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Apostila Quenopodiáceas

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CAPÍTULO 15 – FAMÍLIA DAS QUENOPODIÁCEAS 
15.1 – INTRODUÇÃO: As quenopodiáceas incluem uma importante 
hortaliça tuberosa, a beterraba, sendo essa a cultura que ocupa maior área 
cultivada; também, duas hortaliças herbáceas: a acelga (verdadeira) e o 
espinafre. 
15.2 – CULTURA DA BETERRABA: 
15.2.1 – ORIGEM: Da região Mediterrânea e do norte da África. A distribuição 
geográfica alcança desde a índia oriental a ocidental, indo em direção ao oeste das Ilhas 
Canárias e costa ocidental da Europa, incluindo Ilhas Britânicas e Dinamarca. 
 Inicialmente a beterraba era classificada como hortaliça folha e após 1500 d.c. 
passou-se a utilizar a raíz de reserva. A beterraba forrageira provavelmente começou a 
ser cultivada no início do século XVII, e a açucareira, originou-se de uma população de 
beterraba forrageira. 
• Brasil – Imigração européia e asiática 
• Sudeste: 42% das propriedades produtoras. 
• Maiores sucessos têm sido obtidos nos cultivos em microrregiões com clima 
tropical de altitude. 
• MG: Carandaí, São Gotardo, Uberaba e Uberlândia 
• SP: Sorocaba, Piedade e Ibiúna. 
• BA: Irecê. 
• RJ: Teresópolis e Nova Friburgo 
• ES: Venda Nova do Imigrante e Santa Maria de Jetibá. 
 
15.2.2 – DESCRIÇÃO BOTÂNICA: A parte tuberosa apresenta formato globular, 
desenvolvendo-se quase à superfície do solo. O sabor é doce, mesmo na beterraba 
olerácea, única cultivada no Brasil. Em outros países são produzidas cultivares 
açucareiras e forrageiras. 
 As denominadas “sementes”são na verdade aglomerados de diminutos frutos 
corticosos, os glomérulos. Cada fruto apresenta um óvulo, que origina uma semente 
botânica. Assim, cada aglomerado contém 3 a 4 sementes, o que ocasiona a obtenção de 
mais de uma plântula. Entretanto, também estão disponíveis sementes monogérmicas, 
cujos glomérulos contém uma única semente. Os glomérulos podem ser quebrados por 
meios mecânicos. O sistema radicular é do tipo pivotente, e a raiz principal atinge 
profundidade de 60 cm, com poucas ramificações laterais. 
 
 
 
Planta completa de Beterraba 
 
 
15.2.3 – CLIMA E ÉPOCA DE PLANTIO: 
 A planta é tipicamente bienal, exigindo um período de frio intenso para passar à 
etapa reprodutiva do ciclo biológico, quando ocorre a emissão do pendão floral, com 
produção de sementes. A cultura desenvolve-se melhor sob temperaturas amenas ou 
baixas, apresentando resistência ao frio intenso e a geadas leves. O calor é um fator 
limitante para a maioria das cultivar 
 Na maioria das regiões produtoras, no centro-sul, planta-se durante o outono-
inverno, especialmente naquelas regiões de baixa altitude. Em regiões de altitude 
elevada é possível plantar-se ao longo do ano, inclusive durante o verão. 
 
15.2.4 – CULTIVARES: Há poucas cultivares plantadas no Brasil, sendo as sementes 
importadas dos Estados Unidos ou da Europa. A tradicional cultivar Early Wonder, da 
qual há algumas seleções diferenciadas comercializadas pelas firmas, tornou-se padrão 
de qualidade. É precoce, com raízes globulares e de coloração purpúrea, interna e 
externamente. A cultivar Itapuã 202 é a única de origem nacional, sendo as sementes 
produzidas no Rio Grande do Sul. A partir do ano 2000, vêm sendo introduzidas 
cultivares híbridas, mais produtivas. 
 
