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TCC PEDAGOGIA NOTA 9

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UNIP- Universidade Paulista
Educação a distância 
PEDAGOGIA
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ALUNO/ RA:
aracruz-es
2018
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho Monográfico - Curso de Graduação – Licenciatura em Pedagogia, apresentado à comissão julgadora da UNIP EaD sob a orientação do professor: 
ARACRUZ-ES
2018
“A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL” 
Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Graduação em Pedagogia apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________/__/__
____________________________________________________________/__/__
____________________________________________________________/__/__
FICHA CATALOGRÁFICA
 Elaborada de forma automática pelo sistema da UNIP com as informações fornecidas pelo(a) autor(a). 
RESUMO
A importância do lúdico na Educação Infantil apresenta-se como tema central desta monografia. O objetivo é questionar, pensar em soluções para que se tenha um aprendizado eficiente e eficaz. A brincadeira sempre esteve assiduamente presente no dia a dia das crianças, e contribui muito para o seu processo de crescimento e entendimento, desde o significado, as probabilidades e controvérsias dos jogos, a partir de diferentes sentidos. É preciso observar e entender que brincar para as crianças, pode ser mais que uma atividade do seu cotidiano, pode se tornar uma fonte de saber aliada ao seu desenvolvimento integral. A criança enquanto brinca ela faz de conta, imagina, se liberta, aprende a controlar o seu jeito agressivo e também a superar os teus medos. Utilizando-se de uma revisão bibliográfica, parte-se de uma descrição de termos como brinquedos, jogos e brincadeiras, para compreender melhor o assunto. Depois foi feito uma análise da evolução da brincadeira nos diferentes estágios do desenvolvimento da criança, na concepção de alguns autores como Piaget e Vygotsky, assim como o brinquedo enquanto instrumento e suas particularidades, tentando compreender as atividades lúdicas nos dias atuais. Dos pontos destacados vale ressaltar os benefícios das atividades lúdicas e quais as desvantagens de sua ausência. A criança precisa ter contato com esses momentos de atividades lúdicas e com uma educação que lhes garantam desfrutar nos diversos estágios de suas vidas, de forma que atenda às suas necessidades. O contato com a diversidades de brinquedos é estimulante a ação, a representação e também o imaginário da criança, ajuda a vencer barreiras, propiciando o crescimento dela na sua totalidade. Por fim propor ações didáticas que possa auxiliar o professor a promover aprendizagem através da ludicidade. Portanto temos que lutar por uma educação melhor.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Infantil. Jogos. Brincadeiras. Aprendizagem.
ABSTRACT
The importance of the playful in Infant Education presents itself as the central theme of this monograph. The objective is to question, to think of solutions so that one has an efficient and effective learning. Play has always been assiduously present in children's daily lives, and contributes greatly to their process of growth and understanding, from the meaning, probabilities and controversies of games, from different senses. It is necessary to observe and understand that play for children, can be more than an activity of their daily life, can become a source of knowledge allied to their integral development. The child as he plays pretends, imagines, frees himself, learns to control his aggressive way and also to overcome your fears. Using a bibliographic review, one starts with a description of terms such as toys, games and games, to better understand the subject. Then an analysis was made of the evolution of play in the different stages of the development of the child, in the conception of some authors as Piaget and Vygotsky, as well as the toy as instrument and its particularities, trying to understand the ludic activities in the present day. Of the highlighted points it is necessary to emphasize the benefits of the playful activities and what the disadvantages of their absence. The child needs to have contact with these moments of playful activities and with an education that guarantees them to enjoy in the various stages of their lives, in a way that suits their needs. The contact with the diversities of toys is stimulating the action, the representation and also the imaginary of the child, helps to overcome barriers, propitiating the growth of it in its totality. Finally propose teaching actions that can help the teacher to promote learning through playfulness. So we have to fight for a better education.
KEYWORDS: Early Childhood Education. Games. Just kidding. Learning.
Sumário
Introdução.........................................................................................................8
CAPÍTULO I BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA EVOLUÇÃO COM O PASSAR DOS ANOS..........................................................10
1.1 Contexto Geral.................................................................................................10
CAPÍTULO II A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO...........................................................................................................18
2.1 A ludicidade ao Longo da História....................................................................18
2.2 	O lúdico no processo ensino aprendizagem escolar.....................................20
CAPÍTULO III JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E AS SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO...................................27
3.1 A Alegria de Ensinar e Aprender Disciplina por Intermédio dos Jogos e Brincadeiras...........................................................................................................29
3.2 	Intervenções Didáticas na Educação Infantil.................................................32
3.3	A Ludicidade X Praticidade............................................................................34
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................39
INTRODUÇÃO
 Como tema desta pesquisa vamos apresentar “A Importância da Ludicidade na Educação Infantil”, para desenvolver esta temática hasteamos como pergunta investigativa a seguinte questão: De que forma a ludicidade ajuda no crescimento da criança na Educação Infantil? Dessa forma, o problema orientador deste estudo estabelece em discutir de que maneira os jogos e as brincadeiras podem contribuir para uma infância saudável, auxiliando assim para que haja uma aprendizagem precisa.
	O objetivo deste trabalho é compreender os princípios das teorias metodológicas dos jogos e das brincadeiras, proporcionando atividades lúdicas dentro do método de ensino e aprendizagem da Educação Infantil. A brincadeira é uma forma agradável de aprender, pois é neste instante que as crianças trazem para as suas brincadeiras o que detectam, entendem e experimentam.
	 A educação infantil é a primeira etapa da educação básica, portanto acredita-se que a essência é a ludicidade como um caminho certo para ter um aprendizado eficiente e eficaz, e também a construção da identidade da criança. 
Considera-se que a carência da ludicidade sempre esteve presente no cotidiano da escola e isso colabora com os pontos de vista psicológicos e pedagógicos do desenvolvimento infantil. Desta forma as atividades lúdicas podem ajudar vivenciando acontecimentos e favorecendo aspectos cognitivos.
A criança que sempre participou de jogos e brincadeirasgrupais saberá trabalhar em grupo; por ter aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá também respeitar as normas grupais e sociais. É brincando bastante que a criança vai aprendendo a ser um adulto consciente, capaz de participar e engajar-se na vida de sua comunidade. (VIGOTSKY, 1994, p.82-83)
	Consequentemente nesse universo de estudo, este trabalho será dividido em três capítulos. No primeiro capítulo será relatado brevemente um histórico da Educação Infantil e sua evolução. No segundo capítulo será discutido a importância dos jogos e brincadeiras na Educação, determinando uma junção entre as atividades e a criança. Já no terceiro capítulo, vamos apresentar a colaboração dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil.
Este estudo obteve como metodologia, cunho bibliográfico, a busca em livros, artigos publicados na internet, e a base teórica. Na definição por este estudo entendemos que as pesquisas que alongaram com o decorrer do tempo por diferentes estudiosos, conserva a proposta de pesquisa para esta tese.
A brincadeira caracteriza um fator de muita importância no processo de desenvolvimento de socialização da criança, ocasionando-lhe novas descobertas a cada instante, analisando o ambiente no qual está inserida. A variedades dos brinquedos nessa atual era tecnológica parte da liberdade dos valores transcorridos até as mais inovadoras tecnologias eletrônicas. Estas questões atingem imensamente a vida da criança, intervindo diretamente na atividade lúdica dela.
