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FACULDADE DE ENFERMAGEM NOVA ESPERANÇA SAMUEL LUCAS SANTOS DA SIVA EMILLY GABRIELY MORAIS SANTOS GIOVANNA MORAIS DE OLIVEIRA TRATAMENTO CLÍNICO E NUTRICIONAL EM QUEIMADOS JOÃO PESSOA 2018 SAMUEL LUCAS SANTOS DA SIVA EMILLY GABRIELY MORAIS SANTOS GIOVANNA MORAIS DE OLIVEIRA TRATAMENTO CLÍNICO E NUTRICIONAL EM QUEIMADOS Atividade processual apresentada a disciplina de nutrição da Faculdade de Enfermagem Nova Esperança, como parte de requisitos para a obtenção de nota na disciplina em questão. JOÃO PESSOA 2018 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 6 2.1 TRATAMENTO COM PELE DE TILÁPIA .............................................................. 7 2.1.1 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA EM QUEIMADOS ..................... 8 REFERENCIAS ......................................................................................................... 10 RESUMO A queimadura é um processo decorrente a algum agente inflamatório capaz de gerar lesões ao corpo humano, a pele é o órgão mais afetado, podendo ter perda significante e levar a óbito. Tratamentos e métodos são utilizados para reduzir a gravidade do trauma. Tratamentos como a utilização da pele do peixe tilápia são métodos aprovados e garantem uma melhor recuperação ao paciente. Outra medida bastante importante de que deve sempre haver, é a cautela nutricional, pacientes que sofrem queimaduras devem seguir uma dieta especial. No âmbito hospitalar deve ter uma estrutura adequada para receber esses casos, onde, pacientes são submetidos a medidas rigorosas e a atenção redobrada. Pacientes queimados devem seguir uma dieta rica em proteínas e energia, que dependendo do agravo da ocorrência, o paciente pode necessitar quase que 4 vezes mais, decorrente ao processo de catabolismo proteico. Palavras chave: Queimaduras; Nutricional; Paciente. 1 INTRODUÇÃO As queimaduras são lesões decorrentes de agentes (tais como a energia térmica, química ou elétrica) capazes de produzir calor excessivo que danifica os tecidos corporais e acarreta a morte celular. Tais agravos podem ser classificados como queimaduras de primeiro grau, de segundo grau ou de terceiro grau 1. Essas lesões podem gerar um transtorno muito grande para a vítima, podendo levar o mesmo a óbito por causa da gravidade ou por falta de um entendimento adequado. Deve-se ter um conhecimento de como cuidar das pessoas vítimas dessas lesões, e devem ser classificadas em seu respectivo grau de agravo. Estima-se que no Brasil ocorrem em torno de 1000.000 de acidentes por queimaduras ao ano, sendo que 100.000 pacientes procuraram atendimento hospitalar e, destes, cerca de 2.500 pacientes irão falecer direta ou indiretamente de suas lesões2. O uso da pele da tilápia é um dos métodos adotados no tratamento de queimados. Foi descoberta no Brasil, mais precisamente no Ceará, e desde então vem sendo utilizada no mundo todo. O tratamento teve aceitação médica de imediata, muitas pessoas não sabem desse método, e muito menos que foi algo descoberto por médicos brasileiros. Outro método bastante importante e indispensável, é o cuidado nutricional do paciente. Os queimados necessitam de uma dieta bastante diferenciada, e especial. O corpo nessas situações, utilizam recursos para a regeneração, nutrientes, energia, água, lipídios, vitaminas, eles vão precisar repor essa demanda, pois vão precisar mais que o dobro do que utilizam diariamente. 2 DESENVOLVIMENTO Entre os órgãos atingidos pelas queimaduras, a pele é a mais frequentemente afetada. Considerada o maior órgão do corpo humano, a pele é a parte do organismo que recobre e resguarda a superfície corporal, tendo algumas funções, tais como controlar a perda de água e proteger o corpo contra atritos. A pele desempenha também um papel importante na manutenção da temperatura geral do corpo, devido à ação das glândulas sudoríparas e dos capilares sanguíneos nela encontrados3. A pele forma uma barreira protetora contra a atuação de agentes físicos, químicos ou bacterianos sobre os tecidos mais profundos do organismo. Além disso, a pele é composta por camadas que detectam as diferentes sensações corporais, como o sentido do tato, a temperatura e a dor3. As camadas que compõem a pele são a epiderme e a derme. De igual forma, existem ainda na pele vários anexos, como as glândulas sebáceas e os folículos pilosos. Na fase aguda do tratamento da queimadura, vários órgãos são afetados em intensidade variável, dependendo do caso3. Pacientes queimados são considerados imunodeprimidos, pois após o trauma ocorre uma série de alterações orgânicas que modificam seu mecanismo de defesa contra infecções, portanto, com a perda da integridade da pele e o desequilíbrio da regulação do pH cutâneo, facilita-se a colonização por microorganismos oportunistas, como S. Aureos, S. Epidermidis, Enterococcus faecalis, Aspergillus, entre outros4. A necessidade de terapia nutricional específica viabiliza o processo de cicatrização, recuperando ou mantendo o estado nutricional do paciente, além de combater a formação dos radicais livres5. Os pacientes queimados necessitam de suporte nutricional com grandes quantidades de energia e de nitrogênio, bem como suporte nutricional individualizado, instalado precocemente, e utilizar o trato gastrointestinal, evitando assim translocação bacteriana. Os nutrientes mais frequentemente utilizados para nutrição farmacológica de pacientes queimados são a glutamina, a arginina e os ácidos graxos ômega-3. Estes componentes, quando fornecidos em quantidades 2 a 7 vezes maiores que as habitualmente ingeridas por pessoas saudáveis, parecem