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Apostila de Patologia

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Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra 
 
 Licenciaturas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PATOLOGIA 
 
 Carlos Filipe 
 Consultor de Medicina Interna dos HUC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fevereiro, 2015 
 2 
 TÓRAX
 3 
DOENÇAS PULMONARES. 
SEMIOLOGIA CLÍNICA & ENTIDADES NOSOGRÁFICAS MAIS RELEVANTES 
 
 
PATOLOGIAS – MAIS FREQUENTES 
 
1. ASMA 
2. DPCO: Bronquite Crónica e Enfisema 
3. PNEUMONIAS 
ADQUIRIDA NA COMUNIDADE 
ADQUIRIDA EM MEIO HOSPITALAR 
PNEUMONIA POR ANAERÓBIOS E ABCESSO PULMONAR 
4. INFILTADOS PULMONARES NOS DOENTES IMUNODEPRIMIDOS 
5. TUBERCULOSE PULMONAR 
6. CARCINOMA E COMPLICAÇÕES 
7. NÓDULO SOLITÁRIO 
8. MASSAS MEDIASTÍNICAS 
9. TROMBOEMBOLIA PULMONAR 
10. DOENÇAS OCUPACIONAIS 
11. DOENÇAS PULMONARES INDUZIDAS POR DROGAS 
12. INDUZIDAS POR RADIOTERAPIA 
13. APNEIA DO SONO 
14. SÍNDROME DE HIPOVENTILAÇÃO-OBESIDADE 
15. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA 
16. SÍNDROMA DE DIFICULDADE RESPIRATÓRIA 
17. DERRAMES PLEURAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
1ª AULA 
TÓRAX - PULMÃO e Pleura 
SEMIOLOGIA CLÍNICA, LABORATORIAL & IMAGIOLÓGICA 
 
Tipo de 
Patologia 
Entidades Nosográficas 
 
Doenças das 
Vias Aéreas 
Asma DPCO Fibrose Quística Obstrução das Vias 
Aéreas Superiores 
 
 Obstrução das 
Vias Aéreas 
Inferiores 
Aspergilose Bronquiectasias Bronquiolíte 
obliterante 
 
 
Infecções 
Pleuropulmonar
es 
Pneumonias Infiltrados 
Pulmonares no 
doente 
Imunodeficiente 
Tuberculose Mycobacteria não 
BAAR 
 
 
Neoplasias Carcinoma 
Broncogénico 
Nódulo Solitário Metastização Mesotelioma Tumores 
Benignos 
 Carcinóide Massas 
Mediastínicas 
 
 
Doenças 
Intersticiais 
Alveolite 
Fibrosante 
Sarcoidose Envolvimento 
intersticial em 
Outras doenças 
 
 
Doenças 
Infiltrativas 
Difusas 
Angeítes e 
Granulomatoses 
Síndromas 
Hemorrágicos 
Alveolares 
Proteinose 
Alveolar 
Síndromas 
Pulmonares 
Eosinofílicos 
 
 
Doenças da 
Circulação 
Pulmonar 
TEP Hipertensão 
Pulmonar 
 
 
Doenças 
Provocadas 
por Agentes 
Químicos e 
Físicos 
Inalação de 
Fumo 
Síndromas de 
Aspiração 
Doenças 
Ocupacionais 
Provocadas por 
Drogas 
Radiações 
 
Doenças da 
Ventilação 
Hipoventilação 
Alveolar 
Primária 
Pickwickian Apneia do Sono Síndromas de 
Hiperventilação 
 
 
Insuficiência 
Reapiratória 
Aguda 
 
 
S. de Dificuldade 
 5 
Respiratória 
 
Doenças 
Pleurais 
Pleurite Derrame Pleural Pneumotórax 
 
 6 
Semiologia Clínica 
 
Sinais e Sintomas de Doença Pulmonar 
 
DISPNEIA 
É uma sensação de dificuldade em respirar dependendo do nível de actividade física. 
A Dispneia de causa PULMONAR pode ser provocada por DOENÇAS DAS VIAS 
RESPIRATÓRIAS, PARÊNQUIMA PULMONAR, PLEURA, MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS OU DA 
PAREDE TORÁXICA. 
As causas de Dispneia de causa EXTRA-PULMONAR incluem DOENÇAS PULMONARES 
(INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, ANGINA..), CHOQUE, ANEMIA, ESTADOS 
HIPERMETABÓLICOS, DISTENSÃO ABDOMINAL, ANSIEDADE. 
A DISPNEIA PAROXÍSTICA NOCTURNA e a ORTOPNEIA normalmente tem causa cardíaca. 
 
TOSSE 
O reflexo da tosse pode ser induzido a vários níveis: árvore traqueo-brônquica, vias 
respiratórias superiores, pleura, pericárdio, esófago, estômago e diafragma. Pode ser provocada 
por Infecções Respiratórias mas também por ASMA, BRONQUIECTASIAS, DROGAS (IECA), 
DOENÇAS CARDÍACAS, DOENÇAS OCUPACIONAIS.... 
 
ESTRIDOR 
É um som grave resultante da passagem de ar por uma via respiratória superior estreitada. O 
ESTRIDOR INSPIRATÓRIO indica uma causa EXTRA-TORÁXICA de compressão. O 
ESTRIDOR EXPIRATÓRIO indica uma causa INTRA-TORÁXICA 
 
SÍBILOS 
São sons resultantes do estreitamento das vias respiratórias inferiores como por ex. na ASMA 
 
HEMOPTISES 
A expectoração de SANGUE ocorre predominantemente nas situações de BRONQUITE, 
BRONQUIECTASIAS, CARCINOMA, TEP. É diferente de expectoração HEMOPTÓICA 
 
TAQUIPNEIA 
É uma respiração rápida definida ± por mais de 18 ciclos respiratórios por minuto. 
 
PULSO PARADOXAL 
É uma “queda” superior a 10 mm Hg na PA sistólica durante a inspiração. Ocorre na ASMA ou 
ENFISEMA SEVEROS, OBSTRUÇÃO DAS VIAS ÁREAS SUPERIORES, EMBOLIA PULMONAR, 
TAMPONAMENTO CARDÍACO E PERICARDITE CONSTRITIVA. 
 
 
 
 
 
 7 
CIANOSE 
É a coloração AZULADA da pele e/ou mucosas provocada por um aumento (> 5 g/dl) da 
hemoglobina não saturada. 
CIANOSE CENTRAL: é normalmente causada por HIPOXÉMIA por INSUFICIÊNCIA 
RESPIRATÓRIA ou por um SHUNT INTRA-CARDÍACO ou INTRA-PULMONAR 
CIANOSE PERIFÉRICA: insuficiência cardíaca ou vasoconstrição periférica 
 
HIPOCRATISMO DIGITAL 
Quando a “largura” antero-posterior da última falange é maior que a da articulação interfalângica 
distal. As unhas podem também ter um aspecto em vidro de relógio. Ocorre nos CARCINOMAS 
PULMONARES, BRONQUIECTASIAS, ABCESSO PULMONAR, FIBROSE PULMONAR 
IDIOPÁTICA E FIBROSE QUÍSTICA. As causas EXTRA-PULMONARES são ENDOCARDITE 
INFECCIOSA, CIRROSE, DOENÇAS CARDÍACAS CONGÉNITAS E DOENÇA INFLAMATÓRIA 
INTESTINAL. 
 
HIPERRESSONÂNCIA 
Ocorre à percussão pulmonar nas doenças em que há hiperinsuflação com aumento do espaço 
aéreo como por ex. na ASMA e ENFISEMA 
 
MACISSEZ 
Observa-se quer quando haja DERRAME PLEURAL, CONSOLIDAÇÃO PULMONAR, 
ATELECTASIA, ELEVAÇÃO DO DIAFRAGMA OU DESLOCAMENTO DE ÓRGÃOS 
ABDOMINAIS PARA O TÓRAX 
 
MURMÚRIO VESICULAR 
Diminuído quando haja DERRAME PLEURAL OU CONSOLIDAÇÃO PULMONAR OU 
PNEUMOTÓRAX, mas também quando haja HIPOVENTILAÇÃO DE OUTRA CAUSA 
 
RUÍDOS ADVENTÍCIOS 
(SOPROS, SIBILOS, CREPITAÇÕES E RALAS) 
SIBILOS: quando haja obstrução das pequenas vias respiratórias por BRONCOESPASMO, 
EDEMA DA MUCOSA BRÔNQUICA OU BRONQUIOLAR, OBSTRUÇÃO POR MUCO, TUMORES 
OU CORPOS ESTRANHOS. 
CREPITAÇÕES e RALAS: houvem-se nos processos PULMONARES INFECCIOSOS, 
predominantemente durante a EXPIRAÇÃO e na INSUFICIÊNCIA CARDÍACA mais durante a 
INSPIRAÇÃO. 
 
BRONCOFONIA 
Aumento da clareza da voz do doente. Ocorre quando haja CONSOLIDAÇÃO PULMONAR ou 
COMPRESSÃO PULMONAR 
 
EGOFONIA 
Ouve-se, durante a auscultação, um “E” quando o doente diz um “A”. Ocorre nos processos de 
CONSOLIDAÇÃO. 
 8 
PROVAS FUNCIONAIS RESPIRATÓRIAS 
 
TESTES DE FUNÇÃO PULMONAR, TESTES DURANTE EXERCÍCO E BRONCOSCOPIA 
 
TESTES DE FUNÇÃO PULMONAR 
Estes testes medem a capacidade do sistema respiratório para promover as trocas gasosas 
através da avaliação a ventilação, difusão e capacidades mecânicas. 
INDICAÇÕES: 
 Avaliação do tipo e grau de disfunção pulmonar 
 Detecção precoce de disfunção pulmonar 
 Vigilância das doenças ocupacionais 
 Avaliação da resposta à terapêutica 
 Avaliação pré-operatória 
CONTRA-INDICAÇÕES 
 Asma aguda Severa 
 Pneumotórax 
 Tuberculose activa 
 Risco de hemorragia durante o exame 
 
 
TESTE DEFINIÇÃO 
Capacidade Vital Máxima O maior volume de gás que pode expelido 
após uma inspiração máxima 
Volume Expiratório Máximo em 1 Seg. O volume de gás expirado no 1º Seg. da prova 
anterior 
Fluxo Expiratório Máximo de 25 a 75% da 
CVM 
É a percentagem do fluxo expiratório 
durante a fase intermédia da expiração 
Fluxo Expiratório Máximo “Peak flow) A maior percentagem de fluxo expiratório 
durante no teste da CVM 
Ventilação Voluntária máxima O maior volume de gás que pode ser expirado 
durante 1 min. 
Capacidade Vital O volume de gás que pode lentamente ser 
expirado depois de uma inspiração máxima 
Capacidade Pulmonar Total O volume de gás nos pulmões depois de uma 
inspiração máxima 
Capacidade Funcional Residual O volume de gás nos pulmões no final de uma 
expiração normal 
Volume Residual O volume residual de gás nos pulmõesapós 
uma expiração máxima 
Volume de Reserva Expiratória É o volume de gás que representa a diferença 
entre a Capacidade Residual e o volume 
residual 
 
 
 
 9 
 
Estes testes permitem a identificação e avaliação da severidade das disfunções pulmonares de 
tipo RESTRITIVO ou OBSTRUTIVO. 
Os SÍNDROMES OBSTRUTIVOS caracterizam-se por redução dos fluxos respiratórios 
(expiratórios) 
Os RESTRITIVOS caracterizam-se mais por alterações dos volumes pulmonares 
 
 
ANÁLISE DOS GASES DO SANGUE ARTERIAL 
Está indicado quando é de supor um distúrbio ácido-base, hipoxémia ou hipercapnia. A 
OXIMETRIA permite monitorizar a saturação da hemoglobina. 
 
TESTES PULMONARES DE “STRESS” 
Utilizam-se para avaliar doentes com dispneia de exercício inexplicada. 
 
