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Química Forense – Procedimentos para Perícias, Controles de Qualidade e Elaboração de Laudos e Pareceres Técnicos final

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Brasília-DF. 
Química Forense – Procedimentos Para 
Perícias, controles de Qualidade e 
elaboração de laudos e 
Pareceres técnicos
Elaboração
Kalya Cravo Di Pietro Roux
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 5
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 6
introdução.................................................................................................................................... 8
unidAdE i
LegisLação ....................................................................................................................................... 11
CAPítulo 1
CriminoLogia ..................................................................................................................... 11
CAPítulo 2
ConCeitos fundamentais .................................................................................................. 18
CAPítulo 3
tipos de deLitos ................................................................................................................... 30
unidAdE ii
QuímiCa forense .............................................................................................................................. 34
CAPítulo 1 
a CiênCia QuímiCa forense ............................................................................................... 34
CAPítulo 2
preparação e Cuidados das amostras para anáLise ..................................................... 47
CAPítulo 3
extrações ........................................................................................................................... 51
CAPítulo 4
Cromatografia .................................................................................................................. 59
CAPítulo 5
padrões anaLítiCos ............................................................................................................ 68
unidAdE iii
VaLidações e ControLe da QuaLidade em QuímiCa anaLítiCa ..................................................... 70
APítulo 1
VaLidação ........................................................................................................................... 70
CAPítulo 2
Quimiometria ....................................................................................................................... 76
unidAdE iV
períCias JudiCiais e ambientais ........................................................................................................ 79
CAPítulo 1
períCias JudiCiais ................................................................................................................ 81
CAPítulo 2
períCias ambientais ............................................................................................................. 86
unidAdE V
eLaboração de Laudos e pareCeres téCniCos ............................................................................ 90
CAPítulo 1
Laudos periCiais .................................................................................................................. 90
CAPítulo 2
pareCeres téCniCos ......................................................................................................... 106
CAPítulo 3
modeLo de Laudo/pareCer téCniCo de aVaLiação para imóVeis urbanos e bens 
móVeis .............................................................................................................................. 116
rEfErênCiAS ............................................................................................................................... 121
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
introdução
O crime sempre existiu e, com o passar do tempo, a sociedade revelou a necessidade 
de estudá-lo: como pensa o criminoso? A vítima? Como acontecem os crimes? Como 
pensarmos e anteciparmo-nos aos criminosos? E tudo o que pode estar envolvido nessa 
situação. Pois esse é o trabalho em conjunto dos pesquisadores, polícia judiciária e 
magistrados, ou seja, terem o encargo não só do entendimento e elucidação do que já 
aconteceu, mas também de prevenir que outros crimes ocorram da mesma maneira. 
Essa é uma tarefa da disciplina de criminologia, estudar o crime e todos os seus 
envolvidos, trabalhar no controle social do delito, e fornecer mecanismos e sanções 
sociais que pretendem submeter o indivíduo aos modelos comunitários.
Já a criminalística se ocupa dos conhecimentos técnicos imprescindíveis para a 
elucidação dos crimes, para se chegar aos autores, colhendo e interpretando os vestígios, 
fornecendo provas para que o magistrado examine e julgue os processos criminais.
Para fornecer as provas técnico-científicas, a criminalística utiliza de todo o conhecimento 
técnicodisponível: seja nas áreas da química, física, biologia, engenharia, geologia, 
geografia, medicina, odontologia, entre tantas outras áreas do conhecimento científico. 
Fica sob a responsabilidade do perito facilitar a compreensão do julgador, estando 
atento a todos os detalhes para que o magistrado profira sua decisão, sem que cometa 
um julgamento com uma convicção errônea, para tanto é necessária a elaboração de 
elementos materiais para construção de provas concretas.
Cabe ao perito criminal ou judicial prover elementos materiais para a elucidação dos 
crimes. O trabalho do perito envolve ir ao local do crime, coletar os vestígios, analisar 
as amostras, realizar os exames e, por fim, elaborar o laudo pericial com as informações 
e conclusões baseadas em dados técnicos.
A química forense tem grande papel nos esclarecimentos dos crimes, pois abrange uma 
extensa gama de exames, tais como: detectar e quantificar poluentes em águas, verificar 
adulteração de combustíveis, identificar se houve envenenamento, saber qual o tipo de 
veneno, análises de doping esportivo, realizar exames de constatações provisórias e 
definitivas de entorpecentes (seja, maconha, crack, cocaína, LSD, cola, anfetaminas ou 
qualquer outra droga natural ou sintética) etc.
Como coletar uma amostra ou vestígio? O que é cadeia de custódia? São procedimentos 
que o perito precisa dominar e seguir para que não invalide a prova pericial. Manter 
9
a cadeia de custódia é fundamental para que os exames sejam levados a sério. E não 
somente os exames, mas que desde a coleta seja realizada de forma correta.
A necessidade de se observar as normas de coleta para garantir o estabelecimento do 
nexo causal nos casos (por exemplo) de contaminação de alimentos, ou seja, para que se 
possa garantir que a contaminação ocorreu no local da apreensão e não foi decorrente 
dos procedimentos adotados durante a coleta e armazenamento inadequados do 
material apreendido. Por isso, a apreensão desses materiais deve ser realizada por 
profissionais da área, como os agentes sanitários ou peritos criminais, desde que 
capacitados e treinados.
Este Caderno de Estudos traz um apanhado de ideias que vão desde a criminologia e o 
estudo do crime até as maneiras corretas de coletar os vestígios e exemplos de laudos 
periciais.
objetivos
 » Conceituar e diferenciar a criminologia e a criminalística. 
 » Trazer os conceitos fundamentais que estão envolvidos nos processos 
criminais: o crime, o criminoso, o corpo de delito, os locais de crimes, 
os vestígios, as provas criminais etc.Elencar as principais legislações que 
regem a perícia em nosso país. 
 » Mostrar como funcionam os trabalhos do perito criminal de campo e de 
laboratórios. 
 » Diferenciar a perícia criminal, a perícia judicial e a perícia ambiental. 
Explicar as principais técnicas de análises químicas utilizadas para os 
exames forenses. 
 » Dar exemplos de laudos periciais na área criminal.
10
11
unidAdE ilEgiSlAção
Nesta unidade, serão apresentadas uma breve abordagem sobre criminologia e as 
previsões legais da perícia criminal. Serão abordados os conceitos de direito e prova 
criminal. Vestígio, indício e evidência e suas diferenciações.
CAPítulo 1
Criminologia
A criminalidade urbana, desde a Revolução Industrial, que ocorreu no século XVIII, 
vem aumentando em decorrência do aumento do deslocamento da produção de riqueza 
do campo para a cidade. Junto com a urbanização acontecem os reflexos econômicos e 
sociais.
De modo geral, a urbanização tem gerado exclusão social, crise habitacional, segregação 
espacial, violência urbana e degradação ambiental.
Excesso populacional e a má distribuição das pessoas acarretam inúmeros problemas 
urbanos, como ineficiente gestão hídrica, falta de saneamento básico, bolsões de 
pobreza, poluição e agressão ao meio ambiente.
A criminologia surge nesse contexto e Molina (2002) a define como:
Uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo 
do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do 
comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma informação 
válida, contrastada sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais 
do crime – contemplando este como problema individual e como 
problema social –, assim como os programas de prevenção eficaz do 
mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem delinquente 
(MOLINA, 2002). 
12
UNIDADE I │ LEgIsLAção
Posto isso, são objetos de estudo da Criminologia, o crime, o criminoso, a vítima e o 
controle social do delito, que é o conjunto de mecanismos e sanções sociais que pretende 
submeter o indivíduo aos modelos comunitários. 
Tendo a ciência que estuda o crime – a criminologia – existe a outra face, a perícia 
oficial, que caminha junto e que trabalha para o esclarecimento dos crimes e julgamento 
dos envolvidos.
Criminalística
A criminalística é considerada uma disciplina nascida da Medicina Legal, que é quase 
tão antiga quanto a própria humanidade. Uma vez que em épocas passadas o médico era 
pessoa de notório saber, sendo sempre consultado. No século XIX era a medicina legal 
que tratava da pesquisa, da busca e da demonstração de elementos relacionados com a 
materialidade do crime. Mas com os avanços dos diversos ramos das ciências, como a 
Química, a Biologia e a Física, houve a necessidade de uma maior especialização, o que 
fez com que outros profissionais passassem a ser consultados.
Desse modo, surge a necessidade da criação de uma nova disciplina para a pesquisa, 
análise e interpretação de vestígios encontrados em locais de crimes. Nasce assim a 
criminalística, uma ciência independente que vem dar apoio à polícia e a justiça, tendo 
como objetivo o esclarecimento de casos criminais.
Nesse sentido, a criminalística baseia-se no fato de que um criminoso deixa no lugar do 
crime, alguns vestígios, e por outro lado também recolhem na sua pessoa, na sua roupa 
e no seu material, outros vestígios, e todos eles imperceptíveis, mas característicos da 
sua presença ou da sua atividade (princípio de Locard).
