proposta antes ou depois da sentença de falência – justiça federal; • Ações relativas a imóveis – foro da situação do imóvel (por exemplo, ação de usucapião); • Ações de despejo (jurisprudência); SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória – elementos: ”Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores” • Síntese do pedido – relatório de qualquer sentença; • Identificação do falido e administradores – importância para arrecadação do ativo, prestação de informações e entrega de bens em juízo. SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória – elementos: “Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;” • Termo legal de falência x período suspeito; • Falência por impontualidade: até 90 dias antes do primeiro protesto por falta de pagamento; • Autofalência ou falência por execução frustrada: até 90 dias antes distribuição do pedido; • Recuperação judicial convolada: até 90 dias antes da distribuição do pedido de recuperação judicial • Possibilidade de eventual alteração se houver fato novo. SENTENÇA DE FALÊNCIA • Termo legal de falência – importância: ”Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; [...] Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo. SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória – elementos: ”Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência; IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1o do art. 7o desta Lei;” - Recuperação judicial: lista já foi apresentada no ajuizamento; - Formação da massa de credores para pagamento na ordem legal; - Caso o devedor não apresente: crime de desobediência e apresentação pelo Administrador Judicial; - Prazos para apuração de créditos: 15 dias para apresentação de habilitação ou divergência de crédito para o Administrador Judicial. SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória – elementos: ”Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6o desta Lei; - Juízo universal da falência; - finalidade: adequada continuação do processo e evitar o recebimento fora do processo falimentar (princípio da igualdade de credores); - Exceções: reclamações trabalhistas, execução fiscal, ação que demanda quantia ilíquida, ações sem conteúdo econômico. SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória – elementos: ”Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo; [...] VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei; [...] X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido; Formação da massa falida objetiva: conjunto de bens que são abrangidos pelo processo e serão usados para satisfação dos credores. • SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória – elementos: ”Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;” Principais funções do administrador judicial na falência (pessoa física ou jurídica – art. 22): • Administrar a empresa falida, na continuação provisória; • Arrecadar e avaliar os bens do falido; • Apresentar a lista de credores e consolidar o quadro geral de credores; • Praticar os atos para vendas de bens e pagamento aos credores; • Assumir a representação judicial da massa, contratando advogado se necessário; • Deliberar sobre os contratos do falido; • Prestação de contas. • SENTENÇA DE FALÊNCIA • Sentença decretatória – elementos: ”Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei;” • Lacração do estabelecimento(s): risco na arrecadação ou preservação dos bens da massa falida ou interesse dos credores; • Continuação provisória do negócio, se trouxer mais valor, em benefício dos credores “Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa” Direito da Empresa em crise Falência Recuperação Judicial e Extrajudicial de empresas Reestruturação privada SENTENÇA FALÊNCIA • Sentença decretatória da falência: • Nomeação do administrador judicial; • Início imediato das medidas para a apuração do ativo. ”Art. 33. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores, logo que nomeados, serão intimados pessoalmente para, em 48 (quarenta e oito) horas, assinar, na sede do juízo, o termo de compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir todas as responsabilidades a ele inerentes.” ”Art. 34. Não assinado o termo de compromisso no prazo previsto no art. 33 desta Lei, o juiz nomeará outro administrador judicial.” APURAÇÃO DO ATIVO - medida lógica – evitar a dilapidação e desaparecimento de bens; - objetivos: assegurar a preservação da massa falida, permitir a avaliação dos bens e otimizar os procedimentos de realização do ativo; - falida perda a administração dos bens e administrador judicial assume essa função; - arrecadação: “desapossamento do falido e imissão do administrador judicial na posse dos bens, livros e documentos do falido”; - Ato judicial deapreensão (similar à penhora). APURAÇÃO DO ATIVO - arrecadação dos bens do falido; - massa falida objetiva: formada pelos bens arrecadados do falido, que é uma universalidade de direito desde a decretação da falência e será corporificada com a arrecadação de bens; - são arrecadados os bens que estejam em poder do falido; - o falido deverá indicar para serem arrecadados os bens que estejam em poder de terceiros e que serão abrangidos pela arrecadação; APURAÇÃO DO ATIVO Além da arrecadação do ativo, outras medidas para maximização do ativos: - Ações de responsabilidade do sócios e administradores (art. 82); - Declarações de ineficácia de atos e ação revocatória (arts. 129 e 130); - Cobrança de créditos do falido contra terceiros; - Ajuizamento de medida judiciais necessárias para a preservação e obtenção de bens em nome da massa falida; - - desconsideração da personalidade jurídica e extensão dos efeitos da falência. APURAÇÃO DO ATIVO “Art. 108. Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial efetuará a arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens, separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem, requerendo ao juiz, para esses fins, as medidas necessárias. § 1o Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial ou de pessoa por ele escolhida, sob responsabilidade daquele, podendo o falido ou qualquer de seus representantes ser nomeado depositário dos bens. § 2o O falido poderá acompanhar a arrecadação e a avaliação. § 3o O produto dos bens penhorados ou por outra forma apreendidos entrará para a massa, cumprindo ao juiz deprecar, a requerimento do administrador judicial, às autoridades competentes, determinando sua entrega. § 4o Não serão arrecadados os bens absolutamente impenhoráveis. § 5o Ainda que haja avaliação em bloco, o bem objeto de garantia real será também avaliado separadamente, para os fins do § 1o do art. 83 desta Lei.” APURAÇÃO DO ATIVO Art. 111. O juiz poderá autorizar os credores, de forma individual ou coletiva, em razão dos custos e no interesse da massa falida, a adquirir ou adjudicar, de imediato, os bens arrecadados, pelo valor da avaliação, atendida a regra de classificação e preferência entre eles, ouvido o Comitê. Art. 112. Os bens arrecadados poderão ser removidos, desde que haja necessidade de sua melhor guarda e conservação, hipótese em que permanecerão em depósito sob responsabilidade do administrador judicial, mediante compromisso. Art. 113. Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável desvalorização ou que sejam de conservação arriscada ou dispendiosa, poderão ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, mediante autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. APURAÇÃO DO ATIVO - arrecadação é praticada pelo administrador judicial, com auxílio do oficial de justiça e arrombamento do imóvel se necessário; - arrecadação pode ser acompanhada pelo MP ou pelo próprio falido; - o falido tem o dever de entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e documentos ao administrador judicial; - cabe ao juiz definir se lacra ou não o estabelecimento devedor – risco para execução da etapa da arrecadação ou preservação dos bens da massa falida. APURAÇÃO DO ATIVO - arrecadação de todos os livros do falido; - desnecessidade de continuação da escrituração desse livros, que serão encerrados e arrecadados; - fonte de informações para apuração de créditos e medidas de ineficácia de bens; - arrecadação dos documentos que estejam em poder do falido. APURAÇÃO DO ATIVO Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada. Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente; III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei. APURAÇÃO DO ATIVO - bens objeto de penhora ou outra forma de apreensão também serão arrecadados; - bens podem ser alienados nas respectivas execuções? Maximização dos ativos no processo de falência e alienação conjunta; - Hasta pública já designada – possibilidade de realização com posterior envio do produto para o processo de falência – economia processual e avaliação pelo juiz da falência. APURAÇÃO DO ATIVO Exceções da arrecadação de bens (desapossamento de todos os bens do falido): - Bens inalienáveis – bens públicos de uso comum e bens dos Estados estrangeiros; - Bens impenhoráveis (art. 833 do CPC): I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o; V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; VI - o seguro de vida; VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. APURAÇÃO DO ATIVO Exceções da arrecadação de bens (desapossamento de todos os bens do falido): - Bem de família (Lei 8.009/90): “Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.” - Exceções: execução do crédito decorrente de financiamento, credor de pensão alimentícia, cobrança de impostos, taxas e contribuição do próprio imóvel, execução de hipoteca, produto do crime e fiança em contrato de locação. APURAÇÃO DO ATIVO Exceções da arrecadação de bens (desapossamento de todos os bens do falido): - Condomínio indivisível – venda compagamento aos demais condôminos e remetendo-se o saldo para a massa falida - direito de preferência dos demais condôminos - Patrimônio de afetação (Lei 10.931/2004) Insolvência do incorporador não atinge bens do patrimônio de afetação – adquirentes de unidade imobiliária – possibilidade de continuação da obra ou recebimento de saldo APURAÇÃO DO ATIVO Art. 110. O auto de arrecadação, composto pelo inventário e pelo respectivo laudo de avaliação dos bens, será assinado pelo administrador judicial, pelo falido ou seus representantes e por outras pessoas que auxiliarem ou presenciarem o ato. § 1o Não sendo possível a avaliação dos bens no ato da arrecadação, o administrador judicial requererá ao juiz a concessão de prazo para apresentação do laudo de avaliação, que não poderá exceder 30 (trinta) dias, contados da apresentação do auto de arrecadação. § 2o Serão referidos no inventário: I – os livros obrigatórios e os auxiliares ou facultativos do devedor, designando- se o estado em que se acham, número