BRONCOSCOPIA 
A utilização de BRONCOFIBROSCÓPIOS FIBRA ÓPTICA FLEXÍVEL é uma ferramenta 
essencial para o estudo de muitas doenças pulmonares. 
 INDICAÇÕES: 
 Diagnóstico e estadiamento de carcinomas 
 Hemoptise 
 Biópsia de infiltrados pulmonares 
 Diagnóstico de infecções pulmonares 
 Lavado Bronco Alveolar 
 Remoção de corpos estranhos e aspiração de secreções 
 
O BRONCOFIBROSCÓPIO RÍGIDO 
É utilizado nas hemoptises graves, extracção de corpos estranhos maiores e facilitar a 
realização de terapia com laser. Requer anestesia geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
SEMIOLOGIA LABORATORIAL 
 
 Hemograma Bioquímica VS Hemoculturas Expectoração Serolo. IDR & 
OUTROS 
Bronquite L: N, - N - Mucóide, seca, 
Purulenta 
- - 
Bronquiectas. - Hipogama? N, - Abundante, 
Mucopurulenta 
 
Pneumonia 
Bacteriana 
L PMN Alfa-2 
Fibrinog. 
 Pos. Viscosa, 
Ferruginosa, 
PMN ++ 
Id. Germen 
 
Broncopne
umonia 
L PMN - Neg. Mucopurulenta 
ID. Germen 
 
Pneumonia 
Vírica 
L Crioaglu. Neg. Mucosa 
Mucopurulenta 
 
Abcesso 
Pulmão 
L PMN 
Anemia (Cr) 
 Só se houver 
disseminação 
Purulento 
PMN 
ID. Germen 
 
Asma 
brônquica 
Eosinofil. Hipoxémia N - Eosinofilos Id Aler 
Enfisema Poliglobulia Def. alfa-1-
antitripsina 
? 
 
Carcinoma Anemia 
Eosinofilia 
- - - - Biópsia 
Citologia 
Cito/Derra
me 
Pneumoconios. Poliglobulia Hipoxémia N - Id. mineral - - 
 Hemograma Bioquímica VS Hemoculturas Expectoração Serol. IDR & 
OUTROS 
 Hemograma Bioquímica VS Hemocul Expectoração Serol. IDR & 
OUTROS 
Pleurite/ 
Derrame 
- - - - - Prot/LDH 
Citologia 
Ex Bact. 
BAAR? 
Glicose 
ADA 
Biópsia 
S. Loeffler L ±, Eosino - - - Eosinófilos Parasitas 
nas fezes? 
 
 
(Cont.) Hemograma Bioquímica VS Hemoculturas Expectoração Serol. IDR & 
OUTROS 
 
 11 
Aspergilose Eosinofilia IgE - - Id Asperg. Acs Aspergillus 
DPCO Poliglobulia Hipoxém 
Hipercapnia 
- - - - - 
Fibrose 
Quística 
- Hipoxém - - - - - 
Sarcoidose L Eosin. Ca 
SACE 
 - - - Biópsia 
 
Tuberculose Anemia, 
PCR , 
PCR, 
alfa-2 
ADA 
 - Ex. Directo 
Cultura 
Acs 
AntiK 
P90 
IDR +/- 
Embolia Anemia ±, 
L PMN 
Pa O2 
Pa CO2 
LDH 
PDF 
 
 - Hemoptise 
 ± 
- Cintig. 
Arterio. 
Hemosiderose Anemia, 
Eosinofilia 
Fe 
Ferritina 
Crio ± 
 Hemoptises 
 ± 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
 
PATOLOGIAS – MAIS FREQUENTES 
 
 
 
 
1. ASMA 
2. DPCO 
3. PNEUMONIAS 
ADQUIRIDA NA COMUNIDADE 
ADQUIRIDA EM MEIO HOSPITALAR 
PNEUMONIA POR ANAERÓBIOS E ABCESSO PULMONAR 
4. INFILTADOS PULMONARES NOS DOENTES IMUNODEPRIMIDOS 
5. TUBERCULOSE PULMONAR 
6. CARCINOMA E COMPLICAÇÕES 
7. NÓDULO SOLITÁRIO 
8. MASSAS MEDIASTÍNICAS 
9. TROMBOEMBOLIA PULMONAR 
10. DOENÇAS OCUPACIONAIS 
11. DOENÇAS PULMONARES INDUZIDAS POR DROGAS 
12. INDUZIDAS POR RADIOTERAPIA 
13. APNEIA DO SONO 
14. SÍNDROME DE HIPOVENTILAÇÃO-OBESIDADE 
15. DERRAMES PLEURAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
2ªAULA 
ASMA E DPOC 
 
Essencial para o diagnóstico 
· Síbilos episódicos ou crónicos, dispneia, tosse 
· Expiração prolongada e síbilos dispersos por ambos os campos pulmonares no EO 
· Redução dos fluxos expiratórios nos testes de função pulmonar ou modificações nos testes 
de provocação com alergénios 
· Reversibilidade completa ou parcial após terapêutica com broncodilatadores 
 
Considerações Gerais 
Asma é uma doença caracterizada por uma hiper-reactividade da traqueia e brônquios a vários 
estímulos e manifestando-se por um estreitamento das vias aéreas com reversão espontânea ou 
como resposta ao tratamento. 
O estreitamento das vias aéreas resulta de uma combinação de factores como espasmo muscular 
edema e acumulação de muco. 
Outras: Asma induzida pelo exercício, profissional, cardíaca, induzida por fármacos. 
 
Clínica 
Episódios de síbilos, dispneia e tosse. Espontaneamente ou precipitada por poeiras, frio, 
fármacos (Aspirina, AINEs, Beta-bloqueantes..), infecções, stress emocional, exercício, 
alergénios... 
O exame físico varia entre ligeira taquipneia, taquicardia com prolongamento do tempo 
expiratório e síbilos difusos. Crises mais severas acompanham-se de utilização dos músculos 
respiratórios acessórios, síbilos intensos, hiperressonância e retração intercostal. E, finalmente, 
por vezes, apresenta pulso paradoxal, ausência (audível) do múrmurio vesicular, sem síbilos, 
incapacidade de se manter de pé e cianose. 
 
 14 
Laboratório 
Eosinofilia, expectoração com muco viscoso, testes de função respiratória revelam um síndroma 
obstrutiva. Os gases arteriais são normais numa crise ligeira mas pode ocorrer hipoxémia e 
hipocapnia. Normalização da CO2 e desenvolvimento de acidose podem ocorrer nos casos graves. 
Imagiologia 
Hiperinsuflação. Por vezes observa-se espessamento das paredes brônquicas e ausência das 
sombras vasculares na periferia pulmonar. 
 
Diagnóstico diferencial 
Outras causas de síbilos: DPCO, I. cardíaca, TEP, bronquiectasias, anafilaxia, inalação de fumos, 
infecções parasitárias (Strongyloides), Aspergilose pulmonar. Síbilos localizados podem ocorrer 
no carcinoma ou corpo estranho. 
 
Prevenção e Tratamento 
Evitar a exposição aos agentes precipitantes referidos acima. 
Broncodilatadores (simpaticomiméticos e Teofilinas), Corticosteróides, Inibidores da 
desgranulação dos mastócitos (cromoglicato dissódico), Antileucotrienos 
 
 
 
DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica: Bronquite Crónica e Enfisema) 
 
Essencial para o Diagnóstico 
· História de consumo de tabaco (na maioria dos casos) 
· Tosse crónica produção de expectoração (na bronquite crónica) e dispneia (enfisema) 
· Sopros, diminuição dos ruídos respiratórios e expiração prolongada no EO 
· Alterações do fluxo aéreo nas PFR 
 
Considerações Gerais 
Doença caracterizada por obstrução ao fluxo aéreo devido a bronquite ou enfisema. A maioria 
dos doentes apresentam uma combinação dos dois componentes. 
A Bronquite Crónica é caracterizada por tosse produtiva durante 3 meses em pelo menos dois 
anos consecutivos. O enfisema é caracterizado por dispneia em doentes com alargamento dos 
espaços aéreos distais aos bronquíolos com destruição das suas paredes. 
 
Clínica 
A tosse ocorre predominantemente pela manhã. A dispneia ocorre com exercícios mais violentos 
mas com a evolução da doença chega a ocorrer em repouso. Pneumonias, hipertensão pulmonar, 
cor pulmonar e insuficiência respiratória crónica caracterizam o estadio final da doença. 
 
Exames Laboratoriais 
Policitémia secundária à hipoxémia crónica. Acidose respiratória durante as crises. 
Testes de Função Respiratória inicialmente revelam apenas um síndroma obstrutivo das pequenas 
vias aéreas e depois também dos volumes (nomeadamente no enfisema). 
 
 15 
Imagiologia 
No enfisema há hiperinsuflação; bolhas no parênquima ou sub-pleurais são patogonomónicasde 
enfisema. Na bronquite verifica-se um reforço bronco-vascular. Mais tarde pode-se observar um 
aumento das dimensões das cavidades cardíacas dtas por hipertensão pulmonar. 
Diagnóstico diferencial 
Com a Asma, bronquiectasias, fibrose quística, aspergilose pulmonar. 
 
Prevenção 
Evicção do consumo de tabaco e vacinação contra a influenza e pneumococos e tratamento 
precoce das infecções pulmonares 
 
Tratamento 
Brometo de ipatrópio, broncodilatação com teofilinas, corticosteróides orais, tratamento das 
infecções repiratórias, cinesioterapia, oxigenioterapia domiciliar 
 16 
 
 ENFISEMA BRONQUITE CRÓNICA 
História 
Início dos sintomas Depois dos 50 Depois dos 35 
Dispneia Progressiva, constante, severa Intermitente, ligeira a 
moderada 
Tosse Ausente ou ligeira Persistente, severa 
Produção de Expectoração Ausente ou mínima Copiosa 
Aspecto da expectoração Clara, mucóide Mucopurulenta ou purulenta 
Outros Perda de peso Infecções pulmonares, 
Insuficiência cardíaca dta, 
Obesidade 
EXAME FÍSICO 
Aspecto físico magro Obeso 
Cianose central Ausente Presente 
Pletora Ausente Presente 
Músculos Respiratórios 
Acess. 
Hipertrofiados Inalterados 
Diâmetro antero-posterior 
do Tórax 
Aumentado Normal 
Percussão hiperressonância Normal 
Auscultação Diminuição dos sons normais Roncos, síbilos 
TELERADIOGRAFIA 
Bolhas presentes Ausentes 
Aparência geral Diminuição do retículo na 
periferia 
Aumento do reforço bronco-
vascular 
Hiperinsuflação presente Ausente 
Dimensões cardíacas Normal ou pequeno, vertical Aumentado 
Hemidiafragmas Rectificado, descido Arredondado 
ESTUDOS 
LABORATORIAIS 
 
Hematócrito normal Aumentado 
ECG normal Desvio dto do eixo, 
hipertrofia ventricular dta, 
“P” pulmonar 
Hipoxémia Ausente, ligeira Moderada a severa 
Hipercapnia Ausente Moderada, Severa 
Acidose respiratória Ausente Presente 
Capacidade pulmonar total Aumentada Normal 
Capacidade de difusão diminuída normal 
 
 
 
 17 
3ª AULA 
 
INFECÇÕES PLEURO-PULMONARES 
 
PNEUMONIA 
As pneumonias continuam a ser um dos maiores problemas de saúde pública apesar dos potentes 
antibióticos disponíveis. Os microorganismos atingem as vias aéreas inferiores por aspiração das 
secreções da orofaringe, inalação de aerossóis infectados e disseminação hematogénica. 
 
PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE 
(Os doentes são classificados tendo em atenção vários factores: severidade da doença, idade, 
existência de outras doenças e necessidade de hospitalização). 
A) DOENTES COM MENOS DE 60 ANOS E SEM OUTRAS DOENÇAS 
Os microorganismos mais frequentes são o Estreptococus pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae, 
Vírus respiratórios, Chlamydia, Hemoplyilus influenzae e Legionella, Estatafilococus aureus, 
Mycobacteerium tuberculosis, Fungos endémicos e Bacilos Gram-negativos aeróbicos. 
Recomenda-se um tratamento durante 10-14 dias com um macrólito como a Eritromicina, 
Claritromicina ou Azitromicina. 
 
B) DOENTES COM MAIS DE 60 ANOS E OUTRAS DOENÇAS 
Os microorganismos são os mesmos. O tratamento recomendado é uma cefalosporina de 2ª 
geração como a Cefuroxima ou Amoxicilina+Ácido Clavulânico durante 10 dias. 
 
C) DOENTES COM DOENÇA GRAVE 
Os microorganismos são os mesmos. É aconselhável uma terapêutica combinada com um macrólito 
+ uma cefalosporina de 3ª geração, com actividade anti-Pseudomonas. 
 18 
CRITÉRIOS PARA HOSPITALIZAÇÃO 
Idade superior a 65 anos, doença coexistente (alcoolismo, diabetes mellitus, DPCO), alterações 
dos sinais vitais, leucopenia ou leucocitose marcadas e evidência de INSUFICIÊNCIA 
RESPIRATÓRIA, SÉPSIS e Ausência de apoio familiar. A resolução radiológica pode levar 6 
semanas ou mais. 
 