A criminalística ocupa-se fundamentalmente em determinar de que forma se 
cometeu o delito e quem o cometeu, também abrange interrogações: “Como?”, “Por 
quê?”, “Quem?”, que instrumentos foram utilizados, “Donde?”, “Quando?”, ou seja, a 
criminalística utiliza uma série de técnicas, procedimentos e ciências que estabelecem 
a verdade jurídica acerca do ato criminal.
Postulados da criminalística
Entre os principais postulados da criminalística, destacam-se:
 » O conteúdo de um laudo pericial criminalístico é invariante com relação 
ao perito que o produziu: a criminalística baseia-se em leis naturais, ou 
13
LegisLação │ UNiDaDe i
seja, leis científicas com teorias e experiências consagradas, portanto, seja 
qual o profissional que se utilizar de tais leis para analisar um fenômeno 
criminalístico, o resultado não poderá depender dele, indivíduo. 
 » As conclusões de uma perícia criminalística são independentes dos meios 
utilizados para alcançá-las: utilizando-se os meios adequados para se 
concluir a respeito do fenômeno criminalístico, esta conclusão, quando 
forem reproduzidos os exames, será constante e independente de se haver 
utilizados meios mais rápidos, mais precisos, mais modernos ou não. 
 » A perícia criminalística é independente do tempo: este postulado decorre 
da perenidade da verdade, pois a verdade é imutável em relação ao tempo 
decorrido.
A perícia oficial é atrelada a uma investigação policial, realizada pela polícia judiciária, 
sendo assim, necessita de previsão legal para realização dos seus trabalhos. A previsão 
legal federal da perícia criminal, está elencada abaixo, com os trechos da Constituição 
Federal, do Código de Processo Penal e a da Lei 12.030/2009 dasperícias oficiais. 
A função da perícia é examinar o local de crime, efetuar os levantamentos de vestígios 
e indícios, determinar os instrumentos do crime, a maneira como o crime foi cometido, 
elaborar o laudo pericial e por fim, produzir a prova. 
No Brasil, a perícia oficial de natureza criminal federal é parte integrante da Polícia 
Federal. Já no âmbito estadual, divide-se em dois grupos: os que fazem parte da Polícia 
Civil e os que possuem estrutura própria (Instituto de Criminalística ou de Instituto 
Geral de Perícias, por exemplo), em todos os casos, vinculadas à Secretaria de Segurança 
Pública do estado.
A Contituição Federal versa sobre a Segurança Pública, e os órgãos da polícias:
 » Polícia Federal.
 » Polícia Rodoviária Federal.
 » Polícia Ferroviária Federal.
 » Polícias Civis. 
 » Polícias Militares.
 » Corpos de Bombeiros Militares.
14
UNIDADE I │ LEgIsLAção
Cada estado da Nação dispõe em sua Constituição Estadual a organização e o 
funcionamento dos seus órgãos de segurança pública e, por meio de leis complementares 
e decretos, disciplinam sobre as carreiras das polícias civil e militar e das perícias oficiais 
de natureza criminal. 
Leia o Artigo 144 da Constituição Federal e esclareça a previsão legal sobre a 
Segurança Pública em nosso país.
A perícia criminal é regulamentada pelo Decreto-lei Federal no 3.689, de 3 de outubro 
de 1941, denominado Código de Processo Penal, ou CPP. Com o passar dos anos o 
CPP necessitou de atualizações o que foi atendido pela Lei Federal no 8.862 de 28 de 
março de 1994.
A Lei no 12.030 de 17 de setembro de 2009 dispõe sobre as normas gerais das perícias 
oficiais de natureza criminal e dá outras providências.
O Código de Processo Penal prevê a atuação dos peritos oficiais e especifica em seu 
Artigo 6o os procedimentos da autoridade policial quanto à perícia criminal, ao tomar 
ciência de práticas ilícitas, ou seja, a autoridade policial deverá dirigir-se até o local, 
providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada 
dos peritos criminais. E proceder com a apreensão de objetos, colher provas e oitivas.
figura 1. regras e legislação.
fonte: <https://pixabay.com/pt/regras-palavra-nuvem-1339917/>
* Leia a Lei no 12.030 de 17 de setembro de 2009 na íntegra:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12030.htm>
* Leia o Artigo 6o do Código de Processo Penal.
15
LegisLação │ UNiDaDe i
O Título VI do Código de Processo Penal aborda os meios de prova existentes, o exame 
do corpo de delito e perícias em geral. Ou seja, os meios úteis para a formação da 
verdade real. 
Para que o perito criminal saiba como atuar em seu trabalho, saiba o que é necessário 
para obter provas do fato ilícito, é necessário o conhecimento das leis que o normatizam.
A perícia criminal abrange duas áreas: 
I. o trabalho de campo, que envolve ir ao local do crime para coletar indícios 
para produção das provas; 
II. o trabalho em laboratório, que envolve analisar os materiais coletados 
em campo.
Para que as provas, tanto as coletadas em campo quanto as análises de laboratórios, 
não sejam invalidadas, é necessário que haja uma normatização para os procedimentos 
de coletas e análises. As normas existem no âmbito federal e estadual, assim como a 
legislação. 
direito e provas criminais
Para apurar o fato delituoso, aparece a prova criminal, sendo preciso reconstruir o fato 
ilícito. Os fatos vão surgir, assim como as afirmações, então é preciso demonstrar que 
esses fatos existem, aí é que entra a prova. Ou seja, um elemento que demonstra que 
o fato é verdadeiro, é tudo aquilo que contribui para a formação do convencimento 
do juiz.
Alguns conceitos são essenciais para o entendimento da elaboração da prova concreta, 
tais quais:
 » Finalidade da prova: a prova deve ser capaz de influenciar na convicção 
do julgador, de maneira que ele tenha em mãos os elementos necessários 
para proceder com o julgamento mais próximo da realidade.
 » Elemento de prova: expressão usada para o elemento que reside a 
convicção do julgador, é a prova produzida. Depoimento de testemunha, 
perícia, interrogatório do réu.
 » Meio de prova: é a maneira por meio da qual a prova é colocada no 
processo. Prova testemunhal, perícia, interrogatório, confissão, entre 
outros.
16
UNIDADE I │ LEgIsLAção
 » Fonte de prova: é o local, pessoa, coisa, de onde deriva a prova. 
 » Objeto de prova: tudo aquilo que diz respeito à prática infração penal e 
suas circunstâncias. Tudo que seja importante ser recriado.
Fatos insignificantes para apuração do crime não será objeto de prova. Ou seja, não 
precisam ser provados os fatos chamados axiomáticos (evidentes, de conhecimento 
geral) não é preciso provar por conta da sua evidência; os fatos notórios; as presunções 
legais (a lei presume). Lembrando que existem duas modalidades de presunções legais, 
a presunção absoluta e a presunção relativa. A presunção legal absoluta não admite 
prova em contrário, é taxativa. Já a presunção legal relativa, dependendo do caso 
concreto, pode receber prova em contrário. 
Em seu livro, Manzano (2011, p. 8), descreve a perícia criminal como meio de prova:
Perícia é um meio de prova técnica ou científica, que tem por objetivo a 
obtenção de certo conhecimento relevante para o acertamento do fato 
(elemento de prova), a partir de um procedimento técnico realizado sobre 
a pessoa ou coisa (fonte de prova). A conclusão do técnico ou profissional 
(conclusão probatória) é expressa num laudo (elemento de prova), que 
tem por finalidade (finalidade da prova) influir na formação da persuasão 
racional do juiz, em seu processo cognitivo de valoração (valoração da 
prova). A perícia sujeita-se às fases de admissão e assunção, que compõem 
o chamado procedimento probatório (MANZANO, 2011, p. 8). 
Segundo a classificação de Paulo Rangel (2013, p. 456), a prova pericial pode ser de dois 
tipos: prova real e prova material.
Prova real é aquela originada dos vestígios deixados pelo crime. 
Ou seja, é a prova encontrada na “res”, não necessariamente no objeto 
material do crime, mas, sim, em qualquer coisa que tenha vestígios do 
crime. Assim, o ferimento na vítima, o arrombamento da fechadura 
no furto, a roupa ensanguentada da vítima, o sangue na parede onde 
o fato ocorreu e a faca do crime são exemplos de prova real. Pode ser, 
também, direta ou indireta. Prova real direta existe quando a análise 
recai sobre a própria coisa. Exemplo é a carta utilizada para difamar 
alguém. Nesse caso, o escrito é a comprovação do próprio fato em si: a 
difamação. Prova real indireta há quando se chega ao fato probando por 
meio de raciocínio lógico (RANGEL, 2013, p. 456). 
17
LegisLação │ UNiDaDe i
E a prova material é aquela consistente em qualquer materialidade que sirva de 
elemento de convicção sobre o fato a ser provado. São eles os exames de corpo de delito, 
as perícias e os instrumentos utilizados pelo crime.
Por conta de todo processo jurídico o perito necessita conhecer a legislação para nortear 
sua conduta no desenrolar da lide. Lembrando que o perito norteia suas investigações 
utilizando normas, leis, decretos, portarias etc., mas não atribui culpa a nenhuma das 
partes: quem atribui a culpa é o juízo por meio da decisão do magistrado.
