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Direito Penal - crimes contra o patrimônio

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Direito Penal
Crimes contra o patrimônio
Furto
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel
Bem jurídico
1ª corrente – patrimônio é sinônimo de propriedade. Propriedade – art. 1228, CC.
2ª corrente – conceito de patrimônio engloba propriedade E posse. Art. 1196, CC.
3ª corrente – propriedade + posse + detenção. 
Conceito de detenção: art. 1198, CC. CORRENTE MAIS USADA
Elementares:
“SUBTRAIR” - pode ser analisado em duas vertentes:
1ª retirar sem o consentimento da vítima, de forma direta ou indireta. Ex: treinar meu cachorro para furtar.
2ª retirar da esfera de vigilância da vítima (possibilidade de disposição do objeto).
Esfera de vigilância é o que causa a diferença entre furto e apropriação indébita. Na apropriação indébita entrega-se o celular ao sujeito, mas tinha o dever de restituir. Ex: pegar DVD na locadora e não devolver, onde a vítima confia o objeto ao sujeito ativo. No furto, o bem deve ser retirado da esfera de vigilância do dono.
“No furto, o agente não tem a posse lícita da coisa alheia – subtrai a coisa alheia; na apropriação indébita, o agente tem a posse lícita da coisa alheia e resolve dela se apropriar.”
“PARA SI OU PARA OUTREM” – elemento subjetivo do tipo penal – dolo
Furto de uso
A doutrina e jurisprudência consideram fato atípico o furto de uso, desde que preenchidos dois requisitos:
1º requisito: subjetivo – a intenção de uso momentâneo.
2º requisito: objetivo – o sujeito deve restituir o objeto de forma efetiva e integral.
OBS: doutrina moderna acha que o desgaste sofrido (gastar pneu, gasolina) ainda configura furto de uso, pois não há desfalque jurídico apreciado. Doutrina clássica entende pela configuração do crime de furto
Furto famélico – para maioria da doutrina não é crime
1º requisito – objeto sirva para saciar a fome
2º requisito – seja a única opção
3º requisito – insuficiência de recursos adquiridos pelo agente ou impossibilidade de trabalho
“Alguém que furta um remédio essencial para sua saúde, um cobertor em uma noite de frio, ou roupas mínimas para se vestir, também pode estar cometendo furto famélico. 
O furto famélico não é crime porque a pessoa age em estado de necessidade: para proteger um bem jurídico mais valioso – sua vida ou a vida de alguém – a pessoa agride um bem jurídico menos valioso – a propriedade de uma outra pessoa.”
“COISA” – objeto material que não seja pessoa
Doutrina moderna: se a coisa não tiver valor econômico, apenas sentimental, deverá ser solucionado na esfera cível.
E se o objeto for um cadáver?
Art. 211. Destruição, subtração ou ocultação de cadáver. Não configura crime de furto.
Lei 9434 – Lei dos transplantes. Furto de órgãos
PROVA: há casos em que se valora o cadáver. Ex: roubei cadáver da aula de anatomia.
Furto de objeto do cadáver. Ex: relógio enterrado com o cadáver	
1ª corrente: o objeto é equiparado a coisa abandonada, pois os herdeiros não teriam mais interesse nesse objeto. Responderia pelo art. 210 violação de sepultura. Não prevalece nos tribunais.
2ª corrente: os objetos do cadáver pertenceriam aos herdeiros, configurando assim crime de furto qualificado
“ALHEIA” – precisa ser de alguém que não o sujeito ativo. Coisa sem dono ou abandonada não podem ser furtadas
Coisa sem dono ≠ coisa abandonada ≠ coisa abandonada	
Coisa sem dono (res nulius): como a concha na praia ou o peixe no mar	
Coisa abandonada (res derelictae), como o sofá deixado na calçada	
Coisa perdida (res amissa), pois as coisas perdidas não podem ser apropriadas pela ocupação, mas sim devem ser devolvidas ao dono. A perda da coisa não implica perda da propriedade. O ditado popular "achado não é roubado" é falso, e a coisa perdida não pode ser ocupada pelo descobridor sob pena de crime (art. 169, pú, II do CP).
