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Direito do consumidor - Relação do direito do consumidor com outras disciplinas Ex. relação com o direito civil: o CDC, a CLT e entre outros, foram criadas pelo Estado para garantir a isonomia material diante de eventual desequilíbrio contratual entre o fornecedor e o comprador, mitigando o princípio da autonomia privada e trazendo o conceito de dirigismo contratual, onde vemos a função social do contrato, com uma vertente externa e uma interna. Na vertente interna são observados direitos e garantias fundamentais da pessoa humana, levando em conta que o contrato precisa ser bom para as duas partes. Eventuais desequilíbrios devem ser sanados pela lei, como a onerosidade excessiva, por exemplo. Na vertente externa, observa-se se o contrato é bom para a coletividade como um todo. O CDC é um microssistema aplicado em todas as relações de consumo, com características principiológicas, ou seja, para aplicar este sistema é necessário um diálogo entre as fontes do direito, visando atingir e efetivar os princípios basilares. Princípios: Princípios constitucionais art. 5º, XXXII, CF nível de garantia fundamental Princípios fundamentais da política nacional da relação de consumo Art. 4º, CDC Ordem publica Norma aberta é uma norma aberta porque vai dialogar com outras fontes para atender aos seus objetivos Normas cogentes normas cogentes são as normas de ordem pública; imperativas, indispensáveis e de observância obrigatória, sendo que as partes não podem alterar o seu conteúdo, devendo o juiz aplica-las inclusive de oficio. Normas de interesse social são as que disciplinam o campo de relação social marcado pela desigualdade, razão pela qual tem interesse além da parte, interessando mais à sociedade aos particulares. Efetivação da política nacional Educação e informação Limites para o fornecedor Art 5º, CDC – exemplificativo Características: - ampla - tangível – deve conseguir ser atingida, palpável Princípio da vulnerabilidade “mecanismo que visa a garantir igualdade formal-material aos sujeitos da relação jurídica de consumo” Todo consumidor é vulnerável Art 4º, I, CDC Núcleo base- é o que inicia a criação do CDC Direito a informação: A informação deve ser correta (verdadeira), clara (de fácil entendimento), precisa (não prolixa ou escassa), ostensiva (de fácil constatação ou percepção) e, por óbvio, em língua portuguesa A obrigação de informação é desdobrada pelo art. 31 do CDC, em quatro categorias principais: informação-conteúdo: características intrínsecas do produto e serviço informação-utilização: como se usa o produto ou serviço informação-preço: custo, formas e condições de pagamento informação-advertência: riscos do produto ou serviço Elementos da relação jurídica de consumo subjetivo: as partes envolvidas na relação jurídica, consumidor e o fornecedor. objetivo: objeto sobre o qual recai a relação jurídica, sendo certo que, para a relação de consumo, este elemento é denominado produto ou serviço. Consumidor Conceito: art 2º, CDC “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.” Conceito doutrinário: consumidor é aquele que, em posição de vulnerabilidade do mercado de Uso próprio ou familiar Uma característica exigida ao consumidor é a destinação final. No entanto, esta posição é dúbia diante das possibilidades concretas. Assim, desde a vigência do CDC, duas correntes interpretativas, os maximalistas e os finalistas, disputam o conteúdo da expressão. Para os maximalistas, destinatário final do produto ou serviço é quem o retira do mercado, utilizando-o e consumindo-o. Por esta razão, defendem que a expressão “consumidor” deve ser entendida o mais amplamente possível. Consideram esta definição é puramente objetiva, não importando se a pessoa física ou jurídica tem ou não finalidade comercial quando adquire ou utiliza produto ou serviço. Os finalistas, por sua vez, defendem que somente o destinatário fático e econômico é merecedor de proteção. Exigem que a retirada do produto ou serviço da cadeia de produção, seja para utilização pessoal, familiar ou privada. Entendem os finalistas que o deve tutelar de maneira especial um grupo vulnerável, ou seja, em princípio, os não profissionais. Dentre os autores nacionais que se identificam com esta corrente, temos Fábio Comparato que preconizava já em 1974 que: Consumidor equiparado coletividade de pessoas - art 2º, parágrafo único, equipara consumidor "a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo". Exemplo – uma imobiliária de uma cidade litorânea anuncia pela imprensa a venda de um loteamento cujos lotes ficam de frente para o mar, mas na realidade somente alguns poucos lotes tem essa característica, pois os demais ficam de frente para um morro. Está claro que a imobiliária fez propaganda enganosa, assim, toda a coletividade é consumidora por equiparação, pois o número de pessoas atingidas por essa publicidade é indeterminável. Desta forma todos que ajuizarem ação contra a imobiliária estarão no exercício de um legítimo direito por serem consumidores por equiparação. vítima de acidente de consumo - o art, 17 prevê a equiparação a consumidor de todas vítimas do evento. Exemplo – uma