Diante do exposto, são necessários alguns esclarecimentos que ajudarão a entender valores como: explicação de brinquedo – brincadeira – jogo; do ponto de vista de Vygotsky e Piaget de como há comunicação e convívio da criança com o universo; o simbolismo, as especificações, e as demandas do brinquedo e das brincadeiras tal como as probabilidades da tarefa lúdica infantil.
.
CAPÍTULO I BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA EVOLUÇÃO COM O PASSAR DOS ANOS
Contexto geral
Falar sobre o histórico da Educação Infantil aponta que com o decorrer do tempo teve diversas modificações e incrementações em sua função, essencialmente no que se refere à escola de educação infantil. Ela passou por vários momentos até chegar a sua missão educativa, fazendo desta forma parte de um período social e histórico.
De início não havia a figura do educador, a educação acontecia no ambiente familiar, e era obtida de maneira informal, por intermédio de olhar para aprender. Conforme o homem deixa de ser arcaico, e cidades começam a aparecer, assim temos as primeiras manifestações de educação como ensino.
Ao longo do Período da Idade Média (476 D.C até 1453) a emoção de infância não existia, a criança era considerada como um adulto em miniatura, podemos perceber deste modo em imagens da época. A criança vestia os mesmos modelos de roupas que os adultos e eram tratadas da mesma forma. Em alguns casos tornavam vítimas de abandono e também de maus tratos e quando conseguiam fazer alguma atividade sozinha eram colocadas no mundo do trabalho sem dó nem piedade.
As crianças naquela época eram levadas para outras moradas para conviver com adultos, pois não havia naquele período a precaução com a socialização, a transferência de valores e discernimento. Apesar disso esse quadro rompe e modifica no final da idade média por intermédio dos sofistas, filósofos e do clero, que analizavam acolher aos anseios dos jovens de famílias nobres ou dos comerciantes enobrecidos, consentindo em prejuízo o restante dos cidadãos.
Na sociedade tradicional do período medieval, as crianças e os adolescentes tinham uma representação social diferente:
De criancinha pequena, ela se transformava imediatamente em homem jovem, sem passar pelas etapas da juventude, que talvez fossem praticadas antes da Idade Média e que se tornaram aspectos essenciais das sociedades evoluídas de hoje. A transmissão dos valores e conhecimentos, e de modo geral, a socialização da criança, não eram portanto nem asseguradas nem controladas pela família. A passagem da criança pela família e pela sociedade era muito breve e muito insignificante para que tivesse tempo ou razão de forçar a memória e tocar a sensibilidade. (ARIÈS,1981, prefácio IX, p. 9)
De acordo com a revista online Capitolina (2016), as pessoas mais velhas sempre relatam sobre suas vidas quando eram crianças, a forma como eram tratadas, que claramente era bem diferente da forma como as crianças atuais são tratadas. Consequentemente, a relação das crianças com suas famílias passaram por grandes modificações. Com o passar dos anos, a compreensão da infância e adolescência também foi se transformando.
Baseando em relatos da Antiguidade, percebe-se que as crianças eram toleradas, disciplinadas com práticas bem crueis, como abandono, violência física, abuso sexual, entre outras. As crianças não possuíam nenhuma proteção, as mesmas eram vistas pela sociedade como mini adultos, assim que desenvolviam independência física, eram tratados como tal.
A criança não tinha uma imagem que se diferenciasse do adulto, então, só lhes restava fazer e aprender as atividades do dia a dia. As mesmas eram enviadas para outras famílias para que recebessem um ensinamento de uma nova vida. Logo, vê-se que a criança passava um período muito curto com suas famílias, pois rapidamente eram mandadas para outras, e assim, a comunicação e afetividade era realizada com todos da sociedade, fora do seu círculo familiar.
Após o período em que a criança era amamentada, logo se reintegrava nas atividades dos adultos, era uma companhia, mas que estaria ali aprendendo. Nessa época, a criança era vista somente como um ser que existia para servir, por isso, aprendia antecipadamente os serviços realizados por adultos.
No Renascimento (início do século XVII), o ensino não tinha uma estrutura voltada para a aprendizagem das crianças. Não existiam estruturas escolares para elas, então, os educadores da época transmitiam seus conhecimentos para grupos de todas as idades, todos juntos, em uma praça ou igrejas.
Como não havia um ensino com direcionamento para classes separadas por idade das crianças, as mesmas aprendiam todas juntas, porém, sem estruturas de conteúdo, envolvendo-se apenas com atividades de convivência, do cotidiano por eles vivido. 
A criança tinha sua aprendizagem apenas com a convivência com outras, com jovens e adultos. Infelizmente, ainda não tinham contato com um padrão de educação infantil. “A criança era, portanto, diferente do homem, mas apenas no tamanho e na força, enquanto as outras características permaneciam iguais” (ARIÈS, 1981, p.14).
Diferente do início do século XVII, com o decorrer do tempo, iniciou-se um processo de escolarização. Surgiu uma escola, e com ela, as primícias de uma turma. Foi um momento onde as crianças puderam ser separadas por idades, separando-se dos mais adultos. Na época, esses espaços eram chamados de quarentena.
Essas instituições ainda não contavam com uma visão clara de conceito de infância. Nelas ainda não eram constituídas as etapas do desenvolvimento dos alunos, e não se aprofundavam, com responsabilidade, no processo educacional prestados às crianças.
É na Idade Contemporânea que mudanças foram marcadas em relação à educação das crianças. A partir dessa época que as famílias são inteiramente responsáveis pelas crianças, zelando pelo seu bem-estar.
Ainda, no decorrer do século XVII, o Estado inicia seu controle de apoderamento dos pais sobre as crianças. Nesse momento, o infanticídio não é mais admitido, surgindo assim, os primeiros alojamentos para as crianças que eram abandonadas. A partir de então, que as mesmas são vistas como um ser frágil, que depende de suas famílias. 
No final do século XVII, aumentou a compreensão da expectativa de vida das crianças. Foi então, que através da igreja, das famílias e do processo de escolarização que foram exploradas as práticas de higienização e de vacinação.
A Igreja comparava a imagem das crianças com as dos anjos, demonstrandoque as mesmas eram inocentes, tinham purezas. Logo, percebe-se a fundamental importância da igreja para a época. 
Para a igreja, Deus sempre favorecia as crianças, por serem singelas, por não pecarem, levando a todos a amar as crianças, e cuidá-las, colocando a educação com primordial para obrigação dos pais para com as mesmas. Com o fim do século XVII e início do século XVIII, as violências físicas com as crianças foram diminuindo. Porém, outros tipos de punições foram sendo criados para as crianças, como o isolamento em espaços escuros.
Nesse período, a criança também começa a ser vista como “riqueza econômica”, aumentando a preocupação da sociedade em relação à mortalidade infantil. No entanto, o Estado age com uma intensa preocupação de ajudar mães necessitadas, proporcionando às crianças, atuação médica e higienização.
Partindo desse movimento, a família se responsabiliza integralmente da educação física, moral, intelectual e sexual das crianças, podendo até ser punido, diante de alguma atitude inadequada. Nasce assim, uma estrutura familiar mais organizada, onde os pais não tratam os filhos como propriedades, mas como seres que precisam ser ensinados com uma boa dinâmica, com sabedoria, e com bem-estar.
Em 1959, foi criada a Declaração Universal dos Direitos da Criança, na Assembleia Geral da ONU, que assegura a criança de seus direitos e estabelece o seguinte:
A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que favoreça sua cultura geral e lhe permita – em condições de igualdade de oportunidades – desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um membro útil à sociedade.