e denominação de cada um, páginas escrituradas, data do início da escrituração e do último lançamento, e se os livros obrigatórios estão revestidos das formalidades legais; II – dinheiro, papéis, títulos de crédito, documentos e outros bens da massa falida; III – os bens da massa falida em poder de terceiro, a título de guarda, depósito, penhor ou retenção; IV – os bens indicados como propriedade de terceiros ou reclamados por estes, mencionando-se essa circunstância. APURAÇÃO DO ATIVO - Avaliação dos bens é feita pelo próprio Administrador Judicial, no auto de arrecadação; “art. 110 - § 1o Não sendo possível a avaliação dos bens no ato da arrecadação, o administrador judicial requererá ao juiz a concessão de prazo para apresentação do laudo de avaliação, que não poderá exceder 30 (trinta) dias, contados da apresentação do auto de arrecadação.” - Mesmo que seja feita avaliação em bloco, os bens objeto de garantia real deverão ser avaliados separadamente (§1 do art. 83 da LFRE – apuração da natureza do crédito) “§ 1o Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado.” APURAÇÃO DO ATIVO - Cabe ao administrador judicial a guarda e conservação dos bens arrecadados; - Bens podem ficar depositados no imóvel do devedor ou removidos; - Possibilidade de designação do próprio falido ou administradores da massa falida para a guarda dos bens; - Contratação de terceiros para a guarda dos bens – autorização do juiz e crédito extraconcursal; APURAÇÃO DO ATIVO - Possibilidade de continuação provisória da atividade – determinação na sentença decretatória da falência; “Art. 114. O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outro contrato referente aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para a massa falida, mediante autorização do Comitê. § 1o O contrato disposto no caput deste artigo não gera direito de preferência na compra e não pode importar disposição total ou parcial dos bens. § 2o O bem objeto da contratação poderá ser alienado a qualquer tempo, independentemente do prazo contratado, rescindindo-se, sem direito a multa, o contrato realizado, salvo se houver anuência do adquirente.” REALIZAÇÃO DO ATIVO “Art. 139. Logo após a arrecadação dos bens, com a juntada do respectivo auto ao processo de falência, será iniciada a realização do ativo.” - Não é necessário aguardar a apuração de todo o ativo e a formação do quadro geral de credores para início da realização do ativo; - Ideia norteadora de maximização dos ativos, para maior satisfação dos credores; - definição em cada caso concreto da melhor forma e momento para a realização do ativo. REALIZAÇÃO DO ATIVO “ Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte ordem de preferência: I – alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco; II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente; III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor; IV – alienação dos bens individualmente considerados. § 1o Se convier à realização do ativo, ou em razão de oportunidade, podem ser adotadas mais de uma forma de alienação. § 2o A realização do ativo terá início independentemente da formação do quadro-geral de credores. § 3o A alienação da empresa terá por objeto o conjunto de determinados bens necessários à operação rentável da unidade de produção, que poderá compreender a transferência de contratos específicos. § 4o Nas transmissões de bens alienados na forma deste artigo que dependam de registro público, a este servirá como título aquisitivo suficiente o mandado judicial respectivo. REALIZAÇÃO DO ATIVO Modalidades de alienação do ativo: - Sem preferência legal, a ser determinada pelo juiz; “Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver, ordenará que se proceda à alienação do ativo em uma das seguintes modalidades: I – leilão, por lances orais; II – propostas fechadas; III – pregão. § 1o A realização da alienação em quaisquer das modalidades de que trata este artigo será antecedida por publicação de anúncio em jornal de ampla circulação, com 15 (quinze) dias de antecedência, em se tratando de bens móveis, e com 30 (trinta) dias na alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a divulgação por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento da venda. § 2o A alienação dar-se-á pelo maior valor oferecido, ainda que seja inferior ao valor de avaliação.” REALIZAÇÃO DO ATIVO Leilão por lances orais: - Modalidade clássica de expropriação de ativos em processo de execução; - Convocação aberta para que interessados façam lances orais com o intuito de adquirir os bens ofertados; - aplicação das regras do Código de Processo Civil (art. 879 e seguintes). REALIZAÇÃO DO ATIVO Proposta fechada: “Art. 142 - § 4o A alienação por propostas fechadas ocorrerá mediante a entrega, em cartório e sob recibo, de envelopes lacrados, a serem abertos pelo juiz, no dia, hora e local designados no edital, lavrando o escrivão o auto respectivo, assinado pelos presentes, e juntando as propostas aos autos da falência” - Aplicação subsidiária do Código de Processo Civil. REALIZAÇÃO DO ATIVO Pregão: “Art. 142 - § 5o A venda por pregão constitui modalidade híbrida das anteriores, comportando 2 (duas) fases: I – recebimento de propostas, na forma do § 3o deste artigo; II – leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles que apresentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por cento) da maior