PNEUMONIA ADQUIRIDA EM MEIO HOSPITALAR – NOSOCOMIAL 
 
Essencial para o diagnóstico 
· Ocorre mais de 48 horas após a admissão hospitalar 
· Febre, tosse, leucocitose, expectoração purulenta 
· Especialmente frequente em doentes que necessitam de cuidados intensivos e ventilação 
mecânica 
· Geralmente, infiltrados pulmonares no RX 
 
Considerações Gerais 
As pneumonias adquiridas em meio hospitalar têm uma mortalidade de 30% e as adquiridas em 
doentes ventilados é de 50%. 
Os gérmens mais frequentes são: Pseudomonas aeruginosa, Estafilococos aureus, Enterobacter, 
Klebsiella, E. Coli, Proteus... 
A transmissão ocorre através das mãos contaminadas dos profissionais de saúde equipamento, e 
resultam também do facto de serem doentes por vezes a fazer antibioterapia de largo espectro 
selecionando microorganismos mais resistentes. 
 
Clínica 
Febre, leucocitose, expectoração purulenta, e infiltrado pulmonar que não existisse antes ou cujo 
padrão se modificou. 
 
Exames Laboratoriais 
Hemoculturas, RX do tórax e análise do líquido quando haja derrame pleural associado. A 
colheita de expectoração para análise não é sensível e a identificação de um microorganismo não 
significa que provenha da árvore respiratória inferior. Se houver a suspeita Legionella deve ser 
feita a colheita para identificação por imunofluorescência. 
 
Imagiologia 
Os Infiltrados pulmonares não são específicos. 
 
Exames especiais 
A Broncofibroscopia com lavado bronco alveolar permite colheitas com menor probabilidade de 
contaminação com uma sensibilidade de 65% e especificidade de 95%. É importante que o doente 
não esteja a fazer antibioterapia nas últimas 48 horas. 
 
Tratamento 
O tratamento é usualmente empírico. Como a mortalidade é alta o tratamento deve ser iniciado o 
mais precocemente possível com antibioterapia de largo espectro. Normalmente utiliza-se uma 
 19 
Cefalosporina de 3ª geração (Cefuroxima), Imipenem com cilastatina. Por vezes é necessário 
mais do que um antibiótico. 
 
PNEUMONIA POR ANAERÓBIOS E ABCESSO PULMONAR 
 
 
 
 
 
 
Essencial para o Diagnóstico 
· Predisposição para aspiração 
· Febre, perda de peso, mal estar geral 
· Má higiene dentária 
· Expectoração com cheiro fétido por vezes 
· Infiltrado numa zona do pulmão de “declive” com uma ou múltiplas áreas de cavitação ou 
derrame 
· Pleural 
 
Considerações gerais 
A aspiração das secreções da orofaringe durante o sono em indivíduos normais raramente causa 
doença. Mas nos doentes com DIMINUIÇÃO DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA, por DROGAS ou 
ÁLCOOL, ANESTESIA GERAL ou DOENÇA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL, DOENÇA 
ESOFÁGICA e aqueles com TUBOS TRAQUEAIS ou NASOGÁSTRICOS a possibilidade de 
aspiração de grandes quantidades de secreções é mais fácil. 
Os segmentos pulmonares mais atingidos são os posteriores dos lobos superiores e basilares e 
superiores dos lobos inferiores. A posição do corpo quando as secreções são aspiradas determina 
o segmento atingido. 
Em dois terços estão infectados por múltiplos microorganismos anaeróbicos e nos restantes 
também estão associados microorganismos aeróbicos. 
 
Clínica 
Febre, perda de peso, mal estar geral e a tosse por vezes é de cheiro fétido. 
 
 20 
Exames Laboratoriais 
A colheita de expectoração não é eficaz para a identificação do gérmen. A BFO ou a aspiração 
transtraqueal ou transtoráxica não são necessárias. 
 
Imagiologia 
Para além das imagens segmentares já referidas de consolidação pode ocorrer ABCESSO 
pulmonar que aparece como uma cavidade de paredes espessas solitária e rodeada de 
consolidação. Normalmente está presente um nível hidro-aéreo. No EMPIEMA o líquido é 
purulento. 
 
Tratamento 
Penicilina G ou Clindamicina são os antibióticos de escolha para o tratamento das infecções por 
anaeróbios. 
 
 
INFILTADOS PULMONARES NOS DOENTES IMUNODEPRIMIDOS 
 
As pneumonias em doentes imunodeprimidos podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos ou 
parasitas mas nem todos os infiltrados pulmonares nestes doentes são causados por infecções. 
Edema pulmonar, reacções a fármacos, doença neoplásica e radioterapia podem simular infecção. 
 
É importanteconhecer o tipo de déficit imunológico. Determinados déficits predispôem mais a 
um tipo de infecções que outras. 
 
Por ex. Deficiências na Imunidade Humoral (Acs) predispôe a infecções bacterianas, enquanto 
que as Deficiências na Imunidade Celular predispôem a infecções por vírus, fungos e parasitas. 
 
Neutropenia e Disfunção dos leucócitos como acontece na leucemia e nas neoplasias e durante 
quimioterapia, predispôe às infecções por Estafilococos Aureus, Aspergillus, bacilos Gram-
negativos e Cândida Albicans. 
 
Os infiltrados difusos são comuns nas pneumonias por Pneumocystis carinni e vírus. As infecções 
bacterianas e por fungos são normalmente mais localizadas. 
A Evolução temporal também fornece informações sobre o tipo de agente infeccioso: as 
infecções bacterianas são de evolução aguda enquanto que as outras têm um comportamente mais 
insidioso. 
 
Um bom método para o diagnóstico é a colheita das secreções do lavado bronco alveolar por BFO. 
 
A BIÓPSIA PULMONAR, actualmente realizada por toracoescopia assistida por vídeo é 
considerado o melhor método para o diagnóstico destes infiltrados pulmonares mas raramente é 
necessário não alterando a terapêutica empírica. 
 
 
 21 
4ªAULA 
 
TUBERCULOSE PULMONAR 
 
 
 
 
Tuberculose Primária Tuberculose-Sequelas 
 
Essencial para o diagnóstico 
· Fadiga, perda de peso, febre, suores nocturnos 
· Tosse produtiva. Infiltrados pulmonares no RX 
· Intradermo-reacção (IDR) positiva (na maioria dos casos) 
· Bacilos ácido-álcool resistentes no exame directo da expectoração ou na cultura 
 
Considerações Gerais 
A infecção começa quando um indivíduo susceptível inala o M. Tuberculosis. A DISSEMINAÇÃO 
HEMATOGÉNICA e LINFÁTICA ocorre antes de ocorrer qualquer reacção imunológica do 
hospedeiro. É a TUBERCULOSE PRIMÁRIA. Se a resposta imune é inadequada pode-se 
desenvolver doença nesta fase (1/3 dos casos). 
A disseminação hematogénica do foco primário para os pulmões (TUBERCULOSE “MILIAR”), 
pleura ou extra-pulmonar (meninges, osso, fígado, rins....) é uma complicação rara desta forma. 
Normalmente (2/3 dos casos) os bacilos mantêm-se quiescentes (viáveis) durante anos e caso 
haja diminuição das defesas pode ocorrer doença num desses órgãos. 
A tuberculose EXTRA-PULMONAR é muito frequente nos doentes com SIDA. 
M. Tuberculosis RESISTENTE a uma ou mais fármacos está a aumentar de frequência. Contacto 
com indivíduos emigrados de regiões com uma alta prevalência destas estirpes, não cumprimento 
da terapêutica e terapêuticas anteriores ineficazes são algumas das causas. 
 
Clínica 
Fadiga, perda de peso, anorexia, temperatura sub-febril e suores nocturnos. Tosse que 
inicialmente é seca e depois produtiva e por vezes hemoptóica. 
 
 22 
Exames Laboratoriais 
O diagnóstico definitivo é feito pela identificação do MT no exame directo ou por cultura. 
Quando a expectoração é negativa mas a suspeita se mantém, a colheita através de BFO ou do 
suco gástrico são os próximos passos. As culturas podem demorar 6-8 semanas. 
O diagnóstico SEROLÓGICO por método de ELISA titulando os Acs contra os antigénios do BK 
parece ser promissor. 
 
Imagiologia 
Como a tuberculose primária é geralmente assintomática não são obtidos RXs. Contudo, podem-se 
observar infiltrados homogénios de pequenas dimensões normalmente nos lobos superiores 
acompanhados adenopatias hilares ou para-traqueais e atelectasias (complexo de Ghon). 
Pós-primária TP ou reactivação está associada a várias alterações radiológicas que incluem: 
doença fibro-cavitária apical, nódulos e infiltrados. As localizações preferenciais são os lobos 
superiores e os segmentos superiores dos lobos inferiores. 
 
Outros Exames 
A IDR positiva apenas identifica os indivíduos que em alguma altura da sua vida foram infectados 
pelo BK mas não distingue entre doença activa actual de infecção antiga. Considera-se uma 
reacção positiva quando a área de induração é superior a 10 mm ou 5 mm nos doentes com SIDA. 
A noção de “viragem” é o saber que um indivíduo que antes não era reactivo passou a sê-lo ou que 
a intensidade da reacção é agora maior. 
Os falsos positivos ocorrem geralmente em infecções por outras mycobacterias (avium...). 
Os falsos negativos ocorrem em doentes idosos, mal nutridos, com doenças imunológicas, 
terapêutica com corticosteróides, insuficiência renal, neoplasias linfoproliferativas.... 
 
Tratamento 
O critério para internamento depende apenas da gravidade da doença. Neste caso deve ficar em 
isolamento. Devem ser feitas pesquisas de BK na expectoração mensalmente até que seja 
negativo. 
A primeira opção é um regime com 4 fármacos: isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol 
ou estreptomicina. A pirazinamida deve ser suspensa ao fim de 2 meses e o tratamento completo 
deve durar pelo menos 6 meses ou mais 3 meses após a pesquisa de BK na expectoração ser 
negativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
CARCINOMA E COMPLICAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
Essencial para o diagnóstico 
· Tosse, dispneia , hemoptises, anorexia e perda de peso na maioria dos doentes 
· Exame físico variável dependendo do estadio da doença 
· No Rx observam-se massas, infiltrados difusos, atelectasias e cavitação ou derrame pleural 
· diagnóstico é feito pela demonstração de células neoplásicas na expectoração, espaço pleural 
 ou no tecido pulmonar 
 
 
Considerações Gerais 
O carcinoma do pulmão é responsável pela morte de cerca de 32% (homens) e 25% (mulheres) de 
entre o total de mortes por cancro. A maioria ocorre entre os 50 e os 70 anos. 
O Tabagismo é a causa mais importante. Outras causas incluem: exposição a radiações, asbestos, 
metais pesados (níquel, crómio) e carcinogénios industriais. 
O carcinoma pulmonar em não fumadores é raro. 
 
Clínica 
Apenas 10-25% dos doentes apresentam sintomas à data do diagnóstico. Quando existam são 
geralmente incuráveis. 
Os sintomas iniciais podem ser inespecíficos como TOSSE, DISPNEIA, DORES TORÁXICAS, 
PERDA DE PESO E HEMOPTISES. 
O exame físico pode ser completamente normal. Tumores centrais que obstruam um brônquio 
por ex. podem provocar atelectasia e pneumonia pós obstrutiva. A extensão do tumor à pleura 
pode provocar derrame pleural. 
 
 
 
 
 24 
Síndromas Paraneoplásicas são manifestações à distância (em outros órgãos) não provocadas 
pelo efeito de massa do tumor primário ou suas metástases. 
 
Classificação Síndroma Tipo histológico 
Endócrino ou Metabólico -Síndroma de Cushing 
-Síndroma de Secreção Inapropriada 
 de Hormona Anti-Diurética 
-Hipercalcémia 
-Ginecomastia 
Pequenas Células 
Pequenas Células 
 
Epidermóide 
De Grandes Células 
Ósteo-articular e tecido 
conjuntivo 
-Dedos em baqueta de tambor 
-Osteoartropatia hipertrófica 
 pulmonar 
Epidermóide, 
adenocarcinoma e grandes 
células 
Neuromuscular -Neuropatia periférica 
 (sensorial ou sensoriomotor) 
-Degeneração Cerebelar 
 Subaguda 
-“Miastenia” 
- Dermatomiosite 
Pequenas células 
 
Pequenas células 
 
Pequenas células 
Todos 
Cardiovascular -Tromboflebite 
- Endocardite Não Bacteriana 
Adenocarcinoma 
Hematológico Anemia 
Coagulação Intravascular Disseminada 
Eosinofilia 
Trombocitose 
Todos 
Cutâneos Acantose Nigricans 
Eritema Giratum Repens 
Todos 
 
 
 
 
 
 25 
Exames Laboratoriais 
O DIAGNÓSTICO DEFINITIVO exige a evidência histológica de cancro. A análise citológica da 
expectoração permite um diagnóstico definitivo em 40 a 60% dos casos. Do mesmo modo o 
exame citológico do líquido de derrame pleural também permite um diag. Citológico em 40 a 50% 
dos casos. A biópsia pleural dá resultados positivos em 55 
 
Outros métodos: BFO, Aspirado/Biópsia percutânea, Mediastinoscopia, Biópsia ganglionar, 
Biópsia de outra localização (secundária do tumor), Toracotomia. 
 
Imagiologia 
Os achados radiológicosnão são específicos. Podem observar-se: Alargamento do Mediastino ou 
Massas hilares, Massas Periféricas, Atelectasias, Infiltrados, Cavitação e Derrames Pleurais. 
Massas múltiplas, consolidação e envolvimento da parede toráxica não é comum. 
O carcinoma EPIDERMÓIDE e de PEQUENAS CÉLULAS localizam-se mais no centro (HILOS E 
MEDIASTINO). 
CAVITAÇÃO sugere mais o tipo EPIDERMÓIDE. AS MASSAS PERIFÉRICAS ocorrem 
geralmente no ADENOCARCINOMA. 
A TAC é importante para avaliar o envolvimento do restante parênquima, pleura. A RMN é 
importante para avaliar a extensão às estruturas mediastínicas. 
 
Outros Exames 
O ESTADIAMENTO é fundamental para avaliar da possibilidade de intervenção cirúrgica. TAC 
TORACOABDOMNINAL, por vezes RX do esqueleto e CINTIGRAMA OSTEOARTICULAR e 
avaliação cirúrgica do mediastino determinam a possibilidade do tratamento curativo (....). 
 
Complicações 
· Síndroma da Veia Cava Superior 
· Paralisia do Nervo Frénico 
· Paralisia do Nervo Laríngeo 
 
 26 
Estadiamento 
Sistema TMN. T refere-se às dimensões do tumor; N ao envolvimento ganglionar; M a 
metastização. 
 
ESTADIO T N M 
0 Tis (in situ) - - 
IA 
IB 
T1 
T2 
N0 
N0 
M0 
M0 
IIA 
IIB 
 
T1 
T2 
T3 
N1 
N1 
N0 
M0 
M0 
M0 
IIIA T3 
T1 
T2 
T3 
N1 
N2 
N2 
N2 
M0 
IIIB T4 
T4 
T4 
T1 
T2 
T3 
T4 
N0 
N1 
N2 
N3 
N3 
N3 
N3 
M0 
IV Qualquer Qualquer M1 
 
 
Prognóstico 
A SOBREVIDA global aos 5 anos para os carcinomas do pulmão é de 10 a 15%. 
Determinantes: 
· Estadio 
· Estado geral de saúde do doente 
· Idade 
· Tipo Histológico do Tumor 
· Taxa de Crescimento do Tumor 
· Tipo de Terapia 
 
Em média a SOBREVIDA dos doentes com: 
C. Epidermóide após resseção é de 35-40% 
No Adenocarcinoma e de Grande Células é de 25% 
e no de Pequenas Células é rara 
 
 
 
 
 
 
 27 
SOBREVIDA AOS 5 ANOS EM FUNÇÃO DO ESTADIO DO TUMOR 
 
TMN SOBREVIDA 
Oculto 70-80% 
0 Desconhece-se 
I 50% 
II 30% 
IIIA 10-15% 
IIIB <5% 
IV <2% 
 
 
Tratamento 
As principais opções terapêuticas são: CIRURGIA, QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA 
O LASER é por vezes utilizado para tratar hemoptises ou obstruções brônquicas importantes 
que condicionam dispneia. 
A CIRURGIA é utilizada nos casos de tumores excepto os de PEQUENAS CÉLULAS. 
São CONTRA-INDICAÇÕES À CIRURGIA: 
· Metástases extrapulmonares 
· Envolvimento da Traqueia 
· Ou envolvimento proximal dos brônquios principais (< 2 cm da carina) 
· Derrame pleural 
· Paralisia do recorrente ou laríngeo 
· Síndrome da Veia Cava Superior 
· Envolvimento do Esófago ou Pericárdio 
· Extensão aos gânglios linfáticos do mediastino contra-lateral 
· Mau estado geral 
 
Metástases Cerebrais: radioterapia e/ou corticosteróides 
 
Nos doentes com CARCINOMAS DE NÃO PEQUENAS CÉLULAS a QUIMIOTERAPIA E/OU 
RADIOTERAPIA ADJUVANTE não tem dado resultados. 
 
Nos CARCINOMAS DE PEQUENAS CÉLULAS a terapêutica é a QUIMIOTERAPIA 
COMBINADA mas os resultados não são muito animadores. 
 
A RADIOTERAPIA é utilizada como PALIATIVA nos casos de MTT óssea, dispneia por 
obstrução brônquica, hemoptises, S. Veia cava superior (excepto se o tumor for de pequenas 
células) 
 
 
 
 
 
 
 28 
NÓDULO SOLITÁRIO 
 
Um nódulo solitário do pulmão é uma lesão bem circunscrita redonda ou oval (< 5 cm de diâmetro). 
(As lesões maiores designam-se por massas). Pode ocorrer: cavitação, calcificação ou lesões 
satélites. 
Cerca de 25% dos doentes com carcinoma do pulmão apresentam-se desta forma. 
Em 60% dos casos são lesões BENIGNAS: granulomas infecciosos. 
Nos restantes 40% trata-se de lesões MALIGNAS: (3/4) carcinoma primário do pulmão mas 
também (raramente ser secundário). 
 
A lesão é quase de certeza BENIGNA se: 
tempo de duplicação do seu volume for inferior a 30 dias ou superior a 500 dias 
Se for calcificada (central, mosqueada ou laminar) 
Idade jovem 
Ausência de sintomas 
< 2 cm 
margens bem definidas 
 
No caso do CARCINOMA PRIMÁRIO 
Ø >2 cm 
Ø margens mal definidas 
Ø raramente há calcificação 
Ø > 45 anos 
 
No caso de LOCALIZAÇÃO SECUNDÁRIA DE OUTRO TUMOR 
Margens bem definidas ou lobuladas 
Localização periférica 
Localização nos lobos inferiores 
Sem lesões satélites 
 
 29 
Os TESTES CUTÂNEOS e SEROLÓGICOS para pesquisa de fungos não são habitualmente úteis. 
Exame Citológico da expectoração pode permitir a identificação de células neoplásica. Mas nos 
nódulos pequenos e periféricos raramente é positivo. 
A COMPARAÇÃO COM EXAMES RADIOGRÁFICOS ANTERIORES É MUITO IMPORTANTE. 
BFO, TAC de ALTA RESOLUÇÃO (cortes de 1,5 a 5 mm), BIÓPSIA PERCUTÂNEA são outros 
dos exames que se podem utilizar. 
 
PROCEDIMENTO 
WAIT AND SEE (NO CASO DE LESÕES COM CARACTERÍSTICAS DE BENIGNIDADE). 
TORACOESCOPIA ASSISTIDA POR VÍDEO PERMITE BIÓPSIA EVITANDO UMA CIRURGIA. 
 
 
 
 
 
 
 30 
CARCINOMA PULMONAR SECUNDÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
São as metástases de carcinomas de localização extra-pulmonar que atingiram os pulmões por via 
hematogénica, linfática ou por contiguidade. Quase todos os carcinomas podem disseminar-se 
para os pulmões. 
A LINFANGITE CARCINOMATOSA é um infiltrado difuso dos linfáticos pulmonares. 
 
Clínica 
Os sintomas incluem: tosse, hemeptises, dispneia; normalmente as queixas principais dos doente 
estão relacionadas com a localização do tumor primário. 
 
Exames Laboratoriais 
O diagnóstico passa por identificar o tumor primário. Se se suspeita de um carcinoma da mama, 
cólon, tiróide, próstata, osteosarcoma ou outro, os exames deverão ser feitos em consonância. 
Por vezes, a localização primária é difícil e, nestes casos, o exame anatomopatológico da lesão 
secundária no pulmão (biópsia transtoráxica, por BFO) permitirá definir que tipo histológico está 
em causa e qual a localização provável. 
 
Imagiologia 
O RX do Tórax mostra geral/ 
múltiplas imagens nodulares, 
com alguns mm até imagens maiores – massas, 
normalmente nas bases, subpleurais 
A TAC é mais útil pela sua maior sensibilidade em detectar as lesões pulmonares. 
 
Diagnóstico Diferencial 
Malformações artério-venosas pulmonares 
Abcessos pulmonares 
Infecções Granulomatosas 
 31 
Sarcoidose 
Nódulos da Artrite Reumatóide 
Granulomatose de Wegener 
 
Tratamento 
Resseção do tumor a nível pulmonar se exequível desde que o tumor primário possa também ser 
tratado (cirurgicamente ou com RT ou QT) e desde que não haja metastização para outros 
órgãos como o fígado ou esqueleto. 
 
São CONTRA-INDICAÇÕES RELATIVAS 
Ø atingimento pleural 
Múltiplas lesões pulmonares 
Melanoma maligno 
 
 
 
MASSAS MEDIASTÍNICAS 
 
 
 
 
Sarcoidose-Linfadenopatias, mediastino Timoma-Massa Mediastínica 
 
 
As MASSAS MEDIASTÍNICAS podem ocorrer na sequência de doenças CARDIOVASCULARES, 
INFECÇÕES, SARCOIDOSE, NEOPLASIAS OU TRAUMATISMOS. 
O mediastino divide-se em 3 compartimentos: ANTERIOR, MÉDIO E POSTERIOR. 
Facilita o diagnóstico diferencial das lesões que aí ocorram, já que determinadas doenças têm 
mais propensão a localizar-se num ou noutro segmento ou porque as estruturas/órgãos atingidas 
aí se localizam. 
Uma MASSA localizada no mediastino ANTERIOR poderá corresponder a um TIMOMA, 
TERATOMA, LESÕES DA TIRÓIDE, LINFOMA, LIPOMA OU FIBROMA. 
No mediastino MÉDIO: LINFADENOPATIAS, ALARGAMENTO DA ARTÉRIA PULMONAR, 
ANEURISMA DA AORTA, QUISTO BRONCOGÉNICO, PLEURO-PERICÁRDICO ou HÉRNIA DO 
HIATO ESOFÁGICO. 
 32 
As MASSAS de localização POSTERIOR incluem: HÉRNIA DO HIATO, TUMOR 
NEUROGÉNICO, MENINGOCELO, DOENÇA DA COLUNA VERTEBRAL (ABCESSO 
OSSIFLUENTE, M. MÚLTIPLO...). 
 
Clínica 
Os sintomas são inespecíficos ou corresponderem ao efeito de massa (compressão) das 
estruturas adjacentes. Disfagia, dispneia, dor retroesternal. 
 
Imagiologia 
A TAC é melhor que o RX simples e dependendo das estruturas quepossam estar envolvidas 
podem ser necessários outros exames como ESTUDO BARITADO ESOFÁGICO, VENOGRAFIA 
(DA VCS, BRAQUIOCEFÁLICAS), ARTERIOGRAFIA E RMN. 
A RMN têm como vantagens 
Ø Distinguir entre massas e lesões vasculares 
Ø Não necessitar de meios de contraste 
Ø Melhor delimitação das estruturas hilares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
5ª AULA 
 
TEP – TROMBOEMBOLIA PULMONAR 
 
Essencial para o Diagnóstico 
Ø Predisposição para tromboses venosas, normalmente nos membros inferiores 
Ø Dispneia de início súbito, dor toráxica, ansiedade, hemoptises, sincope 
Ø Alcalose respiratória aguda e Hipoxémia na maioria dos doentes 
Ø Defeitos de ventilação perfusão no cintigrama pulmonar 
Ø Diagnóstico definitivo por angiografia 
 
Considerações Gerais 
Os êmbolos pulmonares têm a sua origem em trombos originados na circulação venosa, a partir de 
tumores que atinjam a circulação ou de outras origens: líquido amniótico, ar, medula óssea e 
corpos estranhos intravenosos. 
Mais de 90% dos êmbolos pulmonares têm a sua origem nas veias profundas dos membros 
inferiores. 
Os FACTORES DE RISCO para trombose venosa incluem: ESTASE VENOSA, LESÃO DO 
ENDOTÉLIO VASCULAR E HIPERCOAGUABILIDADE (CONTRACEPTIVOS ORAIS, CANCRO, 
DEFICIÊNC IA DE PROTEÍNA C OU S, DEFICIÊNCIA DE ANTITROMBINA III). 
OUTROS FACTORES DE RISCO: ACAMAMENTO PROLONGADO, CIRURGIA, IDADE AVANÇADA, AVC, 
ENFARTE DO MIOCÁRDIO, INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA, OBESIDADE E FRACTURAS 
DA CABEÇA DO FÉMUR. 
 
