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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/303343281 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS Chapter · May 2016 CITATIONS 0 READS 10,916 14 authors, including: Ricardo Alexandre Zavanelli Universidade Federal de Goiás 57 PUBLICATIONS 652 CITATIONS SEE PROFILE Adriana Cristina Zavanelli São Paulo State University 54 PUBLICATIONS 127 CITATIONS SEE PROFILE José Vitor Quinelli Mazaro São Paulo State University 64 PUBLICATIONS 157 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Ricardo Alexandre Zavanelli on 19 May 2016. The user has requested enhancement of the downloaded file. | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 119 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS Ricardo Alexandre Zavanelli Adriana Cristina Zavanelli Jaqueline Barbosa Magalhães Wagner Nunes de Paula Leandro Carvalho Cardoso Gláuberton Ricardo Barbosa Lima Bruno Rodrigues Gonçalves de Oliveira Caroline Cantieri de Melo José Vitor Quinelli Mazaro INTRODUÇÃO A obtenção de sucesso clínico traduzido pela longevidade das restaurações indiretas está in- timamente relacionada a todos os procedimentos de execução técnica da prótese dentária.1 As fases clínicas e laboratoriais de confecção da prótese parcial fixa (PPF) atuam como o elo de uma corrente, e, caso algum elo se rompa, a corrente estará fragilizada, ocorrendo da mesma forma com todas as etapas de confecção da prótese, que poderão fracassar caso alguma fase seja negligenciada.2,3 Nesse cenário, as etapas de moldagem, vazamento do molde e obtenção do modelo de trabalho têm grande destaque, merecem atenção especial dos profissionais e serão decisivas para o sucesso do tratamento protético reabilitador com a PPF.4,5 Para o entendimento adequado dos procedimentos que envolvem as técnicas de moldagem, faz-se necessário o conhecimento de alguns conceitos básicos de moldagem, molde e modelo.6-8 120 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS OBJETIVOS Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de: § reconhecer a classificação dos materiais de moldagem, assim como sua indicação para a confecção de modelos de trabalho em PPF e para os demais tipos de prótese; § identificar as principais propriedades dos materiais de moldagem que são aplicáveis às situações clínicas das PPFs; § reconhecer as principais técnicas de moldagens em PPF; § reconhecer as diferenças entre as principais formas de se promover o afastamento gengival. ESQUEMA CONCEITUAL Técnica de moldagem com casquetes individuais Moldagem, molde e modelo Classificação dos materiais de moldagem Características do material de moldagem ideal Etapas e noções gerais das técnicas convencionais de moldagem Descrição detalhada das técnicas convencionais de moldagem em prótese parcial fixa Técnica de moldagem com fios retratores Situações clínicas envolvendo técnicas de moldagens convencionais sobre dentes pilares preparados associadas à transferência de implantes ou de pilares intermediários Problemas associados às moldagens Moldagem digital Conclusão | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 121 MOLDAGEM, MOLDE E MODELO A moldagem é definida como um procedimento clínico de impressão utilizado para a obtenção do molde, que é a cópia negativa dos preparos dentais e das estruturas adjacentes e que será vazado em gesso para a obtenção da cópia positiva dessas estruturas e a obtenção do modelo de gesso, sobre o qual serão realizadas as eta- pas laboratoriais de confecção da PPF (Figuras 1 a 4).4,5 Figura 1 – Ilustração referente à individualização do transferente de moldagem do munhão universal com resina acrílica duralay vermelha na região do dente 21 para moldagem do perfil de emergência do provisório já condicionado; também é possível visualizar a inserção do fio de afastamento gengival inserido na região cervical em forma de costura com auxílio de espátula apropriada (espátula de inserção de fio da Ultradent). Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 2 – Ilustração do molde obtido, cujo trans- ferente do munhão universal personalizado com resina duralay vermelha foi arrastado no molde e, posteriormente, será inserido o análogo desse pilar, que será vazado com gesso para a obtenção do mo- delo de trabalho da PPF. Observa-se que a técnica de moldagem utilizada foi a moldagem simultânea, em que o material pesado foi manipulado e inseri- do na moldeira de estoque e o material fluido foi inserido no interior do sulco gengival, ao redor dos dentes preparados e do transferente de moldagem para que, em seguida, receba a moldeira carregada e execute uma única tomada. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 122 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS Vale ressaltar que a moldagem não se limita ao ato em si de moldar, mas envolve também todas as etapas prévias à obtenção do molde, como: § o correto posicionamento do paciente e do profissional em relação à cadeira odonto- lógica; § a seleção adequada da moldeira e a sua individualização em relação à arcada (caso isso seja necessário); § o preparo, o proporcionamento e o manuseio adequados do material de moldagem; § o carregamento da moldeira selecionada com o material de moldagem; § a introdução, centralização, aprofundamento, manutenção da posição e a remoção da moldeira da boca do paciente; § as orientações que devem ser dadas previamente ao paciente sobre o procedimento, para que ele tenha menos desconforto durante o ato de moldar. Dessa forma, o resultado da moldagem será o molde (cópia negativa) da arcada dentária e das estruturas adjacentes (tecido mole e rebordo alveolar), sobre o qual será vazado o gesso, normalmente um gesso do tipo IV ou V, que apresenta alta dureza, e o modelo obtido será denominado de modelo de trabalho.6,7,9-13 O modelo de trabalho também pode ser obtido de forma individual, de um único dente preparado ou de um conjunto de dentes preparados, como forma de facilitar a execução das etapas laboratoriais de enceramento e confecção das estruturas metálicas ou metal free pelo técnico de prótese dental (TPD), modelo de gesso individual conhecido com troquel.9,12,14-19 O troquel poderá ser obtido no momento do vazamento do molde ou pos- teriormente ao vazamento, recebendo o nome de troquelização do molde ou do modelo de trabalho (Figuras 5 e 6).9,12,14-17 Figura 3 – Visão vestibular do modelo de trabalho obtido observando-se os preparos dentários dos dentes 11, 12, 13, 14, 15, 22, 23, 24, 25 e análogo do munhão universal na região do dente 21, com a respectiva gengiva artificial, sobre o qual o labora- tório de prótese dentária (LPD) irá confeccionar as peças protéticas. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 4 – Visão oclusal do modelo de trabalho ob- tido observando-se os preparos dentários dos den- tes 11, 12, 13, 14, 15, 22, 23, 24, 25 e análogo do munhão universal na região do dente 21, com a respectiva gengiva artificial, sobre o qual o LPD irá confeccionar as peças protéticas. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 123 A qualidade do resultado final do trinômio moldagem-molde-modelo depende, entre muitos aspectos, dos meios utilizados para o afastamento gengival, para que o material de moldagem possa ser introduzido no interior do sulco gengival e seja capaz de reproduzir fielmente o término cervical do preparo e, em consequên- cia, que o TPD consiga confeccionar a restauração indireta com a melhor adapta- ção possível.1,8,16,20-24 A qualidade da moldagem tambémestá diretamente relacionada à qualidade do preparo dental, em especial na região do término cervical do preparo, cujas margens devem estar nítidas, sem imperfeições, contínuas e com o tecido gengival não inflamado e saudável.22 Em algumas situações clínicas (como, por exemplo, PPF de região anterior e dentes com coroa clínica curta), será necessário posicionar o término cervical de forma subgengival para se obter estética e melhor retenção friccional da PPF, e, nesses casos, deve-se ter máxima atenção e cooperação do paciente na manutenção adequada da remoção da placa bac- teriana, sob pena de desenvolvimento de processo carioso nessa região, que é a principal causa de fracasso de uma PPF.2,22,25 O afastamento da margem gengival poderá ser realizado:1,8,20,21,23,24,26,27 § de forma mecânica (uso de casquetes de resina acrílica); § de forma mecânico-química (uso de fios de retração gengival embebidos em solução química, como o cloreto de alumínio ou o sulfato férrico); § de forma cirúrgica (cirurgia convencional, eletrocirurgia ou laser cirúrgico); § com o condicionamento gengival realizado com o uso de coroas provisórias. Figura 5 – Ilustração da vista vestibular, lateral direi- ta, lateral esquerda e oclusal do modelo de trabalho de arco total não troquelizado e sobre o qual o LPD irá ajustar as peças protéticas em relação ao posi- cionamento estético, ao alinhamento, à proporção e, principalmente, considerando o ajuste dos pontos de contato. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 6 – Ilustração da vista vestibular, lateral direi- ta, lateral esquerda e oclusal do modelo de trabalho já troquelizado e sobre o qual o LPD irá confeccionar as peças protéticas. A troquelização dos preparos dentários facilitará o acesso das áreas proximais para a realização das etapas laboratoriais de enceramen- to, escultura, fundição e/ou injeção das peças. