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PROCESSO Direito ↔ Ação→ Processo Processo é o instrumento através do qual se exerce o direito de ação e aplica-se a jurisdição. Processo é diferente de Procedimento “Instrumento” “Rito” ■ O processo é o instrumento estatal para resolver os conflitos. É no processo que encontramos as figuras inerentes a ele, tal como: o Juiz e as partes dessa relação (actum trium personarum). O Juiz exercendo o seu poder de jurisdição, o autor exercendo o seu direito de ação e o réu exercendo seu direito de ampla defesa e do contraditório e interesses. É com ele que se busca não só a satisfação de interesse particular, mas também o interesse público social, qual seja, a atuação direta da lei que enseja a composição de determinado conflito. ■ Dentro do gênero chamado processo, encontramos um espaço mais restrito, que é onde se verifica o procedimento. Sua natureza é puramente teleológica, uma vez que busca a organização de cunho formal da relação processual. O procedimento (ou rito), é a forma que o processo será conduzido, podendo variar dependendo do conteúdo da relação processual. O cerne da questão é sobre adaptar os meios corretos para que se possa atingir a finalidade processual. Quanto ao processo, ele é o instrumento que está à disposição da sociedade para resolver os seus conflitos, tendo conteúdo de direito material. 1) Relação jurídica Processual É a relação composta por autor, juiz, réu e em alguns casos um 3º (esse último depende da modalidade de intervenção no processo, somente se quando ingressar, adquirir personalidade de autor/réu). ■ Autônoma: Não é igual à relação do direito material – tem pressupostos próprios. ■ Trilateral ■ Recíproca/triangular: Impõe deveres a todas as partes. ■ Pública: A figura do Estado é presente. ■ Dinâmica: Envolve uma sucessão de atos ligados com o objetivo de chegar ao provimento final. 2) Tipos de Processo ■ Conhecimento (arts. 513 a 537): Também chamado de “sincrético”, busca o reconhecimento jurisdicional da pretensão. O processo de conhecimento é onde se dá o acertamento, a declaração de direitos, pondo fim ao estado de dúvida jurídica capaz de prejudicar o direito material em litígio. É um processo caracterizado pela sentença de mérito onde o juiz afirma o direito às partes, apontando para quem tem razão em face do pedido jurisdicionado. Pelo CPC/2015, o processo de conhecimento inclui também a fase de execução e pode incluir a fase „cautelar‟ (chamada „tutela de urgência‟). ■ Execução: Busca um resultado concreto/satisfativo. Já foi reconhecido o direito, e agora busca a concretização da pretensão. 3) Tipos de Procedimento ■ Procedimento comum (art. 318): É o aplicado em todos os casos, salvo os que a lei dispuser o contrário. Fases: → Postulatória: onde as partes apresentam seus argumentos. → Saneamento: fase onde o juiz fixa os pontos controvertidos e define as provas a serem produzidas. → Instrutória: fase onde as provas são produzidas. → Decisória: fase onde o juiz sentencia. → Recursal: fase onde as partes recorrem. **→ Liquidação de sentença: somente em alguns casos, fase onde há o “cálculo do valor devido”. Obs: não há a fase de saneamento quando o juiz puder julgar o processo como está. Ex: Revelia, indeferimento por carência, provas só documentais (arts. 354 e seguintes). ■ Procedimento Especial (artigos 539 a 771): Em alguns casos, o procedimento pode ser alterado para o Procedimento Especial, tanto em processos contenciosos (aqueles que visam a criação de uma sentença com efeitos condenatórios, constitutivos ou declaratórios) ou em processos voluntários (onde não há lide). 4) Alteração de procedimento Em determinadas situações, o procedimento pode ser alterado: → Por conveniência das partes (190 CPC) “Art. 190 Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.” → Por decisão do juiz (artigos 139, VI e 373, §1º CPC) PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS ■ São os requisitos essenciais para uma relação existente e válida. Pressupostos Positivos: São essenciais para a existência e validade da relação processual. São eles: Presença do autor (via de regra na Pet. Ini) → De existência Jurisdição Presença do réu Permitem o desenvolvimento regular do Proc. Petição inicial apta (arts. 319 e 330 §1º) → De validade Órgão competente e imparcial Capacidade de ser parte e estar em juízo Pressupostos Negativos: Viciam a relação processual. Litispendência → De validade Coisa julgada Preempção (art. 486, §3º) PERGUNTAS → O que é processo sincrético? → Diferencie processo de procedimento. → Quais são os pressupostos de validade do processo? → Explique as fases do processo de conhecimento PARTES ■ Partes x legitimidade: A legitimidade de parte é uma das condições da ação, que possibilita o sujeito a ingressar em Juízo para postular ou defender algum direito. Sem a configuração dessa legitimidade, a parte não pode ingressar no processo, em nome próprio. ■ Representação/ assistência: “Art. 71 O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei.” ■ Sucessão processual: A sucessão processual é a substituição da parte, em razão da modificação da titularidade do direito material afirmado em juízo. É a troca da parte. Uma outra pessoa assume o lugar do litigante originário, fazendo-se parte na relação processual. Pode ser: causa mortis ou intervivos. ■ Litisconsórcio: É um fenômeno processual caracterizado pela pluralidade de sujeitos, em um ou em ambos os polos de um processo judicial. As partes, quando em litisconsórcio, são denominadas litisconsortes. Podem ser: → Ativo x Passivo: Ativo quando tem 2 ou mais autores, e passivo quando se tem 2 ou mais réus. → Inicial x Superveniente: Inicial é aquele que se forma no momento da propositura da demanda, e superveniente é aquele que surge após o procedimento já ter se formado (ex: intervenção de 3º, sucessão, conexão ou continência) → Facultativo x Obrigatório: Essa classificação leva em consideração se a formação do litisconsórcio será obrigatória ou não para que o processo possa seguir o seu curso normalmente. Quando a formação de litisconsórcio é obrigatória, sob pena de o processo não prosseguir, diz-se que há um litisconsórcio necessário (obrigatório). Quando é opcional, há um litisconsórcio facultativo. LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO (ARTIGO 113 CPC): Art. 113 Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. § 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer