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RESTAURAÇÃO DE AMBIENTES DEGRADADOS Introdução A CRISE AMBIENTAL População Poluição Recursos • População humana Fonte: Wikipedia http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/09/130929_projecao_pop_mundial_an http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2012-05-13/dia-das-maes- brasileiras-tem-menos-filhos-e-adiam-gravidez-por-profissao ATÉ QUANDO OS RECURSOS NATURAIS SERÃO SUFICIENTES? Recursos Não-renováveis Minerais não energéticos, Fósforo, Cálcio, etc. Minerais energéticos; Combustíveis fósseis; Urânio Renováveis Água, Ar, Biomassa, Vento, etc. * • Recursos renováveis podem se tornar não renováveis? – Sim. – Exemplo: super-exploração. Pastos, Estoques pesqueiros, Água, etc. * • Poluição – Resultado direto do uso de recursos naturais pela população, e da obtenção destes recursos na natureza. – Definição (de acordo com a Lei 6.938/81 - PNMA): • Degradação da qualidade ambiental resultantes de atividades que direta ou indiretamente: – prejudiquem saúde, a segurança e o bem estar da população; – criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; – afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; – retirem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos • A poluição do ponto de vista legal é aquela causada por atividades antrópicas (erupções vulcânicas, grandes secas, inundações, incêndios, por exemplo, tem potencial poluidor, mas foge ao controle humano). • Poluentes são resíduos acumulados no ar, água ou solo, em quantidades acima das previstas em padrões pré-determinados. • Quanto à origem dos resíduos, podem ser: – Pontuais ou localizadas: lançamento de esgoto doméstico ou industrial, efluentes gasosos industriais, aterro sanitário de lixo, etc. – Difusas ou dispersas: agrotóxicos aplicados na agricultura e dispersos pelo ar, chuvas, rios ou lençol freático, gases de veículos automotores, etc. – Fontes pontuais são de mais fácil controle. • Quanto aos efeitos, podem ser: – Localizados ou regionais: ocorrem em grandes áreas urbanas, em geral, correspondendo à aglomerações populacionais. • Podem ser sentidos em regiões mais distantes (disputas pelo mesmo manancial de abastecimento, poluição de rios por vizinhos ou indústrias de outros municípios/estados, ou até chuva ácida decorrente da poluição alheia). – Globais: efeito estufa e redução da camada de ozônio. RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS: POR QUÊ FAZER? • PORQUE É O QUE MANDA A LEI RAD – O QUE DIZ A LEI? • DEFINIÇÃO – A recuperação de áreas degradadas está ligada à ciência da restauração ecológica. – Restauração ecológica é o processo de auxílio ao restabelecimento de um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído. Um ecossistema é considerado recuperado – e restaurado – quando contém recursos bióticos e abióticos suficientes para continuar seu desenvolvimento sem auxílio ou subsídios adicionais. Fonte: Ministério do Meio Ambiente • A Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 (SNUC), em seu art. 2º, distingue um ecossistema “recuperado” de um “restaurado”, da seguinte forma: – XIII - recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original; – XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original; RAD – BASE LEGAL • A recuperação de áreas degradadas é respaldada pelo art. 225 da Constituição Federal de 1988: – Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. RAD – BASE LEGAL – Art. 225. – § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: • I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; • [...] – § 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. • Ademais, a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, menciona: • [...] • Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: • [...] • VIII - recuperação de áreas degradadas • [...] • Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: • [...] • VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; • Ainda, a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção de vegetação nativa e substitui o Código Florestal trata em diversos artigos de ações organizadas entre o setor público e a sociedade civil para promover a recuperação de áreas degradadas. • Segundo o Decreto nº 3.420, de 20 de abril de 2000, que dispõe sobre a criação do Programa Nacional de Florestas - PNF, e dá outras providências: – Art. 2º O PNF tem os seguintes objetivos: – [...] • II - fomentar as atividades de reflorestamento, notadamente em pequenas propriedades rurais; • III - recuperar florestas de preservação permanente, de reserva legal e áreas alteradas; O CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO – BREVE HISTÓRICO • Ano 1934 - Presidente Getúlio Vargas regulamentou o decreto nº 23.793, de 23 de janeiro - Aprovado o Código Florestal – Nenhum proprietário poderia derrubar mais de ¾ da vegetação existente em seu imóvel (art. 23). – Em conjunto, foram criados os códigos de Água, Minas, Caça e Pesca, e a primeira Conferência Brasileira de Proteção à natureza. • O governo tentava ordenar de alguma forma a exploração de recursos naturais. Cartilha do Código Florestal - Greenpeace • Após três anos de discussões, em 1965 um “novo” código florestal foi sancionado pelo Presidente Castello Branco – Lei Federal 4.771: – Determinou os limites mínimos de Área de Preservação Permanente (APP) e os percentuais mínimos de Reserva Legal. • Áreas de Proteção Permanente - APP (matas ciliares) • Reserva Legal de 50% na Amazônia Legal e 20% nos outros biomas – Proprietários que já tivessem derrubado mais do que o permitido deveriam recompor a área. ALGUMAS DEFINIÇÕES • Amazônia Legal – Os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão ALGUMAS DEFINIÇÕES • Área de Preservação Permanente – APP – área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas; • Reserva Legal – área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de asseguraro uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar à conservação e à reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa Este foi o Código Florestal vigente até 2012. Cartilha do Código Florestal - Greenpeace • A partir de 1998 a Lei de Crimes Ambientais trouxe penas mais duras. Ao invés de se ajustar às normas, o setor agropecuário passou a pressionar por mudanças. • Em 2008 o financiamento passou a ser dificultado aos proprietários não regularizados. • Em 2010 foi aprovado o texto que daria origem ao novo “novo” código florestal de 2012. http://nicholegal.blogspot.com.br/2013/01/novo -codigo-florestal-x-termos-de.html O que está diferente: A medição da área de proteção leva em consideração o leito do rio em períodos regulares e não mais os períodos de cheias (Art. 4º, Inciso I). Fonte da ilustração: Estadão 11/2011. Slide: Engº. Agrônomo Walter Lazzarini 2. RESERVA LEGAL Fonte : Agência Brasil, 2011. De acordo com a Lei de 1965 – Percentual mínimo obrigatório de Mata Nativa que permaneceu com a nova lei: Amazônia 80% Cerrado 35% Outros biomas 20% O que mudou: Propriedades pequenas, até quatro módulos fiscais (5 a 400 hectares): Isentas de recompor área desmatada. Sem obrigatoriedade de cumprir percentual mínimo de preservação. Será válida para o cálculo a quantidade de vegetação nativa existente até julho de 2008. O Novo Código também autoriza a recomposição em áreas fora da propriedade, desde que no mesmo bioma. Nas propriedades maiores, o cálculo da R.L. será feito com base na parte do terreno que exceder quatro módulos fiscais. Slide: Engº. Agrônomo Walter Lazzarini 2. RESERVA LEGAL As áreas poderão ser somadas desde que não implique em conversão das áreas para o uso alternativo do solo . Como era: O cálculo da área da R.L. não incluía as APPs. Como ficou: Cálculo da área de R.L. admite soma com as APPs, desde que estejam preservadas ou em recomposição. Fonte: R7, de maio de 2012. Slide: Engº. Agrônomo Walter Lazzarini 2. RESERVA LEGAL - AGRICULTURA FAMILIAR Fonte: R7, de maio de 2012. Como era: Não mencionava regras exclusivas de propriedades com até 20 hectares. Como ficou: Aos imóveis de agricultura familiar, permite-se incluir como R.L. áreas com árvores frutíferas e ornamentais, ou seja, trocar a mata nativa por uma plantação. Além disso, este manejo não precisa de autorização de órgãos ambientais se for para uso próprio, embora apresente um limite anual. Como fiscalizar a retirada anual de 2 m³ por hectare de material lenhoso para consumo próprio da Reserva Legal? (Capítulo XII – Da Agricultura Familiar – Art. 56, § 1º). Slide: Engº. Agrônomo Walter Lazzarini PRÓXIMOS TÓPICOS A SEREM ABORDADOS: • O que são os impactos ambientais – efeitos ecológicos, econômicos e sociais. • Ecologia da paisagem – papel no planejamento de impactos e na restauração • Processos sucessionais • Estudos de caso
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