[...] A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras, os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito. [...] (Dallari & Korczak. 1986, Princípio VII, p.21-61)
Na década de 1970 com o processo de urbanização, industrialização e introdução da mulher brasileira no mercado de trabalho, era grande, e a procura por vagas em período integral nas creches levou o governo responsável pelas instituições públicas como os parques infantis e as creches, e as instituições privadas responsáveis pelos jardins de infância e berçários a aumentar a oferta de vagas. Portanto essa expansão não foi bem arranjada, o que acabou por ocasionar à precariedade do atendimento do serviço prestado a população, principalmente a de menor poder aquisitivo. 
Percebemos então que o percurso da Educação Infantil no Brasil como forma de educação é recente, visto que esta levou bastante tempo para se desprender do seu caráter inicial, totalmente assistencialista.
Devido os anseios e necessidade da população, houve uma busca maior para se inserir a todas as crianças nas instituições de atendimento a infância. Diante disso a LDB 4.094 de 1961 propôs a incorporação do jardim de infância ao sistema de ensino.
O colégio Menezes Vieira, foi o primeiro jardim de infância fundado no Brasil na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1875, que era a atual capital do país no momento. Seguido da Escola Americana, em São Paulo no ano de 1877, e da Escola Caetano de Campos em 1986.
Enquanto as instituições públicas atendiam às crianças das camadas mais populares, as propostas das particulares, de cunho pedagógico, funcionavam em meio turno, dando ênfase à socialização e à preparação para o ensino regular. Nota-se que as crianças das diferentes classes sociais eram submetidas a contextos de desenvolvimento diferentes, já que, enquanto as crianças das classes menos favorecidas eram atendidas com propostas de trabalho que partiam de uma ideia de carência e deficiência, as crianças das classes sociais mais abastadas recebiam uma educação que privilegiava a criatividade e a sociabilidade infantil (KRAMER, 1995, p. 30).
No entanto esta expansão por não ter sido planejada, provocou a insegurança do auxílio e a diferenciação por classes sociais no serviço ministrado à comunidade. As que tinham poder aquisitivo maior iam para os jardins de infância, ao mesmo tempo em que as menos favorecidas financeiramente iam para as creches.
Portanto, a criança só adquiriu seus diretos a Educação Infantil assegurado para além do amparo e assistência na legislação, aproximadamente um século posteriormente com a proclamação da Constituição de 1988, que determinava a Educação Infantil como dever do Estado brasileiro em seu Artigo 208, IV: “[...] O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;” (Brasil, 1998). 
Este Inciso sofreu modificações com o passar do tempo, e mediante a Emenda Constitucional nº 53, de 2006 que regulamentava a Educação Infantil para crianças de até cinco anos de idade: “[...] Educação Infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006); (Brasil, 1988)”. Conforme a Emenda Constitucional nº 53 a criança de seis anos que até então era atendida na creche, passaria a ser atendida no primeiro ano do ensino fundamental.
Em 1990, dois anos após a aprovação da Constituição Federal(CF), foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de forma a reafirmar os direitos constitucionais em relação à educação infantil.
Conforme Ferreira (2000, p. 184) essa Lei é mais do que um simples instrumento jurídico, por que:
Inseriu as crianças e adolescentes no mundo dos direitos humanos. O ECA estabeleceu um sistema de elaboração e fiscalização de políticas públicas voltadas para a infância, tentando com isso impedir desmandos, desvios de verbas e violações dos direitos das crianças. Serviu ainda como base para a construção de uma nova forma de olhar a criança: uma criança com direito de ser criança. Direito ao afeto, direito de brincar, direito de querer, direito de não querer, direito de conhecer, direito de sonhar. Isso quer dizer que são atores do próprio desenvolvimento. (FERREIRA, 2000, p.184) 
Entendemos que antes a criança era analisada como um sujeito passivo, que só recebia informações e, desse modo teria que se comportar de acordo com os desejos da sociedade, ou melhor, ela não tinha vez e nem voz e direito simples, brincar, sonhar, interagir não eram avaliados como importantes, porém com o surgimento da ECA, passaram a ter os seus direitos garantidos e respeitados, outrora, passaram a ser vistos como indivíduos ativos, que têm conhecimentos prévios, desejos e necessidades, que precisam ser respeitadas.
Em seguida, quatro anos depois do desenvolvimento do ECA, o Ministério da Educação (MEC) publicou medidas de essencial importância denominadas: Política Nacional de Educação Infantil.
No ano de 1996, foi promulgada a Emenda Constitucional que cria a Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB nº 9394/96 também conhecida como Lei Darcy Ribeiro, evidenciando a importância da Educação Infantil inserindo-a como a primeira etapa da educação básica, integrando-a ao Ensino Fundamental e Médio.
Em 1988, o Ministério publica “subsídios para o credenciamento e o funcionamento das instituições de Educação Infantil”, este documento favoreceu muito para a criação de normas e diretrizes para a Educação Infantil no Brasil. Ocorreu no mesmo ano também a criação do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) que constitui-se em um conjunto de citações e orientações pedagógicas.
Simultaneamente a construção do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), pelo Ministério da Educação (MEC), o Conselho Nacional de Educação (CNE) determinava as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), cujo caráter procura direcionar de forma obrigatória a organização pedagógica de Educação Infantil para os sistemas dos municípios e dos estados. Estes instrumentos são essenciaispara o planejamento e avaliações das propostas pedagógicas das escolas de Educação Infantil no Brasil.
No ano de 2000, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira realiza o censo da educação infantil, na busca de obter informações necessárias sobre a Educação Infantil no Brasil.
Em 2001 foi aprovado o Plano Nacional de Educação até o ano de 2010, e para a Educação Infantil ele estabeleceu vinte e seis metas a serem cumpridas ao decorrer desses dez anos de permanência.
No entanto, devido às variadas modificações que com o passar do tempo, observamos que alcançamos progressos no que tange à Educação Infantil, porém, ainda existe um caminho longo a ser percorrido, tendo em vista que este avanço ainda é recente no nosso país, e muitas crianças não conseguem ter seus direitos educacionais assegurados, mesmo assim sabemos que a partir do instante que a sociedade procura a reivindicar e buscar ter garantia de seus direitos com garantia de ter instituições com ensino de qualidade, que levam em consideração o ambiente no qual a criança está inserida, assegurando a estabilidade da criança na escola, para que lhe proporcione a motivação por intermédio do convívio com a ludicidade.
CAPÍTULO II A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO
2.1 A ludicidade ao Longo da História
Antunes (2005, p.33) diz que “[...] as implicações da carência lúdica ultrapassam as delimitações da brincadeira espontânea”. No decorrer da história, o jogo é tido como forma de deslocamento, execução, atividade e ao mesmo tempo lúdico, agradável, prazeroso, encantadores, oferecendo ao indivíduo a oportunidade de construir sua própria identidade.
Segundo Kishimoto (2003), em Roma e na Grécia antiga, foram fundamentados os primeiros estudos do jogo na educação. Platão declarava que os anos iniciais das crianças careceriam de brincar, jogar, isto é, educação igualitária para ambos os sexos. Era contundente em afirmar que é de extrema importância as atividades lúdicas para as crianças, pois proporciona-os formação do caráter e de personalidade. Aristóteles estuda o jogo como atividades extremamente importantes para que a criança possa viver em sociedade e não apenas uma forma de passar o tempo. 
	O jogo, durante um bom tempo, permaneceu restrito somente como um passa tempo, passando a ser apontado como um descanso importante para as atividades que requeriam esforços físicos (KISHIMOTO, 2002). Do mesmo modo, “[...] a imagem social da infância não permitia a aceitação de um comportamento infantil, espontâneo, que pudesse significar algum valor em si.” (WAJSKOP, 2009, p. 19). Logo, a brincadeira é utilizada como uma sustentação para o desenvolvimento da inteligência da criança, e também com auxílio para o processo de ensino aprendizagem. 
Kishimoto (1996), diz que o brinquedo educativo é utilizado nas escolas desde o Renascimento:
O jogo serviu para divulgar princípios de moral, ética e conteúdo de história, geografia, e outros a partir do Renascimento, o período de compulsão lúdica. O Renascimento vê a brincadeira como uma conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo. Ao entender as necessidades infantis, o jogo infantil torna-se forma adequada para a aprendizagem dos conteúdos escolares. Assim, para se contrapor aos processos verbalistas de ensino, à palmatória vigente, o pedagogo deveria da forma lúdica ao conteúdo. (KISHIMOTO, 1996, p.28).
No entanto, o brinquedo educativo foi inserido como instrumento de aprendizagem para os conteúdos no processo ensino aprendizagem nas escolas. Logo mais, alguns estudiosos, como os filósofos e educadores, começaram a considerar o jogo como uma ação espontânea da infância, onde usam a imaginação e criatividade. Logo, vê-se que os jogos foram construindo um novo espaço para o desenvolvimento infantil.	
A educação infantil começou a ser vista, desde então, como uma necessidade pedagógica de atender as crianças de zero a seis anos, e se torna também, obrigatória. 
A educação para crianças passa a ser educativa, e não mais assistencialista. As escolas passam a valorizar a cultura das mesmas, tendo-as com seres ativos, e capazes de construírem seus conhecimentos através de práticas pedagógicas. Logo, o professor também assume outro papel, o de mediador. 
O ensino pedagógico começa a ser analisado de forma construtivista, considerando que as crianças não se desenvolvem apenas com lições escolares, mas também com jogos e brincadeiras.
Barros (2009, p. 36) assegura que “O espaço da Educação Infantil não pode ter a percepção de espaço escola, mas sim de espaço para a infância, envolvidas por um currículo emergente [...]”. Portanto, em análise ao exposto, a autora considera que o brincar na educação infantil é de extrema importância para criança, tanto no ambiente escolar, como em seu dia a dia.
O brincar, atividade essencial para o desenvolvimento infantil, não pode ser visto somente como fins didáticos para a alfabetização. Tem que ser percebido como uma atividade essencial e potencializadora do desenvolvimento, e que proporciona à criança durante seu processo a capacidade de ler o mundo adulto, opinando e criticando. (BARROS, 2009, p.38).
Vê-se, em uma visão histórica, que a brincadeira ocorre em um contexto cultura, exercendo um grande avanço no desenvolvimento das crianças. Essa interpretação teórica possibilita muitas contribuições importantes para que haja entendimento da necessidade do lúdico no ambiente escolar. Atualmente, os brinquedos educativos ganham espaço cada vez mais com as classes infantis, pois utilizando-os como recurso, facilita na aprendizagem, de forma prazerosa, natural, espontânea.
Com a utilização dos jogos e das brincadeiras nas escolas, a aprendizagem se torna significativa, explorativa e potencializadora, pois essa prática envolve o a realidade das crianças, propiciando assim uma aquisição de novos conhecimentos.
Os jogos, brinquedos e as brincadeiras necessitam fazer parte do cotidiano escolar, independente da época, cultura e classe social.
2.2 	O lúdico no processo ensino aprendizagem escolar
A necessidade do lúdico nas concepções psicológicas e pedagógicas, atualmente, colabora notadamente para a evolução infantil no ambiente escolar. Diante disso, observa-se a importância das brincadeiras e jogos, como uma ferramenta para o auxílio do processo ensino aprendizagem, favorecendo assim, aspectos de cognição das crianças, como também na estrutura dos conceitos de interação e cooperação das mesmas.
As crianças se desenvolvem notavelmente, pois percebemos a sensação do prazer quando estão fazendo atividades lúdicas, concedendo assim, maior interação entre professor/aluno e aluno/aluno.
As escolas e professores não devem pensar que as brincadeiras e jogos são apenas uma diversão, atrativo nas atividades do cotidiano escolar, pelo contrário, a criança começa a respeitar limites e regras, desenvolve a autoconfiança, afetividade, socializa e desenvolve a integração das funções motoras.
A fase que é indispensável para o desenvolvimento da criança, é a de brincar. Logo, as escolas devem fazer seu papel de incentivar os alunos nas trocas de ideias e cooperação, proporcionando-lhes a socialização, pois é muito relevante para o seu desenvolvimento.
Segundo Sabini & Lucena (2012):
É possível utilizar jogos, especialmente aqueles que possuem regras, como atividades didáticas, porém é preciso que o professor tenha consciência de que as crianças não estarão brincando livremente nessa situação, pois há objetivos didáticos em questão. Nesse caso, o professor torna-se um mediador entre as crianças e os objetos a conhecer, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagem em que articulem os conhecimentos prévios, trazidos pela criança, àqueles que a escola deseja transmitir. (Sabini & Lucena, p. 46, 2012)
O papel do professor frente às atividades lúdicas, proporcionando a interação e aprendizagem, torna-se significativo, sabendo-se que a brincadeira é um momentode grande interlocução e o jogo possibilita um grande elo com a interação. No entanto, é extremamente importante a ação do professor frente à ludicidade.
De acordo com Gomes (2004), a ludicidade vai além da proporção da linguagem humana. Adiante o autor conclui que: “Dessa forma, a ludicidade é uma possibilidade e uma capacidade de se brincar com a realidade, modificando o mundo” (GOMES, 2004, p. 145). O autor ainda aborda que:
Como expressão de significados que tem o brincar como referência, o lúdico representa uma oportunidade de (re) organizar a vivência e (re) elaborar valores, os quais se comprometem com determinado projeto de sociedade. Pode contribuir, por um lado, com a alienação das pessoas: reforçando estereótipos, instigando discriminações, incitando a evasão da realidade, estimulando a passividade, o conformismo e o consumismo; por outro, o lúdico pode colaborar com a emancipação dos sujeitos, por meio do diálogo, da reflexão crítica, da construção coletiva e da contestação e resistência à ordem social injusta e excludente que impera em nossa realidade. (GOMES, 2004, p. 146)
As atividades lúdicas ajudam muito no ensino-aprendizagem da Educação Infantil. É imprescindível no dia a dia da escola, e o papel do professor frente à prática é relevante, pois o mesmo deve oferecer às crianças interação, aprendizagem e novas possibilidades.
As brincadeiras e os jogos são uma poderosa fonte de comunicação, é através deles que as crianças interagem entre si.
Com estas atividades a criança é capaz de dar significados a objetos distintos, desenvolver a sua capacidade de imaginação.
A brincadeira resulta na fantasia e é a partir dessa imaginação que a criança passa para a abstração. É importante que a escola observe a necessidade desse processo imaginativo na constituição do pensamento abstrato da criança.