<https://jus.com.br/artigos/21391/a-cadeia-de-custodia-e-a-prova-pericial>
18
CAPítulo 2
Conceitos fundamentais
Primeiramente faz-se necessário elencar alguns conceitos fundamentais necessários 
para o entendimento do processo de reconstrução do fato ilícito, são eles o local do 
crime, o corpo de delito, vestígio, evidência, indício.
O local do crime pode ser definido como todo o espaço físico onde ocorreu a prática 
da infraçãopenal. Duas definições são bem aceitas no aspecto criminalístico, uma delas 
é de Carlos Kehdy, que define como “toda área onde tenha ocorrido qualquer fato que 
reclame as providências da polícia”, já no entendimento de Eraldo Rabello:
Local de crime é a porção do espaço compreendida num raio que, 
tendo por origem o ponto no qual é constatado o fato, se estenda de 
modo a abranger todos os lugares em que, aparente, necessária ou 
presumivelmente, hajam sido praticados, pelo criminoso, ou criminosos, 
os atos materiais, preliminares ou posteriores, à consumação do delito, 
e com este diretamente relacionados. 
A expressão “local de crime”, apesar de admitir alguns sinônimos, como sítio da 
ocorrência, cena do crime, sede da ocorrência e local da ocorrência, tornou-se um termo 
técnico na visão da Criminalística atual.
É imprescindível o comparecimento ao local para que se inicie qualquer procedimento 
para o esclarecimento de um delito. A polícia deve verificar se realmente ocorreu o 
crime e a existência de vestígios, para então, requisitar os exames periciais.
Devido à infinidade de tipos de locais de crime que podem ocorrer, esses são classificados 
em diversas categorias, para facilitar a compreensão. 
Classificações dos locais de crime
Os locais de crime são classificados quanto à circulação de pessoas como locais:
 » Ermos: desertos, desabitados, abandonados.
 » Concorridos: habitados, próximos a pontos habituais de trânsito, 
afluência ou permanência de pessoas.
19
LegisLação │ UNiDaDe i
Quanto à preservação dos vestígios, os locais são:
 » Internos: limites definidos, cobertos e protegidos do meio.
 » Externos: descobertos e sem limitação.
 » Mistos: cobertura e limitação insuficientes na preservação dos vestígios.
Quanto à área em que ocorreu o delito, os locais são:
 » Abertos: locais ao ar livre.
 » Fechados: recinto delimitado, coberto e fechado, e esses podendo ser:
 › Móveis: no interior de veículos.
 › Imóveis: construções (isolados ou contíguos).
 » Mistos: início da ação delituosa em local fechado e continuidade da ação 
em local aberto, ou vice-versa.
Quanto à preservação do local, são locais:
 » Preservados (idôneos ou não violados): quando os locais são mantidos na 
integridade ou originalidade com que foram deixados pelo agente, após a 
prática da infração penal, até a chegada dos peritos.
 » Não preservados (inidôneos ou violados): quando são abertos ou 
franqueados à vista e acessível a todos, investigados, processados.
Quanto à delimitação:
 » Área imediata: região próxima ao foco principal do local que apresenta 
vestígios do fato. 
 » Área mediata: região afastada do foco principal do local que apresenta 
vestígios do fato.
local de crime prejudicado
São chamados de locais prejudicados aqueles em que os peritos não têm condições 
materiais de realizar o exame de corpo de delito, por terem os vestígios sido 
quantitativamente, plena e irreversivelmente destruídos.
20
UNIDADE I │ LEgIsLAção
isolamento do local de crime
Isolar o local de crime significa delimitar um perímetro que inclua todos os vestígios 
de interesse pericial, com o intuito de impedir a circulação de pessoas para que o local 
mantenha as características originais do momento final da ação delituosa.
Agora que o conceito de local de crime já foi exposto, aborda-se o corpo de delito. 
Corpo de delito
O artigo 158 do CPP é assim expresso: “quando a infração deixar vestígios, será 
indispensável o exame de corpo de delito*, direto ou indireto, não podendo supri-lo a 
confissão do acusado”, evidenciando de forma direta a importância e a relevância da 
perícia no contexto probatório
Então, o corpo de delito é conjunto de elementos materiais (pessoas e coisas), com 
todas as suas circunstâncias, que resultam da prática de um crime. É, assim, a prova 
material da existência do crime. Sob pena de nulidade de processos por “[...] falta do 
exame de corpo de delito nos crimes que deixem vestígios [...]” (Art. 564 CPP). Tornando 
obrigatória a atuação da Criminalística e da Medicina Legal para que através dos exames, 
da pesquisa, da análise, da interpretação e correlação dos vestígios possibilitar, como 
testemunhas mudas, a reconstituição de atos que ali se desenrolaram.
Vestígios, indícios e evidências
Os vestígios – são elementos materiais encontrados no local de crime não 
necessariamente relacionados com a ocorrência policial. 
Na compreensão técnica da Criminalística, são chamados de vestígios todos os tipos 
de objetos, marcas ou sinais sensíveis que possam ter relação com o fato investigado. 
É tudo encontrado em um local de crime que após o estudo e a interpretação dos peritos 
possa vir a se transformar em prova. Ou seja, são informações concretas que podem ou 
não ter alguma relação com o crime, relação esta comprovada por meio de análises e 
exames.
21
LegisLação │ UNiDaDe i
figura 2. fluxograma sintetizando o agente produtor do vestígio, o vestígio e o suporte do vestígio.
VESTÍGIO
produto da ação do agente
AGENTE
Produz o vestígio
SUPORTE
Local onde foi produzido o 
vestígio
fonte: própria autora.
As fotografias apresentadas a seguir trazem exemplos de vestígios, primeiramente 
dois objetos, um martelo e uma chave de fenda de tamanho grande, que podem ser 
os próprios vestígios, mas que produzem também vestígios, como por exemplo, um 
buraco na parede de alvenaria junto à grade metálica a fim de arrombar uma janela. E 
uma porta com marcas produzidas pela chave de fenda na região da fechadura, também 
com o intuito de arrombá-la. 
figuras 3 e 4. um martelo e uma chave de fenda de tamanho grande: agente provocador de vestígio.
fonte: acervo próprio, 2017.
22
UNIDADE I │ LEgIsLAção
figuras 5 e 6. os danos causados na parede e grade de uma janela e na região da fechadura de uma porta.
fonte: acervo próprio, 2017 e 2014.
As próximas duas imagens ilustram objetos e vestígios deixados no corpo humano, que 
são duas facas e as lesões causadas por elas no corpo de uma vítima.
figuras 7 e 8. facas e as lesões causadas por elas: vestígios.
 
fonte: acervo próprio, 2017.
tipos de vestígios
 » Vestígio verdadeiro: é aquele produzido diretamente pelos atores da 
infração e aquele resultante direto das ações do cometimento do delito 
em si.
 » Vestígio ilusório: é todo elemento encontrado no local de crime que 
não esteja relacionado às ações dos atores da infração e desde que sua 
produção não tenha ocorrido de maneira intencional.
 » Vestígio forjado: é todo elemento encontrado no local de crime, cujo autor 
teve intenção de produzi-lo, com o objetivo de modificar o conjunto dos 
23
LegisLação │ UNiDaDe i
elementos originais produzidos pelos atores da infração. Preocupação 
constante do perito em identificá-los adequadamente, para o correto 
exame do local.
indícios
O termo “indício” encontra-se explicitamente definido no artigo 239 do CPP, 
“Considera-se indício a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o 
fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias”.
São elementos materiais encontrados no local de crime necessariamente relacionados 
com a ocorrência policial.
Evidências
Na esfera da Criminalística, constitui uma evidência o vestígio que, após analisado pelos 
peritos, se mostrar diretamente relacionado com o delito investigado. As evidências 
são, portanto, os vestígios depurados pelos peritos.
Observamos que as evidências, por decorrerem dos vestígios, são elementos 
exclusivamente materiais e, por conseguinte, de natureza puramente objetiva.
A definição de indício adotada pelo CPP parece sinônimo do conceito de evidência. 
Contudo, a expressão “indício” foi definidapara a fase processual, portanto para um 
momento após a perícia, o que quer dizer que a palavra “indício” carreia consigo, além 
dos elementos materiais de que trata a perícia, outros de natureza subjetiva, próprios 
da esfera da polícia judiciária.
Neste contexto, cabe aos peritos transformar vestígios em evidências, enquanto aos 
policiais reserva-se a tarefa de, agregando-se às evidências informações subjetivas, 
apresentar o indiciado à Justiça.
Classificação dos vestígios
 » Quanto à duração, apresenta os seguintes aspectos:
 › Transitórios: desaparecem rapidamente após um lapso de tempo 
relativamente curto, como os vestígios de frenagem, lama, sangue, 
impressões papilares etc.
24
UNIDADE I │ LEgIsLAção
A figura 9 e a figura 10 ilustram duas situações em que o ato criminoso deixou um 
vestígio. A figura 9 mostra um vestígio de frenagem, alguns metros antes do ponto de 
um acidente de trânsito, e a figura 10 manchas de sangue em um local de homicídio. 
Ambos podem ser facilmente apagados ou por ação proposital (lavagem do local) ou 
mesmo pelo intemperismo (chuva, por exemplo).
figura 9. marca de frenagem em um acidente de trânsito.
fonte: acervo próprio, 2014.
figura 10. mancha de sangue em pavimento, que pode ser lavada e deixar de existir.
fonte: acervo próprio, 2014.
 › Permanentes: permanecem por tempo indeterminado, num espaço 
de tempo relativamente longo, como em relação aos sinais de 
arrombamento, vidros quebrados, amolgamentos em veículos, 
impressões digitais impressas, manchas de tinta etc.
A figura 11 ilustra uma impressão digital revelada com pó preto em uma superfície de 
vidro de uma janela, em um local de furto, no qual o suspeito do delito usou as mãos 
para abrir a referida janela e deixou impressões digitais no vidro. 
25
LegisLação │ UNiDaDe i
figura 11. impressão digital coletada em um local de crime e posteriormente impressa.
fonte: acervo próprio, 2015.
 » Quanto à natureza, classificam-se em:
 › Manchas: são marcas ou sinais que se apresentam sob a forma de 
crosta, mais ou menos tênue, aderidas em determinadas superfícies. 
São classificadas de acordo com a constituição da substância, como:
 · Orgânicas: sangue, esperma, suor, lágrimas, vômito, leite e colostro, 
muco, fezes, urina etc. 
 · Inorgânicas: lama e lodo, ferrugem, tintas, pólvora, pintura etc. 
A figura 12 ilustra um provável vômito em um local de furto. O indivíduo suspeito 
consumiu bebidas alcoólicas na residência e vomitou sobre a cama. O Vômito é uma 
mancha de composição orgânica.
figura 12. Vômito encontrado em um local de crime: material a ser coletado.
fonte: acervo próprio, 2014.
26
UNIDADE I │ LEgIsLAção
A figura 13 traz um muro pichado, as tintas utilizadas na pichação apresentam em sua 
composição exemplos de substâncias inorgânicas. 
figura 13. pichação: crime que deixou vestígio de tinta.
fonte: acervo próprio, 2015.
 » Impressões: são os vestígios que interessam pelo aspecto formal, 
destacando-se, principalmente, as impressões seguintes:
 › papilares;
 › dentárias;
 › ungueais (unhas);
 › labiais;
 › instrumentais;
 › pegadas.
 » ARMAS: reservam-se ao estudo das armas de fogo e das armas brancas.
As figuras 14, 15 e 16 mostram respectivamente, um revólver deixado em um local 
de homicídio, o tambor do mesmo revólver aberto com a posição das munições, e as 
cinco munições retiradas do revólver: três estojos de cartuchos com suas espoletas 
deflagradas, ou seja, que os projéteis foram disparados, e duas munições íntegras.
27
LegisLação │ UNiDaDe i
figura 14. arma de fogo: revólver encontrado em um local de homicídio, peça a ser analisada.
fonte: acervo próprio, 2016.
figura 15. arma de fogo: revólver encontrado em um local de homicídio, tambor contendo três munições com 
suas espoletas deflagradas e duas íntegras.
fonte: acervo próprio, 2016.
figura 16. munições retiradas do revólver: peças a serem analisadas.
fonte: acervo próprio, 2016.
28
UNIDADE I │ LEgIsLAção
 » Outros vestígios: referem-se ao estudo dos demais vestígios, como:
 › cabelos;
 › pelos;
 › poeira;
 › cinzas;
 › documentos etc.
 » Quanto ao comportamento, podem ser:
 › Perceptíveis: são os vestígios determinados pelos sentidos do ser 
humano. 
Por exemplo, a visualização das impressões ou dos objetos deixados no local de crime.
 » Imperceptíveis: são aqueles que devem ser revelados, pois, se encontram 
em estado latente. A revelação pode ser praticada por meios químicos, 
mecânicos, biológicos, físicos etc.
 » A série de figuras a seguir (17, 18 e 19) ilustra um cômodo de imóvel 
onde teria ocorrido um homicídio. Na primeira fotografia não é possível 
perceber a presença latente de sangue. E não se observa vestígios do 
homicídio.
Utilizando reagentes químicos, do tipo Luminol, pode-se revelar a presença do sangue 
latente no rejunte do piso do cômodo, o que é observado na segunda fotografia, feita no 
escuro. 
Uma montagem da primeira com a segunda fotografia é obtida e está ilustrada na 
terceira fotografia, que mostra melhor os locais que continham o sangue latente. 
Esse sangue latente nada mais é do que uma mancha de sangue que foi lavada após 
o crime, com o intuito de sumir com os vestígios do crime. E, desta forma, não 
pode ser visualizada a olho nu. Mas após aplicação do luminol, os resquícios de 
sangue que ficaram ipregnados no rejunte do piso, foram revelados e puderam ser 
observados.
29
LegisLação │ UNiDaDe i
figura 17. Cômodo de imóvel que ocorreu um homicídio: aparentemente sem vestígios.
fonte: acervo próprio, 2017.
figura 18. Cômodo de imóvel que ocorreu um homicídio: após utilização de Luminol os vestígios de sangue 
aparecem.
fonte: acervo próprio, 2017.
figura 19. montagem de fotografias para melhor ilustrar os vestígios de sangue revelados com Luminol.
fonte: acervo próprio, 2017.
30
CAPítulo 3
tipos de delitos
Inúmeros são os tipos de delitos que podem ocorrer em locais de crimes, uma vez que 
nem todo delito é previsível, ou mesmo é cometido de forma isolada. Os delitos são 
divididos basicamente em três grandes grupos, são esses:
 » crimes contra a pessoa;
 » crimes contra o patrimônio;
 » acidentes de trânsito.
Os crimes contra a pessoa compõem todos os delitos praticados contra a pessoa. 
Englobam desde uma simples tentativa de se cometer um delito contra a pessoa até a 
morte da mesma. 
Podemos citar alguns crimes contra a pessoa:
 » Homicídios:
 › lesões corporais;
 › aborto;
 › feminicídio;
 › infanticídio;
 › periclitação da vida e da saúde;
 › crimes contra a liberdade individual, entre outros.
Cabe ressaltar os casos de suicídio que, embora não se trate de ilícito penal, cabe 
realização de perícia neste tipo de local para a exclusão de delito (homicídio, por 
exemplo) dissimulado.
A figura 20 que segue ilustra um típico vestígio em casas de lesão corporal: manchas de 
sangue. Mesmo que não tenha ocorrido um delito mais grave, no caso um homicídio, a 
lesão corporal deixou vestígios, entre outros, as manchas de sangue.
31
LegisLação │ UNiDaDe i
figura 20. manchas de sangue decorrentes de lesão corporal.
fonte: acervo próprio, 2017.
Os crimes contra o patrimônio compreendem todos os delitos praticados cuja intenção 
do autor era a de obter, de forma ilícita, vantagem pecuniária ou patrimonial por 
intermédio da apropriação de objetos, bens ou valores. São crimes contra o patrimônio:
 » furto;
 » roubo;
 » extorsão;
 » usurpação;
 » dano;
 » apropriação indébita;
 » estelionato e outras fraudes;
 » receptação etc.
As quatro fotografias a seguir ilustram casos de crimes de furto, as duas primeiras 
referem-se a furto de equipamentode som instalado no painel do veículo, por meio 
de fratura do vidro do automóvel permitindo abertura da porta lateral direita a fim 
de retirar o aparelho de som. A terceira e quarta fotografias são de casos de furto em 
diferentes residências.
32
UNIDADE I │ LEgIsLAção
figuras 21 e 22. Caso de furto em veículo.
 
fonte: acervo prórpio, 2017.
figuras 23 e 24. dois casos de furto em residência.
fonte: acervo prórpio, 2017.
Os crimes decorrentes de acidentes de trânsito podem ser:
 » homicídio culposo na direção de veículo automotor;
 » lesão corporal culposa na direção de veículo automotor;
 » acidentes envolvendo embriaguez, fuga do local e condutor sem permissão 
para dirigir.
Vale ressaltar que suicídios e crimes de homicídios dolosos podem se consumar por 
meio do emprego de veículos automotores.
Dois casos de acidentes de trânsito com vítimas fatais estão ilustrados nas fotografias 
a seguir. 
33
LegisLação │ UNiDaDe i
figura 25 e 26. acidentes de trânsito.
 
fonte: acervo prórpio, 2015 e 2016.
34
unidAdE iiquímiCA forEnSE
CAPítulo 1 
A ciência química forense
Química é o ramo da ciência que estuda as transformações que ocorrem entre os átomos 
e as moléculas, os estudos da estrutura das substâncias que compõem a matéria, 
identifica a reação entre a estrutura e as propriedades moleculares.
Química forense é a aplicação dos conhecimentos e dos métodos de análises químicas, 
qualitativa e quantitativa, aplicados na investigação das evidências, para resolver os 
problemas de natureza legal. E a palavra forense vem da palavra latina “forum”, que na 
Roma Antiga, era a praça central da cidade, na qual ficavam os prédios administrativos 
e de justiça.
A análise qualitativa estabelece a identidade química das espécies presentes em uma 
amostra. A análise quantitativa determina as quantidades relativas das espécies, ou 
analitos, em termos numéricos
Assim como a Química Analítica tem por finalidade encontrar a composição das 
amostras, a química forense também tem a mesma finalidade. Utilizam-se os mesmos 
equipamentos para as análises, porém enquanto a fonte é conhecida e existem amostras 
e controles definidos na química analítica, na forense nem sempre se conhece a fonte e 
as misturar são complexas e oferecem dificuldade em encontrar o controle adequado.