proposta ofertada, na forma do § 2o deste artigo. § 6o A venda por pregão respeitará as seguintes regras: I – recebidas e abertas as propostas na forma do § 5o deste artigo, o juiz ordenará a notificação dos ofertantes, cujas propostas atendam ao requisito de seu inciso II, para comparecer ao leilão; II – o valor de abertura do leilão será o da proposta recebida do maior ofertante presente, considerando-se esse valor como lance, ao qual ele fica obrigado; III – caso não compareça ao leilão o ofertante da maior proposta e não seja dado lance igual ou superior ao valor por ele ofertado, fica obrigado a prestar a diferença verificada, constituindo a respectiva certidão do juízo título executivo para a cobrança dos valores pelo administrador judicial.” REALIZAÇÃO DO ATIVO Ausência de sucessão: “Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo: I – todos os credores, observada aordem de preferência definida no art. 83 desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo; II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho.” § 1o O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o arrematante for: I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido; II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão. § 2o Empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admitidos mediante novos contratos de trabalho e o arrematante não responde por obrigações decorrentes do contrato anterior.” REALIZAÇÃO DO ATIVO “Art. 143. Em qualquer das modalidades de alienação referidas no art. 142 desta Lei, poderão ser apresentadas impugnações por quaisquer credores, pelo devedor ou pelo Ministério Público, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da arrematação, hipótese em que os autos serão conclusos ao juiz, que, no prazo de 5 (cinco) dias, decidirá sobre as impugnações e, julgando-as improcedentes, ordenará a entrega dos bens ao arrematante, respeitadas as condições estabelecidas no edital.” “Art. 142 - § 7o Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público será intimado pessoalmente, sob pena de nulidade.” REALIZAÇÃO DO ATIVO Formas alternativas de alienação do ativo: “Art. 144. Havendo motivos justificados, o juiz poderá autorizar, mediante requerimento fundamentado do administrador judicial ou do Comitê, modalidades de alienação judicial diversas das previstas no art. 142 desta Lei.” “Art. 145. O juiz homologará qualquer outra modalidade de realização do ativo, desde que aprovada pela assembléia-geral de credores, inclusive com a constituição de sociedade de credores ou dos empregados do próprio devedor, com a participação, se necessária, dos atuais sócios ou de terceiros. § 1o Aplica-se à sociedade mencionada neste artigo o disposto no art. 141 desta Lei. § 2o No caso de constituição de sociedade formada por empregados do próprio devedor, estes poderão utilizar créditos derivados da legislação do trabalho para a aquisição ou arrendamento da empresa. § 3o Não sendo aprovada pela assembléia-geral a proposta alternativa para a realização do ativo, caberá ao juiz decidir a forma que será adotada, levando em conta a manifestação do administrador judicial e do Comitê.” REALIZAÇÃO DO ATIVO Formas alternativas de alienação do ativo: - Realização de assembleia de credores para forma alternativa – quórum de 2/3 dos créditos presentes; - Constituição de sociedade de credores ou dos empregados do próprio devedor, com participação proporcional ao seu crédito – massa falida vai compor o capital social dessa nova sociedade; - Possibilidade de venda direta aos credores ou adjudicação dos bens pelos credores Condições: respeitada a melhor oferta; depósito em juízo da diferença entre o valor do bem e o crédito e, principalmente, observância da ordem legal de preferências. - Controvérsia sobre a existência de sucessão na forma alternativa de alienação. Direito da Empresa em crise Falência Recuperação Judicial e Extrajudicial de empresas Reestruturação privada VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • PROCEDIMENTO PARA VERIFICAÇÃO DE CRÉDITOS • Disposições comuns à falência e à recuperação judicial (arts. 7º a 20 da LFRE); • Não existe previsão em relação à recuperação extrajudicial (possibilidade de impugnação – art. 164, §3º da LFRE) – precedentes sobre a possibilidade de discussão; • Fundamental para a correta apuração do passivo e posterior pagamentos aos credores (valores e ordem de pagamento); • Formado por duas fases: administrativa (inicial) e contenciosa (posterior, caso necessário); • Celeridade e economia processual. VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • FASE ADMINISTRATIVA: • Conduzida exclusivamente pelo administrador judicial, dispensando a participação de advogados em favor dos credores; • Lista de credores devedor: • documento unilateral, que não será considerado definitivo; • na falência: na sentença decretatória devedor será intimado para apresentar a lista de credores (caso não apresente, deverá ser apresentada pelo AJ); • deverá conter relação nominal dos credores, endereço, valor, natureza e classificação dos créditos. VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • FASE ADMINISTRATIVA: • Início: publicação da lista de credores do devedor, em conjunto com a decisão de decretação da falência; • Publicação da lista no Diário de Justiça e em jornal de grande circulação (se a massa falida comportar) – art. 191 da LFRE; • AJ deverá encaminhar correspondência aos credores indicados na lista, informando sobre a falência, natureza, valor e classificação do crédito; VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • FASE ADMINISTRATIVA: • Início: publicação do edital da lista de credores – prazo de 15 dias para apresentação, pelos credores, ao AJ: • Habilitação de crédito (art. 9 da LFRE): • Requerimento administrativo (não é ação judicial); • indicação de um crédito que não constou na lista de credores; • Individual de cada credor (não pode ser feita coletivamente por grupo de credores); • Conteúdo: nome e endereço do credor; valor do crédito atualizado até a decretação da falência, origem e classificação; documentos comprobatórios e indicação de provas; indicação da garantia e instrumento; especificação do objeto da garantia (se estiver na posse do devedor); • Moeda estrangeira: conversão no cambio da data da falência; • “Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo.” – (CPC, art. 425, IV – declaração de autenticidade pelo advogado) VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • FASE ADMINISTRATIVA: • Início: publicação do edital da lista de credores – prazo de 15 dias para apresentação, pelos credores, ao AJ: • Divergência de crédito: • Crédito constou em valor ou classificação errada; • Requerimento administrativo (não é ação judicial); • Mesmos requisitos da habilitação de crédito – menor formalidade, já que o crédito já foi reconhecido pelo próprio credor. VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • FASE ADMINISTRATIVA: • Final: apresentação da relação de credores do AJ, no prazo de 45 dias do prazo da habilitação (60 dias da publicação do edital com a relação de credores do devedor); • Relação de credores do AJ: • Preparada com base nos documentos da falida, habilitações e divergências de crédito; • Liberdade e ampla pesquisa pelo AJ; • Ausência de contraditório e ampla defesa; • Não precisa apresentar relatórios nem justificativas. • Publicação da relação de credores do AJ no Diário de Justiça, indicando o AJ horário e local em que credores poderão ter acesso aos documentos que embasaram a relação de credores. VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • FASE JUDICIAL: • Início: publicação da relação de credores do AJ, no Diário de Justiça e jornal de grande circulação (se a massa falida comportar) • Prazo de 10 dias da publicação: impugnação de crédito pelos credores (art. 8 da LFRE): “Art. 8o No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7o, § 2o, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado.” • Se não houver impugnações o juiz homologará o quadro geral de credores. VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • FASE JUDICIAL: • Impugnação de crédito:• Natureza: ação incidental (judicial), com eficácia preponderante declaratória; • Prazo: 10 dias da publicação do edital com a relação de credores do AJ – controvérsia sobre a impugnação retardatária; • Legitimidade: Ministério Público, Comitê de credores, devedor ou seus sócios, qualquer credor • Objeto: inclusão, exclusão, redução ou majoração do valor do crédito; alteração da classificação; • Competência: juízo da falência – apenas o juízo da falência pode decidir sobre a classificação do crédito, exceção da Justiça do Trabalho; • Petição inicial: formalidades do CPC (arts, 319 e seguintes). VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • FASE JUDICIAL: • Impugnação de crédito: • Procedimento: autuação individual ou conjunta (mesmo crédito); • Contestação no prazo de 5 dias, juntando documentos e provas; • Parecer do AJ em 5 dias; • O juiz: “I – determinará a inclusão no quadro-geral de credores das habilitações de créditos não impugnadas, no valor constante da relação referida no § 2o do art. 7o desta Lei; II – julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas alegações e provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor e a classificação; III – fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos controvertidos e decidirá as questões processuais pendentes; IV – determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário.” VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • FASE JUDICIAL: • Impugnação de crédito: • Cognição: controvérsia sobre a amplitude da prova a ser produzida (perícia) e liquidez do título (TJSP, AI 2150485-22.2016.8.26.0000); • Prevalência da cláusula arbitral; • Decisão do juiz (sentença): mantendo, excluindo ou alterando o crédito ou sua classificação; • Possibilidade de condenação ao pagamento de verbas de sucumbência (custas e honorários advocatícios), se houver litigiosidade (controvérsia sobre o critério - CPC, art. 85); • Recurso: agravo de instrumento (art. 17, LFRE). VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • FASE JUDICIAL: • Impugnação de crédito: “Art. 16. O juiz determinará, para fins de rateio, a reserva de valor para satisfação do crédito impugnado. Parágrafo único. Sendo parcial, a impugnação não impedirá o pagamento da parte incontroversa.” Crédito Trabalhista: - Competência da justiça do trabalho para reconhecimento do crédito; - Determinação de habilitação pelo próprio juiz do trabalho; - Precedentes de SP pela desnecessidade de impugnação de crédito. Crédito Fiscal: - Possibilidade de continuidade da execução fiscal (CTN, art. 187), mas submetidos à ordem de pagamento; - Jurisprudência: possibilidade de habilitação de crédito fiscal pela Fazenda. VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO • FASE JUDICIAL: • Habilitação retardatária: • Habilitação ou correção do crédito (valor ou classificação); • Posterior ao prazo de 15 dias para apresentação ao AJ (fase administrativa); • Natureza de ação judicial, de competência do juízo universal da falência; • Antes da homologação do quadro geral de credores – autuada como impugnação; depois, procedimento comum do CPC; • Perda do direito a voto em assembleia de credores (salvo créditos trabalhistas); • Os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas judiciais, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação; • O credor poderá requerer a reserva de valor para satisfação de seu crédito. VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO Consolidação do quadro geral de credores: • Ao final de todo o procedimento de verificação de créditos, AJ consolida o quadro geral de credores; • Considerados: créditos não impugnados, decisões das impugnações de créditos e habilitações retardatárias, comunicação dos créditos fiscais, decisões de outros juízos (trabalhista); • Quadro geral de credores: assinado pelo juiz e AJ, com o valor e classificação de cada crédito, na data da decretação da falência; • Homologado pelo juiz e publicado no Diário Oficial; • Possibilidade de inclusão de créditos posteriormente - ajuizamento ação de conhecimento pelo credor, perante o juízo da falência (art. 10, §6 da LFRE). VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO Alteração do Quadro geral de credores: “Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. § 1o A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante o juízo da recuperação judicial ou da falência ou, nas hipóteses previstas no art. 6o, §§ 1o e 2o, desta Lei, perante o juízo que tenha originariamente reconhecido o crédito. § 2o Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao titular do crédito por ela atingido somente poderá ser realizado mediante a prestação de caução no mesmo valor do crédito questionado.” VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO Alteração do Quadro geral de credores: “Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. § 1o A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante o juízo da recuperação judicial ou da falência ou, nas hipóteses previstas no art. 6o, §§ 1o e 2o, desta Lei, perante o juízo que tenha originariamente reconhecido o crédito. § 2o Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao titular do crédito por ela atingido somente poderá ser realizado mediante a prestação de caução no mesmo valor do crédito questionado.” PEDIDO DE RESTITUIÇÃO • Correções da apuração e arrecadação do ativo pelo AJ; • Proteção do patrimônio de terceiro, atingido pela arrecadação no processo falimentar; • Podem ser abrangidos bens móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos, fungíveis ou infungíveis; • Fundamento principal: direito de propriedade sobre o bem, que estava na posse do devedor; • Importância - prioridade no recebimento: ”Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos extraconcursais, na forma do art. 84 desta Lei, e consolidado o quadro-geral de credores, as importâncias recebidas com a realização do ativo serão destinadas ao pagamento dos credores, atendendo à classificação prevista no art. 83 desta Lei, respeitados os demais dispositivos desta Lei e as decisões judiciais que determinam reserva de importâncias.” • Usualmente: contrato de locação, contratos de arrendamento, compra e venda com reserva de domínio, contrato de consignação e adiantamento de contrato de câmbio para exportação. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO • Alienação fiduciária em garantia – comum (CC, de bem infungível); de bens móveis fungíveis e infungíveis (Lei 4.728/65 e Decreto 911/69); e de imóveis (Lei 9.514/97); • Credor fiduciante tem a propriedade do bem e pode ajuizar o pedido de restituição. • Se houver a retomada do bem, credor promove a alienação – devolução à massa falida de eventual saldo positivo ou se houver saldo negativo habilitação do crédito restante • Cessão fiduciária de direitos creditórios; • Leasing; • Depósito (de bens infungíveis) - excluído bens fungíveis,especialmente de dinheiro (como o deposito bancário) – equiparação ao mútuo; PEDIDO DE RESTITUIÇÃO Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada. - Hipótese proteção à boa fé – apenas se o bem ainda não tiver sido alienado (pelo falido ou massa falida) PEDIDO DE RESTITUIÇÃO Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente; III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa- fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO • Ajuizamento pelo titular do direito de restituição; • Competência: juízo falimentar; • Prazo: até o final do processo (omissão da LFRE); • A partir do pedido fica suspensa a disponibilidade da coisa; • Procedimento especial: prazo de 5 dias para contestação; • Produção de provas (se necessário); • Decisão (sentença): • possibilidade de incluir o crédito no quadro de credores, se reconhecer apenas o direito ao crédito; • Se indeferida a restituição, condenação ao pagamento de honorários; • Determinação de restituição da coisa em 48 horas, com prestação de caução, se houver recurso; • Na restituição em dinheiro deve ser respeitado o art. 151 da LFRE (crédito trabalhistas vencidos 3 meses antes da falência, até 5 salários) • Recurso: apelação sem efeito suspensivo. EMBARGOS DE TERCEIRO “Art. 93. Nos casos em que não couber pedido de restituição, fica resguardado o direito dos credores de propor embargos de terceiros, observada a legislação processual civil.” • Evitar a entrada de bens para a massa falida (ex. proteção da meação do cônjuge) • Ajuizamento contra a massa falida, perante o juízo falimentar; • Atendimento ao CPC – arts. 674 a 681. EMBARGOS DE TERCEIRO Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. § 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor. § 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos. Direito da Empresa em crise Falência Recuperação Judicial e Extrajudicial de empresas Reestruturação privada DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO • Pagamentos são realizados à medida que se realiza o ativo; • Rateio com pagamento proporcional a todos os credores da classe; • Os credores devem levantar os valores em juízo no prazo estabelecido pelo juiz. Os credores que não procederem, no prazo fixado pelo juiz, ao levantamento dos valores serão intimados a fazê-lo no prazo de 60 (sessenta) dias, após o qual os recursos serão objeto de rateio suplementar entre os credores remanescentes. • Os pagamentos serão realizados ao credores do quadro geral de credores (ou lista do AJ, se ainda não houve quadro geral); • Possibilidade de reserva de valores para credores que ainda não constam no quadro geral de credores (ou lista do AJ): • Determinada pelo juízo trabalhista ou da falência; • Habilitações retardatárias; • Impugnações de crédito; • Reserva de 40% da remuneração do AJ (art. 24 da LFRE) DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO • Pagamento de todos os credores, incluindo-se os juros, se houver ativos suficientes; • Diante da insuficiência de ativos, necessidade de ser estabelecida preferência de pagamentos; • Os credores restituirão em dobro as quantias recebidas, acrescidas dos juros legais, se ficar evidenciado dolo ou má-fé na constituição do crédito ou da garantia (art. 152); • Pagos todos os credores, o saldo, se houver, será entregue ao falido (art. 153). DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO ORDEM DE PREFERÊNCIA/PAGAMENTO • Controvérsia sobre a ordem de pagamento – prioridade da restituição, créditos extraconcursais, despesas da massa a trabalhadores: interpretação dos arts. 83, 84, 149, 150, 151 da LFFRE; “Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos extraconcursais, na forma do art. 84 desta Lei, e consolidado o quadro-geral de credores, as importâncias recebidas com a realização do ativo serão destinadas ao pagamento dos credores, atendendo à classificação prevista no art. 83 desta Lei, respeitados os demais dispositivos desta Lei e as decisões judiciais que determinam reserva de importâncias.” “Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das atividades previstas no inciso XI do caput do art. 99 desta Lei, serão pagas pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa” “Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa.” DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO • ORDEM DE PREFERÊNCIA/PAGAMENTO 1. Créditos trabalhistas estritamente salarial vencidos 3 meses antes da falência até 5 salários mínimos por trabalhador (art. 151); 2. despesas antecipadas indispensável para a administração da falência, inclusive se houver manutenção das atividades (art. 150); 3. restituições em dinheiro (art. 86); 4. remunerações ao AJ e auxiliares e crédito de legislação do trabalho prestado depois da decretação da falência (art. 84); 5. quantias fornecidas à massa pelos credores (art. 84); 6. despesas com arrecadação, administração e realização do ativo e custas do processo de falência (art. 84); 7. custas judiciais das ações e execuções que a massa falida tenha perdido (art. 84); 8. obrigações de atos jurídicos praticados durante recuperação judicial (ou pós falência) e tributos gerados pós falência (art. 84); 9. créditos trabalhista até 150 salários mínimos e de acidente de trabalho (art. 83); 10. créditos com garantia real até o limite do bem gravado (art. 83); 11. créditos tributários, excetuado as multas tributárias (art. 83); 12. créditos com privilégio especial (art. 83); 13. créditos com privilégio geral (art. 83); 14. créditos quirografários (art. 83); 15. créditos subquirografários, multas contratuais, penas pecuniárias, multas tributárias (art. 83); 16. créditos subordinados (art. 83); 17. Juros posteriores à decretação da falência, exceto debentures e garantia real, até o limite da garantia (art. 124) DOS CRÉDITOS E PAGAMENTODO PASSIVO Créditos prioritários: pagamento como dinheiro disponível em caixa • 1. Créditos trabalhistas estritamente salarial vencidos 3 meses antes da falência até 5 salários mínimos por trabalhador (art. 150) • dignidade da pessoa humana; • apenas verbas de natureza estritamente salarial (excluído verbas indenizatórias); • acordos ou condenações judiciai estariam excluídos dessa regra; • 2. despesas antecipadas para a administração da falência, inclusive se houver manutenção provisória das atividades (art. 151) • fundamentais à continuidade do processo de falência, relacionadas à massa falida; • usualmente relacionadas aos contratos de prestação continua (agua, energia elétrica, alugueis) • 