15.2.5 – SOLO E ADUBAÇÃO: Produz melhor na faixa de pH 6,0 a 6,8. Dessa forma, 
na maioria dos solos, aplica-se calcário de modo a elevar a saturação por bases a 80% e 
atingir o pH 6,5. São mais favoráveis os solos de textura média ou argilosa, desde que 
friáveis, ricos em matéria orgânica e bem drenados. 
 Por ocasião do plantio aplicar 20 a 30 t/ha de esterco bovino ou equivalente, 
incorporado ao solo antes do plantio, juntamente com 40 kg/ha de N + 100 a 300 kg/ha 
de P2O5 + 100 a 200 kg/ha de K2O. Em caso de baixo teor de S, aplicar adubos ricos 
neste nutriente e em caso de baixo teor de B, aplicar 3 a 5 kg/ha. 
 Na adubação de cobertura aplicar 20 a 30 kg/ha de N e 20 a 30 kg/ha de K2O, aos 15, 
30 e 50 dias após a germinação. 
 
15.2.6 – IMPLANTAÇÃO DA CULTURA: Para a implantação pode ser usado o 
transplantio ou o semeio direto. A cultura transplantada previne falhas nas fileiras, 
uniformiza as plantas e pode produzir beterrabas maiores. Com o semeio direto há o 
aumento da precocidade da cultura e a diminuição do custo de produção. Entretanto, o 
semeio direto apresenta algumas desvantagens como o aumento substancial na 
utilização de sementes, ocorrência de falhas nas fileiras e exigência de desbaste das 
plantinhas. 
 Quando é usado o transplante são utilizadas bandejas de isopor com 288 células e as 
mudas são transplantadas ao apresentarem 12-13 cm e 4-5 folhas, 20-30 dias após a 
semeadura. 
 Semeia-se diretamente, ou transplantam-se as mudas, sobre canteiros com leito bem 
preparado. O espaçamento final deve ser de 25-30 x 8-10 cm, o que permite obter 
beterrabas de tamanho médio, preferidas pelos consumidores. Os canteiros devem ser 
largos o bastante para comportar 4-5 fileiras longitudinais, quando se irriga por 
aspersão. 
 
Mudas de Beterraba produzidas em bandejas de isopor 
 
15.2.7 – TRATOS CULTURAIS: 
- Desbaste: Quando a semeadura é efetuada diretamente sobre o canteiro, o desbaste 
das plantinhas em excesso é necessário, inclusive porque cada glomérulo origina mais 
de uma planta. Desbastam-se as plantinhas com 10cm de altura, deixando 10cm entre as 
mesmas. Pode-se evitar o trabalhoso desbaste utilizando sementes monogérmicas e 
semeadeiras de precisão. 
- Irrigação: Devem ser leves e freqüentes, por aspersão, devido ao efeito de 
arrefecimento nas plantas e no solo, tornando o ambiente mais propício a uma cultura 
pouco tolerante ao calor. 
- Capinas: São feitas manualmente ou por meios mecânicos. Não há tradição na 
utilização de herbicidas. 
 
15.2.8 – ANOMALIAS FISIOLÓGICAS: 
- A temperatura elevada ocasiona anéis de coloração clara, internamente, na maioria das 
cultivares, desvalorizando o produto no mercado. 
- Manchas escuras e rachaduras sobre a superfície da beterraba podem ocorrer, 
possivelmente ocasionadas pela deficiência em B, sendo essa cultura altamente 
exigente. 
 
15.2.9 – CONTROLE FITOSSANITÁRIO: 
- Mancha-da-folha: O agente etiológico é o fungo Cercospora beticola que é 
especialmente danoso à cultura durante a primavera e o verão. Ocasiona pequenas 
manchas circulares, com mancha purpúrea e centro claro, o tecido lesionado cai e a 
folha torna-se perfurada. Temperatura e pluviosidade elevadas favorecem a doença. A 
maioria das cultivares não apresenta nível elevado de resistência, razão pela qual o meio 
usual de controle é a pulverização com fungicidas específicos, com ação sistêmica. 
 