Técnicas clássicas e também sofisticadas como cromatografia, espectroscopia, 
espectrometria de massa, calorimetria, papiloscopia e termogravimetria são capazes 
de identificar a substância utilizada em um envenenamento, as impressões digitais de 
envolvidos em crimes, manchas orgânicas, tais como sangue, esperma, fezes e vômito, 
manchas inorgânicas, como lama, tinta, ferrugem e pólvora, e analisar evidências 
como fios de cabelo, peças de vestuário, entre outros vestígios encontrados em locais 
de crime.
35
Química Forense │ uniDaDe ii
Toda a Ciência Forense, não somente a Química Forense é baseada no Princípio da Troca 
de Locard, que pode ser assim enunciado “toda vez que dois objetos entram em contato 
existe uma troca de material de maneira que a substância de cada um é depositada 
no outro”, ou de forma mais direta “todo contato deixa um traço”. Edmond Locard 
(1877-1966) foi o pioneiro na Ciência Forense e ficou conhecido como o Sherlock 
Holmes da França.
Apesar de as investigações criminais serem o aspecto mais conhecido da química 
forense, ela não se limita a ocorrências policiais. O químico forense também pode 
dar seu parecer em decisões de natureza judicial, atuar em questões trabalhistas, 
como determinar se uma atividade é perigosa ou insalubre, detectar adulterações 
em combustíveis e bebidas, uso de drogas ilícitas, fazer perícias em alimentos e 
medicamentos e investigar o doping esportivo.
figura 27. relações entre a química analítica, outras áreas da química e outras ciências. 
Química
Analítica
Química
Bioquímica
Química 
Inorgânica
Química Orgânica
Físico-Química
Física
Astrofísica
Astronomia
Biofísica
Engenharia Civil
Química
Elétrica
Mecânica
Medicina
Química Clínica
Química Medicinal
Farmácia
Toxicologia
Ciência dos 
Materiais
Metalurgia
Polímeros
Estado SólidoCiências SociaisArqueologia
Antropologia
Fornse
Agricultura
Agronomia
Ciência dos 
Animais
Ciência da 
Produção
Ciência dos 
Alimentos
Horticultura
Ciência dos Solos
Ciências do
Meio Ambiente
Ecologia
Meteorologia
Oceanografia
Geologia
Geofísica
Geoquímica
Paleontologia
Paleontobiologia
Biologia
Botânica
Genética
Microbiologia
Biologia Molecular
Zoologia
fonte: skoog, West, Holler, Crouch, fundamentos de Química analítica – editora thomson, p. 3, 2002.
36
UNIDADE II │ QUímIcA ForENsE
Procedimentos de coletas e controle de 
qualidade em química forense
Os procedimentos de coleta de amostras são padronizados e devem ser criteriosos para 
que a prova não seja invalidada.
A cadeia de custódia deve ser mantida desde a observação e coleta de um vestígio no 
local do crime, até o final das análises e o julgamento transitado em julgado.
O termo cadeia de custódia se refere à documentação fotográfica e escrita com o 
propósito de rastrear todas as operações realizadas com cada amostra desde sua coleta 
até o final das análises a que ela foi submetida. Assim como o laboratório deve ser hábil 
para demonstrar que tomou todas as precauções para prevenir a falsificação, quebra, 
perda ou contaminação da amostra.
A cadeia de custódia confere à amostra certificação de sua origem e destino e, 
consequentemente, cede ao laudo pericial resultante de sua análise, confiabilidade e 
robustez suficientes para conferir sua aprovação no elenco probatório.
As amostras ou materiais coletados podem ser de natureza biológica, química ou física. 
E podem apresentar-se na forma de material líquido, material seco ou material fixado 
em lâminas.
Pensando que o perito de local, trabalha em todos os locais de crime que ocorrem na 
rua, ou seja, desde homicídio, suicídio, acidentes de trânsito, até danos, furtos e outros 
crimes contra o patrimônio, é preciso estar preparado para coletar os mais diversos 
vestígios. 
Conforme foi descrito anteriormente, pode ser coletada uma mancha, uma impressão, 
ou mesmo um objeto, uma arma de fogo, uma roda de caminhão. Para que as coletas 
ocorram da maneira mais correta possível, são elaborados manuais de coleta e cadeia 
de custódia.
É impostante ter uma noção dos procedimentos, tanto para manter a saúde e segurança 
do perito, quanto a integridade e validade da amostra coletada.
materiais úteis para coletas
Em todo procedimento de coleta, deve haver preocupação no sentido de evitar 
contaminação externa, sempre proceder à identificação do vestígio de maneira 
apropriada que garanta o maior número de informações possíveis. Fotografar o local 
37
Química Forense │ uniDaDe ii
do crime antes da coleta para registrar cada vestígio coletado na posição e situação em 
que foram encontrados, informar o local em que ocorreu o fato ilícito e registrar a data, 
e a natureza da ocorrência. Os procedimentos a serem seguidos pelos órgãos policiais 
e periciais oficiais devem estar em consonância com os ditames da legislação em vigor.
Dessa forma, são úteis os materiais:
 » Luvas descartáveis: devem ser usadas uma única vez, tanto para proteção 
do perito, quanto para não contaminar as amostras coletadas.
figura 28. utilização de luvas para revelação e coleta de impressões digitais.
fonte: acervo próprio, 2017.
figura 29. utilização de luvas para coleta de estojo de munição de arma de fogo.
fonte: acervo próprio, 2017.
38
UNIDADE II │ QUímIcA ForENsE
 » Suabe embalado individualmente: os suabes são utilizados para coletar 
amostras de fluidos, principalmente os biológicos(sangue, saliva, sêmen 
etc.). E quando embalados individualmente evitam ou diminuem os 
riscos de contaminações.
figura 30. suabe embalado individualmente.
fonte: <https://pixabay.com/pt/m%C3%a9dica-farm%C3%a1cia-a-doen%C3%a7a-342446/>
 » Cotonete estéril: o cotonete estéril tem a função similar ao do suabe.
 » Gaze estéril: o perito pode utilizar a gaze tanto para limpeza de alguma 
superfície que deseja examinar, quanto para coletar algum líquido ou 
mesmo sólido (poeira, cinza, etc.) que possa estar relacionado com o 
crime em questão.
 » Sacos plásticos de diferentes tamanhos: todo vestígio coletado deve ser 
acondicionado em embalagem, de preferência plástica, e vedada por lacre 
para ser encaminhado aos laboratórios especializados ou seguirem junto 
com o laudo pericial. E como não se sabe qual vestígio será coletado, os 
diferentes tamanhos de sacos plásticos são necessários.
 » Pipeta plástica estéril: pode ser utilizada para misturar reagentes químicos 
em uma análise de entorpecentes; para coletar líquidos e armazenar em 
potes vedados por tampa, entre outras serventias.
 » Tubos e potes plásticos com tampa: para coletar amostras de combustível 
com suspeita de adulteração. Para coletar amostras de bebidas com a 
mesma suspeita. Para coletar amostra de entorpecentes, solo contaminado, 
e outros vestígios que podem ser fracionados e armazenados em tubos e 
potes.
39
Química Forense │ uniDaDe ii
A figura 31 mostra combustível sendo coletado em frasco de plástico de cor âmbar.
figura 31. pote plástico sendo utilizado na coleta de combustível adulterado.
fonte: acervo próprio, 2015.
 » Pinça descartável: auxilia na coleta e manipulação dos vestígios, evitando 
o contato com o mesmo. Mesmo com a utilização da pinça é necessário 
utilizar luvas para coletas e análises forenses.
 » Tesoura descartável: os mais diversos usos nas práticas periciais.
 » Lâminas estéreis de bisturi: pode ser usado para remoção da roupa de 
um cadáver para realização de exame perinecroscópico feito no local dos 
fatos. Pode ser usado para fracionamento de uma peça de vestimenta 
para envio a laboratório específico, entre outros usos.
 » Sacos, envelopes e caixas de papel escuro de diferentes tamanhos: 
utilização semelhante aos sacos plásticos, porém para amostras úmidas 
e biológicas, pois o papel minimiza o problema de proliferação de 
microrganismos uma vez que possibilita a secagem gradativa da amostra. 
 » Etiqueta adesiva padrão: todo material embalado em envelope, saco ou 
tubo plástico deve ser etiquetado e identificado. Deve conter as principais 
informações sobre o caso: Delegacia requisitante, data, origem, destino, 
identificação do material, perito responsável, número do laudo pericial, 
entre outras informações pertinentes.
A figura 32 ilustra duas garrafas de plástico âmbar contendo duas amostras do mesmo 
combustível coletado. Uma das garrafas deve ficar no posto de combustível como 
contraprova. A outra garrafa deve ser enviada ao laboratório de Química para análises 
de adulteração de combustível.
40
UNIDADE II │ QUímIcA ForENsE
figura 32. potes plásticos utilizados na coleta de combustível adulterado, vedados por tampa e etiquetados.
fonte: acervo próprio, 2015. 