ter um efeito farmacológico benéfico nas alterações fisiopatológicas induzidas pelas queimaduras6. O estado nutricional individual possui um papel primordial na prevenção e no tratamento de feridas. A reparação e a reconstrução de tecidos humanos requerem quantidades adequadas de energia, proteínas, vitaminas e minerais, para alimentar os seus mecanismos fisiológicos7. A terapia nutricional tem como objetivos: oferecer condições favoráveis para o estabelecimento do plano terapêutico; oferecer energia, fluidos e nutrientes em quantidades adequadas para manter as funções vitais e a homeostase; recuperar a atividade do sistema imune; reduzir os riscos da hiperalimentação; garantir as ofertas proteica e energética adequadas para minimizar o catabolismo proteico e a perda nitrogenada8. Quanto ao método de terapia nutricional, a nutrição enteral (NE), por meio de suplementos orais, sondas nasogástricas, nasojejunais ou de gastrostomia/jejunostomia, e a nutrição parenteral (NPT), por via periférica ou central, são os métodos comumente utilizados. A escolha do método mais adequado dependerá da situação que envolve o paciente9. 2.1 TRATAMENTO COM PELE DE TILÁPIA Uma matéria feita pela BBC mostra bem como é o tratamento com a pele do peixe tilápia: Grelhada, frita ou no vapor. Há dezenas de receitas para opreparo da tilápia, um peixe de água doce que se reproduz com grande velocidade. Mas além de ser saboroso e rico em proteínas, o peixe tem um potencial único no campo da medicina, especificamente para o tratamento de queimaduras de pele de segundo e terceiro graus. O método, pioneiro no mundo, foi desenvolvido por médicos no Ceará. "No Brasil, para tratar queimaduras, usamos normalmente um creme com efeito de 24 horas. Todos os dias, é preciso trocar o curativo, tirar o creme, enxaguar a área queimada, colocar o creme novamente e fazer um novo curativo", explica Edmar Maciel, cirurgião plástico e presidente do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), que desenvolveu o procedimento. "Isso acaba sendo muito trabalhoso, custoso e doloroso", acrescenta ele. O método oferece muitos benefícios. Como permanece sobre a queimadura durante vários dias, em função da gravidade do ferimento, a pele do peixe evita as dores que resultam na necessidade da troca do curativo. Em outros países, é usada a pele de outros animais, principalmente de porco. Mas uma grande vantagem de usar a tilápia é que "sabemos que esses peixes tem menos possibilidades de transmitir doenças do que os terrestres", assinala Maciel. Por outro lado, tem uma maior quantidade de uma proteína chamada colágeno tipo 1, uma melhor resistência (similar à pele humana) e um grau adequado de umidade que ajuda na cicatrização. Por sua boa aderência, a pele evita a contaminação externa e limita a perda de proteína e plasma, o que pode gerar desidratação e, em última instância, causar a morte do paciente. Antes de ser utilizada, a pele do peixe é submetida a um processo de limpeza em que são retirados as escamas, o tecido muscular, as toxinas e o odor característico do peixe. Depois, é estirada em uma prensa e cortada em tiras de 10 cm por 20 cm. O resultado é um tecido flexível, similar à pele humana. As tiras de pele são armazenadas em um congelador a uma temperatura entre 2 e 4 graus Celsius por no máximo dois anos. O trabalho dos pesquisadores foi premiado várias vezes no Brasil. Agora, a equipe analisa a possibilidade de usar a pele de tilápia em outras áreas da medicina, como, por exemplo, no campo da ginecologia, na atresia vaginal ou para uso em endoscopia. Também será feito um estudo comparativo para avaliar as diferenças no tratamento das queimaduras entre a pele do porco, do cachorro, humana e da tilápia. 2.1.1 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA EM QUEIMADOS O queimado necessita boa assistência de enfermagem para que tenha uma recuperação física, funcional e psico-social, precoce. A equipe de enfermagem trabalhando paralelamente à equipe médica, deve ter conhecimentos especializados sobre cuidados a serem prestados aos queimados. Esses cuidados iniciam-se com atitude correta ao receber os pacientes que chegam agitados devido à dor ou ao trauma psíquico, devendo continuar no decorrer de todo o tratamento até a ocasião da alta, quando os doentes e familiares são orientados quanto aos cuidados a serem seguidos. REFERENCIAS 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. p.5. 2. Curado ALCF. Redução da dor em pacientes queimados através da acupuntura [Monografia]. Goiânia: Universidade Estadual de Goiás;2006. 3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. p.5-6. 4. Ragonha ACO, Ferreira E, Andrade D, Rossi LA. Avaliação microbiológica de coberturas com sulfadiazina de prata a 1%, utilizadas em queimaduras. Rev Latino-am Enfermagem. 2005;13(4):514-21. 5. Bottoni A, Bottoni A, Rodrigues RC, Celano RMG. Papel da nutrição na cicatrização. Rev Ciências Saúde. 2011;1(1):98-103. 6. De-Souza DA, Greene LJ. Correlação entre as alterações fisiopatológicas de pacientes queimados e o suporte nutricional. Revista Virtual de Medicina 1998;1(2). Disponível em: http://www.medonline.com.br/med_ed/med2/queimado.htm Acesso em: 30/11/2018 7. Mateus C. A nutrição no tratamento de feridas. Disponível em: http://www.gaif.net/artigos/artrev4.doc Acesso em: 30/11/2018. 8. Garófolo A. Diretrizes para terapia nutricional em crianças com câncer em situação crítica. Rev Nutr. 2005;18(4):513-27. 9. . Garófolo A. Diretrizes para terapia nutricional em crianças com câncer em situação crítica. Rev Nutr. 2005;18(4):513-27.
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