Conforme Piaget cita, a criança se evolui de forma natural, intelectual e social através da brincadeira. Para o autor, ela é determinada como conteúdo da inteligência, considerada como atitudes livres, espontânea, onde a criança expressa de livre e espontânea vontade e também pelo prazer que a brincadeira lhe viabiliza. O grau de estágio intelectual da criança será marcado pela atitude lúdica. 
Segundo PIAGET (1967) “O jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral.” Através do jogo, realiza a composição do conhecimento, basicamente nos períodos sensório-motor e pré-operatório. Atuando sobre os objetos, as crianças, organizam seu espaço e tempo, amplificam a noção de capacidades, chegando à representação e à lógica. As crianças ficam mais instigadas para usar a inteligência, pois esforçam-se para jogar bem e para superar as dificuldades. E, estando mais atiçadas, se tornam mais dinâmicas no decorrer do jogo. Por meio da atividade lúdica, elas sistematizam conceitos, estabelecem relações lógicas, compreendem percepções, e se socializam.
Na perspectiva de Vigotsky, os jogos e as brincadeiras infantis são consequências de procedimentos sociais, no entanto uma atividade sócio cultural livre decorre-se nos valores e hábitos de uma estabelecida população ou grupo social.
 Conforme Vigotsky (1984), o brincar não deve ser determinado como uma atividade que apenas dá prazer à criança, já que, outras atividades dão experiências de alegria mais acentuadas e outras não são tão prazerosas e só dão satisfação de acordo com o resultado. 
Desta forma, é primordial entender a brincadeira como atividade que possa preencher as necessidades da criança. Para que haja um conhecimento das crianças, precisa-se antes entendermos as suas dificuldades e seus interesses para que os incentivos e as orientações sejam eficientes e eficaz, buscando desenvolver o progresso de um estágio do desenvolvimento. De acordo com o autor, a brincadeira na fase da pré-escola é muito importante para que a criança seja socializada e possibilita diversas transformações no seu desenvolvimento psíquico e na sua personalidade.
Quando ela brinca, ela muda sua ligação com aquele objeto, tornando a atividade extremamente importante para seu desenvolvimento. "A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação ao que vê. Assim, é alcançada uma condição que começa a agir independentemente daquilo que vê”. (Vigotsky, 1998, p. 127). 
O brinquedo viabiliza à criança uma criação de um mundo imaginário. Segundo Vigotsky (1984), o brinquedo não é uma representação, mas sim uma tarefa da criança. Pois o símbolo é um ícone e no brinquedo ele procede com interpretações desligadas dos objetos dos quais estão frequentemente juntos. Vigotsky destaca-se a magnitude dessa tarefa para o crescimento, enfatizando que ela crie uma zona de desenvolvimento proximal, porque quando brinca, a criança está além das capacidades da sua própria idade, copiando as pessoas que tem mais idade nas tuas atitudes. 
Assim como Vigotsky, Bruner enfatiza o papel da linguagem, do diálogo e da ciência no desenrolamento do entendimento e da percepção. Bruner nos mostra como é importante a relação entre a concepção biológica e cultural:
Para que a psicologia avance na compreensão da natureza e da condição humanas, ela deve aprender a entender a interação sutil da biologia com a cultura. A cultura é provavelmente o último grande truque evolutivo da biologia. Ela liberta o Homo sapiens de modo que este pode construir um mundo simbólico suficientemente flexível para atender às necessidades locais e se adaptar a uma infinidade de circunstâncias ambientais. Tentei mostrar como a capacidade de intersubjetividade do homem é fundamental nesta adaptação cultural. Ao fazê-lo, espero ter deixado claro que, embora o mundo da cultura tenha atingido uma autonomia própria, ele é restrito por limites biológicos e por predisposições biologicamente determinadas. Então, o dilema do estudo do homem é compreender não apenas os princípios causais de sua biologia e de sua evolução, mas entendê-los à luz dos processos interpretativos envolvidos na extração de significado. Desdenhar o poder da cultura em moldar a mente do homem e abandonar nossos esforços de fazer com que este poder passe para o controle humano é um ato de suicídio moral. (BRUNER, 2001, p. 171)
Para Bruner a brincadeira da criança aparece como um método relacionado a procedimentos naturais e sociais. Diante disso o autor distingue a estrutura do jogo à linguagem. O brincar está conectado à natureza infantil social da criança é uma maneira de linguagem própria da infância. Sendo assim, o termo brincar é escolhido como um laboratório do pensamento infantil organizado por uma linguagem simbólica singular fundamentada em brinquedos, utensílios de uso diário, objetos de construção e baseados em regras que estejam sucessivamente ligadas à infância. O brincar opera como esfera no qual a criança se constitui como indivíduo que age e cria desde o seu potencial de desenvolvimento, criando seu próprio conhecimento.
 Para Wallon toda criança joga, porque esta é uma particularidade infantil, de acordo com o desenvolvimento da criança ela vai se desenvolvendo e o jogo vai se transformando. Num primeiro instante são do tipo unicamente funcional, são os crescimentos mais transparentes à procura de efeitos tais como tocar objetos, reproduzir sons e barulhos, próximos dos de ficção, os jogos de boneca, ou parecidos, que pedem uma tarefa de explicação mais complicada. 
Os jogos de aquisição que ocorrem logo após são determinados pela assimilação e percepção das coisas, seres, imagens, enfim, do local em volta da criança. Finalmente, os jogos de fabricação dos quais a criança converte objetos fazendo combinações, e criando novas, estando a aprendizagem e a criação presentes. O jogo pode até parecer uma tarefa que a princípio contraria o começo da atividade séria característico do perfil adulto, porque implica lazer. A criança não conhece a maneira da atividade produtiva do adulto e o jogo vem para assumir o lugar essencialnas ações que realiza. Entretanto, o jogo pode impulsionar uma grande quantidade de energia quando se compara a uma atividade obrigatória e na maioria das vezes podem apresentar dificuldades na sua efetivação e percepção.
Wallon (1941/1968) compreende que nas etapas da evolução da criança pode providenciar atividades exploratórias das quais a criança tende a tirar proveito de todas as formas possíveis.
	Gradativamente, os jogos comprovam o surgimento das mais diversas funções e experiências, como as sensitivas, as de socialização, de memorização, de pronunciação e de enumeração.
	Com relação ao adulto, o autor acredita que o jogo faz um deslocamento quase inverso, ou seja, o adulto com o passar do tempo tende a um estado de distanciamento das ações lúdicas, procurando complementar as carências produtivas de existência. 
	O trabalho surge como objeção ao lúdico. Talvez, por consequência disto, o adulto experimenta instantes relaxantes ao lado da criança quando tem oportunidade e, é permitido fazer atividades sem compromissos com o trabalho sério. Portanto, o jogo em sua essência simboliza uma transgressão às atividades práticas da existência, mas por outro lado, a criança não as deixa de lado nem nega, mas as inclui como insuficiência na ação lúdica.
As brincadeiras e os jogos se faz presentes em todas as fazes da vida dos indivíduos, tornando extraordinário a sua existência. De certa forma o lúdico necessita estar presente e introduz algo imprescindível no relacionamento entre os seres humanos, proporcionando que surja a criatividade.
De acordo com Vigotsky (1998):
O brincar é fonte de desenvolvimento e de aprendizagem, constituindo uma atividade que impulsiona o desenvolvimento, pois a criança se comporta de forma mais avançada do que na vida cotidiana, exercendo papéis e desenvolvendo ações que mobilizam novos conhecimentos, habilidades e processos de desenvolvimento e de aprendizagem (VIGOTSKY, 1998, p. 81).