15.2.10 – COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO: 
 Quando se pratica a semeadura direta, o ciclo da cultura até a colheita é mais precoce, 
podendo-se colher aos 50-65 dias beterrabas de tamanho médio. Ao se efetuar o 
transplante, a cultura torna-se mais tardia, exigindo mais 20-30 dias. A produtividade, 
em termos de beterrabas beneficiadas, é extremamente variável, sendo de 20 até 35 t/ha. 
 O ponto de colheita é atingido quando a maioria das beterrabas apresenta o tamanho 
preferido, não estando ainda completamente desenvolvidas. As beterrabas preferidas são 
de tamanho médio, com 200-300 g cada uma. Após a colheita são embaladas e 
comercializadas em caixas que comportam 23-24 kg. 
 Tanto plantas inteiras como beterrabas beneficiadas conservam-se bem se 
frigorificadas em câmaras a 0
0
C e 95% de umidade relativa do ar. Nessas condições, 
conservam-se até 15 dias, mantendo a qualidade. 
 
15.3 – OUTRAS HORTALIÇAS PERTENCENTES À FAMÍLIA DAS
QUENOPODIÁCEAS 
 
 
 
 
 
15.3.1 – Acelga (Beta vulgaris var. cicla) 
 
15.3.2- Espinafre verdadeiro (Spinacia oleracea) 
 
 
15.4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
- FILGUEIRA FAR. 2008. Novo manual de olericultura. Viçosa: UFV. 421p. 
 
- PREZOTTI, L.C.; GOMES, J.A.; DADALTO, G.G.; OLIVEIRA, J.A. 2007. Manual 
de Recomendação e Adubação para o Estado do Espírito Santo (5
a
 aproximação). 
Vitória-ES. 305 p. 
 
15.5 – QUESTIONÁRIO 
01 – Pela parte comestível a beterraba é classificada como: 
a) ( ) Tubérculo; b) ( ) Raíz tuberosa; c) ( ) Bulbo; d) ( ) Rizoma; e) ( ) Fruto 
 
02- Na sua opinião porque atualmente os municípios de Santa Maria de Jetibá e Venda 
Nova do Imigrante são os maiores produtores de Beterraba do Espírito Santo. 
 
03- Em uma embalagem de sementes de beterraba encontramos as denominadas 
“sementes” que são semeadas em bandejas de isopor ou de forma direta. Ao semearmos 
uma dessas sementes ela provavelmente dará origem a mais de uma planta (3 ou 4 
geralmente). Explique porque isso ocorre. 
 
04- Tradicionalmente, qual a principal Cultivar de beterraba cultivada no Brasil 
hoje?..............................Ela é produzida no Brasil ou em outros Países?.................... 
 
05- Em um terreno infestado por tiririca como o do setor onde desenvolvemos as 
atividades práticas, você recomendaria que a implantação da beterraba fosse por semeio 
direto ou por transplantio?......................Justifique sua resposta. 
 
06- Enumere duas vantagens na utilização do transplantio na cultura da beterraba. 
 
07- Destaque como deverá ser realizado o desbaste na cultura da beterraba, destacando 
o espaçamento final da cultura. 
 
08 – Luiza (1a série B) plantou beterraba na região alta de Itarana (temperaturas 
amenas) no mês de outubro. Por outro lado, Vivian (1
a
 série D) implantou a cultura no 
município de Vila Velha – ES (temperaturas altas) no mesmo mês. Provavelmente qual 
obterá maior sucesso?.....................Justifique sua resposta. 
 
09 – Débora e Yasmin (1a série E) plantaram beterraba no município de Itaguaçu no 
período de outono/ inverno. Débora implantou a cultura através do semeio direto, 
enquanto Yasmin utilizou o transplantio. Considerando as mesmas condições de clima, 
topografia, solo e utilizando a mesma cultivar, qual delas irá colher as beterrabas 
primeiramente? .........................Justifique sua resposta. 
 
10- São exemplos de hortaliças pertencentes à família das Quenopodiáceas: 
a) ( ) Beterraba, cenoura e agrião 
b) ( ) Beterraba, Cenoura e Couve-chinesa 
C) ( ) Beterraba, Acelga e Agrião 
D) ( ) Beterraba, Acelga e Espinafre 
E) ( ) Batata, Batata-doce e Batata baroa.

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