As consequências da TEP são MECÂNICAS por obstrução ao fluxo de sangue pulmonar e 
REFEXAS (NEURO-HUMORAIS com VASOCONSTRIÇÃO. Daqui poderá resultar 
(DEPENDENDO DA INTENSIDADE DA OBSTRUÇÃO) um aumento da RESISTÊNCIA 
PULMONAR, hipertensão pulmonar e Insuficiência cardíaca dta. 
Por outro lado, poderá haver uma BRONCOCONSTRIÇÃO reflexa da área embolizada com 
diminuição da ventilação. 
 
 34 
Clínica 
Depende do tamanho do êmbolo e da existência prévia de patologia cárdio-pulmonar. 
Nenhum sinal ou sintoma ou associação destes é patogonomónico de TEP. 
Sintomas incluem dor toráxica, frequente/ pleurítica, dispneia, ansiedade, tosse, hemoptises. 
Os Sinais incluem: taquipneia, taquicardia e acentuação do compnente pulmonar do segundo tom 
cardíaco. 
TEP pode simular um enfarte do miocárdio, pneumonia, penumotórax. 
 
Exames Laboratoriais 
Gasometria revela usulamente uma ALCALOSE RESPIRATÓRIA devida à hiperventilação. Cerca 
de 90% apresentam hipóxemia. 
O ECG revela geral/ taquicardia e alterações inespecíficas de ST-T e raramente desvio do eixo 
para a dta. 
 
Imagiologia 
RX do Tórax: 
o mais comum é observar-se a ELEVAÇÃO DO DIAFRAGMA e INFILTRADO PULMONAR. Por 
vezes observam-se ATELECTASIAS LAMINARES, OLIGOÉMIA da área pulmonar embolizada. 
DERRAME PLEURAL de pequenas dimensões e uma IMAGEM TRIANGULAR de vértice virado 
para o hilo, quando haja enfarte. 
CINTIGRAMA PULMONAR: 
Embora o Cintigrama possa apresentar alterações também noutras patologias como DPOC, Asma, 
Insuficiência Cardíaca é, contudo, um elemento importante de diagnóstico ao revelar zonas não 
perfundidas sem alterações na prova de ventilação ou no RX. 
OUTROS: 
Detecção de trombose venosa profunda nos membros inferiores. 
A Angiografia, por causa das eventuais complicações, está aconselhada quando é necessário um 
diagnóstico definitivo por haver Contra-indicações para a Anticoagulação 
 
Prevenção 
Anticoagulação dos doentes em risco. Doses baixas de heparina por ex. 5000 unidades cada 8 ou 
12 horas iniciadas 2 horas depois da cirurgia. Do mesmo modo se pode administrar fraxiparina. 
 
Tratamento 
ANTICOAGULAÇÃO 
A terapêutica com HEPARINA é mais preventiva de novas embolias que curativa. Deve ser 
administrada numa dose de cerca de 1.300 U/hora e monitorizar o TTP que deve ficar em 2X o 
normal, o tratamento deve durar 4-7 dias; devem ser monitorizadas as plaquetas já que pode 
este tratamento pode determinar TROMBOCITOPENIA. 
Os anticoagulantes orais devem ser iniciados ao mesmo tempo que a heparina e monitorizar o 
INR ou a Protrombinémia. A duração do tratamento c/ anticoagulantes é em média de 3 meses 
podendo ser maior nos casos de ICC, estase venosa ou imobilidade prolongada. 
TERAPÊUTICA TROMBOLÍTICA 
 35 
A LISE DO ÊMBOLO “IN SITU” é a único e definitivo trata/ da TEP. São utilizados a 
ESTREPTOQUINASE E A UROQUINASE. Contudo, os trabalhos feitos c/ estas terapêuticas 
não revelaram um aumento de sobrevida e apresenta também riscos de hemorragia. 
 
 
DOENÇAS OCUPACIONAIS 
 
Muitas doenças pulmonares, agudas ou crónicas, estão directamente relacionadas com a inalação 
de substâncias encontradas no local de trabalho. 
São as PNEUMOCONIOSES, PNEUMONITES DE HIPERSENSIBILIDADE, SÍNDROMAS 
OBSTRUTIVOS, CARCINOMA PULMONAR, DOENÇAS PLEURAIS (Beriliose)... 
 
PNEUMOCONIOSES 
São doenças pulmonares crónicas caracterizadas por FIBROSE PULMONAR. 
1. Pneumoconiose dos trabalhadores c/ Carvão 
Observam-se no RX múltiplas imagens nodulares especialmente nos andares superiores. Estão 
normalmente assintomáticos. 
2. Silicose 
 
 
 
Silicose Fibrose Pulmonar-Silicose 
 
 
Múltiplas imagens nodulares pulmonares, caracteristicamente (embora rara/) calcificação do 
gânglios hilares ou periféricos. Estes doentes têm uma maior incidência de TP. 
3. Asbestose 
No Rx observa-se uma fibrose intersticial, espessamento da pleura e placas calcificadas nos 
diafragmas e parede toráxica (pleurais). Estes doentes apresentam dispneia, fervores 
inspiratórios e, nalguns casos, cianose e dedos em baqueta de tambor. 
 
 
 
 
 36 
PNEUMONITES POR HIPERSENSIBILIDADE 
(Ou Alveolite Alérgica Extrínseca) 
 
 
 
 
 
A forma aguda caracteriza-se por dispneia súbita, febre, arrepios, mal estar e náuseas 4-8 
horas após a exposição ao alergénio. 
No RX observam-se pequenos nódulos nos ápexes e bases. Os Estudos de Função Pulmonar 
revelam uma síndroma obstrutiva. 
Uma forma subaguda com dispneia e tosse progressivas, anorexia e emagrecimento ocorre em 
15% dos casos; mias tarde desenvolve-se insuficiência respiratória crónica e fibrose pulmonar. 
O TRATAMENTO das pneumonites de hipersensibilidade consiste na identificação do agente 
agressor, evitar exposições posteriores e tratamento c/ corticosteróides. 
 
SÍNDROMAS OBSTRUTIVAS 
1. Asma Ocupacional 
Os agentes agressores são muitos: pó de madeiras, tabaco, pólens, enzimas, goma arábica, 
substâncias sintéticas, goma arábica, resinas, sais de níquel, crómio...... 
O diagnóstico é feito através de estudos de espirometria no local de trabalho e fora do mesmo e 
testes de provocação com o agente suspeito. 
2. Bronquite Industrial 
É uma Bronquite Crónica que ocorre em trabalhadores c/ carvão, algodão.. 
 
CARCINOMA DO PULMÃO 
Vários carcinogénios pulmonares têm sido identificados: arsénio, asbesto, óleo de petróleo, óle 
de isopropil, gas mostarda, tintas.... 
Todos os tipos histológicos de tumores pulmonares podem ser provocados p/ qualquer destes 
carcinogénios. O Asbesto pode também provovar Mesotelioma. 
 
 
 
 37 
DOENÇAS PULMONARES INDUZIDAS POR DROGAS 
 
 
 
 
A lesão pulmonar pode ocorrer de modo idiossincrático, alergia, dose-excessiva ou efeito 
secundário. O Diagnóstico é difícil por não haver clínica ou padrão radiológico especifíco. 
Normalmente, os sintomas desaparecem 24-48 horas após a suspensão do fármaco. 
 
Asma 
 Betabloqueantes 
 Aspirina, AINEs 
 Histamina 
Edema Pulmonar 
 Não Cardiogénico 
 Aspirina, Cocaína, Heroína 
 Cardiogénico 
 Propanolol 
Tosse 
 IECA 
 Beclometasona 
Derrames Pleurais 
 Bromocriptina 
 Nitrofurantoína 
 Metilsergide 
 Citostáticos 
Infiltrados Pulmonares 
 Com Eosinofilia 
 Sufamidas 
 Penicilina 
 Metotrexato 
Sem Eosinofilia 
 Amitriptilina 
 Amiodarona 
Alargamento Mediastínico 
 Fenitoína 
 Corticosteroides 
 Metotrexato 
LES induzido 
 HidralazidaProcainamida 
 Isoniazida 
 Cloropromazina 
Insuficiência Respiratória 
 Bloqueio Neuro-muscular 
 Aminoglicosideos 
 Metocurina 
 Depressão SNC 
 Sedativos, Hipnóticos, Narcóticos 
 Álcool, Antidipressivos tricíclicos 
 Óxigénio 
Pneumonite Intersticial 
/Fibrose 
 Nitrofurantína 
 Bleomicina 
 Ciclofosfamida 
 
 
 38 
INDUZIDAS POR RADIOTERAPIA 
 
 
O pulmão é um órgão radiosensível. A resposta é determinada pelo VOLUME de pulmão irradiado, 
a DOSE e o TEMPO em que ocorreu a exposição. 
É também importante se o doente está a fazer ou fez QUIMIOTERAPIA, RT prévia ou patologia 
pulmonar prévia. 
10% dos doentes c/ carcinoma da MAMA tratados c/ RT, 5-15% dos do PULMÃO, e 5-33% dos 
LINFOMAS apresentam estas complicações. 
Há duas formas de apresentação: uma AGUDA (PNEUMONITE por Radiações) e uma CRÓNICA 
(FIBROSE) 
 
PNEUMONITE POR RADIAÇÕES 
Ocorre normalmente 2-3 meses (intervalo de1 a 6 meses) após a RT. 
Caracteriza-se por DISPNEIA de início INSIDIOSO, TOSSE, DORES TORÁXICAS, ASTENIA 
E FEBRE. Apresenta-se como uma Alveolite Linfocitária intersticial. 
Os testes de Função Pulmonar revelam: redução dos VOLUMES PULMONARES e na gasometria 
HIPOXÉMIA. 
O Rx mostra infiltrados pulmonares nodulares e na área irradiada uma opacificação em “vidro 
moído”. 
O TRATAMENTO consiste em administração de aspirina, supressores da tosse e 
corticosteróides. A resposta à terapêutica dá-se em 2-3 semanas. 
 
FIBROSE PULMONAR 
Ocorre quase invariavelmente em todos os doentes submetidos a RT por c. pulmão ou da mama. 
Aparece cerca de 6-12 meses após a RT. A maioria dos doentes encontra-se ASSINTOMÁTICA 
O RX mostra FIBROSE INTERSTICIAL PULMONAR E PLEURAL; nos TFR há redução dos 
VOLUMES pulmonares. Não é necessária qq terapêutica e os corticosteróides não têm 
interesse. 
 
 
 39 
OUTRAS COMPLICAÇÕES DA RADIOTERAPIA 
DERRAME PLEURAL OU PERICÁRDICO, PERICARDITE CONSTRITIVA, FÍSTULA TRAQUEO-
ESOFÁGICA, CANDIDIASE ESOFÁGICA, FRACTURAS DE COSTELAS, PNEUMONITE EM ÁREAS NÃO 
IRRADIADAS. 
 
 
APNEIA DO SONO 
Os principais mecanismos que controlam a ventilação são a PO2, PCO2 e ph arteriais e o ph do 
líquido cefalorraquídeo. 
Anomalias da Ventilação durante o sono manifestam-se por APNEIA (paragem da respiração 
durante pelo menos 10 Seg.). 
A apneia é CENTRAL se não há ESFORÇO VENTILATÓRIO. Diz-se OBSTRUTIVA se apesar do 
esforço ventilatório não há “fluxo aéreo” por haver OBSTRUÇÃO TRANSITÓRIO das vias 
aéreas superiores. 
A APNEIA CENTRAL PURA é rara: pode ocorrer em doentes com hipoventilação primária ou em 
doentes com lesões cerebrais. 
A APNEIA AOBSTRUTIVA OU MISTA é mais comum: ARRITMIAS CARDÍACAS, HIPOXÉMIA 
SEVERA DURANTE O SONO, ICC, HIPERTENSÃO PULMONAR, ERITROCITOSE 
SECUNDÁRIA.. 
O Diagnóstico definitivo inclui observação por ORL. Monitorização durante o sono do EEG, 
Electro-oculografia, ECG, oximetria.... 
 