“MÓVEL” 
Todo objeto em que há a possibilidade de remoção ou deslocamento. OBS: as equiparações feitas no direito civil (navios e aviões) não são usadas no direito penal.
Sujeito ativo 
crime comum (qualquer um pode cometer)
OBS: se praticado por funcionário público, que se valha das suas funções, poderá responder pelo crime de peculato. Art 312, CP.
Crime de furto admite coautoria e a participação
O proprietário do objeto jamais poderá furtar coisa própria. Estando esse objeto em posse de terceiro, e o proprietário reavê-lo por meios próprios, incorrerá no crime do art. 345, CP.
“Elpídio, conhecido corretor, alugou uma casa para seu amigo Márcio. Quando a inadimplência do locatário já somava quatro meses, o locador procurou Márcio e solicitou que ele pagasse pelo menos dois meses, relatando a importância dos aluguéis para sua subsistência. Na ocasião, Márcio solicitou mais dez dias para saldar seu débito, no que foi atendido. Entretanto, o prazo se esgotou sem que ele efetivasse o pagamento. Indignado com a inadimplência de seu amigo, Elpídio ameaçou Márcio com um revólver calibre 38, levando sua TV de 42, seu DVD, seu relógio Rolex, objetivando compensar seu prejuízo. Assim, Elpídio praticou o crime de: exercício arbitrário das próprias razões.”	
E se eu mandar buscar para mim?
Sujeito passivo
Proprietário, possuidor ou detentor da coisa
*Pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de furto? E sujeito ativo? Pode ser vítima pois também tem patrimônio, mas não pode praticar.
OBS: no furto mediante fraude, são vítimas o dono da coisa, bem como a pessoa que foi enganada
OBS 2: não obsta o reconhecimento do furto a não identificação da vítima
Consumação/tentativa
4 correntes:
1ª corrente: CONCRETATIO - bastava que o sujeito que tivesse contato com o objeto, dispensando seu deslocamento
2ª corrente: AMOTIO – a consumação ocorre quando o objeto subtraído passa para o poder do agente, independentemente do seu deslocamento ou da posse mansa e pacífica. RECENTES JULGADOS 
3ª corrente: ABLATIO – a consumação ocorre quando o agente, depois de apoderar-se do objeto, consegue desloca-lo de um lugar para o outro.
4ª corrente: ILATIO – a consumação se dá com a inversão da posse e deslocamento de forma mansa e pacífica.
Furto praticado durante repouso noturno (§1º)
O que seria repouso noturno (elemento normativo)? Quem vai analisar no caso concreto é o magistrado
O furto tem que atentar contra a moradia.
Os tribunais superiores entendem que o local não precisa ser/estar habitado, em razão da maior facilidade por ser período de descanso coletivo.
Regra geral é que comércio NÃO INCIDE!
* não se aplica ao furto qualificado
Furto privilegiado (§2º)
direito subjetivo
Requisitos CUMULATIVOS
primariedade do acusado (só se for condenado)
pequeno valor do objeto subtraído – até um salário mínimo
3 consequências:
* juiz pode substituir pena de reclusão por detenção
* reduzir a pena privativa de 1/3 a 2/3
* juiz pode aplicar somente a pena de multa 
OBS: hoje, através da súmula 511 do STJ, pacificou-se o tema a respeito da existência do furto privilegiado qualificado. Uma vez preenchidos os requisitos do §2º, suas benécies deverão ser aplicadas ao furto qualificado
“É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º. do art. 155 do CP nos casos de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva”.
Furto de energia (§3º)
energia genética também pode ser equiparada
Sinal de tv a cabo: 
Quem considera energia, acredita que se encaixa nesse parágrafo (STJ)
Para o STF, o sujeito não responderia por crime, pois o sinal não é equiparado a energia já que ele não se esgota.