Desta forma, há uma união próxima entre o jogo lúdico e a educação para juntos enriquecerem o ensinamento dos conteúdos escolares e como método para incitação no ensino de acordo com o que os educandos estejam precisando. Os jogos lúdicos criam oportunidade do aluno experimentar situações problemas, de acordo com o andamento de jogos programados e livres que proporciona um conhecimento no relativo às experiências com a lógica e o raciocínio e oferecendo atividades físicas e mentais que facilitam a socialização e apontando as atitudes realistas, intelectivas, sociais, morais, culturais e linguísticas.
CAPÍTULO III JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E AS SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO 
Acredita-se que a educação é um segmento constante, perdurável e de convívio, que começa antes do nascimento do indivíduo, com a educação dos pais e permanece por toda a vida, prosseguindo-se em escolas e além delas. Sendo assim o docente pode ajudar para que aconteça uma mudança social iniciando-se a partir do crescimento individual e conjunto, contribuindo para a transformação e aproveitando-a como uma incitação imprescindível à incumbência de educar.
Para despertar o crescimento da inteligência da criança é necessário que crie um ambiente conveniente à indagação espontânea dos fatos que a cercam, é preciso que seja um ambiente animado e alegre para propiciar momentos agradáveis no dia a dia, tanto para os docentes quanto para os discentes. O docente deve amplificar uma variedade de jogos e brincadeiras, pois quando a criança realiza uma experiência agradável ela se sente realizada e com isso por si mesma concebe bons costumes e é levada a estar nesse local e com grande probabilidade de voltar. A sala de aula é o ambiente onde ela cresce e fortalece o método de socialização que foi começado na sua família.
A ação pedagógica fundamentada no lúdico pode transformar todo o contexto da escola. Os docentes podem se tornarem independentes, críticos, e com a autoconfiança elevada e partindo dessa pressuposição, conseguem ter o docente como intermediário que ajuda a estreitar as diversidades sociais. 
Diante disso o docente seria o encarregado por encaminhar e intermediar o processo de elaboração do conhecimento, levando o discente a um aprendizado significativo. No entanto, é relevante que desde o primeiro dia que entra na sala de aula a criança tenha as mesmas oportunidades e comece a manusear todos os jogos e execute todas as brincadeiras que quer sem distinção de sexo, ficando incentivada a pensar e supor que é competente para realizá-la.
Comportando-se desta maneira, o docente colabora para que a criança aumente e modifique suas competências, e não se sinta diferenciada e nem restringida a fazer algum tipo de atividade. Quando o trabalho é feito com amor, carinho, ele promove o crescimento da autoconfiança se tornando fundamental para que as crianças se sintam confiantes e naturalmente mais felizes.
As atividades lúdicas são ricas e de grande eficácia e ajudam nas dificuldades intelectuais e afetivas, incentivando a vida social e simbolizam desse modo contribuição indispensável na aprendizagem. Ao realizar essas atividades, a criança acaba se apropriando metodicamente da cultura motora na qual está introduzida.
O jogo, que é entendido como um ato que se circunda com o brincar, possibilita a criança a entrar em um mundo imaginário, desenvolvendo em sua mente o simbolismo.
O jogo e a brincadeira permitem ao aluno criar, imaginar, fazer de conta, funciona como laboratório de aprendizagem, permitem ao aluno experimentar, medir, utilizar, equivocar-se e fundamentalmente aprender. (VYGOTSKY & LEONTIEV,1998, p.23). 
O jogo não quer dizer que é apenas um ato de jogar, mas sim de se encantar, se prender, se maravilhar com o brinquedo, de fantasiar. Logo, observa-se que o jogo vai além de uma brincadeira comum, pois ele viabiliza para o aluno um enorme desenvolvimento em sua aprendizagem.
Quando a criança se envolve no brincar, ela amplia seus conhecimentos através das conversas e discussões com seus colegas, que podem ocorrer durante essa grande interação. Mas, quando a criança brinca sozinha, ela, diante de seus próprios pensamentos e imaginação, pode transformar seus próprios brinquedos em pessoas, animais, sendo capazes de se comunicar estabelecendo uma interação rica para seu desenvolvimento. “Brincar é muito importante, porque, enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da criança, também ensina hábitos necessários ao seu crescimento” (BETELHEIM, 1988, p.168.).
Para a educação infantil, as escolas necessitam de uma prática de jogos e brincadeiras, pois através das brincadeiras as crianças se expressam e também aprendem a respeitar as regras na sociedade onde se encontram. Além disso, o prazer e o bem estar no brincar, desenvolve na criança a autoestima.
As atividades lúdicas escolares viabilizam as crianças a desenvolverem suas capacidades motoras, intelectuais e sociais. 
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais (RCNEI 1998, p.22).
Diante disso, é necessário estimular às crianças o uso de jogos e brincadeiras, pois percebe-se que existe entre as mesmas uma enorme interação, pois elas se comunicam, se expressam, expondo suas angústias e felicidades. 
Segundo Vygotsky (1994),
A brincadeira tem um papel fundamental no desenvolvimento do próprio pensamento da criança. É por meio dela que a criança aprende a operar com o significado das coisas e dá um passo importante em direção ao pensamento conceitual quese baseia nos significados das coisas e não dos objetos. A criança não realiza a transformação de significados de uma hora para outra (VYGOTSKY, p.54, 1994).
No entanto, o docente precisa fazer seu papel de incentivador, procurar inovar nas brincadeiras e jogos, valorizando sempre a expressão individual das crianças, proporcionando atividades que cada aluno possa se expressar espontaneamente.
É através dessas interações que acontecem em sala de aula entre os alunos, que desenvolve nos mesmos o respeito com os demais, a construção dos conhecimentos sociais, físicos e cognitivos.
3.1 	A Prazer de Ensinar e Aprender Disciplina por Intermédio dos Jogos e Brincadeiras
Sempre no ambiente da Educação Infantil é preciso que se utilize os jogos e as brincadeiras, pois são recursos que serão bem aproveitados no dia a dia das crianças, como um meio para ajudar na aprendizagem delas. Às vezes, muitos professores usam de forma inadequada por não fazerem algumas considerações de como usá-los. 
Muitas propostas pedagógicas para creches e pré-escolas baseiam-se na brincadeira. O jogo infantil tem sido defendido na educação infantil como recurso para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças. O modo como ele é concebido e apropriado pelos professores infantis, todavia, revela alguns equívocos. (OLIVEIRA, 2008, p.230).
Quando se trabalha com os jogos o professor precisa ficar inteirado de que as crianças não estão somente a brincar espontaneamente, porém há propósitos pedagógicos, só que ele precisa ser o intercessor entre crianças e materiais, proporcionando oportunidades de aprendizado promovendo os conhecimentos prévios que trazem junto com elas àqueles no qual pretende transmitir.
	Mesmo que seja uma tarefa divertida, o jogo não pode ser levado para a sala de aula exclusivamente com o propósito de ocupar o tempo vago, ou mesmo de tentar acalentar as crianças quando elas estiverem em um dia movimentado, tem sempre que ter um objetivo a alcançar para que não perca tempo, ou seja mal realizado quando forem encaminhados a elas.