pessoa compra maionese, faz uma salada e serve para alguns amigos. A maionese estava estragada e todos passam mal. Todos os amigos são consumidores por equiparação, pois foram atingidos pelo defeito do produto. Características do consumidor Destinatário fático e econômico destinatário fático- você consome o produto ou serviço destinatário econômico – retira o produto de circulação Suprir necessidades Não profissionalidade Fornecedor Art 3º, CDC. “Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.” responsabilidade civil - arts. 12 a 25, CDC fim econômico profissionalidade habitualidade - “se uma pessoa vende um aparelho de TV, que tem em casa, a um amigo, porque adquiriu um aparelho novo, não está caracterizada a habitualidade, pois esta não é uma atividade de comércio que pratica com frequência”. Caso o aparelho apresente defeito, a proteção é dada pelo Código Civil, não haverá aplicação do CDC. Agente no mercado de consumo art 3º, §2º, CDC Entes despersonalizados Estado art. 6º, X Instituições financeiras Remuneração do servidor: direta – paga pelo serviço para satisfazer a necessidade. Não precisa ser em dinheiro indireta – o preço já está previsto no outro serviço. Ex: amostra grátis. Responsabilidade - riscos à saúde e a segurança - dever de segurança - violação de dever – responsabilização Risco: inerente – o risco é necessário para garantir que sua finalidade seja atingida. Por exemplo: faca adquirido – não precisa desse risco para atender à sua finalidade. exagerado – art. 10, CDC Responsabilidade civil Subjetiva: conduta culposa (negligencia, imprudência e imperícia) nexo causal dano Objetiva: independe de dolo ou culpa, oferecendo, assim, segurança aos usuários. Responsabilidade pelo fato: art. 12 a 14, CDC A responsabilidade pelo fato de produto ou do serviço é a modalidade de responsabilidade que abarca aquela que, além de causar incolumidade econômica ao consumidor, atinge também sua incolumidade física ou psíquica, sendo extrínseca ao produto, podendo atingir o adquirente do bem ou terceiros que são atingidos pelo acidente e são equiparados ao comprador, como elucida o artigo 17 do CDC. É o caso, por exemplo, do automóvel que causa um acidente no consumidor pelos seus freios não funcionarem, sendo assim um fato do produto. Já um exemplo de fato do serviço é o caso do pintor que realiza sua atividade com tinta tóxica, causando intoxicação Responsabilização: oferta causalidade dano Fornecedores: real– deram início a fabricação do produto. Produtor, construtor ou fabricante presumido – importador e repsentante sem vínculo empregatício aparente – Responsabilidade solidária Responsabilidade subsidiária: art. 13, CDC Profissional liberal: responsabilidade subjetiva art. 14, §4º, CDC Excludentes art. 12, §3º caso fortuito e força maior Responsabilidade pelo vício Arts. 18-20, CDC Segundo o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 18.º, explica que os vícios juridicamente relevantes são aqueles que “os tornem impróprios ou inadequados ao consumo”, bem como “aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária”. O vício juridicamente relevante é o defeito que torna o uso do produto inadequado, assim como a desproporção entre o oferecido e o efetivamente fornecido. O vício pode se dar por: impropriedade: Consideram-se impróprios ao uso e consumo os produtos (art. 18, § 6º, I e II do CDC), com as seguintes características: prazo de validade vencido, deteriorados, alterados; adulterados, avariados, falsificados, fraudados, nocivos à saúde, perigosos bem como aqueles que estejam em desacordo com normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação. serviços impróprios (art. 20, §2°, do CDC) são os aqueles inadequados para os fins que razoavelmente deles se espera e osaqueles que não atendem as normas regulamentares de prestação. diminuição do valor: A diminuição do valor pode se dar tanto em relação à necessidade de substituição de partes do produto ou em relação ao descumprimento do dever de informar. qualidade e quantidade - “são considerados vícios as características de qualidade ou quantidade que tornem os produtos ou serviços impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam e também que lhes diminua o valor. Da mesma forma são considerados vícios os decorrentes da disparidade havida em relação às indicações constantes do recipiente, embalagem, rotulagem, oferta ou mensagem publicitária.” Vício aparente- é aquele em que podemos identificar imediatamente, ou seja, desde a entrega do bem já apresenta um defeito, não estando de acordo com as funcionalidades a que se destina. Vício oculto - é aquele em que a identificação não ocorre no momento de sua aquisição, aparecendo apenas durante o seu uso. O produto na sua aquisição pode estar aparentemente sem nenhum defeito, mas com o decorrer do uso o estado inicial se altera podendo restar configurado um vício relevante. Vício conhecido- se o vício já era conhecido por quem transferiu a posse do bem, o valor recebido deverá ser restituído, acrescido de perdas e danos; caso contrário, a restituição alcançará apenas o valor recebido mais as despesas do contrato.
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