3. restituições em dinheiro (art. 86) • Restituição ao terceiro de boa-fé, contrato de adiantamento de câmbio e se a coisa não mais existir (art. 86) • Somente realizado depois do pagamento dos créditos estritamente salarial vencidos até 3 meses antes da falência, no limite de 5 salários mínimos. DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO Créditos extraconcursais: Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a: I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; II – quantias fornecidas à massa pelos credores; III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência; IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida; V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO Créditos concursais (art. 83) • Créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho • Acidente de trabalho, verbas de natureza salarial e indenizatória; • Limite de 150 salários: constitucionalidade reconhecida pelo STF (ADI 3934, 27.05.2009) – evitar fraudes e caráter alimentar; • Valor do salário mínimo no dia do pagamento; • Restante do valor será quirografário; • Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários. • Equiparados (leis especiais): • Créditos da CEF relativos ao FGTS (Lei 8844/94); • Remuneração dos representante comerciais (Lei 4886/65); • Créditos referentes à pensão alimentícia; • Crédito de honorários advocatícios (art. 85, §14, CPC e STJ, recurso repetitivo) DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO Créditos concursais (art. 83) • créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; • Penhor, hipoteca e anticrese (CC: “Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação) • Necessidade de cumprimento das formalidades legais; • Limite do valor da garantia – saldo é quirografário; • Considerado: valor arrecado com a venda do bem ou valor de avaliação individualmente considerado (se houve venda em bloco). DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO Créditos concursais (art. 83) • créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; • São espécies tributárias (STF – RE 138284): impostos taxas, contribuições (melhoria, parafiscais, sociais, seguridade social, sociais gerais, salário educação, contribuições para o SESI, SENAI, SENAC, especiais, de intervenção no domínio econômico, corporativas), empréstimos compulsórios. • Se houver concorrência (art. 187, CTN e Sumula 563, STF): • 1. União Federal e autarquias; • 2. estados e Distrito Federal e território (pro rata); e • 3. Municípios, pro rata • Créditos tributários constituídos depois da decretação da falência - extraconcursal DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO Créditos concursais (art. 83) • créditos com privilégio especial: a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia; d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das microempresas e empresas de pequeno porte de que trata a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006 (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO Créditos concursais (art. 83) • créditos com privilégio especial: art. 964, CC/02 Art. 964. Têm privilégio especial: I - sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecadação e liquidação; II - sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento; III - sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis; IV - sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução, ou melhoramento; V - sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita; VI - sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do anterior; VII - sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da edição; VIII - sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários. IX - sobre os produtos do abate, o credor por animais. DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO Créditos concursais (art. 83) • créditos com privilégio especial: direito de retenção – garantia do credor de conservar a coisa em seu poder até que seja satisfeito o crédito – direito suspenso com a decretação da falência • locatário tem direito de retenção sobre a coisa locada até a indenização das benfeitorias úteis ou necessárias (art. 578, CC); • Depositário pode reter o depósito até que seja quitada a retribuição (art. 644, CC); • Mandatário tem direito de retenção sobre a coisa que tenha posse em virtude do mandato, até que reembolsado das despesas que incorreu no mandato (art. 681, CC); • O transportador, executado o transporte, tem direito de retenção sobre a bagagem e objetos pessoais do passageiro, para garantir o pagamento do valor da passagem (art. 742, CC). DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO Créditos concursais (art. 83) • créditos com privilégio especial: • Créditos detidos por microempreendedores individuais e das microempresas e empresas de pequeno porte (Lei 147/2014); • Créditos que lei especial preveja esse privilégio: • Créditos decorrentes de notas de crédito rural, industrial comercial e à exportação (Decreto lei 167/67 • Créditos pelo salvamento de embarcações (Lei 7203) DOS CRÉDITOS E PAGAMENTO DO PASSIVO Créditos concursais (art. 83) • créditos com privilégio geral: prioridade em relação aos credores comuns (quirografários) – enquadramento superior a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei; c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; DOS CRÉDITOS E
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