Furto qualificado (§4º)
1- destruição ou rompimento de obstáculo
destruição = dano total
rompimento = dano parcial
O furto qualificado absorve o crime de dano, desde que seja crime meio
OBS: a qualificadora só incide se o obstáculo estiver entre o agente e o objeto visado. Ex: quebrar vidro para roubar objeto do carro.	 
Para a doutrina moderna, a qualificadora só incide quando o valor do obstáculo destruído for maior que do objeto visado.
OBS 2: no caso da existência de ofendiculos (cerca, alarme) não háque se falar em crime impossível (ineficácia do meio utilizado é relativa)
2- abuso de confiança
É preciso demonstrar especial vínculo de lealdade. É punido com maior gravidade pela maior facilidade. O autor pode obter confiança ou se valer de uma relação já existente
3- mediante fraude
Fraude é todo artifício, engodo ou ardel que, utilizado pelo agente, durante o contexto fático do delito, tenha por finalidade viabilizar a subtração do objeto
≠art. 171. Agente aplica a fraude enganando a vítima que dá seu objeto por vontade própria. Há bilateralidade.
4- mediante escalada
Se usar de uma via anormal de acesso. Precisa de um esforço anormal
5- destreza (habilidade fora dos padrões)
Habilidade manual ou física que permite ao agente praticar a subtração do objeto sem que a vítima perceba. 
O objeto deve estar junto ao corpo da vítima
Se terceiro percebe e a vítima não, ainda assim qualifica o crime
6- chave falsa/chave micha/gazua
Não necessariamente formato de chave, contanto que possa abrir fechaduras
1ª corrente – precisa de exame pericial para provar
2ª corrente – não precisa de exame pericial
OBS: Também incide a qualificadora quando tira copia de forma clandestina. Acesso à chave reserva não incide.
7- concurso de agentes
Precisam saber da conduta
Parte da doutrina acredita que concurso de agentes abarca apenas coautoria,, não participação (CORRENTE MINORITÁRIA). Para a doutrina majoritária, concurso de agentes é gênero, abrangendo coautoria e participação.
OBS: os não identificados, bem como os inimputáveis, também entram no computo para incidência da qualificadora
Transporte de veículos para outro país ou Estado (§5º)
Dois requisitos CUMULATIVOS:
* dolo ab initio – dolo desde o início, antes de substrair
* efetiva transposição da fronteira
OBS: precisa ser movido por motor a combustão
PROVA: Joãozinho, junto com Tião (17 anos), furtam um carro às 3:30 com intenção de transporte de veículo para outro estado. Por qual crime ele responde?
Furto (§1º)
Furto (§1º e §4º)
Furto (§1º, §4º e §5º)
Furto (§5º)
Homicídio
A qualificadora mais grave absorve as menos graves
Roubo.
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido Pa impossibilidade de resistência
- Bem jurídico
crime complexo: tutela-se mais que um bem jurídico
Patrimônio
Integridade física ou psíquica
Liberdade 
Vida
- Elementares
“VIOLÊNCIA” (vis absoluta) – é a agressão física perpetrada pelo agente contra a vítima. OBS: a intenção da violência pode caracterizar outro tipo penal. Ex: se eu mato e aproveito para roubar carteira.