APNEIA OBSTRUTIVA 
A obstrução ocorre quando há perda do TONUS DOS MÚSCULOS DA FARINGE colapsando 
durante a inspiração. Doentes c/ macroglossia, obesidade ou hipertrofia das amígdalas podem 
também desenvolver este tipo de apneia. Alcoolismo, toma de sedativos ou obstrução nasal (p.ex. 
síndromas gripais) podem também precipitar esta situação. Hipotiroidismo e consumo excessivo 
de tabaco também podem favorecer o aparecimento de apneia. 
 
Clínica 
Sonolência durante o dia, astenia, cefaleias, diminuição das capacidades intelectuais. 
É usual a eritrocitose. 
 
Tratamento 
O doente deve perder peso, abstenção de consumo de álcool e ser medicado c/ hipnóticos. 
O segundo passo é a administração de oxigénio por via nasal c/ pressão positiva. 
Uvulopalatofaringoplastia (resseção de 15 mm do palato mole e uvula); Septoplastia; 
Traqueostomia. 
 
 
SÍNDROMA DE HIPOVENTILAÇÃO-OBESIDADE - (Síndroma de Pickwick) 
Alguns doentes obesos apresentam hipoventilação. Hipoxémia, Hipercápnia e Policitémia são 
comons. Dizendo ao doente para hiperventilar durante 1 min. os valores gasométricos voltam ao 
normal. 
A terapêutica consiste na perda de peso e acetato de medoxyprogesterona 
 40 
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA 
 
É uma disfunção respiratória SEVERA, caracterizada por hipoxémia ou dificuldade na eliminação 
do PCO2, ao ponto de colocar em perigo os órgãos vitais. Considere-se um valor de PO2 < 60 mm 
Hg e uma PCO2 > 50 mm Hg. 
 
Doenças das Vias Aéreas 
 Asma 
 DPOC 
 Obstrução parcial da faringe, laringe, 
 traqueia ou brônquio principal 
Doenças Pulmonares Parenquimatosas 
 SDR (Síndroma de Dificuldade 
Respiratória) 
 Insuficiência Cardíaca Congestiva 
 Pneumonia 
 Pneumonite de hipersensibilidade 
 Aspiração 
Doenças Vasculares Pulmonares 
 TEP 
Doenças Parede Toráxica ou Pleura 
 Pneumotórax 
Doenças Neuromusculares 
 Overdose 
 S. Guillan-Barré 
 Botulismo 
 Lesão Medular 
 Polimielite 
 AVC 
 
Clínica 
Dispneia, cianose, confusão, ansiedade, delirium, taquipneia, taquicardia; Provocada pela 
hipercápnia – hiperémia periférica e conjuntival, taquipneia, edema da papila, diminuição do 
estado de consciência. 
 
Tratamento 
Terapêutica específica para a doença subjacente; ventilação assistida; cuidados gerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41 
SÍNDROME DE DIFICULDADE RESPIRATÓRIA 
 
Essencial para o Diagnóstico 
Ø História de factores de risco pulmonares ou sistémicos 
Ø Início súbito dos sintomas 
Ø Infiltrados pulmonares bilaterais 
Ø Ausência de sinais de insuficiência cardíaca esquerda 
 
Clínica 
Rápido início dos sintomas com dispneia intensa que ocorre 12-48 horas após o início da doença. 
Pode-se observar taquipneia, fervores crepitantes e retracção intercostal. 
O Rx revela infiltrado pulmonar intersticial difuso que rapidamente se transforma em alveolar. 
Há hipoxémia marcada resistente à administração de O2. 
A maioria destes doentes apresentam falência multiorgânica com compromisso renal, hepático, 
cardiovascular e SNC 
 
 CAUSAS de SDR 
Agressões Sistémicas Agressões Pulmonares 
Traumatismo Aspiração conteúdo gástrico 
Sépsis Embolia de trombos, gordura, 
 líquido amniótico 
Pancreatite Tuberculose miliar 
Choque Pneumonia 
 Viral 
 Mycoplasma 
 Legionella 
 Pneumocystis 
Transfusões múltiplas Inalação de gases tóxicos 
 Dióxido de Nitrogénio 
 Dióxido sulfúrico 
 Amónia 
Coagulação Intravascular 
 Disseminada 
Inalação de fumo 
Queimaduras Toxicidade p/ O2 
Fármacos 
 Narcóticos 
 Aspirina 
 Fenilbutazona 
 Colchicina 
 Lidocaína 
Contusões pulmonares 
Púrpura T. Trombótica Enforcamento 
Bypass Cárdio pulmonar Reexpansão 
Embolia gasosa 
Trauma craneano 
Intox. Paraquat 
 
Tratamento 
Identificação da causa e tratamento específico, quando possível. Ventilação assistida. 
Monitorização e cuidados gerais. 
 
 42 
DERRAMES PLEURAIS 
 
 
Derrame pleural-enquistado Calcificação Pneumotoráx 
 
Essencial p/ Diagnóstico 
ASSINTOMÁTICOS em muitos casos; DOR pleurítica se houver pleurisia; DISPNEIA se o 
derrame for volumoso 
Diminuição do frémito; macissez à percussão; diminuição de intensidade do M. Vesicular 
Evidência Radiológica de derrame 
Diagnóstico por toracocentese 
 
Há 5 tipos de principais de derrames: transudatos, exsudatos, 
empiema, hemotórax, quiloso 
 
Transudatos Exsudatos 
Insuficiência Cardíaca Congestiva Pneumonia (parapneumónico 
Cirrose c/ ascite Carcinoma 
Síndroma nefrótica Empiema 
Diálise peritoneal Tuberculose 
Mixedema Doenças tecido conjuntivo 
Síndroma da VCS Infecções virais 
Pericardite constritiva Parasitárias 
Embolia pulmonar Asbestose 
 S. Meigs 
 Pancreatite 
 Insuf. Renal 
 Quilotórax 
 Pós enfarte miocárdio 
 
Imagiologia 
É necessário haver mais de 250 ml de líquido para se poder detectar no RX PA; pode-se detectar 
no decúbito lateral desde que não esteja sepatado. 
 
Tratamento 
É o tratamento da doença de base mas também do próprio derrame.Os TRANSUDATOS 
raramente necessitam de drenagem a não ser que sejam muito volumosos 
Os derrames provocados por tumores podem necessitar de pleurodese. Derrames 
metapneumónicos (pós-pneumonia) geral/ respondem à antibioterapia. Nos casos de 
HEMOTÓRAX é necessária a drenagem imediata 
 43 
 
 
 
 44 
5ª Aula 
SEMIOLOGIA IMAGIOLÓGICA – TÓRAX 
 
TÉCNICAS DE EXPLORAÇÃO 
1. Teleradiografia simples 
2. Técnicas radiográficas especiais 
3. Radioscopia 
4. Ecografia 
5. Medicina Nuclear 
6. Tomografia Axial Computorizada 
7. Técnicas Biópsicas 
 
Teleradiografia simples 
 
Tórax, PA e Lateral 
Como no RX PA não se podem ver porções importantes do espaço retrocardíaco e dos lobos 
inferiores de ambos pulmões, esta perspectiva deve ser acompanhado de um perfil para se obter 
uma informação tridimensional. Por outro lado, o perfil, permite localizar lesões quer no 
parênquima pulmonar quer no mediastino. 
 
Lordótica 
Para a investigação dos ápices pulmonares que habitualmente estão “escondidos” pelas clavículas 
e costelas. 
 
Decúbitos Laterais 
Identificação de pequenos derrames de localização subpulmonar; para demonstar movimentos de 
massas ou corpos estranhos intra-cavitários (Aspergilomas, coágulos ou hidátides num quisto 
hidático. 
 
Grelha Costal 
Demonstração de Fracturas de costelas, metástases ou tumores ósseos primitivos. 
 
Radiografia em Expiração 
Demonstração dos movimentos diafragmáticos, detecção de pneumotórax, obstrução brônquica 
 
 
Técnicas Radiográficas Especiais 
 
Esofagograma 
Ø Essencial nas lesões mediastínicas, 
Ø tumores esofágicos, 
Ø confirmar refluxo esofágico como causa de lesões pulmonares, 
Ø detectar gânglios mediastínicos, avaliação das dimensões das cavidades cardíacas esquerdas, 
detecção de anomalias vasculares 
 
 45 
Tomografia Clássica 
A realização de cortes tomográficos de todo o tórax permite obter imagens mais precisas do do 
plano tomografado e está indicado nas seguintes situações: 
Ø presença de calcificações nas lesões parenquimatosas 
Ø caracterizar as lesões nodulares 
Ø presença ou não de cavitação 
Ø avaliação de tumores apicais 
Ø metástases pulmonares 
Ø adenopatias hilares e mediastínicas 
Ø lesões traqueais e dos brônquios principais 
 
Broncografia 
Visualização da Árvore Brônquica através do preenchimento da mesma c/ produto de contraste. 
Ø Bronquiectasias 
Ø Hemoptises – para demonstrar uma lesão sangrante 
Ø Lesões obstrutivas para além do alcance do BFO 
Ø Demonstração de Fístulas da Árvore Brônquica 
 
Angiografia 
Consiste na introdução de um produto de um meio de contraste hidrosolúvel nos vasos do tórax. 
Angiografia Pulmonar 
O produto de contraste é introduzido na artéria pulmonar ou selectivamente na artéria pulmonar 
esquerda ou direita. 
Indicações: 
DOENÇA CARDIOVASCULAR CONGÉNITA 
Ø Anomalias da artéria pulmonar (agenesia ou hipoplasia) 
Ø Coartação da artéria pulmonar 
Ø Dilatação de uma artéria pulmonar 
Ø Anomalias das Veias Pulmonares 
ALTERAÇÕES VASCULARES PERIFÉRICAS 
Ø Fístulas Artério-Venosas 
Ø Varizes venosas Pulmonares 
HIPERTENSÃO DA ARTÉRIA PULMONAR 
TROMBOEMBOLIA PULMONAR 
 
Angiografia Brônquica 
Diagnóstico das hemoptises de Etiologia Desconhecida ou como tratamento - embolizando a 
artéria brônquica sangrante. 
 
Angiografia toráxica 
Visualização da Aorta toráxica. 
Aneurisma Aórtico (traumático, arterioesclerótico, micótico, dissecante) 
Coartação da Aorta 
Patologia dos Grandes Vasos 
Sequestro Pulmonar (demonstração da artéria anómala que irriga o lóbulo sequestrado) 
 46 
Angiocardiografia 
Visualização das câmaras cardíacas permite estudar as anomalias congénitas como p.ex. as 
comunicações inter-auriculares ou inter-ventriculares 
 
Arteriografia Coronária 
Indicações: 
Ø Angina de peito; por vezes c/ ECG normal 
Ø Doentes Assintomáticos c/ alterações ECG de isquémia 
Ø Avaliação pós-operatória de um enfarte 
Ø Anomalias Congénitas das Coronárias 
Ø Aneurisma Ventricular 
Ø Insuficiência Mitral 
Ø Perfuração Septal 
Ø Enfarte do miocárdio 
 
 
Radioscopia 
Pouco utilizada actualmente a não ser para o estudo das doenças DIAFRAGMÁTICAS ou como 
ajuda em técnicas de CATETERISMO CARDÍACO, COLOCAÇÃO DE PACE-MAKER, 
BRONCOGRAFIA. 
 