 » Álcool 70%: pode ser utilizado na desinfecção dos utensílios que não são 
descartáveis e mãos do perito. 
 » Envelopes e sacos dotados de lacre: quando o saco já possui vedação por 
lacre facilita o trabalho do perito na embalagem dos vestígios coletados.
Um saco autolacrável contendo vestígios coletados em um local de crime está 
representado na fotografia da figura 33. Devidamente lacrado e identificado esta 
amostra segue para laboratório específico. 
figura 33. saco plástico próprio para embalagem de peça de crime dotado de lacre.
fonte: acervo próprio, 2016.
41
Química Forense │ uniDaDe ii
 » Lacres avulsos: na ausência de sacos dotados de lacre, utilizar lacres 
avulsos ara vedação dos mais diversos invólucros plásticos ou de papéis.
Nos procedimentos de acondicionamento, deve-se evitar contaminação por 
microrganismos, evitar contaminação por mistura de amostras e perda do vestígio.
Materiais biológicos: sangue, urina, saliva, sêmen, e outros.
figura 34. manchas de sangue.
fonte: <https://pixabay.com/pt/sangue-crime-horror-morte-mancha-18983/>
Amostras químicas: águas, bebidas, resíduos de incêndio, alimentos, entorpecentes, 
medicamentos, combustíveis, resíduos de disparo de arma de fogo, pesticidas e 
contaminantes, tintas, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, entre outros.
Materiais para exames físicos: dispositivos e materiais para caracterização de forma, 
disposição, integridade, função, desempenho, atributos, propriedades ou estrutura; 
alterações, deformações, fraturas e secções em materiais diversos, para caracterização 
do agente; caracterização de materiais. 
Tendo em vista a diversidade de amostras e materiais que podem ser coletados, também 
é diversa a forma de coleta de cada um. 
Primeira regra básica é que todo material deve ser lacrado oficialmente pelo Perito ou 
pela Autoridade requisitante, um procedimento de segurança para o exame pericial e 
para a Justiça.
42
UNIDADE II │ QUímIcA ForENsE
Coleta de amostras
Um procedimento importante antes da coleta de uma peça de crime é a realização 
de fotografia com a correta localização das peças encontradas. Garantindo, assim, a 
perpetuação da cena do crime e suas peças.
Sempre utilizar luvas e manusear o mínimo possível, acondiconar em invólucro 
apropriado e vedar com lacre numerado. Proceder com a identificação da peça, 
informando no invólucro a Data, a Delegacia de Polícia (DP) Requisitante, o Boletim de 
Ocorrência (B.O.), o número do lacre, o nome do Perito Criminal e o número do Laudo 
Pericial.
Para evitar contaminações:
 » isolar o local de crime;
 » recolher os vestígios biológicos primeiro;
 » usar luvas para cada vestígio coletado;
 » utilizar instrumentos estéreis e descartáveis;
 » não usar conservantes;
 » secar as amostras em temperatura ambiente;
 » guardar cada vestígio separado;
 » recolher o material e instrumentos descartáveis;
 » evitar tossir, comer, beber, fumar, falar sobre os vestígios.
Alguns tipos de contaminações podem ocorrer se as amostras forem:
 » preservadas úmidas: ocorre a proliferação de bactérias e fungos e 
degradação do material genético;
 » congeladas e descongeladas várias vezes;
 » expostas a luz (vale para material biológico).
Critérios de coleta
Em toda coleta de material em um local de crime, o Perito deve proceder com bom 
senso, uma vez que o que será coletado depende do seu discernimento para decidir o 
43
Química Forense │ uniDaDe ii
que pode ser de interesse para se fazer a correlação do material com o fato a ser apurado 
ou para a conclusão da sua perícia de levantamento de local realizado, e não, coletar 
aleatoriamente e sem nenhum critério tudo o que se encontrar no local.
Feita a coleta, o material deve ser encaminhado ao laboratório de química responsável 
pelas análises, sempre em invólucro lacrado e acompanhado de uma Requisição de 
Exame que deve conter informações básicas sobre o material coletado e sua natureza, 
um breve histórico do fato, e os quesitos a serem analisados. 
Os quesitos são importantes para contextualizar as análises, pois toda substância ou 
produto químico em si possui latente o risco potencial intrínseco à natureza química do 
mesmo, que só se manifesta quando do uso ou da aplicação incorreta. O que diferencia 
o efeito de determinada substância como remédio ou veneno é a dose e a finalidade da 
aplicação. Se for usada em porção correta e para a enfermidade indicada a substância é 
um remédio, entretanto, se usado em dosagem incorreta e para doença contraindicada 
torna-se veneno,letal ou não.
A Química Forense envolve coleta e análise de:
 » adulteração de combustíveis;
 » adulteração e falsificação de bebidas;
 » exames residuográficos (disparo de arma de fogo);
 » recenticidade de disparo em armas de fogo;
 » drogas/entorpecentes;
 » medicamentos na área toxicológica;
 » adulteração e falsificação de medicamentos;
 » dopping;
 » resíduos de incêndios;
 » aromas de alimentos;
 » pesticidas;
 » álcool no sangue;
 » tintas;
 » entre outras análises.
44
UNIDADE II │ QUímIcA ForENsE
Coleta de combustível
De forma geral deve-se coletar duas amostras de um litro cada uma, uma para 
ser analisada no labortório e outra para ficar depositada com o averiguado como 
contraprova. De preferência essa coleta deve ser realizada em vasilhame de cor 
âmbar com tampa autolacrável, essa tampa é recomendada para garantir a cadeia de 
custódia do material, ou seja, o frasco é fechado no local com uma tampa com um lacre. 
Esse frasco é enviado para um laboratório que abrirá o frasco para analisar o combustível, 
assim com a tampa autolacrável garante-se que não houve manipulação do combustível 
antes de chegar ao laboratório.
Por que fica depositada uma amostra coletada com o averiguado como contraprova?
O posto de combustível averiguado “recebe” uma amostra coletada para, quando dos 
julgamentos, se houver questionamentos sobre as análises, há uma outra amostra, 
coletada no mesmo dia e nas mesmas condições armazenada com ele e pode ser também 
analisada.
figura 35. posto de gasolina abandonado.
fonte: <https://pixabay.com/pt/abandonado-sair-postos-de-gasolina-1641489/>
líquidos
Recomeda-se que sejam coletados em vasilhames providos de tampa, de modo a evitar 
vazamentos, identificados, embalados em invólucro vedado por lacre e acompanhados 
de informações sobre o histórico do fato e sobre o material a ser analisado.
Sólidos
De forma análoga aos líquidos, devem ser coletados em recipientes providos de tampa, 
de modo a evitar desperdícios, identificados, embalados em invólucro vedado por 
45
Química Forense │ uniDaDe ii
lacre e acompanhados de informações sobre o histórico do fato e sobre o material a ser 
analisado.
Exames residuográficos
Quando for uma peça de vestuário, esta deverá ser coletada íntegra e encaminhada seca 
para exames, embalada em invólucro vedado por lacre, identificado e acompanhado de 
informações sobre o histórico do fato e sobre o material a ser analisado.
Quando se tratar de coleta de material das mãos, poderá proceder com tiras de 
esparadrapos da seguinte forma: colar as tiras de esparadrapos nas mãos e dedos do 
averiguado, posteriormente colar as tiras em papel de filtro, identificar o nome do 
indivíduo e a mão de coleta (direita/esquerda), embalar em invólucro plástico vedado 
por lacre e identificado.
figura 36. disparo de arma de fogo.
fonte: <https://pixabay.com/pt/pistola-arma-alvo-crime-luta-2948729/>
resíduos de incêndio
Quando houver possibilidade de identificar o acelerante utilizado em incêndio, coletar 
o material suspeito de conter o acelerante, vedar para evitar perda do material volátil, 
embalar em invólucro plástico, identificar e vedar com lacre.
Preservação das amostras
Quando uma amostra é coletada no local do crime, ela vem de forma “crua”, ou seja, é 
preciso adequar a amostra coletada ao procedimento analítico a ser adotado, tendo em 
vista o equipamento a ser utilizado. Cada equipamento recebe a amostra de uma maneia 
particular, por exemplo, em um cromatógrafo a gás só podemos inserir amostras no 
estado gasoso ou líquido. E se a amostra for um sólido? 
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UNIDADE II │ QUímIcA ForENsE
Essa pergunta pode ser respondida de duas maneiras:
Primeiramente, deve-se pensar se vale a pena transformar esse sólido em líquido. 
E segundo, se será feito somente uma dissolução desse sólido em um líquido compatível 
com o equipamento ou se será necessário um processo químico para que esse sólido 
seja inserido na forma líquida no cromatógrafo a gás.
Esses questionamentos fazem parte do preparo da amostra. Que é preparar a amostra que 
veio do local do crime para que ela seja compatível com a inserção em um equipamento 
ou mesmo outro método analítico mais simples que não envolva equipamento, como 
por exemplo, uma titulação.
Você sabe o que é analito?
Analito é o composto químico de interesse na análise ou, em outras palavras, é o composto 
químico que será analisado. Podemos proceder uma análise somente para saber se há 
ou não este composto na amostra ou até mesmo para determinar sua concentração.