“GRAVE AMEAÇA” – é a promessa de mal grave e injusto, a ser provocado na própria vitima ou em terceiros. OBS: tem caráter subjetivo
“QUALQUER OUTRO MEIO” – caráter de exclusão. O que não for violência ou grave ameaça é essa elementar. Ex: boa noite cinderela
Roubo próprio ≠ roubo impróprio
	
	Roubo próprio
	Roubo impróprio
	Comportamento antecedente
	Violência, grave ameaça ou qualquer outro meio
	Subtração
	Comportamento consequente
	Subtração
	Violência, grave ameaça
OBS: é essencial que a violência ou grave ameaça sejam empregadas no mesmo contexto fático da situação
Roubo de uso
Parte da doutrina (maior parte) não admite o furto de uso, em razão da gravidade do crime (envolve outras elementares)
Rogério Greco: configuraria crime de constrangimento ilegal
O princípio da insignificância não pode ser aplicado ao roubo, por ser um crime complexo
Roubo privilegiado
Não é admitido pela jurisprudência
- Sujeito ativo 
Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa
É admitido coautoria e participação
OBS: Não necessariamente a mesma pessoa precisa praticar a subtração e violência/grave ameaça/outro meio
- Sujeito passivo
Proprietário/possuidor ou mero detentor
OBS: o sujeito passivo não precisa ser o mesmo, sofrendo violência/ameaça e a subtração do patrimônio, desde que no mesmo contexto
Pessoa jurídica pode ser sujeito passivo? Pode, pois pode haver dois sujeitos. É possível subtrair a PJ e ameaçar alguém.
Consumação e tentativa
CONSUMAÇÃO
No roubo próprio, a consumação se dá no momento que o agente se apodera do objeto
Já no roubo impróprio, a consumação acontece quando é empregada violência ou grave ameaça
TENTATIVA
No roubo próprio, a tentativa é possível quando há o emprego de violência mas o sujeito não consegue subtrair os bens
No roubo impróprio, há divergência doutrinária:
1ª corrente: não é admitida, pois o agente pratica ou não a violência
2ª corrente: seria admissível a tentativa, desde que o agente seja impedido por circunstâncias alheias a sua vontade
OBS: trombadinha, arrancar corrente do pescoço, etc: depende do grau do machucado. Trombadinha vem sendo entendido pela jurisprudência como roubo
§2º A pena aumenta-se de um terço até metade:
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
O que é arma? Não precisa ser a arma no sentido próprio (arma com finalidade bélica), abrangendo arma imprópria.
Arma de brinquedo
Antigamente configurava-se a causa de aumento.(Ver súmula 174, STJ). A súmula foi cancelada, pois em tais situações, não há potencialidade lesiva. Recurso especial 625750
Arma não encontrada
Para o STF, a arma não apreendida, e por consequência não periciada, pode gerar a incidência da causa de aumento. HC 96099 STF
MAJORANTES
II – concurso de agentes
Súmula 442, STJ: é inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.
III- transporte de valores – precisa ter ciência o transporte.
O que é valor? Pode ser dinheiro, joias, cerveja...
IV- subtração de veículo automotor
V- restrição de liberdade
restrição de liberdade ≠ privação de liberdade. Na restrição de liberdade é por curto intervalo de tempo. Tem que ser no poder de quem pratica.
OBS: A restrição de liberdade tem que ser dada no tempo necessário para consumar o roubo
QUALIFICADORAS (§3º)
lesão corporal grave
Morte (latrocínio)
súmula 603, STF: “a competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular, e não do tribunal do júri” Isso porque é um crime contra o patrimônio, não contra a vida, apesar de ser um dos bens tutelados.
súmula 610, STF: “há latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.”
Subtração consumada + morte tentada = tentativa
Subtração tentada + morte consumada = consumação
“Se o art. 14 expressa que precisa de todos elementos, como pode ser consumado?”
Considerado crime hediondo:	
* regime inicial fechado	
* progressão de regime – 2/5 a 3/5	
* vedada a anistia, graça ou indulto (através da anistia, o Estado, em razão de clemência, política social e outros fatores “esquece” um fato criminoso, perdoando a prática de infrações penais o que acarreta a exclusão dos seus efeitos penais (e não civis). A graça e o indulto são concedidos pelo Presidente República, por meio de decreto presidencial e consubstanciam-se, assim como a graça, em forma de extinção da punibilidade. A diferença entre a graça e o indulto reside no fato de que a graça é concedida individualmente, enquanto o indulto de maneira coletiva a determinados fatos impostos pelo Chefe do Poder Executivo, daí a opção de alguns doutrinadores em denominar a graça de indulto individual.)	