Ecografia 
A ecografia no tórax tem aplicações muito limitadas por impossibilidade dos US atravessarem o 
osso e o ar. 
INDICAÇÕES: 
Lesões pleurais: 
Derrame, localização de empiemas, massas no espaço pleural, toracocentese difícil 
Doenças Parenquimatosas Pulmonares 
 Infiltrados da base pulmonar, massas em contacto c/ a pleura, opacificação hemitórax 
Massas Medíastinicas 
 Linfangioma, bócio, quisto pericárdico 
Diafragma 
 Lesões subdiafragmáticas, mobilidade diafragmática, massas hepáticas, paralisia frénico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
Medicina Nuclear 
 
Perfusão pulmonar 
Injecção IV de albumina marcada com Tc99. Diagnóstico de Tromboembolia Pulmonar (TEP) 
 
Ventilação pulmonar 
Xenon (Xe133); diagnóstico de TEP; Defeitos da função pulmonar por D. Cardíaca ou Pulmonar 
(precoce no Enfisema) 
 
Gamagrafia com Gálio67 
Ø Estadiamento dos Linfomas e Carcinoma Broncopulmonar 
Ø Follow-up dos doentes tratados por Linfoma: detecção de recidivas 
Ø Determinar a actividade, extensão e resposta ao tratamento em doenças inflamatórias como 
a TP, Sarcoidose, Pneumoconioses ou Fibrose Pulmonar 
 
 
 
TAC 
 
Mediastino: a possibilidade de medir densidades destas estruturas permite com esta técnica 
clarificar a natureza das lesões: massas sólidas, lipomas, quistos ... e perceber a sua localização e 
relação com os órgãos vizinhos ou a partir das quais se desenvolveram 
 
Estadiamento de tumores: invasão vascular, gânglios afectados, metastização 
 
Coração: Avaliação da espessura pericárdica (Pericardite constritiva) e presença de derrame 
pericárdico 
 
Avaliação da parede toráxica (costelas e esterno) e pleura 
 
 
 
Técnicas Biópsicas – Biópsia Percutânea 
 
Complicações: pneumotórax (10-20%), hemoptises (5%) 
 
Contra-Indicações: Quisto Hidático, tosse incontrolável, distúrbios da coagulação, lesões 
vasculares pulmonares, DPCO severa, hipertensão pulmonar. 
 
 
 
 
 
 
 
 48 
LESÕES DO ESPAÇO AÉREO: ALVEOLAR. ATELECTASIA 
As lesões alveolares são aquelas em que o ar do alvéolos foi substituído por exsudatos ou 
transudatos. 
 
SINAIS RADIOLÓGICOS 
As lesões alveolares têm margens mal definidas que se “fundem” com o tecido pulmonar não 
atingido por doença, excepto qdo atingem um cisura. 
Têm tendência a coalescer e a ter uma distribuição segmentar ou lobar contrariamente às lesões 
difusas que têm distribuição em “asas de borboleta” sendo muito mais intensas nas zonas hilares. 
Aparecem de um modo súbito e desaparecem também c/ alguma rapidez contrariamente às 
lesões difusas que apresentam um carácter mais insidioso. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES ALVEOLARES 
Podem dividir-se em LOCALIZADAS ou DIFUSAS, AGUDAS ou CRÓNICAS 
 
LESÕES ALVEOLARES LOCALIZADAS 
FREQUENTES POUCO FREQUENTES 
Pneumonia Sarcoidose 
Enfarte pulmonar Carcinoma de células alveolares 
Tuberculose Linfoma 
Atelectasia Micoses 
Contusão Pulmonar Edema pulmonar localizado 
“Rolhões” mucosos Pneumonites de Loeffer 
 Aspiração 
 
 
 
LESÕES ALVEOLARES LOCALIZADAS CAVITÁRIAS MÚLTIPLAS 
 
AGUDAS 
 
CRÓNICAS 
TEP com enfarte 
 - Séptico 
 - Não Séptico 
Tuberculose 
Pneumonia Micoses 
 Sarcoidose 
 Linfoma 
 Carcinoma de células pequenas 
 Granulomatoses não infecciosas 
 - Wegener 
 - G. Linfomatóide 
 - Sarcoidose necrotizante 
 - Síndroma de Churg-Strauss 
 
 
 49 
LESÕES DIFUSAS 
FREQUENTES POUCO FREQUENTES 
Edema pulmonar Hemorragia pulmonar 
- Trauma 
- Anticoagulantes 
- Hemossiderose Idiopática 
- Goodpasture 
Pneumonia de etiologia 
Ñ habitual 
Aspergilose AlérgicaPulmonar 
SDR do recém nascido Infiltrados Leucémicos 
Aspiração 
 
 
EDEMA PULMONAR 
CAUSAS FREQUENTES CAUSAS RARAS 
Aspiração Reacções alérgicas 
Cardíaco Colagenoses 
Cerebral Enforcamento 
Reacções a Drogas Altitude Elevada 
Excesso de Soros Hipoproteinémia 
Embolia gorda Malária 
Gases Tóxicos Afogamento 
Heroína Toxicidade pelo O2 
Embolia Pulmonar Pneumotoráx com drenagem brusca 
Urémia Crise de Hipertiroidismo 
Trauma torácico Reacção pós-transfusional 
 Reacções a meios de contraste 
 Insuficiência Hepática Fulminante 
 
 
EDEMA PULMONAR SEM CARDIOMEGÁLIA 
CARDIOVASCULARES NEUROLÓGICAS ALÉRGICAS DROGAS OUTRAS 
Doença Isquémica 
- c/ enfarte 
- s/ enfarte 
Pós Crise Convulsiva Benadril 
Ácido 
Paraminosalicílico 
Urémia 
Estenose Mitral Trauma Cerebral Edema 
“Altitude” 
?Glomerulonefrite 
 c/ IR Aguda 
Hemorragia Sub 
Aracnoideia 
 Sufocação 
Excesso de Líquidos Afogamento 
 Lúpus 
 Intox. Heroína 
 Mordedura de 
Serpente 
 50 
LESÕES ALVEOLARES DIFUSAS CRÓNICAS 
FREQUENTES RARAS 
Sarcoidose Pneumonia de <Hair Spray> 
Tuberculose Pneumonia Linfocítica 
Fungos Pneumonia Lipodeia Exógena 
 - Aspiração de Azeite mineral 
Carcinoma Alveolar Microlitíase alveolar 
Linfoma Histiocitose X 
 Granulomatose inespecífica 
 
 
 
 
ATELECTASIAS 
À perda de VOLUME de um pulmão, lóbulo ou segmento dá-se o nome de COLAPSO ou 
ATELECTASIA. Pode ser RADIOTRANSPARENTE (se não existir acumulação de líquido ou 
consolidação no seu interior) ou OPACIFICAÇÃO se houver líquido ou infiltrado pulmonar. 
 
TIPOS DE ATELECTASIA 
ATELECTASIA POR REABSORÇÃO: quando haja OBSTRUÇÃO entre a traqueia e os alvéolos 
ATELECTASIA PASSIVA: compressão por grandes DERRAMES ou PNEUMOTÓRAX 
ATELECTASIA P/ COMPRESSÃO: compressão p/ uma MASSA ou BOLHA 
ATELECTASIA Ñ OBSTRUTIVA ou ADESIVA: anomalias do SURFACTANTE PULMONAR 
ATELECTASIA CICATRICIAL ou FIBRÓTICA: é uma perda de volume pulmonar que acompanha 
geral/ processos fibróticos pulmonares, como na tuberculose pulmonar. 
 
CAUSAS DE ATELECTASIA 
FREQUENTES INFREQUENTES 
Tampões mucosos Asma 
Tumor brônquico benigno Broncolítiase 
Carcinoma brônquico Cardiomegália 
Corpo estranho Aneurisma Aórtico 
 Retracção Inflamatória (TP) 
 Pneumonia 
 Tubo endotraqueal colocado 
Muito baixo 
 Adenopatias 
 Ruptura traumática de brônquio 
 
SEMIOLOGIA 
 
SINAIS DIRECTOS DE COLAPSO 
Ø Deslocamento da cisura 
Ø Perda de “ar” – consolidação 
Ø Expansão do pulmão “restante” 
 51 
SINAIS INDIRECTOS 
Ø Elevação unilateral do diafragma 
Ø Desvio da traqueia (sobretudo na atelectasia do lobo superior) 
Ø Deslocamento do coração – só c/ atelectasias muito intensas 
Ø Estreitamento do espaço intercostal 
Ø Deslocamento hilar (normal/ o hilo esq. está mais elevado que o dto) 
Ø Enfisema pulmonar compensador (o tecido pulmonar na vizinhança da zona de atelectasia 
 expande-se e verifica-se uma hipertransparência. 
 
 
OPACIFICAÇÃO COMPLETA DE UM HEMITÓRAX 
Ø Derrame pleural importante 
Ø Atelectasia significativa 
Ø Consolidação por pneumonia 
Ø Traumatismo 
Ø Mesotelioma pleural 
Ø Tumor mediastínico 
Ø Hérnia diafragmática 
Ø Edema pulmonar unilateral 
Ø Pós-pneumectomia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52 
6ª AULA 
LESÕES INTERSTICIAIS. LESÕES INFILTRATIVAS DIFUSAS (pulmonares difusas) 
Há tendência em abandonar o termo lesões intersticiais já que muitas daquelas doenças que se 
pensava serem apenas intersticiais produzem normal/ padrões mistos (intersticiais e alveolares). 
PADRÕES MAIS HABITUAIS 
PADRÃO MILIAR OU MICRONODULAR 
São lesões nodulares de pequeno tamanho, < 1 cm, distribuídas uniformemente pelo parênquima 
pulmonar. 
 
Frequentes Menos Frequentes 
Granulomas 
Tuberculose miliar 
Silicose 
Pneumoconioses 
Granulomas 
Micoses 
 Sarcoidose 
 Artrite Reumatóide 
 Infecções virais 
Neoplásica 
Metástases 
- tiróide 
- rins 
- melanoma 
Neoplásicas 
Carcinoma células alveolares 
Linfoma 
 
Outras causas 
Hemosiderose secundária 
Outras causas 
Hemosiderose idiopática 
Reacção pós-transfusional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 53 
PADRÃO LINEAR 
Caracteriza-se pela existência de “linhas” no parênquima pulmonar 
A.Padrão linear ou linfangítico 
Apresenta as chamadas linhas B de Kerley e correspondem ao espessamento dos septos 
interlobulares, por edema, depósitos tumorais, hemosiderina, poeiras orgãnicas, fibrose, etc... 
São linhas horizontais de 1 ou 2 cm de comprimento situadas nos seios costodiafragmáticos e que 
se originam da superfície pleural para o interior do pulmão. 
 
Transitórias/Agudas Persistentes/Crónicas Menos Persistentes 
Edema pulmonar hidrostático 
- ICC 
- Hiperhidratação 
- Intox. Heroína 
Pneumoconioses Ca. Broncoalveolar 
Edema pulmonar por lesão da 
barreira alvéolo-capilar 
- S. Dificuldade Respiratória 
- Pneumonia viral 
- Pneumonias p/ fungos 
I. Cardíaca Pós hemorragia 
pulmonar 
 Linfangite carcinoma/ Linfangiectasia 
 Reacção tardia a drogas Doença Venoclusiva 
 
 
 
B. Linhas irregulares de pequena densidade (lineares mas não septais) 
São lesões lineares de forma irregular, mais grossas q as linhas de Kerley, que não seguem o 
padrão septal e são mais grosseiras. 
 
INFLAMATÓRIAS 
- Viral 
- Mycoplasma 
- Pneumocystis carinii 
COLAGENOSES, IMUNOLÓGICAS 
 OU DE HIPERSENSIBILIDADE 
- LES 
- Dermatomiosite 
- Artrite Reumatóide 
PNEUMOCONIOSES 
PNEUMONIAS INTERSTICIAIS CRÓNICAS 
OUTRAS 
- Sarcoidose 
- Neurofibromatose 
- Pneumonite pós radiação 
 
 
 
 54 
C. Lesões em “favo de mel” 
Dá-se este nome à presença no parênquima pulmonar de quistos de pequeno tamanho, até 1 cm, 
mais ou menos uniformes e redondos. 
Para muitos, a presença destas lesões corresponde a um estadio final de destruição pulmonar 
com fibrose. 
 
FREQUENTES MENOS FREQUENTES 
Fibrose Intersticial Drogas 
Pneumoconioses Doença de Gaucher 
Histiocitose X Pneumonias hipersensibilidade 
Esclerodermia, 
 Periarterite nodosa, 
 LES, Dermatomiosite 
Toxicidade pelo Oxigénio 
Pneumonias Intersticiais Neurofibromatose 
Sarcoidose Displasia broncopulmonar 
Artrite Reumatóide Espondilite anquilosante 
 
 
D. Padrão Retículo-nodular 
Trata-se de um padrão em que se pode ver uma mistura de nódulos pulmonares e linhas ou bandas 
(originando-se estas últimas nos nódulos). 
SARCOIDOSE, ALVEOLITE ALÉRGICA EXTRÍNSECA, PNEUMOCONIOSES. 
 