Dependendo do tipo de amostra e do tipo de analito a ser determinado pode ocorrer 
alterações nos níveis de concentração durante o período de armazenamento devido ao 
armazenamento inadequado.
Importante estar ciente de que a composição do material pode mudar com o tempo 
após a coleta, devido a:
1. Processos físicos: volatilização do analito (se for armazenado em 
recipiente aberto e a amostra for volátil), perda ou absorção de umidade 
(amostra higroscópica armazenada em local úmido), adsorção (interação 
do analito da amostra com o recipiente de armazenamento).
2. Processos químicos: reações fotoquímicas (se a amostra for deixada no 
sol, por exemplo), oxidações, precipitações.
3. Processos biológicos: biodegradação, reações enzimáticas, proliferação 
microbiológica.
47
CAPítulo 2
Preparação e cuidados das amostras 
para análise
Amostras reais são complexas de um modo geral, possuem na matriz da amostra 
diversos componentes que podem não ser de interesse na análise química. Em exame 
dessas amostras reais, seja uma análise química qualitativa ou quantitativa, estão 
envolvidos os seguintes pontos:
 » seleção do método de análise;
 » processamento da amostra de interesse;
 » realização das análises;
 » expressão dos resultados.
Todo procedimento analítico deve ser escolhido com base na precisão, exatidão, 
seletividade, sensibilidade, limite de detecção, frequência analítica do processo como um 
todo. Sempre levar em conta o custo, o espaço laboratorial disponível, a infraestrutura 
laboratorial e a habilidade do analista.
Seleção do método de análise
O sucesso da análise qualitativa ou quantitativa depende da compatibilidade do método 
de preparo da amostra usado com o método de análise.
O preparo da amostra pode representar uma grande parte do tempo de um método de 
análise e pode ser uma fonte de erro significativa no resultado da análise. Por outro 
lado, em muitos casos o preparo da amostra pode representar uma parte crucial do 
método de análise química, tornando possível a determinação de um analito em uma 
amostra. Isso porque, essa etapa previamente a análise permite minimizar a influência 
de outras substâncias presentes na amostra, e que não são do interesse da investigação, 
sobre a resposta analítica do método de análise para o analito. Além disso, os peritos 
podem fazer uso de algumas técnicas de preparo de amostra para concentrar os analitos 
na amostra, tornando possível a detecção química de um determinado composto. Isso 
porque, em muitos casos o analito encontra-se em concentrações muito baixas na 
amostra, de maneira que não seja possível a sua detecção, mesmo por técnicas mais 
sofisticadas como as técnicas cromatográficas. 
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UNIDADE II │ QUímIcA ForENsE
Um exemplo é a detecção de drogas em uma amostra biológica de um indivíduo suspeito. 
A análise, geralmente, é realizada na urina do indivíduo, dependendo da droga. Contudo, 
a sua presença na urina decorre dos processos farmacológicos corpóreos após o consumo 
da droga, de maneira que se encontrará presente no nível de mg por litro de urina. 
Ou seja, uma quantidade muito pequena para ser detectada por técnicas convencionais 
e, dependendo da instrumentação, até mesmo por técnicascromatográficas. Nesses 
casos, existem técnicas, tais como a extração em fase sólida (SPE) e a microextração 
em fase sólida (SPME), que permitem aumentar a concentração do analito em 10 ou 
100 vezes, conforme necessário, além de eliminar substâncias indesejáveis que podem 
distorcer os resultados reais. 
A seleção do método de análise deve levar em conta os elementos ou compostos a serem 
determinados; as faixas de concentrações dos analitos; a exatidão, precisão, seletividade 
e limite de detecção do método; a disponibilidade em laboratório, as características do 
método, etc.
Processamento da amostra de interesse
Vamos agora detalhar o procedimento de processamento e preparo de uma amostra a 
ser investigada. 
figura 37. amostragem: parte importante da análise.
fonte: <https://pixabay.com/pt/amostragem-de-lava-cientista-1098262/>
A análise de uma amostra é realizada em uma pequena quantidade do material 
amostrado no local do crime. Contudo, a seleção dessa pequena quantidade numa 
porção amostrada deve ser representativa de toda a porção, de maneira que o resultado 
obtido corresponda àquela amostra como um todo. 
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Química Forense │ uniDaDe ii
Por exemplo, a investigação de um material apreendido suspeito de ser um entorpecente 
inicia-se na coleta de uma amostra desse material apreendido. Convenhamos que 
levaria muito tempo para analisar várias dezenas, se não centenas de quilogramas de 
um material. A coleta dessa amostra deve ser realizada tomando pequenas quantidades 
de várias partes de um pacote do material, por exemplo. Ou de vários pacotes. 
Essas pequenas quantidades devem ser homogeneizadas, podendo ser novamente 
fragmentadas, sucessivamente, até se obter uma quantidade pequena suficiente para 
a análise. Esse procedimento faz com que a resposta obtida a partir dessa pequena 
quantidade de material coletado do(s) pacote(s) seja representativa de todo o material 
ali contido. 
Somente após a amostragem inicia-se a etapa de preparo da amostra.
Por que preparar a amostra? 
A amostra deve ser convertida em uma forma adequada para viabilizar a análise. 
Por exemplo, equipamentos de cromatografia a gás só aceitam introdução de amostra 
no estado gasoso ou líquido, enquanto que a cromatografia líquida e a absorção atômica 
por chama somente aceitam amostras no estado líquido.
Se a amostra é sólida, pode optar por um método que aceite inserção direta de sólidos ou 
converter o sólido em líquido, por processos de simples dissolução ou de decomposição 
do material inicial em outra espécie química na forma líquida.
Preparar a amostra também em termos de concentração: se está muito concentrada, 
faz-se diluição da amostra. Ou se está em concentrações muito baixas, faz-se 
concentração da amostra.
Os principais objetivos do preparo da amostra são, portanto, promover a extração e 
a diluição ou concentração dos analitos de interesse, além da remoção, tanto quanto 
possível, dos interferentes (substâncias presentes na amostra a ser analisada que podem 
interferir de maneira negativa no resultado da análise). 
interferentes
As espécies além do analito, que afetam a medida final, são chamadas interferências ou 
interferentes. Um plano deve ser traçado para se isolar os analitos das interferências 
antes que a medida final seja feita. Não há regras claras e rápidas para a eliminação de 
interferências; de fato, a resolução desse problema pode ser o aspecto mais crítico de 
uma análise.
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UNIDADE II │ QUímIcA ForENsE
Interferência ou interferente é uma espécie que causa um erro na análise pelo 
aumento ou atenuação (diminuição) da quantidade que está sendo medida. Para 
eliminar os interferentes e isolar o(s) analito(s) é necessário preparar a amostra.
O esquema a seguir representa o que acontece com o sinal analítico frente aos dois tipos 
de interferentes: o positivo e o negativo.
figura 38. esquema interferentes e sinal analítico.
interferente positivo aumento do sinal analítico
interferente negativo diminuição do sinal analítico
fonte: própria autora.
É um concomitante que modifica o sinal do analito. 
 » Positivo = aumento de sinal. 
 » Negativo = diminuição do sinal. 
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CAPítulo 3
Extrações
Uma vez coletada a amostra, ela será analisada e para tanto, uma das etapas mais 
importantes é a de extração. Além disso, a baixa concentração dos analitos em amostras 
reais, assim como a complexidade da matriz da amostra também são fatores que podem 
dificultar a quantificação dos analitos.
Um grande número de técnicas incluindo coprecipitação, extração com solventes, 
extração em fase sólida, entre outras, têm sido usadas para a pré-concentração de 
analitos em diversas matrizes de amostras. A técnica mais popular de extração é a 
extração com solventes.
A seguir serão abordas as principais técnicas de extração como etapa de preparo de 
amostra empregadas em análises químicas, considerando a infinidade de amostras 
passíveis de investigação e enfatizando que serão abordadas as seguintes técnicas, pois 
são as mais utilizas para fins de aplicações forenses.
Extração líquido-líquido 
Na extração liquido-líquido ocorre a partição da amostra entre duas fases imiscíveis, 
uma orgânica e outra aquosa. A eficiência da extração depende da afinidade entre o 
analito a ser extraído da amostra. Analitos polares apresentam maior afinidade pela fase 
aquosa, enquanto analitos apolares apresentam maior afinidade com a fase orgânica. 
Assim o analito, apresentando polaridade distinta dos interferentes da amostra, pode 
ser extraído, sendo isolado desses interferentes. 
O ajuste do pH da fase aquosa pode ser empregado para promover essa extração. 
Para tal, é necessário conhecer o pKa e a solubilidade do analito e dos possíveis 
interferentes. 
A extração líquido-líquido tem a vantagem de ser simples, fazer uso de vidrarias 
simples e não requerer instrumentação e pode utilizar um grande número de solventes 
disponíveis comercialmente. Por outro lado, apresenta uma série de limitações:
 » amostras muito polares, com alta afinidade pela água são parcialmente 
extraídas pelo solvente orgânico;
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UNIDADE II │ QUímIcA ForENsE
 » as impurezas indesejáveis podem ser extraídas juntamente com os 
analitos de interesse;
 » pode ocorrer a formação de emulsões;
 » requer grandes volumes de amostra e solventes orgânicos, geralmente 
tóxicos;
 » pode ocorrer adsorção dos analitos da vidraria;
 » difícil automação.