* livramento condicional se dá apenas com 2/3 ("é a liberdade antecipada, mediante certas condições, conferida ao condenado que já cumpriu uma parte da pena imposta a ele)
prazo prisão temporária – 30 dias prorrogáveis por mais 30	
Extorsão
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa
consiste num constrangimento ilegal com o objetivo de obter uma indevida vantagem econômica (Ex: exigir dinheiro a uma mulher, mediante ameaça de expor ao marido um vídeo de sexo como seu amante; constranger alguém, mediante revólver em punho, a fazer uma transferência bancária via Internet, etc.)
BEM JURÍDICO	
além do patrimônio, tutela-se a liberdade individual, bem como a integridade física e psíquica do indivíduo.
ELEMENTARES
“CONSTRANGER” – imposição de vontade através de violência ou grave ameaça
“FAZER” – conduta praticada pela vítima
“OBTENÇÃO DE VANTAGEM ECONÔMICA INDEVIDA”
	Art. 146 -
	‘Art. 158
	Art. 345
	Qualquer outra vantagem
	Vantagem econômica indevida
	Vantagem devida
OBS: O objeto material da extorsão pode ser móvel ou imóvel
OBS: funcionário público no exercício das suas atividade poderá responder pelo art. 316 concussão.
Sujeito passivo
mesma ideia do roubo: não precisa ser a mesma pessoa
Pessoa jurídica também pode
Prevalece o entendimento de que se trata de crime formal, consumando-se com a conduta forçada da vítima, independentemente da obtenção da vantagem visada (súmula 96 do STJ)
Majorantes 
(§1º) Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade
Inimputáveis e não identificados entram no cômputo
	Art. 157, §2º, V
	Art. 158, §3º’
	O agente emprega violência ou grave ameaça para subtração de coisa alheia móvel
	O agente emprega violência ou grave ameaça com a finalidade de obrigar a vítima a fazer, deixar de fazer ou tolerar que se faça
	A restrição da liberdade da vítima se dá com o intuito de consumar o crime ou facilitar a fulga.
	A restrição da liberdade é condição necessária para a obtenção da vantagem econômica indevida
	Não exige participação da vítima.
	Exige participação da vítima
PROVA
1ª corrente: art. 158 § 3º não é crime hediondo, pois o rol da lei 8.072 é taxativa
2ª corrente: apesar de não elenca-lo na lei de hediondos, o §3º também pode ser considerado para esse fim.
Extorsão mediante sequestro
Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
Bem jurídico
CRIME COMPLEXO - Vida e liberdade da vítima e patrimônio
Elementares
“SEQUESTRAR” grave ameaça e violência implícitas	
também abrange cárcere privado. Diferença art. 148 do art. 159: neste último há uma finalidade especial do agente, consubstanciada na vontade de obter, para si ou para outrem, vantagem como condição ou preço do resgate. A intenção de se obter essa vantagem não necessita ser anterior ao sequestro; pode ocorrer posteriormente a este.
“PESSOA” 
animal – responde pelo art. 158
cadáver – responde pelo art. 158 em concurso MATERIAl com o art. 211
(Relembrando:
concurso material: mais de uma ação ou omissão. 2 ou mais crimes. Aplicação cumulativa das penas privativas de liberdade. 
concurso formal: 1 só ação ou omissão. 2 ou mais crimes. Consequência: aplicação da pena mais grave com aumento) 
“QUALQUER VANTAGEM” 
Damásio (corrente minoritária): não precisa ser vantagem patrimonial
Corrente majoritária: por mais que esteja descrito de forma genérica no caput, entende-se que a vantagem é patrimonial exclusivamente, pelo capítulo em que o crime está inserido
Sujeito ativo
crime comum
se alguém auxiliar sem praticar o verbo sequestrar mas tinha condições de saber que a vítima está privada de sua liberdade, responde como partícipe
Sujeito passivo
art. 158, §3º - a vítima colabora com a obtenção de vantagem
art. 159 – exige colaboração de terceiro efetuando pagamento
A vítima é quem tem a liberdade cerceada e quem tem seu patrimônio reduzido
Consumação e tentativa
A partir do momento da privação de liberdade, já está consumado
crime permanente – seus efeitos se prolongam no tempo
Divergência doutrinária – prazo da privação de liberdade
1ª corrente – a privação de liberdade da vítima deve ser juridicamente relevante.