 
 
LESÕES CAVITÁRIAS E QUÍSTICAS. CALCIFICAÇÕES TORÁXICAS 
 
LESÕES CAVITÁRIAS E QUÍSTICAS 
Dá-se o nome de LESÃO CAVITÁRIA a uma zona definida com perda de parênquima pulmonar, 
delimitada por uma parede e preenchida por líquido ou ar. 
Os QUISTOS são lesões de paredes finas que podem apresentar cavitação no seu interior 
Na maior parte dos casos são secundárias à necrose. A presença de um nível hidro-aéreo é o 
sinal mais importante para dizer q há uma cavidade pulmonar. 
 
Diagnóstico 
- História clínica (uso de drogas IV, alcoolismo, déficits imunitários) 
- Tamanho: pequenas – bronquiectasias, abcessos hematogénicos; grandes – tuberculose, 
tumores, bolhas, abcessos 
- Forma: na maior parte dos casos arredondadas; na TP são frequente/ irregulares 
- Parede: muito fina – quistos, bolhas; grossas – carcinoma, mtt de carcinomas, abcessos.. 
- Número: múltiplas – mtt, bolhas, bronquiectasias; únicas – carcinoma, abcesso, .... 
- Conteúdo: líquido, nível hidro-aéreo, massa no seu interior 
- Situação: TP tem predilecção pelos vértices; bronquiectasias pelas bases 
- Anomalias peri-cavitárias: certo grau de condensação pulmonar no parênquima envolvente 
nos casos de TP, abcesso, carcinoma, pneumoconioses. 
 55 
CAVIDADES DE 
PAREDE GROSSA 
CAVIDADES MÚLTIPLAS DE 
PAREDE Grossa ou FINA 
CAVIDADES COM 
MASSAS NO SEU 
INTERIORCa primário D. Congénitas 
- Displasia broncopulmonar 
Micetoma (Aspergillus) 
- Cav. TP 
- Bronquiectasias 
- Abcessos 
- Metástases 
Granuloma tubercul. D. Vias Aéreas 
- Enfisema bolhoso 
- Bronquiectasias quísticas 
Coágulo 
- Cav. TP 
- Laceração 
- Enfarte 
Metástases Lesões Infeccciosas 
- Tuberculose 
- Micoses 
- Pneumatocelo pós-pneumonia 
Pús espesso 
- Bronquiectasias 
- Abcesso 
Abcesso D. Embolígenas 
- TEP 
- Embolismo séptico 
Tecido necrosado 
- gangrena pulmonar 
- Silicose 
- Aspergilose invasiva 
Hematoma D. Neoplásicas 
- Metástases hematogénicas 
- Linfoma 
Membranas retidas 
- Quisto hidático 
 
Enfarte pulmonar D. Autoimunes 
- Nódulos Reumatóides 
- G. Wegener 
- Periarterite Nodosa 
Nódulo da parede 
- Carcinoma 
- Micetoma 
- Quisto hidático 
Linfoma Trauma 
- Intox. Hidrocarbonetos 
- Laceração traumática 
 
Silicose Outras 
- Sarcoidose 
- Histiocitose X 
 
Nódulo Reumatóide 
Sarcoma 
G. Wegener 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 56 
CALCIFICAÇÕES TORÁXICAS 
 
CALCIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS 
 - Anéis cartilaginosos da traqueia, brônquios principais (pessoas idosas) 
 - Cartilagens costais, sobretudo nas inferiores 
 - Arco aórtico (ateroesclerose) 
 
CALCIFICAÇÕES INTRA-PULMONARES 
 INFECÇÕES 
 - TP, Micoses, Pós-varicela; RARAS: Actinomicose, Abcesso, Enfarte antigo, Corpo estranho 
 TUMORES 
 - BENIGNOS 
 - Hamartoma, carcinóide, Fístula A-V, Hemangioma, Hematoma 
 - MALIGNOS 
 - Metástases de Osteosarcoma, Condrosarcoma, Ca Pulmão 
OCUPACIONAIS 
- Silicose, Pneumoconioses 
METABÓLICAS 
 - Hiperparatiroidismo, I. Renal Crónica, Hipervitaminose D, 
OUTRAS 
 - Broncolitos, Microlitiase alveolar, Amiloidose, 
 
CALCIFICAÇÕES PLEURAIS 
- Pós Pneumotórax 
- Pós Hemotórax 
- Pós – TP 
- Pneumoconioses: Asbesto, Talco, Mica 
 
CALCIFICAÇÕES MEDIASTÍNICAS 
GANGLIONAR: TP, sarcoidose, Pneumoconioses 
TUMORES: Adenoma tiróide, Teratomas, Timoma, Ganglioneuromas, Linfomas, Hemangiomas 
CARDÍACAS: Aneurisma e Aortite Sifílitica, Ateromatose Aórtica, Pericardite, Miocárdio (pós-
enfarte), coronárias, Aneurisma ventricular 
TRAQUEIA: policondrite recidivante 
 
CALCIFICAÇÕES DA PAREDE TORÁXICA 
Calo ósseo de fracturas de costelas 
Gânglios tuberculosos (axilares e cervicais) 
Osteomas e Osteocondromas das costelas, omoplata... 
Miosite ossificante 
Cisticercose 
Calcinose generalizada 
Calcificações mamárias (adenoma) 
 
 57 
HIPERCLARIDADE PULMONAR & LESÕES HILARES 
HIPERCLARIDADE PULMONAR 
Trata-se da diminuição da densidade normal dos pulmões. Pode ser uni ou bilateral. Isto 
corresponde a uma redução do calibre da árvore pulmonar arterial e hiperinsuflação ou 
destruição pulmonar. 
 
HIPERCLARIDADE UNILATERAL 
a) Alterações vasculares: vasos periféricos pequenos, s/ hiperinsuflação nem alterações do hilo 
b) Igual ao anterior mas c/ aumento do hilo (Artérias Pulmonares aumentadas) – TEP 
c) Hieperinsuflação, vasos periféricos pequenos, hilos normais – Enfisema 
 
CAUSAS DE HIPERCLARIDADE UNILATERAL 
ESPÚREAS: (perda dos tecidos moles da parede toráxica): Mastectomia, Atrofia unilateral do 
 peitoral, Escoliose, Rotação do RX 
CONGÉNITAS: Atrésia brônquica congénita, Agenesia A Pulmonar, Enfisema Pulmonar Congénito 
ENFISEMA COMPENSADOR A OBSTRUÇÃO BRÔNQUICA CONTRA-LATERAL: Atelectasia 
 Obstrutiva, Resseção Pulmonar, Agenesia ou Hipoplasia pulmonar 
ENFISEMA OBSTRUTIVO LOCALIZADO: Corpo Estranho, Tumores, Coágulos, Compressão 
 Extrínseca, DPOC c/ enfisema localizado 
ALTERAÇÕES VASCULARES: TEP sem enfarte (Oligoémia) 
ALTERAÇÕES PARÊNQUIMATOSAS: Bolhas, Pneumatocelo 
PLEURAL: Pneumotórax (Bolhas, DPOC, Intersticiais Difusas-Fibrose, Sarcoidose; Sarcomas, 
 TEP, Traumatismo, Barotrauma) 
 
 
CAUSAS DE HIPERCLARIDADE BILATERAL 
ESPÚREAS: Mastectomia bilateral 
DOENÇAS CONGÉNITAS: Estenose A Pulmonar 
HIPERTENSÃO PULMONAR: TEP, D. Mitral Crónica, Hipertensão primária 
D. ESPAÇO AÉREO: DPOC, Enfisema Obstrutivo, Enfisema Bolhoso, Asma, Mucoviscidose, 
 Pneumotórax bilateral 
 
 
 
 
 
 
 58 
LESÕES HILARES. 
A sombra dos hilos é formada pela artéria pulmonar principal e seus ramos direito e esquerdo, 
brônquios principais e gânglios linfáticos. O tamanho dos hilos é variável mas em mais de 80% dos 
casos ambos os hilos são iguais em tamanho. 
HILO C/ DIMINUIÇÃO DAS DIMENSÕES 
VASCULARES 
Ø Ausência ou hipoplasia da artéria pulmonar 
Ø Tromboembolia 
ESPAÇO AÉREO 
Ø Enfisema unilateral (compensador ou obstrutivo) 
Ø Atelectasia 
TÉCNICA 
Ø Rotação 
Ø Escoliose 
Ø Cirurgia pulmonar prévia 
 
CRESCIMENTO HILAR UNILATERAL 
 
INFLAMATÓRIAS MICOSES NEOPLASIAS VASCULARES ESPÚREAS 
Tuberculose Histoplasmose Ca Broncogénico Dil. Tronco 
Artéria pulmonar 
Massa 
Mediastínica 
Micoplasma D. Hodgkin Fístula AV Pneumonia 
Psicatose Ca. Broncoalveol. Coartação Artéria 
Pulmonar 
 
Sarcoidose Adenoma Brônquico TEP 
Hiperplasia 
linfática 
 Metástases 
 
 
 
 
 
CRESCIMENTO HILAR BILATERAL 
 
Inflamatórias Fungos Neoplasias Inalatórias Idiopáticas Vasculares 
TP Histoplasmose Linfoma NH Silicose Sarcoidose TEP 
Micoplasma L Hodgkin Berilose Fibrose Idiop D. Cardíaca 
Rubéola Linfangite 
Carcinomatosa 
Pulmão 
Fazendeiro 
Histiocitose X Cor Pulmonar 
Varicela Leucemia Hemosiderose I. Cardíaca 
Mononucleose Ca Broncoalveolar Amiloidose 
Mucoviscidose Metástases 
Brucelose 
 
 
 
 59 
A PLEURA. ESPAÇO EXTRAPLEURAL. A PAREDE TORÁXICA 
 
A cavidade pleural é um espaço virtual, que no indivíduo normal, contém uma quantidade mínima 
de líquido. As diferenças de pressão hidrostática pleural e dos capilares e a sua baixa pressão 
coloidal faz com que a drenagem de líquido se faça facilmente. 
Ø A acumulação de líquido ocorre pelos seguintes mecanismos: 
Ø Aumento da pressão hidrostática da circulação sistémica como ocorre na ICC, Percardite 
Constritiva... 
Ø Diminuição da pressão osmótica, coloidal, como na síndroma nefrótica, hipoalbuminémia... 
Ø Aumento da permeabilidade capilar pleural – obstrução linfática por tumor, parasitas ou 
inflamação 
 
SINAIS RADIOLÓGICOS DE DOENÇA PLEURAL 
Líquido livre 
- Distribuição típica 
O líquido inicialmente acumula-se a nível subpulmonar e depois ascende pela parede toráxica. 
Qdo subpulmonar pode só ser identificado nos DLaterais 
 
 - Distribuição atípica 
 Qdo exista lesão pulmonar a possibilidade de retração dessa área do pulmão está alterada 
pudendo o derrame apresentar formas atípicas. 
 
 - Derrame pleural macisso 
 O derrame macisso produz deslocamento do mediastino para o lado contra-lateral, alargamento 
dos espaços pleurais e por vezes abaixamento do diafragma. Qdo um derrame macisso não desvia 
o mediastino deve suspeitar-se que este se encontra fixo o que aponta para a existência de ca 
pulmonar. 
 
Causas de Derrame Pleural 
Com Tórax normal Com Alterações Toráxicas 
FREQUENTES FREQUENTES 
Infecciosas – Tuberculose ICC 
Cirrose Carcinoma Pulmonar 
Pancreatite Pneumonia 
Enfarte Pulmonar Metástases 
Patologia subdiafragmática inflamatória 
(abcesso subfrénic, hepático, colecistite) 
Enfarte Pulmonar 
Traumatismos Linfoma 
Metástases Traumatismos 
Mesotelioma Metástases 
POUCO FREQUENTES POUCO FREQUENTES 
Asbestose Mesotelioma 
Lúpus Eritematoso Sistémico Pericardite Constritiva 
Ruptura Esofágica Doenças Reumáticas 
Hipoproteinémia Quistos Hidáticos 
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Hemorragia espontânea Neoplasias parede toráxica 
S. Meigs Abcessos frénicos 
Síndroma Pós enfarte do miocárdio Granulomatose Wegener 
Síndroma Nefrótica Injecções esclerosantes p/ 
 Varizes esofágicas 
Artrite Reumatóide 
Mixedema 
Iatrogénico 
 
HIDROPNEUMOTÓRAX 
Por vezes o líquido pleural associa-se à presença de ar. Causas: introdução de ar através de 
punção toráxica diagnóstica; presença de fístula broncopleural;

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