Apesar dessas limitações, a extração líquido-líquido é considerada uma técnica clássica 
de preparo de amostra, e ainda é muito utilizada por mostrar-se eficiente em vários 
casos, como para a determinação de substâncias presentes em amostras biológicas. 
quEChErS
QuEChERS (Quick, Easy, Cheap, Effective, Rugged, Safe) é a denominação dada para 
um procedimento de extração sólido-líquido mais elaborado e considerado simples, 
rápido, barato, sem requerer equipamento ou vidraria especial. 
O procedimento de preparo de amostras denominado QuEChERS consiste em:
1. extração de compostos em solvente orgânico, seguida de uma etapa de 
extração/partição pela adição de um sal (salting-out); 
2. agitação em ultrassom e/ou vórtex para promover a interação do solvente 
com os analitos; 
3. centrifugação, para promover a precipitação de proteínas e outras 
macromoléculas presente no meio; 
4. limpeza do extrato (clean up), etapa fundamental para reduz as 
interferências, além de diminuir a necessidade de manutenção do sistema 
cromatográfico.
Um esquema da técnica de extração QuEChERS pode ser visualizado na Figura 39 a 
seguir:
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Química Forense │ uniDaDe ii
figura 39. técnica de extração QueChers: (1) extração/partição na presença de um sal; (2) agitação; (3) 
Centrifugação; (4 e 5) extração em fasesólida dispersiva; (6) agitação; (7) Centrifugação.
fonte: própria autora.
Esta técnica de preparo de amostras, que possui aplicações principalmente na área de 
alimentos, tem demonstrado ser eficiente na remoção de interferentes na determinação 
de resíduos tóxicos de praguicidas. No entanto, a técnica já foi utilizada na determinação 
de mais de 40 substâncias, dentre elas estimulantes, anestésicos, antidepressivos, 
hormônios e ansiolíticos em amostras de sangue total.
SPE – Extração em fase sólida
A extração em fase sólida (SPE, do inglês Solid Phase Extraction) é extremamente útil 
para a extração de analitos presentes em baixas concentrações de matrizes aquosas. 
É muito útil em análises de drogas de abuso em matrizes biológicas como urina e sangue, 
por promover não apenas a limpeza da amostra previamente à análise, como também a 
concentração das substâncias de interesse. 
A possibilidade de automação da SPE e o uso de pequenos volumes de solventes 
orgânicos são algumas das conveniências que a tornaram uma alternativa frente 
à extração líquido-líquido. Além das vantagens citadas, a disponibilidade de fases 
extratoras diversificadas possibilita extrações seletivas para determinada classe de 
compostos. 
As etapas da SPE consistem em (Figura 40): 
I. Condicionamento: percolação de solventes apropriados pela fase 
extratora do cartucho, preparando-a para reter os analitos. 
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UNIDADE II │ QUímIcA ForENsE
II. Adição da amostra: percolação da amostra pela fase extratora 
condicionada, retendo os analitos com afinidade pela fase extratora 
presentes na amostra. 
III. Lavagem: passagem de um solvente pelo cartucho para retirar 
interferentes e manter os analitos de interesse na fase extratora.
IV. Eluição: percolação de baixo volume de solvente apropriado pela fase 
extratora, recuperando os analitos de interesse retidos.
Figura 40. Esquema ilustrativo das etapas envolvidas em SPE: (x) interferentes; (•) analitos; porção em azul claro 
ilustra a amostra; em cinza, a fase extratora e em branco, o solvente.
fonte: própria autora.
SPmE – micro extração em fase sólida
Uma tecnologia recentemente introduzida à ciência de separações é a microextração 
em fase sólida (SPME, do inglês Solid Phase Micro-Extraction), e esta técnica está em 
constante desenvolvimento. A SPME apresenta-se como uma alternativa promissora 
para procedimentos de preparação de amostras especialmente para cromatografia a gás 
(GC), oferecendo vantagens como alta eficiência, boa precisão, baixo limite de detecção 
e facilidade para automação. 
Tipicamente, a SPME usa fibras de sílica fundida com recobrimento polimérico para 
extrair compostos alvos de diferentes matrizes, sendo a seleção do tipo de recobrimento 
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Química Forense │ uniDaDe ii
da fibra a parte chave do sistema para uma análise eficiente. A microextração em fase 
sólida vem sendo amplamente aceita e aplicada em química analítica pelo fato de ser 
uma técnica livre de solventes, relativamente rápida, seletiva, versátil e que combina 
extração e pré-concentração em uma única etapa. É uma técnica relativamente recente 
de extração com sorventes que foi desenvolvida por Arthur e Pawliszyn como uma 
alternativa às técnicas convencionais de extração. 
Embora inicialmente desenvolvida para análise de compostos voláteis e semivoláteis 
em amostras ambientais, como micropoluentes orgânicos em água, a SPME tem sido 
aplicada a várias áreas. Atualmente é possível encontrar publicações que utilizam 
esta metodologia para determinação de compostos orgânicos voláteis, semivoláteis 
e poluentes inorgânicos não voláteis em diferentes campos de aplicação, como: meio 
ambiente, alimentos, produtos naturais, farmacêuticos, biológicos, toxicologia, entre 
outros.
A SPME pode ser acoplada a diferentes técnicas para a obtenção de dados analíticos, 
como: cromatografia gasosa, cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massas 
(GC-MS), cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) e eletroforese capilar (CE).
O princípio destas técnicas é similar ao da extração líquido-líquido convencional, 
contudo apresentam vantagens como a minimização na quantidade de solvente 
utilizado, simplicidade de operação, baixo custo e consumo de tempo.
As estratégias de preparo de amostra são realizadas de diversas formas e estão em 
constante desenvolvimento, alguns exemplos de preparo de amostra seguem abaixo:
 » Via seca.
 » Via úmida (ácidos, agentes oxidantes e suas mesclas). 
 » Decomposição sob pressão -> bombas de PTFE.
 » Decomposição sob pressão -> incinerador a alta pressão. 
 » Decomposição com radiação micro-ondas (forno de MW). 
 » Decomposição com minifrascos. 
 » Extração líquido-líquido – LLE. 
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UNIDADE II │ QUímIcA ForENsE
 » Extração em fase sólida – SPE.
 » Microextração em fase sólida – SPME. 
 » Microextração com gota única – SDME. 
 » Extração líquido-líquido dispersivo – DLLE. 
 » Extração mediada por radiação micro-onda – MWE. 
 » Extração mediada por ultrassom – USE. 
 » Extração mediada por surfactantes – CPE.
 » Extração mediada por radiação UV. 
 » Técnicas de precipitação. 
 » Amostragem de sólidos/suspensões. 
A escolha do preparo de amostra é feita com base na disponibilidade de 
reagentes/instrumentos no laboratório, na natureza dos analitos, no tipo de amostra 
e, além disso, no tempo gasto para o preparo, a eficiência e o custo benefício de cada 
técnica.
realização das análises 
Uma vez preparada a amostra, aplica-se o método de análise. As condições do 
instrumento analítico devem ser verificadas, assim como, avaliações estatísticas e 
controle de qualidade (exatidão) do método analítico.
Para que a análise seja bem-sucedida e os erros sejam minimizados, é importante 
proceder com a purificação dos reagentes e da água utilizados.
As análises costumam ocorrer com o emprego de métodos clássicos, são eles:
 » Métodos gravimétricos. 
Que são baseados na medida de massa de um composto puro ao qual o analito está 
quimicamente relacionado.
 » Métodos volumétricos. 
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Química Forense │ uniDaDe ii
Que são baseados em análise nas quais a medida final é o volume de um titulante 
padrão necessário para reagir com o analito presente em uma quantidade conhecida 
de amostra.
 » Métodos instrumentais. 
Os esquemas representados nas figuras a seguir representam as classificações dos 
métodos instrumentais.
Classificação dos métodos instrumentais
figura 41. esquema de representação das divisões dos métodos espectroanalíticos.
Espectroanalíticos
Colorimetria
Espectrofotometria no visível 
e ultravioleta 
Espectrofotometria no 
infravermelho
Espectrofluorimetria
Espectroscopia de absorção 
atômica
Espectroscopia de emissão 
atômica
fonte: própria autora.
figura 42. esquema de representação das divisões dos métodos cromatográficos.
Cromatográficos
Cromatografia líquida
Cromatografia a gás
fonte: própria autora.
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figura 43. esquema de representação das divisões dos métodos eletroanalíticos.
Eletroanalíticos
Eletrogravimetria
Amperometria
Condutimetria
Coulometria
Potenciometria
Voltametria
Polarografia
fonte: própria autora.
Alguns métodos instrumentais serão discutidos no decorrer do texto, principalmente 
os mais utilizados com aplicação nas análises periciais.
59
CAPítulo 4
Cromatografia
A palavra cromatografia deriva do grego que significa “estudo da cor” e foi criada em 
1903 por Michael Tswett, que era botânico e trabalhava no estudo de separação de 
cores de pigmentos.
É utilizada para separar componentes semelhantes de misturas complexas. A fase 
móvel da cromatografia pode ser um gás, um líquido ou um fluido supercrítico. A fase

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