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 124 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS Outros aspectos relevantes que os profissionais devem estar atentos estão relacionados com o tipo de material de moldagem a ser utilizado em cada situação clínica da PPF, assim como ter conhecimento das principais características e propriedades desses materiais, a fim de se obter o melhor resultado em relação à exatidão do molde e do modelo de trabalho e não comprometer o elo da corrente. Aliado ao material de moldagem selecionado, o profissional deverá desenvolver habilidade e domínio da técnica de moldagem a ser utilizada para assegurar que a melhor exatidão do procedimento se concretize. A técnica de moldagem com o uso de casquetes de resina acrílica (confeccio- nados sobre um modelo de gesso intermediário ou a partir de coroas provisórias), reembasados sobre o preparo dental, e a técnica de moldagem única ou dupla moldagem com afastamento gengival promovido pelo uso de fio retrator (pela técnica de afastamento gengival com um ou dois fios de retração), embebido em solução química, estão entre as técnicas mais utilizadas para a realização desse procedimento.28 Ainda nesse contexto de domínio e realização das técnicas de moldagem, é digno de nota ressaltar que o crescente, amplo e sedimentado uso dos implantes osseointegrados para a reabilitação bucal dos pacientes com as próteses sobre implantes (PSIs) tem criado situações clínicas envolvendo a confecção de PPFs associadas às PSIs no mesmo procedimento de molda- gem, e, diante desse fato, o profissional deverá associar técnicas de moldagem para obter o molde com o máximo de exatidão, pois a técnica irá envolver o afastamento gengival asso- ciado à colocação de transferentes de moldagem dos implantes ou de pilares intermediários. O objetivo final dos profissionais dedicados à confecção de uma Odontologia de qualidade deve recair no tratamento protético reabilitador dos pacientes com o máximo de exa- tidão, menos estresse e maior eficiência. Nesse sentido, e em um futuro próximo, as técnicas convencionais de moldagem darão lugar às transferências digitais por meio do escaneamento e da leitura da configuração de posicionamento tridimensional dos pilares dentais preparados e das estruturas adjacentes, assim como dos implantes ou pilares intermediários instalados.29,30 E essa moldagem digital poderá trazer uma experiência positiva aos pacientes, sem deixar de lado a busca pela exa- tidão do procedimento e da confecção das PPFs e PSIs. Diante do exposto, o objetivo deste artigo é discorrer sobre as principais técnicas de molda- gens utilizadas em PPFs e as suas associações com outras situações clínicas, além de relatar, objetivamente, a classificação dos materiais de moldagens utilizados apenas em PPFs e dis- cutir algumas de suas propriedades com aplicabilidade clínica, a fim de elucidar as frequen- tes dúvidas dos profissionais e tornar esse procedimento o mais exato possível e o menos estressante. | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 125 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE MOLDAGEM Há várias bases para a classificação dos materiais de moldagem, mas será descrita a divisão de acordo com a elasticidade do material (elásticos e anelásticos) e a subdivisão de acordo com o tipo de reação que sofre (presa química ou presa física), voltados estritamente à confecção de PPFs, conforme o Quadro 1.4,5,22,31-35 Quadro 1 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE MOLDAGEM COM RELAÇÃO À ELASTICIDADE E AO TIPO DE PRESA Reação/elasticidade Química Física Elástico § hidrocoloide irreversível § elastômeros Hidrocoloide reversível Fonte: Adaptado de Cunha e colaboradores (2014);4 Martins e Chain (2013);5 Chu e colaboradores (1997);22 Cranin e colaboradores (1965);31 Donovan e Chee (2004);32 Rubel (2007);33 Solomon (1975);34 Solomon (1973).35 Os materiais de moldagem anelásticos permitem uma quantidade insignificante de de- formação elástica quando submetidos às tensões de tração ou de dobramento. Assim, esses materiais tendem a se fraturar sem exibir qualquer deformação plástica se as forças aplica- das excederem a sua resistência à tração, ao cisalhamento ou à compressão. Em razão da baixa capacidade de suportar deformação elástica sem sofrer fratura, a indicação clínica dos materiais anelásticos [pasta zinco-enólica (ZOE) e godiva] é restrita aos pacientes desdentados totais.4,5 Saito e colaboradores36 indicaram a técnica de moldagem com anel de cobre e godiva para a obtenção de modelos de trabalho em PPF; no entanto, a técnica caiu em desuso pela falta de praticidade e evolução dos materiais para esse fim. 126 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS Os materiais de moldagem elásticos são mais bem indicados para os dentes prepa- rados que irão receber PPFs (coroas unitárias, próteses parciais de ponte, restaura- ções indiretas intracoronárias parciais com inlay-onlay-overlay, lentes de contato e laminados cerâmicos), os dentes pilares preparados para receber as próteses par- ciais removíveis (PPRs) e também na transferência de implantes ou pilares interme- diários, considerando a sua reprodução com precisão dos detalhes das estruturas intrabucais (tecidos duros e moles), incluindo as áreas retentivas e os espaços inter- proximais.8,13,24,34,35 Porém, vale ressaltar que os elastômeros também podem ser empregados em rebordos totalmente desdentados. Este artigo irá abordar apenas os materiais elásticos do tipo elas- tômeros (polissulfetos ou mercaptanas, poliéteres, silicones de condensação e silicones de adição) quando indicados para as PPFs. Os elastômeros são conhecidos como borrachas sintéticas e foram desenvolvidos como cópias das borrachas naturais quando elas se tornaram escassas durante a Segunda Guerra Mundial. As borrachas sintéticas são classificadas, de acordo com a especificação nº 19 da Associação Dentária Americana (ADA) (que classificao material de acordo com a sua visco- sidade ou o escoamento e a apresentação comercial), como materiais elásticos com presa por reação química.37 São formadas por grandes moléculas ou polímeros que são unidos por ligações cruzadas e têm a capacidade de duplicar as estruturas dentais com precisão de moldagem. O Quadro 2 ilustra, de forma resumida, as propriedades e as características de algumas marcas comerciais dos elastômeros. | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 127 Quadro 2 TIPO DE MATERIAL ELÁSTICO, MARCAS COMERCIAIS E PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS ELASTOMÉRICOS Tipo Polissulfeto Poliéter Silicone de condensação Silicone de adição Marcas comerciais § Permlastic (Kerr) § Coe-Flex (GC) § Impregum (3M Espe) § Permadyne (3M Espe) § Clonage (Nova DFL) § Zetaplus/ Oranwash (Zhermack) § Express XT (3M Espe) § Flexitime (Heraeus) Estabilidade dimensional Regular Muito boa Regular Excelente Deformação após a presa Alta Baixa Alta Baixa Tempo de vazamento Até uma hora Até sete dias (a seco) Imediato De uma hora até sete dias Reprodução de detalhes Boa Excelente Boa Excelente Resistência ao rasgamento Alta Média Baixa Baixa Tempo de trabalho Longo De curto a médio De médio a longo De médio a longo Facilidade de uso Regular Boa Boa Boa Facilidade de remoção Fácil De moderada a difícil Regular Regular Odor Pobre Regular Excelente Excelente Custo Baixo Muito alto Regular Muito alto Fonte: Adaptado de Cunha e colaboradores (2014);4 Martins e Chain (2013);5 Donovan e Chee (2004);32 Rubel (2007);33 Solomon (1975).34 128 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS A análise do Quadro 2 ressalta mais pontos positivos aos elastômeros à base de poliéter e dos silicones de adição em relação aos elastômeros à base de polissulfeto e silicones de condensação. Foram citadas algumas marcas comerciais; no entanto, de forma geral as características do Quadro 2 são aplicáveis a cada marca comercial que se enquadra dentro de cada tipo de material elastomérico. Nesse sentido, o profissional deverá considerar cada característica es- pecífica e individual de sua marca comercial de preferência para fazer a sua seleção e o seu uso em consultório, considerando-se sempre a bula e as recomendações do fabricante. Ressaltam-se, nesse momento, duas características que os autores julgam necessárias que os materiais elastoméricos apresentem para a obtenção de moldagem-molde-modelo adequa- da: tixotropia e hidrofilia balanceada. A tixotropia ou pseudoplasticidade está relacionada à capacidade de o material de moldagem escoar apenas quando sob pressão, característica muito importante no momento da inserção do material na região do término cervical.22 A hidrofilia está relacionada à afinidade que o material apresenta em relação aos fluidos bucais, principalmente daqueles presentes na área intrassulcular, pois o material deverá penetrar no sulco gengival previamente afastado e não ser repeli- do, mantendo-se em posição, mesmo na presença de sutil fluido.22 CARACTERÍSTICAS DE UM MATERIAL DE MOLDAGEM IDEAL Para a obtenção de uma moldagem adequada, é necessário que o material de moldagem contemple, positivamente, os pacientes (proporcionando uma experiência positiva e me- nos traumática), o profissional e o seu auxiliar (por dispor de um ambiente com poucos acessórios, com fácil manipulação e tempo curto de presa, além de bom custo-benefício), e o TPD (sendo estável em trânsito até chegar ao laboratório, apresentando possibilidade de segundo vazamento e fácil remoção dos modelos de gesso), além de preencher os seguintes requisitos:4,5,22,31-35 § o material deve ser inócuo ou atóxico aos tecidos bucais e apresentar odor neutro; § o tempo de presa deve ser satisfatório, permitindo um tempo de trabalho e presa em curto período de tempo, sem escoar demasiadamente ou causar ânsia de vômito; § após a presa, a cor do material deve diferenciar e identificar os detalhes do preparo e do término cervical; § o material deve ser de fácil remoção da boca e do modelo de gesso, e não deve sofrer distorções ou rasgamento após a remoção; § o material deve apresentar estabilidade dimensional frente às mudanças de temperatura; § o material deve apresentar compatibilidade com os materiais de vazamento; | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 129 § o material deve ser passível de desinfecção; § o material deve ter fluidez suficiente para adaptar-se aos tecidos bucais; § o material deve ter viscosidade suficiente para ficar contido na moldeira que o leva à boca. ATIVIDADE 1. O que é moldagem? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2. Assinale a alternativa que corresponde a fatores de sucesso da moldagem. A) Estado de saúde gengival e nitidez do término cervical. B) Presença de sangramento gengival e nitidez do término cervical. C) Estado de saúde gengival e margens indefinidas. D) Margens indefinidas e sangramento gengival. Resposta no final do artigo 3. Quais as principais técnicas de moldagem em PPF? A) Casquete e fios de afastamento gengival. B) Fios de afastamento gengival e anéis de cobre. C) Casquete e anéis de cobre. D) Anéis de cobre, casquete e fios de afastamento gengival. Resposta no final do artigo 4. Por que a indicação clínica dos materiais anelásticos é restrita aos pacientes desdentados totais? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 130 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS 5. Sobre as principais propriedades dos materiais elastoméricos, numere a segunda coluna de acordo com a primeira. (1) Poliéter (2) Polissulfeto (3) Silicone de adição (4) Silicone de condensação ( ) Média resistência ao rasgamento. ( ) Regular facilidade de uso. ( ) Muito boa estabilidade dimensional. ( ) Fácil remoção. ( ) Imediato tempo de vazamento. ( ) Excelente estabilidade dimensional. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) 2–1–2–1–3–4. B) 2–1–2–1–4–3. C) 1–2–1–2–3–4. D) 1–2–1–2–4–3. Resposta no final do artigo 6. Para obtenção de moldagem-molde-modelo adequada, a tixotropia e a hidrofilia são fundamentais. A que elas estão relacionadas? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 7. Quais são as características de um material de moldagem ideal? A) Odor desagradável. B) Compatibilidade com os materiais de vazamento. C) Facilidade de rasgamento. D) Endurecimento lento. Resposta no final do artigo ETAPAS E NOÇÕES GERAIS DAS TÉCNICAS CONVENCIONAIS DE MOLDAGEM As técnicas convencionais de moldagem11 indicadas para se obter o modelo de trabalho em PPFs empregam meio mecânico para promover o afastamento gengival (como, por exemplo, o uso da técnica de confecção de casquetes individuais de resina acrílica associados a um elastômero do tipo poliéter ou polissulfeto, ambos de consistência regular) (Figuras 7A-9E) ou meio mecânico-químico com o uso de fios de afastamento gengival(Figuras 10A-D) | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 131 embebidos em solução química (frequentemente o cloreto de alumínio) (Figuras 10E-G) e que são introduzidos no sulco gengival com espátula apropriada (Figura 10H) para auxiliar no afastamento gengival e na técnica de moldagem única ou na técnica de moldagem si- multânea em moldeira de estoque e utilizando-se de elastômeros do tipo silicone de adição ou silicones de condensação (Figuras 11A-N), conforme esquema do Quadro 3. Figura 7 – Sequência ilustrativa da técnica de moldagem com o uso de casquete para promover o afastamento gengival de forma mecânica. A) Observa-se a dife- rença de coloração da coroa pro- tética do dente 22, motivo relata- do pela paciente e que motivou a substituição da coroa protética; B-D) procede-se à remoção da coroa protética; E-G) ilustra-se a confecção de coroa provisória com pino; H-N) observa-se a confecção do retentor intrarradicular fundido, primeiro em resina duralay e, em seguida, fundido e cimentado, com posterior readaptação e recimentação da coroa provisória. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. A B C D E F G H I J K L M N 132 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS Figura 8 – Sequência ilustrativa da técnica de moldagem com o uso de casquete para promover o afasta- mento gengival de forma mecânica. A) Observa-se o molde parcial obtido antes da cimentação da coroa provisória e o seu respectivo modelo de gesso da região do dente 22; B-F) é possível observar a confecção do casquete de resina acrílica incolor sobre o modelo de gesso, que recebeu uma evidenciação e delimitação da região do término cervical, alívio com cera e confecção propriamente dita do casquete. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 9 – Sequência ilustrativa da técnica de moldagem com o uso de casquete para promover o afastamen- to gengival de forma mecânica. A) Observa-se a prova do casquete reembasado com resina acrílica duralay vermelha já em posição; B) nota-se a aplicação do adesivo no interior do casquete; C) ilustra-se o casquete em posição com o material de moldagem de consistência regular do tipo poliéter; D) observa-se o molde com o casquete já arrastado e pronto para receber o processo de troquelização ilustrado em (E) e já com o pino de troquel fixado ao molde com o auxílio de alfinetes. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. A B C D E F A B C D E | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 133 Figura 10 – A-C) Nota-se a imagem de quatro fios de retração da empresa FGM (Pro-Retract, FGM Produ- tos Odontológicos, Joinville, Santa Catarina). A linha é composta por sete fios com espessuras diferentes, variando de #0000 (ultra ultrafina de cor azul marinho), #000 (ultra extrafino de cor branco com preto), #00 (extrafino de cor amarelo com preto), #0 (fino de cor violeta com preto), #1 (médio de cor azul com preto), #2 (grosso de cor verde com preto) e #3 (extragrosso de cor vermelha com preto). Esses fios da FGM são confec- cionados com fibra de algodão não impregnados e com alto poder de absorção. D) Observam-se três frascos da linha de fios de retração da empresa Ultradent do Brasil (Ultrapak, Ultradent do Brasil, Indaiatuba, São Paulo). A empresa disponibiliza seis frascos de numeração #000 (cor preta), #00 (cor amarela), #0 (cor rosa), #1 (cor azul), #2 (cor verde) e #3 (cor vermelha). Esses fios de retração devem ser cortados adequadamente e impregnados com as soluções químicas. Há várias soluções químicas disponíveis; no entanto, o cloreto de alumínio se destaca pela ação adstringente, não apresentando epinefrina e promovendo o controle da umi- dade e do sangramento sem interferir na polimerização do material de moldagem, como ocorre com outras substâncias, como o sulfato férrico. E-G) Assim, a maioria dos fabricantes disponibiliza a solução de cloreto de alumínio a 25%. H) É possível visualizar a espátula de inserção de fio de retração (espátula de inserção da Ultradent) que auxilia na inserção adequada do fio, sem traumatizar os tecidos. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. A B C D E F G H 134 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS Figura 11 – As imagens ilustram um caso de lentes de contato con- feccionado para uma paciente in- satisfeita com o seu sorriso infantil e com a presença de diastema. Para a moldagem desse caso, foi utilizada a técnica de moldagem única ou simultânea, em que ambos os materiais pesado e leve são manipulados ao mesmo tempo para a obtenção do molde. A) Nota-se o aspecto inicial do caso clínico com os dentes sem alinhamento, de formato arredondado, pequenos e com diastema entre os incisivos; B) ilustra-se o enceramento realizado de acordo com as queixas da paciente; C) observam-se os dentes já preparados de forma minimamente invasiva (arre- dondamento das arestas e porções retentivas dos dentes) e já com o fio de retração gengival de número #000 (selecionado por se tratar de biótipo periodontal delgado) inserido em forma de “costura”; D-G) notam-se as etapas da técnica de moldagem simultânea, em que, à medida que o fio de retração é removido, o material leve é inserido no sulco gengival e nos dentes preparados, recebendo leves jatos de ar, enquanto o material de con- sistência pesada é manipulado e aplicado na moldeira; após o carregamento da moldeira, insere-se o material leve sobre o pesado e a moldeira é levada em posição; H) após a polimerização do silicone de adição, remove-se a moldeira e o molde é verificado quanto ao sucesso de cópia obtido; I) ilustra-se o silicone de adição utilizado (Silagum, DMG do Brasil); J-L) observam-se os modelos de trabalho (total e troquelizado) sobre os quais foram confeccionadas as lentes de contato; M-N) ilustram-se as lentes de contato já cimentadas e o aspecto final do sorriso da paciente. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. A B C D E F G H I J K L M N | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 135 Existem também outros métodos de afastamento ou retração gengival, como o método químico, que utiliza pastas adstringentes (Figuras 12A-B) para promover o afastamento, e o método cirúrgico, por eletrocirurgia ou por cirurgia a laser (Figuras 13A-J). Quadro 3 MÉTODOS DE RETRAÇÃO GENGIVAL, TÉCNICAS CONVENCIONAIS DE MOLDAGEM E MATERIAL ELASTOMÉRICO INDICADO Método de retração Técnica de moldagem Elastômero indicado Mecânico Casquetes individuais poliéter polissulfeto Químico Pastas adstringentes associadas à moldagem única ou dupla silicone de adição silicone de condensação Mecânico-químico Moldagem única ou dupla moldagem associadas aos fios de retração gengival embebidos em soluções químicas silicone de adição silicone de condensação Cirúrgico Eletrocirurgia ou cirurgia a laser associada à moldagem única ou dupla silicone de adição silicone de condensação Fonte: Adaptado de Cunha e colaboradores (2014);4 Martins e Chain (2013);5 Pádua (1998);10 Chu e colaboradores (1997);22 Cranin e colaboradores (1965);31 Solomon (1975);34 Solomon (1973).35 136 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS Figura 12 – A-B) Imagem ilustrativa de um exemplo de marca comercial de pasta adstringente para a rea- lização do afastamento gengival pelo método químico. Essa pasta da empresa 3M (pasta adstringente para afastamento gengival, 3M Espe) é aplicada sobre a região cervical gengival na qual está localizado o término cervical do preparo dental e ficará em posição por dois minutos. Decorrido esse período, deve-se removê-la com o auxílio de jatos de ar-água e realizar o procedimento de moldagem pela técnica da moldagem única ou dupla. É possível a associação da pasta com o fio de retração gengival. A pasta irá proporcionar um camposeco e limpo devidamente apropriado para a moldagem. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 13 – Caso clínico ilustrando a realização de afastamento gengi- val com o uso de cirurgia a laser. A) Nota-se o aspecto inicial do caso, ilustrando os dentes anteriores inferiores desgastados e manchados, requerendo o restabelecimento da dimensão vertical e guia anterior; B) a região dos dentes 34 ao 44 já foi minimamente preparada e o transferente de moldagem foi posicionado na região do dente 35; C) visualiza-se a ponta do aparelho cirúrgico a laser realizando o proce- dimento de afastamento da margem; D) nota-se o aspecto do afastamento conseguido sem a presença de sangramento e o campo pronto para a obtenção do molde; E) nota-se o molde obtido pela técnica da moldagem simultânea; F) os provisórios foram instalados com o auxílio de resina bis-acrílica do tipo Protemp 4 da 3M; G-I) pode-se observar o modelo de gesso obtido com as peças protéticas confeccionadas e prontas para serem cimentadas; J) é possível observar o aspecto das peças protéticas imediatamente após o procedi- mento de cimentação. Observa-se o aspecto de naturalidade e saúde do periodonto, fruto do afastamento gengival a laser. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. A B C D E F G H I J A B | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 137 A palavra laser é um acrônimo e uma abreviatura para a expressão inglesa light amplification by stimulated emission of radiation, com características especiais para finalidades terapêuti- cas, revolucionando as áreas da ciência em saúde, com a laserterapia e a lasercirurgia.38 A interação do laser com o tecido-alvo está relacionada com a potência óptica do sistema e o seu comprimento de onda eletromagnético.38 A utilização do laser no procedimento de afastamento gengival apresenta algumas particularidades do ponto de vista biológico, como redução bacteriana na super- fície dental do preparo e no sulco gengival, propriedades de ação de ablação e hemostática celular de 0,5mm a 2mm, permitindo a execução com precisão de procedimentos de refinamento de términos de preparos protéticos, pois aumenta a visibilidade do campo operatório, melhorando a inserção do fio de afastamento gengival, dispensando o uso do segundo fio, com soluções hemostáticas, e contri- buindo para uma diminuição do tempo clínico, a redução de edema e a melhora do pós-operatório.38 O método de afastamento gengival a laser precisa de mais estudos comprobatórios e di- minuição do custo dos equipamentos requeridos para realizar o procedimento como forma de melhorar o acesso à técnica (ver Figuras 13A-J). Uma descrição mais aprofundada das possibilidades das técnicas de moldagem, do tipo e da extensão da moldeira utilizada, da necessidade de abertura bucal ou não, da pressão exercida sobre os tecidos, do uso de transferentes de moldagem da posição dos implantes ou dos pilares intermediários e do número de passos ou etapas foi relatada por Chu e cola- bo radores,22 e segue, a seguir, ilustrada nas Figuras 14 a 19, sendo resumida e adaptada no Quadro 4. Figura 14 – Imagem ilustrativa das principais moldeiras metálicas e plásticas de estoque. A) Nota-se o kit de moldeiras metálicas não perfuradas do tipo vernes e feitas em aço inox; B) observa-se o kit de moldeiras metálicas perfuradas do tipo AG e feitas em alumínio; ambos os kits são indicados para a obtenção de molda- gens e modelos de estudo, de transferência ou de trabalho; para as moldagens e transferência da posição dos implantes ou de pilares intermediários pela técnica do arrasto com os transferentes indicados em moldeiras abertas, indicam-se as moldeiras de plástico ou as moldeiras individuais de resina acrílica, como ilustrado em (C). C) Identificam-se as moldeiras parciais, indicadas para a obtenção de modelos intermediários requeridos para a confecção dos casquetes de resina acrílica. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. A B C 138 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS Figura 15 – Exemplos de transferentes de moldagem utilizados para a transferência da posição dos implan- tes de conexão protética do tipo cone Morse (CM), hexágono externo (HE) e hexágono interno (HI) . Esses transfers ou transferentes são posicionados diretamente sobre a plataforma dos implantes e a moldagem será realizada de forma fechada ou aberta considerando o tipo de transfer usado; se for usado um transfer para a moldeira aberta, a moldeira deverá ser de estoque e de plástico ou individual de resina acrílica e será perfu- rada para permitir a passagem do parafuso do transfer; se for usado um transfer para a moldeira fechada, a moldeira poderá ser de estoque metálica ou plástica e até mesmo individual de resina acrílica, não havendo a necessidade de perfurar a moldeira para acesso ao parafuso, pois o transferente será reposicionado e não arrastado, como na moldagem com moldeira aberta. Observam-se também os três análogos dos implantes de conexão CM, HE e HI, que ficarão posicionados no modelo de gesso e sobre os quais serão confeccionadas as próteses sobre os implantes. Na figura, observam-se: “a-b”, o transfer e análogo do implante de CM; “c-d”, o transfer e análogo do implante de HE; “e-f”, o transfer e análogo do implante de HI. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 16 – Imagem ilustrativa do pilar intermediário denominado de minipilar cônico com o seu respectivo transferente de moldagem indicado para a moldagem com moldeira aberta (plástica de estoque ou individual de resina acrílica) – “b”, que será perfurada para o acesso ao parafuso do transferente que será arrastado com o molde. É possível observar, também, o análogo do respectivo minipilar cônico – “d”, e seu cilindro de fundição laboratorial – “f”, componente que será usado em laboratório para a confecção da futura estrutura da PSI, juntamente com o respectivo parafuso de fixação. Os marcadores “a”, “c” e “e”, representam os minipilares intermediários para os implantes de HE-“a”, HI-“c”, CM-“e”. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 139 Figura 17 – Imagem representativa dos pilares denominados de munhão universal, indicados para a PSI cimentada em seus diferentes desenhos de conexão de CM (“a”, “b”, “c”), HI (“d”) e HE (“e”). Após a insta- lação desse pilar junto ao implante, deve-se posicionar o transferente de moldagem (componente azul, “g”) e utilizar uma moldeira de estoque metálica ou plástica, ou até mesmo individual de resina acrílica, e realizar a moldagem de transferência sem perfurar a moldeira, técnica conhecida como moldagem com moldeira fechada. Ainda é possível observar o respectivo análogo do pilar intermediário (“h”) e o cilindro protético (componente branco – “f”), que será utilizado laboratorialmente para a confecção da estrutura da PSI. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 18 – Imagem ilustrativa das moldeiras de es- toque metálicas e de plástico utilizadas para a trans- ferência dos implantes ou dos pilares intermediários. Quando o profissional utilizar essas moldeiras de estoque, indica-se o uso de silicones de adição na técnica do pesado e leve para a moldagem. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 19 – Imagem ilustrativa da moldeira indivi- dual de resina acrílica que pode ser utilizada na téc- nica de moldagem com transferentes de moldeira aberta ou fechada. Quando o profissional utilizar essa moldeira, indica-se o uso de materiais de mol- dagem de consistência regular, como os poliéteres ou os polissulfetos. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 140 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS Em qualquer um dos métodos de afastamento gengival e utilizando-se de qualquer uma das variações de técnicas de moldagem, as etapas descritas a seguirdevem ser seguidas e consideradas como rotina para que se consiga êxito no procedimento de moldagem, que são: § orientações gerais a serem dadas ao paciente: o procedimento de molda- gem é sempre um momento estressante para o paciente e o profissional. Assim, é prudente que o profissional oriente adequadamente o seu paciente para que o procedimento gere o menor desconforto possível e evite o trauma do paciente, obtendo-se, ao final, um molde fiel das estruturas dentárias. Orientar o paciente previamente sobre o tempo de presa do material é positivo, pois o paciente irá seguir o que o profissional propuser, além de orientar quanto ao posicionamento e ressaltar que o paciente deve se manter em posição, sem se mover ou deglutir para Quadro 4 TÉCNICAS DE MOLDAGEM COM AS SUAS VARIAÇÕES E POSSIBILIDADES Possibilidades e variações Técnicas Tipos de moldeira § moldeiras de estoque (reutilizáveis e descartáveis) § moldeiras individuais (autopolimerizáveis, fotopolimerizáveis e termoplásticas) Extensão da moldeira § arco total § arco duplo (triple tray) § quadrante § dente isolado Abertura bucal § boca aberta § boca fechada Pressão exercida § mucoestática § funcional ou dinâmica Uso de transferentes § casquetes individuais § transferentes ou postes de moldagem de implantes ou de pilares intermediários usados em moldeira aberta ou fechada Número de passos/etapas § passo único (moldagem simultânea) § duas etapas (dupla moldagem ou reembasamento) Fonte: Ceyhan e colaboradores (2003).16 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 141 ressaltar que o paciente deve se manter em posição, sem se mover ou deglutir para não gerar distorções no molde. Outro recurso para se obter um molde adequado é a realização prévia de bochecho com água gelada, que diminuirá a saliva mais viscosa e as pequenas gotículas de saliva. Solicita-se também que o paciente res- pire apenas pelo nariz e não pela boca, pois isso irá diminuir o desconforto de seu paciente, e, caso necessário, indicar que o paciente prenda a respiração no intuito de evitar ânsias de vômito. É sempre importante tranquilizá-lo e agir calmamente durante todo o procedimento; § posicionamento do paciente na cadeira odontológica: o paciente pode estar na posição ortostática e sentado de forma confortável. Alguns profissionais pre- ferem deixar o paciente deitado, para facilitar o procedimento e a visualização da área a ser moldada, mas deve-se ter cuidado com a consistência e o escoamento do material para que isso não se torne um transtorno ao paciente; § posicionamento do profissional em relação ao paciente: o profissional deve estar ciente de toda a rotina a ser executada e treinar previamente com o seu auxi- liar. O trabalho com os braços próximos e fechados evitará movimentos inadverti- dos e manterá a ergonomia. Manter a cabeça do paciente na altura dos cotovelos também manterá a ergonomia do profissional. Na moldagem do arco superior, recomenda-se que o profissional se posicione atrás do paciente, em posição de 12 horas. Na moldagem do arco inferior, recomenda-se que o profissional fique ao lado do paciente, em posição de 3 horas, se for canhoto, e na posição de 9 horas, se for destro; § seleção da técnica de moldagem: a seleção da técnica de moldagem irá deter- minar a forma de proceder com o afastamento gengival, o tipo de moldeira e o material de moldagem a serem utilizados. Após a seleção da técnica de moldagem, toda a estrutura, a logística e a rotina de atendimento deverão ser adequadas; § seleção e adequação da moldeira a ser utilizada: na técnica de moldagem com o casquete, deve-se realizar o reembasamento com resina acrílica de baixa contração de polimerização junto aos preparos dentais e, após isso, deve-se provar a moldeira de estoque a ser utilizada para a remoção e a transferência conjunta dos casquetes reembasados e moldados. Como na técnica de moldagem com uso de fios retratores não haverá prova e reembasamento de casquetes, deve-se provar as moldeiras de estoque para prover o espaço adequado ao material de moldagem, sem que haja compressão ou desconforto ao paciente, e a moldeira deverá cobrir toda área a ser moldada. As moldeiras mais utilizadas são as do tipo Vernes de aço inox, que podem ser lisas (com canaletas na borda) ou perfuradas. Há diferentes tamanhos de moldeiras para o arco superior que variam de S1, S2, S3 e S4 (indi- cadas para os desdentados parciais posteriores uni ou bilaterais do tipo classe I ou II de Kenedy). Para o arco inferior, têm-se as moldeiras de tamanho I1, I2, I3 e I4 (indicadas também para os desdentados parciais posteriores uni ou bilaterais do tipo classe I ou II de Kenedy). Essas moldeiras podem e devem ser ajustadas para o melhor conforto do paciente e do profissional durante o ato da moldagem, e para isso podem ser utilizados alicates nº 121 para abrir ou fechar as moldeiras e, assim, 142 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS promover a adequação do material de moldagem. A individualização com cera ou godiva de baixa fusão também é um procedimento legítimo e visa à diminui- ção do espaço entre a moldeira e o fundo de fórnix, entre a moldeira e o palato do paciente ou até mesmo para aumentar a extensão da moldeira, e o material de moldagem ficar melhor apoiado, evitando-se, assim, distorções. As moldeiras selecionadas de forma inadequada poderão comprometer o resultado final dos moldes e modelos. Outras moldeiras de estoque, como as moldeiras de plástico (de diferentes marcas comerciais), também podem ser usadas para o procedimento de moldagem, principalmente se a situação clínica envolver os dentes pilares pre- parados e implantes, cuja transferência irá exigir a perfuração da moldeira para a passagem do parafuso do transferente de moldagem. Cuidado especial deverá ser tomado no ajuste da borda das moldeiras e em especial das moldeiras de plástico, que apresentam bordas ligeiramente mais altas em relação às moldeiras de aço inox, e assim deverão ser desgastadas para não machucar o paciente e também para promover uma espessura homogênea do material de moldagem; § limpeza dos dentes preparados: a limpeza adequada e criteriosa dos dentes pilares preparados deverá ser executada de forma cuidadosa para não promover o sangramento inadvertido do tecido mole e comprometer o procedimento. A presença de sangramento poderá inviabilizar a moldagem, mesmo quando for uti- lizado um material elastomérico hidrofílico. A limpeza dos dentes preparados visa a obter um campo operatório limpo, seco e isento de impurezas ou restos de cimen- tos provisórios. Recomendam-se escovas do tipo Microtuft (Kit Stoodard Microtuft de seis escovas, Dhpro, Paranaguá, Paraná, Brasil). Essas escovas são compostas de náilon e poliamida e são extremamente delicadas e eficientes para a realização desse procedimento de profilaxia (Figura 20); § promoção do afastamento gengival (casquete ou fio): o afastamento gengi- val deverá ocorrer para que o material de moldagem consiga copiar a intimidade do término cervical preparado e, assim, o TPD consiga estabelecer uma posição de assentamento e adaptação da peça protética sobre o modelo de trabalho ob- tido. Esse afastamento poderá ser realizado de forma mecânica utilizando-se dos casquetes de resina acrílica, que serão reembasados junto ao término cervical do preparo dental, promovendo, assim, o afastamento desejado, para, em seguida, o material de moldagem atuar refinando e copiando toda a configuração tridimen- sional do preparo realizado de forma adequada. Outra forma de se realizar o afas- tamento gengival é o uso de fios de afastamento gengival embebidos em solução química. Os autores deste artigo recomendam o uso dessa técnica em vez do uso dos casquetes, por entender que ela apresenta facilidade de execução e menormovimentação da posição quando da transferência e da obtenção do modelo de trabalho. A despeito da preferência dos autores, o profissional deverá escolher a técnica que melhor se enquadra, dominá-la em sua íntegra e executá-la cuidado- samente. Outros cuidados e detalhes serão melhor abordados quando da descrição pormenorizada de cada técnica; | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 143 § preparo do material de moldagem: para a técnica de moldagem com casquete, indica-se o uso de elastômeros à base de poliéter ou polissulfeto, ambos em consis- tência regular. Normalmente esses materiais são disponibilizados comercialmente na forma de pasta, presentes em tubos que deverão ser proporcionados em partes iguais da base e do catalisador. Para a técnica do afastamento com o fio retrator, recomenda-se o uso da moldagem simultânea ou da dupla moldagem, e o mate- rial indicado são os silicones com reação de polimerização por adição ou silicones com reação de polimerização por condensação. Os materiais elastoméricos à base de silicones são disponibilizados na forma de massa densa, conhecida como pasta pesada de alta viscosidade (indicada para dar corpo ao molde) e uma pasta leve de baixa viscosidade (indicada para a cópia de detalhes e das áreas retentivas). Esses materiais deverão ser manipulados de forma sincronizada para a obtenção de mol- des sem distorção. Cuidado especial deve ser tomado no manuseio dos silicones, evitando-se o contato com luvas de látex, que podem interferir com a presa final do material de moldagem; § carregamento da moldeira: na técnica de moldagem com casquetes individuais, deve-se aplicar, previamente, um adesivo apropriado para a melhor retenção do material de moldagem. Após a presa do material, ele deverá ser removido dos pre- paros com o auxílio de moldeira individual total e um elastômero, ou com o auxílio de moldeira de estoque e um hidrocoloide irreversível. Na técnica de moldagem com fio retrator, o material pesado manipulado será inserido na moldeira superior na forma de cilindro e o leve será aplicado junto ao término cervical e sobre o pe- sado, podendo realizar o procedimento completo em uma única etapa ou em duas etapas; § introdução da moldeira carregada, centralização, aprofundamento ou com- pressão contra os tecidos (dentes e rebordo alveolar), movimentação da mus- culatura, manutenção da posição da moldeira e aguardo da presa do material: as moldeiras previamente selecionadas deverão ser introduzidas de maneira delicada na boca do paciente, normalmente tracionando-se um dos lados do lábio (na região de comissura) e introduzindo a moldeira do outro lado, de forma lateral para não machucar o paciente. Em seguida, a moldeira deve ser centralizada para que possa Figura 20 – Imagem ilustrativa do kit das escovas de Robinson do tipo microtuft da Dhpro, divididas em cores (vermelha, azul e roxa) e em dois tama- nhos: Stoddard (escovas menores) e Smart (escovas maiores). Trata-se de um kit de limpeza dos preparos com trauma mínimo aos tecidos moles e que facili- tará o procedimento de moldagem, por não causar sangramento. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 144 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS ser comprimida e aprofundada de forma uniforme contra os tecidos. Se houver ne- cessidade, pode-se movimentar a musculatura das bochechas para melhor escoa- mento do material de moldagem para a região de fundo de fórnix. Outro detalhe de suma importância é que o profissional deve manter a posição da moldeira esta- bilizada na posição inicial, para evitar distorções do molde. Somente após decor- rido o tempo de presa recomendado pelo fabricante deve-se remover o conjunto para análise; § remoção da moldeira e análise do molde obtido: é prudente evitar a torção da moldeira para não induzir distorções no molde, procurando-se remover em um único golpe. O molde obtido dever ser cuidadosamente analisado, procurando ob- servar se os detalhes do preparo foram fielmente reproduzidos. Na dúvida, execute o procedimento novamente; § desinfecção do molde antes do vazamento e troquelização pré ou pós-va- zamento do gesso: o processo de desinfecção deve ocorrer antes do vazamento do molde com solução química apropriada, como o hipoclorito de sódio a 0,1% por 10 minutos ou com ácido peracético, que será borrifado sobre o molde e armazenado em recipiente fechado por 10 minutos. Em seguida, o profissional deve fazer a opção pelo troquelamento pré ou pós-vazamento. Para realizar esse procedimento há vários métodos, que serão abordados em um próximo artigo; § vazamento do molde: caso o profissional tenha optado pela moldagem com casquete, o molde poderá ser vazado uma única vez. Já para o molde obtido pela técnica da dupla moldagem ou moldagem simultânea com o silicone de adição, o molde será utilizado para um vazamento duplo, no qual o primeiro está indicado para a confecção do modelo de trabalho troquelizado e o segundo vazamento in- dicado para a confecção do modelo de trabalho total, sobre o qual serão ajustados os pontos de contato das peças protéticas; § reposicionamento e recimentação dos provisórios: após o procedimento de moldagem, os provisórios deverão ser recimentados sobre os preparos dentais de forma adequada. Assim, essa rotina de passos e etapas deverá ser seguida para todos os casos de molda- gem, independente da técnica de moldagem selecionada. | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 145 ATIVIDADE 8. Quais são os principais métodos de afastamento gengival? A) Químico, mecânico e cirúrgico. B) Químico, mecânico e químico-mecânico. C) Químico e cirúrgico. D) Químico, químico-mecânico, mecânico e cirúrgico. Resposta no final do artigo 9. A utilização do laser no procedimento de afastamento gengival apresenta algumas par- ticularidades do ponto de vista biológico. Destaque-as. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 10. Quais são os principais tipos de moldeiras? A) De estoque e descartáveis. B) De estoque, descartáveis e individuais. C) De metal e de resina. D) De metal e de resina acrílica. Resposta no final do artigo 11. Cite as técnicas empregadas para a realização da extensão da moldeira. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 146 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS 12. Em qualquer um dos métodos de afastamento gengival e utilizando-se de qualquer uma das variações de técnicas de moldagem, algumas etapas devem ser seguidas e consi- deradas como rotina para que se consiga êxito no procedimento de moldagem. Desse modo, explique como deve ser promovida a limpeza dos dentes preparados. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 13. Outra etapa referente ao processo de moldagem é o carregamento da moldeira. Como ele deve ser executado? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________14. O processo de desinfecção deve ocorrer antes do vazamento do molde com solução química apropriada, como o hipoclorito de sódio a ............................... ou com ácido .........................., que será borrifado sobre o molde e armazenado em recipiente fe- chado por .................................. Em seguida, o profissional deve fazer a opção pelo troquelamento pré ou pós-vazamento. Assinale a alternativa que contém as opções que preenchem corretamente as lacunas: A) 0,1% por 10 minutos; peracético; 10 minutos. B) 0,1% por 5 minutos; acético; 5 minutos. C) 1% por 5 minutos; peracético; 10 minutos. D) 1% por 10 minutos; acético; 5 minutos. Resposta no final do artigo DESCRIÇÃO DETALHADA DAS TÉCNICAS CONVENCIONAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESE PARCIAL FIXA Há basicamente três momentos e finalidades para a realização das moldagens em PPF, de- nominadas: § moldagem inicial ou de estudo; § moldagem de transferência; § moldagem de trabalho. | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 147 A moldagem inicial ou de estudo está indicada para a obtenção do modelo de estudo sobre o qual será realizado o planejamento do caso. Na maioria das vezes é executada com o auxílio de moldeira de estoque e hidrocoloide irreversível – alginato ou silicones de con- densação ou adição (Figura 21). Com o modelo de estudo obtido é possível visualizar, com mais facilidade, a situação clínica de cada paciente, confeccionar o enceramento de diag- nóstico, confeccionar as coroas provisórias e moldeiras individuais, importantes chaves do diagnóstico para o tratamento protético reabilitador juntamente aos exames clínico e imaginológicos (Figura 22).13 Figura 21 – Quatro imagens ilustrativas dos moldes superior e inferior obtidos com hidrocoloides irre- versíveis com os respectivos modelos de estudo que serão utilizados para o planejamento do caso clínico. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 22 – Radiografia panorâmica. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. A moldagem de transferência está indicada para a obtenção do modelo de transferência sobre o qual o TPD irá realizar a aplicação da cerâmica odontológica sobre a infraestrutura metálica ou metal free da PPF (Figura 23). Essa transferência dos copings ou da infraestrutura pode ser realizada com o auxílio de moldeira de estoque e alginato ou elastômeros (à base de silicones de condensação ou adição) ou com moldeira individual e materiais elastoméricos de consistência regular (como os poliéteres e os polissulfetos). Figura 23 – Esquema ilustrativo de quatro imagens representativas da moldagem de transferência da posição da estrutura metálica, transferida para o molde com a técnica do pesado-leve, para a obten- ção do modelo de transferência, sobre o qual o TPD realizou a confecção do revestimento estético (PPF metalocerâmica com encaixes do tipo ERA para a PPR de extremidade livre). Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 148 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS A moldagem de trabalho está indicada para a obtenção do modelo de trabalho, sobre o qual o TPD irá confeccionar as restaurações indiretas (pelo método de fundição e aplicação da cerâmica odontológica – confecção de coroas metalocerâmicas; pelo método de injeção de cerâmicas ou pela fresagem em Sistema Computer Aided Design/Computer Aided Ma- chine (CAD/CAM) – confecção de coroas metal free). Dessa forma, um preparo dental homogêneo, bem definido e com acabamento adequado, a correta execução do procedimento de moldagem e o seu respectivo afastamento do tecido gengival irão proporcionar a exposição do término cervical e o TPD terá todas as condições ideais para se confeccionar a PPF com a melhor adaptação possível. Os materiais mais indicados para a realização da moldagem de trabalho são os elastoméricos em duas técnicas de afastamento gengival: casquetes de resina acrílica e uso de fios retratores embebidos em solução química. Outros métodos de afastamento também podem ser utilizados e serão citados brevemente. TÉCNICA DE MOLDAGEM COM CASQUETES INDIVIDUAIS Essa técnica de moldagem (ver Figuras 7A-9E)4,5,28 foi idealizada pelo Professor Krunislave Antônio Nóbilo, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp no início da década de 1960, porém sem publicação científica. O primeiro trabalho científico publicado com essa técnica foi creditado ao autor Andrew J. Cannistraci, em 1962, e, em seguida, em 1965.33,39 Em alguns países da América Latina, essa técnica foi difundida e creditada ao Professor Ripol, denominando a técnica de “Coifas de Ripol”.28 De acordo com os autores, a técnica é um método mecânico de afastamento gengival, de fácil execução, utiliza o elastômero de forma otimizada (boa relação custo-benefício) e, quando executada corretamente, não gera trauma aos tecidos periodontais. O casquete de moldagem deve ser confeccionado com resina acrílica incolor ativada quimi- camente sobre um modelo de gesso dos preparos dentais previamente obtido sob o qual os casquetes serão confeccionados. Também existe a possibilidade de se confeccionar os cas- quetes de moldagem a partir das coroas provisórias; no entanto, poderá ocorrer contração de polimerização. O modelo de gesso deve receber um alívio em cera nas paredes axiais e oclusal ou incisal do preparo, salvo a região cervical, para prover espaço interno no casquete e, por conseguinte, ao material de moldagem. É prudente que os casquetes de resina acrílica sejam confeccionados 24 horas an- tes do procedimento, pela sua contração de polimerização. | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 149 Com os casquetes confeccionados, eles deverão ser reembasados junto ao término cervical em boca, com o auxílio de resina acrílica de maior estabilidade (como, por exemplo, a resina acrílica do tipo duralay vermelha). Assim, o dente preparado é isolado (com vaselina sólida ou isolante à base de água do tipo KY) e aplica-se a resina duralay com consistência fluida no té- rmino cervical, posicionando, em seguida, o casquete para promover o afastamento gengival. Não existe a necessidade de uso de fios de retração gengival. Após o reembasamento do casquete junto ao término cervical do dente preparado, ele deve ser devidamente recortado com o auxílio de broca maxicut em relação aos excessos de resina (criando-se a “saia” de apoio), e deve-se aplicar um agente adesivo específico para a moldagem no interior do cas- quete para melhorar a adesão do material de moldagem. Recomenda-se o uso de um elastômero de consistência regular (polissulfeto, poliéter ou até mesmo um silicone de adição de consistência regular). O material selecionado é manipulado e aplicado no interior do casquete, que é levado em posição, para a cópia e o refinamento do dente preparado. É importante realizar um treinamento prévio da inserção do casquete reem- basado para não ocorrer distorções, inserção fora de posição e erro no procedi- mento. Identificar a face vestibular do casquete também é recomendado. Uma moldeira de estoque metálica ou individual deve ser provada com os casquetes em posição antes do procedimento. De forma geral, em PPFs de pequena extensão, pode-se utilizar moldeira de estoque e alginato para remover os casquetes. Nos casos de PPFs extensas, pode-se utilizar moldeira de estoque e silicone de condensação ou moldeira individual com o mesmo material de moldagem usado no casquete. A moldeira de estoque ou individual é introduzida com o material de moldagem indicado e, após a presa, a moldeira é removida. Se o casquete não vier arrastado juntamente ao molde, pode removê-lo do preparo e reposicionar no molde. É dever do profissional realizar o procedimento de desinfecção do molde previa- mente ao seu vazamento, que pode ser realizado com hipoclorito de sódio a 0,1% aspergidosobre a superfície, e deixado em recipiente fechado por 10 minutos. 150 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS É prudente que se evite a colocação do molde de alginato e de poliéter imerso em solução, sob pena de absorção de água pelo material e sua distorção. A solução de ácido pera- cético também tem sido utilizada por ser menos tóxica ao meio ambiente em relação às demais soluções de desinfecção, como hipoclorito de sódio, digluconato de clorexidina e glutaraldeído.40 Decorrido o tempo de 10 minutos, o molde é lavado em água corrente e procede-se à fase de vazamento. Nesse momento, pode realizar o posicionamento dos pinos de troquel e o vazamento do gesso especial. A troquelização também poderá ser realizada posteriormente ao vazamento do molde. Grande crítica é direcionada à técnica de moldagem com casquete pela possibi- lidade de sua movimentação durante a remoção de sua posição, necessidade de aguardo de, pelo menos, 24 horas em virtude da contração de polimerização da resina acrílica usada para a confecção dos casquetes, além da impossibilidade de se obter dois vazamentos do molde, obrigando os profissionais a realizarem a prova da estrutura da prótese e a posterior moldagem de transferência para que o TPD realize a aplicação da cerâmica odontológica, procedimento que não ocorre na técnica de moldagem com fios de retração gengival.41 Em adição, existem pacientes que são alérgicos ao uso do monômero da resina acrílica, o que impossibilitaria a sua utilização para o reembasamento do casquete. Nesses casos, e como alternativa ao reembasamento da resina acrílica na boca do paciente, o casquete será realizado no modelo de gesso e reembasado com silicone denso, seguido pelo silicone de alta fluidez para o refinamento do molde.39 TÉCNICA DE MOLDAGEM COM FIOS RETRATORES Há duas técnicas de moldagem com o uso dos fios de retração gengival, denominadas de moldagem simultânea (passo único; Figuras 24A-I) e de dupla moldagem (dois passos; Figu- ras 25A-M).4,22,31,32 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 151 Figura 24 – Sequência de um caso clínico de laminados cerâmicos em que a paciente se queixava de dentes curtos e desnivelados. A) Nota-se o aspecto inicial do caso; B) os dentes 11, 12, 21 e 22 foram preparados de forma minimamente invasiva e já com o fio de retração gengival inserido; C-D) é possível observar o fio de retração já removido e a inserção do material de consistência leve ou fluida. Nota-se que, após a inserção do material leve, deve-se jogar leves jatos de ar para distribuir o leve e minimizar a presença de bolhas; E) ilustra-se o carregamento da moldeira de estoque com o material pesado e sobre ele foi aplicado o material leve, e ambos foram levados em posição, para a realização da moldagem simultânea (técnica de passo único) com o material de moldagem da empresa Heraeus, chamado de Flexitime (F), um silicone de adição com ótimas propriedades de hidrofilia e tixotropia; G-H) observam-se os laminados cerâmicos confeccionados; I) apresenta-se o aspecto final do caso. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. A B C D E F G H I 152 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS Figura 25 – Sequência clínica que descreve a resolução de mancha- mento por tetraciclina, cuja paciente queixava-se muito da coloração e do formato não feminino dos dentes. Assim, todo planejamento foi realizado previamente para auxiliar no diagnóstico. A) Nota-se o aspec- to inicial do caso, com a presença de dentes escurecidos; B) é possível verificar o enceramento realizado, procurando atender à solicitação da paciente, para diminuir o tamanho dos dentes e prover um aspecto mais delicado e feminino; C-D) observam-se os dentes já preparados para receber os laminados cerâmicos e com o fio de afastamento gengival já inserido; E-F) ilustra-se a mol- deira carregada com o material de consistência pesada e sobre ele um papel celofane que proverá o espaço ao material de consistência leve; G) assim, a moldeira de estoque metálica com o material de moldagem e o espaçador são levados em boca e mantidos em posição, e, após a presa do material, o molde é removido jun- tamente com o material de espaçamento; H-I) nota-se a injeção do material leve sobre os dentes preparados e sobre o molde do material pesado que, em seguida, será levado em boca para a cópia dos detalhes. Essa técnica de moldagem é denominada de dupla moldagem ou de dois passos, e é executada com o auxílio de um silicone de adição, e, neste caso, foi utilizado o Express XT da empresa 3M Espe, material com excelentes propriedades (J). K) É possível observar o molde obtido que foi enviado ao LPD para a confecção das peças protéticas (L); M) apresenta-se a imagem do caso finalizado. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. J K A B C D E F G H I L M | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 153 Essas técnicas surgiram com o nome de Putty Wash Technique, ou seja, o material de con- sistência densa ou pesado (putty) servirá de moldeira individual reembasada e dará arca- bouço ao refinamento do material de consistência fluida ou leve (wash). Ambas as técnicas farão o uso da retração gengival por meio dos fios de afastamento gengival embebidos em solução química, tidos como meio mecânico-químico de afastamento gengival. Os elastômeros indicados para a técnica de moldagem simultânea ou dupla molda- gem são os silicones de reação por condensação ou, preferencialmente, os silicones de reação por adição, materiais considerados mais precisos e estáveis dimensional- mente em relação aos demais elastômeros (Figuras 26 e 27). Figura 26 – Silicone de condensação da marca Nova DFL, denominado de Clonage, que também pode ser utilizado (assim como os outros silicones de con- densação – Optosil/Xantopren da Heraeus; Perfil da Vigodent; Precise SX da Dentsply) para a realização da moldagem pela técnica de passo único ou na téc- nica de dois passos. Vale ressaltar que as proprieda- des dos silicones de condensação são muito inferio- res em relação aos de adição (ver Quadro 2). Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 27 – Silicone de adição da marca Ivoclar Viva- dent, denominado de Virtual, que também pode ser utilizado (assim como os outros silicones de adição – Express XT da 3M; Silagum ou Honigum da DMG; Flexitime da Heraeus) para a realização da molda- gem pela técnica de passo único ou na técnica de dois passos. Vale ressaltar que as propriedades dos silicones de adição são muito superiores em relação aos de condensação (ver Quadro 2). Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Os fios são embebidos por substâncias químicas e colocados no interior do sulco gengival, abaixo do nível do término cervical do dente preparado, criando espaço para o material de moldagem. Essas soluções promovem a diminuição do fluido sulcular e o sangramento local, fato essencial para a obtenção de um campo seco e uma correta cópia da região de interesse. A solução de cloreto de alumínio tem sido melhor usada, considerando a sua eficácia e a sua ausência de efeitos colaterais, como taquicardia, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. Vale ressaltar que há outras soluções químicas, como o sulfato férrico, que podem interferir na reação de presa dos materiais de moldagem e por isso são menos utilizadas. 154 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS O fio retrator deverá respeitar as distâncias médias do sulco gengival e do epitélio juncional de 0,69mm e 0,97mm, respectivamente, para não causar iatrogenia e dano a essas estruturas. A seleção da espessura do fio deve ser selecionada de acordo com o biótipo presente, somado à profundidade do sulco e à quantidade de gengiva inserida. Os fios da Ultrapak- Ultradent possuemseis numerações (sendo os números #0, #00 e #000 os mais usados e correspondendo à espessura d e 1,2mm, 0,8mm e 0,5mm). Pode-se inserir um ou dois fios de retração, que devem ser selecionados de acordo com a situação clínica. Na técnica de moldagem com o uso de dois fios de retração, insere-se o primeiro fio de numeração mais delgada (número 000, por exemplo) localizado abaixo do término cervical que irá auxiliar no controle do fluido gengival e promover o afas- tamento vertical (em sentido apical), e, em seguida, o segundo fio de numeração mais espessa (número 00 ou 0, por exemplo), localizado ao nível do término cer- vical para manter o afastamento de forma horizontal ou lateral do tecido gengival. Decorrido o tempo do fio de retração embebido em solução química em posição preconiza- do pelo fabricante (não exceder cinco minutos), deve-se remover apenas o segundo fio e injetar cuidadosamente o material de alta fluidez (leve) ao redor do término e preparo dental, para, em seguida, dispensar sobre a oclusal dos dentes adjacentes. Ao mesmo tempo em que se manipula o material leve, deve-se manipular o material denso, que é colocado em toda a extensão da moldeira de estoque previamente selecionada, assim como uma pequena camada de material leve. Essa técnica é conhecida como dupla mistura ou moldagem simultânea ou moldagem única, cujos materiais – denso e leve – são prepara- dos e manipulados em um só tempo. A introdução da moldeira com o material de moldagem deve ser feita de forma uniforme (aprofundada em um único sentido) para não ocorrer distorções, inserção essa diferente da realizada com os alginatos, que ocorre normalmente da região posterior para a anterior. Essa técnica de moldagem também poderá ser realizada em dois tempos clínicos, ou seja, uma primeira etapa executada apenas com o material denso (que pode ser aliviado, pos- teriormente ou no momento de sua introdução, com movimentos de entrada e saída para proporcionar espaço ao material leve), e, em seguida, a aplicação do material de consistên- cia leve, que será usado para a cópia dos detalhes do término cervical e das áreas retentivas. | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 155 Atenção redobrada deverá ser dada ao alívio para o material leve, pois caso seja feito um alívio excessivo, o material leve de reembasamento poderá distorcer. Essa primeira etapa da moldagem realizada apenas com o denso poderá ser executada so- bre a restauração provisória (não havendo a necessidade de alívio posterior do material denso) ou utilizando sobre o pesado (antes de sua inserção) um espaçador do tipo papel celofane, que irá promover o alívio necessário ao material leve. Esse alívio também pode ser realizado após essa primeira etapa de moldagem, após a reação de presa do material denso e o uso de broca maxicut ou algum instrumental cortante que irá remover as áreas retentivas e promover o espaço para que o leve possa copiar os detalhes do término cervical e do preparo dental. Cuidado especial deverá ser tomado no momento da manipulação do material de moldagem (denso e fluido), evitando-se o uso de luvas de látex no manuseio, pois poderá interferir no tempo de polimerização do material ou, pior, não polime- rizando em áreas importantes, como o término cervical. Mesmo na inserção do fio retrator os componentes do látex poderão entrar em contato com o leve e interferir na polimerização.42 Kimoto e colaboradores43 relataram que o uso de várias substâncias químicas de limpeza é ineficaz para a remoção do enxofre (dietilditio- carbamato) contido no látex e recomendaram o uso de luvas de sobrepor de vinil ou luvas à base de nitrilo. Com o molde obtido, procede-se ao vazamento com o auxílio de gesso especial e o labo- ratório poderá realizar o procedimento de troquelização dos dentes preparados no mo- mento do vazamento ou posteriormente ao vazamento. ATIVIDADE 15. Quais os principais modelos de gesso em PPF? A) Modelo de estudo e de trabalho. B) Modelo de estudo total e parcial. C) Modelo de estudo, de trabalho e de transferência. D) Modelo de trabalho e de transferência. Resposta no final do artigo 156 TÉCNICAS CONVENCIONAIS E ATUAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESES FIXAS 16. É prudente que os casquetes de resina acrílica sejam confeccionados ..... horas antes do procedimento, pela sua contração de polimerização. Assinale a alternativa que contém a opção que preenche corretamente a lacuna. A) 8. B) 12. C) 24. D) 48. Resposta no final do artigo 17. Por que a técnica de moldagem com casquete recebe diversas contestações? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 18. Quais são os elastômeros indicados para a técnica de moldagem simultânea ou dupla moldagem? Por quê? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 19. Na técnica de moldagem com fio retrator, ele deverá respeitar as distâncias médias do sulco gengival e epitélio juncional de .................. e ........................., respectivamente, para não causar iatrogenia e dano a essas estruturas. Assinale a alternativa que contém as opções que preenchem corretamente as lacunas. A) 0,97mm; 0,69mm. B) 0,79mm; 0,96mm. C) 0,69mm; 0,97mm. D) 0,96mm; 0,79mm. Resposta no final do artigo 20. Explique a ordem de inserção, localização e tipo de fio utilizado na técnica de moldagem com dois fios de retração. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 2 | 157 21. Cuidado especial deverá ser tomado no momento da manipulação do material de mol- dagem (denso e fluido), evitando-se o uso de luvas de látex no manuseio. Por quê? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ SITUAÇÕES CLÍNICAS ENVOLVENDO TÉCNICAS DE MOLDAGENS CONVENCIONAIS SOBRE DENTES PILARES PREPARADOS ASSOCIADAS À TRANSFERÊNCIA DE IMPLANTES OU DE PILARES INTERMEDIÁRIOS A Implantodontia está sedimentada como tratamento protético reabilitador e, em mui- tas situações clínicas, o profissional deverá realizar o procedimento de moldagem transferin- do a posição dos implantes instalados ou dos pilares intermediários simultaneamente à moldagem dos dentes pilares preparados. Para essa transferência, poderá ser utilizada uma moldeira fechada ou aberta, de acordo com a preferência do profissional em relação ao arrasto ou à reposição dos transferentes, ou seja, caso sejam utilizados transferentes de arrasto, deve-se utilizar uma moldeira de estoque de plástico ou uma moldeira individual de resina acrílica, que deverá ser perfurada para permitir a passagem do parafuso na região do transferente de arrasto. Se o transferente de moldagem selecionado for indicado para a moldagem de reposição, a moldeira pode ser de estoque (metálica ou de plástico), não havendo a necessidade de perfurá-la para a passagem do parafuso do transferente de moldagem
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