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Definições e Conceitos importantes para o estudo da Recuperação de Áreas • Vários termos técnicos são empregados na teoria da RAD. • Comunidade: – O coletivo de populações das espécies que compõem a biota. – Ela pode ser analisada com base na taxonomia dos organismos (por exemplo, a comunidade de plantas), ou com base na forma de vida dos organismos (comunidade de árvores). Termos técnicos • Grupos funcionais: – Outra forma de formar conjuntos de organismos é olhando para as papéis funcionais dos organismos no ambiente. – Exemplos: • Produtores primários • Carnívoros • Herbívoros • Decompositores • Fixadores de nitrogênio • Polinizadores • Dispersores • Ecossistema: – Consiste de biota (plantas, animais, microorganismos) de uma determinada área, o ambiente (parte abiótica) que sustenta a biota e suas interações. • Um ecossistema pode ser reconhecido em diferentes tamanhos de unidade espacial. O condicionante é apresentar algum grau de homogeneidade estrutural e taxonômica dos elementos constituintes. • A RAD pode ser realizada em várias escalas, mas em geral deve ser conduzida dentro do contexto da paisagem, garantindo fluxos, interações e trocas com ecossistemas contíguos. – Uma paisagem consiste de um mosaico de dois ou mais ecossistemas que trocam organismos, energia, água e/ou nutrientes. Fragmentação Floresta Atlântica. Fragmentação Floresta Amazônica. Muitos planos de RAD focam na reintegração de ecossistemas fragmentados, fortalecendo a conectividade de paisagens, ao invés do foco em um único ecossistema. • Paisagem ou ecossistema natural: – Aquela que se desenvolveu por processos naturais, é auto-organizável e auto-sustentável. • Paisagem ou ecossistema cultural: – Desenvolvida por influências conjuntas de processos naturais e daqueles impostos pela civilização. Áreas de cerrado sem a ação do fogo podem evoluir para paisagens florestais. Os campos sulinos (pampas) tendem a evoluir para ambientes florestais na ausência de ação antrópica (ex. pecuária). Paisagens culturais e naturais podem interagir, e isto é bastante comum. • Como proceder com a RAD em uma paisagem cultural? Europa: Idade do Bronze (+/- 1600 a.C.): uso excessivo de madeira levou a amplo desmatamento. Formação de campinas ricas em espécies; ambientes mantidos desde então pelo cultivo e pastoreio sazonal de rebanho. • Como proceder com a RAD em uma paisagem cultural? No caso de um grande impacto ambiental em um local com este histórico, qual deve ser o objetivo da RAD? • Isso nos leva o conceito de Ecossistema de referência: – Aquele que serve como modelo para o planejamento de uma restauração ecológica, e que futuramente poderá servir para a avaliação do sucesso do plano de RAD. – A referência representa um ponto avançado do desenvolvimento da trajetória pretendida para a restauração. Quantas áreas de referência devemos utilizar para guiar um plano de RAD? Ambientes naturais são altamente dinâmicos Fu n ci o n am e n to d o e co ss is te m a TEMPO Janela de variabilidade natural Áreas em bom estado de conservação e funcionamento Áreas degradadas • Uma única referência apresenta a expressão de um único estado. – Existem múltiplas possibilidades de estado de um ecossistema; – Cada ecossistema de referência possui sua própria história de desenvolvimento, com uma combinação particular de eventos estocásticos (tempestades, secas, conjunto de espécies, etc.) – Portanto, um ecossistema submetido à restauração pode se evoluir para se tornar semelhante a algum outro ambiente qualquer dentre uma longa lista de possibilidades. • Dessa forma, uma ampla lista de referências deve ser utilizada, com base em diferentes fontes de informação: –Descrições ecológicas, listas de espécies (é o mínimo), mapas ou imagens de satélite de um momento anterior ao dano ambiental. – Fotografias aéreas e ao nível do solo, tanto históricas quanto recentes. – Amostras de herbário e de museus zoológicos de áreas similares. – Relatos históricos e orais de pessoas referentes a momentos que precedem o dano ambiental. Ambiente referência? Ambiente referência? Ambiente referência? Ambiente referência? Como conseguir ecossistemas de referência em ambientes extremamente degradados? Como conseguir ecossistemas de referência em ambientes extremamente degradados? • Biodiversidade: – Refere-se à biota, tanto em termos genéticos quanto taxonômicos. – Quanto maior for a variedade de tipos de conjuntos genéticos em uma população de espécies (ou entre populações de espécies), de espécies em si (riqueza), de formas de vida e de papéis ecológicos desempenhados, maior será a biodiversidade. – Hierarquia: do genoma à comunidade. • Alta diversidade em uma área restaurada indica sucesso na restauração? – Não, se não há a presença de todos os grupos funcionais requeridos para um ecossistema auto- sustentável. • No entanto, alta riqueza de espécies aumenta a chances de haver redundância de espécies. – A presença de várias espécies realizando as mesmas funções ecológicas. Reflorestamentos monoespecíficos: funções ecológicas cumpridas (sombreamento, proteção da estrutura do solo, estoque de carbono, evapotranspiração, etc.) O que mais é necessário? • Redundância de espécies gera: – Adaptatividade genética • Variação no conteúdo genético de uma população que permita a sobrevivência no caso de mudanças ambientais. – Resistência do ambiente • Habilidade de um ecossistema manter sua estrutura e funcionamento frente a situações de estresse e perturbação. – Resiliência • Capacidade de um ecossistema recuperar atributos funcionais e estruturais danificados por perturbações. • A redundância funcional de espécies é uma regra geral de ambientes conservados? – Não. Em ambientes megadiversos encontramos redundância de espécies na maior parte da cadeia trófica, a não ser no topo dela. – Grandes predadores, como gaviões, onças, tubarões e outros grandes peixes em geral se resumem a poucas espécies no ecossistema. • Vídeo: Como os lobos mudam os rios?
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