Portanto o docente necessita ter noção, para que possa fazer a melhor separação dos jogos que levará para a sala de aula, tendo noção que cada modalidade de jogos irá contribuir para que o ensino aprendizagem seja significativo, seja o faz de conta, jogos de regras, quebra-cabeças, dentre outros, porém, diante de todos, o docente seja um intermediário consecutivo.
 O faz de conta ajuda o professor a estar mais próximo do imaginário da criança.
[...] O faz de conta permite não só a entrada no imaginário, mas a expressão de regras implícitas que se materializam nos temas das brincadeiras. É importante registrar que o conteúdo do imaginário provém de experiências anteriores adquiridas pelas crianças, em diferentes contextos. [...]. Os conteúdos veiculados durante as brincadeiras, os materiais para brincar, as oportunidades para interações sociais e o tempo disponível são todos fatores que dependem basicamente do currículo proposto pela escola. (KISHIMOTO, 2011, p. 44.)
Diante destes jogos, quando a criança faz de conta, ela está se manifestando contando tuas vivências, e o professor pode também ter interferência sobre aquela simbologia que ela cria no decorrer das brincadeiras.
De acordo com a autora Kishimoto (2011), os jogos de construção auxiliam no discernimento da criança e colabora para que ela possa demonstrar teus sentimentos, dando ao professor a oportunidade de observar os obstáculos enfrentados por elas, e dessa forma poder ajudá-las. É muito relevante a utilização dos jogos de construção pelos docentes, até porque ajudam na aprendizagem das crianças e na compreensão delas quanto à aprendizagem.
O jogo é uma forma de aprendizado muito interessante para as crianças, pois existem regras e combinados a serem cumpridos e que de certa forma ajuda no desenvolvimento ético do indivíduo, portanto é extremamente importante que o professor, especialmente da educação infantil leve para o ambiente escolar, diversos tipos de jogos, com o intuito de levar a criança aprender através da ludicidade.
Que vejam os jogos como uma maneira de contribuir para socializar e desenvolver o cognitivo e motor.
Os professores conhecem e sabem das vantagens que as brincadeiras e jogos podem trazer no desenvolvimento das crianças e o quanto são eficazes na aprendizagem delas.
[...] o processo de construção do saber por meio do jogo como um recurso pedagógico ocorre porque, ao participar da ação lúdica, a criança inicialmente estabelece metas, constrói estratégias, planeja, utilizando, assim, o raciocínio e o pensamento. Durante o jogo ocorrem estímulos, obstáculos e motivações, momento em que a criança antecipa resultados, simboliza ou faz de conta, analisa as possibilidades, cria hipóteses e com esse processo constrói o saber. (RAU, 2007 p. 56).
Os jogos contribuem consideravelmente para que as crianças de quatro a cinco anos aprendam de forma prazerosa e que as deixem felizes ao realizarem aquilo que estão fazendo, se forem trabalhados com elas de maneira correta.
Os professores devem trabalhar com os jogos tendo como principal objetivo garantir uma aprendizagem de maneira espontânea, pois os mesmos fomentam a criança a desempenhar a sua imaginação.
A disposição do ambiente e a providencia dos materiais podem beneficiar ou não o crescimento da autonomia da criança.
Sendo assim, o ambiente onde os materiais são colocados, a acessibilidade de aproximação a eles, assim como compartilhar com as crianças as atribuições pelo empenho, dedicação, arrumação e organização dos materiais são atitudes que estimulam o crescimento de maior autonomia delas.
3.2 	Intervenções Didáticas na Educação Infantil
Para coletar e reunir os dados pertinentes ao problema a ser investigado, o estudo utilizou os procedimentos da pesquisa bibliográfica, tendo como objetivo explorar a literatura existente sobre a ação pedagógica, baseada na ludicidade e abordando o assunto com o aprofundamento necessário. Neste estudo, foram consultados livros, revistas científicas, artigos, periódicos e outros materiais científicos, buscando aprofundar e reformular novos conhecimentos que deram sustentação ao estudo e à problemática apresentada.
 Brincar oferece à criança a possibilidade de construir uma identidade de autonomia, cooperação, entre outros. Partindo deste pressuposto, propõem-se ações didáticas que permeiam a educação infantil e permitem à criança socializar-se e sentir prazer em estar nas salas de aula de educação infantil tendo presente a afetividade.
Atividade lúdica – jogos e brincadeiras: esta brincadeira é mais comum e frequente entre as crianças permitindo inúmeras variações (brincar sozinho, em equipe, grupos, times, etc.). Nos jogos com bolas o professor oferece uma bola para cada duas ou três crianças, sugerindo brincadeiras de jogar com as mãos ou chutar com os pés. Podem-se também organizar algumas brincadeiras coletivas. A brincadeira com bolas desenvolve noção de espaço, força, direção, sentido, forma geométrica, contagem, velocidade, entre outros. Pode-se sugerir: bola ao túnel, bola em posição, boliche, bola ao cesto, etc., devem ser auxiliadas, delimitando o campo e determinando as regras do jogo.
Brincadeiras de rua – são brincadeiras com muito movimento corporal, que devem ser recuperadas nas escolas de educação Infantil. A amarelinha é uma atividade também conhecida como sapata, academia ou caracol. Pode ser trabalhado esquema corporal, a organização espacial, contagem, sequência numérica, localização espacial, e percepção, comparação de quantidades, medida de força, equilíbrio, figuras geométricas, 
Teatro – dramatização, jogos simbólicos, jogos de faz-de-conta, etc.
Cantinhos na sala de aula – bonecas, histórias, jogos de encaixe, jogos matemáticos, etc. Os vários cantinhos das salas de aula refletem o dia a dia de cada grupo. Em cada faixa etária cada turma vai construindo seus espaços e adequando ao ritmo de cada criança. Os espaços sendo pequenos devem ser adaptados à realidadee necessidade das crianças.
Atividades musicais – Conforme RCNEI (1998, p. 45):“A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio”.
Propõe-se utilizar a música como instrumento para competições tais como: karaokê, show de calouros e outros.
Cantigas de Roda – segundo o RCNEI (1998, p. 59): “O canto desempenha um papel de grande importância na educação musical infantil, pois integra melodia, ritmo e harmonia, sendo excelente meio para o desenvolvimento da audição”.
 As crianças quando cantam imitam o que ouvem e sendo assim desenvolvem condições necessárias para a elaboração do repertório de informações que futuramente lhes possibilitará criar e se comunicar através dessa linguagem.
Trabalho com blocos lógicos – pode-se organizar num dos cantos da sala, um ambiente que contenha diversos blocos de madeira, de várias formas, cores e tamanhos.
Afirma ainda o RCNEI (1998, p. 138): 
A roda de conversa é o momento privilegiado de diálogo e intercâmbio de ideias. Por meio desse exercício cotidiano as crianças podem ampliar suas capacidades comunicativas, como a fluência para falar, perguntar, expor suas ideias, dúvidas e descobertas, ampliar seu vocabulário e aprender a valorizar o grupo como instancia de troca e aprendizagem.
Desta forma, faz-se necessária a conscientização do professor quanto ao seu importante papel no desenvolvimento de atividades utilizando jogos e brincadeiras. Ele é o principal mediador em sala de aula, é quem planeja as aulas, organiza todos os espaços, disponibiliza materiais, promove e participa das brincadeiras, mediando à construção do conhecimento. (RCNEI, p.138, 1998)
Logo, vê-se que a atuação do professor frente à interação dos discentes na sala de aula se faz essencial. Constata-se que esse é um momento onde os alunos podem fazer troca de experiências, inteligências, acontecimentos do dia a dia, entre outros. 