2ª corrente - é direito constitucional, portanto não importa o período de privação de liberdade da vítima para a consumação. Não precisa nem tirar a vítima do local. (Ex: Silvio Santos)
Qualificadoras 
§1º Se o sequestro dura mais de 24 horas, 
se o sequestrado é menor de 18 anos ou maior de 60 anos, 
e se a vítima fez aniversário (18 anos) depois?
e se a vítima fez aniversário (60 anos) depois?
ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha (associação criminosa)
o tipo penal do art. 288 é alocado no art. 159 – não há concurso de crimes
§2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave	
Conforme entendimento da doutrina, se a vítima desses resultados agravadores não é o próprio sequestrado, mas, sim, terceira pessoa, por exemplo, um segurança da vítima ou a pessoa que estava efetuando o pagamento do resgate, haverá o crime de extorsão mediante sequestro na forma simples em concurso com crime contra a pessoa.
§3ºSe resulta a morte
pena mais elevada do código penal – 24 a 30 anos
§4º Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços (delação)	
Requisitos para a delação premiada: 1- prática de um crime de extorsão mediante sequestro. 2- cometido em concurso 3- delação feita por um dos coautores ou partícipes à autoridade 4- eficácia da delação (coautor ou partícipe delata o crime à autoridade; vítima é libertada; delação tenha efetivamente contribuído para a libertação)
Extorsão mediante sequestro
Art. 159. Sequestrar pessoas como fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. 
Lembrar: golpe do falso sequestro
Bem jurídico
Liberdade da vítima, vida e patrimônio
Elementares
“SEQUESTRAR” 
grave ameaça e violência implícitas
também abrange cárcere privado
“PESSOA”
animal – responde pelo art. 158
cadáver – art. 158 em concurso material com o art. 211 (destruição, subtração ou ocultação de cadáver)
“QUALQUER VANTAGEM”
Damásio – não precisa ser vantagem patrimonial
Corrente majoritária – por mais que esteja descrito de forma genérica no caput, a maioria da doutrina entende que a vantagem é patrimonial exclusivamente, pelo capítulo em que está inserido
Sujeito ativo
Crime comum
Se alguém auxiliar sem praticar o verbo “sequestrar”, mas souber da pratica do crime (teria condições de saber que a vítima está privada de sua liberdade), responde como partícipe. 
Sujeito passivo
Art. 158, §3º - a vítima colabora com a obtenção da vantagem
Art. 159 – exige colaboração de terceiro efetuando pagamento
A vítima é quem tem a liberdade cerceada e quem tem seu patrimônio reduzido
Consumação e tentativa
A partir do momento da privação de liberdade já está consumado.
Crime permanente
Divergência doutrinaria – prazo da privação de liberdade
Doutrina majoritária – é direito constitucional ir e vir, então não importa o período de privação de liberdade vitima para a consumação
Doutrina minoritária – a privação de liberdade da vitima deve ser juridicamente relevante
Não precisa nem tirar a pessoa do local
Qualificadoras §1º
Se o sequestro dura mais que 24 horas
Se a vítima é menor de 18 ou maior de 60 anos
E se ela fez 18 anos depois, ainda presa? Incide
E se ela fez 60 anos ainda presa? Não incide
Se é praticado por associação criminosa
o tipo penal do art. 288 é alocado no art. 159 – já tenho que configurar a associação no tempo do crime. Não há concurso de crimes.
DO DANO
Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia
Bem jurídico
Princípio da consunção
Se o dano não estiver como bem jurídico tutelado, responde por crime específico
Elementares
“DESTRUIR” causar dano total ao objeto, perdendo sua funcionalidade
“INUTILIZAR” causar estrago parcial. Tornar inválido. O objeto perde sua finalidade mas continua existindo.