3.3	A Ludicidade X Praticidade
Para a criança, a ludicidade é muito importante, pois ela viabiliza a criança meios de expressões e investigações sobre as pessoas e o mundo. A infância precisa da brincadeira, pois ela cria espaços que favorecem as inteligências das crianças.
O brincar é uma característica essencial a nós, seres humanos. A criança se concentra no ato de brincar, e essa concentração varia de acordo com a etapa de desenvolvimento em que cada um se encontra. Para que esse momento resulte em uma qualidade na educação das crianças, é necessário que o adulto potencialize esse momento, planejando cada detalhe, os espaços, o tempo, os materiais. “O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas” (PIAGET, 1976).
O professor que planeja utilizar os jogos pedagógicos em sala, ele propicia para seus alunos a criatividade, raciocínio, ludicidade, contribuindo então para esse processo de construção do conhecimento.
Contudo, os jogos e brincadeiras no ambiente escolar, precisa ser compreendido como uma atividade humana e não como um passatempo na vida das crianças. As brincadeiras realizadas pelas crianças na sala de aula permitem aos professores conhecerem as suas vidas, como cada um compreende o mundo e, também, contribui fortemente para o desenvolvimento da imaginação dos mesmos.
Conforme Oliveira (2007), o diálogo, as relações que acontecem no âmbito escolar entre os alunos, são marcadas pela afetividade em todos os seus aspectos. A ludicidade também cria um vínculo afetivo entre professor e aluno, e com os diversos objetos de conhecimento, além de auxiliar na disposição dos alunos perante as atividades propostas pelo professor.
O trabalho de com jogos e brincadeiras relaciona-se com a afetividade, propiciando aos alunos relações de emoção, sentimentos, tais sentimentos são característicos do processo ensino aprendizagem, conforme a teoria walloniana, ambos são aspectos inseparáveis.
Atividade emocional para Dantas (1992) significa:
Realiza a transição entre o estado orgânico do ser e a sua etapa cognitiva racional, que só pode ser atingida através da mediação cultural, isto é, social. A consciência afetiva é a forma pela qual o psiquismo emerge da vida orgânica: corresponde à sua primeira manifestação. Pelo vínculo imediato que se instaura com o ambiente social, ela garante o acesso ao universo simbólico da cultura, elaborado e acumulado pelos homens ao longo de sua história. Dessa forma é ela que permitirá a tomada de posse dos instrumentos com os quais trabalha a atividade cognitiva. Neste sentido, ela lhe dá origem. (DANTAS, 1992, p. 85-86).
De acordo com autor, a escola é um ambiente basicamente educativo, na qual sua principal função é a de mediadora do conhecimento e proporcionar ao discente o acesso e a reestruturação do saber. Portanto, as relações professor/aluno, aluno/aluno, o carinho e o afeto estarão presente. Portanto um dos segmentos substanciais para que esta afetividade aconteça é o diálogo, que pode ser conseguido através das regras e das brincadeiras e jogos.
Os conhecimentos são edificados mediante a ação e a interação, o indivíduo aprende quando se interage efetivamente no processo de produção do conhecimento, através da associação de suas atividades mentais com a interação com outro indivíduo. Por isso, a sala de aula tem que ser espaço de formação, onde a ludicidade seja capaz de ser usada em favor da aprendizagem, pois o lúdico e o intelectual são parceiros em uma mesma realidade, ou seja, é indispensável para que o indivíduo se desenvolva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da busca pela história da educação, observamos como os métodos e condutas das antigas civilizações impressionaram em seu percurso, constituindo-a percorrer por várias etapas até alcançar a sua função educativa e lúdica presente nas escolas de Educação Infantil atualmente. Perante o exposto concluímos que ludicidade e educação andam unidas para o crescimento social, intelectual e pessoal do discente ajudando na construção de cidadãos plenos, despreocupados, éticos e produtivos, tornando-se desta forma instrumento imprescindível para o seu crescimento.
	A brincadeira para a criança na Educação Infantil é de suma importância, pois o convívio com a ludicidade intensifica a ação, a performance, e a criatividade colaborando para ultrapassar barreiras e a evoluir sua imaginação. Nós sabemos o quanto a lúdico é importante na vida dos pequeninos e sempre haverá crianças empenhadas pela brincadeira, no entanto por causa do ritmo de vida da sociedade pós-industrial, observamos que houve uma diminuição no espaço e no tempo determinado ao brincar. Atualmente nem todas as crianças defrontam com uma realidade positiva ao crescimento de atividades lúdicas e divertidas, algumas em razão da exorbitância de brinquedos acabam ficando desinteressadas e dispersas, entretanto outras pela carência do objeto ficam privadas de seus benefícios e com suas fantasias escassas. A mídia e as tecnologias existentes em vários brinquedos têm uma forte influência sobre as crianças, o que muitas vezes pode deixá-las como meras espectadoras, não incentivando sua imaginação.
	Ainda assim, sabemos que as atividades lúdicas ocasionam várias alternativas para elas independentemente do uso do brinquedo ou não. É possível dizer que programar e desempenhar atividades que vão ao encontro das realidades e carências de muitas crianças, não é fácil, mas se faz necessário para que traga conhecimento e prazer a elas.
	A conquista de qualquer trabalho pedagógico advém da postura do docente no decorrer das suas atividades, sugerindo uma pedagogia alicerçada na interação em conjunto, na imaginação e na ludicidade abrangendo a todo o contexto da escola.
	O discente tem que interagir de forma conjunta, ou seja, é indispensável o seu ponto de vista, diferir, e mostrar prováveis soluções; é importante levar em ponderação os conhecimentosprévios existentes na criança, uma vez que ela não é apenas receptora do que é passado para ela. Recomenda-se, então, criar um ambiente compatível para incentivá-la a desfrutar da ludicidade levando-a a expandir seu pensamento crítico e participativo e fazer parte das definições da turma. Naturalmente, a criança que tiver condições de usufruir de todas as vantagens e oportunidades em relação a essas atividades, com certeza será um adulto capaz de atingir êxito em seu trabalho, será independente, saberá resolver conflitos, auxiliará com a turma na qual ela está inserida considerando desta forma as insuficiências do ser humano.
	Sendo assim é imprescindível que as escolas de Educação Infantil, planejadas às políticas públicas sociais, se estabeleçam num local onde as formas de expressar da criança de 0 a 5 anos, entre elas a linguagem verbal e corporal utilize local beneficiado. Num contexto de ludicidade e agradável de jogos e brinquedos, brincadeiras, no qual as famílias e o grupo de professores sejam capazes de relacionar-se de forma intensiva e edificadora, zelando e ensinando, pretendendo possibilitar o progresso individual, social, e cultural dessas crianças.
	Concluindo, os estabelecimentos escolares, assim sendo neste caso em especial, as de Educação Infantil, precisam ser sempre lugar de averiguação por parte do docente de sua exclusiva aplicação pedagógica. Necessita ser também um ambiente animado e contagiante, onde os pequeninos consigam o íntegro avanço de suas aptidões e competências corporais, estéticas, cognitivas, afetivas, emocionais, éticas, de relação interpessoal e inclusão social. As escolas de Educação Infantil que zelam pela qualidade da educação e cuidados disponibilizados, que possibilitam convívios sociais afetuosos, cooperam para a composição de crianças saudáveis, habilidosas, eficientes e, sobretudo, muito felizes.
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