“DETERIORAR” tornar economicamente inferior. O objeto continua subsistindo e sendo usável, mas perde valor. Ex: a namorar que risca o carro.
OBS: a doutrina classifica o dano como crime de ação múltipla. Significa que o agente responde por um único crime mesmo quando praticar mais de uma conduta
Pichação é crime especifico! Art.65 da L. 9605/98. Antes era “crime de dano, enquadrado no “deteriorar”
Posso danificar um cadáver?
Crime de destruição de cadáver
Vide art. 155
Elemento subjetivo do tipo – dolo. NÃO EXISTE DANO CULPOSO
Existe dano culposo na lei especial
Exige-se especial finalidade de agir?
1ª corrente – além do dolo, é necessário finalidade especial de agir
2ª corrente – STF- o caput não diz nada sobre finalidade especial. MAJORITÁRIA
Art. 208 – destruir objeto destinado a culto religioso
Art. 250 e 251
Art. 219 – violação de sepultura
Art. 305 – destruição de documento
Sujeito ativo
OBS: no caso de condomínios, so haverá crime se o objeto for infungível ou, se fungível, o dano deverá exceder o montante da quota parte do agente
Sujeito passivo
Qualquer pessoa, desde que proprietária, detentora ou possuidora
Consumação e tentativa
Crime material
Para que haja consumação, há necessidade da conduta e resultado, portanto a tentativa é plenamente possível
“Cuida-se de crime plurissubsistente, portanto a tentativa é perfeitamente possível. Tal ocorre nos mesmos moldes do crime de sequestro. Dessa maneira, se o agente não logra privar a vítima de sua liberdade de locomoção por circunstâncias alheias à sua vontade, provada a sua intenção específica de obter vantagem econômica, haverá o crime de tentativa de extorsão mediante sequestro; por exemplo, no momento em que a vítima está sendo levada para o veículo do sequestrador, este é interceptado pela Polícia, vindo o agente a confessar posteriormente que pretendia com tal ação obter vantagem como condição ou preço do resgate.”
Reparação dos prejuízos
o art. 74 da L. 9099/95 possibilitando o agente causador do dano a reparação do prejuízo. É a chamada composição civil de danos. Uma vez homologada em juízo, é declarada a extinção de punibilidade
Emprego de violência ou grave ameaça
Violência ou grave ameaça são meio de execução para a pratica do dano, e não suas elementares. Deverão ser empregadas em relação a uma pessoa, seja ela proprietária ou não do objeto danificado. Obs: SE A VIOLENCIA OU GRAVE AMEAÇA FOREM EMPREGADAS APOS A PRATICA DO DANO, O SUJEITO RESPONDE EM CONCURSO DE CRIMES
Uso de substância inflamável ou explosiva
Dica: sujeito se vale das referidas substancias como meio executória a pratica do dano. Porém, essa figura é subsidiaria. Se a lesão ou perigo de lesão não se resumir ao objeto visado, o agente responde por crime mais grave
Contra patrimônio público
O dano praticado contra patrimônio do DF também é abrangido, pois a CF prevê o tratamento isonômico entre os estados e o DF. OBS: quando a natureza do objeto for de bem publico, haverá incidência da qualificadora
Por motivo egoístico ou relevante prejuízo para vítima
Motivo egoístico – o agente deve praticar o dano com a intenção de obter alguma vantagem de caráter moral ou econômico (especial finalidade de agir) LOCUPLETAMENTO
Relevante prejuízo – levar em consideração a condição econômica da vítima
A espécie de ação penal nos casos do caput e do incisivo IV é terminada pelo art. 167. A instauração do processo penal será de titularidade da própria vitima do dano. Nos demais casos, a ação será publica incondicionada.
OBS: se o agente é denunciado por dano qualificado e durante o processo restar provado o dano simples ou a qualificadora IV a vítima poderá oferecer a queixa desde que seja feita antes dos 6 meses do prazo decadencial.

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